UERJ – DISCIPLINA DE URBANISMO
LIÇÕES DE URBANISMO
Aula 4
por LUIZ CARLOS TOLEDO
‘‘Quando se pensa na antiga cidade de Roma, pensa-se imediatamente em
seu império: Roma com seus símbolos de poder visível, seus aquedutos, seus
viadutos e suas vias pavimentadas, cortando sinuosamente colinas e prados,
saltando sobre rios e pântanos, movendo-se em formação ininterrupta, como
uma vitoriosa legião romana.’’ (MUMFORD, 2004:227)
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por LUIZ CARLOS TOLEDO
LIÇÃO 4
ROMA
O IMPÉRIO ROMANO
A fundação de Roma em 751 a.C. foi feita a partir da união de diversas aldeias, já
a expansão e consolidação do império na Europa, África do Norte e Ásia Menor
deu-se pela dominação dessas regiões através de centenas de cidades,
controladas por Roma sob a forma de colônias, cidades “livres”, cidades
“tributárias” e cidades sob a lei municipal romana.
Mapa do Império Romano
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por LUIZ CARLOS TOLEDO
LIÇÃO 4
ROMA
O IMPÉRIO ROMANO
Assim como os gregos, os romanos fundaram novas cidades para consolidar
seu império, surpreendentemente o número de núcleos implantados e
dominados, pouco antes do inicio da decadência do império, alcançou mais
de 5.600 cidades.
Modelo da Colonia Romana Merida
Ruínas do Anfiteatro de Merida
A civilização romana teve origem em duas culturas: a etrusca e a helênica. Da
primeira, os romanos herdaram o lado supersticioso e místico. Da segunda
herdaram o costume de ampliar e consolidar o império implantando novas
cidades. A herança grega também manifestou-se no urbanismo, na arquitetura
e nas artes em geral, como e, durante certo tempo, o controle do crescimento
urbano.
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ROMA
ROMA, CAPITAL DO IMPÉRIO
Roma não cresceu de forma planejada, originando-se da união de diversas
aldeias. Seu tamanho só foi possível devido a quantidade de alimentos e
mercadorias vindos de todas as províncias romanas. Como capital do império,
cresceu desde sua fundação (751 a.C.) até o século III d.C. quando cobria
2.000 ha e abrigava mais de um milhão de habitantes.
Maquete da cidade de Roma
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ROMA
ROMA, CAPITAL DO IMPÉRIO
A decadência de Roma não decorreu somente da dissolução do Império, os
danos provocados pelo crescimento desmedido da área urbana, a alta
densidade populacional, o aumento da produção de lixo e esgotos, as
dificuldades de abastecimento e a falta de segurança tornaram a cidade
administrável, estimulando o êxodo populacional.
Alta densidade demográfica exacerbava os protestos da população
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ROMA
ROMA, CAPITAL DO IMPÉRIO
Esses problemas incidiam com maior intensidade os pobres, amontoada nas
“insulae” (ilhas), edificações que abrigavam dezenas de pequenas moradias
para alugar e que chegavam a atingir dez pavimentos. As “insulae” não tinham
banheiros. Construídas com madeira e tijolos, eram edificações muito frágeis,
sempre sujeitas a desmoronamentos e incêndios. O peso dos pavimentos
descarregava nas paredes, engrossadas nos primeiros andares e mais finas nos
andares superiores. As paredes auto-portantes não permitiam grandes
aberturas, diminuindo a ventilação e a iluminação das unidades habitacionais.
Esquema de uma Insula Romana
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Insula na Via do Teatro Marcello, Roma
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ROMA
AS CIDADES ROMANAS
Para Hyginus Maior, astrônomo, escritor e agrimensor romano, a cidade ideal
devia ter 730 por 490 metros, já que excedendo essas medidas as muralhas que,
muitas vezes, eram tão largas que permitiam a passagem simultânea de dois
carros de combate, tornavam-se praticamente inviáveis devido ao custo e pela
dificuldade de vigiar a chegada do inimigo por todo o seu perímetro.
Planta de uma cidade romana típica
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ROMA
ESTRUTURA URBANA
O traçado viário da cidade romana, por inspiração etrusca, reproduzia a ordem
do universo através de dois eixos viários principais: o Cardo e o Decumanos,
orientados no sentido norte-sul e leste-oeste, cruzando-se nas proximidades do
centro da cidade onde localizava-se o Fórum, espaço que reunia as funções
política, religiosa, comercial e de lazer.
