12 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI – TIJUCAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CILIANE CRISTINA DE SOUZA ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE DO PRODUTO ACABADO MOSARTE TIJUCAS 2007 13 CILIANE CRISTINA DE SOUZA ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE DO PRODUTO ACABADO MOSARTE Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão – Ceciesa Universidade do Vale do Itajaí – Tijucas Orientador: Prof. Sergio Luiz Curti, M.Sc. TIJUCAS 2007 14 [...] Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é “muito” para ser insignificante. Charles Chaplin 15 Agradeço a Deus pela minha vida, e por ter me dado forças para chegar até aqui... A minha mãe, Adélia, minha musa inspiradora, guerreira, lutadora, todo meu esforço é para você! As duas pessoinhas amadas que caíram de pára-quedas na fase mais turbulenta de minha vida! Vilson amor meu... Arthur, meu filho amado, razão da minha vida! Perdoem-me a ausência, daqui pra frente tudo será diferente! Aos meus irmãos, Sirlene e Maikon, sobrinhas, Thainá e Nathália, obrigada por todo apoio. E ao meu amigo irmão Daniel, sempre disposto a ajudar! Aos meus amados amigos, Aline, Nivaldo, e todos os outros...obrigada por tudo! Foi um período inesquecível... Sentirei muitas saudades... Ao meu orientador de campo, meu ídolo Marco Aurélio Sedrez, obrigada pela oportunidade de poder chegar até aqui! Ao meu orientador de conteúdo, Profº Sérgio Luis Curti, muito mais que professor, tornou-se amigo, ouvinte, quantos desabafos... Obrigada por me ajudar muito, muito, muito e por me ouvir sempre! Enfim, a realização de um sonho... uma pausa para comemorar esta etapa vencida! Amanha é um novo dia e tenho que ir busca de novos desafios... mas isso fica para amanhã... Hoje é dia de alegria, e eu só quero comemorar e agradecer, o quanto sou feliz!!! Muito Obrigada!!! 16 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do Estagiário Ciliane Cristina de Souza b) Área de Estágio Administração de Materiais c) Professor Responsável por Estágios Profª. Jaqueline Fátima Cardoso, M.Sc. d) Supervisor de campo Engº Marco Aurélio Sedrez e) Orientador de Estágio Profº Sérgio Luiz Curti, M.Sc. 17 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda. b) Endereço Br 101 km 162 – Centro – Tijucas – SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração de Materiais d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Engº Marco Aurélio Sedrez - Diretor Presidente f) Carimbo e visto da empresa 18 Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda BR 101 km 162 S/N Centro – Tijucas/SC Cep: 88200-000 Fone: (048) 3263-0846 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA TIJUCAS – SC, 30 de OUTUBRO de 2007. A Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Ciliane Cristina de Souza. __________________________ Engº Marco Aurélio Sedrez Diretor Presidente 19 RESUMO Devido a busca pela melhoria contínua e a necessidade de se manter competitiva no mercado em que atua, a acadêmica manifestou interesse em realizar uma pesquisa, desenvolvida de forma qualitativa, onde o objetivo geral foi: a análise da gestão de estoque de produtos acabados da empresa. A Mosarte é uma empresa pioneira no Brasil no ramo de fabricação de mosaicos. Por sua matéria-prima ser importada, e o processo de compra não ser muito simples, desde o início a empresa, precisou aprender a adequar conceitos e teorias de autores, às suas reais necessidades em relação à gestão de estoques. Enquanto em muitas empresas o diferencial é não manter estoques, a estratégia que a Mosarte defende neste ramo é buscar a vantagem competitiva, em relação à concorrência, vendendo de forma ágil produtos que estejam em estoque. Porém, a gestão destes estoques deve ser feita de forma criteriosa, tentando-se aproximar de um nível de estoque o mais “ïdeal” possível. Isto significa produzir somente a quantidade que atenda a demanda, porém que gire rápido. Sendo assim, a acadêmica teve oportunidade de conhecer como funcionava o processo de Gestão de estoques do produto acabado e fornecer importantes informações à empresa, sobre este processo. Baseado na revisão da literatura e na experiência adquirida durante o desenvolvimento da pesquisa, tornou-se possível propor melhorias adequadas às necessidades e particularidades da organização. Palavras Chave: Gestão de estoques; estratégia; vantagem competitiva. LISTA DE ILUSTRAÇÕES 20 Quadro 1 – Cálculo do ponto de reposição .................................................. 