Publicação Trimestral da ANERH 1º Trimestre 2012 - Número 22 – Ano 6 01 NEWS Nós Pensamos que… Editorial… Vivemos hoje num mundo de agitação, mutações e incertezas permanentes em que diariamente são postos em causa valores, referências e qualidade de vida gerando-se um futuro de insegurança. Estes condicionamentos pessoais afetam e são consequência da atividade empresarial com reflexos nas nossas empresas. Auscultamos os nossos associados sobre alguns temas importantes – veja nesta newsletter uma síntese das respostas – e todos confluem para as mesmas preocupações que podemos sintetizar: Os mercados, a sua turbulência e decadência, as transformações laborais, as dificuldades de tesouraria e cobranças, o custo do dinheiro e a imprescindibilidade de uma gestão eficiente; O papel inquestionável e importantíssimo das empresas de RH neste contexto de crise económico-social, na transformação, motivação, melhoria e capacitação contínuas dos Recursos Humanos; O abrir caminhos para a internacionalização das empresas; O acentuar da co-Responsabilidade Social das parcerias de RH e uma exigência no controlo e verificação do cumprimento das prestações sociais a bem da transparência, de uma concorrência sádia, da equidade e da justiça social e fiscal. Os temas e preocupações são os mesmos mais agudos e reforçados, sempre subjacentes a uma realidade avassaladora que nos coloca desafios de elevada fasquia a superar. Mas afinal, nada de novo! Esta sempre foi a nossa sina e a nossa vida de gestores – a superação permanente de desafios. Boa Páscoa para todos os Associados, colaboradores e família. Rodrigo Ferreira (Dr.) Presidente Apoiamos os esforços do Governo na regularização e equilíbrio das contas públicas mas consideramos que todos os sacrifícios infligidos ao povo Português só serão úteis e justificáveis se toda a sociedade e o Governo fizerem uma guerra sem tréguas contra os lobbies instalados – cooperações económicas, profissionais e outras – contra a corrupção e as injustiças sociais -, contra a “legislação” que dá cobertura e proteção a interesses iníquos e sectários; Somos por uma reforma da Justiça que a torne célere e não permita a obstrução permanente àqueles que não querem que a mesma se faça – a falsa e abusiva proteção dos direitos dos réus; Somos pela reforma do Estado, dos Organismos Públicos, Institutos e contra tudo o que contribua para o despesismo Nacional; Somos por uma Gestão prudente e rigorosa, pela transparência dos negócios e das relações sociais, por uma Legislação com princípios éticos e universais ao serviço de toda a sociedade e não de grupos ou minorias; Somos pela valorização do trabalho e do mérito, pela responsabilização individual, pela proteção dos verdadeiros necessitados mas contra uma sociedade falsamente protetora dos “coitadinhos”. Somos pelo esforço na criação de uma relação de confiança entre – Estado, Empresários, Trabalhadores, Associações Patronais e Sindicais e da Sociedade em geral – geradora de iniciativas que conduzam à recuperação económica, fonte de riqueza e de criação de postos de trabalho sustentáveis. “Nós Pensamos Que …” teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste teste Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH 02 NEWS Ponto de vista: “Legislação Laboral e Competitividade, a quanto obrigas …” Ninguém neste país, dos sindicatos às associações patronais, dos partidos aos meios de comunicação social, dos comentadores e economistas aos meros trabalhadores, discorda do facto de a nossa economia se dever tornar mais competitiva! Isto é, de poder vender melhores produtos ou serviços nos mercados externos, com mais qualidade e inovação e por menor preço que a concorrência internacional! Pode não parecer, mas é dos grandes desígnios nacionais o que merecerá um consenso mais alargado! Então porquê tanto alarido e discordância quando a questão é abordada? Exatamente porque, concordando todos com o fim, todos discordam dos meios para lá chegar… Se não vejamos: Os sindicatos entendem que tal só se atinge com melhores salários e emprego mais estável; as associações empresariais entendem que o que é necessário é mais flexibilidade laboral; os economistas e tecnocratas opinam que o défice está na investigação e na inovação do produto, os jornalistas avançam que o problema se encontra na falta de entendimento entre os partidos; os políticos acusam-se mutuamente sobre a paternidade das medidas, a sua oportunidade e o seu impacte social. Antecipando-se, adiantando-se ou mesmo ultrapassando o