José Medeiros/Divulgação A GAZETA Recorde de vendas [email protected] PÁGINA 4 Cuiabá, Segunda-feira, 28 de outubro de 2013 - 1 em setembro pelo Senado, a Lei 12.870 foi até que enfim Aprovada sancionada pela presidenta Dilma Rousseff Profissão de vaqueiro é reconhecida por lei Wisley Tomaz Da Redação “V ai, boiadeiro, que a noite já vem, guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem”. Eternizado na voz marcante de Luiz Gonzaga, este refrão da música Boiadeiro, composição de Klécius Caldas, fala da rotina deste profissional que trabalha de sol a sol na lida com o gado. Contudo, até então, não existia a devida valorização do boiadeiro, vaqueiro, peão, tratador, entre outros nomes dados àqueles que lidam nas fazendas com animais. Só neste mês de outubro, a profissão foi legalmente validada pela Lei 12.870, que reconhece a atividade profissional de vaqueiro. Aprovada em setembro pelo Senado, a Lei foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, considerando vaqueiro o profissional que trabalha em atividades relacionadas ao trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas. Assim, de acordo com a nova Lei, são atribuições do vaqueiro alimentar os animais, fazer a ordenha, treinar e preparar animais para eventos culturais e socioesportivos com a garantia de que não sejam submetidos a atos de violência. Bem como, sob a orientação de veterinários e técnicos qualificados, auxiliar com os cuidados necessários à reprodução das espécies. Sendo que a partir de agora os vaqueiros também terão direitos previstos em todas as profissões, mas que atualmente não eram respeitados por alguns patrões, como horas extras, adicional de insalubridade ou de periculosidade e adicional noturno. Mas o que estes profissionais têm em comum? O amor pelo que fazem e o fator hereditário, isso porque a maioria deles herdou este ofício dos seus pais e avós. O ferrador Jucilei Ferreira da Silva, 33, por exemplo, diz que seu contato com os animais começou ainda quando criança, com 8 anos de idade, já que morava em fazenda em função do seu pai também ter a mesma profissão de vaqueiro. Segundo ele, ao longo dos anos já exerceu diversas atividades em propriedades rurais relacionadas a animais, como tratador e domador. Hoje, porém, ele se dedica exclusivamente ao trabalho com ferraduras em cavalos de raça e se diz muito satisfeito, já que tem uma renda que gira em torno de R$ 8 mil. O ferrador aponta como fundamental para trabalhar nas diferentes áreas em propriedades rurais, a qualificação profissional. “Já fiz diversos cursos em São Paulo, Minas Gerais e em outros estados. Acredito que se em Mato Grosso tivessem mais cursos dessa natureza, mais profissionais estariam se qualificando e ganhando um bom salário”. Jucilei é autônomo e comemora a Lei, isso porque a partir de agora pode pensar com mais tranquilidade na sua aposentadoria. Outro que trabalha desde criança com animais é Carlos Roberto Ramos, 46. “Não me vejo em outra profissão que não seja essa de estar lidando diretamente com animais. Aprendi este ofício com meu pai e sou grato a ele por isso. Já trabalhei em muitas propriedades e sempre fui bem tratado pelos meus empregadores. O que vejo de positivo na regulamentação da nossa profissão são os direitos trabalhistas garantidos Marcus Vaillant Em vigor neste mês de outubro, a Lei 12.870 reconhece a atividade profissional de vaqueiro para quando formos nos aposentar, já que antes tínhamos uma certa insegurança em relação a isso”. Roberto Ramos trabalha hoje no Rancho Terra Boa, em Cuiabá, de propriedade de Reginaldo Vargas, que também acha positiva a aprovação da Lei. Segundo Vargas, ao contrário do que muitos pensam, os empregadores também se beneficiam, já que podem garantir o registro profissional das pessoas que trabalham com eles de acordo com o que a legislação trabalhista exige. “Todos que trabalham conosco estão devidamente registrados. O que muda é que acrescentaremos tudo o que for exigido em Lei para eles, assim todos estaremos em comum acordo”. O domador de cavalos Rodrigo Greghi, 31, que trabalha no Rancho Terra Boa é outro que comemora a aprovação da Lei. “Não tenho do que reclamar do local que trabalho, isso porque sempre fui tratado muito bem aqui com todos os meus direitos garantidos. Acredito, porém, que essa Lei veio para somar. Isso porque a partir de agora podemos pensar, por exemplo, na aposentadoria de uma forma mais tranquila, sabendo que este direito nos está garantido. Já que não sabemos o que vai se de nós lá na frente. Carlos Roberto escova animal e diz que não se vê exercendo outra atividade O ferrador Jucilei Ferreira da Silva valoriza a qualificação profissional