ITINERANTE 2010
FILOSOFIA
Prof. Fabiano Feldhaus
CINEMA E FILOSOFIA
O USO DO CINEMA (VÍDEO) NA
EDUCAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES
Ao pensar na proposta de discussão e
possibilidades do uso do cinema
integrado à disciplina de Filosofia,
algumas
questões
foram
fundamentais, como:
• A formação omnilateral do ser
humano e, de maneira especial à
preparação de profissionais para
refletirem e atuarem no ensino de
Filosofia no Ensino Médio, na
articulação da Filosofia com os
demais saberes;
• Como utilizar os novos recursos
tecnológicos disponíveis, sobretudo
as tecnológicas cinematográficas.
VIDEO : BOOK
“Como o livro, o cinema tem o poder
extraordinário, próprio da obra de arte, de
tornar presente o ausente, próximo o distante,
distante o próximo, entrecruzando realidade e
irrealidade, verdade e fantasia, reflexão e
devaneio”.
(CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia, 2000, p.428)40
“Estamos deslumbrados
com o computador e a
internet na escola e vamos
deixando de lado a
televisão e o vídeo, como
se já estivessem
ultrapassados, não fossem
mais tão importante, ou
como se já dominássemos
suas linguagens e sua
utilização na educação”.
Prof. José Manuel Moran
“O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os
alunos, mas não substituí substancialmente
a relação pedagógica. Aproxima a sala de
aula do cotidiano, das linguagens de
aprendizagem e de comunicação da
sociedade urbana, mas também introduz
novas questões no processo educacional.”
Prof. José Manuel Moran
O importante é o professor, que
queira trabalhar sistematicamente
com o cinema, ter em mente:
 Um
conjunto de objetivos e metas a
serem atingidas;
 Não
tentar impor seu
cinematográfico aos alunos;
gosto
•Qual o uso possível desse filme?
•A que faixa etária e escolar ele é
mais adequado?
•Como vou abordar o filme dentro da
minha disciplina ou num trabalho
interdisciplinar?
•Qual a cultura cinematográfica dos
meus alunos?
POR QUE UTILIZAR O VÍDEO?
 Para
introduzir um novo assunto;
 Para
iniciar uma nova discussão;
 Para
mobilizar
problema;
para
uma
situação
 Para
vivenciar experiências que trazem
emoções e sensações que estimulam os
sentidos;
 Para
alterar a rotina da sala de aula.
E MAIS... A TV E O VÍDEO...
 Trazem
informações que possibilitam ao
professor ser um mediador e não mais
aquele que informa;
 Mostram-nos
modelos de comportamento;
 Mobilizam-nos
para problemas ambientais
e da sociedade em geral;
 Ensinam-nos
multimídia.
linguagens
coloquiais
e
OS JOVENS...
Segundo Moran:



Lêem o que podem visualizar, ou seja,
precisam ver para compreender;
A TV e o vídeo respondem à
sensibilidade dos jovens como para
grande maioria da população adulta;
A linguagem audiovisual desenvolve
múltiplas atitudes perceptivas.
 Em
sala de aula precisamos começar
pelo sensorial, pelo afetivo, pelo que
toca o aluno antes de falar de ideias,
de conceitos, de teorias.
 Partir
do concreto para o abstrato, do
imediato para o mediato, da ação para
a reflexão, da produção para a
teorização.
“A chegada do trem na estação”
(Lumiére, 1895), com duração de 50
segundos, narra a chegada de uma
locomotiva à plataforma de uma ferrovia
repleta
de
passageiros
que
o
aguardavam.
VIDEO
Projetado em Janeiro de 1896, o filme
causou tal espanto diante do público, que
marcou aquele que pode ser um dos mais
mágicos momentos do cinema. Como a
câmara englobou a totalidade da ação no
momento em que o trem chega e pára do
lado esquerdo da tela, o público pensou que
o trem realmente estava lá, e tamanho foi
o medo, que muitos fugiram da sala de
exibição, sendo que os que permaneceram,
se esconderam debaixo das cadeiras. Isto
pode provar a capacidade do cinema em
causar medo.
PARA A AULA ...
São necessários
alguns cuidados:
ANTES DA EXIBIÇÃO
 Assistir
ao vídeo para conhecê-lo;
 Verificar
se está no nível de
compreensão dos alunos;
 Marcar
as cenas mais relevantes e
anotar questões desafiadoras;
•Contextualizar com o cotidiano...
•Informar somente aspectos gerais
do vídeo (autor, duração, prêmios...).
Não interpretar antes da exibição,
não pré-julgar (para que cada um
possa fazer a sua leitura);
•Ver a qualidade do vídeo.
•Deixá-lo no ponto antes da exibição.
DURANTE A EXIBIÇÃO
Se o vídeo for longo, fazer
algumas pausas,explicando o
que está acontecendo;

Anotar
as
importantes;


cenas
mais
Observar as reações do grupo.
Depois...
 Rever
as cenas mais importantes
ou difíceis;
 Se
o vídeo for complexo, exibi-lo
uma segunda vez chamando a
atenção para determinadas cenas,
para a trilha musical etc.
Uso inadequado do
vídeo na sala de aula
VÍDEO-TAPA BURACO:
Colocar vídeo quando há um
problema inesperado, como
ausência do professor.
Usar
este
recurso
eventualmente pode ser útil,
mas se for feito com freqüência,
desvaloriza o uso do vídeo e o
associa - na cabeça do aluno - a
não ter aula.
VÍDEO-ENROLAÇÃO:
Exibir um vídeo sem muita
ligação com a matéria. O aluno
percebe que o vídeo é usado
como forma de camuflar a aula.
Pode concordar na hora, mas
discorda do seu mau uso.
VÍDEODESLUMBRAMENTO:
O professor que acaba de
descobrir o uso do vídeo costuma
empolgar-se e passa vídeo em
todas as aulas, esquecendo outras
dinâmicas mais pertinentes.
O uso exagerado do vídeo diminui
a sua eficácia e empobrece as
aulas.
VÍDEO-PERFEIÇÃO:
Existem
professores
que
questionam
todos
os
vídeos
possíveis porque possuem defeitos
de informação ou estéticos. Os
vídeos que apresentam conceitos
problemáticos podem ser usados
para descobri-los, junto com os
alunos, e questioná-los.
SÓ VÍDEO:
Não
é
satisfatório
didaticamente exibir o vídeo
sem discuti-lo, sem integrá-lo
com o assunto de aula, sem
voltar
e
mostrar
alguns
momentos mais importantes.
PROPOSTAS DE
UTILIZAÇÃO
Vídeo como Mobilização
Um bom vídeo é interessantíssimo
para introduzir um novo assunto,
para despertar a curiosidade, a
motivação para novos temas.
Isso facilitará o desejo de pesquisa
nos alunos para aprofundar o
assunto do vídeo e da matéria.
VÍDEO COMO ILUSTRAÇÃO
O vídeo muitas vezes ajuda a
mostrar o que se fala em aula, a
compor cenários desconhecidos dos
alunos.
Um vídeo traz para a sala de aula
realidades distantes dos alunos,
como por exemplo a Amazônia ou a
Grécia. A vida se aproxima da escola
através do vídeo.
VÍDEO COMO SIMULAÇÃO
É uma ilustração mais sofisticada.
O vídeo pode simular uma analogia
do mundo sensível e do inteligível,
como por exemplo a alegoria da
caverna de Platão.
Esta compreensão dos dois mundo
é possível em poucos
minutos
utilizando o vídeo.
VÍDEO COMO CONTEÚDO DE ENSINO
Vídeo que mostra determinado
assunto, de forma direta ou
indireta.
De forma direta, quando informa
sobre
um
tema
específico
orientando a sua interpretação.
De forma indireta, quando mostra
um tema, permitindo abordagens
múltiplas, interdisciplinares.
VÍDEO COMO PRODUÇÃO
 Como
documentação,
registro
de
eventos, de aulas, de estudos do meio, de
experiências,
de
entrevistas,
depoimentos.
 Como
intervenção: interferir, modificar
um determinado programa, um material
audiovisual, acrescentando uma nova
trilha sonora ou editando o material de
forma compacta ou introduzindo novas
cenas com novos significados.
Vídeo como expressão, como nova
forma de comunicação, adaptada à
sensibilidade principalmente das
crianças e dos jovens.
Criação ( é possível haver outra
verdade);
VÍDEO COMO
AVALIAÇÃO
Dos
alunos;
Do
professor;
Do
processo.
VÍDEO ESPELHO
Vídeo-espelho para análise do grupo e dos
papéis de cada um, para acompanhar o
comportamento de cada um, do ponto de
vista participativo, para incentivar os
mais retraídos e pedir aos que falam
muito para darem mais espaço aos
colegas.
O vídeo-espelho é de grande utilidade
para o professor se ver, examinar sua
comunicação com os alunos, suas
qualidades e defeitos.
VÍDEO COMO
INTEGRAÇÃO/SUPORTE
 Vídeo
como suporte da televisão e
do cinema. Gravar em vídeo
programas
importantes
da
televisão para utilização em aula.
 Alugar
ou comprar filmes de longa
metragem, documentários para
ampliar o conhecimento de cinema,
iniciar os alunos na linguagem
audiovisual;
•Vídeo interagindo com outras
mídias como o computador, o CDROM, com os videogames, com a
Internet.
Vídeo
–
Metodologia
Tecnologia
ou
DINÂMICAS DE
ANÁLISE
Não existe fórmula pronta
para analisar um vídeo
didático, cada docente
poderá encontrar a sua de
acordo com seu tempo e
realidade.
Análise em conjunto
O professor exibe as cenas mais importantes
e as comenta junto com os alunos, a partir do
que estes destacam ou perguntam. É uma
conversa sobre o vídeo, com o professor como
moderador.
O professor não deve ser o primeiro a dar a
sua opinião, principalmente em matérias
controvertidas, nem monopolizar a discussão,
mas tampouco deve ficar em cima do muro.
Deve posicionar-se, depois dos alunos,
trabalhando sempre dois planos: o ideal e o
real; o que deveria ser (modelo ideal) e o que
costuma ser (modelo real).
ANÁLISE GLOBALIZANTE
Fazer, depois da exibição, estas quatro
perguntas:
- Aspectos positivos do vídeo?
- Aspectos negativos?
- Idéias principais que passa?
- O que vocês mudariam neste vídeo?
ANÁLISE CONCENTRADA
Escolher, depois da exibição, uma ou
duas cenas marcantes. Revê-las uma ou
mais vezes. Perguntar (oralmente o por
escrito):
O
que chama mais a atenção
(imagem/som/palavra)
O que dizem as cenas (significados)
Conseqüências, aplicações (para a
nossa vida, para o grupo).
ANÁLISE "FUNCIONAL”
Antes da exibição, escolher algumas
funções ou tarefas (desenvolvidas
por vários alunos):


o contador de cenas (descrição
sumária, por um ou mais alunos);
anotar as palavras-chave
• anotar
as
significativas
imagens
mais
• caracterização dos personagens
• música e efeitos
• mudanças acontecidas no vídeo
(do começo até o final).
Depois da exibição, cada aluno
fala e o resultado é colocado no
quadro.
A partir do quadro, o professor
completa com os alunos as
informações, relaciona os dados,
questiona
as
soluções
apresentadas.
COMPARAR OS VÍDEOS
Nesta prática exibe-se um
segundo vídeo do mesmo tema
numa outra versão e faz-se a
comparação;

Identificam as idéias centrais
de ambos os vídeos.

COMPLETAR E MODIFICAR O
VÍDEO
Em seguida exibe-se novamente o
vídeo até um determinado ponto e os
alunos desenvolvem em grupo um
final próprio e justificam o porquê
das escolhas. Comparam-se os finais
propostos fazendo considerações
necessárias;
Modificam,
adaptam,
editam,
narram, sonorizam diferentemente;
Criam um novo material adaptado
a
sua
realidade,
a
sua
sensibilidade.
CONCEITUAÇÃO: momento que
o estudante apresenta capacidade
de criar e recriar conceitos na
experiência do pensamento.
VÍDEO PRODUÇÃO
Criar uma nova versão do que foi assistido,
ou seja, ( criam ou recriam novos
conceitos);
Entrevistar pessoas,
gravar, editar;
elaborar
roteiros,
Elaboração do roteiro, gravação, edição,
sonorização;
Exibição
interno;
em
classe
e/ou
em
circuito
Comentários positivos e negativos. A
diferença entre a intenção e o resultado
OUTRAS DINÂMICAS INTERESSANTES:
Dramatizar situações importantes do vídeo
assistido, discutindo e comparando-as.
Usar a representação, o teatro como meio de
expressão do que o vídeo mostrou,
adaptando-o à realidade dos alunos.
Um exemplo:
Alguns alunos escolhem personagens de um
vídeo e os representam adaptando-os a sua
realidade.
Depois
comparam-se
os
personagens do vídeo e os da representação,
a história do vídeo com a adaptada pelos
alunos.
Adaptar o vídeo ao grupo: Contar oralmente,
por
escrito
ou
audiovisualmente
situações
nossas próximas às mostradas no
vídeo.
Desenhar uma tela de televisão e
colocar o que mais impressionou os
alunos. O professor exibe num
mural os desenhos e todos
comentarão
as
coincidências
principais e o seu significado.
ROTEIRO DE QUESTÕES QUE PODEM SER
USADOS EM QUALQUER FILME.
 Qual
o tema do filme? O que os
realizadores do filme tentaram nos
contar? Eles conseguiram passar a sua
mensagem? Justifique sua resposta.
 Você assimilou/aprendeu alguma coisa
com este filme? O que?
 Algum
elemento do filme não foi
compreendido?
 Do que você mais gostou neste filme? Por
quê?
 Selecione
uma
sequencia
protagonizada por um dos personagens
do filme, analise e explique qual a sua
motivação a ver com o tema do filme
 Qual o seu personagem favorito no
filme? Por quê?
 Qual é o personagem que você menos
gostou? Por quê?
 Descreva o uso da cor no filme. Ela
enfatiza as emoções que os realizadores
tentaram evocar? Como você usaria a
cor no filme em questão?
 Analise
o uso da música no filma. Ela
conseguiu criar um clima correto para a
história? Como você usaria a música
neste filme?
 Todos os eventos retratados no filme são
verdadeiros (ou verossímeis)? Descreva as
cenas que você achou bem coerentes e
fiéis à realidade. Quais as sequências que
parecem menos realistas? Por quê?
 Qual é a síntese da história contada pelo
filme?
 Como a montagem do filme interfere na
história contada pelo filme?
TEXTO
ATIVIDADE:
FILOSOFIA
E
CINEMA:
POSSÍVEIS ENTRECRUZAMENTOS
Questões para análise do Texto
 Quais as vantagens e desvantagens do uso
das tecnologias nas atividades de sala de
aula? O uso das tecnologias em educação
potencializa ou inibe a aprendizagem?
