Formação para a Docência na Educação Superior: um levantamento do estado do
conhecimento sobre a temática formação didático-pedagógica
Kaline Valeria Pereira Silva
[email protected]
Universidade Federal de Pernambuco
Kátia Maria da Cruz Ramos
[email protected]
Universidade Federal de Pernambuco
Resumo
O cenário da Educação Superior vem sendo marcado, desde o final do século passado, por
transformações que, entre outros aspectos, vêm apontando para a necessidade de reconfiguração da
profissionalidade docente dos que atuam na Educação Superior. Tal necessidade vem implicando
num movimento de busca e de oferta de ações de formação continuada didático-pedagógica que tem
contribuído para a inserção desta temática no debate educacional – principalmente no que diz
respeito ao delineamento de um reconhecimento da pertinência dessa formação na docência da
Educação Superior. É no âmbito dessa problemática que a presente comunicação, parte integrante
de uma pesquisa em desenvolvimento no Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGE/UFPE), tem como objetivo apontar o
estatuto que vem ocupando a temática da formação didático-pedagógica em estudos que se
debruçam sobre a questão da docência na Educação Superior. Para tanto, teve como fonte de
pesquisa trabalhos disponibilizados no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) e nos Anais de Reuniões Anuais da Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), no período de 2002 a 2011 – utilizando como
descritores os termos docência, docência na educação superior, formação continuada, formação
didático-pedagógica e formação pedagógica. Como resultado foi identificada uma ampliação,
embora ainda timída, de estudos sobre a docência na Educação Superior, dos quais os poucos que
contemplam a temática da formação continuada didático-pedagógica centram a atenção na questão
da reivindicação de um estatuto institucional bem como no reconhecimento de um estatuto de
pertinência desta formação – seja no que diz respeito ao caráter formador do conhecimento
pedagógico, seja como espaço de reflexão individual e coletiva sobre o exercício docente na
Educação Superior.
Palavras-chave: Docência na Educação Superior; Formação Didático-Pedagógica; Educação
Superior.
Introdução
Desde o final do século XX vem sendo alterado o caráter formativo na universidade, em
termos desta assumir-se como instituição social. Neste contexto, a docência na universidade vem se
tornando objeto de investigação e intervenção, principalmente no que se refere à oferta da formação
didático-pedagógica. Notadamente no âmbito de um movimento ainda emergente resultante de
debates ocorridos principalmente nas duas últimas décadas do século passado (Cunha, 2009;
Ramos, 2010; Bazzo & Silva, 2011; Cordeiro & Ramos, 2012).
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Tal movimento vem contribuindo no processo de institucionalização de ações de formação
continuada didático-pedagógica, que segundo Bordas (2005, p.4) apresenta-se “como fortes indícios
de que algo se está fazendo em prol de uma mudança que valorize o ensinar” na universidade –
principalmente pela crescente busca e participação de professores nessas ações. Inclusive, dentre
outros aspectos, esse movimento tem influenciado um aumento de produções sobre a temática da
formação continuada didático-pedagógica para professores universitários que, segundo Bazzo &
Silva (2011), vem sugerindo uma maior preocupação com essa formação por parte das instituições
de ensino superior.
É no âmbito dessa compreensão que este texto, a partir do estado do conhecimento de uma
pesquisa em desenvolvimento que tem como suporte a compreensão de lugar como atribuição de
sentidos e significados (Tuan, 1983; Lopes, 2007; Cunha, 2010), trata do lugar que vem ocupando a
temática da formação didático-pedagógica em estudos sobre docência na educação superior. Para
tanto, tendo por referência o período de 2002 a 2011, congrega dados de um levantamento de
estudos disponibilizados no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e nos Anais de Reuniões Anuais da Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Educação (ANPEd).
