TIRADENTES
(PEDRO AMÉRICO)
Considerado pela Coroa Portuguesa como o
cabeça da conjuração Mineira, morto por
enforcamento, Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes, tornou-se herói nacional e uma
das figuras mais polêmicas da nossa história.
Muito tem-se falado dele, mas sabe-se pouco
de sua vida.
 Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes, considerado o cabeça da
Conjuração Mineira, foi executado por
enforcamento e teve o corpo esquartejado e
exposto em praça pública,


Decorridos 218 anos, além do verdadeiro
rosto de Tiradentes, até hoje
desconhecido, pois nunca retratado em
vida, muitos mistérios ainda cercam a vida
desse intrigante personagem e o
movimento insurrecional que o consagrou.
O MITO DO HERÓI

"Amanheceu o dia 21 de abril, que lhe abriria a eternidade"
[Últimos momentos...p.108], assim descreve o frei Raimundo
Penaforte últimos momentos de Joaquim José da Silva Xavier.
Morre o homem, nasce o mito. Forjado pelos franciscanos,
confessores dos inconfidentes, o ideal cristão é projetado na
figura de Tiradentes. Torna-se modelo de homem cristão,
generoso, arrependido, castigado, mas preparado para bem
morrer. Segundo os confessores, ele recebeu sereno e
convencido da gravidade de seus pecados a sentença
condenatória. Após a leitura do Decreto Régio, que apenas o
condenava à morte, sua reação foi de alegria pelos outros réus
favorecidos pelo perdão real, e pouco trabalho tiveram em seu
consolo. Descrevem sua caminhada para o cadafalso, como se
fosse o próprio Cristo: beija os pés e perdoa o carrasco; recebe
a alva, despe a camisa e caminha com o crucifixo na mão.

É desta forma que se formaliza a primeira
tentativa de criar uma memória histórica
da Inconfidência Mineira e, também, a
construção da imagem de Tiradentes. Os
frades confessores estavam preocupados
em perpetuar, através de memórias e
discursos, uma determinada versão que
surge como vestígio de uma época e como
representação dela. Demonstram suas
preferências e a imagem de si próprios,
marcados pelos conflitos de uma
sociedade.
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
O mito sobrevive. Martirizado, figura central de um
acontecimento, sua imagem é a construção dos ideais
cristãos: humildade, arrependimento e esperança de vida
eterna.
O marco historiográfico que coloca a Inconfidência
Mineira novamente em evidência é o livro de Joaquim
Norberto de Souza e Silva, História da Conjuração
Mineira, de 1873. Em um trabalho de fôlego, pela
primeira vez são utilizados os Autos da Devassa e as
memórias dos frades franciscanos. Na vida ou na morte,
Tiradentes não foi bem acolhido pelo monarquista
Joaquim Norberto: "Morrera o Tiradentes, não como um
grande patriota, com seus olhos cravados no povo, tendo
nos lábios os sagrados nomes da pátria e da liberdade
(...) mas como cristão preparado há muito tempo pelos
sacerdotes" [v.2, p.221]. Portanto, não acreditava que
Tiradentes tivesse condições, principalmente pela sua
falta de caráter, de ser o cabeça da conjuração.

Porém, os primeiros republicanos , em busca de
um herói nacional, encontraram nele, o símbolo
mais que perfeito. Utilizaram a imagem deixada
pelos franciscanos, pois segundo o historiador
José Murilo de Carvalho, em seu livro A
Formação das Almas, naquele momento
"Tiradentes não deveria ser visto como herói
republicano radical, mas sim herói cívicoreligioso, como mártir, integrador, portador da
imagem do povo inteiro" [p.70]. Acertaram no
alvo. Tiradentes caiu no gosto popular e nunca
mais deixou de estar presente no nosso
imaginário político e social.

A imagem de Tiradentes, herói nacional,
mito de origem moderno do nosso ideal
de liberdade, sobrevive no tempo. A
historiografia da Inconfidência Mineira e o
jogo de interesses políticos e ideológicos
cumprem o papel de perpetuar o mito e
alimentar ilusões no imaginário coletivo. O
cenário cristão da sociedade brasileira
acalenta o virtuoso Tiradentes.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
(1789)
Fatores:
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•
•
•
Impostos elevados;
Pacto Colonial e Monopólio Comercial;
Reservas de altos cargos para portugueses;
Faltas de escola de ensino primário;
Rigorosa censura na entrada de livros
estrangeiros
Participantes do Movimento:
Participaram do movimento pessoas
importantes na época, como: padres,
militares e poetas.
 Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio
Gonzaga e Alvarenga Peixoto.
 Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes).

"Foi mascate, pesquisou minerais, foi
médico prático. Tornou-se também
conhecido, na sua época, na então
capitania, por sua habilidade com que
arrancava e colocava novos dentes feitos
por ele mesmo, com grande arte. "
Objetivos da Revolta:
Proclamar a República;
 Adotar uma Bandeira para Minas;
 Fundar uma Universidade;
 Conceder pensão aos chefes de família
numerosa;

Resultados:
A revolução estava marcada para o dia da
derrama, porém isso não aconteceu, pois o
inconfidente Joaquim Silvério dos Reis,
denunciou os companheiros ao governador
Visconde de Barbacena em troca de perdão para
suas dívidas com o governo.
 Tiradentes estava no RJ, onde acabou sendo
preso e tendo como pena a morte por
enforcamento e o esquartejamento do corpo em
1792.

CURIOSIDADES:

Tiradentes foi apenas um bode expiatório de
uma revolução que se dizia iluminista, mas
estava mais preocupada com o quinto do ouro
das Minas Gerais que era enviado à Portugal.
Tiradentes era alferes, na hierarquia militar
antiga, a patente de oficial abaixo de tenente.
Participaram da tentativa de derrubar o governo
português, por exemplo, dois coronéis,
Domingos de Abreu Vieira e Francisco Antônio
de Oliveira Lopes, e dois poetas famosos até
hoje, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio
Gonzaga.

Os brasileiros acreditam que seu maior herói,
Tiradentes, era apenas um humilde alferes
(cabo, na atual hierarquia militar) que
suplementava seu parco salário arrancando os
dentes dos outros. Pois, pois, o historiador
André Figueiredo Rodrigues, no livro A Formação
dos Inconfidentes – Caminhos e descaminhos
dos bens de conjurados mineiros, demonstra
com documentos que Tiradentes era proprietário
de terras agrícolas e de mineração. Tinha pelo
menos cinco escravos
CONJURAÇÃO BAIANA (1798)
Foi também chamada de Conjuração do
Alfaiates, pois esse era o ofício dos
principais envolvidos;
 O movimento sofreu muita influência da
Revolução Francesa;
 Os conjurados eram pessoas humildes,
maioria mulatos, negros e escravos que
sonhavam com a transformação da
sociedade baiana.


Sociedade: A maioria da população vivia
na miséria, ao lado dos senhores de
engenho e dos comerciantes, que eram
ricos;
•
Eles planejavam derrubar o governo,
abolir a escravidão e proclamar a república
na Bahia;
Resultado:

A forte participação das camadas mais
desfavorecidas da população, fez com que
a justiça rela se tornasse implacável, tanto
que os quatro principais envolvidos: os
soldados (Luís Gonzaga e Lucas Dantas) e
os alfaiates (João de Deus e Manuel
Faustino dos Santos), foram enforcados e
esquartejados.
Ano
Local
Participantes
Inspiração
Desejos
Escravidão
Estopim
Fim
Inconfidência Mineira
Conjuração Baiana
1789
1798
Minas Gerais
Bahia
Militares, religiosos, donos de minas, fazendeiros,
poetas, profissionais liberais, funcionários
públicos (classe média e elite)
Alfaiates, artesãos, pequenos comerciantes, religiosos,
escravos libertos, escravos (camadas populares)
Iluminismo e Independência dos EUA
Maçonaria e Revolução Francesa
Independência e república
Independência e república
Não questionam a escravidão
Exigem o fim da escravidão
Derrama (cobrança de impostos decorrentes da
exploração do ouro)
Mudança da capital do Governo-Geral do Brasil de
Salvador para o Rio de Janeiro
Apenas Tiradentes é enforcado (o mais pobre
deles); os outros foram deportados para a
Quatro são condenados à morte (os mais pobres)
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TIRADENTES (PEDRO AMÉRICO)