Planta cidade de Thamugadi
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Ruínas do Forum Romano
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ROMA
ESTRUTURA URBANA
O Fórum era um espaço multifuncional que atraia multidões para o mercado e
para assistir à disputas atléticas e entre gladiadores, a sombra de colunatas,
pórticos, santuários e templos que garantiam a “ paz do mercado”. Ali também
se localizavam os prédios da justiça e as casas do conselho.
Forum de Trajano, Roma
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Mercado de Trajano, Roma
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ROMA
ESTRUTURA URBANA
As cidades imperiais como Timgad apresentavam características urbanísticas
dos últimos períodos do império: quarteirões regulares delimitados por um
traçado viário em xadrez. Eram planejadas para abrigar 50.000 habitantes e,
como na Grécia, tiravam a maior parte de seu sustento das regiões próximas,
mantendo o equilíbrio rural–urbano.
Cidade de Timgad, Argélia
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ROMA
EQUIPAMENTOS URBANOS
A maioria das cidades do império possuía, além do Fórum, embelezado por
monumentos, estátuas, chafarizes e calçadas cobertas por arcadas, banhos
públicos, luxuosamente decorados, arenas, que mesmo em pequenas cidades
possuíam dimensões majestosas, sistemas de esgotos dinâmicos e aquedutos
Terma em Bath, na Inglaterra
Cloaca máxima, Roma
Aqueduto romano
Arena, Verona
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ROMA
A OCUPAÇÃO REGIONAL
Os romanos também foram hábeis no planejamento regional, construindo
estradas pavimentadas, cidades bem localizadas e grandes áreas de cultivo
racionalmente dispostas. O acesso aos pontos mais longínquos do Império era
feito com rapidez e segurança em estradas pavimentadas que, em pontos
estratégicos, tinham estações de troca de montarias, diminuindo o tempo das
viagens.
Exemplo de estrada romana
As ligações viárias do Império
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ROMA
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
A decadência do Império principia com a crise econômica resultante da
escassez de mão de obra escrava que afetava, principalmente a produção
agrícola dos grandes latifúndios.
A falta de escravos, por sua vez, decorreu de uma série de fatores militares,
religiosos e econômicos:
Agricultura e pecuária baseadas na mão-de-obra escrava
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ROMA
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
Principais fatores da decadência do império:
Fatores militares: O fim das guerras de conquista nas quais os derrotados eram
escravizados e a ocorrência de invasões de povos vizinhos que fragilizavam o
império
Fator religioso: A nova moral Cristã que limitava a escravidão aos não cristãos.
Fatores econômicos: O crescente parcelamento dos latifúndios e a falta de
escravos para mantê-los produtivos.
Invasões de povos vizinhos do Império Romano
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ROMA
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
A crise era agravada pelos custos militares exigidos para proteger as cidades
das invasões de povos bárbaros. O campo era mais seguro do que as cidades,
despreparadas para se defender depois de um século sem nenhuma ameaça.
A insegurança fez com que as populações urbanas iniciassem um grande
êxodo para o campo, abrigando-se nas vilas pertencentes à aristocracia que,
devido ao seu menor tamanho, não despertavam a cobiça nos invasores.
A crise fez com que a arrecadação de impostos diminuísse e as despesas
militares para combater os invasores aumentasse.
As grandes cidades mais expostas as
invasões
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Vila Romana fortificada
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ROMA
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
Para enfrentar os custos crescentes da defesa do império, a solução foi
aumentar os impostos e, para superar as dificuldades de arrecadação,
entregar aos grandes proprietários a responsabilidade de coletá-los, perdendo
grande parte do poder de coesão do estado.
As invasões bárbaras do século V d.C. aceleraram a perda de controle dos
territórios e assinalaram o fim do Império Romano do Ocidente. O Império
Romano do Oriente, entretanto, tendo por capital Constantinopla, atravessou
a Idade Média como um dos estados mais poderosos do mundo
mediterrâneo.
o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental
de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla.
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ROMA
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
A partir do século VII d.C. a expansão islâmica, facilitada pelo enfraquecimento
dos Impérios Bizantino, Persa e dos estados germânicos, que sucederam ao
império romano, interromperam as ligações entre o Ocidente e o Oriente, pelo
Mediterrâneo, fazendo desaparecer de suas águas o comercio entre os
estados cristãos, com exceção de algumas regiões polarizadas por cidades
como Bari, Amalfi e Veneza, onde o comércio regular com os árabes e com
Constantinopla mantêm-se, apesar de todas as dificuldades.
Amalfi
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Planta de Veneza
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