PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT) EM PACIENTE MASCULINO DE 14 ANOS DE IDADE ACOMPANHADO EM UM HEMOCENTRO DE ALAGOAS – RELATO DE CASO Renata Sybelle Ferreira Holanda¹; Laura Cerqueira de Moraes¹; Luana Lôbo Ribeiro Batista¹; Jéssica da Silva Alves¹; Patrícia Costa Alves Pinto¹ 1. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió – AL, Brasil Objetivos Introdução A PTT é uma doença rara, que atinge mais comumente mulheres entre 30 e 40 anos1. Ela é caracterizada principalmente por uma anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia, insuficiência renal, alterações neurológicas e febre2,3. Além disso, os sintomas podem incluir fraqueza e adinamia1. Estudos recentes mostram que a terapia com plasmaférese reduz a mortalidade para até 20%4. Descrever um caso de PTT em paciente masculino de 14 anos de idade acompanhado em um hemocentro de Alagoas. Delineamento/Métodos A escolha do paciente foi feita devido à raridade da doença, especialmente nessa idade e no sexo masculino. As informações foram colhidas através de entrevista com o paciente e seu responsável e seguida de revisão do seu prontuário. Os dados clínicos foram comparados com a literatura. Trata-se de um estudo observacional descritivo. Descrição do caso J.A.N.S., 14 anos, sexo masculino, branco, foi levado ao serviço pela primeira vez em dezembro de 2014 com história de febre e dor de garganta há 10 dias, evoluindo com edema peripalpebral, epigastralgia, urina escura, palidez cutâneo-mucosa e petéquias em membros inferiores. Foi solicitado o hemograma, contagem de reticulócitos e mielograma. O hemograma apresentou anemia e plaquetopenia, a contagem de reticulócitos foi de 3,5% e o mielograma mostrou medula óssea normocelular normomaturativa com aumento de megacariócitos e sem evidências de leucose aguda. O paciente foi então diagnosticado com PTT devido à sua clínica, que condiz com a literatura e à anemia microangiopática e plaquetopenia evidenciadas pelo hemograma. Foi encaminhado para outro serviço para realização da plamaférese. Após o tratamento, paciente sofreu várias recaídas, sendo utilizadas outras terapias com corticóides, Rituximab, ou mesmo repetindo a plasmaférese. Atualmente, o paciente vem evoluindo bem, com manutenção do seu nível plaquetário. HB 7.85 g/dL HT 20.5% VCM 78.3fL HCM 30pg CHCM 38.3g/dL RDW 11.7% LEUCO 13.800 NEU 71.7% LINF 17.4% MONO 9.57% EOSI 0 BASO 0.8% PLT 14.900 Tabela 1: Hemograma da admissão Bibliografia HG 12.4 g/dL HT 35% LEUCO 9.000 PLT 592.000 Tabela 2: Hemograma atual Conclusões A importância de descrever casos de PTT fundamenta-se na raridade da doença e, por isso, na possibilidade de contribuição científica. Os sintomas do paciente no caso relatado condizem com a literatura, porém, por se tratar de paciente do sexo masculino e bastante jovem, o caso torna-se mais raro. O tratamento com plasmaférese é indicado devido a redução da mortalidade. Desse modo, a PTT merece uma atenção especial por ter um prognóstico melhorado com o tratamento adequado. 1. ALMEIDA NETO, C.; et al. Púrpura trombocitopênica trombótica - remissão completa em paciente com mau prognóstico após tratamento com plasmaférese terapêutica e rituximabe. Rev. Bras. Hematol. Hemoter, São José do Rio Preto, vol.30, n.1, Jan./Fev. 2008. 2. LUTSKY, M.; et al. Púrpura trombocitopênica trombótica decorrente de infecção urinária complicada. Revista AMRIGS, Porto Alegre, vol. 48, n. 4, p. 261-264, out./dez. 2004. 3. CARNEIRO DOS ANJOS, L.; et al. Púrpura trombocitopênica trombótica: dois relatos de caso. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 11, n. 1, p. 71-74, jan./jun. 2013. 4. TONACO, L.C.; et al. Púrpura trombocitopênica trombótica: o papel do fator von Willebrand e da ADAMTS13. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., vol. 32, n.2, p. 155-161, 2010. Endereço eletrônico: [email protected]