19 de janeiro de 2015 Relatório Semanal de Estratégia de Investimento | Destaques da Semana • Economia internacional: Reunião do BCE e possível anuncio de pacote de estímulos. Eleições presidências na Grécia no domingo. • Economia brasileira: Reunião do Copom. IPCA-15 na sexta-feira. | Economia Internacional Durante essa semana alguns eventos são dados como cruciais para o mercado em 2015. O primeiro deles, na quinta feira, será a reunião do Banco Central Europeu, onde o mercado especula um programa de estimulo com valor entre 500 e 630 bilhões de euros incluindo papeis soberanos de seus membros. Outro ponto muito importante são as eleições gregas no dia 25 (domingo), que podem definir o partido de oposição Syriza, contra o programa atual de austeridade, como novo governo local, podendo mudar o programa de contenção de gastos ipactuado com a Tróica durante o ápice da sua crise, podendo assim se distanciar do bloco europeu e de futuras ajudas econômicas. Também a semana começou agitada na Ásia, onde o Banco Popular da China resolveu mudar as regras de margem para operar em bolsa, reduzindo o espaço para alavancagem dos investidores, e acabou provocando a maior queda diária da bolsa chinesa desde 2008. Além desses fatores ainda aguardamos PMI da China, Zona do Euro e Estados Unidos nessa semana. Gráfico G1- Euro / Franco Suiço EUR/CHF 1,9 1,7 1,5 1,3 1,1 0,9 Jan-15 Jan-14 Jan-13 Jan-12 Jan-11 Jan-10 Jan-09 Jan-08 Jan-07 Jan-06 Jan-05 Jan-04 Jan-03 Jan-02 Jan-01 0,7 Jan-00 O cenário internacional teve como destaque mais importante na semana a atuação inesperada do Banco Central Suíço em retirar o teto de valorização de sua moeda contra o Euro. Esse movimento fez com que sua moeda saísse de 0,98 centavos de dólares para 1,19 dólares, caracterizando um movimento robusto de valorização da moeda contra as principais divisas do mundo. A suíça é caracterizada como porto seguro, porém ela arriscou em parte sua credibilidade em um movimento surpresa, antecipando um possível programa de estímulo por parte do Banco Central Europeu que forçaria a Suíça a continuar comprado um montante muito alto de Euros para manter o Franco artificialmente desvalorizado frente ao Euro. No primeiro momento o mercado leu de forma negativa essa atitude, porém após um análise mais profunda mudou sua percepção, pois deixa cada vez mais evidente que o quantitative easing (medidas de estímulo monetário) europeu esta próximo, motivado pelo risco de deflação e economia fraca no continente. Nos Estados Unidos a semana foi marcada pelos rendimentos das treasuries de 10 anos que novamente voltaram a operar abaixo de 2%, fechando a semana em 1,84%. Esse movimento caracteriza a busca pela qualidade, ou seja, apesar da bolsa europeia fechar em alta e o petróleo se recuperar durante a semana, o mercado esta apreensivo sobre como a agenda dessa próxima semana vai influenciar os mercados. Fonte: Bloomberg, 16/01/2015 às 10h00 | Economia Brasileira A avaliação positiva da nova equipe econômica nos 16 primeiros dias de 2015, um cenário global de queda nos preços das commodities (deflacionário) e um juro real que causa “inveja” aos países desenvolvidos e também emergentes, acabou trazendo um fluxo de curto prazo para o Brasil e o real apreciou. Apesar do período sazonalmente mais pressionado de inflação, expectativa de aumentos expressivos de tarifas do setor elétrico, projeções mais fracas de PIB brasileiro para 2015 e uma atuação positiva do novo ministro da Fazenda, acabou por pressionar para baixo a curva de juros. Os investidores acreditam que o COPOM aumente em 0,50% os juros básicos essa semana e atue com parcimônia nos próximos movimentos por parte do Banco Central do Brasil. A perspectiva de preços mais baixos nas matérias-primas torna necessária uma depreciação cambial maior para que o déficit em transações correntes caia para níveis mais sustentáveis de longo prazo. Ademais, dados consistentes de forca da economia americana e uma busca por proteção nos treasuries, irão continuar dando sustentação para o movimento de alta no dólar americano, o que pode trazer mais pressões para a inflação local. Será importante acompanhar dados de atividade e inflação nas próximas semanas para reavaliarmos a postura do BC com relação ao ciclo de juros. Mesmo na presença de alguma pressão inflacionária de curto prazo, o BC pode voltar a surpreender o mercado reduzindo o passo de sua elevação de juros para 0.25%, alegando fraqueza da atividade econômica e os efeitos cumulativos tanto de seu aperto monetário quanto das novas medidas de austeridade fiscal. Atenção total a decisão dessa quarta feira. | Mercados BOLSA Under Ibovespa 67000 57000 47000 37000 jul-14 set-13 fev-14 nov-12 abr-13 jan-12 jun-12 ago-11 out-10 mar-11 jul-09 dez-09 mai-10 set-08 fev-09 27000 abr-08 A última semana foi de busca por ativos menos arriscados ao redor do mundo, com queda nas principais bolsas americanas e fortalecimento do dólar. A bolsa chinesa teve mais uma semana de valorização, ainda repercutindo o pacote de 1 trilhão de dólares para infraestrutura e com expectativa de mais estímulos para economia. Na Europa, o Euro Stoxx 50 acabou a semana próximo da estabilidade. O aumento da volatilidade nos principais mercados e a eliminação da taxa de cambio mínima para o franco suíço, além do dado de deflação no CPI de dezembro na zona do euro, abrem espaço para o BCE começar a comprar títulos de divida soberana já na reunião do dia 22 deste mês (o mercado trabalha com um QE entre 500/630 bilhões de euros). No Brasil, ainda na expectativa de novos anúncios na área fiscal (aumento da Cide, mudança no PIS e Cofins), a real possibilidade de um aumento de 0,50% no Copom desta semana (até uma semana atrás era grande a aposta de uma elevação de 0,75%), entrega do balanço não auditado da Petrobras no próximo dia 27 de Janeiro e o fluxo positivo neste mês de capital externo para bolsa brasileira, sustentou o Ibovespa acima dos 49 mil pontos, com uma valorização na semana que passou de 0,36% e, no acumulado do mês, -1,98%. Isto posto, continuamos negativos em relação a essa classe de ativos, dado o baixo crescimento econômico e perspectiva de elevação dos juros internos, além do ciclo ainda desfavorável de preço de commodities. Fonte: Bloomberg, 16/01/2015 às 10h00 Over Página 3 de 5 CÂMBIO Under DXY 95 90 85 80 75 set-14 set-13 mar-14 set-12 mar-13 set-11 mar-12 set-10 mar-11 set-09 mar-10 set-08 mar-09 set-07 mar-08 70 mar-07 O Real foi destaque na última semana, valorizando-se quase 2% frente ao dólar americano. A expectativa de continuidade do ciclo de alta da taxa Selic e de mudança da política econômica, caminhando para maior austeridade fiscal, aumentam a atratividade do Brasil em relação a outros emergentes, contribuindo para a valorização do real nas duas últimas semanas, apesar do risco pais (CDS) e os spreads de títulos soberanos no mercado internacional (EMBI) estarem em patamares elevados para o rating atual do pais (grau de investimento). A perspectiva de adoção de medidas de estímulo monetário pelo BCE esta semana e a eliminação do teto de flutuação do franco suíço na semana passada colocou o Euro e o Franco em campos opostos na semana, com o primeiro como destaque de desvalorização e o segundo como o grande destaque na valorização. No mercado interno, o Banco Central segue com as atuações no câmbio e vende todos os dias os 2 mil contratos de swap cambial em leilões, além da renovação de contratos que vencem somente em fevereiro. A queda do rendimento dos títulos soberanos de países desenvolvidos e a maior liquidez no mercado tendem a estimular a retomada das operações de “carry trade”, que buscam ganhar com a arbitragem de juros, com os investidores buscando ativos com alto retorno (caso do Brasil). Mantemos uma posição comprada na moeda americana por acreditar que esse movimento do dólar é estrutural. Aproveitamos movimentos de queda para reforçar a posição. Fonte: Bloomberg, 16/01/2015 às 10h00 Over JUROS Juros Pré-Fixado Under Inflação Over Under Over 16,00 18,00 14,00 12,00 16,00 10,00 14,00 8,00 6,00 12,00 4,00 10,00 2,00 DI 17 jan-15 jun-14 nov-13 abr-13 set-12 fev-12 jul-11 dez-10 out-09 mai-10 mar-09 0,00 ago-08 8,00 jan-08 Na semana que passou, os mercados repercutiram as declarações do ministro Joaquim Levy e a precificação do próximo aumento da Selic abaixo do previsto no começo do ano, precificando 50 bps contra 75 bps durante o ápice da desvalorização do Rublo e a forte alta na taxa de juros na Rússia em dezembro passado. Com isso os juros cederam tanto na ponta curta (2017, de 12,58% para 12,28%) quanto na ponta longa (2021, de 12,17% para 11,90%). A reação ao ministro da fazenda, é que com os cortes de gastos anunciados aliados com a politica monetária, farão com que a economia brasileira inicie o movimento de retomada em 2016. Também, as taxa longas acompanharam as Treasuries, que fecharam abaixo de 2% no final da semana que passou. Para semana, esperamos um aumento de 50bps na Selic na reunião do Copom( 21/01), elevando os juros para 12,25%, entretanto não descartamos um aumento de apenas 0.25%, justificado pelo baixo nível da atividade econômica local e os efeitos cumulativos tanto dos aumentos passados de juros quanto das medidas atuais de austeridade fiscal. DI 21 Fonte: Bloomberg, 16/01/2015 às 10h00 | Indicadores e Cotações Segunda Agenda Semanal País IGP-M Inflation 2nd Preview BRA Produção de construção M/M EUR Criação de empregos formais Total BRA Período Jan Nov Dec Estimado ---501106 Anterior 0,65% 1,30% 8381 Relevância + + ++ Terça Vendas no varejo A/A Produção industrial A/A PIB SAZ T/T PIB A/A Pesquisa ZEW (Expectativas) NAHB Índice do mercado habitacional Confidência industrial CNI CHI CHI CHI CHI EUR EUA BRA Dec Dec 4Q 4Q Jan Jan Jan 11,80% 7,40% 1,80% 7,20% -58 -- 11,70% 7,20% 1,90% 7,30% 31,8 57 45,2 ++ ++ + +++ ++ + + MBA-Solicitações de empréstimos hipotecários Construção de casas novas Reuniao do COPOM EUA EUA BRA 16/01/2015 Dec 21/01/2015 -1040K 12,25% 49,10% 1028K 11,75% +++ +++ +++ Quarta Quinta Runião ECB EUR +++ Euro Area Third Quarter Government Debt EUR + Euro Area Third Quarter Government Deficit EUR Novos Pedidos de Aux. Desemp. EUA + 17/01/2015 -- 316K +++ House Price Index MoM EUA Nov 0,30% 0,60% ++ Confiança do consumidor EUR Jan A -10,5 -10,9 +++ PMI Manufatura China HSBC CHI Jan P -- 49,6 +++ PMI Manufatura zona do euro Markit PMI Serviços zona do euro Markit PMI Composto zona do euro Markit IPCA-15 (MoM) IPCA-15 Inflação IBGE A/A Investimento Externo Direto PMI Manufatura EUA Markit EUR EUR EUR BRA BRA BRA EUA Jan P Jan P Jan P Jan Jan Dec Jan P 51,0 52 51,7 0,87% 6,67% $5478M 54,0 50,6 51,6 51,4 0,79% 6,46% $4644M 53,9 +++ ++ ++ +++ + ++ +++ Sexta Fonte: Bloomberg, 16/01/2015 às 10h00 INFORMAÇÕES IMPORTANTES AO INVESTIDOR Este material, meramente informativo, foi preparado pela área de Estratégia do Votorantim Private Bank e não se caracteriza como relatório de análise, para fins da Instrução CVM nº 483/2010, e, não foi produzido por analista de valores mobiliários. As informações contidas neste material foram obtidas por meio de comunicação de acesso público, tais como jornais, revistas, internet entre outros, de forma aleatória. Tais informações estão sujeitas a alterações, a qualquer momento, sem que haja necessidade de comunicação neste sentido. Apesar das informações aqui contidas terem sido obtidas de fontes consideradas confiáveis, a área de Estratégia não pode garantir a precisão e veracidade das mesmas. As recomendações de alocação deste documento refletem única e exclusivamente a opinião pessoal dos profissionais da área de Estratégia do Votorantim Private Bank, de modo que as recomendações foram elaboradas de forma independente e autônoma com relação às demais áreas da Votorantim Asset Management DTVM Ltda., ao Banco Votorantim S.A. e demais empresas do Consolidado Econômico Financeiro Votorantim. 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