Sobre estudos disponíveis no Banco de Teses da CAPES (BTDC)
No âmbito do BTDC o levantamento foi realizado utilizando como ponto de partida os
termos docência e formação continuada, para identificar trabalhos atrelados aos descritores
docência na educação superior/ensino superior e formação continuada didático-pedagógica –
especificamente no que diz respeito à relação entre esses dois últimos termos.
No levantemento referente ao descritor docência no nível de doutorado identificamos 416
teses, das quais 75 tratam da docência na educação superior e observamos uma crescente ampliação
de trabalhos sobre a temática revelada no quantitativo de 01 em 2002 para 23 teses em 2011. No
âmbito desses estudos apenas 08 tratam da formação continuada didático-pedagógica, tendo como
objeto de atenção:
 Experiências interventivas através de ações de formação didático-pedagógica (03 trabalhos);
 Pressupostos que fundamentaram experiências de formação didático-pedagógica na relação
com a constituição da profissionalidade docente dos professores universitários (02
trabalhos);
 Experiências e contribuições de políticas institucionais de formação didático-pedagógica
para o professor universitário (02 trabalhos);
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 Importância e necessidade da formação didático-pedagógica a partir da representação social
dos professores (01 trabalho).
No que diz respeito às dissertações, apesar de apresentar um quantitativo expressivo com um
universo de 1.477 relativo ao descritor docência, apenas 243 tratam da docência na educação
superior, apresentando uma frequência de 10 dissertações em 2002 para 28 em 2011. Porém, o
quantitativo de estudos que abordam a formação continuada didático-pedagógica se manteve
próximo ao observado no conjunto das teses com um total de 11 dissertações, tendo como objeto de
atenção:
 Experiências e contribuições de políticas institucionais de formação didático-pedagógica
para o professor universitário (07 trabalhos);
 Experiências interventivas através de ações de formação didático-pedagógica (02 trabalhos);
 Pressupostos que fundamentaram experiências de formação didático-pedagógica na relação
com a constituição da profissionalidade docente dos professores universitários (01 trabalho);

Conhecimento produzido sobre formação didático-pedagógica para docentes de ensino
superior (01 trabalho).
No quadro do levantamento a partir do descritor docência identificamos que vem crescendo
o quantitativo de estudos sobre a temática da formação didático-pedagógica, principalmente os
estudos relacionados com questões de políticas institucionais e experiências formativas – apontando
para uma reivindicação de institucionalização da formação didático-pedagógica conforme afirmam
Pachane (2003) e Bazzo (2007).
Nesse sentido, Vasconcellos (2011, p. 158) ressalta que “a instituição de ensino superior
deve possuir o reconhecimento de uma Pedagogia Universitária como campo teórico que torna
legítimo o lugar de formação dos docentes universitários, investindo e assumindo a qualidade da
educação superior como compromisso social”. E ainda afirma que um programa institucional é
espaço para os professores compartilhar seus desafios, como “um potencial formativo para as
questões didático-pedagógicas, sendo possível um exercício de reflexão de sua prática” (idem,
p.162), evidenciando a necessidade da instituição ouvir seus profissionais e se aproximar das
significações que apresentam acerca dos processos formativos para que se possa pensar em
estratégias e concretizar mudanças.
Nessa perspectiva, englobando estudos que tratam dos sentidos da formação continuada,
Reis (2007) chama a atenção para o cuidado que se deve ter para não se atribuir uma ideia
salvacionista à formação continuada, onde os professores aprenderão como fazer diferente e correto.
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Ou seja, ressalta o caráter da formação como uma intervenção no processo de reconstrução da
identidade e profissionalidade docente no ensino superior.
No que se refere ao levantamento no BTDC utilizando o descritor formação continuada, no
nível de doutorado, observamos um quantitativo de 1.548 teses, porém identificamos apenas 04
estudos que tratam da formação didático-pedagógica para docentes da educação superior,
especificamente da – que têm como objeto de atenção:
 Experiência interventiva através de ações de formação didático-pedagógica (01 trabalho);
 Experiência e contribuição de política institucional de formação didático-pedagógica para o
professor universitário (01 trabalho);
 Saberes pedagógicos construídos por professores universitários a partir da vivência do uso
do Ambiente Virtual de Aprendizagem (01 trabalho);

Significado e sentido da oferta de formação continuada didático-pedagógica para professores
universitários (01 trabalho).
No rol das dissertações identificamos 4.995 no âmbito do descritor formação continuada
mas apenas 11 pesquisas que tratam da formação didático-pedagógica para docentes do ensino
superior. No rol dessas 11, 08 já foram contabilizadas no descritor anterior e as 03 restantes têm
como objeto de atenção:
 Desafios e perspectivas de políticas institucionais de formação didático-pedagógica para o
professor universitário (01 trabalho);
 Experiência interventiva através de ações de formação didático-pedagógica (01 trabalho);

Formação continuada de professores universitários a partir da criação de um espaço virtual
(01 trabalho).
Verificamos que os estudos de modo geral apontam que a formação continuada contribui
com a reflexão sobre a prática docente, a constituição da identidade docente, e reafirmam a
pertinência de políticas institucionais de formação didático-pedagógica do professor que atua na
educação superior. E a novidade é o aparecimento da questão da formação à distância que segundo
Mattos (2002) representa uma oportunidade diante do pouco tempo do professor universitário para
refletir sobre sua prática.
O levantamento no BTDC permite identificar que a temática docência na educação superior,
congregando teses e dissertações, no rol de 318 pesquisas que tratam sobre a docência na educação
superior apenas 26 estudos tratam da questão da formação didático-pedagógica – o que ratifica o
afirmado por Bazzo e Silva (2011) que ainda são poucos os estudos sobre a temática. Mas, apesar
disto, vale registrar a presença de pesquisas que trazem as TICs na formação continuada, numa
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perspectiva de ratificar a importância desses recursos no enriquecimento da prática do professor e
aprendizagem do estudante.
No que se refere ao lugar da temática formação didático-pedagógica, ratificando o afirmado
por Cunha (2009), observamos que o sentido atribuído refere-se ao lugar institucional,
principalmente na esteira de um reconhecimento da condição profissional da docência na educação
superior. E este reconhecimento é identificado num movimento de reivindicação e reconhecimento
dessa formação atrelada ao aspecto institucional, notadamente relacionado ao caráter de
desenvolvimento profissional – que apesar de incidir na condição da docência na educação superior,
pouco vem privilegiando tratar de questões atreladas a repercussões da formação didáticopedagógica no processo de (re)constituição de um lugar para esta formação. E isto, conforme
afirmam Cunha (2009), Ramos (2010) e Bazzo e Silva (2011), trata-se de um movimento que é
possível compreender a partir das condições que vem sido promovidas as experiências formativas,
que partem não raras vezes de uma necessidade individual, de um determinado grupo, e se
constituem muitas vezes em ações pontuais. Essa ordem de acontecimento aponta para a pertinência
de refletir sobre o lugar da formação didático-pedagógica na docência universitária a partir dos
sentidos atribuídos.
Sobre estudos disponíveis nos Anais de Reuniões Anuais da (ANPEd)
Para aprofundar o olhar sobre a temática que se encontra na base deste estudo prosseguimos
com o levantamento do estado do conhecimento consultando os anais da ANPEd, onde
consideramos trabalhos e pôsteres apresentados no Grupo de Trabalho 04 – Didática (GT04), no
Grupo de Trabalho 08 – Formação de Professores (GT08) e no Grupo de Trabalho 11 – Política de
Educação Superior (GT11), por congregarem estudos que tem por objeto a docência na educação
superior, e consequentemente a questão da formação didático-pedagógica.
Nesse levantamento utilizamos os descritores docência na educação superior e formação
continuada didático-pedagógica. Identificamos no GT04 que de um universo de 131 trabalhos e 34
pôsteres, 26 trabalhos e 08 pôsteres abordam a docência na educação superior, dos quais 03
trabalhos e 02 pôsteres tratam da questão da formação continuada didático-pedagógica. No GT08 de
um universo de 231 trabalhos e 74 pôsteres, 20 trabalhos e 06 pôsteres abordam a docência na
educação superior, dos quais apenas 01 trabalho trata da questão da formação continuada didáticopedagógica. E no GT11 de um universo de 140 trabalhos e 17 pôsteres, 20 trabalhos e 03 pôsteres
abordam a docência na educação superior, dos quais 05 trabalhos tratam da questão da formação
continuada didático-pedagógica. Esses números apontam que o quantitativo de estudos sobre a
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temática da docência no ensino superior se concentra no GT04, seguido do GT08, e por último o
GT11. E sobre a temática da formação continuada didático-pedagógica para docentes da educação
superior o quantitativo se concentra no GT04 e GT11, e apenas uma ocorrência no GT08.
Nesse quadro, identificamos uma ainda emergência de estudos sobre a questão da formação
continuada didático-pedagógica para docentes do ensino superior, principalmente em torno do lugar
que ocupa esta temática nos grupos de trabalho da ANPEd. Inclusive, confirmando o identificado
no levantamento feito no BTDC, a questão é vista do ponto de vista da política institucional (GT11)
e do aspecto didático-pedagógico (GT04) mas com limites no reconhecimento de um lugar no
âmbito da formação de professores (GT08) – conforme abaixo apresentado. No que diz respeito aos
trabalhos apresentados no GT04 o objeto de atenção inside sobre:
 Possibilidades da formação pedagógica na qualificação do trabalho docente (02 trabalhos);
 Mapeamento de ações de formação docente em instituições de ensino superior (02
trabalhos);

Construção da identidade docente em contexto de programa institucional de formação
didático-pedagógica (01 trabalho).
De modo geral, os estudos no GT04 vêm reafirmar a pertinência da formação didático-
pedagógica na docência universitária, assim como a urgência das instituições assumirem a
responsabilidade para com a profissão do professor universitário. E as análises de experiências
formativas também vêm revelando que “as instituições têm realizado ações pedagógicas
consideradas inovadoras, com o objetivo de melhoria da qualidade da educação universitária”
(Broilo, 2006, p. 14).
No GT08 identificamos apenas um estudo que trata da formação didático-pedagógica, que
teve como objeto de atenção a Comunidade Virtual de Aprendizagem de um programa de
atualização didático-pedagógica – que reafirma, conforme anteriormente apontado, a importância
do ambiente virtual na formação do professor.
Prosseguindo com estado do conhecimento, observamos que as pesquisas no GT11 vêm
tratando da formação didático-pedagógica tendo como objeto de atenção:
 Experiências e contribuições de política institucional de formação didático-pedagógica para
o professor universitário (04 trabalhos);

Desenvolvimento profissional docente do professor universitário da educação superior (01
trabalho).
Na maioria desses estudos encontra-se presente a denúncia relativa a falta apoio
institucional, uma insatisfação em razão do caráter obrigatório da formação e a restrição aos
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professores ingressantes, que certamente repercutem na concepção que o professor venha a
construir sobre a formação didático-pedagógica. E apesar de uma reconhecida importância do
pedagógico na docência por parte da instituição como aponta o estudo de Bordas (2005), ainda são
poucos estudos que se interessam pelos efeitos da formação continuada didático-pedagógica a partir
das concepções dos professores. E isto ratifica a necessidade realçada por Bazzo (2007 p.81) de um
acompanhamento das implicações de experiências dessa ordem, ao pontuar a ausência de registro
sobre “os possíveis efeitos que estes programas possam ter provocado nas concepções de educação
e no desenvolvimento de práticas docentes inovadoras entre os professores”. E essa afirmativa,
aliada aos achados desse breve estado do conhecimento, reforça a pertinência de estudos que se
debrucem sobre a temática da formação didático-pedagógica na docência universitária que, apesar
de ocupar um lugar no GT que trata do Ensino Superior e no GT que trata da docência em sua
dimensão didática, encontra-se com limitada expressividade do GT que trata da formação de
professores.
