Prefeitura Municipal de Palhoça Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Palhoça – Capítulo Resíduos Sólidos Urbanos e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO VOLUME 1 ETAPA 5 Setembro / 2015 Prefeitura Municipal de Palhoça Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Palhoça – Capítulo Resíduos Sólidos Urbanos e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS VOLUME 1 ETAPA 5 PMGIRS – PALHOÇA - SC 2 Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Palhoça – Capítulo Resíduos Sólidos Urbanos e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS ETAPA 5 – DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO EQUIPE TÉCNICA PRINCIPAL Jackson Casali Engenheiro Coordenador CREA/SC 103913-5 Robison F. Lima Engenheiro Florestal CREA/SC 061352-8 Felipe Eduardo Lang Advogado Ademir Tancini Eng. Sanitarista e Ambiental CREA/SC 113590-2 Tarcísio S. Santana Tecnólogo em Saneamento Ambiental CREA/SC 131312-2 Fernanda Bottin Assistente Social Eni Ferreira Assistente Administrativo OAB 35392 CRESS 3814/SC - EQUIPE DE APOIO Darcivana F. Squena Engenheira Ambiental CREA/SC 086247-3 Priscila T. Anzolin Eng. Sanitarista e Ambiental CREA/SC 118542-9 Luzitania Boff Pedagoga 9602051/DEMEC/SC Samara Mazon Bióloga CRBio 088108/03-D Felipe Forest Técnico em Geoprocessamento PMGIRS – PALHOÇA - SC - 3 IDENTIFICAÇÃO CADASTRAL CONTRATANTE Razão Social: Prefeitura Municipal de Palhoça CNPJ: 82.892.316/0001-08 Endereço: Av. Hilza Terezinha Pagani, nº 289 Município: Palhoça – SC Fone/fax: (48) 3279-1700 Web Site: https://palhoca.atende.net/#!/ Administrador: Prefeito Municipal Camilo Martins IDENTIFICAÇÃO CADASTRAL CONTRATADA Responsável: Cerne Ambiental Ltda – EPP CNPJ: 05.658.924.0001/01 Endereço: Av. Nereu Ramos 75-D, Sala 1035A, Centro Município/UF: Chapecó – SC Fone/fax: (49) 3329 3419 E-mail: [email protected] Home Page www.cerneambientalsc.com.br planosmunicipais.com.br/palhocars PMGIRS – PALHOÇA - SC 4 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO.................................................................................. 16 2. METODOLOGIA................................................................................... 18 3. DEFINIÇÕES ........................................................................................ 19 4. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................... 24 5. ASPECTOS LEGAIS ............................................................................... 25 5.1. Normas Técnicas _________________________________________ 25 5.2. Leis Federais, Decretos e Resoluções _________________________ 26 5.2.1. Política Nacional dos Resíduos Sólidos ............................................... 27 5.2.2. Outras Legislações Federais ................................................................ 29 5.3. Leis e Decretos Estaduais __________________________________ 31 5.4. Leis e Decretos Municipais _________________________________ 33 6. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS E AMBIENTAIS .............. 36 6.1. Caracterização da Área de Planejamento _____________________ 36 6.2. Dados Gerais do Município _________________________________ 39 6.2.1. Criação do Município .......................................................................... 40 6.2.2. Ocupação............................................................................................ 41 6.2.3. Divisão Territorial e Formação Histórica ............................................ 41 6.2.4. Formações Administrativas ................................................................ 42 6.2.5. Autarquia Municipal ........................................................................... 44 6.3. Demografia _____________________________________________ 45 6.3.1. Evolução da População ....................................................................... 45 6.3.2. População Rural e Urbana e Densidade Demográfica ........................ 48 6.4. Atividades Econômicas ____________________________________ 50 6.5. Atividades Produtivas _____________________________________ 52 6.5.1. Agricultura .......................................................................................... 52 6.5.2. Pecuária .............................................................................................. 55 6.5.3. Silvicultura .......................................................................................... 57 PMGIRS – PALHOÇA - SC 5 6.6. Infraestrutura e Serviços Públicos ___________________________ 57 6.6.1. Energia................................................................................................ 57 6.6.2. Agências Bancárias ............................................................................. 57 6.6.3. Transportes ........................................................................................ 57 6.6.4. Informação e Comunicação ................................................................ 59 6.6.5. Saúde.................................................................................................. 60 6.6.6. Indicadores de Saúde ......................................................................... 61 6.6.7. Educação ............................................................................................ 63 6.6.7.1. Taxa de Analfabetismo ....................................................................... 64 6.6.7.2. Índice de Desenvolvimento Escolar .................................................... 65 6.7. Indicadores Sociais e Econômicos do Município ________________ 68 6.8. Organizações da Sociedade Civil e Cultura Local ________________ 69 6.8.1. Religiões ............................................................................................. 69 6.8.2. Cemitérios .......................................................................................... 69 6.8.3. Associativismo .................................................................................... 70 6.8.3.1. Associações ........................................................................................ 71 6.8.3.2. Sindicatos ........................................................................................... 71 6.8.3.3. Cooperativa ........................................................................................ 71 6.8.4. Costumes e Tradições ......................................................................... 72 6.9. Caracterização Física Simplificada do Município ________________ 73 6.9.1. Clima .................................................................................................. 73 6.9.2. Geologia e Pedologia .......................................................................... 75 6.9.2.1. Serra Cristalina Litorânea e Serra do Tabuleiro: ................................. 76 6.9.2.2. Superfícies de Deposição .................................................................... 78 6.9.3. Solos ................................................................................................... 79 6.9.3.1. Cambissolos (Ca24) ............................................................................. 79 6.9.3.2. Argilossolos (PVa19 e PVa23) ............................................................. 80 6.9.3.3. Neossolos (AMa 1 e AMa3) ................................................................ 80 6.9.3.4. Gleissolos (HgPd1) .............................................................................. 80 PMGIRS – PALHOÇA - SC 6 6.9.4. Hidrografia e Hidrogeologia ............................................................... 81 6.9.4.1. Regiões e Bacias Hidrográficas de Santa Catarina .............................. 84 6.9.5. Vegetação........................................................................................... 88 7. INSTITUIÇÕES DE ÂMBITO MUNICIPAL E INTERMUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL E CONSELHOS PROFISSIONAIS ............................................................. 98 7.1. Instituições de Âmbito Municipal e Intermunicipal _____________ 98 7.1.1. Associação dos Municípios da Grande Florianópolis - GRANFPOLIS ... 98 7.1.2. Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis – COMDES ........................................................................................ 98 7.2. Instituições de Âmbito Estadual _____________________________ 99 7.2.1. Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento - ARIS ............... 99 7.2.2. Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC 100 7.2.3. Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH .............................. 100 7.2.4. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A – EPAGRI ....................................................................................................... 101 7.2.5. FATMA – Fundação do Meio Ambiente ............................................ 102 7.2.6. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional – SDR .............. 102 7.2.7. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável – SDS 103 7.3. Instituições de Âmbito Federal _____________________________ 104 7.3.1. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa ................ 104 7.3.2. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA ............................................................................................ 104 7.3.3. Vigilância Sanitária - VISA ................................................................. 104 7.4. Conselhos Profissionais ___________________________________ 105 7.4.1. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina - CREA 105 7.4.2. Conselho Regional de Química - CRQ ............................................... 106 PMGIRS – PALHOÇA - SC 7 7.4.3. Conselho Regional de Biologia - CRBio ............................................. 106 8. RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL E NO ESTADO De santa catarina ..... 107 9. INFRAESTRUTURA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS . 109 9.1. Considerações Iniciais ____________________________________ 109 9.2. Panorama do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos Existente no Município de Palhoça _____________________________ 113 9.3. Caracterização dos Resíduos Sólidos ________________________ 113 9.4. Receitas e Custos ________________________________________ 115 9.5. Limpeza Urbana_________________________________________ 115 9.6. Sistema de Manejo dos Resíduos Sólidos Domiciliares __________ 117 9.6.1. Coleta Convencional, Transporte e Acondicionamento dos Resíduos Domiciliares ......................................................................................................... 121 9.6.2. Tratamento e Disposição Final dos Resíduos Sólidos Domiciliares ... 123 9.6.3. Estação de Transbordo ..................................................................... 125 9.6.4. Caracterização Quantitativa e Qualitativa dos Resíduos Domésticos no Município 125 9.7. Coleta Seletiva __________________________________________ 128 9.7.1. Catadores no Município ................................................................... 129 9.7.1.1. Associação Pro-Crep (Criar, Reciclar, Educar e Preservar) ................ 131 9.8. Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) _______________________ 133 9.9. Resíduos da Construção Civil – RCC _________________________ 134 9.10. Resíduos Volumosos _____________________________________ 137 9.11. Resíduos Perigosos ______________________________________ 138 9.11.1. Pilhas e Baterias ............................................................................... 139 9.11.2. Lâmpadas Fluorescentes .................................................................. 139 9.11.3. Eletroeletrônicos .............................................................................. 139 9.11.4. Óleos e Graxas .................................................................................. 140 9.11.5. Pneus ................................................................................................ 140 9.11.6. Agrotóxicos e suas Embalagens ........................................................ 141 PMGIRS – PALHOÇA - SC 8 9.12. Óleo de cozinha _________________________________________ 141 9.13. Resíduos Cemiteriais _____________________________________ 141 9.14. Resíduos de drenagem urbana _____________________________ 143 9.15. Resíduos de Transportes __________________________________ 143 9.16. Indicadores de Desempenho para os Serviços Públicos _________ 143 9.17. Análise Crítica dos Sistemas de Manejo dos Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana Existente __________________________________________ 146 9.18. Apontamentos da População ______________________________ 147 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 148 11. ANEXOS ............................................................................................ 155 11.1. Anexo 01 ______________________________________________ 155 11.2. Anexo 02 ______________________________________________ 156 11.3. Anexo 03 ______________________________________________ 157 11.4. Anexo 04 ______________________________________________ 158 PMGIRS – PALHOÇA - SC 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Unidades de Planejamento ..................................................................... 37 Figura 2: Localização de Palhoça ............................................................................ 39 Figura 3: Acesso ao Município de Palhoça ............................................................. 40 Figura 4: Organograma do Samae Palhoça ............................................................ 45 Figura 5: Evolução populacional de Palhoça .......................................................... 47 Figura 6: População Urbana e Rural de Palhoça .................................................... 49 Figura 7: Estimativa da densidade demográfica por bairro ................................... 50 Figura 8: Produtos Lavoura Temporária ................................................................ 54 Figura 9: Produtos Lavoura Permanente ............................................................... 54 Figura 10: Quantidade de Rebanho (cabeças) ....................................................... 56 Figura 11: Quantidade de produtos ....................................................................... 56 Figura 12: Evolução do IDEB no município de Palhoça........................................... 67 Figura 13: Evolução do IDEB no Estado de Santa Catarina ..................................... 67 Figura 14: Mapa do Brasil com classificação climática segundo Köppen ............... 74 Figura 15: Médias pluviométricas para Palhoça .................................................... 75 Figura 16: Hipsometria do Estado de Santa Catarina ............................................. 79 Figura 17: Solos de Santa Catarina ......................................................................... 81 Figura 18: Regiões Hidrográficas do Brasil ............................................................. 82 Figura 19: Região Hidrográfica Atlântico Sul .......................................................... 83 Figura 20: Regiões Hidrográficas de Santa Catarina ............................................... 85 Figura 21: Mapa hidrográfico do município de Palhoça ......................................... 87 Figura 22: Biomas do Brasil .................................................................................... 88 Figura 23: Mapa Fitogeográfico de Santa Catarina ................................................ 89 Figura 24: Limite da área total do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro - PAEST 93 Figura 25: Área de Abrangência da APA ................................................................ 96 Figura 26: Participação das Regiões no total de Resíduos Sólidos Coletados ...... 107 PMGIRS – PALHOÇA - SC 10 Figura 27: Destinação Final dos RS no Estado de Santa Catarina, conforme a Quantidade Coletada ........................................................................................... 108 Figura 28: Classificação dos resíduos sólidos conforme as classes....................... 112 Figura 29: Caracterização dos Resíduos Sólidos ................................................... 114 Figura 30: Disposição inadequada de resíduos de poda e varrição...................... 116 Figura 31: Organograma da Empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda........ 120 Figura 32: Sacos de lixo pendurados nas grades e poste ..................................... 121 Figura 33: Contentor particular............................................................................ 122 Figura 34: Tonéis servindo de contentores .......................................................... 122 Figura 35: Vista Geral da Área do Aterro da Empresa Proactiva Meio Ambiente Ltda ...................................................................................................................... 124 Figura 36: Estação de Transbordo ........................................................................ 125 Figura 37: Quantidade de resíduos recebidos no aterro ...................................... 126 Figura 38: Comparativo da composição dos resíduos .......................................... 128 Figura 39: Disposição e triagem de resíduos em terreno baldio .......................... 130 Figura 40: Disposição e triagem de resíduos no pátio da residência do catador . 130 Figura 41: Central de triagem dos recicláveis ...................................................... 132 Figura 42: Oficina de mosaico .............................................................................. 132 Figura 43: Central de Resíduos da Unidade de Saúde de Palhoça........................ 134 Figura 44: Container para RCC ............................................................................. 135 Figura 45: Aterro de RCC ...................................................................................... 135 Figura 46: Descarte inadequado de RCC .............................................................. 136 Figura 47: Descarte inadequado de RCC .............................................................. 136 Figura 48: Descarte inadequado de resíduos volumosos ..................................... 137 Figura 49: Resíduos volumosos queimados ......................................................... 138 Figura 50: Caçamba de coleta de resíduos cemiteriais ........................................ 142 PMGIRS – PALHOÇA - SC 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Bacias e Sub-bacias de Palhoça ............................................................. 38 Quadro 2: Secretarias e Secretários ....................................................................... 43 Quadro 3: Vereadores e Partidos........................................................................... 44 Quadro 4: Evolução Populacional de Palhoça ........................................................ 47 Quadro 5: Panorama da população de homens e de mulheres, área urbana e rural do município .......................................................................................................... 48 Quadro 6: Empresas Presentes no Município de Palhoça ...................................... 51 Quadro 7: Quantidade produzida, área plantada e rendimento dos produtos agrícolas da lavoura temporária ............................................................................ 53 Quadro 8: Quantidade produzida, área plantada e rendimento dos produtos agrícolas da lavoura permanente .......................................................................... 53 Quadro 9: Produção Agropecuária ........................................................................ 55 Quadro 10: Frota de Veículos por Tipo .................................................................. 58 Quadro 11: Principais meios de comunicação do município .................................. 59 Quadro 12: Estabelecimentos de saúde cadastrados do Município de Palhoça. ... 60 Quadro 13: Unidades de Saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), por tipo de prestador .......................................................................................................... 61 Quadro 14: Número de profissionais de saúde no município ................................ 61 Quadro 15: Indicadores de Saúde do Município de Palhoça entre os anos de 1991 e 2010 .................................................................................................................... 62 Quadro 16: Indicadores de Saúde de Santa Catarina entre os anos de 1991 e 2010 ............................................................................................................................... 63 Quadro 17: Relação de Unidades Educacionais no Município de Palhoça ............. 64 Quadro 18: Taxa de Analfabetismo Funcional para Pessoas com 15 anos ou mais entre os Anos de 2000 a 2010 ................................................................................ 65 Quadro 19: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ................................. 69 Quadro 20: Religião de Palhoça conforme População Residente .......................... 69 PMGIRS – PALHOÇA - SC 12 Quadro 21: Classificação dos resíduos sólidos quanto à suas respectivas responsabilidades, origens e classes.................................................................... 111 Quadro 22: Porcentagem em peso dos resíduos sólidos ..................................... 127 Quadro 23: Indicadores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos .......... 