entendimento com a Troika, o governo apresentou um vasto conjunto de medidas que, neste aspeto não haverá dúvidas para ninguém, irão introduzir profundas alterações ao chamado “equilíbrio jurídico entre os interesses dos empregadores e dos trabalhadores”. Não é possível saber neste momento e com toda a exatidão, quais serão as alterações aos vários regimes previstos no Código de Trabalho e na Legislação Complementar que resultarão desta maratona legislativa, de negociação na Concertação Social e em sede parlamentar, nem quais as que ficarão pelo caminho, como a da redução da Taxa Social Única ou a da extensão do horário diário em meia hora. A ANERH, enquanto associação representante de um sector “sensível” a esta temática, precisamente o dos recursos humanos, reserva-se o direito de voltar a expressar a sua opinião em momento mais adequado à configuração real e objetiva das medidas, bem como à avaliação do impacte que as mesmas terão na economia e competitividade, de uma forma geral, e nas empresas do sector, em particular. Mas uma coisa é certa e pode ser, desde já, antecipada: o mercado ajusta-se muito depressa a estas alterações e, operando as nossas associadas essencialmente no mercado interno, os benefícios de competitividade e refrescamento económico serão rapidamente neutralizados pelos mecanismos concorrenciais. Teremos que esperar vários meses antes de conhecermos a moldura global das alterações, uma vez que as mesmas ocorrerão “em pacotes” ao longo do ano: Banco de Horas e Subsídio de Desemprego os mais rápidos (março?); Despedimentos até julho e Indemnizações só em novembro? Pontes, redução de feriados e Férias provavelmente apenas terão expressão prática a partir de 2013… Será, seguramente, um “turbilhão de mudança” que demorará algum tempo no seu ajustamento. Tudo em nome da flexibilidade, tudo em nome do relançamento económico … e o DESEMPREGO? Competitividade, a quanto obrigas… Rui de Brito Henriques (Vice Presidente da ANERH para a área do Outsourcing) Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 03 OS NOSSOS PONTOS DE VISTA (respostas ao inquérito) A Associação enviou a todos os associados um pequeno inquérito sobre a conjuntura que atravessamos, os seus reflexos na atividade e propostas de iniciativas a desenvolver pela Associação. Apresentamos uma síntese das respostas enviadas sobre cada um dos temas. O documento torna-se um pouco extenso mas vale a pena conhecer o que se pensa no mundo das empresas Associadas. Analise até ao fim Face aos desafios atuais da economia e ao clima de austeridade, como poderão as empresas do sector dos recursos humanos assegurar a sua sustentabilidade? Num contexto de crédito mais caro e mais escasso, penso que as empresas deste sector se devem focar nos clientes com quem mantêm relações mais estreitas, fortalecendo essa parceria e tentando aí identificar novas oportunidades em áreas ainda não saturadas. A confiança e a fidelização surgem agora mais do que nunca como valores a cultivar, devendo-se implementar uma estratégia de obtenção de recomendações que facilite a apresentação da nossa empresa junto de novas empresas com quem esse cliente mantém relacionamento. É também essencial à sobrevivência manter um rigoroso controlo sobre o prazo médio de recebimentos. Igualmente afigura-se como desejável o aumento da percentagem das operações tradicionalmente não sujeitas a financiamento (consultoria e formação entre outras) em detrimento das restantes (trabalho temporário e outsourcing). Neste momento o tecido empresarial Português atravessa uma fase bastante complexa onde as fortes restrições ao crédito, a fraca capitalização da maioria das empresas Portuguesas e a difícil conjuntura económica que o pais atravessa são uma realidade. As empresas da área dos Recursos Humanos não fogem a este enquadramento, e na minha opinião a questão do acesso ao crédito é ainda mais problemática, pois neste sector o prazo médio de recebimentos está acima dos 70 dias e mais de 80% dos custos operativos deste negócio são salários e como tal tem que ser pagos no final de cada mês. Assim, e em virtude da necessidade de "funding" deste sector e da grande dificuldade que irá ter pela frente no acesso ao mesmo, torna-se necessário tomar um conjunto de medidas entre as quais destaco duas: 1. Grande seletividade no novo negócio: Toda e qualquer entrada em novos clientes terá que ter subjacente uma analise detalhada da situação financeira de cada cliente, e apenas se deve tomar a decisão de entrar em clientes que reúnam em simultâneo as seguintes 3 condições: i) situação financeira saudável, ii) esforço de tesouraria reduzido (prazos médios de recebimento abaixo dos 60 dias) e por ultimo o negócio tenha boas probabilidades de ser sustentável no médio e longo prazo. 