Considerações
O conjunto dos trabalhos, elencados no levantamento aqui apresentado, permite identificar
que timidamente a atenção sobre a docência na educação superior vem se ampliando e que os
poucos estudos sobre a formação didático-pedagógica ratificam o afirmado por Bazzo e Silva
(2011, p. 554) de que os estudos sobre esta temática “quebram, lentamente, porém de forma
crescente, a monolítica compreensão de que basta ser um competente profissional de uma dada área,
ou um excelente pesquisador, para se tornar um professor/educador com bons resultados no
ensino”.
E o interesse pela temática da formação didático-pedagógica do professor universitário vem
sendo ratificado pelos estudos que apontam que o exercício da docência constituir-se uma atividade
fundamental no desenvolvimento do ensino superior. O que segundo Ramos (2010, p. 96)
representa uma reconceitualização da docência universitária que “passa pelo reconhecimento da
complexidade desta função exigindo, no processo de constituição da profissionalidade,
conhecimentos para além do domínio de uma área disciplinar”.
Nesse quadro, observamos que essa formação tem sido ofertada tanto no âmbito
institucional como no individual, configurando-se muitas vezes em ações ora permanentes, ora
pontuais, mas também como objeto de estudo com um caráter interventivo, fato que permite afirmar
o que Reis (2007) constata sobre a formação continuada que é uma arena heterogênea, pouco
unificada e com finalidades diversas.
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A isso, acrescenta-se o estudo de Cunha (2010, p. 50) ao ressaltar dentre as dimensões
legitimadas na formação do professor, a formação para a docência que vem ocorrendo em forma de
educação continuada, “por ela se pressupõe que há conhecimentos específicos, ligados às ciências
humanas e da educação, que faze parte da condição de melhoria das práticas de ensinar e aprender,
próprias de um professor”, configurando-se muitas vezes como espaço possibilitador do repensar o
exercício docente a partir do exercício da escuta e da reflexão coletiva e individual (Cordeiro &
Ramos, 2012).
Considerando Tuan (1983, p. 6) quando diz que “o que começa como espaço indiferenciado
transforma-se em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor”, observamos nos
estudos que a atenção com a formação para a docência se encontra num movimento que acena para
a pertinência de um lugar de caráter institucional para a formação didático-pedagógica na docência
universitária, como expressão de reconhecimento por parte dos professores e da instituição. Tal
como ratificado por Cunha (2009) quando afirma que é possível afirmar que existem diferentes
espaços de formação do professor universitário, e é possível observar nos estudos que em algumas
situações esses espaços podem estar se constituindo em lugares.
E essa compreensão de lugar como constituindo-se pela dimensão humana, política e
cultural que “extrapolam uma base física e espacial para assumir uma condição cultural, humana e
subjetiva. Entram em jogo as representações que os sujeitos fazem dos lugares e o sentido que
atribuem aos mesmos” (Cunha, 2010, p. 54). Nesse sentido, o estado do conhecimento aqui
contemplado aponta para um reconhecimento de um lugar da temática da formação didáticopedagógica, em termos quantitativo, no âmbito de estudos sobre políticas do ensino superior, na
direção da responsabilidade institucional e do caráter formador do conhecimento objeto dessa
formação. E esse reconhecimento nos permite apontar para a importância do investimento em
estudos que se debrucem sobre sentidos atribuídos à formação didático-pedagógica, no contexto do
denominado lugar institucional e caráter formador, notadamente em decorrência de contributos de
programas institucionais – que vêm configurando-se como um importante elemento no processo de
inserção da referida temática no âmbito da docência na educação superior.
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