Escola SENAI “Theobaldo de Nigris”
Curso de Pós-graduação em Gestão Inovadora da Empresa Gráfica
Barbara Ribeiro Paula
Marcos Yamamoto Martins
Vale a pena salvar o Euro?
Por Alexandre Schwartsman
Trabalho apresentado à disciplina de Conjuntura Econômica do curso de
Pós-graduação em Gestão Inovadora da Empresa Gráfica.
Orientador: Prof. José Pires
Vale a pena salvar o Euro?
Por Alexandre Schwartsman
É uma pergunta retórica que o autor faz, pois explica, ao longo
do artigo, as razões para a União Europeia manter a moeda
única.
Afirma que a crise ainda é percebida como uma analogia à
fábula da cigarra (países da Zona do Euro atualmente em crise,
que não se prepararam para a época de maiores rigores
financeiros), e a formiga (países economicamente estáveis da
Zona do Euro, que pouparam para ter como se sustentar
durante o inverno econômico, e não estão dispostos a sustentar
a falta de preparo dos vizinhos).
Defende que a atribuição da crise ao mau desempenho fiscal de
alguns países se choca com a evidência:
A Grécia abusou da disponibilidade de recursos baratos para
permitir um aumento persistente de seu déficit fiscal, porém,
Espanha, Irlanda e, em menor grau, Portugal, apresentavam
endividamento mais baixo que Alemanha e França. Já a Itália,
com dívida elevada, apresenta um dos melhores números fiscais
na região.
Fatores para a Gênese da crise:
Política
de
gastos
Crise
Mercado de
trabalho
fragmentado
Inflação
Aponta como possíveis fatores para a gênese da crise:
• Disparidade entre as políticas de gastos dos países-membro.
• Mercado de trabalho fragmentado por diferenças linguísticas e culturais.
• Países no epicentro da crise com inflação superior à da Alemanha entre 2000 e 2007.
• Países em crise com alta (entre 30 e 40%) nos custos unitários de trabalho, enquanto a
Alemanha permaneceu estável.
Os países que estão hoje no centro da crise se valeram da
redução de preços e salários internos em relação à Alemanha
como saída para a redução de seus déficits externos, uma vez
que não têm acesso à desvalorização cambial.
Esse ajuste causou o elevado aumento do desemprego, que se
refletiu na piora do desempenho fiscal em larga medida pela
queda abrupta da arrecadação.
Em seu ponto de vista, alguma harmonização fiscal é necessária
como contrapartida à existência de um fundo de resgate, já que
não se quer dar a perspectiva de salvamento como incentivo
para comportamentos irresponsáveis.
Aponta como saída a curto prazo o ajuste fiscal e, a longo
prazo, a harmonização das políticas de gastos, sujeitas a uma
autoridade central.
Porém acredita que essas medidas não sejam sufucientes para
que a região se torne imune à novas crises como a atual.
O autor acredita que o resgate do euro, mesmo com a criação
de instituições que harmonizem a política fiscal, não impedirá
a eclosão de problemas similares a menos que a integração
do mercado de trabalho seja muito aprofundada.
Porém, não acredita que essa integração seja possível, pois esse
fato já foi e continua a ser ignorado.
Alexandre Schwartsman Formado em administração pela Fundação
Getulio Vargas de São Paulo e em economia pela Universidade de São Paulo.
É doutor em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley e exdiretor de Assuntos Internacionais do BC. Escreve mensalmente às
quintas-feiras para o site Valor Econômico.
http://maovisivel.blogspot.com
http://www.valor.com.br/opiniao/1080318/vale-pena-salvar-o-euro
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