MÁQUINAS DE FLUXO UNIDADE IV – BOMBAS UNIDADE IV – BOMBAS 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO 4.2 – ESCOLHA DA BOMBA – POTÊNCIA NECESSÁRIA AO ACIONAMENTO 4.2.1 – GENERALIDADES 4.2.2 – VAZÃO A SER RECALCADA 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS 4.2.4 – ALTURA MANOMÉTRICA 4.2.5 – PERDAS DE CARGA NA INSTALAÇÃO 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA UNIDADE IV – BOMBAS 4.2 – ESCOLHA DA BOMBA – POTÊNCIA NECESSÁRIA AO ACIONAMENTO 4.2.8 – MEDIÇÃO DIRETA DA ALTURA MANOMÉTRICA 4.2.9 – RENDIMENTOS A CONSIDERAR EM UMA BOMBA 4.2.10 – POTÊNCIA NECESSÁRIA AO ACIONAMENTO DAS BOMBAS 4.2.11 – POTÊNCIA INSTALADA 4.2.8 – ESCOLHA PRIMÁRIA DA BOMBA 4.3 – BOMBA – TIPOS E DETALHES CONSTRUTIVOS 4.3.1 – CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS BOMBAS 4.3.2 – CLASSIFICAÇÃO DAS TURBOBOMBAS 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO As instalações de bombeamento podem apresentar em sua forma, dependendo de seu objetivo e importância, variações das mais diversas. Figura 1 – Esquema de uma instalação de bombeamento típica. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO – Casa das bombas (1): edificações próprias destinadas a abrigar o conjunto motorbomba. – Motor de acionamento (M): órgão encarregado do acionamento da bomba, podendo ser: - Um motor elétrico - Um motor de combustão interna ( a gasolina ou diesel) - Uma turbina hidráulica ou a gás - Uma tomada de força qualquer (de tratores, por exemplo) – Bomba (B): órgão encarregado de succionar o fluido, retirando-o do reservatório de sucção e energizando-o através de seu rotor, o que impulsiona-o para o reservatório de recalque. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO – Válvula de pé com crivo (VPC): Instalada junto ao pé da tubulação de sucção, é uma válvula unidirecional que só permite a passagem do fluido no sentido ascendente. Figura 2 – Válvula de pé com crivo A válvula de pé com crivo mantém a bomba escorvada, ou seja, com o desligamento do motor de acionamento, mantém a carcaça e a tubulação de sucção cheia do fluido recalcado, impedindo o seu retorno ao reservatório de sucção. O posicionamento desta válvula no reservatório inferior deverá tanto a sucção de partículas depositadas no fundo do poço, bem como evitar que, com o funcionamento, seja a mesma descoberta, passando a bomba a aspirar ar. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO – Redução excêntrica (RE): redução que liga o final da tubulação de sucção à boca de entrada da bomba, de diâmetro normalmente, menor. Figura 3 – Redução excêntrica Com a excentricidade visa-se evitar a formação de bolsa de ar, à entrada da bomba, o que estrangula a secção de entrada e dificulta o funcionamento normal da bomba. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO – Válvula de retenção (VR): válvula também unidirecional instalada à saída da bomba e antes do registro de recalque. Figura 4 – Válvula de retenção Tem as seguintes funções: - Impedir que o peso da coluna de recalque seja sustentado pelo corpo da bomba; - Impedir que, com um defeito na válvula de pé e entrando a tubulação de recalque por baixo do reservatório superior, haja o refluxo do fluido. - Possibilitar, através de um dispositivo chamado “by-pass”, a escorva automática da bomba. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO – Registro de recalque (R): acessório destinado a controlar a vazão recalcada, através do seu fechamento e abertura. Figura 5 – Registro de recalque 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO Notação Básica empregada: a adoção de uma notação básica para as grandezas que ocorrerão com maior frequência. 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO 4.1 – INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO 4.2.1 – GENERALIDADES Basicamente a especificação de uma bomba para um certa instalação de bombeamento é função do conhecimento de duas grandezas: - Vazão a ser recalcada 9Q). - Altura manométrica da instalação (Hman ou H). Figura 6 – Sequência de operações para cálculo e escolha de uma bomba 4.2.2 – VAZÃO A SER RECALCADA A vazão a ser recalcada por uma bomba em uma instalação elevatória depende, essencialmente, de três elementos: - Consumo diário da instalação - Jornada de trabalho - Número de bombas em operação (caso das instalações com bombas associadas em paralelo.) 4.2.2 – VAZÃO A SER RECALCADA Tabela 1 – Estimativa de consumo – Informativo TécnicoTigre (Cia. Hansen Industrial) 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS A variação do diâmetro tem reflexos diretos sobre o investimento e o custo operacional da instalação. A necessidade de escolher uma faixa de diâmetros que conjugue investimento e custo operacional, de forma a ser levado a um CUSTO MÍNIMO. (CUSTO TOTAL = INVESTIMENTO + CUSTO OPERACIONAL) Figura 7 – Variações do investimento, custo operacional e custo total com o diâmetro. 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS – Fórmula de Bresse: Onde: D: diâmetro, em m. K: coeficiente variável, função dos custos de investimento e de operação. Atualmente, K varia entre 0,8 e 1,3 (valor comum = 1,0). Q: vazão, em m³/seg. A fórmula de Bresse fornece o diâmetro da linha de recalque. Para a linha de sucção, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior. 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS – Fórmula da ABNT: Onde: D: diâmetro, em m. T: jornada de trabalho, em horas. Q: vazão, em m³/seg. Não coincidindo o diâmetro calculado com um diâmetro comercial, é procedimento usual admitir o diâmetro comercial imediatamente superior para a linha de sucção e o comercial inferior para a linha de recalque. A fórmula da ABNT é usual quando o funcionamento é intermitente. 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS Figura 8 – Diâmetros das tubulações de uma elevatória com funcionamento intermitente, segundo ABNT. 