20 Figura 1 – Gráfico Dente de Serra ............................................................... 24 Figura 2 – Sistema ERP (Enterprise Resource Planning) ........................... 43 Figura 3 – Organogama da empresa ........................................................... 48 Figura 4 – Exemplo de produtos identicos cadastrados separadamente......55 21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11 1.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 12 1.2 Objetivo Específico .............................................................................. 12 1.3 Justificativa........................................................................................... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 14 2.1 Administração de Materiais................................................................. 14 2.2 Conceito e Importância dos Estoques ............................................... 15 2.3 Controle dos Estoques ........................................................................ 18 2.3.1 Identificação e Descrição dos Materiais.......................................... 22 2.4 Metodologia de Controle dos Estoques ............................................. 23 2.5 Política dos Estoques .......................................................................... 24 2.6 Avaliação dos Estoques ...................................................................... 25 2.7 Movimentação ...................................................................................... 26 2.8 Localização ........................................................................................... 27 2.9 Custos ................................................................................................... 28 2.10 Auditoria dos Estoques ..................................................................... 31 2.10.1 Métodos de Auditoria...................................................................... 32 2.10.2 Auditoria dos Estoques Contagem Física..................................... 33 2.11 Dados e Informação ........................................................................... 37 2.11.1 Sistemas e Sistemas da Informação ............................................. 38 2.11.2 Sistemas pra Gestão de Estoques................................................. 42 3. MÉTODO.................................................................................................. 45 3.1 Delineamento do Projeto ..................................................................... 45 3.2 População ............................................................................................. 46 3.3 Coleta de Dados ................................................................................... 46 3.4 Tratamento e Análise dos Dados ........................................................ 46 4. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA....................................................... 47 5. RESULTADO DA PESQUISA ................................................................. 51 5.1 Gestão de Estoques...............................................................................51 5.2 Expedição ............................................................................................. 52 22 5.3 Propostas para melhorias ................................................................... 57 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 62 7. REFERÊNCIAS........................................................................................ 63 11 1 INTRODUÇÃO Devido à constante expansão das organizações, faz-se cada vez mais necessário, um maior controle dos processos internos, a fim de que seja possível acompanhar em tempo real, todas as atividades que ocorrem paralelas e diariamente. Muitas organizações realizam vários tipos de atividades ao mesmo tempo, tanto internas quanto externamente, como por exemplo, a administração de filiais espalhadas pelo Brasil, ou até mesmo pelo mundo. Estas organizações diversificam ou aumentam sua produção, assumem novos compromissos, contratam novos funcionários, e, à medida que crescem mais complexos ficam os controles destas atividades. Para a alta direção destas organizações, o controle torna-se ainda mais complicado, pois a mesma ocupa-se em receber resultados através de ferramentas desenvolvidas