144 PMGIRS – PALHOÇA - SC 13 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ANA - Agência Nacional de Águas ATT - Área de Triagem, Recebimento, Armazenamento Temporário e Transbordo de Resíduos de Construção Civil (RCC) e Volumosos BH - Bacia Hidrográfica CBH - Comitê de Bacia Hidrográfica CF - Constituição Federal CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ENEL - Empresa Nacional de Energia Elétrica ETA - Estação de Tratamento de Água ETE - Estação de Tratamento de Esgoto FJP - Fundação João Pinheiro IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal INEP - Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada MMA - Ministério do Meio Ambiente OMS - Organização Mundial de Saúde ONU - Organização das Nações Unidas PEV - Ponto de Entrega Voluntária PMGIRS – PALHOÇA - SC 14 PIB - Produto Interno Bruto PLDM - Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PNMA - Política Nacional do Meio Ambiente PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SDA - Secretaria do Desenvolvimento Agrário SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SISAGUA - Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária SUS - Sistema Único de Saúde TR - Termo de Referência VIGIAGUA - Vigilância Ambiental em Saúde relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano UNEP - United Nations Environment Programme PMGIRS – PALHOÇA - SC 15 1. APRESENTAÇÃO Conforme exigência prevista no Art. 9, Parágrafo I, da Lei Federal n° 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que “estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico”, fica o Município de Palhoça obrigado a elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico. Tal Plano será um requisito prévio para que o município possa ter acesso aos recursos públicos não onerosos e onerosos para aplicação em ações de saneamento básico. A questão acerca dos resíduos sólidos, juntamente com os demais setores do saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza pública - Política Nacional de Saneamento Básico), apresenta-se como determinante para sustentabilidade, tendo em vista a possibilidade de contaminação e poluição que os mesmos oferecem considerando o volume e as tipologias geradas nas diversas atividades humanas, questão que se agrava cada vez mais pelo crescimento populacional e pelo incremento da produção de resíduos ocasionado pelas modificações nos padrões de consumo. O gerenciamento dos resíduos sólidos é responsabilidade do poder público municipal, incluindo, de forma genérica, os resíduos domésticos, resíduos com características domésticas gerados em estabelecimentos comerciais e resíduos provenientes de limpeza urbana como poda, capina e varrição. Os resíduos gerados em atividades econômicas, principalmente os que apresentam algum tipo de periculosidade são de responsabilidade dos geradores. Grande parte dos municípios brasileiros apresentam ações voltadas para a coleta dos resíduos, no entanto, não atendem às necessidades no que se refere ao tratamento e destinação final adequado. Como consequência, no ano de 2010 foi aprovada a Lei Federal 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com o objetivo de ordenar todas as etapas do gerenciamento de resíduos e PMGIRS – PALHOÇA - SC 16 garantir o tratamento e destinação final adequado, promovendo a melhoria nas condições sanitárias e ambientais dos municípios. O objetivo do Plano é estabelecer um planejamento das ações de saneamento básico, voltadas para área de resíduos sólidos, com a participação popular atendendo aos princípios da política nacional de saneamento básico e política nacional dos resíduos sólidos com vistas à melhoria da salubridade ambiental, a proteção dos recursos hídricos e promoção da saúde pública, de forma a possibilitar a criação de mecanismos de gestão pública da infraestrutura do município relacionada aos capítulos de resíduos sólidos urbanos e a gestão integrada de todos os outros tipos de resíduos gerados no município. Para alcançar este objetivo, serão considerados e avaliados os seguintes aspectos: a) Instituição da Política Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, por meio da lei específica; b) Estabelecimento de mecanismos e procedimentos para a garantia de efetiva participação da sociedade em todas as etapas do processo de elaboração, implantação e revisão do plano; c) Diagnóstico Técnico-Participativo; d) Proposta de intervenções com base na análise de diferentes cenários alternativos e estabelecimento de prioridades; e) Definição dos objetivos e metas de curto, médio e longo prazo; f) Definição de programas, ações e projetos necessários para atingir os objetivos e metas estabelecidos; g) Programação física, financeira e institucional da implantação das intervenções definidas, e h) Programação de revisão e atualização. PMGIRS – PALHOÇA - SC 17 2. METODOLOGIA O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), capítulo resíduos sólidos e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), doravante denominado apenas de PMGIRS, será desenvolvido observando as etapas a seguir: ETAPA 1 - Formação do Grupo de Trabalho; ETAPA 2 - Mobilização Social; ETAPA 3 – Levantamento de Dados Municipais; ETAPA 4 – Definição das Unidades de Planejamento; ETAPA 5 - Diagnóstico Técnico-Participativo; ETAPA 6 - Prospectiva e Planejamento Estratégico; ETAPA 7 - Programas, Projetos e Ações para Alcance do Cenário de Referência; ETAPA 8 - Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática de eficiência e eficácia das ações programadas; ETAPA 9 - Versão Preliminar do PMGIRS; ETAPA 10 - Versão Final do PMGIRS. Cabe salientar que o PMGIRS é um planejamento que deve ser dinâmico, devendo ser revisado e alterado sempre que houver a necessidade ou, obrigatoriamente, a cada quatro anos, de forma concomitante com a elaboração dos planos plurianuais municipais. PMGIRS – PALHOÇA - SC 18 3. DEFINIÇÕES Para o PMGIRS de Palhoça são adotadas as seguintes definições: Salubridade ambiental: qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas favorável à saúde da população urbana e rural. Saneamento ambiental: conceito amplo que envolve um conjunto de ações, serviços e obras que têm por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos líquidos, sólidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária do uso e ocupação do solo, drenagem urbana, controle de vetores de doenças transmissíveis e demais serviços e obras especializadas. Coleta convencional: recolhimento de resíduos não passiveis de reciclagem, considerados rejeitos (papel sanitário, fraldas descartáveis e outros) e resíduos orgânicos (restos de comida, folhas de árvores e outros) previamente separados nas fontes geradoras, com intuito de encaminhá-los para compostagem, tratamento ou outras destinações alternativas. Coleta seletiva: o recolhimento diferenciado de resíduos sólidos, previamente selecionados nas fontes geradoras, com o intuito de encaminhá-los para reciclagem, compostagem, reuso, tratamento ou outras destinações alternativas. Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes de meio ambiente, saúde e vigilância sanitária, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos. Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar PMGIRS – PALHOÇA - SC 19 danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo. Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, exigidos na forma da legislação. Gestão integrada de resíduos sólidos: a maneira de conceber, implementar, administrar os resíduos sólidos considerando uma ampla participação das áreas de governo responsáveis no âmbito estadual e municipal, sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas. Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Minimização da geração de resíduos: a redução, ao menor volume, quantidade e periculosidade possíveis dos materiais e substâncias, antes de descartá-los no meio ambiente. Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à PMGIRS – PALHOÇA - SC 20 transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA. Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. Resíduos de serviços de saúde: os provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médica assistencial ou animal, os provenientes de centros de pesquisa e desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, os provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal e os provenientes de barreiras sanitárias. Resíduos perigosos: aqueles que em função de suas propriedades químicas, físicas ou biológicas, possam apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Resíduos sólidos: material ou substância resultante de atividades humanas em sociedade, nos estados sólido ou semi-sólido, bem como gases contidos e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água. Resíduos urbanos: os provenientes de residências, estabelecimentos comerciais prestadores de serviços, da varrição, de podas e da limpeza de vias, logradouros públicos e sistemas de drenagem urbana passíveis de contratação ou delegação a particular, nos termos de lei municipal. Ponto de Entrega Voluntária (PEV): locais destinados para a entrega voluntária de determinados tipos de resíduos separados previamente na fonte geradora. Área de Triagem e Transbordo (ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento PMGIRS – PALHOÇA - SC 21 temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente. Unidades receptoras de resíduos: as instalações licenciadas pelas autoridades ambientais para a recepção, segregação, reciclagem, armazenamento e para futura reutilização, tratamento ou destinação final de resíduos. Dentro dessas definições, cabe ressaltar a diferença entre o Plano e o Projeto de Execução. Plano é a idealização de soluções. É o que envolve a formulação sistematizada de um conjunto de decisões integrantes, expressas em objetivos e metas e que explica os meios disponíveis e/ou necessários para alcançálos, num dado prazo. Já Projeto é a materialização daquelas ideias com vistas a levantamento de custos, necessidades e dificuldades a serem superadas. Além destas, mais algumas definições tornam-se relevantes dentro do contexto do PMGIRS, como, por exemplo, o conceito de consórcio público. Segundo o Decreto 6.017, de 17 de janeiro de 2007, Art. 2, pode-se aferir que: Consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive, a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos; Área de atuação do consórcio público: área correspondente à soma dos seguintes territórios, independentemente de figurar a União como consorciada: a) dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com territórios nele contidos; b) dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais de um Estado ou por um ou mais Estados e o Distrito Federal; e PMGIRS – PALHOÇA - SC 22 c) dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e Municípios. PMGIRS – PALHOÇA - SC 23 4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Nesta ETAPA 5 – Diagnóstico Técnico-Participativo são apresentadas as condições que nortearão o processo de planejamento, objeto do estudo. Porém, o escopo de planejamento do PMGIRS extrapola questões de natureza técnica, relacionadas exclusivamente à infraestrutura dos sistemas e se propõe a definir um plano diretor de gestão. Assim, considera aspectos relacionados à modalidade institucional de prestação do serviço, o relacionamento com o usuário, o controle operacional e outros que serão objeto de detalhamento nesta etapa. Os estudos para o diagnóstico da situação da gestão dos resíduos sólidos serão elaborados a partir de dados secundários e primários, contendo a área de abrangência, inspeções de campo e coletas de dados. Após essa identificação, serão propostas metas e ações, estabelecendo as prioridades de acordo com a necessidade de atendimento em ações imediatas, de curto, de médio e de longo prazo, para o horizonte de plano de 20 anos. O produto deste trabalho permitirá o monitoramento dos indicadores de desempenho do município de Palhoça, como resultado, espera-se contribuir para o alcance dos objetivos gerais da Política Nacional de Saneamento Básico e Política Nacional dos Resíduos Sólidos. O planejamento dos serviços de gestão dos resíduos sólidos, de forma articulada com as questões ambientais, de recursos hídricos e de desenvolvimento urbano é condição essencial para potencializar o impacto dos investimentos a serem realizados e proporcionar a universalização do acesso da população aos serviços públicos essenciais que têm forte relação com saúde pública e qualidade de vida. PMGIRS – PALHOÇA - SC 24 5. ASPECTOS LEGAIS O PMGIRS, durante todo seu desenvolvimento, foi elaborado segundo as legislações vigentes, normas técnicas, leis e decretos federais, estaduais e municipais, conforme descritas abaixo. 5.1. Normas Técnicas As Normas Técnicas a seguir dão as diretrizes dos procedimentos que devem ser utilizados no manejo dos resíduos sólidos. ABNT NBR 12.235/1992 - Fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. ABNT NBR 12.808/1993 – Resíduos de serviço de saúde – Classificação. ABNT NBR 12.810/ 1993 - Fixa procedimentos exigíveis para coleta interna e externa dos resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. ABNT NBR 13.221/1994 - Transporte Terrestre de Resíduos. ABNT NBR 13.853/1997 - Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes - Requisitos e métodos de ensaio. ABNT NBR 14.598/2000 - Produtos de petróleo. ABNT NBR 15.112/2004 - Resíduos de construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 15.113/2004: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros Diretrizes para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 15.114/2004: Resíduos sólidos da construção civil - áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. PMGIRS – PALHOÇA - SC 25 ABNT NBR 15.115/2004: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação - Procedimentos. ABNT NBR 15.116/2004: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. ABNT NBR 7.500/2004 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. ABNT NBR 10.004/2004 – Dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos. ABNT NBR 10.005/2004 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos. ABNT NBR 10.006/2004 – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos. ABNT NBR 10.007/2004 – Amostragem de resíduos sólidos. ABNT NBR 12.235/1992 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. ABNT NBR 12.808/1993 – Resíduos de serviços de saúde – classificação. ABNT NBR 12.810/1993 – Coleta de resíduos de serviços de saúde – procedimentos. ABNT NBR 12.980/1993 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos. ABNT NBR 14.728/2005: Caçamba estacionária de aplicação múltipla operada por poliguindaste - Requisitos de construção. 5.2. Leis Federais, Decretos e Resoluções São várias as leis federais que tratam da temática dos resíduos sólidos e de todos os aspectos que, de alguma forma, se relacionam a esse tema. A maior e mais PMGIRS – PALHOÇA - SC 26 relevante delas é a Lei 12.305/2010, denominada de Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que busca, além de regulamentar os aspectos legais concernentes aos resíduos sólidos, propões, também, uma mudança de paradigmas da sociedade brasileira. 5.2.1. Política Nacional dos Resíduos Sólidos A Política Nacional dos Resíduos Sólidos – PNRS define as diretrizes, princípios e instrumentos fundamentais ao tema para todos os tipos de resíduos sólidos, como ciclo de vida do produto e logística reversa, buscando a coordenação entre produção e consumo consciente. Na PNRS estabeleceu - se a responsabilidade compartilhada, ou seja, cada integrante da cadeia produtiva e os órgãos governamentais possuem funções específicas no manejo e controle adequado dos resíduos sólidos. Nela ficou definido que cada entidade da Federação precisa elaborar um plano onde será descrito a forma com a qual a entidade irá realizar o manejo dos resíduos sólidos. Para isso, inicialmente, o país deveria elaborar um Plano Nacional de Resíduos Sólidos, para nortear as ações globais e as diretrizes do manejo de resíduos com abrangência nacional. Ainda, sob responsabilidade do poder público, os Planos Estaduais de Resíduos Sólidos - PERS, que deverão abranger todo o território do estado em questão, os Planos Regionais ou Intermunicipais de Resíduos Sólidos - PIGIRS, que terão a participação de todos os município da região em questão e os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMGIRS, que darão as diretrizes para o manejo adequado dos resíduos gerados no município. Para que os municípios possam ter acesso a recursos da união ou que são controlados por ela, para aplicar em ações voltadas ao manejo dos resíduos sólidos, os mesmos, obrigatoriamente, devem possuir o PMGIRS. Além disso, para o acesso PMGIRS – PALHOÇA - SC 27 aos recursos, priorizou-se os municípios que se utilizam de associações ou cooperativas de catadores na coleta seletiva de recicláveis, e soluções consorciadas intermunicipais. No âmbito privado, é obrigatório que empreendimentos que gerem resíduos industriais, resíduos de saúde, resíduos de mineração e resíduos de estações de tratamento de água e esgoto possuam um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS. No que tange à logística reversa, em seu Art. 33, a Lei da PNRS determina que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos. Sendo, a logística reversa, obrigatória para essas cadeias produtivas e os responsáveis pela implantação da logística reversa são os próprios fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes desses produtos. Foi também introduzida a diferenciação entre resíduos e rejeitos, reconhecendo que o resíduo sólido é um bem econômico e de valor social, que gera trabalho e renda e promove a cidadania e define como rejeitos os “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e tecnicamente viáveis não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada” (Art. 3º, inciso XV). Conforme Costa, 2011, as iniciativas estratégicas, advindas da implementação da PNRS, irão garantir a recuperação da qualidade das águas, o acesso à água potável, às condições sanitárias adequadas e à proteção dos biomas. PMGIRS – PALHOÇA - SC 28 As mesmas dependerão dos esforços orientados para a otimização e a redução do uso de matéria-prima, para o uso de materiais renováveis, recicláveis, reciclados e energeticamente eficientes, para melhoria das técnicas de produção e dos sistemas de distribuição e para redução do descarte de resíduos, onde, reinseri-los sempre que possível na cadeia produtiva como insumos será a lógica fundamental de uma nova sociedade. 5.2.2. Outras Legislações Federais A seguir são apresentadas as demais legislações que também dispõem sobre o adequado manejo dos resíduos sólidos, saúde e meio ambiente. Decreto Federal nº 4.281 de 25 de junho de 2002 - Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Decreto Federal nº 7.217 de 21 de junho de 2010 - Regulamenta a Lei nº 11.445, de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Decreto Federal nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010 - Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa. Lei Federal nº 11.445, de 05 de Janeiro de 2007 - Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Lei Federal nº 9.795 de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Lei federal nº 9.974, de 6 de junho de 2000 - Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o PMGIRS – PALHOÇA - SC 29 armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Lei nº 2.312, de 03 de Setembro de 1954 - Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Portaria MINTER nº 53, de 01 de março de 1979 - Cria as normas para acumulação do lixo. Portaria MINTER nº 53, de 01 de março de 1979 - Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos. Abster-se de destinar restos alimentares “in natura” para agricultura ou alimentação de animais. Portaria nº 204/1997 do Ministério dos Transportes - Dá instruções complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos. RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 – Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. RDC nº 342, de 13 de dezembro de 2002 – Aprova o termo de referência para elaboração dos Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Resolução CONAMA nº 258 de 30 de junho de 1999 - "Determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis". Alterada pela Resolução nº 301, de 2002. Revogada pela Resolução nº 416, de 2009. PMGIRS – PALHOÇA - SC 30 Resolução CONAMA nº 275 de 2 de abril de 2001 - Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Resolução CONAMA nº 283 de 12 de julho de 2001 – Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Resolução CONAMA nº 358 de 29 de abril de 2005 - Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outra providência. Resolução CONAMA nº 401, de 04 de novembro de 2008 - Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado. Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Percebe-se que a legislação vigente é bastante ampla, possuindo inúmeros instrumentos para o adequado manejo dos resíduos sólidos, porém, as políticas públicas de fiscalização são consideravelmente vagas resultando no não cumprimento de muitos desses instrumentos. 5.3. Leis e Decretos Estaduais A seguir estão listadas as legislações pertinentes do estado de Santa Catarina para o adequado manejo dos resíduos sólidos. Lei Estadual nº 6.320, de 20 de dezembro de 1983 (Código Sanitário Estadual) - Dispõe sobre normas gerais de saúde, estabelece penalidades e dá outras providências. PMGIRS – PALHOÇA - SC 31 Lei Estadual nº 11.347, de 17 de janeiro de 2000 - Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos potencialmente perigosos que menciona, e adota outras providências. Lei Estadual nº 11.376, de 18 de abril de 2000 - Estabelece a obrigatoriedade da adoção de plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde. Lei Estadual nº 12.375, de 16 de julho de 2002 - Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de pneus descartáveis. Decreto Estadual nº 6.215, de 27 de dezembro de 2002 - Regulamenta a Lei nº 12.375, de 16 de julho de 2002, que dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de pneus descartáveis. Lei nº 12.863, de 12 de janeiro de 2004 - Dispõe sobre a obrigatoriedade do recolhimento de pilhas, baterias de telefones celulares, pequenas baterias alcalinas e congêneres, quando não mais aptas ao uso. Decreto Estadual nº 4.242, de 18 de abril de 2006 - Regulamenta a Lei nº 13.549, de 11 de novembro de 2005, que dispõe sobre a coleta, armazenagem e destino final das embalagens flexíveis de ráfia. Lei Estadual nº 14.675, de 13 de abril de 2009 - Institui o Código Estadual do Meio Ambiente. A legislação no âmbito estadual esteve sempre muito a frente da legislação de âmbito federal. O estado de Santa Catarina, ainda em 2004, já apresentava diretrizes para o que posteriormente seria a logística reversa da PNRS, instituindo a Política Estadual dos Resíduos Sólidos cinco anos antes de existir essa exigência por conta da PNRS e antes de qualquer outro estado, eliminou os lixões. Dessa forma, a abrangência da legislação estadual alcança, de forma eficaz, todos pormenores relacionados aos resíduos sólidos. PMGIRS – PALHOÇA - SC 32 5.4. Leis e Decretos Municipais Na sequencia são apresentadas as legislações do município de Palhoça para o adequado manejo dos resíduos sólidos. Lei nº 1049/1989 - Autoriza o poder executivo municipal a conceder licença para reciclagem e tratamento de resíduos sólidos. Lei Orgânica do Município de Palhoça de 1990. Lei nº 2.290/1992 - Dispõe sobre normas de Saúde em Vigilância Sanitária, estabelece penalidade e dá outras providências. Lei nº 15/1993 - Fixa os objetivos, as diretrizes e as estratégias do plano diretor do município de palhoça, estado de Santa Catarina, e dá outras providências. Lei nº 16/1993 - Dispõe sobre o zoneamento de uso e ocupação do território do município de palhoça, estado de Santa Catarina. Lei nº 17/1993 - Institui o código de obras e edificações para o município de Palhoça. Lei nº 19/1993 - Instituí o Código de Posturas Municipal. Lei nº 82/1993 - Estabelece invólucros especiais para acondicionamento de lixos hospitalares. Lei nº 370/1995 - Dispõe sobre depósito de resíduos sólidos e líquidos no município de Palhoça. Lei nº 1.680/2003 - Regulamenta serviços de remoção de resíduos de construção, e da outras providencias. Lei nº 1.692/2003 - "Institui a Fundação Municipal do Meio Ambiente". Lei complementar nº 36, de 28 de dezembro de 2005 taxa de serviço de coleta de lixo - TSCL. Altera o artigo 172 da lei complementar nº 18/2002, de 30 de dezembro de 2002. PMGIRS – PALHOÇA - SC 33 Lei nº 2.561, de 19 de abril de 2007. Saneamento básico. Concessão ou permissão para exploração. Autorização. Lei nº 2.565, de 17 de maio de 2007. Resíduos sólidos urbanos. Autoriza a concessão dos serviços de engenharia sanitária de limpeza urbana e dá outras providências. Lei nº 3.120, de 17 de setembro de 2009. Fica proibida depositar lixo procedente de outro município no município de Palhoça. Lei nº 3.132, de 22 de setembro de 2009. Dispõe sobre o uso de embalagens biodegradáveis e/ou retornáveis para acondicionamento de produtos e mercadorias, a serem utilizadas nos estabelecimentos comerciais no âmbito do município de Palhoça. Lei nº 3.173, de 23 de novembro de 2009. Fixa limites urbanos do município de Palhoça. Lei nº 3.224, de 28 de dezembro de 2009. Cria a autarquia de direito público denominada de "Águas de Palhoça", integrante da administração indireta e dá outras providências. Lei nº 3.228, de 28 de dezembro de 2009. Autoriza o ingresso do município de Palhoça no consórcio público denominado Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS). Lei nº 3.231, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre a obrigatoriedade de Instalação de cobertura em depósitos de pneumáticos e afins, evitando-se acúmulo de água que se torna foco gerador do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue e dá outras providências. Lei nº 3.757, de 17 de dezembro de 2012. Institui o serviço público de coleta seletiva dos resíduos secos domiciliares e dá outras providências. Lei nº 3.804, de 08 de janeiro de 2013. Dispõe sobre a colocação de coletores para lixo reciclável. PMGIRS – PALHOÇA - SC 34 Lei nº 3.999, de 31 de março de 2014. Declara de utilidade pública a Associação dos trabalhadores de materiais recicláveis e resíduos sólidos e orgânicos de Palhoça. Decreto nº 1.642, de 06 de maio de 2014. Altera o regimento interno da autarquia municipal SAMAE Palhoça aprovado pelo Decreto Municipal nº 1.284, de 21 de junho de 2011 e dá outras providências. Ao se analisar a legislação municipal, percebe-se que ela é bastante extensa, conseguindo alcançar diversas atividades relacionadas ao manejo dos resíduos sólidos e demais parâmetros para a conservação e preservação do meio ambiente, bem como saúde pública, tais como, mecanismos para implantação da coleta seletiva, dessa forma também, apoio e incentivo para os catadores com intuito de colaborarem na coleta seletiva, instrumentos que definem as cores para os coletores para a coleta seletiva, entre outros. Entretanto, apesar do município dispor de todos esses instrumentos percebe-se, como já mencionado anteriormente, que se faz necessária uma maior atuação dos órgãos de fiscalização para o cumprimento de tais instrumentos legais. PMGIRS – PALHOÇA - SC 35 6. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS E AMBIENTAIS 6.1. Caracterização da Área de Planejamento A definição das unidades espaciais para análise e planejamento tiveram como base as bacias hidrográficas nas quais o município de Palhoça está inserido. As unidades territoriais de análise e planejamento tiveram seus perímetros e áreas definidas de forma que compatibilizou-se as regiões administrativas com os limites de divisores de águas. Sendo que, a bacia hidrográfica como unidade de planejamento já é de aceitação mundial, uma vez que esta se constitui num sistema natural bem delimitado geograficamente, onde os fenômenos e interações podem ser integrados, assim bacias hidrográficas podem ser tratadas como unidades geográficas, onde os recursos naturais se integram. Além disso, constitui-se uma unidade espacial de fácil reconhecimento e caracterização, considerando que não há qualquer área de terra, por menor que seja, que não se integre a uma bacia hidrográfica (Santos, apud Carvalho, 2009). Outro formato bastante utilizado para delimitar áreas de planejamento, em municípios, são os bairros pertencentes ao mesmo. A Figura 1 apresenta as bacias e sub-bacias nas quais o município de Palhoça está inserido e os bairros que são oficiais junto a Prefeitura Municipal. Palhoça encontra-se inserida em duas bacias hidrográficas, a Bacia do Cubatão Sul com 127,59 km² e a Bacia da Madre com 239,90 km², que foram minuciosamente detalhadas na Etapa 4 deste plano, que se referia a Definição das Unidades de Planejamento. A Bacia do Cubatão Sul é constituída por sete subbacias e a Bacia da Madre por mais quatro sub-bacias. O Quadro 1 apresenta as sub-bacias pertencentes às Bacias do Cubatão Sul e da Madre, indicando também, sua respectiva área de abrangência. PMGIRS – PALHOÇA - SC 36 Figura 1: Unidades de Planejamento Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 37 Quadro 1: Bacias e Sub-bacias de Palhoça N° 1 1 2 3 4 5 6 7 2 8 9 10 11 Bacias e respectivas Sub-bacias Bacia do Cubatão Sul Sub-bacia Praia do Pontal Sub-bacia Rio Cubatão Sub-bacia Rio Aririu Sub-bacia 04 Sub-bacia Rio Passa Vinte Sub-bacia Baía de Palhoça Sub-bacia Rio Imaruí Bacia da Madre Sub-bacia Rio da Madre Sub-bacia Orla da Praia da Pinheira Sub-bacia Rio Maciambu Sub-bacia Enseada de Brito/Praia de Fora e Cedro Km² 127,59 2,83 37,90 22,74 10,62 25,23 5,12 23,14 239,90 103,16 22,74 77,42 36,57 Fonte: Elaborado pelo autor. A Bacia do Cubatão do Sul possui uma área de drenagem de 738 km², dos quais 342 km² estão situados dentro do Parque da Serra do Tabuleiro e 167,44 km estão dentro do perímetro urbano de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz e parcialmente nos municípios de São Pedro Alcântara e São Bonifácio. O principal rio desta bacia é o Rio Cubatão do Sul. Seus limites correspondem às áreas drenadas pelo seu rio principal e pelos seus afluentes, como os Rios dos Bugres, Forquilhinha e Matias na margem direita e pelos Rios Vargem do Braço ou Pilões, do Salto, dos Bugres, do Cedro, Caldas do Norte (ou das Forquilhas), pela margem esquerda, cujos limites são os divisores de águas. A Bacia do da Madre nasce na maior área de preservação catarinense, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, percorre a Baixada do Maciambu, no município de Palhoça, e deságua no Oceano Atlântico na praia da Guarda do Embaú. O rio da Madre demarca a divisa dos municípios de Paulo Lopes e Palhoça. PMGIRS – PALHOÇA - SC 38 6.2. Dados Gerais do Município O município está localizado na porção central do litoral catarinense, na região Sul do Brasil. Pertence à microrregião de Florianópolis e a mesorregião da Grande Florianópolis (Figura 2). Localizado a uma latitude 27° 38’ 34’’ Sul e a uma longitude 48° 40 ’10’’ Oeste, estando a uma altitude de 2 metros (SEBRAE, 2010). A cidade é hoje um importante polo comercial e industrial para o estado, mas ainda preservam suas tradições e folclore, em manifestações como o Boi de Mamão, a dança do Pau de Fitas, o Terno de Reis e o Pão por Deus. Figura 2: Localização de Palhoça Fonte: Elaborado pelo autor A distância de Palhoça à capital, Florianópolis, é de 12,9 km. O principal acesso rodoviário é feito pelas rodovias federais BR 282 e 101 (Figura 3). Seus municípios limítrofes são: São José, São Pedro de Alcântara, Paulo Lopes e Santo Amaro da Imperatriz. PMGIRS – PALHOÇA - SC 39 Figura 3: Acesso ao Município de Palhoça Fonte: Elaborado pelo autor 6.2.1. Criação do Município Atendendo ao pedido de moradores, em 1882 a Assembleia Legislativa votou a Lei 949 de 08 de novembro, elevando-a a categoria de freguesia. Em 1886 passa de Distrito Policial a Distrito de Paz. Em 24 de abril de 1894, foi elevada a categoria de Município, por desmembramento de São José, sendo instalado em 23 de maio do mesmo ano. Em 10 de janeiro de 1906, Palhoça transforma-se em Comarca. Faziam parte os distritos de Palhoça (sede do município e da comarca), Santo Amaro do Cubatão, Enseada de Brito, Teresópolis, São Bonifácio do Capivari, Santa Isabel, Anitápolis, Santa Tereza e Garopaba, que de município transformou em distrito de Palhoça. Em 22 de agosto de 1919, através da Lei 1245, foi elevada a categoria de cidade. PMGIRS – PALHOÇA - SC 40 6.2.2. Ocupação Os primeiros colonizadores ao chegarem a Palhoça foram os portugueses, que se estabeleceram na Enseada de Brito e de lá se espalharam pelas redondezas. Após vieram os açorianos e madeirenses, chegando às primeiras famílias na Ilha de Santa Catarina em fevereiro de 1747. O povoamento açoriano-madeirense tem sua origem no edital que D. João V mandou publicar em 1747. O objetivo de D. João V em enviar casais açorianos e madeirenses, era povoar as terras brasileiras e resolver o problema de excesso de população nos arquipélagos dos Açores e Madeira. Por volta de 1824, iniciou-se a imigração alemã para o Brasil em Santa Izabel, que mais tarde viria a pertencer ao município de Palhoça. As principais causas da imigração alemã na região foram o excesso de população na Alemanha, as guerras constantes e, a propaganda brasileira atraindo colonos com promessa de doação de terras. Palhoça tem sua formação étnica também de origem italiana. A imigração destes para o Brasil iniciou-se por volta de 1790. Além dos portugueses, alemães e italianos, outras raças contribuíram também para formação étnica do povo Palhocense, entre elas negros, libaneses, gregos, japoneses, índios. 6.2.3. Divisão Territorial e Formação Histórica No ano de 1651, Dias Velhos chegou a Ilha de Santa Catarina, denominandoa de Desterro. Em 1771, portugueses de São Vicente (São Paulo) fundaram Lages. Nesse período houve a necessidade de ligação entre as duas localidades, resultando na abertura de uma estrada que ligava Desterro a Lages. Da necessidade de criar um refúgio no continente caso houvesse novos ataques a Ilha de Santa Catarina, fez com que em 31 de julho de 1793, o Governador Cel. João Alberto de Miranda Ribeiro enviasse ofício nº 07 ao Conde PMGIRS – PALHOÇA - SC 41 Rezende, vice-rei do Brasil. No ofício, o Governador incumbe a Caetano Silveira de Matos a construir palhoças para guardar farinha na estrada que ia para Lages. Nesta data, deu-se a fundação do povoado. Com o aumento da demanda de alimentos provenientes do continente e a movimentação das tropas, foi construída uma estrada atravessando o pântano. Com o aumento da povoação, após a construção da estrada, a população deslocouse mais para o sul, estabelecendo-se o centro definitivo de Palhoça, onde é hoje. Palhoça pertencia a Florianópolis até 1833, quando então passou a pertencer a São José, quando este foi criado. A primeira igreja de Palhoça foi construída em 1868, mais tarde passou a chamar-se de Nossa Senhora do Parto. Em 1922 cedeu os territórios onde hoje estão os municípios de Alfredo Wagner e Ituporanga para juntamente com parte do município de Lages, formar Bom Retiro. Em 1948, Ituporanga emancipou-se e deu origem aos municípios de Petrolândia e Imbuia em 1962 e, de Atalanta em 1964. Em 1961 Alfredo Wagner torna-se município. Em 1958, Santo Amaro da Imperatriz emancipou-se de Palhoça e deu origem aos municípios de Águas Mornas e Anitápolis. Em 1961, Garopaba e Paulo Lopes emanciparam-se de Palhoça e, São Bonifácio em 1962. Após essas emancipações, Palhoça ficou com a configuração atual. A Lei nº 06, de 06 de abril de 1973, institui o brasão, e a Lei nº 07, de 06 de abril de 1973, institui a bandeira oficial para o Município. 6.2.4. Formações Administrativas Além do Gabinete do Prefeito composto pelo Sr. Camilo Martins (PSD) e pelo Sr. Vice Prefeito Nilson João Espíndola (PSD), a Prefeitura Municipal conta com 15 (quinze) secretarias (Quadro 2) que auxiliam na administração. PMGIRS – PALHOÇA - SC 42 Quadro 2: Secretarias e Secretários Secretarias Secretário (a) Secretaria Municipal de Gestão e Comunicação Daniel Broering Harger Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Planejamento Marcelo Fett Alves Secretaria Municipal de Infraestrutura Eduardo Freccia Secretaria Municipal De Turismo Alberto Prim Secretaria Municipal Habitação e Regularização Fundiária Secretaria Municipal Administração e Serviços Compartilhados Antônio Vidal Pagani Cristina Schwinden Secretaria Municipal de Serviços Públicos - SESP Edson Ghizoni Secretaria Municipal de Maricultura, Pesca e Agricultura Laudelino Nairto Soares Secretaria de Finanças Daniel Broering Harger Secretaria de Receita Nilson João Espíndola Secretaria de Educação Shirley Nobre Scharf Secretaria de Saúde Rosinei de Souza Horário Secretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão Leonel José Pereira Secretaria de Governo Mário Cesar Hugen Secretaria de Assistência Social Adriano da Silva Mattos Fonte: Prefeitura Municipal de Palhoça, 2015 A Câmara de Vereadores é representada pelo Presidente Sr. Nirdo Artur Luz (DEM) e composta por mais 10 vereadores (Quadro 3). PMGIRS – PALHOÇA - SC 43 Quadro 3: Vereadores e Partidos Vereador (a) Partido Nirdo Artur Luz DEM Reni Antônio Schweitzer PSDB Nelson Martins Filho PSDB Maria Rosangela Prátis PSDB Isnardo Luis Brant PMDB Arcendino José Cerino PSD Otávio Marcelino Martins PSD Luiz Henrique Sell PP Fábio Coelho PDT Edemir Niehues PDT Adelino Severiano Machado PMDB Fonte: Prefeitura Municipal de Palhoça, 2015 6.2.5. Autarquia Municipal Compete ao SAMAE Palhoça o planejamento, a coordenação e a execução das obras, instalação, operação e manutenção de sistemas, a medição do consumo de água, faturamento e cobrança dos serviços prestados, assim como aplicação de penalidades. O Projeto de Lei nº 471/2010 sancionado institui o regulamento geral da autarquia SAMAE Palhoça, que dispõe sobre os serviços públicos de água e esgoto sanitário prestado. O projeto de Lei estabelece também que: - o SAMAE Palhoça deve ser consultado sobre a prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e de coleta de esgoto, em todos os projetos de loteamento, assentamento de edificações e conjuntos habitacionais; - os projetos relacionados com abastecimento de água e coleta de esgoto só poderão ser aprovados pela Prefeitura Municipal de Palhoça após uma autorização concedida pela autarquia, tendo que verificar a necessidade da interligação das redes do loteamento às redes distribuidoras e coletoras; - as normas de contrato de adesão permitem a regulação das relações entre o SAMAE Palhoça e os seus usuários. Compete também ao PMGIRS – PALHOÇA - SC 44 SAMAE, a gestão dos contratos de prestação de serviços de limpeza pública e coleta e destinação dos resíduos sólidos do município. A Figura 4 apresenta o Organograma do SAMAE. Figura 4: Organograma do Samae Palhoça Fonte: Projeto de Esgotamento Sanitário 6.3. Demografia 6.3.1. Evolução da População O Município de Palhoça apresentava quando da realização do último censo pelo IBGE no ano de 2010 uma população de 137.334 habitantes. O Quadro 4 e a Figura 5 apresentam a evolução populacional da área atual do município de PMGIRS – PALHOÇA - SC 45 Palhoça, nos anos de 1991 a 2014, de acordo com os censos, contagens e estimativas populacionais efetuados pelo IBGE. O Quadro 5 mostra um panorama da população de homens e de mulheres, na área urbana e rural do município entre os anos de 1991 a 2010. Entre 2000 e 2010, a população de Palhoça teve uma taxa média de crescimento anual de 3,37%, superior à taxa verificada no Estado em igual período, que foi de 1,66% (SEBRAE, 2013, apud SC Engenharia e Geotecnologia, 2014). O crescimento demográfico de Palhoça resulta fundamentalmente de movimentos populacionais internos ao próprio Estado de Santa Catarina, uma vez que menos de 10% da população teve como local de nascimento outras regiões do país, notadamente os estados vizinhos – Paraná e Rio Grande do Sul (Engenharia e Geotecnologia, 2014). No entanto, poder-se-ia complementar que o crescimento demográfico de Palhoça ocorre em estreita correlação com a dinâmica regional, como resultado dos processos de atração e de expulsão exercidos, principalmente, por Florianópolis. Isto porque, ao mesmo tempo em que Florianópolis atrai população, também expulsa, em função da dinâmica e das transformações causadas pelo crescimento acelerado (Engenharia e Geotecnologia, 2014). Em estudo realizado por Alves e Baeninger (2008) sobre migração foi constatado que 603 moradores de Palhoça, na condição de ativos economicamente, migraram para Florianópolis, enquanto que Palhoça recebeu, no mesmo período, 2774 migrantes da Capital do Estado (Engenharia e Geotecnologia, 2014). PMGIRS – PALHOÇA - SC 46 Quadro 4: Evolução Populacional de Palhoça Ano População Total (hab.) 1991 68.430 1996 80.905 2000 102.742 2007 122.471 2010 137.334 2014* 154.244 Fonte: IBGE, 2014 *Estimativa conforme dado IBGE 2014. Figura 5: Evolução populacional de Palhoça Fonte: IBGE, 2014 PMGIRS – PALHOÇA - SC 47 Quadro 5: Panorama da população de homens e de mulheres, área urbana e rural do município População % Total População % Total População % Total População 1991 1991 2000 2000 2010 2010 População 68.564 100,00 102.742 100,00 137.334 100,00 Homens 34.597 50,46 51.432 50,06 68.436 49,83 Mulheres 33.967 49,54 51.310 49,94 68.898 50,17 Urbana 65.791 95,96 97.914 95,30 135.311 98,53 Rural 2.773 4,04 4.828 4,70 2.023 1,47 total Fonte: PNUD, Ipea e FJP 6.3.2. População Rural e Urbana e Densidade Demográfica Segundo o último censo feito pelo IBGE, a população de Palhoça no ano de 2010, era de 137.334 habitantes, desse total, 135.311 habitantes viviam na zona urbana do município e 2.023 habitantes residiam na zona rural. Hoje, conforme IBGE 2014, a população estimada é de 154.244 habitantes. A densidade demográfica no município é de 400,8 habitantes/km², registrada no ano de 2010. A Figura 6 apresenta a população de Palhoça dividida entre rural e urbana. PMGIRS – PALHOÇA - SC 48 Figura 6: População Urbana e Rural de Palhoça Fonte: IBGE, 2010 Para se estimar o número de habitantes por bairro, foram feitas análises baseadas no número de ligações de energia elétrica por bairro no município de Palhoça, sendo tais dados de abril de 2014. Com isso foi possível fazer uma estimativa da densidade demográfica do município para cada bairro. Conforme observado na Figura 7, notamos que o bairro da Ponte do Imaruí é o bairro com maior índice demográfico, atendendo 10% da população e bairros como Aririú da Formiga, Enseada de Brito e Guarda do Embaú possuem os menores índices de densidade demográfica com apenas 1% da população do município. PMGIRS – PALHOÇA - SC 49 Densidade Demográfica por Bairro 2% 5% 2% 3% 1% 7% 3% 8% 10% 7% 2% 2% 8% 8% 3% 3% 6% 3% 5% 6% 2% 1% 1% ALTO ARIRIÚ ARIRIÚ ARIRIÚ DA FORMIGA BARRA DO ARIRIÚ BELA VISTA BREJARÚ CAMINHO NOVO CENTRO ENSEADA DE BRITO GUARDA DO CUBATÃO GUARDA DO EMBAÚ JARDIM ELDORADO PACHECOS PARQUE RESIDENCIAL PAGANI PASSA VINTE PEDRA BRANCA PINHEIRA PRAIA DO PONTAL PONTE RIO IMARUÍ PRAIA DE FORA PRAIA DO SONHO RIO GRANDE SÃO SEBASTIÃO Figura 7: Estimativa da densidade demográfica por bairro Fonte: Elaborado pelo autor 6.4. Atividades Econômicas O município de Palhoça possui atividades econômicas nos setores primário, secundário, terciário (comércio e serviço), destacando-se o comércio, serviços e a indústria. É muito importante frisar que o município de Palhoça tem apresentado elevado crescimento populacional nos últimos anos, também mudanças em sua estrutura produtiva e socioeconômica. O melhor exemplo disso é que em 1970 aproximadamente 69% da população de Palhoça ainda viviam na área rural dependendo da produção primaria, a partir de então a cidade passou a desenvolver-se e se tornou um importante polo industrial e comercial tendo atividades nos setores terciário, PMGIRS – PALHOÇA - SC 50 secundário e primário, com 74,8%, 23,5% e 1,7% para a formação do PIB municipal em 2006. De acordo com dados do IBGE (2011) em 2010 98,52% da população de palhoça viviam na área urbana do município. A indústria apesar de possuir participação secundaria na formação do PIB do município, recebe atenção especial por parte do governo local, que se reflete através de investimentos e incentivos fiscais. Apenas no período entre 2002 e 2009 Palhoça apresentou uma elevação no seu PIB de 191,60%. O Quadro 6 lista os ramos de atividades das empresas presentes no município. Quadro 6: Empresas Presentes no Município de Palhoça Ramo de Atividade das Empresas Quantidade Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura 21 Indústria Extrativista 14 Indústria de Transformação 773 Eletricidade e Gás 02 Água, Esgoto, Atividade de Gestão de Resíduos e Descontaminação 16 Construção 679 Comércio; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas 2.922 Transporte, Armazenagem e Correio 271 Alojamento e Alimentação 523 Informação e Comunicação 146 Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados 55 Atividades Imobiliárias 76 Atividades Profissionais Científicas e Técnicas 229 Atividades Administrativas e Serviços Complementares 369 Administração Publica, Defesa e Seguridade Social 04 PMGIRS – PALHOÇA - SC 51 Ramo de Atividade das Empresas Quantidade Educação 98 Saúde Humana e Serviços Sociais 80 Artes, Cultura, Esporte e Recreação 83 Outras Atividades de Serviços 355 Serviços Domésticos 06 Total 6.722 Fonte: Secretária de Estado e Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Sebrae, 2011 O setor de comércio e prestações de serviços no município é bastante amplo, incluindo: postos de combustível; bares e lanchonetes; restaurantes, padarias e confeitarias, mercados, lojas, escritórios, academias, hotéis, salão de beleza e outros. 6.5. Atividades Produtivas 6.5.1. Agricultura No município desenvolvem-se cultivos agrícolas temporários, tendo destaque o plantio do arroz. No Quadro 7, apresenta-se a quantidade produzida, área plantada e o rendimento dos produtos agrícolas da lavoura temporária, segundo o tipo de produto cultivado. Da mesma forma, no Quadro 8, apresentam-se os dados referentes aos produtos da lavoura permanente. A Figura 8 torna mais fácil a visualização dos dados do Quadro 7 ao passo que a Figura 9 faz o mesmo referente ao Quadro 8. PMGIRS – PALHOÇA - SC 52 Quadro 7: Quantidade produzida, área plantada e rendimento dos produtos agrícolas da lavoura temporária Quantidade Área Plantada Produto Rendimento (Kg/ha) (Toneladas) (ha) Arroz (em casca) 4.000 800 5.000 Batata inglesa 375 15 25.000 Cana-de-açucar 2.100 60 35.000 Cebola 30 2 15.000 Feijão (em grão) 4 3 1.333 Mandioca 1.800 60 30.000 Milho (em grão) 570 150 3.800 Tomate 1.350 30 45.000 Fonte: IBGE, 2014 Quadro 8: Quantidade produzida, área plantada e rendimento dos produtos agrícolas da lavoura permanente Quantidade Área Plantada (Toneladas) (ha) Banana (cacho) 75 15 5.000 Laranja 250 10 25.000 Maracujá 125 5 25.000 Tangerina 250 10 25.000 Produto Rendimento (Kg/ha) Fonte: IBGE, 2013 PMGIRS – PALHOÇA - SC 53 Lavoura Temporária (Toneladas) 1.350 ton. Arroz (em casca) Batata inglesa 570 ton. 4.000 ton. Cana-de-açucar Cebola 1.800 ton. Feijão (em grão) Mandioca 4 ton. 30 ton. Milho (em grão) 2.100 ton. Tomate 375 ton. Figura 8: Produtos Lavoura Temporária Fonte: IBGE, 2014 Lavoura Permanente (Toneladas) 75 ton. Banana (cacho) 250 ton. 250 ton. Laranja Maracujá Tangerina 125 ton. Figura 9: Produtos Lavoura Permanente Fonte: IBGE, 2014 PMGIRS – PALHOÇA - SC 54 6.5.2. Pecuária Quanto à pecuária, os dados apresentados no Quadro 9 indicam que o maior efetivo na área do município é o de galináceos (177.886 cabeças), como pode ser observado na Figura 10. Referente aos demais efetivos, observa-se que outros de maior relevância são os suínos, bovinos (7.280 cabeças) e vacas ordenhadas (2.007 cabeças). A Figura 11 mostra outros produtos de origem animal produzidos no município de Palhoça com maior efetivo de ostras, vieiras e mexilhões (10.447.000 kg). Quadro 9: Produção Agropecuária Rebanho/ Produção Produção Ostras, vieiras e mexilhões 10.477.000 kg Bovinos 7.280 cabeças Bubalinos 11 cabeças Caprinos 296 cabeças Equinos 723 cabeças Galináceos 177.886 cabeças Lã 828 kg Leite de vaca 3.011 mil litros Mel de abelha 5.280 kg Ovinos 465 cabeças Ovos de galinha 1.998 mil dúzias Suínos 251 cabeças Vacas ordenhadas 2.007 cabeças Fonte: IBGE, 2013 PMGIRS – PALHOÇA - SC 55 Quantidades de Rebanho (cabeças) Bovinos Bubalinos Caprinos Equinos Galináceos 177.886 cabeças Ovinos Suínos Figura 10: Quantidade de Rebanho (cabeças) Fonte: IBGE, 2014 Quantidade de Produtos (kg, litros e dúzias) Ostras, vieiras e mexilhões Leite de vaca Mel de abelha 10.477.000 kg Ovos de galinha Lã Figura 11: Quantidade de produtos Fonte: IBGE, 2014 PMGIRS – PALHOÇA - SC 56 6.5.3. Silvicultura A produção silvícola no município de Palhoça se apresenta por apenas a extração vegetal de madeira para lenha, com quantidade extraída de 53m³ no ano (IBGE, 2013). 6.6. Infraestrutura e Serviços Públicos 6.6.1. Energia O fornecimento de energia elétrica no município de Palhoça é de responsabilidade da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A (CELESC) com exceção de parte do Distrito da Enseada de Brito onde quem realiza o fornecimento é a CEREJ – Cooperativa de Eletrificação Rural Esteves Junior que compra energia da Celesc e revende aos cooperados. 6.6.2. Agências Bancárias O sistema financeiro de Palhoça é constituído por cerca de 38 postos e agências bancárias que atendem o município e a região. Dentre as agências bancárias presentes no município e/ou correspondentes bancários, destacam-se Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica (Lotérica), Itaú e Santander. 6.6.3. Transportes Segundo dados do Departamento Nacional de Transito (DENATRAN) no final de 2012 o município de Palhoça possuía 79.537 veículos, a evolução acumulada da frota de veículos entre 2007 e 2012 foi de 67%. O transporte público de Palhoça é realizado principalmente através de ônibus, as empresas de transporte coletivo mais significativas no município são Jotur, Paulotur, Imperatriz e Biguaçu. Desde 2012 Palhoça conta com um sistema PMGIRS – PALHOÇA - SC 57 integrado de transporte urbano, que busca centralizar as linhas de ônibus municipais e intermunicipais direcionando-as para os bairros de Palhoça, São José e Florianópolis. Mesmo contando com mais de 150 mil habitantes Palhoça ainda não possui um terminal rodoviário sendo que a população precisa se deslocar até Florianópolis para fazer viagens intermunicipais ou interestaduais, o que tem prejudicado até mesmo o turismo das praias que pertencem ao município. Atendendo a Lei nº 3.056, de 16 de julho de 2009, que institui e regulamenta durante o ano letivo o passe escolar, aos estudantes residentes no Município que estejam matriculados na rede municipal de educação e escolas estaduais de educação quando conveniadas, na faixa etária: criança até 12 anos incompletos e adolescentes de 12 anos completos a 17 anos incompletos são atendidos por transporte escolar gratuito. E desde agosto 2013 os alunos da modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA), também passaram a ser atendidos por transporte gratuito através de uma liminar do Ministério Público de Santa Catarina. O Quadro 10 apresenta a frota de veículos no Município e sua respectiva quantidade, conforme dados do IBGE. Quadro 10: Frota de Veículos por Tipo Tipo de Frota de Veículo Quantidade Automóveis 50.551 Caminhão 2.290 Caminhão-trator 363 Caminhonete 4.912 Camioneta 2.441 Micro-ônibus 151 Motocicleta 18.021 Motoneta 4.996 Ônibus 393 PMGIRS – PALHOÇA - SC 58 Tipo de Frota de Veículo Quantidade Outros 1.780 Trator de rodas 64 Utilitários 407 Total 86.369 Fonte: IBGE, 2013 6.6.4. Informação e Comunicação A telefonia fixa do município é operada pelas operadoras Oi, GVT e NET. E a telefonia móvel é operada pelas operadoras TIM, Claro, Oi, Vivo e Nextel. No que diz respeito aos jornais de circulação regional presentes no município, destacam-se o Palavra Palhocense, O Caranguejo, Caranguejão, Independente, Folha Regional, Hora de Santa Catarina, Diário Catarinense, Notícias do Dia, Folha Extra e Palhoça em Foco. Ao que tange as Rádios difusoras do município, tem-se no formato FM as rádios comunitárias São Francisco e Rádio Pinheira, de abrangência regional, também em formato FM as rádios: Atlântida, Regional, Jovem Pan, Cidade, Band, Antena 1 e Itapema. Já em formato AM, as rádios: Guarujá, Guararema, Mais Alegria, Record e CBN. O Município de Palhoça possui três provedores de internet: Infosystem, Axonline America e Tecnohelp Tecnoligia. E internet móvel 3G das operadoras Claro, TIM e Vivo. O Quadro 11 apresenta os meios de comunicação do município. Quadro 11: Principais meios de comunicação do município Tipo de veículo Empresa Tipo de veículo Empresa Jornais Expresso Ponte, Folha Extra, O Caranguejo, Palavra Palhocense e Primeira Folha PMGIRS – PALHOÇA - SC 59 Tipo de veículo Empresa Rádios Comunitárias Emissoras de TV Agências de Correios Tipo de veículo Empresa Ação Social São Francisco de Assis – ASFA Globo, Rede Vida, Record, Record News, Band e SBT 1 Agência Fontes: Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (ADJORI) - Jornais do Brasil.com – Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - Correios Nota: Inclui sinais de outros municípios e antenas parabólicas. 6.6.5. Saúde O Município de Palhoça possui oitenta e quatro estabelecimentos de saúde cadastrados, detalhados conforme Quadro 12. E conta com 45 leitos de internação. Quadro 12: Estabelecimentos de saúde cadastrados do Município de Palhoça. Estabelecimento de Saúde Unidades Centro de saúde/Unidade básica de saúde 20 Centro de atenção psicossocial 3 Clinica Especializada/Ambulatório Especializado 17 Consultório Isolado 28 Hospital Geral* 2 Policlínica 5 Pronto socorro geral 1 Secretaria de saúde 1 Unidade de serviço de apoio de diagnose e terapia 8 Unidade de Vigilância em Saúde 1 Unidade móvel de nível pré-hospitalar de urgência 4 Fonte: Ministério da Saúde, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2014. *Segundo o Ministério da Saúde, Hospital Geral é o hospital destinado a atender pacientes portadores de doenças das várias especialidades médicas. Poderá ter a sua ação limitada a um grupo etário (hospital infantil), a determinada camada da população (hospital militar, hospital previdenciário) ou a finalidade específica (hospital de ensino).No município de Palhoça são dois (02) os estabelecimentos que ganham essa denominação a Policlínica São Lucas e a Clinica Ciência de Palhoça. PMGIRS – PALHOÇA - SC 60 O Quadro 13 mostra as Unidades de Saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), por tipo de prestador e o Quadro 14, apresenta a quantidade de profissionais de saúde que atendem ao município de Palhoça. Quadro 13: Unidades de Saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), por tipo de prestador Unidades de saúde ligadas ao SUS Tipo de Prestador Quantidade % Total 84 100,00 Pública 32 38,1% Privada 52 61,9% Fonte: IBGE, Serviços de Saúde Cidades de Santa Catarina, 2009 Quadro 14: Número de profissionais de saúde no município Discriminação Número de profissionais de saúde Município 425 Estado 52.281 Médicos 211 23.577 Dentistas 40 5.664 Enfermeiros 46 3.531 Outros profissionais de saúde/nível superior 59 5.881 Outros profissionais de saúde/nível médio 69 13.628 Total Fonte: Ministério da Saúde, 2007 (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) Nota: Profissionais de saúde cadastrados em unidades de entidades públicas e privadas. 6.6.6. Indicadores de Saúde Indicadores de saúde são parâmetros sanitários utilizados para avaliar a qualidade de saúde de agregados humanos. Esses parâmetros se dividem em Longevidade, Natalidade, Mortalidade e Fecundidade. PMGIRS – PALHOÇA - SC 61 Esses indicadores geram dados que são usados para subsidiar o planejamento de políticas públicas. Os indicadores de saúde são um dos índices utilizados para verificar o nível de vida de uma determinada população. Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, os indicadores de saúde (longevidade, mortalidade e fecundidade, entre os anos de 1991 e 2010) do município de Palhoça têm melhorado ao longo das décadas como se pode observar no Quadro 15. Quadro 15: Indicadores de Saúde do Município de Palhoça entre os anos de 1991 e 2010 Longevidade, Mortalidade e Fecundidade de Palhoça 1991 2000 2010 Esperança de vida ao nascer (em anos) 71,5 76,1 76,6 Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) 20,9 13,7 12,4 Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos) 24,2 15,8 13,9 Taxa de fecundidade total (filhos por mulher) 3,0 2,7 2,0 Fonte: PNUD, Ipea e FJP Observa-se uma crescente melhora no índice de mortalidade infantil tanto nos dados de mortalidade de até 1 ano de idade, quanto nos dados de até 5 anos de idade. Os índices apresentados no município são compatíveis aos índices estaduais, os quais também apresentaram queda nas últimas décadas, conforme se pode observar no Quadro 16. PMGIRS – PALHOÇA - SC 62 Quadro 16: Indicadores de Saúde de Santa Catarina entre os anos de 1991 e 2010 Longevidade, Mortalidade e Fecundidade de Santa Catarina 1991 2000 2010 Esperança de vida ao nascer (em anos) 70,2 73,7 76,6 Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) 24,8 16,8 11,5 Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos) 28,6 19,4 13,4 Taxa de fecundidade total (filhos por mulher) 2,6 2,2 1,7 Fonte: PNUD, Ipea e FJP Em relação ao índice de longevidade, o qual considera a expectativa de vida ao nascer, bem como a quantidade de anos que uma pessoa deve viver, refletindo condições de saúde, salubridade, sendo um contraponto em relação ao número de mortes precoces, o município de Palhoça também tem melhorado seus índices nas últimas décadas. A esperança de vida ao nascer em 2010 no Brasil é de 73,9 anos, no estado de Santa Catarina é de 76,6 anos, e em Palhoça esse número é de 76,6 anos. A taxa de fecundidade do município de Palhoça reflete uma tendência nacional de diminuição da quantidade de filhos que uma mulher tem durante o seu período de reprodutivo. O índice municipal é de 2,4 filhos no ano de 2010, sendo que a taxa nacional é de 1,9 filhos para o mesmo período, conforme dados do IBGE. 6.6.7. Educação Na sequência é mostrada, por meio do Quadro 17, a relação de unidades educacionais (126) no Município de Palhoça, no ano 2015. PMGIRS – PALHOÇA - SC 63 Quadro 17: Relação de Unidades Educacionais no Município de Palhoça Fundamental Fundamental Fundamental UNIDADE EDUCACIONAL Privada Municipal Estadual Médio Médio Privada Estadual Pré-Escolar Pré-Escolar Privada Municipal Superior Faculdade Municipal de Palhoça (FMP) ENSINO TOTAL TOTAL DE ESCOLA 11 24 18 53 5 10 15 24 34 58 1 1 127 MATRÍCULAS DOCENTES 2.585 6.332 11.262 20.179 500 4.121 4.621 1.196 1.578 2.774 179 258 438 875 71 203 274 99 130 229 - - 6.725 485 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional, 2012 Palhoça conta com a Faculdade Municipal de Palhoça (FMP). Que possui cursos de Graduação de Administração, Pedagogia e Turismo e alguns cursos de Pós Graduação, está localizada na Rua João Pereira dos Santos – Pte. do Imaruim. 6.6.7.1. Taxa de Analfabetismo Palhoça possui mais de 96% da população alfabetizada por isso é reconhecida pelo MEC como cidade livre de analfabetismo. A taxa de analfabetismo no município referente ao grupo de pessoas com idade superior ou igual há 15 anos é menor que a taxa observada no território estadual, conforme apresentado no Quadro 18. PMGIRS – PALHOÇA - SC 64 Hoje o município de Palhoça conta com uma estrutura de Ensino fundamental e infantil capaz de atender 9.588 crianças. Quadro 18: Taxa de Analfabetismo Funcional para Pessoas com 15 anos ou mais entre os Anos de 2000 a 2010 Discriminação População residente (15 anos ou mais) População alfabetizada (15 anos ou mais) Taxa de analfabetismo funcional (15 anos ou mais) Palhoça Santa Catarina 2000 2010 2000 2010 4.268 3.920 4.938.392 5.405.906 66.050 101.184 3.847.835 5.197.162 6,07% 3,73% 4,85 3,86 Fonte: IBGE, 2010 (Censos Demográficos 2000/2010) 6.6.7.2. Índice de Desenvolvimento Escolar O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) tem como objetivo o monitoramento da qualidade dos sistemas a partir da combinação entre fluxo e aprendizagem escolar. Este índice foi lançado no ano de 2005, relacionando informações de rendimento escolar (aprovação) e desempenho (proficiências) em exames padronizados (BRASIL / MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / INEP, 2007). A combinação entre fluxo e aprendizagem do IDEB expressa em valores de 0 a 10 o andamento dos sistemas de ensino, em âmbito nacional, nas unidades da Federação e municípios. Método de cálculo: IDEB = N*P PMGIRS – PALHOÇA - SC 65 Onde: N = média de proficiência em língua portuguesa e matemática, padronizada para um valor entre 0 e 10, dos alunos de uma unidade, obtida em determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino; P = indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade. O IDEB é o indicador objetivo para a verificação do cumprimento das metas fixadas no Termo de Adesão ao Compromisso “Todos pela Educação”, eixo do Plano de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação, que trata da educação básica. Nesse âmbito que se enquadra a ideia das metas intermediárias para o IDEB. A lógica é a de que, para que o Brasil chegue à média 6,0 em 2021, período estipulado tendo como base a simbologia do bicentenário da Independência em 2022, cada sistema deve evoluir segundo pontos de partida distintos, e com esforço maior daqueles que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução da desigualdade educacional. O IDEB de Palhoça para 2013 nos anos finais da rede pública, conforme mostra na Figura 12, não atingiu a meta, pelo contrário, teve queda acentuada se comparado com 2011. Já o estado de Santa Catarina conseguiu superar a meta novamente, mas ainda não conseguiu alcançar 6,0 (Figura 13). PMGIRS – PALHOÇA - SC 66 Figura 12: Evolução do IDEB no município de Palhoça Fonte: QEdu.org.br. Dados do Ideb/Inep (2013). Organizado por Meritt (2014) Figura 13: Evolução do IDEB no Estado de Santa Catarina Fonte: QEdu.org.br. Dados do Ideb/Inep (2013). Organizado por Meritt (2014) PMGIRS – PALHOÇA - SC 67 6.7. Indicadores Sociais e Econômicos do Município Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida da população. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) no Estado de Santa Catarina é de 0,774, caracterizando o estado com alto desenvolvimento em 2010 segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2013). Para o município de Palhoça, o IDHM foi de 0,757, o que, da mesma forma, caracteriza um município com nível de desenvolvimento alto. Os indicadores Sociais do município de Palhoça, de acordo com PNUD, apontam os seguintes índices/números: Índice de Desenvolvimento Humano - IDH: 0,757 IDH longevidade: 0,859 IDH educação: 0,672 IDH renda: 0,752 Quanto ao Produto Interno Bruto do município, dados do IBGE (2012) apontam os seguintes valores: Produto Interno Bruto – PIB: R$ 2.517.056,00 Produto Interno Bruto – PIB per capita: R$ 17.656,36 Valor Adicionado Bruto da Agropecuária – R$ 33.923,00 Valor Adicionado Bruto da Indústria – R$ 559.861,00 Valor Adicionado Bruto dos Serviços – R$ 1.624.550,00 Número de Cadastro dos Beneficiários do Programa Bolsa Família: 2.091 famílias beneficiadas PMGIRS – PALHOÇA - SC 68 O Quadro 19 apresenta a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal nos últimos anos. Quadro 19: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Ano IDHM 1991 0,541 2000 0,656 2010 0,757 Fonte: Atlas Brasil, 2013 (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) 6.8. Organizações da Sociedade Civil e Cultura Local 6.8.1. Religiões O município de Palhoça possui uma população com várias religiões, conforme Quadro 20: Quadro 20: Religião de Palhoça conforme População Residente Religião População Católica Apostólica Romana 97.332 pessoas Espírita 4.685 pessoas Evangélicas 23.698 pessoas Fonte: IBGE, 2013 6.8.2. Cemitérios O município de Palhoça conta com quatro cemitérios em área urbana: Cemitério Municipal Senhor Bom Jesus de Nazaré localizado no Passa Vinte; Cemitério da Barra do Aririú; PMGIRS – PALHOÇA - SC 69 Cemitério da Enseada de Brito; Cemitério Passagem do Maciambú. O maior problema do município no que diz respeito aos cemitérios é a superlotação. O Cemitério Municipal não comporta mais a instalação de novos túmulos e alternativas tem sido estudadas para solucionar o problema. Duas alternativas foram cogitadas até o momento, a aquisição de mais uma área para o cemitério onde serão construídos 120 túmulos de gaveta e a outra alternativa, é a implantação do processo de cremação no município, essas duas possibilidades já estão sendo estudada pela administração municipal. Outra possível alternativa, analisada pela administração do cemitério, é a utilização de túmulos abandonados que hoje se encontram como ponto de deposito de lixo por parte dos visitantes, que acabam depositando as flores e velas já deterioradas quando as substituem por novas. Outro ponto importante da situação dos cemitérios locais é a falta de qualquer tipo de canalização ou estudos que demonstrem a qualidade do solo e de possíveis lençóis freáticos presentes na área de influencia do cemitério para a contaminação por necro-chorume. 6.8.3. Associativismo O associativismo viabiliza maior participação e estreita os laços entre a sociedade organizada e o poder público. Ele deve ser incentivado pela prefeitura, que pode fornecer assistência técnica, administrativa e tecnológica. Há vários tipos de organizações associativas, como redes de empresas, sindicatos, cooperativas, associações, grupos formalmente ou informalmente organizados, empresas de participação comunitária e consórcios são alguns exemplos. PMGIRS – PALHOÇA - SC 70 6.8.3.1. Associações No município, as seguintes associações estão presentes: Associação Esportiva e Recreativa da Ponte do Imaruim; Associação João Paulo II; Associação Cultural e Beneficente Morro do Quadros; Associação de Pais e Professores da C.E.I. Prof. A.F.S.; Associação Comercial e Industrial de Palhoça; Associação Bíblica e Cultural de São José; Associação Comunitária Bela Vista; Associação Pro-Crep (Criar, Reciclar, Educar e Preservar); 6.8.3.2. Sindicatos Segundo a Prefeitura municipal existem dois (02) sindicatos no município, o Sindicato Varejista de Florianópolis com sede no centro de Palhoça e o Sindicato dos caminhoneiros autônomos e transportadores rodoviários autônomos de bens de Palhoça – SINDICAM de Palhoça com sede no bairro Bela Vista. 6.8.3.3. Cooperativa Segundo dados da Prefeitura de Palhoça o município conta com onze (11) cooperativas listadas a seguir: Capcooper – Cooperativa de serviços e confecções; Cooperativa Habitacional e de Consumo América do Sul Ltda; Instituto Nacional de Orientação ao Cooperativismo Habitacional; Cooperativa Habitacional Verde Vale; Cooperação e Cidadania Don Lorenzo Guetti; PMGIRS – PALHOÇA - SC 71 Cooperativa de Educação e de Professores e Especialistas; (com 2 unidades no município); Cooperativa União de Serviços de Vigilância – UNIVIG; Cooperativa de Trabalho de Enseada do Brito; Cooperativa de Crédito dos Médicos S.P.C.EM.FPOLIS. LTDA; Cooperativa de Crédito de Urubici; e Cooperativa de Transporte de Cargas do Estado de Santa Catarina. 6.8.4. Costumes e Tradições O folclore é uma estratificação de costumes. São as manifestações coletivas da cultura popular, mantidas pela tradição. Os costumes folclóricos mais praticados em Palhoça são: Bandeira do Divino Semanas antes da Festa do Divino Espírito Santo, um grupo de pessoas percorre a cidade visitando as casas e colhendo ofertas para a festa. Uma senhora ou moça conduz a Bandeira presa a um mastro de dois metros, tendo a figura de uma pombinha bem na ponta da haste, com várias fitas coloridas pendentes. Às vezes a Bandeira é acompanhada de canto com música de rabeca, violão, cavaquinho e tambor, cujas batidas anunciam a aproximação da Bandeira. Festa do Divino Espírito Santo A festa é uma representação da coroação dos imperadores dos tempos do Brasil Império. Uma família da cidade (com muita honra) é sorteada para ser a festeira. No dia da festa, o cortejo acompanhado da banda de música, percorre as ruas da cidade com o Imperador, Imperatriz e os pagens vestidos a caráter e vai se instalar num trono, onde permanece o dia todo presidindo o cerimonial. A festa é acompanhada de missa, barraquinhas, queima de fogos, leilão, baile e outras atividades. A sede do Município e Enseada de Brito são os locais onde anualmente se realiza a festa. Boi de mamão É a representação dramática de cenas da vida campestre. Boi, cavalo, cavaleiro, curandeiro, urubu e cantadores. Com o passar do tempo PMGIRS – PALHOÇA - SC 72 outros personagens foram acrescentados: Maricota (boneca de 3 metros), Bernúncia, Urso, Cabra e outros. A representação é acompanhada de canto e música de instrumentos. Pau de fitas É apresentado por um grupo geralmente de quatro a oito casais, que executam evoluções em torno de um pequeno mastro com longas fitas. Durante as evoluções os casais fazem diversos trançados e destrançados com as fitas. Um grupo de músicos acompanha a apresentação com cantorias. Terno de reis Do Natal até 6 de janeiro (dia dos Reis Magos), costuma aparecer na Palhoça os “ternos de reis”, para reverenciar o nascimento de Jesus. O terno de reis é constituído por um grupo de geralmente quatro a oito pessoas, que percorre as casas pedindo ofertas em dinheiro ou bebidas. As músicas cantadas pelo Terno são de fundo religioso e folclórico. Pão por Deus Tradição quase desaparecida, o pão por Deus é um meio de comunicação romântica, onde as mensagens de amor, amizade e simpatia, escritas nas mais variadas figuras de papel, em recortes geométricos, transmitem os mais diversos pedidos. 6.9. Caracterização Física Simplificada do Município 6.9.1. Clima O clima da região está enquadrado no tipo Cfa de Köppen (Figura 14). A variedade "Cfa" indica que o clima subtropical é constantemente úmido, sem estação seca, com verão quente, mesotérmico brando. A umidade relativa do ar é normalmente mais elevada, com chuvas bem distribuídas ao longo de todo o ano. A massa de ar predominante é a Tropical Atlântica com ação mais frequente nos meses de verão, também responsável pelos ventos de quadrante norte que ocorrem na região. PMGIRS – PALHOÇA - SC 73 Figura 14: Mapa do Brasil com classificação climática segundo Köppen Fonte: www.cnpf.embrapa.com.br Os verões são quentes com temperaturas médias acima dos 22°C, inclusive durante o primeiro mês de outono. Em fevereiro ocorrem as temperaturas mais altas do ano, com média de 25,2°C. No inverno, as temperaturas médias não ultrapassam 17,5°C, sendo que o mês de julho apresenta as temperaturas mais baixas, com média de 16,8°C. A pluviometria da região é de aproximadamente 1.500mm ao ano, em média. O regime anual das chuvas apresenta sazonalidade bem definida, com período chuvoso nos meses da primavera e verão (setembro a março), com média mensal de 149mm, e período mais seco nos meses do outono e inverno (abril a agosto), com média mensal de 95mm. No gráfico ilustrado na Figura 15 estão demonstradas as médias pluviométricas para Palhoça, conforme os dados da Estação Meteorológica ETA CASAN-MONTANTE, disponibilizados pela ANA. O período computado foi dos anos de 1989 até 2014, de acordo com o gráfico podemos observar que o mês com PMGIRS – PALHOÇA - SC 74 menor índice pluviométrico para o município é o mês de agosto com um média de 77,6mm de chuvas, e o mês com maior índice de precipitações é janeiro onde as chuvas chegam em média a 254,1mm. Média Mensal de Precipitação 300 250 200 150 mm 100 50 0 Figura 15: Médias pluviométricas para Palhoça Fonte: Agencia Nacional de Águas, HidroWeb dados de jan 1989 até jan 2015 Quanto a umidade relativa do ar, a média anual é de 82%, a qual está associada à proximidade do mar e aos ventos que trazem grande quantidade de umidade. Os ventos predominantes na região de Palhoça sopram do quadrante norte, com velocidade média de 3,5m/s, no entanto os mais velozes e também mais frequentes sopram do sul com velocidade média de 10m/s. 6.9.2. Geologia e Pedologia Na região de Palhoça afloram rochas arqueanas do embasamento cristalino pertencentes ao Complexo PMGIRS – PALHOÇA - SC Canguçu, granitos das Suítes Intrusivas 75 neoproterozóicas, especificamente Granitóide São Pedro de Alcântara e Granito Tabuleiros, e cobertura sedimentar colúvio-aluvionar cenozoica. Nas áreas de planícies ocorrem solos argilosos passíveis de adensamento. Na planície do Rio Biguaçu é observado perfil de solo com estrato arenoso no topo e, à base, horizonte escuro, síltico arenoso, higroscópico e rico em fragmentos conchíferos. Com referência aos aspectos geotécnicos nas áreas de morraria, os solos são compostos principalmente por cambissolos e argilossolos que, em função de ações antrópicas provocam alterações das características geométricas das encostas, ocasionando instabilidade do manto de intemperismo ou dos depósitos de tálus. Essas interferências antrópicas podem provocar instabilidade das encostas, e gerar movimentos de massa dos solos, rolamentos de blocos e quedas de lasca de rochas, aumentando o risco geológico dessas áreas. Algumas áreas de morraria podem ser contempladas com taludes de corte em rochas foliadas, desenvolvendo superfícies com inclinação negativa, e desencadear escorregamentos ou deslizamentos de solos. No que diz respeito à geomorfologia, Palhoça está sob a Área de Influência Direta de domínios morfogenéticos, representados pela Serra Cristalina Litorânea e pelas Superfícies de Deposição. 6.9.2.1. Serra Cristalina Litorânea e Serra do Tabuleiro: Do ponto de vista morfodinâmico, a paisagem identificada como Serra do Leste Catarinense, esta formada em virtude de movimentos tectônicos précambrianos, é constituída por blocos falhados com vales subsequentes escavados em rochas do complexo granito-gnaisse-migmatítico. Intemperismo físico e químico posteriores atuantes nas rochas e em zonas de fraquezas, favoreceu o desenvolvimento dos processos erosivos, levando à desagregação dos materiais rochosos. Essas feições erosivas evidenciam a fragilidade da área, geradas a partir da infiltração das águas pluviais, principalmente nos depósitos de tálus das PMGIRS – PALHOÇA - SC 76 encostas, que apresentam alto potencial de escorregamento de solos, queda de fragmentos rochosos ou rolamento de blocos e matacões. A “região dissecada”, com suas vertentes íngremes terminadas nas cotas inferiores por rampas suavizadas em direção aos atuais vales, consiste em ambiente frágil do ponto de vista morfodinâmico. O escoamento superficial dominante nos rebordos íngremes dos tabuleiros, favorecido pela baixa permeabilidade dos solos e elevadas declividades, caracteriza-se, além da substancial erosão laminar, com arraste de fragmentos superficiais, evidenciado pela presença de horizonte superficial cascalhento e forte tendência a ravinamentos. Palhoça é uma das nove cidades de abrangência do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior Unidade de Conservação de Proteção Integral no Estado de Santa Catarina, ocupando aproximadamente 1% do território do estado, com uma extensão de cerca de 90.000 hectares. No município de Palhoça encontramos o ambiente de planície litorânea, situando-se as planícies do Maciambu e do Embaú, e o mangue do Aririú, que juntas contribuem com 18,2% da área do Parque Estadual. O município de Palhoça contribui em termos territoriais com a Unidade de Conservação com aproximadamente 52,5%. Dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, que fica no município de Palhoça, está a Baixada do Maciambu. Essa planície, que comporta uma das mais expressivas paisagens de restinga do litoral brasileiro, é formada por cordões arenosos na forma de semicículos, resultantes das oscilações do nível do mar durante milhares de anos. A região e considerada, por isso, importante monumento geológico. PMGIRS – PALHOÇA - SC 77 6.9.2.2. Superfícies de Deposição Processos morfogenéticos, resultantes da interação entre o regime climático e fatores litológicos, edáficos e bióticos, atuaram sobre o arcabouço geológico da região desde o início do Cenozóico, produzindo níveis geomorfológicos distintos, identificados como Terras Altas e Terras Baixas. O processo de erosão da serra e a deposição nas bacias dos Rios Biguaçu, Forquilha e Passa Vinte são configurados pelos testemunhos dos seus relevos residuais. Em meandros abandonados nos vales dos rios foram observados canais escavados e entulhados com cascalhos e blocos, do mesmo modo que trechos de fluviais de alta energia erosiva. Nos trechos de menor energia dos rios ocorrem processos de sedimentação de areia e finos, e nos períodos de alta pluviosidade, os canais transbordam por não contemplar terrenos com vegetação ou diques marginais naturais, formando várias áreas alagadas. Os canais fluviais desta região passaram por processos recentes de retificação, buscando facilitar o escoamento das águas dos Rios Biguaçu, Forquilha e Passa Vinte. Sendo neste contexto, a bacia hidrográfica do Rio Passa Vinte a mais importante para o município de Palhoça, com sua nascente no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, o Rio Passa Vinte, se estende por uma área de aproximadamente 8,4km e banha aproximadamente 26km², influenciando de maneira direta a rede hidrológica do município. Nas planícies de inundação, com seu grau avançado de transformação antrópica do canal de escoamento, retirada da vegetação, assoreamento, e implantação de edificações não respeitando a Área de Proteção Permanente - APP, provocou mudanças na dinâmica hídrica sem precedentes de transbordamento de água pluviais na sua calha. A Figura 16 mostra a hipsometria da região de Palhoça. Também, pode-se analisar que Palhoça fica, na sua grande maioria, com altitudes muito próximas ao nível do mar, mas há locais onde pode-se alcançar até níveis acima de 1000m, como é o exemplo do morro Cambirela. PMGIRS – PALHOÇA - SC 78 Figura 16: Hipsometria do Estado de Santa Catarina Fonte: Elaborado pelo autor 6.9.3. Solos Para denominação e sistematização das diversas classes de solos diagnosticadas na área foi utilizado o novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), na região de Palhoça encontramos os seguintes tipos de solo: Cambissolo (Ca24), Argilossolos (PVa19 e Pva23), Neosssolos (AMa1 e AMa3) e Gleissolos (HgPd1). 6.9.3.1. Cambissolos (Ca24) Os Cambissolos estão associados a relevos ondulados e fortemente ondulados, apresentando solos com profundidade média de 0,5 a 1,5 m. Os Cambissolos ocupam as áreas de maior declividade e, predominam no traçado projetado da rodovia, ocorrendo no vale do Ribeirão Forquilha e dos Rios Maruim e Passa Vinte, nos Municípios de São José e Palhoça, respectivamente. Já no PMGIRS – PALHOÇA - SC 79 município de Biguaçu, os Cambissolos ocorrem desde as cabeceiras do Ribeirão Forquilha até o Rio Biguaçu. 6.9.3.2. Argilossolos (PVa19 e PVa23) Os Argilossolos são solos minerais com textura que varia de arenosa a argilosa. Comportam desde solos forte até imperfeitamente drenados, exibindo cores avermelhadas a amareladas e, mais raramente, brunadas ou acinzentadas. São bastante porosos e bem drenados e não contemplam boa fertilidade. Os Argilossolos possuem alta fragilidade quanto aos processos erosivos, quando desprovidos da cobertura vegetal. Foram constatados escorregamentos próximos ao traçado projeto da Rodovia do Contorno de Florianópolis, em áreas de relevo acidentado e ondulado junto às encostas de morros, principalmente em suas porções inferiores, onde se situam as possíveis áreas de empréstimo de solos. 6.9.3.3. Neossolos (AMa 1 e AMa3) Os Neossolos são pouco espessos com textura que varia de arenosa a cascalhenta e até pedregosa, de baixa fertilidade natural e pequena capacidade de retenção de água. Os Neossolos ocorrem principalmente na borda do espelho de falha do Maciço da Pedra Branca e nos depósitos de matacões ao longo dos trechos mais íngremes das encostas. Os Neossolos ocorrem, ainda, em estreita e descontínua faixa nas margens da foz dos Rios Maruim e Biguaçu. 6.9.3.4. Gleissolos (HgPd1) Os Gleissolos caracterizam-se por textura geralmente argilosa, apresentando índices de boa fertilidade. Estes solos são encontrados principalmente nas planícies próximas aos Rios Maruim e Biguaçu, nas zonas consideradas como Área de Preservação Permanente – APP. Apresentam variação de tonalidade acinzentada dependendo do teor de umidade no solo. São solos bem desenvolvidos e, durante PMGIRS – PALHOÇA - SC 80 parte do ano, especialmente no período chuvoso, podem se tornar muito encharcados. O lençol freático nesses solos é raso e, no traçado da rodovia projetada, se desenvolvem atividades de agricultura e pecuária. Na Figura 17 pode-se observar todos os tipos de solos presentes no Estado de Santa Catarina. Figura 17: Solos de Santa Catarina Fonte: Embrapa 6.9.4. Hidrografia e Hidrogeologia A Lei 9.433/97 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, define a bacia hidrográfica como unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A gestão dos recursos hídricos deve-se dar de forma integrada, descentralizada e participativa, considerando as diversidades sociais, econômicas e ambientais do país. PMGIRS – PALHOÇA - SC 81 Baseado neste conceito definiu-se a divisão hidrográfica adotada no Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. A Divisão Hidrográfica Nacional foi instituída pela Resolução do CNRH n° 32, de 15 de Outubro de 2003. A Figura 18 a seguir apresenta as 12 regiões hidrográficas do Brasil. Figura 18: Regiões Hidrográficas do Brasil Fonte: CNRH - Resolução nº 32/2013 O Estado de Santa Catarina pertence a duas regiões: a região do Uruguai e a região do Atlântico Sul. Também podemos observar que o município de Palhoça pertence à Região Hidrográfica Atlântico Sul, Figura 19. PMGIRS – PALHOÇA - SC 82 Figura 19: Região Hidrográfica Atlântico Sul Fonte: ANA, 2015 Esta região destaca-se por abrigar um expressivo contingente populacional, pelo desenvolvimento econômico e por sua importância para o turismo. A região se inicia ao norte, próximo à divisa dos estados de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí, ao sul. Possui uma área total de 187.522 Km², o equivalente a 2,2% do País. Abrangendo porções dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a região tinha, em 2010, cerca de 13,4 milhões de habitantes, sendo que 88% em área urbana. A região abriga 451 municípios e 411 sedes municipais, entre os quais destacam-se, no contexto socioeconômico: Paranaguá, no Paraná; Joinville e Florianópolis, em Santa Catarina; Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e a Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A população da região está concentrada, principalmente, nas unidades hidrográficas Litoral de Santa Catarina e Guaíba. PMGIRS – PALHOÇA - SC 83 A Região Hidrográfica Atlântico Sul possui a Mata Atlântica como vegetação original predominante, que tem sofrido intensa ação antrópica. A Mata Atlântica se estende desde São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul. 6.9.4.1. Regiões e Bacias Hidrográficas de Santa Catarina O Estado de Santa Catarina é composto por dez regiões hidrográficas (RH1 Extremo Oeste, RH2 - Meio Oeste, RH3 - Vale do Rio do Peixe, RH4 - Planalto de Lages, RH5 - Planalto de Canoinhas, RH6 - Baixada Norte, RH7 - Vale do Itajaí, RH8 – Litoral Centro, RH9 - Sul Catarinense e RH10 - Extremo Sul Catarinense). O município de Palhoça pertence à Região Hidrográfica 8 (RH 8) – Litoral Centro. Com 5.824 km² de área, a RH 8 (Figura 20) compreende quatro bacias hidrográficas independentes que fluem em direção ao oceano: Tijucas, Cubatão do Sul, Biguaçu e Madre, sendo que as duas últimas representam as menores bacias hidrográficas do Estado. A rede hidrográfica presente no Município de Palhoça pertence a vertente do Atlântico cujos rios possuem perfil longitudinal e declividade acentuada. A sede municipal de Palhoça está inserida na Bacia do Rio Cubatão do Sul, porém sua margem costeira sofre influência também da Bacia do Rio da Madre. Os principais rios que cortam o município de Palhoça são: Rio Guarda do Cubatão, Rio da Madre e Rio Imaruí. PMGIRS – PALHOÇA - SC 84 Figura 20: Regiões Hidrográficas de Santa Catarina Fonte: Secretaria do Estado de Desenvolvimento Econômico E Sustentável – SDS A Bacia do Rio Cubatão do Sul possui uma área aproximada de 1.451 km 2 e é formada por 51 microbacias, sendo delimitada pelas terras drenadas pelo rio Cubatão do Sul e todos os seus afluentes, como os rios Vargem do Braço, do Salto, dos Bugres, do Cedro, Caldas do Norte (ou das Forquilhas), do Matias, Passa Vinte e outros. Sua área de drenagem é de 738 km², dos quais 342 km² estão situados dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e 167,44 km estão dentro do perímetro urbano de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz e parcialmente nos municípios de São Pedro Alcântara, Palhoça e São Bonifácio. O principal rio desta bacia é o Rio Cubatão do Sul, que nasce na Serra do Novo ou Gravatá a 1.200 metros de altitude, no Município de Águas Mornas, e após percorrer longos trechos em encostas íngremes e corredeiras, encontra seu baixo curso no Município de Palhoça, através de um padrão de canal meandrante em processo de retilinização, numa vasta área de planície pluvial, formando junto à foz, na Baía Sul, um depósito sedimentar com feição deltaica onde se desenvolve o manguezal. PMGIRS – PALHOÇA - SC 85 A bacia do Rio Cubatão é de importância estratégica para a região da Grande Florianópolis, pois nela estão localizados os Rios Vargem do Braço e Cubatão, que são os mananciais de captação para abastecimento de água de 05 municípios da região (Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça, São José, Biguaçu e Florianópolis). Já a bacia do Rio da Madre possui uma área aproximada de 545 km 2 e é formada por 17 microbacias. Esta bacia nasce na maior área de preservação catarinense, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, percorre a Baixada do Maciambu, no município de Palhoça, e desemboca no Oceano Atlântico na praia da Guarda do Embaú. O rio da Madre demarca a divisa dos municípios de Paulo Lopes e Palhoça. As principais atividades econômicas na bacia hidrográfica estão a rizicultura irrigada, agropecuária familiar, pesca artesanal e o turismo de massa sazonal. (PLDM´s, 2008). A bacia do Rio Imaruím, está localizada entre as bacias hidrográficas do Rio Tijucas (ao Norte) e o Rio Cubatão (ao Sul). Drena a porção norte/nordeste de Palhoça, ocupando uma área de 190,342 km². Com uma ocupação bastante intensa às margens deste rio e de seus afluentes, muitos do quais já sofreram processo de canalização e aterro. A Figura 21 apresenta os rios que cortam o município. PMGIRS – PALHOÇA - SC 86 Figura 21: Mapa hidrográfico do município de Palhoça Fonte: Elaborado pelo Autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 87 6.9.5. Vegetação Segundo IBGE (2004), a vegetação do município de Palhoça pertence ao Bioma Mata Atlântica (Figura 22). Este bioma pode ser visto como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e características climáticas existentes na ampla área de ocorrência desse bioma no Brasil. Figura 22: Biomas do Brasil Fonte: IBGE, 2004 De acordo com a Figura 23, a cobertura vegetal da região do município é representada pela Floresta Ombrófila Densa, uma das fitofisionomias da região Sul do Brasil. PMGIRS – PALHOÇA - SC 88 Mata sempre verde, com o “teto” da floresta de até 15m, com árvores emergentes de até 40m de altura. Densa vegetação arbustiva. As bromélias, orquídeas, cactos e samambaias também são muito abundantes. Nas áreas mais úmidas, às vezes temporariamente encharcadas, antes da degradação pelo homem ocorriam figueiras, jerivás e palmitos. Estende-se do Ceará ao Rio Grande do Sul, localizada principalmente nas encostas da Serra do Mar, da Serra Geral e em ilhas situadas no litoral entre os Estados do Paraná e do Rio de Janeiro. Figura 23: Mapa Fitogeográfico de Santa Catarina Fonte: Atlas de Santa Catarina, 1991 A Floresta Ombrófila Densa é uma mata perenifólia, ou seja, sempre verde com dossel de até 50 m, com árvores emergentes de até 40 m de altura. Possui densa vegetação arbustiva, composta por samambaias, arborescentes, bromélias e palmeiras. As trepadeiras e epífitas (bromélias e orquídeas) cactos e samambaias também são muito abundantes. Nas áreas úmidas, as vezes temporariamente PMGIRS – PALHOÇA - SC 89 encharcadas, antes da degradação do homem, ocorriam figueiras, jerivás (palmeira) e palmitos (Euterpe edulis). 4.9.6 Unidades de Conservação 4.9.6.1 Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST) A maior unidade de conservação de proteção integral do Estado foi criada em 1975, com base nos estudos dos botânicos Pe. Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein, com o objetivo de proteger a rica biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado. O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ocupa cerca de 1% do território catarinense e 54% do território do município de Palhoça. Abrange áreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. Fazem parte do Parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo, do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul. Localizado em uma região estratégica, única e muito especial da Mata Atlântica, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro possui uma ampla diversidade de habitats. Cinco das seis grandes formações vegetais do bioma Mata Atlântica encontradas no Estado estão representados no Parque. Por essa razão, ele abriga uma biodiversidade ainda maior que seus 84.130 hectares poderiam sugerir. No litoral, sob forte influência marítima, são encontradas as formações de restinga e manguezal. A floresta ombrófila densa, riquíssima em plantas epífitas, cobre as serras e ocupa a maior parte da área do Parque. Nas encostas superiores da serra, envolta em neblina formada pela condensação da umidade que chega do mar, aparece à matinha nebular. Nas partes mais altas do Parque se faz presente a floresta ombrófila mista (floresta com araucárias) e os campos de altitudes. Cada PMGIRS – PALHOÇA - SC 90 ecossistema tem sua fauna e flora características, assim como suas espécies dominantes. As ilhas costeiras que fazem parte da unidade também apresentam suas singularidades. O Parque atua ainda, devido a suas características de solo, relevo e vegetação, com um importante regulador climático para essas regiões. Dentro da área do Parque no município de Palhoça, está a Baixada do Maciambu. Essa planície, que comporta uma das mais expressivas paisagens de restinga do litoral brasileiro, é formada por cordões arenosos na forma de semicírculos, resultantes das oscilações do nível do mar durante milhares de anos. A região e considerada, por isso, importante monumento geológico. Objetivando a regularização das áreas pertencentes ao Parque estadual da Serra do Tabuleiro, nas últimas décadas foram propostas e efetivadas diversas modificações e retificações em seus limites (Decreto Estadual nº 8.857/1979, Decreto Estadual nº 17.720/1982, Lei Estadual nº 10.584/1997). A mais recente alteração, promovida pela Lei Estadual nº 14.661/2009, foi a mais drástica. No ano de 2007, houve uma proposta de recategorização de parte do PAEST, localizada na Baixada Massiambu, para a categoria de Unidades de Conservação denominada Área de Proteção Ambiental (APA), com o intuito de “amenizar” o problema fundiário existente, haja vista que a legislação ambiental brasileira (Lei nº 9.985/2000) define os Parques como unidades de conservação de Proteção Integral, enquanto que as APAs são definidas como Unidades de Conservação de Uso Sustentável. As Unidades de Conservação (UCs) de Proteção Integral possuem regras rígidas quanto à ocupação urbana, que é proibida, enquanto que as UCs de Uso Sustentável permitem a ocupação urbana, ainda que com restrições. Através da Lei Estadual nº 14.661/2009, os limites do Parque foram redefinidos e algumas áreas que o constituíam foram transformadas em Unidades de Conservação de Uso Sustentável, por meio da instituição do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu, composto por uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, o Parque Estadual da Serra PMGIRS – PALHOÇA - SC 91 do Tabuleiro, e por três de Uso Sustentável: a Área de Proteção Ambiental da Vargem do Braço, a Área de Proteção Ambiental da Vargem do Cedro e a Área de Proteção Ambiental do Entorno Costeiro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. A área total do Parque passou de 87,4 mil hectares para 98,4 mil hectares (Figura 24). Porém a área de Proteção Integral (o PAEST) diminui para 84.130 hectares. Destaca-se que a maioria das áreas desanexadas da área original do Parque já estava ocupada com 2.500 construções de proprietários originais das áreas sob as quais foi decretado o PAEST e, também, por uma maioria de ocupantes ilegais e invasores (FATMA, 2006). PMGIRS – PALHOÇA - SC 92 Figura 24: Limite da área total do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro - PAEST Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 93 4.9.6.2 APA do Entorno Costeiro A APA do Entorno Costeiro, foi regulamentada pelo Decreto nº 3.159, de 24 de março de 2010 e engloba uma área de aproximadamente 5.260,00 hectares. Os municípios afetados pela mudança são Garopaba, Paulo Lopes, Palhoça e Florianópolis. Dos quatro municípios afetados Palhoça é o com maior área transformada. No município de Palhoça a área afetada é da Baixada do Maciambu que é uma planície costeira localizada na porção central do litoral catarinense entre as coordenadas 27° 48´e 27° 55´ de latitude Sul e 48° 36´ e 48° 45´ de longitude Oeste, ao Sul do município, disposta entre o Rio Maciambu e o Rio da Madre, limitando-se a oeste pelas encostas das serras cristalinas do Cambirela e do Morretes e a leste pelo Oceano Atlântico, que compreende as praias da Pinheira, Guarda do Embaú e do Sonho, comunidade de Três Barras, Albardão, Morretes, Sertão do Campo, Passagem e Maciambu. Formada pelo recuo do mar, é considerada também um patrimônio geológico de importância mundial, pois conserva em sua paisagem antigas linhas de praia (cordões arenosos) que contam um pouco sobre as transformações ambientais sofrida pelo planeta nos últimos 5 mil anos. Como resultado de combinações físicas e biológicas, a região sustenta uma diversidade de ambientes (rios, lagoas, banhados, praias, ilhas, costões rochosos, serras, morros, dunas e estuários) e formas vegetais variadas, como a restinga e o manguezal que são ecossistemas de extrema importância para a manutenção da fauna nativa, permitindo que os animais de hábitos terrestres ou aquáticos possam se abrigar, alimentar, reproduzir e descansar. Os objetivos desta APA são o desenvolvimento sustentável das comunidades costeiras do entorno do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a proteção ambiental e o valor ecológico das áreas remanescentes de mata atlântica e cordões litorâneos; a harmonização da preservação ambiental com o ordenamento, uso PMGIRS – PALHOÇA - SC 94 sustentável e racional dos recursos naturais da região; o ordenamento da ocupação, uso e utilização do solo e das águas; o disciplinamento do uso turístico e recreativo; a proteção e recuperação ambiental de áreas ocupadas por proprietários rurais e não rurais, com vista a preservar o valor biótico e econômico; o ordenamento das atividades de pesquisa científica e produção tecnológica na área da construção civil sustentável; e o ordenamento dos loteamentos turísticos e populares, garantindo implementação de obras de saneamento e recuperação ambiental. A Figura 25 apresenta a área de abrangência da APA. PMGIRS – PALHOÇA - SC 95 Figura 25: Área de Abrangência da APA Fonte: Elaborado pelo Autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 96 4.9.6.3 Parque Ecológico Municipal de Palhoça O Parque Ecológico Municipal de Palhoça/SC, foi legalmente instituído através do Decreto Municipal 428/96. Esta unidade de conservação engloba a maior parte dos manguezais do município. No entanto, seu processo de implementação não foi concluído e a situação de conservação atualmente é problemática em virtude da indefinição dos seus limites, da forte pressão de urbanização no entorno e sobre a área, que dificultam sua gestão. A sede do Parque Ecológico Municipal de Palhoça/SC situa-se no final da Rua Belarmino Antônio da Silva, Centro, município de Palhoça, sendo que nesta ainda não foi implantada a estrutura necessária para manejo e uso público. O órgão responsável legal pela administração desta unidade de conservação é a Prefeitura Municipal de Palhoça.(FCAM, 2015). PMGIRS – PALHOÇA - SC 97 7. INSTITUIÇÕES DE ÂMBITO MUNICIPAL E INTERMUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL E CONSELHOS PROFISSIONAIS 7.1. Instituições de Âmbito Municipal e Intermunicipal 7.1.1. Associação dos Municípios da Grande Florianópolis - GRANFPOLIS As associações de municípios, dentro do processo de gestão de recursos hídricos, assumem um papel de significativa importância, pois são articuladores potenciais para a preservação e conservação deste recurso natural. A capacidade de articulação e ação efetiva dos municípios participantes representa uma potencialidade que deve ser direcionada para ações conjuntas, programas e projetos para proteção dos mananciais hídricos, bem como para a promoção de campanhas de educação ambiental e estabelecimento de parcerias entre as organizações locais como forma de promover e fortalecer a participação da população no processo. No município de Palhoça, atua a GRANFPOLIS (Associação dos Municípios da Grande Florianópolis), sede no município de Florianópolis com 22 municípios associados. 7.1.2. Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis – COMDES O COMDES (Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis) é um fórum de entidades representativas, composto por pessoas jurídicas de direito privado, sem finalidade econômica e sem filiação política, partidária e/ou religiosa, e se constitui em um importante campo estratégico de contribuições para o fortalecimento e o desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana da Grande Florianópolis. Formado por mais de 35 entidades da Grande Florianópolis, o Conselho atua por meio de Grupos de Trabalho em questões como mobilidade, transporte, PMGIRS – PALHOÇA - SC 98 turismo, construção civil, preservação ambiental, saneamento básico, governança metropolitana, entre outras. 7.1.3 Fundação Cambirela de Meio Ambiente - FCAM A Fundação Cambirela de Meio Ambiente - FCAM é a instituição responsável pelas questões ambientais do Município de Palhoça/SC, tem por objetivo a execução da política ambiental do Município de Palhoça. E possui a missão de garantir a preservação dos recursos naturais deste município litorâneo. 7.1.4 Conselho Municipal de Meio Ambiente – CONDEMA Instituído pela Lei 1891/2004, o conselho municipal de meio ambiente é um órgão consultivo, deliberativo para assessorar e definir a Politica Ambiental a ser adotada pelo município. O Conselho Municipal do Meio Ambiente tem como finalidade proteger os ecossistemas do Município, através de uma ação gerenciadora, protetora e fiscalizadora do meio ambiente, de forma a garantir a participação comunitária na elaboração e implantação de programas vinculados ao meio ambiente. 7.2. Instituições de Âmbito Estadual 7.2.1. Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento - ARIS Com fundamento na Lei n. 11.445/2007, foi criada oficialmente no dia 1º de dezembro de 2009 a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento – ARIS, com a participação dos municípios de Águas de Chapecó, Alto Bela Vista, Coronel Freitas, Formosa do Sul, Iraceminha, Jardinópolis, Mondai, Monte Carlo, Pinhalzinho e Turvo. O projeto de criação da ARIS foi conduzido pela Federação Catarinense de Municípios – FECAM e pelas Associações de Municípios de Santa Catarina. PMGIRS – PALHOÇA - SC 99 A ARIS alcança 176 municípios em Santa Catarina, beneficiando mais de 2,8 milhões de cidadãos catarinenses. As atribuições da entidade são de regulação e fiscalização de todas as atividades do saneamento básico: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos, limpeza urbana e drenagem pluvial. Atualmente a ARIS regula e fiscaliza concessionárias estaduais (CASAN e SANEPAR), empresas privadas, autarquias municipais (SAMAE’s) e a própria Administração Direta, quando prestadora dos serviços (DAE’s). 7.2.2. Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC Empresa de economia mista, criada em 28/02/1979 pela Lei nº 5.516 e fundada em 27/11/1979, transformada em empresa pública em 06/09/2005 tem como missão melhorar a qualidade de vida da sociedade catarinense, promovendo a saúde pública e o desenvolvimento integrado e sustentável dos setores agropecuário, florestal e pesqueiro, através de ações voltadas ao apoio da produção e comercialização, controle de qualidade e saneamento ambiental. Serviços prestados: Saúde animal, fomento da produção animal, classificação de produtos de origem vegetal, armazenagem, engenharia rural e inspeção de produtos de origem animal (SANTA CATARINA / CIDASC, 2010). 7.2.3. Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH foi estabelecido através da Lei nº 6.739 de 1985 com as funções de órgão de deliberação coletiva no Estado de Santa Catarina. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos é o órgão superior do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, responsável pelo estabelecimento de diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos, proposição de diretrizes para PMGIRS – PALHOÇA - SC 100 o Plano Estadual de Recursos Hídricos e normas sobre o uso das águas e, ainda, estabelecimento de normas para a instituição de Comitês de Bacia. O órgão central, representado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS), responsável pelo Meio Ambiente, é responsável pela execução da Política Estadual de Recursos Hídricos e coordenação à implantação dos Planos de Recursos Hídricos (SANTA CATARINA / SDS, 2010). 7.2.4. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A – EPAGRI Com o objetivo de promover a preservação, recuperação, conservação e utilização sustentável dos recursos naturais, a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A, vinculada a Secretaria de Estado de Agricultura e Desenvolvimento Rural - SAR) busca a competitividade da agricultura catarinense frente a mercados globalizados, adequando os produtos às exigências dos consumidores. É também objetivo da empresa promover a melhoria da qualidade de vida do meio rural e pesqueiro. A estrutura organizacional da Epagri compreende, no nível políticoestratégico, a sede administrativa, integrada pelos órgãos deliberativos e de fiscalização, a diretoria executiva, as gerências estaduais e as assessorias, competindo-lhes a formulação de políticas, diretrizes, estratégias e o estabelecimento de prioridades; análise da gestão econômico-financeira; coordenação, avaliação, suporte institucional e articulação interinstitucional. No nível tático-operacional competem às Gerências Regionais – compostas por unidades de pesquisa, centros de treinamento, campos experimentais e escritórios municipais – o cumprimento das políticas, diretrizes, estratégias e prioridades; formulação e execução de projetos; administração dos recursos PMGIRS – PALHOÇA - SC 101 humanos, materiais e financeiros; articulação e suporte intrarregional; participação nos planos municipais de desenvolvimento rural e na articulação local (SANTA CATARINA / EPAGRI, 2010). 7.2.5. FATMA – Fundação do Meio Ambiente A FATMA é o órgão ambiental da esfera estadual do Governo do Estado de Santa Catarina. Atua com uma sede administrativa, localizada em Florianópolis, e 14 coordenadorias regionais, e um Posto Avançado de controle Ambiental (PACAM), no Estado. Criada em 1975, a FATMA tem como missão maior garantir a preservação dos recursos naturais do Estado. Isto é buscado através: da gestão de oito Unidades de Conservação Estaduais, da Fiscalização Ambiental, do Licenciamento Ambiental, do Programa de Prevenção e Atendimento a Acidentes com Cargas Perigosas e de Estudos e Pesquisas Ambientais e da pesquisa da Balneabilidade (SANTA CATARINA / FATMA, 2010). A ação da FATMA na área correspondente sede ao município compete à Coordenadoria de Desenvolvimento Ambiental (CODAM) com sede em Florianópolis. 7.2.6. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional – SDR As Secretarias de Estado de Desenvolvimento Regional objetivam a democratização das ações e a transparência e visam ao amplo engajamento e a participação das comunidades de cada microrregião, com a regionalização do orçamento, do planejamento, da fiscalização e das ações. As Secretarias atuam como agências oficiais de desenvolvimento. Os Conselhos - compostos pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, os PMGIRS – PALHOÇA - SC 102 Prefeitos e Presidentes das Câmaras de Vereadores da região de abrangência e dois representantes, por município, membros da sociedade civil, que representem os segmentos culturais, políticos, ambientais, econômicos e sociais – constituem um Fórum permanente de debates sobre a aplicação do orçamento regionalizado, a escala de prioridade das ações e a integração Estado / Município / Universidade / Comunidade no planejamento e execução de metas. Fazem parte, da organização estrutural das Secretarias, as gerências regionais: da Educação; da Saúde; da Assistência Social; do Desenvolvimento Econômico Sustentável e Agricultura; da Infraestrutura; da Cultura, Turismo e Esporte; e, a Gerência de Projetos Especiais (SANTA CATARINA / SDR, 2010). A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional atuante na área do município de Palhoça é a SDR de Florianópolis – SC. 7.2.7. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável – SDS No ano de 2003, foi feita a integração da antiga Secretaria da Família com a Secretaria do Meio Ambiente, formando a então denominada Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente – SDS. Com a reforma administrativa ocorrida em 2005, através da Lei Complementar nº 284 de 28 de fevereiro de 2005, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente foi transformada em Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, permanecendo a sigla SDS. Na terceira reforma administrativa através da Lei Complementar nº 381 de 7 de maio de 2007, é alterada a competência e o nome da SDS, transformando-a em Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, mantendo a sigla SDS (SANTA CATARINA / SDS, 2010). PMGIRS – PALHOÇA - SC 103 7.3. Instituições de Âmbito Federal 7.3.1. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa foi criada em 26 de abril de 1973. Sua missão é viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, com foco no agronegócio, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias (BRASIL / EMBRAPA, 2010). 7.3.2. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é uma autarquia federal, criado pela Lei nº 7735/89 de 22 de fevereiro de 1989. Ele está vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), sendo o responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente. Desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (BRASIL / IBAMA, 2010). O IBAMA atua no município através da Superintendência localizado no Município sede de Florianópolis-SC. 7.3.3. Vigilância Sanitária - VISA A Vigilância Sanitária (VISA) é responsável por promover e proteger a saúde e prevenir a doença por meio de estratégias e ações de educação e fiscalização. Tem como missão promover e proteger a saúde da população por meio de ações integradas e articuladas de coordenação, normatização, capacitação, educação, informação apoio técnico, fiscalização, supervisão e avaliação em Vigilância Sanitária. PMGIRS – PALHOÇA - SC 104 O serviço de Vigilância Sanitária está vinculado ao serviço de saúde. No caso do Brasil, é o SUS – Sistema Único de Saúde. O SUS foi criado pela Lei Federal nº 8.080. No artigo 7 dessa Lei estão descritos os princípios e as diretrizes do SUS, que são os mesmos que regem o trabalho da Vigilância Sanitária. Cabe aos municípios à execução de todas as atividades de Vigilância Sanitária, desde que assegurados nas leis federais (Portaria nº 2.473, de 29 de dezembro de 2003) e estaduais. Esse é o processo chamado de municipalização das ações da VISA. O Estado e a União podem atuar em caráter complementar quando houver risco epidemiológico, necessidade profissional e tecnológica (SANTA CATARINA / VISA, 2010). 7.4. Conselhos Profissionais 7.4.1. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina - CREA O CREA/SC, assim como todos os outros CREAs distribuídos pelo Brasil, está vinculado ao CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, que é a instância superior de regulamentação das profissões abrangidas. Cabe ao CONFEA garantir a unidade de ação e a normatização de todos os CREAs, exercendo funções de supervisão financeira e administrativa sobre eles. Forma-se assim, o Sistema CONFEA/CREAs. Dentro desse contexto, o CREA-SC oferece suporte para que engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, técnicos industriais, técnicos agrícolas e tecnólogos absorvam rapidamente as evoluções no setor da tecnologia. Para atender Santa Catarina, o CREA possui 20 Inspetorias Regionais, 8 Escritórios de Representação Regional e 4 Postos de Atendimento (CREA, 2010). PMGIRS – PALHOÇA - SC 105 7.4.2. Conselho Regional de Química - CRQ O Conselho Regional de Química – CRQ tem atuação em todo Brasil e é composto por 20 conselhos regionais. Dentro desse contexto, o CRQ-13ª Região, Jurisdição Santa Catarina, com sede no município de Florianópolis, tem por objetivo oferecer apoio técnico aos químicos (CRQ, 2010). O CRQ atuante no município é atendido pela CRQ 13ª Região, localizada na cidade de Florianópolis. 7.4.3. Conselho Regional de Biologia - CRBio A Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979, regulamentou as profissões e atividades do biólogo e biomédico, criando os Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina, com a finalidade de fiscalizar o exercício das profissões definidas pela lei. Em 30 de agosto de 1982, através da Lei nº 7.017, foram desmembrados os Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e Biologia. O Decreto 88.438, de 1983, dispôs e referendou a regulamentação do exercício da profissão de biólogo, especificando as atribuições dos Conselhos Regionais. Em Santa Catarina é atendida pela Delegacia de Santa Catarina do Conselho Regional de Biologia 3ª Região (CRBio). A Delegacia de Santa Catarina do CRBio tem atuação no município, com sede no município de Florianópolis (CRBio, 2010). PMGIRS – PALHOÇA - SC 106 8. RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL E NO ESTADO DE SANTA CATARINA Conforme o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ABRELPE, no ano de 2013, mostra que a geração total de resíduos sólidos urbanos no Brasil em 2013 foi de 76.387.200 toneladas. Desses, 69.064,935 toneladas são coletados. A comparação entre a quantidade de RSU gerada e a coletada em 2013, mostra que diariamente mais de 20.000 toneladas deixaram de ser coletadas no país e, por consequência, tiveram destino impróprio. A Figura 26 mostra o percentual de participação dos resíduos sólidos urbanos nas regiões do Brasil. Figura 26: Participação das Regiões no total de Resíduos Sólidos Coletados Fonte: ABRELPE, 2013 PMGIRS – PALHOÇA - SC 107 Na região Sul, os três estados possuem uma população de 28.795.762 habitantes que geraram em 2013 um total de 21.992 ton/dia de resíduos sólidos urbanos, correspondendo ao índice de 0,761 kg/hab./dia, desses, 94,7% foram coletados. No Estado de Santa Catarina a quantidade total de resíduos sólidos urbanos gerados foi de 21.922 ton/dia, desses foram coletados 20.622 ton/dia (94,1%). Quanto à destinação final, segundo a ABRELPE, 2013, 14.528 ton/dia (70,4%) foram para aterro sanitário, 3.773 ton/dia (18,3%) para aterro controlado e 2.321 ton/dia (11,3%) foram para lixões. A Figura 27 também mostra o destino final dos resíduos sólidos urbanos coletados no estado, onde pode-se perceber que 6.094 ton./dia (29,6%) ainda são destinados para lixões e aterros controlados que, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos próprios lixões, pois não possuem o conjunto de sistemas necessários para proteção do meio ambiente e da saúde pública. Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos (ton./dia) 2.321 Aterro Sanitário 3.773 Aterro Controlado 14.528 Lixão Figura 27: Destinação Final dos RS no Estado de Santa Catarina, conforme a Quantidade Coletada Fonte: ABRELPE, 2013 PMGIRS – PALHOÇA - SC 108 9. INFRAESTRUTURA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 9.1. Considerações Iniciais Os resíduos sólidos são produzidos e descartados, individualmente ou coletivamente, pela ação humana, animal ou por fenômenos naturais, normalmente nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar da população. Conforme a norma ABNT NBR 10.004, resíduos sólidos são: “aqueles resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”. Uma infinidade de materiais constitui os resíduos sólidos de um município e estes necessitam de gestão e tratamento adequado. Problemas de saúde pública e impactos ambientais estão diretamente relacionados ao mau gerenciamento dos resíduos sólidos, decorrentes da exposição direta ou de influências indiretas promovidas por estes materiais. A gestão adequada dos resíduos sólidos é para o saneamento e meio ambiente um dos fatores mais importantes para a segurança à saúde pública e proteção do meio ambiente. Para melhor realizar a gestão, é importante conhecer como se distribuem os grupos dos resíduos sólidos. São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos, porém as mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. De acordo com a NBR 10004, os resíduos sólidos podem ser identificados como: PMGIRS – PALHOÇA - SC 109 Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública por meio do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. Resíduos Classe II – Não perigosos: classificados como não inertes e inertes. Resíduos Classe II A - Não-inertes: resíduos que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações dos outros resíduos. Resíduos Classe II B – Inertes: aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem n.º 8 (Anexo H da NBR 10004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. O Quadro 21 mostra a classificação dos resíduos sólidos, quanto à origem, possíveis classes e suas respectivas responsabilidades, assim também como a Figura 28 mostra de forma mais detalhada a classificação conforme as classes. PMGIRS – PALHOÇA - SC 110 Quadro 21: Classificação dos resíduos sólidos quanto à suas respectivas responsabilidades, origens e classes PÚBLICO CLASSE II DOMICILIAR CLASSE II COMERCIAL CLASSE I e II RESP. DO GERADOR PORTOS AEROPORTOS E TERMINAIS RODOVIÁRIOS E FERROVIÁRIOS CLASSE I e II RESP. DO GERADOR RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE RSS CLASSE I e II RESP. DO GERADOR INDUSTRIAL CLASSE I e II RESP. DO PODER PÚBLICO PMGIRS – PALHOÇA - SC Oriundo da limpeza urbana, da varrição das vias públicas, parques, praças, praias, galerias, córregos e terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, limpeza de áreas de feiras livres. Constituído por restos de alimentos, cascas de frutas, verduras, sobras, produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Originados nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como: supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. Estes resíduos têm grande quantidade de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como papel-toalha, papel higiênico. Aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, produzidos ou introduzidos nos portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. Na sua maioria são compostos de materiais de higiene, asseio pessoal e restos de alimentos, os quais podem veicular doenças vindas de outras cidades, estados ou países. Agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados para testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X. Originado nas diversas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia, etc. Esse tipo de resíduo é bastante variado, e é representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros, cerâmicas entre outros. Sendo que nessa categoria estão incluídos a maioria dos resíduos sólidos tóxicos (classe I). 111 RESP. DO GERADOR AGROSSILVOPASTORIS CLASSE I e II RESP. DO GERADOR RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL RCC CLASSE II RESP. DO GERADOR VOLUMOSOS CLASSE II RESP. DO GERADOR PERIGOSOS CLASSE I São resíduos das atividades agrícolas e da pecuária. Incluem embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, restos de colheita. Os resíduos da construção civil são compostos de materiais de demolição, restos de obras, solos de escavações. O entulho é um material inerte, passível de reaproveitamento, porém, geralmente contêm materiais que podem ser tóxicos, como tintas, solventes e pedaços de amianto. Resíduos provenientes de restos de móveis descartados e inutilizáveis (sofás, roupeiros, colchões, ect). Pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, pneus, óleos lubrificantes, produtos eletroeletrônicos e embalagens de agrotóxicos, que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental. Fonte: Lei 12.305/2012 Figura 28: Classificação dos resíduos sólidos conforme as classes Fonte: ABNT 10.004, 2004 PMGIRS – PALHOÇA - SC 112 9.2. Panorama do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos Existente no Município de Palhoça O gerenciamento dos resíduos é de responsabilidade da Prefeitura Municipal, sendo que este terceiriza o serviço de coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos para a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda, conforme Contrato nº 223/2011. O município de Palhoça possui apenas sistema de coleta convencional. A coleta, do tipo porta-a-porta, acontece em toda área urbana três vezes por semana, há coleta seletiva apenas em alguns bairros da região sul do município, mas a mesma não ocorre porta a porta e sim por demanda e adesão. 9.3. Caracterização dos Resíduos Sólidos Como consequência o Plano Municipal de Saneamento Básico - Manejo de Resíduos Sólidos - deverá observar a matriz de caracterização apresentada na Figura 29. PMGIRS – PALHOÇA - SC 113 Figura 29: Caracterização dos Resíduos Sólidos Fonte: Adaptado de Consórcio MPB/ESSE/Sanetal, 2010 Os resíduos sólidos, aqui apresentados, consistem em todos os tipos de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, inclusive os resíduos de serviços de saúde e resíduos perigosos, que segundo a Prefeitura Municipal de Palhoça, que disponibiliza de todo o sistema de coleta, transporte e destinação final, é cobrado PMGIRS – PALHOÇA - SC 114 taxa aos munícipes pelos serviços prestados, conforme especificado no próximo item. 9.4. Receitas e Custos Para a realização da coleta convencional a Prefeitura Municipal cobra de seus munícipes uma taxa específica conforme descrito na Lei Complementar nº 107/2011 que cita que imóveis residenciais devem pagar R$ 194,54 ao ano e imóveis comerciais devem pagar R$ 291,60 ao ano podendo ser parcelado em até 12 vezes. Considerando que do total de imóveis, aproximadamente 5,15% são considerados imóveis comerciais e 94,85% são imóveis residenciais, estima-se, baseado no número de economias de água, parâmetro mais atualizado encontrado para realizar essa aproximação, que são 54.249 imóveis. Isso gera um montante aproximado de: Parcela comercial = (54.249 *5,15%)* R$ 291,60 = R$ 814.378,93 Parcela residencial = (54.249 *94,85%)* R$ 194,54 = R$ 10.010.090,03 Total = R$ 10.824.468,96 por ano. Desta forma o município, precisa dar como contrapartida R$ 1.892.117,52 para o pagamento do custo anual total dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final, que é R$12.716.586,48 conforme Termo Aditivo T.A. nº 165/2014 do Contrato nº 223/2011. 9.5. Limpeza Urbana Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos de limpeza urbana são aqueles originários da capina, varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. PMGIRS – PALHOÇA - SC 115 A Prefeitura Municipal de Palhoça terceiriza esse serviço para a empresa Balsa Nova Comercial LTDA ME a um custo de R$ 1.875,00 a hora trabalhada. A empresa realiza os serviços de limpeza, capina, varrição manual e mecanizada com remoção da areia das sarjetas e passeios, retirada de vegetação dos passeios, meios fios e pavimento, coleta e transporte desses resíduos, além de pintura dos meios fios. Conforme contrato, o cronograma de realização das atividades é entregue sempre com uma semana de antecedência ao encarregado da empresa. A disposição desses resíduos é realizada em terreno não licenciado, que atualmente é utilizado como garagem dos veículos pesados da prefeitura, conforme Figura 30. No terreno, ainda, pode-se verificar descarte de volumosos inservíveis, ferro velho e demais matérias de forma irregular. Quanto à limpeza e manutenção dos terrenos no município, fica a encargo do proprietário, conforme cita o código de posturas no art. 43 e, inclusive, há estipulação de multa para o descumprimento. Figura 30: Disposição inadequada de resíduos de poda e varrição Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 116 9.6. Sistema de Manejo dos Resíduos Sólidos Domiciliares O sistema de manejo dos resíduos sólidos domiciliares, conforme Contrato nº 223/2011, é terceirizado para a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda que possui escritório administrativo localizado Rua Madalena Barbi, 197, Centro, Florianópolis/SC, sendo este uma filial. Os serviços, segundo o contrato, abrangem: Coleta, transporte e destino final de resíduos sólidos domiciliares, comerciais e de varrição; Coleta seletiva de materiais recicláveis segregados e acondicionados em sua origem pelos geradores dos resíduos domiciliares e comerciais ou entregues pelo gerador diretamente nos Postos de Entrega Voluntária (PEV’s), seu armazenamento, comercialização, bem como transporte e destino final dos rejeitos em aterro sanitário ou local devidamente licenciado ambientalmente; Implantação, pela contratada, de 18 (dezoito) Postos de Entrega Voluntária (PEV) em recintos pertencentes a 18 (dezoito) Associações Comunitárias do município, para deposição diretamente pelo gerador de resíduos recicláveis como vidro, papel, papelão, óleos de cozinha e outros, bem como seu armazenamento, comercialização, transporte e destino final dos rejeitos em aterro sanitário ou local devidamente licenciado ambientalmente; Implantação de 01 (um) Posto de Entrega Voluntária (PEV) em local a ser definido em conjunto com a administração municipal, especialmente destinado a deposição diretamente pelo gerador, de resíduos com características especiais ou de grande volume, ferros de construção e similares (exclusive entulhos), resíduos químicos, tóxicos e perigosos Classe PMGIRS – PALHOÇA - SC 117 I, como pilhas, baterias e estopas embebidas em materiais voláteis ou graxos; Transporte e destinação final dos resíduos químicos, tóxicos e perigosos Classe I originários de unidades geradoras vinculadas direta ou indiretamente à Administração Municipal; Coleta, transporte e destino final dos Resíduos de Serviços de Saúde, quando a legislação especifica assim exigir, provenientes das unidades de saúde vinculadas à Administração Municipal. Para a realização desses serviços a empresa conta com 15 (quinze) motoristas e 38 (trinta e oito) garis além de 01 (um) fiscal de coleta que estão diretamente envolvidos na coleta de resíduos domiciliares. A empresa possui também 01 (um) encarregado operacional e um gerente operacional para coleta municipal. Além disso, no escritório administrativo, a empresa conta com 17 funcionários que executam serviços para todos os clientes da empresa, dentre prefeituras e privados. Já no Parque de Gerenciamento de Resíduos – PGR, a empresa conta com 1 (um) Eng. Civil, responsável pela gerência e operação, além de uma equipe técnica composta por 1 (um) topografo, 1 (um) eng. responsável pela ‘frente de lixo’, 1 (um) coordenador operacional no MDL, na coleta de gases um coordenador de ETE para o tratamento do chorume, além das atividades administrativas e de segurança do trabalho. Para a coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde a empresa conta, no PGR, com 1 (um) Eng. Sanitarista e Ambiental, 1 (um) encarregado geral e 1 (um) operador de equipamento, além de 2 (dois) auxiliares de carga/descarga e 1 (um) motorista. PMGIRS – PALHOÇA - SC 118 Conforme a empresa, todos os funcionários recebem treinamentos periódicos sobre questões relacionadas à segurança do trabalho e saúde do trabalhador, que são promovidos por uma equipe própria de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT. A Figura 31 apresenta o organograma da empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda. A fiscalização do cumprimento das disposições contratuais e gestão o contrato em si é de responsabilidade do SAMAE, sendo que a autarquia disponibiliza um colaborador responsável pela ouvidoria além de um Engenheiro Sanitarista e Ambiental. O corpo funcional da empresa atende de forma satisfatória as necessidades dos serviços por ela realizados, não havendo necessidade de ampliação por momento. PMGIRS – PALHOÇA - SC 119 Figura 31: Organograma da Empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda Fonte: Adaptado de DECKER, 2008 PMGIRS – PALHOÇA - SC 120 9.6.1. Coleta Convencional, Transporte e Acondicionamento dos Resíduos Domiciliares O serviço de coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares, em Palhoça, é terceirizado para a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda. Para a realização da coleta convencional no município de Palhoça, a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda utiliza quatro caminhões compactadores e um veículo utilitário para fiscalização. A equipe de trabalho é composta por nove motoristas e vinte e sete coletores (garis), além de um encarregado. A coleta é realizada três vezes por semana ocorrendo de forma diurna e noturna. Os resíduos domiciliares e comerciais são acondicionados em sacos plásticos e depositados em frente às residências e comércios. Não há contentores públicos nas ruas e cada morador é responsável por dispor de seu próprio contentor para armazenamento dos resíduos até o momento da coleta. Na Figura 32 é possível visualizar a ausência de contentores em frente às residências, sendo que os munícipes penduram as sacolas de resíduos em postes e grades, já na Figura 33 e 34 a presença de contentor particular e o uso de tonéis. Figura 32: Sacos de lixo pendurados nas grades e poste Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 121 Figura 33: Contentor particular Fonte: Elaborado pelo autor Figura 34: Tonéis servindo de contentores Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 122 9.6.2. Tratamento e Disposição Final dos Resíduos Sólidos Domiciliares Com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o lixo de logradouros e edificações, mas, principalmente, em dar um destino final adequado aos resíduos coletados. Assim, pela necessidade de se efetuar a disposição adequada dos resíduos, visando reduzir a poluição ao meio ambiente e riscos à saúde humana, a Prefeitura Municipal de Palhoça através do mesmo contrato nº 223/2011 terceirizou os serviços de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos do município à empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda. A empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda possui aterro sanitário localizado em Biguaçu, as margens da BR 101, licença ambiental com vigência até o ano de 2018 (Anexo 01). Atualmente realiza a coleta, transporte e destino final de resíduos sólidos urbanos procedentes de 25 municípios da região da Grande Florianópolis e seu entorno. A Figura 35 apresenta uma vista geral da área do aterro da empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda. PMGIRS – PALHOÇA - SC 123 Figura 35: Vista Geral da Área do Aterro da Empresa Proactiva Meio Ambiente Ltda Fonte: Profresiduo (2015) A empresa possui balança para passagem dos resíduos logo na entrada do empreendimento, após a pesagem os resíduos sólidos urbanos são dispostos diretamente nas células sem passarem por nenhum tipo de triagem. No empreendimento há sistema de tratamento com lagoas microbiológicas e tratamento físico-químico, além disso, é realizada coleta dos gases da decomposição dos resíduos que são queimados em uma célula MDL para fins de venda de créditos de carbono. A empresa realiza também a coleta e tratamento de resíduos dos serviços de saúde, sendo que, no mesmo empreendimento, há uma autoclave que realiza o tratamento desses resíduos que, posteriormente, são encaminhados para as células de disposição final. PMGIRS – PALHOÇA - SC 124 9.6.3. Estação de Transbordo O município de Palhoça conta com uma estação de transbordo da empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda, com licença ambiental vigente até 2015 (Anexo 02), onde são transferidos os resíduos sólidos domiciliares recolhidos nos municípios de Alfredo Wagner, São Bonifácio, Rancho Queimado, Anitápolis, São Pedro de Alcântara, Antônio Carlos, Santo Amaro da Imperatriz, São José, Palhoça, e os resíduos provenientes da coleta noturna do município de Biguaçu. O objetivo é transferir os resíduos dos caminhões compactadores, com baixa capacidade, para uma carreta caçamba que leva até o aterro em Biguaçu, otimizando, assim, o transporte. A Figura 36 apresenta a estação de transbordo. Figura 36: Estação de Transbordo Fonte: Elaborado pelo autor 9.6.4. Caracterização Quantitativa e Qualitativa dos Resíduos Domésticos no Município Conforme já mencionado a empresa possui balança no aterro sanitário dessa forma é realizada pesagem dos veículos a fim de se ter conhecimento da PMGIRS – PALHOÇA - SC 125 quantidade que o município de Palhoça envia mensalmente para o aterro sanitário. Esse valor, em toneladas equivaleu, em 2014, a 46.485,24 ton. ao passo que em 2013 esse valor ficou na casa de 42.751,27 ton. A Figura 37 apresenta um gráfico contendo a quantidade de resíduos recebidos no aterro sanitário nos anos de 2013 e 2014. Realizou-se uma estratificação de forma que se apresentam os valores para cada mês dos referidos anos. Quantidade de Resíduos 5.000,00 4.800,00 Peso em Toneladas 4.600,00 4.400,00 4.200,00 4.000,00 3.800,00 2014 3.600,00 2013 3.400,00 3.200,00 3.000,00 Figura 37: Quantidade de resíduos recebidos no aterro Fonte: Elaborado pelo autor Visualizando o gráfico percebe-se que, no geral, em 2014 houve maior recebimento de resíduos no aterro sanitário e que os meses onde há maior recebimento, ou seja, maior geração de resíduos se dá em dezembro e janeiro, meses característicos de veraneio. Através de um estudo realizado pela COMCAP – Companhia Melhoramentos da Capital em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa PMGIRS – PALHOÇA - SC 126 Catarina (CEFET) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pôde-se estimar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos gerados na região metropolitana de Florianópolis, tendo em vista a similaridade da geração nos municípios que compõem essa região. O estudo da composição gravimétrica identifica e qualifica os tipos de resíduos que são gerados. Foram classificados, os resíduos, como orgânico (restos de comida, cascas de frutas etc.), plásticos (coloridos e incolores, duros e moles), papel e papelão, vidro (de todas as cores), têxteis e couros, sanitários, metais (ferrosos e não ferrosos) e outros (demais resíduos que não foram descritos anteriormente). No estudo foram analisadas amostragens de resíduos onde se estratificou cada tipo de resíduos encontrado. O Quadro 22 apresenta a fração, % em peso, de cada tipo dos resíduos anteriormente listados. A Figura 38 apresenta a fração de cada tipo de resíduo. Quadro 22: Porcentagem em peso dos resíduos sólidos Material Orgânico Plástico Papel e Papelão Vidro Têxteis e Couros Sanitários Metais Outros Porcentagem (%) 46,35 14,92 14,22 4,1 3,68 8,87 2,57 5,27 Fonte: COMCAP, 2002 PMGIRS – PALHOÇA - SC 127 Fração de Cada Tipo de Resíduo 50 46,35 45 40 35 30 25 20 14,92 15 14,22 8,87 10 4,1 5 3,68 2,57 5,27 0 Orgânico Plástico Papel e Papelão Vidro Têxteis e Sanitários Couros Metais Outros Figura 38: Comparativo da composição dos resíduos Fonte: COMCAP, 2002 9.7. Coleta Seletiva A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais: papéis, plásticos, vidros, metais e resíduos orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados e compostados. A separação na fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem. A reciclagem traz benefícios ao meio ambiente e à saúde da população, além de benefícios econômicos gerados na venda de materiais, na redução de espaços utilizados em aterros sanitários e na redução do consumo de energia e de matérias primas, promovendo assim redução da poluição ambiental. Da mesma forma, o reaproveitamento dos resíduos orgânicos através da compostagem, podendo ser usado como adubo, também diminui o volume dos resíduos a serem coletados e aumenta a vida útil dos aterros sanitários. PMGIRS – PALHOÇA - SC 128 Em geral, os custos na coleta seletiva são superiores aos envolvidos na coleta convencional, entretanto, os benefícios ao meio ambiente e à população como um todo compensam tais investimentos. Como vantagem econômica, além da redução da disposição final de resíduos no aterro e o consequentemente aumento de vida útil do mesmo, pode-se citar o valor arrecadado de venda dos materiais recicláveis. Além disso, é importante envolver associações de catadores e recicladores no processo, agregando assim um valor social, possibilitando também a geração de mais empresas e renda para estas pessoas. Devido à falta de amparo legal, e vivendo muitas vezes à margem do processo produtivo, os catadores merecem e devem receber amparo e incentivo da sociedade para permitir o aumento da eficiência e do volume reciclado, melhorando a qualidade do material coletado, além de aumentar as condições de segurança do seu negócio. Porém, no município de Palhoça, não há programa de coleta seletiva. Também, atualmente, não desenvolve nenhum programa ou ação ligada à sensibilização e importância da coleta seletiva com a população. 9.7.1. Catadores no Município No município há muitos catadores que trabalham de forma independente. Existe apenas uma organização de associação que está funcionando e trabalhando com a reciclagem, a Pro-Crep (Criar Reciclar, Educar e Preservar). Várias famílias, que dependem dos resíduos para sua sobrevivência acabam recolhendo os resíduos pelas ruas, dispondo em terrenos baldios ou no pátio de suas residências, onde ali realizam o trabalho de triagem, comercializam o que conseguem e o restante acaba ficando ali no local (Figuras 39 e 40). Além da precariedade do trabalho, essa situação ainda propicia riscos de contaminação aos envolvidos, propagação de várias doenças e a proliferação de vetores. PMGIRS – PALHOÇA - SC 129 A Prefeitura Municipal não possui controle sobre a quantidade de catadores existentes, mas representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis – MNCR indicam haver mais de 500 catadores presentes no município. Figura 39: Disposição e triagem de resíduos em terreno baldio Fonte: Google Earth, 2015 Figura 40: Disposição e triagem de resíduos no pátio da residência do catador Fonte: Google Earth, 2015 PMGIRS – PALHOÇA - SC 130 9.7.1.1. Associação Pro-Crep (Criar, Reciclar, Educar e Preservar) Os trabalhos realizados pela Associação Pró-Crep (Criar, Reciclar, Educar e Preservar) tiveram sua origem na Escola Reunida Professora Olga Cerino, no bairro da Guarda do Embaú, Palhoça - SC, em 1991. Através da iniciativa da professora Hélia Alice dos Santos junto à comunidade escolar e local, quando ainda não existia nenhum tipo de coleta de resíduos no referido bairro, teve início à coleta seletiva de lixo, objetivando buscar fonte de renda para melhorar a estrutura física e pedagógica da escola. Em 1997, a professora recebeu Prêmio de Incentivo à Educação Fundamental, concedido pelo Governo Federal. Por meio deste, o poder público municipal solicita ampliação do projeto e busca recursos para a construção e equipamentos do galpão (Centro de Triagem de Resíduos Sólidos), localizado na Rua João Fedoca s/nº, bairro da Pinheira, Palhoça - SC, o qual teve sua inauguração em 16 de dezembro de 1999. Para o desenvolvimento do trabalho foi instituída a Associação Pró-Crep naquele mesmo ano. A partir de então famílias locais dedicam-se ao trabalho de coleta, triagem e fardamento dos recicláveis (Figura 41) e, a partir da sua venda, tiram o seu sustento. Os materiais são recolhidos na região da baixada do Maciambu. Além disso, os órgãos públicos do município armazenam papel e papelão para que, uma vez por semana, o veículo da Pro-Crep realize a coleta. Outra atividade desenvolvida é o reaproveitamento de cerâmicas para criar outras fontes de renda para pessoas interessadas, as oficinas de mosaico oferecidas buscam aumentar o atrativo turístico e resgatar a cultura local, além de embelezar o ambiente (Figura 42), além da reutilização de óleo de cozinha para geração de biodiesel e sabão através de uma parceria entre a Pro-Crep e a Unissul. PMGIRS – PALHOÇA - SC 131 Figura 41: Central de triagem dos recicláveis Fonte: Elaborado pelo autor Figura 42: Oficina de mosaico Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 132 9.8. Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) No município de Palhoça o serviço de coleta e tratamento final dos resíduos de serviço de saúde dos estabelecimentos públicos é de responsabilidade da Prefeitura Municipal e dos estabelecimentos privados dos próprios geradores. Nos órgãos públicos quem realiza a coleta, transporte, tratamento e destinação final é a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda por conta do contrato de prestação de serviços nº 223/2011. A mesma recolhe os resíduos de todas as unidades de saúde públicas do município, com veículo especial para essa atividade, que possui licença ambiental com vigência até o ano de 2015 (Anexo 03), e encaminha para o aterro sanitário localizado no município de Biguaçu. O resíduo é tratado em autoclave e disposto em vala especial no aterro sanitário. A Autoclave possui licença ambiental com vigência até o ano de 2015 (Anexo 04) Nas unidades de saúde de Palhoça os resíduos são acondicionados em sacos especiais, de coloração branco leitoso, para os resíduos com características de serviços de saúde e embalagens do tipo Descarpak para os resíduos perfuro cortantes. Para armazenamento temporário as unidades de saúde possuem edificações especificas para a disposição desse tipo de resíduo conforme Figura 43. A frequência da coleta é semanal, em todas as unidades geradoras do município, sendo que, em média, são coletados aproximadamente 1.470kg por mês. Após a coleta dos resíduos de serviços de saúde os resíduos infectantes do Grupo classe A e E recebem tratamento por autoclavagem na Unidade de Tratamento da empresa e em seguida são encaminhados para destinação final em vala séptica no próprio aterro. PMGIRS – PALHOÇA - SC 133 Figura 43: Central de Resíduos da Unidade de Saúde de Palhoça Fonte: Elaborado pelo autor A empresa realiza também o recolhimento de medicamentos vencidos de unidades que são vinculadas a prefeitura, porém o recolhimento desses medicamentos é realizado apenas mediante solicitação da prefeitura. 9.9. Resíduos da Construção Civil – RCC Os resíduos oriundos das atividades de construções, reformas, reparos e demolições são responsáveis por alguns dos maiores problemas ambientais enfrentados hoje nas cidades como, por exemplo, o assoreamento dos rios, degradação de mananciais, obstrução nos sistema de drenagem e também a poluição do solo, entre outros. O município não possui Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Há algumas empresas do tipo cata entulho que dispõem de containers (Figura 44) e encaminham seus resíduos para aterros específicos de construção civil (Figura PMGIRS – PALHOÇA - SC 134 45), mas ainda há muito descarte inadequado de RCC em terrenos baldios pelo município (Figura 46 e 47). Figura 44: Container para RCC Fonte: Elaborado pelo autor Figura 45: Aterro de RCC Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 135 Figura 46: Descarte inadequado de RCC Fonte: Elaborado pelo autor Figura 47: Descarte inadequado de RCC Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 136 9.10. Resíduos Volumosos Resíduos volumosos são restos de móveis descartados e inutilizáveis, e grandes embalagens, estes também causam grandes problemas, pois são descartados, na maioria das vezes, em locais inadequados, como terrenos baldios e beira de rios. Não há coleta desse tipo de resíduo no município e não há programas para implantação dessa coleta. Atualmente o próprio gerador que deve dar o destino para o resíduo, sendo que dessa forma a população acaba dando o descarte inadequado, como pode ser visualizado na Figura 48. Além disso, muitas vezes, além de serem descartados em locais inadequados esses resíduos são queimados, como verifica-se na Figura 49. Figura 48: Descarte inadequado de resíduos volumosos Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 137 Figura 49: Resíduos volumosos queimados Fonte: Elaborado pelo autor 9.11. Resíduos Perigosos Conforme Decreto 7.404/10 no seu art. 5º, os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos comercializados. Sendo assim estes deverão dar o destino ambientalmente adequado aos resíduos perigosos através da Logística Reversa. Dentre os resíduos, considerados resíduos perigosos, que fazem parte da logística reversa estão às pilhas e baterias, as lâmpadas fluorescentes, os eletroeletrônicos, óleos lubrificantes e suas embalagens, pneus e agrotóxicos e suas embalagens. PMGIRS – PALHOÇA - SC 138 9.11.1. Pilhas e Baterias Em relação aos resíduos de pilhas e baterias, não se tem o controle de quantidade gerada no município. Há alguns pontos de recebimento no município, como supermercados, porém devido à falta de orientação e fiscalização por parte dos órgãos públicos, a maioria ainda descarta esse tipo de resíduo junto com o resíduo da coleta convencional, que acaba tendo como destino final o aterro sanitário. 9.11.2. Lâmpadas Fluorescentes Quanto às lâmpadas fluorescentes o município não possui nenhuma forma de controle, nem mesmo quantidade gerada desse tipo de resíduo até o momento. Não há ponto específico para entrega e/ou recolhimento desse tipo de resíduo, porém, por obrigação contratual, a empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda deve fazer o recolhimento sob solicitação do SAMAE, mas, quase que a totalidade das lâmpadas acaba sendo destinadas de forma incorreta junto com a coleta convencional e é disposta no aterro sanitário. 9.11.3. Eletroeletrônicos Quanto aos resíduos eletroeletrônicos não há controle de quantidade gerada. Não há programa da prefeitura referente ao recolhimento desse tipo de resíduo, porém, há uma ONG, a CDI – Comitê para Democratização da Informática , com sede em Florianópolis, que atua no Programa Reciclatec, um programa que beneficia os municípios de Palhoça, Florianópolis e São José e tem por objetivo reciclar, recondicionar e dar um destino ambientalmente correto para os equipamentos de informática que são descartados por empresas e a população em geral. PMGIRS – PALHOÇA - SC 139 Os equipamentos devem ser encaminhados ao Centro de Reutilização de Resíduos Tecnológicos - CERTEC, localizado no Centro Empresarial e Industrial de Palhoça, no Bairro Jardim Eldorado, porém, o programa não recolhe todos os tipos de resíduos, recolhem apenas eletrônicos, como computador (CPU), notebook, impressora, teclado, mouse, modem, monitor, roteador, cabo e celular. Quanto aos resíduos de eletroeletrônicos, como aparelho de som, geladeira, fogão, micro-ondas, máquina de lavar roupa, máquina de lavar louça, secadora, ferro elétrico, ventilador, aparelho de ar-condicionado, ainda não há nenhum programa para o recolhimento, sendo que os mesmo são, normalmente, descartados em terrenos baldios de forma irregular. 9.11.4. Óleos e Graxas No município não é realizado nenhum controle sobre quantidades geradas por esses tipos de resíduos. O que normalmente ocorre nos estabelecimento que realizam serviços de venda e troca de óleo é, quando efetuado serviços de troca de óleo em veículos automotores, o local armazena o resíduo produzido que é posteriormente recolhido por empresa especializada, através de contrato de prestação de serviço. 9.11.5. Pneus No que diz respeito aos pneumáticos, não se tem informações da quantidade média gerada, porém existe um ponto para acondicionamento e coleta no município através do programa Reciclanip, criado pelos fabricantes de pneus novos do Brasil. Nos veículos e equipamentos da Prefeitura Municipal, os pneus, depois de utilizados, ficam armazenados na garagem da Secretaria de Obras até seu recolhimento. As empresas que revendem pneus novos recolhem os pneus usados e PMGIRS – PALHOÇA - SC 140 retornam para seu fabricante através do programa Reciclanip, dessa forma realizando a logística reversa. A Reciclanip foi criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e, em 2010, a Continental juntou-se à entidade. 9.11.6. Agrotóxicos e suas Embalagens Como o município não possui uma característica agrícola, esse tipo de resíduo não é muito gerado, porém a logística reversa funciona bem tendo em vista que, ao comprar o produto novo, o produtor deve devolver o vasilhame vazio. 9.12. Óleo de cozinha Não há controle de quantidade gerada desse tipo de resíduo no município. O descarte realizado, quase que no município todo, é feito de forma irregular, apenas na região sul (baixada do Maciambu) é realizado recolhimento desse tipo de resíduo e encaminhado para a Associação Pro-Crép, que utiliza o óleo para a fabricação de biodiesel para as embarcações dos pescadores locais e, também para a fabricação de sabão caseiro. 9.13. Resíduos Cemiteriais Os resíduos cemiteriais são formados pelos resíduos de restos florais resultantes das coroas e ramalhetes conduzidos nos féretros, vasos plásticos ou cerâmicos de vida útil reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos e da infraestrutura; resíduos gerados em exumações, resíduos de velas, seus suportes levados no dia a dia e nas datas religiosas. PMGIRS – PALHOÇA - SC 141 O município de Palhoça possui quatro (04) cemitérios, porém não há controle algum quanto aos resíduos gerados, os resíduos de todos os cemitérios são recolhidos junto à coleta convencional, realizada três vezes por semana. Segundo a administração do cemitério municipal, o maior do município, o problema principal se refere aos túmulos abandonados e espaços que foram comprados, esses locais acabam se tornando grandes depósitos de resíduos em meio aos jazigos, onde visitantes acabam depositando resto de flores, coroas, velas, vasos, entre outros. A empresa ProActiva Meio Ambiente Brasil Ltda disponibiliza caçambas de entulho que ficam do lado de fora do cemitério, caçambas essas que servem para dispor os resíduos até o dia da coleta (Figura 50). Figura 50: Caçamba de coleta de resíduos cemiteriais Fonte: Elaborado pelo autor PMGIRS – PALHOÇA - SC 142 9.14. Resíduos de drenagem urbana Os resíduos da macro e micro drenagem urbana quando não recolhidos e dispostos de forma irregular, trancam sarjetas, bocas de lobo e até cursos dos rios e córregos. No município não há uma frequência de coleta, mas os funcionários da secretaria de obras realizam este serviço e dispõem dos resíduos na garagem de máquinas da mesma secretaria. Em caso de períodos de chuva, busca-se atender prioritariamente os pontos emergenciais. 9.15. Resíduos de Transportes São resíduos produzidos ou introduzidos nos portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. Na sua maioria são compostos de materiais de higiene, asseio pessoal e restos de alimentos, os quais podem contêm germes patogênicos que poderão veicular doenças vindas de outras cidades, estados ou países. No município não há geração desse tipo de resíduo, pois não há portos, aeroportos, terminais rodoviários ou ferroviários. 9.16. Indicadores de Desempenho para os Serviços Públicos A melhor forma para avaliação do serviço municipal se dá através do uso de indicadores, onde são apresentados subsídios para as tomadas de decisões e estratégias, trazendo contribuições para definição de metas na busca pelo desenvolvimento de comunidades, empresas e regiões. Deste modo, os indicadores podem auxiliar organizações da sociedade e gestores municipais com a apresentação de informações consistentes e objetivas acerca de determinadas situações, identificando a dimensão de problemas que podem auxiliar no direcionamento de ações e utilização de recursos financeiros em áreas com maior necessidade (BITAR; BRAGA, 2013). PMGIRS – PALHOÇA - SC 143 Na área de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, os indicadores, quando bem estabelecidos, podem proporcionar uma visão mais ampla, fornecendo elementos para a tomada de decisão dos gestores a fim de direcionar a escolha das técnicas de manejo mais adequadas nas diferentes situações, contribuindo para que os recursos financeiros possam ser direcionados em um processo mais sustentável, permitindo assim estimar a eficácia nas diferentes fases de seu manejo, visando o aprimoramento em busca da sustentabilidade nos diferentes serviços prestados à sociedade. Devido aos diversos desafios encontrados pela administração pública para a prestação desses serviços, é necessária a aplicação de indicadores que possibilitem a realização de uma gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos no município. A partir disso, este estudo teve como parâmetro analisar alguns indicadores propostos para a gestão de resíduos apresentados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Seu conteúdo tem como base a apresentação da análise dos dados, tabelas com as informações mais relevantes e apresentação dos indicadores, sendo publicados com variações de um ano para o outro, seguindo o mesmo critério. O Quadro 23 apresenta os indicadores e o valor apresentado pelo município para o ano de 2013 Quadro 23: Indicadores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos INDICADORES GERAIS Indicador IN004 Definição do Indicador Unidade Incidência das despesas com empresas contratadas Percentual para execução de serviços de manejo rsu nas despesas (%) Valor do Município 98,3 com manejo de rsu (%) PMGIRS – PALHOÇA - SC 144 IN005 IN006 Autossuficiência financeira da Prefeitura com o Percentual Manejo dos RSU. (%) Despesa per capita com manejo de RSU em relação à população urbana. R$/hab 62,43 59,29 INDICADORES SOBRE COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Indicador Definição do Indicador: Receita arrecadada per capita com taxas ou outras IN011 formas de cobrança pela prestação de serviços de manejo rsu Taxa de cobertura do serviço de coleta domiciliar IN014 direta (porta-a-porta) da população urbana do município. IN015 IN016 IN021 IN024 IN025 Unidade: (R$/hab/ ano) Percentual (%) Taxa de cobertura do serviço de coleta de rdo em Percentual relação à população total do município (%) Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em Percentual relação à população urbana. (%) Massa coletada (RDO + RPU) per capita em relação à população urbana. Kg/hab/dia Incidência do custo do serviço de coleta (rdo + rpu) no Percentual custo total do manejo de rsu (%) Incidência de (coletadores + motoristas) na Percentual quantidade total de empregados no manejo de rsu (%) Valor do Município 37,02 100 100 100 0,79 92,27 81,63 Massa de resíduos domiciliares e públicos (rdo+rpu) IN028 coletada per capita em relação à população total Kg/hab/dia 0,78 atendida pelo serviço de coleta IN030 IN031 IN032 Taxa de cobertura do serviço de coleta seletiva porta- Percentual a-porta em relação à população urbana do município. (%) Taxa de recuperação de materiais recicláveis secos em Percentual relação à quantidade total (RDO + RPU) coletada. (%) Massa recuperada per capita de materiais recicláveis Percentual secos em relação à população urbana. (%) PMGIRS – PALHOÇA - SC 2,7 0,02 0,07 145 INDICADORES SOBRE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE E CONSTRUÇÃO CIVIL Indicador IN036 Definição do Indicador Unidade Massa de resíduos de serviço de saúde (RSS) coletada Kg/1.000/ per capita em relação à população urbana. hab/dia Valor do Município 0,02 INDICADORES SOBRE SERVIÇOS DE VARRIÇÃO Indicador: Definição do Indicador: IN045 Taxa de varredores em relação à população urbana IN046 Unidade: (empr./ 1000 hab) Incidência do custo do serviço de varrição no custo Percentual total com manejo de RSU. (%) 0,01 1,7 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2013) 9.17. Análise Crítica dos Sistemas de Manejo dos Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana Existente Através de visita técnica e levantamento de dados junto aos órgãos responsáveis pelo gerenciamento de resíduos sólidos no município de Palhoça, foi possível realizar uma análise crítica da gestão de resíduos sólidos no local. A legislação municipal referente aos resíduos sólidos é bem completa, inclusive estipula até normas de auxilio para implantação de coleta seletiva através dos catadores existentes no município. O contrato com a empresa terceirizada que realiza coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares também é bem abrangente, com metas para implantação de Pontos de Entrega Voluntária para vários tipos de resíduos, mas, infelizmente, muitos itens da legislação e do estabelecido no contrato não são cumpridos em sua plenitude. O município dispõe somente de coleta convencional, não há programa de coleta seletiva, exceto o realizado pela Pro-Crep na região da Baixada do Maciambu. A coleta seletiva que seria um importante instrumento na busca de soluções, visa à redução dos resíduos sólidos, reaproveitamento e renda. Para tanto, sempre se faz necessário políticas publicas que sensibilizem a população de seu importante papel PMGIRS – PALHOÇA - SC 146 no processo de separação de resíduos, sendo que cada um é responsável pelo resíduo que gera e, ainda, buscar meios de redução, minimização e implantação de programas, como o reaproveitamento do resíduo orgânico como adubo através de composteiras. Quanto aos resíduos perigosos, principalmente pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e alguns eletroeletrônicos, que fazem parte da logística reversa, a maioria é encaminhado junto à coleta convencional e/ou também em dispostos em áreas de bota fora. O município não realiza nenhuma campanha de recolhimento, através de uma empresa especializada, e também não promove ações de orientação e fiscalização quanto à logística reversa. De forma geral, o município precisa readequar o manejo dos resíduos sólidos através de ações e programas que busquem por soluções eficazes, ambientalmente adequadas e sustentáveis, e assim atendendo ao disposto na Política Nacional dos Resíduos Sólidos – Lei 12.305/10. 9.18. Apontamentos da População Durante reuniões comunitárias onde a população pode fazer considerações referentes aos serviços prestados pelo município no setor de Resíduos Sólidos, o apontamento mais recorrente foi quanto à falta de um serviço de coleta seletiva que atenda a população de forma geral, e programas de educação ambiental para criar na população uma consciência da importância da reciclagem, do correto destino e separação dos seus lixos. Quanto ao serviço prestado pela empresa ProActiva a população se sente satisfeita de um modo geral, afirmando que o serviço é de qualidade e em frequência satisfatória. PMGIRS – PALHOÇA - SC 147 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As Diferentes Matas da Mata Atlântica. Disponível em: http://www.apremavi.org.br/cartilha-planejando/as-diferentes-matas-da-mataatlantica/. Acesso em 02/04/2015. ATLAS de Santa Catarina, 1991. ARIS - Agencia Reguladora Intermunicipal de Saneamento. Disponível em: http://www.aris.sc.gov.br/institucional/estrutura. Acesso em 04/05/2015. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2013. AZEVEDO NETTO, J.M. et al. Manual de Hidráulica. 8 ed. São Paulo, SP: Edgard Bluncher, 1998, p. 670. BRASIL, Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH). Lei n° 11.996, 24 de julho de 1992, CAPÍTULO VII, SEÇÃO III, SUBSEÇÃO I. Acesso em: 10/02/2015. 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Anexo 03 LAO Coleta e Transporte de RSS PMGIRS – PALHOÇA - SC 157 11.4. Anexo 04 LAO Autoclavagem dos RSS PMGIRS – PALHOÇA - SC 158