2. Análise detalhada do risco da carteira de clientes, tornando-se imperativo estar atento a situação financeira de cada cliente e, ao mínimo sinal de instabilidade, fazer uma analise detalhada no sentido de avaliar a sua continuidade. O contexto sócio-económico reafirma a necessidade de aposta no Valor dos Recursos Humanos nas organizações, e assim, desde o Recrutamento e Seleção, á Formação, á Avaliação do desempenho, ao apoio para a motivação, para a conciliação com a vida familiar, para a igualdade de oportunidades, tudo são propostas que as empresas de RH deverão fazer e que terão certamente acolhimento por parte dos bons gestores e das boas organizações. A aposta continuará a ser na prestação de serviços de qualidade com fortes parcerias com os clientes. É necessário reinventar produtos e serviços adequados. Novas metodologias que permitam diminuir o investimento para os clientes. A sustentabilidade passa cada vez mais por uma cuidada avaliação dos riscos e por uma boa perceção das oportunidades que se colocam às empresas. A gestão das empresas tem que ser cada vez mais eficiente e mais criteriosa. Em tempos de austeridade e de crise a necessidade de se estar mais atentos multiplica-se exponencialmente. As decisões têm de ser muito bem ponderadas! O custo do dinheiro, as margens, os prazos de pagamento dos clientes… Tudo tem de ser visto com muito rigor, com muita objetividade. O mercado não permite que se “ponha o pé em falso”. Ao avaliarmos os negócios, deve-se ponderar muito bem a relação custo/benefício. Temos de pensar e repensar novos caminhos. A resiliência e a consistência na vida das empresas são também vetores de decisão bastante importante para os clientes. Os clientes procuram empresas que lhes deem confiança, a baixo custo. Só assim surgem novas oportunidades. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 04 OS NOSSOS PONTOS DE VISTA (respostas ao inquérito cont.) Como é que acha que se irão refletir as alterações à legislação laboral na atividade das empresas do sector? Do que até agora foi implementado ou de que se conhece das linhas de orientação, penso que as alterações implicam uma ligeira redução de custos laborais para as empresas clientes (veja-se os casos da redução de caducidades bem como do pagamento das horas extraordinárias) e consequentemente implicando um serviço de colocação de pessoal em TT ou outsourcing mais acessível. Mantém-se porém os constrangimentos anteriores quanto à duração dos contratos de trabalho temporário que não foram objeto de alargamento excecional de prazo à semelhança do que aconteceu com os contratos a termo certo em vigor. Sobre este tema não me vou prenunciar pois ainda falta legislar muitas situações que, segundo o plano da "troika", irão ocorrer essencialmente no final do corrente ano. Havendo um clima de instabilidade e de mudança, surgem necessidades de adaptabilidade, de reafirmação de Valor, que as empresas do setor poderão promover, ajudar, e oferecer um serviço especializado. Considerando as atividades de outsourcing, entendemos que, numa primeira leitura, poderá vir a haver um impacto positivo, sobretudo no que respeita a operações “à tarefa”, com particular incidência naquelas cujo contrato já existe há alguns anos. Por outro lado, nas operações que são faturadas numa base horária e nas novas operações, a empresa terá de fazer refletir estas alterações no preço a apresentar ao cliente, podendo mesmo vir a haver a probabilidade de se verificar algum tipo de renegociação de contratos, se as mesmas vierem a ter alguma expressão real. O efeito será, então, neutralizado. Tem planos de internacionalização para a sua empresa? Considera de interesse a Associação debruçar-se sobre este assunto? Neste momento o grupo de empresas que dirijo não tem nem dimensão nem capital suficiente que lhe permita sozinho enfrentar as adversidades de uma internacionalização. Equacionamos estudar essa hipótese, sempre através de parcerias com partners locais, se algum cliente nos lançar o desafio de o servir no estrangeiro com a mesma qualidade a que o habituamos em Portugal. Considero porém como importante que uma associação de recursos humanos seja um facilitador da internacionalização para os associados que pretendam tentar este caminho