por seus gerentes, a fim de conseguir visualizar a situação em que a empresa encontra-se no momento. A dificuldade percebida é realmente saber, até que ponto as informações recebidas são verídicas, e podem ser confiáveis. Como saber se todos os problemas internos que ocorrem diariamente são relatados aos seus supervisores. E como saber se os procedimentos adotados para resolução dos problemas, são executados de forma adequada, e esperada pela alta direção? Os estoques das empresas podem ser citados como exemplo. Uma perfeita administração dos mesmos torna-se fundamental para qualquer organização. Por estes motivos e por muitos outros existentes e até mesmo desconhecidos, passou a fazer parte da organização moderna, o acompanhamento e o controle mais apurado dos estoques. A finalidade é conhecer passo a passo como o processo funciona e avaliar se o método de controle é o ideal para a organização, ou se é possível implantar melhorias, buscando um equilíbrio entre, ter sempre o produto pronto quando o cliente precisar, e também não estocar em demasia, empatando capital nas prateleiras dos estoques. As empresas Mosarte possuem vários tipos de estoques. O tipo de estoque que será abordado neste trabalho é o estoque de produto acabado. Atualmente a empresa possui diversas linhas de produtos, alguns muito semelhantes e outros 12 totalmente diferentes. A intenção deste trabalho é verificar a real necessidade de estocar estes produtos. A empresa preocupa-se com o fato de que estes estoques podem não estar sendo administrados de maneira correta. A empresa sabe que seu diferencial, frente aos concorrentes está no pronto atendimento de seus clientes e reconhece a importância de manter estoques. É claro também que o capital investido interfere diretamente na competitividade da organização. Por esses fatos é necessário encontrar o meio termo, entre não produzir quantidades maiores que a demanda, para não se comprometer financeiramente, e não deixar os estoques acabar, impossibilitando-a de atender prontamente seus clientes, pois caso isso ocorra a empresa perderá seu diferencial. Por estes motivos a acadêmica propõe atender aos seguintes objetivos: 1.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho consiste, em analisar os procedimentos para a gestão de estoque dos produtos acabados, da empresa Mosarte. 1.2 Objetivos Específicos Realizar a revisão literária sobre o tema; Identificar e conhecer os problemas atuais do controle de estoque dos produtos acabados; Levantar os pontos fracos e fortes do processo; Propor eventuais melhorias. 13 1.3 Justificativa Este trabalho justifica-se pela necessidade da empresa em analisar seus procedimentos em relação ao controle de estoques dos produtos acabados. A empresa entende que uma grande parte da responsabilidade pelo seu sucesso e competitividade, está concentrada em conseguir atender todos os clientes em tempo recorde, utilizando-se assim de vantagens competitivas encontradas em uma perfeita administração de estoques. Por este motivo, a análise que será realizada nos estoques, garantirá que as informações que chegarão à alta direção serão de altíssima confiança, e, que, baseado nestas informações, a alta direção possa tomar decisões acertadas para o bom desempenho da empresa. A empresa é certificada pela ISO 9001-2000 e por este motivo realiza auditorias internas periodicamente, visando com isto manter procedimentos préestabelecidos e padronizados pela organização, porém nada impede que a mesma queira reforçar este procedimento, entendendo a grande importância que tem a administração de estoques. Este tipo de trabalho nunca foi executado no grupo, o que o torna muito interessante e totalmente pioneiro. Para a acadêmica será uma excelente oportunidade de aprofundar os conhecimentos numa área extremamente importante, e que se torna cada dia mais imprescindível em uma organização que considere estoque, como um fator competitivo. Espera-se poder contribuir para com a universidade, possibilitando que novos alunos, tenham acesso a este trabalho e possam obter informações para estudos futuros. Naturalmente este projeto é totalmente viável, tanto para a empresa quanto para a acadêmica, pois a mesma trabalha na empresa e teve total acesso a todas as informações que se fizerem necessárias durante o trabalho. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O objetivo deste capítulo é conhecer o que os autores defendem e explicam sobre estoques, seus conceitos, métodos e ferramentas disponíveis para controle, cuja fundamentação tem a finalidade de contribuir para a realização deste projeto. 2.1 Administração de Materiais A Administração de materiais é de extrema importância dentro de uma empresa. É responsável por manter estoques em quantidades que permitam que a empresa honre seus compromissos perante seus clientes e, por outro lado, não desperdice dinheiro estocando produtos sem necessidade, ou em quantidades maiores que o consumo previsto para um determinado período. Como cita Martins e Laugeni (2000), a administração de materiais tem impacto diretamente no lucro da empresa, e na qualidade de seus produtos. Por este motivo explica-se que a gestão de estoques deve estar a mais próxima possível do método Just-in-time, objetivando reduzir os estoques e manter o cliente satisfeito. Para Ballou (1993, p.61) “o objetivo da Administração de materiais deve ser prover o material certo, no local de operação certo, no instante correto e em condição utilizável, ao custo mínimo”. Arnold (1999), em sua obra define que, se o material não estiver correto, na quantidade certa, não estiver disponível no momento necessário, a empresa não produzirá o que deveria, sendo assim tanto à mão de obra, quanto o maquinário serão mal utilizados, comprometendo a lucratividade e talvez até a existência da empresa. Para se manter no mercado e continuar competindo, a empresa necessita de uma estratégia para a administração de materiais, principalmente no que diz respeito ao controle de estoques. Caso contrário seu desempenho ou permanência estarão fortemente ameaçados. 15 2.2 Conceito e Importância dos Estoques Uma empresa que busca sair na frente da concorrência apostando na pronta entrega de seus produtos, satisfazendo e fidelizando seus clientes desta forma; mas que por outro lado não tem como prever quando os pedidos chegarão, precisa sem dúvida produzir e estocar seus produtos, antecipando as vendas. Por este motivo a importância dos estoques dentro de uma empresa é realmente muito grande, e digna de estudos que levem a um melhor aproveitamento e eficiência dos mesmos. Slack, Chambers e Johnston (2002), explicam que os estoques existem por que a organização não consegue prever a demanda, existe uma diferença entre o abastecimento, como matérias-primas e insumos, e a demanda pelo produto acabado, ficando evidente então a necessidade dos estoques. Araújo (1981), compara a importância dos estoques nas empresas com o trabalho realizado pelo coração, pois, a saúde e até a própria vida de um ser, dependem de seu bom funcionamento, e o mesmo acontece com os estoques dentro de uma empresa. Ainda para Slack, Chambers e Johnston (2002), estoque define-se como acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação, algumas vezes também é utilizado para descrever qualquer recurso armazenado. Os mesmos autores também definem que, é muito difícil lidar com milhares de itens estocados, e que para controlar tal complexidade existem dois procedimentos: a) Primeiro passo é classificar de forma adequada os diferentes itens estocados, a fim de que possam aplicar um grau de controle; b) Segundo passo deve-se investir em um sistema de processamento de informação que permita lidar com seus distintos conjuntos de circunstâncias de controle de estoque. Usando como exemplo uma indústria, poderemos perceber que há vários tipos de estoques durante a produção de um item, os estoques podem iniciar com matéria-prima ou insumos, que depois de processados em vários estágios, passam a ser estocados como produto acabado. Como afirmam Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 381) “Estoques ocorrem tanto antes, quanto depois do principal processo 16 de distribuição da operação, e em algumas operações, os itens são armazenados diversas vezes”. No que tange à gestão de estoques vários aspectos devem merecer a atenção do administrador. Martins (2000), por exemplo, ressalta que o modelo ideal para determinar um sistema de gestão de materiais deve responder a duas perguntas: Quando e quanto repor”. Para responder a questão de “Quando repor” o referido autor cita dois sistemas: A) Sistema de reposição contínua: Conhecido como sistema de estoque mínimo ou ponto de reposição. A forma de controle deste sistema é: calcular um nível de estoque, quando o produto atingir este nível, faz-se a sua reposição. B) Sistema de reposição periódica: Chamada também de reposição fixa ou estoque máximo. É estipulada uma quantidade máxima do item no estoque, e determina-se em que período este item será monitorado pelo sistema (semanal, quinzenal, mensal)etc., e quando atingir a quantidade pré-determinada faz-se a reposição. Já para responder a questão de quanto repor, o autor Martins (2000), cita o seguinte procedimento: A) Lote de Reposição: Leva se em consideração exatamente o que foi determinado, ou seja, confronta-se o nível de estoque no momento da verificação com o estoque mínimo ou máximo de acordo com o critério que a empresa adotou. Continuando com os exemplos das indústrias, podemos listar os estoques de acordo com a ordem que seguem na produção desde a entrada de insumos, passando por várias etapas até a saída do produto acabado ao cliente. Existem diversos nomes e tipos de estoques em uma organização. Pozo (2002), cita os mais conhecidos que são: a) Matéria-prima: Material básico que sofrerá um processo de transformação dentro da fábrica, para posteriormente entrar no estoque de produto acabado. Podem ser também itens prontos comprados por outra unidade e que farão parte do produto acabado; 17 b) Materiais Auxiliares: São materiais que ajudam e participam da execução e transformação da matéria-prima, não são agregados ao produto acabado, mas são essenciais no processo de transformação da mesma; c) Materiais para a Manutenção: São peças de apoio à manutenção de equipamentos, pode-se também incluir aqui os materiais de escritório; d) Materiais Intermediários: São materiais que se encontram em processos, sendo fácil ou difícil sua localização, dependendo da estrutura dos processos da organização, e também dependendo do tipo de material. O volume dos mesmos depende do planejamento que foi feito tanto para atender a demanda quanto para estoque. As quantidades encontradas durante o processo praticamente sempre serão quantidades para atenderem pedidos e deixar uma quantidade em estoque; e) Materiais Acabados: Também chamados de produtos acabados ou produto acabado, este estoque contém produtos prontos, embalagens adequadas de acordo com cada produto, este encontra-se ao inteiro dispor do serviço de coleta que o levará até seu destino, ao cliente. O controle deste estoque é muito importante, pois a partir dele é possível monitorar as quantidades estocadas evitando assim ficarem obsoletos. Considerando a classificação acima, percebe-se a importância da administração destes estoques. Um erro nas previsões em qualquer um destes estágios resulta em perda financeira para a empresa. Ressalta-se que a rentabilidade da empresa tem grande influência na gestão de estoques. Ainda sobre a classificação dos estoques pode-se citar outras visões. Cada autor descreve os tipos de estoque de acordo com seu entendimento e grau de importância que os considera. Como exemplo, temos outro modelo descrito por Slack, Chambers e Johnston (2002), que classifica os tipos de estoques da seguinte maneira: A) Estoque Isolador: Também conhecido como estoque de segurança, existe por causa da incerteza da demanda, geralmente é quantidade mínima, porém como o próprio nome já diz, ele existe para garantir o pronto atendimento de um cliente, ou se interno, garantir que um processo não pare por falta ou atraso de outro; 18 B) Estoque de Ciclo: Nas indústrias, mesmo quando a demanda é estabelecida e previsível, alguns itens que compõem o produto acabado demoram mais a ser produzidas que outros itens, para que não haja atrasos na montagem dos produtos, os itens que demoram mais a serem produzidos são estocados a fim de não gerarem transtornos na produção, e nem aos clientes; C) Estoque de Antecipação: Podem ser entendidos como estoques estratégicos, seja produzindo e estocando como estratégia de mercado para atendimento mais rápido, ora seja comprando para aproveitar uma promoção, ou antes, que preço atual do produto seja reajustado; D) Estoque no Canal (de distribuição): Significa estoque em trânsito. Para que não haja muita demora na entrega dos produtos, os mesmos são estocados o mais próximo possível dos clientes. A partir do expostto, é possível sentir a importância de se ter estoque, e de se manter um eficiente controle destes estoques como será visto a seguir. 2.3 Controle dos Estoques Não há duvidas de que haja diversas razões pelas quais se estocam materiais, sejam eles matérias-primas, insumos, produtos acabados, entre outros. