ENGENHARIA DE SISTEMAS
PRODUTIVOS I
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
AULA 04
PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO
Prof. Dr. Ricardo Martins Cury
[email protected]
INTRODUÇÃO
O planejamento mestre da produção está encarregado de
desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo
prazo em planos específicos de produtos acabados (bens ou
serviços) para o médio prazo, no sentido de direcionar as
etapas de programação e execução das atividades
operacionais da empresa (montagem, fabricação e
compras).
O Plano Mestre de Produção (PMP) é obtido por um processo
de tentativa e erro em que a partir de um PMP inicial buscase verificar a disponibilidade de recursos para sua execução.
HIERARQUIZAÇÃO DOS PLANOS
INTRODUÇÃO
Na elaboração do planejamento mestre da produção, estão
envolvidas todas as áreas que tem um contato mais direto
com a manufatura, tanto no sentido de fornecer subsídios
para a tomada de decisões, como no sentido de usar as
informações do PMP.
Por ser um processo interativo, ao final de sua elaboração o
PMP representará os anseios das diversas áreas da empresa
quanto ao planejamento de médio prazo.
ARQUIVO DO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
Vamos demonstrar por meio de um exemplo, como se
apresenta este arquivo de dados e como podemos
operacionalizá-lo. A tabela a seguir mostra o arquivo de um
item produzido para estoque para os próximos dois meses,
divididos em períodos semanais. Vamos admitir que este
item é produzido em lotes de 100 unidades.
Neste arquivo constam informações sobre a demanda prevista
e real, os recebimentos programados, os estoques em mãos
e projetados e a necessidade prevista de produção do item.
TABELA DO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
JULHO
1 2 3 4
Demanda
prevista
Demanda
confirmada
Recebimentos
programados
Estoques
05
projetados
PMP
AGOSTO
1 2 3 4
50 50 50 50 60 60 60 60
55 40 10 5
0
0
0
0
100
50 100 50 100 40 80 20 60
100
100
100
100
CÁLCULO DO ESTOQUE FINAL NO PMP
Demanda Estoque
Estoque Receb.
Estoque
Sem.
(prevista antes PMP
inicial Progr.
final
ou real) do PMP
1
5
100
55
50
50
2
50
50
0
100
100
3
100
50
50
50
4
50
50
0
100
100
1
100
60
40
40
2
40
60
-20
100
80
3
80
60
20
20
4
20
60
-40
100
60
OS ESTOQUES E O PMP
Pode-se notar que os estoques projetados influenciam a forma
como o PMP se desenrolará. As empresas, ao fazerem seu
planejamento mestre de produção, aplicam políticas de
estoques que visam amortecer os erros de previsão e
nivelar o ritmo de produção. Como o PMP deriva do Plano
de Produção, muitas dessas políticas já foram traçadas para
um horizonte de planejamento maior, e devem agora ser
colocadas em prática pelo PMP.
TABELA DO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO COM ESTOQUE MÍNIMO
JULHO
1 2 3 4
Demanda
prevista
Demanda
confirmada
Recebimentos
programados
Estoques
05
projetados
PMP
AGOSTO
1 2 3 4
50 50 50 50 60 60 60 60
55 40 10 5
0
0
0
0
100
50 100 50 100 140 80 120 60
100
100 100
100
TABELA DO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO PARA ITENS SOB
ENCOMENDA
Demanda
prevista
Demanda
confirmada
Recebimentos
programados
Estoques
02
projetados
PMP
Disponibilidade
de entrega
1
JULHO
2
3
AGOSTO
2
3
4
1
10
10
10
10
10
10
10
10
9
5
3
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
2
2
2
2
2
2
2
10
10
10
10
10
10
10
10
3
5
7
9
10
10
10
10
4
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Quando o número de produtos acabados for muito grande e
este número de itens for derivado de uma gama de
combinações de opções que podem ser escolhidas pelos
clientes para compor o produto acabado, geralmente, não
se planeja a formação de estoques para todas as
combinações possíveis. Por exemplo:
Se um produto acabado possui três componentes (A, B e C) e
o componente A possui três opções de especificações, o
componente B possui duas opções e o componente C outras
três opções e formos planejar a produção de todas as
alternativas de produtos teríamos (3 X 2 X 3) 18 alternativas
diferentes.
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Se tivéssemos mais dois componentes com cinco opções cada
um chegaríamos a 450 alternativas (3 X 2 X 3 X 5 X 5).
Com vários produtos acabados facilmente chegaríamos a
números difíceis de serem administrados, mesmo
empregando computadores.
A idéia para reduzir esse crescimento exponencial consiste em
descermos um nível no nosso planejamento mestre da
produção.
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Ao invés de elaborarmos um PMP para cada produto acabado
passaríamos a elaborar um PMP para cada opção de
componente, transformando a multiplicação de alternativas
numa soma de alternativas. O produto acabado seria
controlado por fora, com um programa de montagem final
que representaria as opções escolhidas pelo cliente. Neste
caso, o planejamento mestre da produção se encarregaria
de oito componentes (3 + 2 + 3) em vez de 18 produtos
acabados, ou ainda, de 18 (3 + 2 + 3 + 5 + 5) em vez de
450.
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Nesta alternativa existe o problema adicional das previsões de
demanda serem obtidas para produtos acabados, e não em
função dos componentes que pretendemos planejar. A
solução consiste em guardar junto com a estrutura do
produto o percentual de demanda do produto acabado para
cada opção de componentes que compõe este produto.
Desta forma, a partir da previsão de demanda para o produto
acabado basta multiplicá-la pelo percentual de cada opção
de cada componente.
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Componente A:
Opção 1 = 500 x 0,1 = 50
Opção 2 = 500 x 0,4 = 200
Opção 3 = 500 x 0,5 = 250
Componente B:
Opção 1 = 500 x 0,7 = 350
Opção 2 = 500 x 0,3 = 150
Componente C:
Opção 1 = 500 x 0,2 = 100
Opção 2 = 500 x 0,6 = 300
Opção 3 = 500 x 0,2 = 100
ITENS QUE ENTRAM NO PROGRAMA
MESTRE DE PRODUÇÃO
Resumindo, com relação aos itens que farão parte do PMP, se
não tivermos uma quantidade excessiva de produtos
acabados que venha a inviabilizar os cálculos, incluímos
todos no planejamento. Agora, se a quantidade de produtos
acabados for grande, devemos controlá-los através de um
programa de montagem final, e planejar através do PMP os
componentes do próximo nível abaixo.
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
O planejamento mestre de produção trabalha com a variável
de tempo em duas dimensões. Uma é a determinação da
unidade de tempo para cada intervalo do plano. Outra é a
amplitude, ou horizonte que o plano deve abranger em sua
análise. Estas duas variáveis do tempo são diferentes de
empresa para empresa.
A determinação dos intervalos de tempo que compõe o PMP
dependerá da velocidade de fabricação do produto incluído
no plano e da possibilidade prática de alterar o plano.
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
Quanto ao horizonte de planejamento o PMP pode ser
desmembrado em pelo menos dois níveis de horizontes de
planejamento, com objetivos diferenciados. Um nível firme
de horizonte curto que serve para a programação da
produção e a ocupação dos recursos produtivos,
direcionando as prioridades. Um nível sujeito a alterações
com um horizonte longo usado para o planejamento da
capacidade de produção e as negociações com os diversos
setores envolvidos na elaboração do plano.
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
A parte firme do PMP deve abranger no mínimo o tempo do
caminho crítico da produção do lote do item que está se
planejando, pois é em cima das quantidades planejadas
pela parte firme do PMP que vamos autorizar e iniciar o
processo de produção propriamente dito.
Por exemplo, considere o roteiro de produção e os tempos
padrões gastos nas operações de um produto hipotético,
como segue.
ROTEIRO DE FABRICAÇÃOE TEMPOS
PADRÃO
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
Considerando-se um lote de produção de 20 unidades, 8 horas
de trabalho por dia, 5 dias na semana. Pode-se calcular o
caminho crítico, ou seja, o caminho mais longo, dentro do
roteiro de fabricação desse produto:
1. Montagem do produto = 2h/unid. X 20unid =
40h/8h/dia=5dias.
2. Submontagem do componente B = 2h/unid. X 20unid. =
40h/8h/dia=5dias.
3. Fabricação da peça 2 = 3h/unid. X 20unid. =
60h/8h/dia=7,5dias.
4. Compra da matéria-prima 2 = 2 dias.
TEMPO NO PLANO MESTRE DE
PRODUÇÃO
Este caminho nos dá um tempo de 19,5 dias ou
aproximadamente quatro semanas. Isto significa que a
decisão de produzir um lote desse produto tem que ser
tomada com uma antecedência mínima de quatro semanas
para que as providências necessárias sejam realizadas. Logo
o prazo da parte fixa do PMP onde não gostaríamos de
promover mudanças deve ser maior ou igual a estas quatro
semanas.
ANÁLISE DA CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DO PMP
A existência de dois horizontes de tomadas de decisões dentro
do PMP faz com que a análise da capacidade de produção
não busque atuar sobre a parte fixa do PMP, pois nela já
estamos com o lead time do produto acabado correndo e
modificações são indesejáveis. A função da análise da
capacidade produtiva do PMP consiste em equacionar os
recursos produtivos da parte variável do plano, de forma a
garantir uma passagem segura para sua parte fixa e
posterior programação da produção.
ANÁLISE DA CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DO PMP
Roteiro:
1. Identificar os recursos a serem incluídos na análise. Como
forma de simplificação pode-se considerar apenas os
recursos críticos ou gargalos.
2. Obter o padrão de consumo da variável que se pretende
analisar de cada produto acabado incluído no PMP para
cada recurso (horas-máquina/unidade, horashomem/unidade, m3/unidade etc).
3. Multiplicar o padrão de consumo de cada produto para
cada recurso pela quantidade de produção de cada período
prevista no PMP.
4. Consolidar as necessidades de capacidade para cada
recurso.
ANÁLISE DA CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DO PMP
Em função dos períodos do PMP serem normalmente menores
que o lead time dos produtos incluídos no plano, os padrões
de consumo dos recursos devem levar em conta em que
período esse recurso será acionado quando da programação
do produto acabado. Estes padrões de consumo são
conhecidos como perfis de carga unitária do produto.
MATERIAL ANEXO
VER EXEMPLO UM DO MATERIAL ANEXO
EXEMPLO 4.4 PG 98 A 100.
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