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS – Velocidade econômicas: Obedecendo ao critério de obter-se um custo total mínimo, constatou-se que as velocidades de escoamento ficaram dentro dos seguintes limites: Vsucção < 1,5 m/seg (no máximo 2,0 m/seg) Vrecalque < 2,5 m/seg (no máximo 3,0 m/seg) Assim, o dimensionamento das linhas de sucção e recalque pode basear-se em tais limites de velocidade (chamadas velocidades econômicas). 4.2.3 – DIÂMETROS ECONÔMICOS Através do uso da equação da continuidade, o dimensionamento das linhas de sucção e recalque pode ser determinado por: Logo: Como valores médios, pode-se adotar: Vsucção ≈ 1,0 m/seg Vrecalque ≈ 2,0 m/seg 4.2.4 – ALTURA MANOMÉTRICA Define-se a altura manométrica de um sistema elevatório como sendo a quantidade de energia que deve ser absorvida por 1 (um) quilograma de fluido que atravessa a bomba, energia esta necessária para que o mesmo vença o desnível da instalação, a diferença de pressão entre os dois reservatórios (caso exista) e a resistência natural que as tubulações e acessórios oferecem ao escoamento dos fluidos (perda de carga). Figura 9 – A altura manométrica (Hmam) de uma instalação com reservatórios abertos (pr = pa = patm) 4.2.4 – ALTURA MANOMÉTRICA Onde: Quando ambos os reservatórios são abertos e sujeitos, portanto, à pressão atmosférica (pr = pa = patm): 4.2.5 – PERDAS DE CARGA NA INSTALAÇÃO A perda de carga na instalação consiste na resistência oferecida pelas tubulações e acessórios (que são rugosos) ao escoamento do fluido (que é viscoso). Pode ser: - Contínua: perda de carga nos trechos retos de canalizações. - Localizada ou acidental: perda de carga nos acessórios das tubulações. 4.2.5 – PERDAS DE CARGA NA INSTALAÇÃO Influem de uma forma direta na perda de carga: - A natureza do fluido. - O estado superficial da parede e, portanto, o material de que é feito o tubo. - O diâmetro da tubulação. - A natureza do regime de escoamento (laminar ou turbulento). - O comprimento da tubulação. 4.2.5 – PERDAS DE CARGA NA INSTALAÇÃO Podemos considerar ainda: - O material empregado na fabricação do tubo: o estado superficial (rugosidade) da parede é função do material utilizado. - O processo de fabricação do tubo: um tubo sem costura oferece menos resistência do que um tubo com costura. - Existência de revestimentos especiais: são empregados visando eliminar ou minorar o efeito da corrosão. - O estado de conservação das paredes: um tubo que sofre uma limpeza periódica apresenta melhores condições. - A idade da tubulação: com o passar dos tempos, a rugosidade das paredes aumenta e, com a deposição progressiva das substâncias contidas nos fluidos, há um redução da secção de escoamento. 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 1 – Uso conjugado da fórmula de Darcy-Weissbach com o ábaco de Moody: 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA A velocidade média do escoamento, segundo a equação da continuidade aplicada a condutos circulares, é dada por: Onde: 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA Para determinação do coeficiente de atrito (f), devemos considerar: - O escoamento é laminar (Re < 2000) Quando o escoamento for laminar, o coeficiente de atrito f é dado diretamente por: Onde: 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA - O escoamento é turbulento (Re > 2400) Quando o escoamento for turbulento, o coeficiente de atrito f, além de ser função do regime de escoamento, depende também da rugosidade da tubulação. Figura 10 – Tubo cortado. A rugosidade relativa pode ser obtida diretamente do Ábaco 1ou através dos valores da rugosidade absoluta da Tabela 1. 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA Tabela 1 – Rugosidade absoluta. Conhecidos o número de Reynolds e a rugosidade relativa, o coeficiente de atrito f é dado pelo Ábaco 2 (Ábaco de Moody). De posse dos valores de f, L, D, V e g, a expressão de Darcy-Weissbach dá o valor da perda de carga contínua. 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 2 – Uso do ábaco de Hazen-Williams: Figura 11 – Ábaco de Hazen-Williams 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA Tabela 2 – Valores de C 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA Tabela 3 – Valores de C 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 4.2.6 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA 3 – Perda de carga em canalizações de PVC rígido: 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA 1 – Método dos comprimentos equivalentes: Tal processo consiste em substituir o acessório por um comprimento de tubulação reta de mesmo diâmetro e material, na qual ocorra uma perda de carga igual aquela que acontecerá no acessório. 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA Tabela 4 – Comprimentos equivalentes 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA Tabela 5 – Comprimentos equivalentes 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA 2 – Método direto: A perda de carga localizada pode ser dada diretamente por: A perda de carga em todos os acessórios será, então: 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA Tabela 6 – Valores aproximados de K 4.2.7 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA Figura 12 – Diagrama para determinação de V²/2g 4.2.8 – MEDIÇÃO DIRETA DA ALTURA MANOMÉTRICA 1 – Bomba com sucção positiva: A perda de carga localizada pode ser dada diretamente por: A perda de carga em todos os acessórios será, então: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e instalações de bombeamento. 2. ed., rev. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 782p. - FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à mecânica dos fluidos. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, c2006. xiv, 798p. - CARVALHO, Djalma Francisco. Instalações Elevatórias – Bombas. Belo Horizonte, FURMAC – IPUC, 1977, 355p.