de crescimento e diversificação das suas atividades. A internacionalização terá como principais objetivos aceder a mercados emergentes, onde as margens de crescimento do volume de negócios e os índices de rendibilidade são bastante mais atraentes face aos praticados no mercado nacional. Esta situação, aliada ao facto de estarmos perante uma conjuntura económica bastante complexa quer em Portugal quer de um modo geral em toda a Europa, torna imperativo que as empresas Portuguesas a operarem neste sector ponderem de uma forma muito seria a sua internacionalização, pois pode estar aí a única solução para a sua sustentabilidade. Neste sentido, e dado que a maioria das empresas deste sector são de pequena e média dimensão, é muito importante que a ANERH apoie os seus associados, no sentido de identificar e divulgar junto dos mesmos todos os apoios e incentivos que existem em Portugal. A Internacionalização terá que ser uma aposta presente, e no caso das empresas deste setor há o mercado dos PALOP´s com grande potencial e em que iremos apostar. Seria de muito interesse a Associação fazer um estudo sobre esses mercados para apoiar os seus associados neste processo de internacionalização. Já abrimos uma empresa em Moçambique. A Associação pode desempenhar um papel de facilitador nestes processos. Considera-se ser do maior interesse haver, por parte da ANERH, um acompanhamento dos diversos mercados potenciais chamando a atenção para as principais oportunidades que, regularmente, se colocam à indústria do Outsourcing, à Formação e à Consultoria em Recursos Humanos. Este esforço deveria ser, obviamente, vocacionado para o perfil das empresas pertencentes ao universo da ANERH. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 05 OS NOSSOS PONTOS DE VISTA (respostas ao inquérito cont.) Qual é, na vossa opinião, o papel e a relevância das empresas de recursos humanos numa estratégia de conservação ou geração de emprego e de aumento da qualificação? O papel determinante de uma empresa de recursos humanos é ouvir as inquietações dos seus clientes e dar uma resposta global flexivel e adequada a essas preocupações, aportando uma mais-valia através da experiência do seu pessoal especializado. Numa fase de forte retração do mercado laboral, empresas de trabalho temporário e outsourcing são cada vez mais essenciais no acesso dos candidatos a um emprego que embora com limites temporais bem definidos, lhes confere uma experiência e novos conhecimentos que vêm enriquecer o seu currículo e facilitar futuras empregabilidades. Saliente-se também que este sector possibilita às empresas utilizadoras gerir os seus recursos mais eficazmente dispondo das pessoas certas no tempo certo. A área de consultoria e formação retira deste momento de crise uma maior necessidade de reestruturar empresas e formar os seus recursos no desenvolvimento de novas competências, elevando desse modo a produtividade e eficácia empresarial. Segundo os últimos dados disponíveis o sector do Trabalho Temporário emprega cerca de 1,5% do total da população ativa, situação evidência bem o contributo deste sector para a sustentabilidade de um numero bastante significativo de postos de trabalho em Portugal. A tendência é para este numero aumentar, estimando-se que poderá vir a representar entre 4% a 5% do total da população ativa, alinhando-se com os rácios das economias mais desenvolvidas da Europa. Outro ponto que é importante referir, é que uma boa parte dos trabalhadores temporários são integrados nos quadros das empresas utilizadoras deste tipo de serviços, situação que espelha outra das importantes funções das empresas deste sector, o de servir de plataforma de entrada no mercado de trabalho. Deverão contribuir para a nova cultura de carreira multidisciplinar e multiemprego, aportando a cada pessoa um portfólio de competências que seja um passaporte de trabalho certificado e garante de Valor. Uma gestão das pessoas que permita que as organizações e os seus colaboradores trabalhem alinhados com os objetivos e permitam a sustentabilidade da empresa é sempre uma forma de garantir uma maior estabilidade do emprego. As empresas de RH, principalmente as que trabalham no sector da formação, têm uma forte responsabilidade no aumento da qualificação das pessoas, na garantia de um saber fazer que esteja adequado às necessidades da organização. Num modelo de gestão por competências, as empresas de RH devem intervir a dois níveis: - ao nível das pessoas e das suas capacidades, habilidades e comportamentos; - ao nível dos fatores organizacionais, promovendo nas organizações sistemas que valorizem as pessoas e o mérito, que garantam a equidade e justiça organizacional e que procurem criar ambientes estimulantes e mobilizadores do potencial das pessoas. Num período conturbado como o que estamos a viver com cenário de crise económico-social e sobretudo de confiança, as empresas de recursos humanos assumem um papel determinante, devendo ter uma participação ativa no processo de motivação, desenvolvimento e retenção do capital humano. Ações integradas que promovam a adaptação a processos de mudança, melhoria do clima organizacional e que visem a motivação e o desenvolvimento de competências dos colaboradores, nomeadamente das chefias, assumem-se como estratégicas para ultrapassar os obstáculos que um mundo cada vez mais complexo nos lança ao caminho. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 06 OS NOSSOS PONTOS DE VISTA (respostas ao inquérito cont.) Que propostas de alteração legislativa a ANERH deveria apresentar ao Governo? Ou ações que deva desencadear em 2012? Penso que os concursos públicos deveriam ter novas regras, nomeadamente na independência dos juris de avaliação das competências téecnicas das propostas concorrentes assim como o estabelecimento de um “fee” mínimo que minimize situações de ofertas em “dumping”. Apelo também a um mais rigoroso controlo dos fornecedores do estado no cumprimento das suas obrigações sociais e fiscais que não passa apenas pela mera apresentação formal de declarações de não dívida que se revelam manifestamente insuficientes. Uma associação serve como veículo de transporte dos problemas transversais às variadas empresas do sector e sua consequente divulgação junto dos organismos públicos e órgãos de soberania no sentido de que futura produção legislativa leve em conta essas recomendações. Neste sentido a associação deve tentar alargar e aprofundar o movimento associativo reforçando o papel da associação como parceiro social suficientemente representativo do sector. As principais propostas já estão identificadas pela Direção da ANERH e que consistem na co-responsabilidade das empresas utilizadoras deste serviço, diferenciação do alvará consoante a dimensão das empresas deste sector,…) Penso que legislação já há bastante, mas deverá a Associação fazer “lobby” de pressão para que o setor privado e as Pme´s sejam olhadas como agentes promotores de emprego e capazes de garantir uma melhor empregabilidade Clarificação do processo de certificação de empresas de formação. Legislação sobre a abertura de empresas na área dos RH, nomeadamente empresas que já abriram falência em várias”versões” e que continuam de forma fraudulenta no mercado. Como Associação Nacional para Empresas de Recursos Humanos, considera-se importante que a ANERH reflita junto do governo as preocupações das empresas deste sector, nomeadamente no que respeita à falta de acompanhamento, controlo e verificação do cumprimento de pagamento de prestações sociais, impostos e remunerações aos trabalhadores por parte de certo tipo de empresas de Trabalho temporário (TT) e Outsourcing. Da mesma forma como o acompanhamento e controlo da atividade formativa e de consultoria por empresas credenciadas para o efeito, por forma a minimizar situações de desregulação e falta de qualidade na prestação destes serviços criadoras de um estigma injusto e inaceitável para a imagem das empresas que operam de forma cumpridora e responsável. De seguida resumem-se algumas das medidas / ações a serem assumidas pela ANERH em sede própria (legislação) junto do governo: • Co-responsabilização solidária nas atividades de TT entre empresa / cliente e empresa prestadora de serviço (ex. as empresas de TT devem remeter mensalmente para o cliente cópia das folhas de salário e prestações complementares pagas – SS, IVA, IRS); • Criação de alvarás em função do volume negócios a desenvolver; • Maior transparência e controlo nos concursos públicos por entidade própria a definir/criar para o efeito; • Utilização de recibos verdes nas atividades de outsourcing só em caso excepcionais, devendo estar previsto nos respetivos concursos e propostas de forma clara e transparente; • Comunicação obrigatória às autoridades (IEFP, ACT, Segurança Social, etc) das empresas utilizadoras de TT, Outsourcing e de Formação; • Fazer sair legislação sobre a formação profissional e criar um mecanismo mais rigoroso de controlo da formação desenvolvida, assim como do cumprimento das horas de formação realizadas para os trabalhadores; •Criação de uma taxa hora de formação que possa constituir um valor base de referência no mercado. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 07 OS NOSSOS PONTOS DE VISTA (respostas ao inquérito cont.) Opinião sobre outros assuntos que considere relevantes Considero como imprescindível para um correcto funcionamento do mercado, a agilização das cobranças judiciais pensando mesmo que a associação deverá promover acções que denunciem o efeito nefasto na tesouraria e até no equilíbrio financeiro das empresas do arrastar de processos de cobrança nos tribunais portugueses por anos a fio. Um dos temas que neste momento considero de extrema importância para o sector é o de termos uma associação forte e com representatividade que defenda os interesses dos seus associados. Nesse sentido, penso que devemos avaliar de forma muito seria a possibilidade de "fusão" das principais associações deste sector, no sentido de concentramos todos os esforços disponíveis. Deveria a Associação agir mais fortemente sobre a informação do bom cumprimento do Código do trabalho, nomeadamente no cumprimento das 35 horas da Formação Profissional, e promover as vantagens que as empresas têm na formação certificada, nos processos de avaliação de desempenho, e na boa seleção de pessoas. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS Gostos não se discutem… BUONDI - É mesmo NOBRE Apesar do nome italiano, não se deixe enganar, a cozinha é portuguesa e maravilhosa com assinatura da chef Justa Nobre. O seu marido José Nobre faz as honras da casa, acolhendo com a habitual simpatia que caracteriza os espaços já por eles ocupados. Numa zona central, no nº 53-B da Avenida Sacadura Cabral junto ao Campo Pequeno, este restaurante é agradável e tem uma decoração sóbria mas sofisticada. Amplo e invadido de luz, oferece também zonas mais privadas, perfeito para se efetuar almoços de negócios com tranquilidade. A sua ementa criativa aproveita o melhor da cozinha portuguesa, apresentando todos os pratos com um toque de inovação. Aqui sobre sai a intuição da chef, que passados anos, continua a surpreender o paladar dos seus convidados com os seus sabores arrojados. Entre os pratos de peixe e de carne a escolha não é fácil. Para peixe recomendo Lombo de Dourada em Crôsta de Camarão, ou o Bacalhau que aqui pode ser servido à Gomes de Sá, à Brás, à Minhota, ou à Transmontana. Para carne recomendo Confit de Pato com Molho de Manga ou o Medalhão de Novilho com Foie – Grás. Mas o ex-libris da casa é a sopa de santola que é divinal! Não há dúvida nenhuma que estamos num espaço Nobre. Dr. António Eloy Valério (Presidente da Comissão Executiva do grupo Multipessoal) 08 Esta rubrica está aberta a todos os associados que queiram relatar uma experiência gratificante no domínio gastronómico, literário, viagens, cultural ou outro que considere de interesse partilhar com todos nós. Aderir para intervir Faça-se Associado da ANERH NEWS 09 Momentos de Poesia O nosso bom amigo e Ex Vice-Presidente da Associação Dr. Afonso Batista depois de nos ter brindado com o testemunho da sua experiência profissional através do livro “Descubra o líder que há em si” surpreende-nos com os seus dotes de poeta através de um conjunto de poemas compilados em “A Voz das Pedras”. Pura poesia de uma profundidade que nos leva até ao nosso profundo âmago. Não resisto a transcrever a contracapa de “A Voz das Pedras” cujo registo considero surpreendente: “Sendo nós seres finitos de tempo, espaço e sabedoria, transformada em memória, "A Voz das Pedras" fala da nossa significância e insignificância numa altura em que somos cada vez mais desabitados pelo humanismo e em que transformámos o outro num ser descartável e consumível. A história de amor é uma metáfora, porque nele; no amor e na sua vivência, representam-se todas as contradições, perplexidades e angústias que se vivem no mundo de hoje. "A Voz das Pedras" é, também, um livro sobre o poder. Sobre o poder que temos uns sobre os outros, tão difuso e tão invisível, mas tão real e presente que destrói e aniquila, condiciona e usurpa e consome porque nós somos o principal produto que consumimos. Por isso, a profunda convicção que é preciso saber dizer "não perdoamos" como um paradoxal grito de revolta quando, o sermos cada vez mais objectos nos está a matar as emoções. Ouvir a voz das pedras ou o seu silêncio faz-nos voltar ao tempo do nosso equilíbrio, da nossa redenção.” Para ler, reler e saborear (e porque não comprar) eis alguns poemas