É
possível e importante, para o exercício da
atividade filosófica, trabalhar com o filme na
sala de aula e em que medida tal trabalho
contribui para a experiência filosófica no
Ensino Médio?
•De que forma podemos pensar o
uso do cinema (video) aliado ao
ensino de Filosofia?
•Qual o significado de filosofar neste
espaço?
“O Sétimo Selo” (1956, 96 min.).
Neste filme, um cavaleiro medieval é
abordado pela morte personifica em um
homem todo vestido de preto) e antes que
ele seja levado por ela, eles disputam uma
partida de xadrez. Como o cavaleiro vence,
lhe são permitidos mais alguns dias em
vida até uma nova disputa.
Esboçar um Plano de Trabalho Docente a
partir do Filme assistido.
Video
ATIVIDADE
Organizar, em grupos, sugestões de
trabalho com filmes a partir das práticas
de sala de aula levando em consideração
os Conteúdos Estruturantes e/ ou básicos.
 Mito e Filosofia;
 Teoria do Conhecimento;
 Ética;
 Filosofia Política;
 Filosofia da Ciência;
 Estética.
SUGESTÃO DE TRABALHO COM FILME
2001 – uma odisséia no espaço (1968, 148 min.):
Roteiro de análise:
Um clássico absoluto da história do cinema, 2001 –
Uma Odisséia no Espaço anuncia muitas questões
que só mais tarde, com a popularização dos
computadores e as novas gerações de inteligência
artificial, a sociedade percebeu de maneira mais
contundente. Numa estação espacial, o computador
central resolve assumir funções e reações humanas,
entrando em conflito com o astronauta encarregado
da estação. A narrativa mais difícil pode ser
contornada
de
duas
formas:
seleção
de
determinadas sequências pelo professor ou
preparação dos alunos em relação a elas.



Discuta qual o sentido da sequencia inicial do filme:
macacos manipulam um instrumento tosco – um ossoe arremessam-no para o ar. A imagem do osso girando
no ar se funde com a imagem da estação espacial, em
movimento orbital.
A música que acompanha a cena – Assim falou
Zaratustra –de Richard Strauss, tem um sentido
também muito especial, a começar pelo seu título.
Discuta com os alunos essa relação entre música e
imagem. Explore outros aspectos da trilha sonora.
VIDEO
Como se pode perceber que o computador central – Hal
– quer se tornar humano? Quais os seus atributos de
humanidade? Compare esta representação fílmica com
as novas invenções no campo da informática, com os
chamados computadores pensantes e com reações
“emocionais”diante de problemas mais complexos.
Sugestões de Filme:
Mar adentro (2004, 125 min.): Ética e Bioética. Um
marinheiro que está tetraplégico há quase 30 anos
expressa o desejo de morrer. A chegada de duas
mulheres alterará seu mundo: uma advogada, que
quer apoiar sua luta, e uma vizinha, que tentará
convercer-lhe de que viver vale a pena. Um filme
instigante para nos fazer pensar sobre nossas
escolhas.
À procura da Felicidade (2006, 117 min.):
Felicidade. Um pai de família enfrenta sérios
problemas financeiros. Mesmo com muitas
dificuldades ele, e seu filho de cinco anos, acreditam
que dias melhores virão.
O Show de Truman (1998, 102 min.):
Truman Burbank é uma pessoa especial.
Nasceu e viveu sob o olhar de câmeras de
televisão, que mostram tudo o que acontece
com ele. A própria cidade em que vive e as
pessoas com quem convive são falsas.
Porém, Truman não sabe nada disso e segue
sua vida naturalmente. Esse pacato
vendedor de seguros tem sua vida virada de
cabeça para baixo quando descobre que é o
astro, desde que nasceu, de um show de
televisão dedicado a acompanhar todos os
passos de sua existência. Então, como
buscar a realidade?
Assistir ao filme e fazer relações com o
mundo das idéias de Platão. Também é
possível apresentar o conceito de percepção
como sendo uma forma de ver as coisas
determinadas pela cultura, história e pelas
opções individuais.
O objetivo desse trabalho é realizar
comentários sobre o filme e verificar as
relações entre ele e o cotidiano dos alunos,
tendo como base as perguntas apresentadas
a seguir. As questões não devem ser
conduzidas em forma de questionários, mas
compor o corpo do texto que será produzido.
1. Explique o que leva o personagem principal do
filme a ficar descontente com a realidade.
2. Como pessoas criadas num mesmo local,
sofrendo as mesma inflluências, podem ter vidas
tão diferentes? No filme, a explicação deve-se ao
fato de as pessoas serem contratadas e atuarem
sendo dirigidas. E no seu cotidiano, por que isso
ocorre? Há alguma coisa ou alguém que dirige os
interesses da sociedade e das pessoas?
3. O processo de desenvolvimento emocional e
intelectual do personagem principal do filme
pode ser comparado ao amadurecimento de uma
pessoa qualquer? O que influencia o personagem
nesse amadurecimento? É possível fazer relações
com o seu dia-a-dia? Comente como você percebe
essas mudanças no seu cotidiano.
1. Descreva as principais características e
alguns pontos entre a realidade
representada no filme e a que você vive.
2. Descreva o mundo que cerca o
personagem principal e compare-o com o
mundo considerado ideal pela maioria
dos demais personagens. Por que isso
ocorre? Comente se isso pode ser
verificado no seu cotidiano.
3. Explique se a percepção da realidade
apresentada no filme corresponde à sua
compreensão.
1. É possível afirmar que existe uma
maneira correta de se compreender a
realidade? Justifique.
2. Explique os motivos que levam o
personagem Truman a perceber o
mundo de maneira diferente dos
demais. Conclua, comentando até que
ponto o filme é uma forma de criticar a
nossa realidade.
3. Outros filmes relacionados ao tema:
13º. Andar (1999, 125 min.); Matrix
(1999, 136 min.).
A. I. Inteligência Artificial (2001, 143 min.): o filme trata
do drama de David Swinton, um garoto criado com base
na inteligência artificial, técnica utilizada para salvar o
planeta de um terrível desastre ambiental. Movido por
emoções e tratado como máquina, ele vive situações
comoventes.
Usando elementos apresentados no filme, explique por
que a ciência não pode ser determinista?
Como os cientistas representados no filme desenvolvem a
ideia da relação entre razão e emoção?
Do Inferno (2001, 137 min.): o filme mostra, em 1888, um
brilhante e atormentado inspetor de polícia, Frederick
Abberline, tentando desvendar assassinatos brutais de
prostitutas, possivelmente ligados a Jack, o estripador.
Descreva como a ciência é apresentada no filme.
Comente as mudanças promovidas pela ciência na vida
das pessoas da época representada no filme.
FRANKENSTEIN de Mary Shelley (1994, 123 min.) : o
filme revela a dramática experiência de Victor
Frankenstein, que, obcecado em vencer a morte,
aprende técnicas para reanimar tecidos mortos, com
um de seus professores de medicina. Quando seu
mestre é assassinado, Victor cria um novo ser,
utilizando o cérebro da vítima e o corpo do assassino,
sem imaginar as conseqüências desse ato.
Comentar as divergências filosóficas na escola de
medicina da época retratada.
Explicar o incômodo trazido pelo desenvolvimento da
ciência para muitas pessoas na época reproduzida no
filme.
Relacionar a intenção de previsão e controle da
natureza (objeto do filme) com a produção científica
atual.
GATTACA (1997, 112 min.): o filme aborda a
trajetória de Vicent Freeman, um homem
concebido naturalmente, num mundo em que só
os geneticamente perfeitos, criados em
laboratórios, podem se destacar. Mesmo
considerado um “inválido”, Vicent consegue
driblar as regras sociais, revelando falácias e
injustiças desse determinismo genético e social.
Mas corre o risco de ser descoberto.
Usando elementos apresentados no filme,
explique por que a ciência não pode ser
determinista.
Faça um comentário relacionado a escolha de
características dos seres humanos com o Projeto
Genoma desenvolvido atualmente.
Com base no filme, pode-se propor a reflexão sobre
questões importantes da Bioética, tais como:
Desigualdades
Restrição
sociais;
à autonomia
moralmente capazes;
de
seres
humanos
Limites
morais e possíveis conseqüências da
manipulação genética da vida humana.
Pode-se ainda propor a análise do
considerando
conceitos
destacados
pensamentos dos filósofos que segue:
filme,
nos
SPINOZA (paixões naturais, causa interna e causas externas)
Uma
sociedade que se baseia em ambição e competição pode ser
considerada virtuosa?
Limitações
genéticas são causas externas ou internas para as decisões
morais?
Pode-se
dizer que Vincent passou da passividade à atividade e, portanto,
do vício à virtude?
Que
atitudes de Jeremy, o rapaz que cedeu sua identidade, podem ser
consideradas vícios?
KANT (dever soberano)
Pode-se
dizer que as ações de Vincent respeitaram ou não o dever,
segundo a compreensão kantiana do mesmo?
Diante
do dever kantiano, como podem ser avaliadas as atitudes de
Jeremy, o rapaz que cedeu sua identidade?
Deixando
de denunciar seu irmão Vicent, que posição assumiu Anton em
relação ao dever kantiano?
Considerando
a oposição entre “válidos”e “inválidos, seria possível
aplicar o imperativo categórico na sociedade que o filme retrata?
UTILITARISMO (felicidade geral e críticas)
O
objetivo da criação em laboratório era eliminar imperfeições
genéticas. Isso está de acordo com a idéia de felicidade geral?
Segundo
o princípio da felicidade geral, a discriminação dos
“inválidos”, que eram minoria, pode ser considerada moral?
Discriminar
os “inválidos”para forçar o nascimento de mais
“válidos”está de acordo com o princípio da felicidade geral?
As
críticas feitas ao utilitarismo podem ser aplicadas ao pensamento
dominante na sociedade do filme?
NIETZSCHE (super-homem, vontade de potência)
É
possível justificar moralmente o esforço de produzir um ser
humano geneticamente superior?
Limitações
ou boas condições físicas são critérios adequados para
avaliar os potenciais de uma pessoa?
O
É
desejo humano de superar os seus limites é uma virtude?
justo que as pessoas consideradas melhores ocupem os melhores
lugares na sociedade?
SARTRE (liberdade, responsabilidade, engajamento)
As
limitações legais que o cercavam diminuíam a responsabilidade
de Vincent em relação ao seu próprio destino?
Considerando
o contexto do filme, pode-se afirmar que todos os
“inválidos”eram livres para ocuparem outros espaços sociais?
Pode-se
dizer que a atitude de Vincent engajou os demais
“inválidos”do filme?
Os
“válidos”do filme exerciam plenamente sua liberdade?
SAVATER (amor-próprio como desejo de imortalidade)
O
desejo de vencer a morte pode ser apresentado como justificativa
moral para a exclusão dos que possuem limitações físicas?
As
leis da sociedade retratada no filme justificam a atitude
individual de cada “válido”em relação aos “inválidos”?
Leis
O
que não estimulam a solidariedade são moralmente aceitáveis?
desejo de afastar a humanidade da morte justifica as restrições
aos direitos dos “inválidos?
SINGER (princípio de igualdade, autonomia)
É
justo usar diferenças físicas como critério
para tratar as pessoas de modos tão diferentes?
E outros tipos de diferenças?
É moralmente aceitável utilizar diferenças para
classificar as pessoas como superiores ou
inferiores, “válidas”ou “inválidas”?
Existem justificativas morais possíveis para
ignorar o sofrimento de seres e pessoas que
possuem alguma fragilidade?
Uma pessoa pode ser privada do direito de ter
limitações físicas ou de qualquer outra ordem,
como acontecia com os “válidos”do filme?
A PARTIR DO FILME ALGUMAS QUESTÕES SOBRE FELICIDADE
De acordo com as idéias de Spinoza:
Uma
pessoa pode ser feliz quando não consegue controlar as
suas próprias paixões?
Estar
alegre pode modificar nossa
moralmente corretas ou incorretas?
Que
As
decisão
entre
ações
influência os desejos podem ter sobre a felicidade humana?
causas de nossa de nossa felicidade são externas ou internas?
De acordo com as idéias de Kant:
Uma
pessoa pode ser feliz sem ter a consciência tranqüila em
relação à moralidade das suas próprias ações?
O
imperativo categórico promove ou limita a felicidade humana?
A
felicidade de um indivíduo é independente em relação à
felicidade ou infelicidade dos demais?
É
possível ser feliz cumprindo um dever que contraria nossos
desejos
De acordo com as idéias utilitaristas:
É certo considerar a felicidade como maior de todos os
valores?
É certo definir a felicidade como sendo a presença do
prazer e a ausência da dor?
É possível prever se as nossas ações trarão felicidade ou
infelicidade como conseqüência?
A felicidade depende de cálculos?
De acordo com as idéias de Nietzsche:
Poder e riquezas são condições para a felicidade?
É possível justificar uma ação que, em nome da própria
felicidade, prejudica outras pessoas?
É possível ser feliz diante das tragédias que a vida
impõe?
É possível ser feliz diante da infelicidade dos outros?
De acordo com as idéias de Sartre:
A
liberdade sempre traz felicidade?
Ser
responsável pelas consequencias
compromete a felicidade de uma pessoa?
O
dos
seus
atos
que prevalece na vida humana, a angústia ou a felicidade?
Uma
pessoa é totalmente responsável por sua própria
felicidade?
De acordo com as idéias de Savater:
A
certeza da morte impede a felicidade humana?
A
desigualdade social pode interferir na felicidade de um
indivíduo?
Como
Uma
as atitudes individuais se refletem na felicidade social?
pessoa pode ser feliz vendo desrespeitados os seus
direitos, necessidades e liberdades?
De acordo com as idéias de Singer:
As
condições ambientais tem influencia sobre
a felicidade das pessoas?
Quem é responsável pela felicidade dos que
não possuem autonomia?
Podemos ser felizes sabendo que os mais
frágeis estão sofrendo?
Quais os efeitos do racismo, do preconceito
social, do sexismo e do especismo sobre a
felicidade?
Minority Report (2002, 148 min.): o filme aborda o futuro. Os
Precogs, paranormais a serviço da polícia, prevêem assassinatos.
Assim, a punição ocorre antes do crime. Um dos mais atuantes
policiais da divisão pré-crime é John Anderton, mas a previsão de
que ele matará um homem faz com que ele seja perseguido.
Usando elementos apresentados no filme, explique por que a ciência
não pode ser determinista.
Explique a divergência entre a maneira de os personagens principais
do filme (investigador federal e o policial) entenderem ciência.
O Corpo (2001, 119 min.): O filme aborda a fictícia descoberta
arqueológica de um corpo, crucificado no século I a.C., levando um
padre a investigar a possibilidade de que ele pertencesse a Jesus
Cristo. O drama envolve a credibilidade da Igreja Católica, diante do
dogma da Ressurreição.
Explique a divergência entre a maneira de entender a ciência
revelada pelos personagens principais do filme (a arqueóloga e o
historiador).
Usando elementos apresentados no filme, explique por que a ciência
não pode ser determinista.
O Instinto (1999, 127 min.): o filme narra a história de um famoso
antropologista, o Dr. Ethan Powell, que passa dois anos desaparecido,
sendo encontrado e acusado da morte de três homens. Psiquiatra
designado para analisar o caso, o Dr. Theo Calder precisa ultrapassar
uma barreira importante: por alguma razão, o seu paciente
permanece completamente mudo.
Explique a divergência entre as maneiras de os personagens
principais do filme (antropólogo e o psiquiatra) entenderam a ciência.
Usando elementos apresentados no filme, explique por que a ciência
não pode ser determinista.
O Nome da Rosa (1986, 130 min.): No ano de 1327, o monge
franciscano William de Baskerville e o noviço Adso von Melk chegam
a um mosteiro, no norte da Itália. Misteriosos assassinatos ocorrem
no mosteiro e chegam ao conhecimento do grão-inquisidor Bernardo
Gui, que assume a investigação, mas William investiga paralelamente
e descobre a trama que envolve uma antiga obra de Aristóteles sobre
o riso e comédia. O filme revela polêmicas da moral cristã medieval,
representadas por idéias do franciscano, defensor do riso e da alegria,
e de um radical dominicano, que os condena.
Vale destacar as idéias aristotélicas apresentadas, a forma dos
debates filosóficos entre as ordens (disputatio), os argumentos de
William a favor do riso e da alegria, os contra-argumentos do
superior do mosteiro. Com base no filme, os alunos podem debater
sobre as relações entre o humor, o riso e a alegria de um lado, as
ações boas e más do outro (problematizar o hedonismo e o humor
negro ou preconceituoso).
Descreva como a ciência é apresentada no filme.
Comente as mudanças promovidas pela ciência na vida das
pessoas da época representada no filme
Considerando as idéias de Aristóteles e o filme:
É correto afirmar que o objetivo (finalidade) de toda ação humana
é a felicidade?
Que semelhanças e diferenças existem entre prazer e felicidade?
O meio-termo é uma condição necessária para a felicidade?
É possível ser feliz controlando as próprias paixões e desejos?
Stigmata (1999, 102 min.): o filme narra o drama de Frankie Paige,
mulher atéia, aparentemente vítima de estigmas: chagas semelhantes
às de Cristo. Designado para investigar o fenômeno e convencido de
sua veracidade, o padre Andrew Kiernan discorda dos padrões do
Vaticano para reconhecer “estigmatas”e luta para salvar a vida da
mulher.
Usando elementos apresentados no filme, explique por que a ciência
não pode ser determinista.
Comente duas posições divergentes sobre as explicações dos
fenômenos apresentados no filme.
Uma Mente Brilhante (2001, 135 min.): o filme conta a história de
John Nash, um matemático genial, que luta contra a esquizofrenia. É
comovente o relato de seu retorno à sociedade, que reconhece o seu
talento científico, entregando-lhe o Prêmio Nobel.
No filme, qual a posição dos matemáticos sobre sua ciência?
Explique a incoerência entre ateoria defendida pelo personagem e a
sua conduta cotidiana. (cuidado para que a discussão não se
encaminhe apenas para a Psicologia, devido à doença do Sr. Nash
Chocolate (2000, 105 min.): a chegada de Vianne e sua pequena filha
transforma a rotina de uma provinciana cidade francesa. Mãe solteira de
costumes diferentes, a protagonista choca a todos quando abre uma loja de
chocolates, ajudam uma mulher considerada louca e recebe
amistosamente um grupo de andarilhos; mas, aos poucos, derruba
preconceitos e tabus. O filme pode estimular uma discussão sobre origens
e fundamentos das normas morais, considerando questões, como as
seguintes, que devem ultrapassar o contexto dos personagens e obter
respostas sustentadas por argumentos e exemplos:
Por que há tantas divergências entre as pessoas quando se trata de
avaliar os comportamentos como adequados ou inadequados?
É razoável desrespeitar qualquer costume ou tradição?
Costumes e tradições devem ser aceitos incondicionalmente?
Os indivíduos devem adaptar-se às normas, ou elas é que devem se
adaptar aos interesses e pensamentos individuais?
O equilíbrio entre liberdade individual e normas morais é utópico?
Que conseqüências podem surgir da modificação de normas morais e,
portanto, dos costumes de um grupo social?
Que critérios devem ser considerados para avaliar a necessidade de
flexibilizar uma norma moral?
A Corrente do Bem (2000, 115 min.): Quando o professor de
Estudos Sociais, Eugene Simonet, desafia alunos da sétima
série a inventarem algo capaz de mudar o mundo, Trevor
McKinney cria o “passe adiante”- uma espécie de corrente, em
que alguém presta um favor a três pessoas e cada uma deve
prestar favores a três novas pessoas. Apesar de trágicos
acontecimentos envolvendo o garoto, a idéia muda as vidas de
Eugene e Arlene, sua mãe, além de espalhar-se por todo o
país. O filme pode estimular debates sobre o
consequencialismo, considerando que, apesar da enorme
repercussão de sua idéia, Trevor a julga inútil, por não ver os
resultados que esperava para os seus três escolhidos. Indo
além do contexto dos personagens,vale refletir sobre questões,
como:
Até que ponto as pessoas são capazes de prever as
conseqüências de suas ações?
Uma ação será moralmente correta se, apesar da
boa intenção, não atingir os resultados que se
esperava?
E se o responsável pela ação não previu as
conseqüências positivas que ela venha a ter?
É justo sacrificar a própria felicidade pela
felicidade dos outros?
Qual a parcela de responsabilidade de um indivíduo
em relação à felicidade geral?
A felicidade geral amplia necessariamente a
felicidade individual?
Toda ação de um indivíduo deve considerar o bem
dos outros?
O filme "O Quinto Elemento“
Estimado leitor, os filósofos pré-socráticos apareceram entre os séculos VII e VI a.C.
em várias colônias gregas que se espalham pela costa do Mediterrâneo,
principalmente na Ásia Menor. A preocupação desses primeiros pensadores era
cosmológica, isto é, procuravam um princípio que explicasse a existência e a ordem do
mundo material.
A essa substância, deram o nome de Arché: princípio material que concede origem a
tudo o que existe no Universo. Por isso, também são chamados filósofos da natureza.
Vários deles se destacaram. Alguns até ficaram conhecidos do grande público, como é
o caso de Tales de Mileto. Tales, aliás, é considerado o primeiro filósofo por afirmar
que o princípio material de onde todo o Universo se origina é a água. Outros présocráticos importantes foram Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eléia, Demócrito de
Abdera, Alcmeon de Crotona, dentre outros.
Empédocles (495 – 435 a.C.) merece destaque. Ele era natural da Sicília (sul da
Itália) e vinha de uma família próspera e influente. Dedicou-se à medicina e à
política, destacando-se como um grande democrata. Escreveu uma série de obras,
todas elas em verso, sendo as de maior importância aquelas Sobre a Natureza e
Purificações.
Afirmava que os elementos materiais básicos do Universo eram quatro: terra, ar, fogo
e água. Tudo o que existe no mundo é formado a partir dessas quatro raízes. Mas na
criação das coisas havia, além dos quatro elementos, duas forças opostas: o amor e a
discórdia. Essas forças determinavam o desenvolvimento do Universo.
Dessa forma, quando os quatro elementos eram orientados pelo amor, aquilo que eles
formavam era carregado de harmonia. Mas se, ao contrário, ao invés do amor, a
orientação dos quatro elementos fosse determinada pela discórdia, o resultado seria
impregnado de desamor.
É claro que a origem do Universo exige respostas bem mais complexas
do que as fornecidas por Empédocles. Mas é impossível não observar a
atualidade de seu pensamento, sobretudo num momento em que a
qualidade de nossas ações parece depender diretamente das boas ou
más intenções que nelas aplicamos. Empédocles antecipa uma
discussão acerca do poder dos nossos afetos e de como eles determinam
nossas ações.
Lançado em 1997, o filme O Quinto Elemento, claramente inspirado na
teoria de Empédocles, narra uma futurista história na qual quatro
pedras, cada uma representando um elemento da natureza (água, ar,
terra e fogo), precisam ser encontradas para que não caiam em mãos
inimigas. Quando unidas, essas pedras liberam uma força imensa.
Se conduzida pela discórdia, essa força pode destruir o planeta Terra.
Por isso é muito importante que elas não caiam em mãos erradas. A
atriz Milla Jonovich faz o papel do quinto elemento. Ela é um ser
alienígena sem maldade e de coração puro, por isso, recebendo a missão
de proteger os quatro elementos.
A metáfora é simples: ela simboliza o amor e as boas intenções que
devem estar na base das nossas ações. Torço para que tais ações não
sejam coisa de extraterrestre.
REFERÊNCIAS






CABRERA, Julio. O cinema pensa: uma introdução à
Filosofia através dos filmes. Tradução de Ryta Vinagre.
Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
FILOSOFIA / Vários autores. – Curitiba: SEED – PR,
2008.
MENDONÇA, Fernando. A filosofia no cinema.
http://www.ipv.pt/millenium/Millenium29/17.pdf. Acesso
em 12/03/2010.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala
de aula. São Paulo: Contexto, 2008.
POURRIOL, Ollivier. Filô - As mais belas questões
da filosofia no cinema. Jorge Zahar Editor, 2009.
RIBAS, Maria Alice Coelho; CENCI, Marcio Paulo.
Filosofia e Cinema: possíveis entrecruzamentos.
http://sites.unifra.br/Portals/1/j_%20FILOSOFIA%20E%
20%20CINEMA%20-%20TEXTO%206.pdf. Acesso em
12/03/2010.
SITES
http://www.cinemanet.com.br/
http://www.adorocinema.com/
http://www.cinemateca.com.br/
Download

VÍDEO - itinerantenretoledo2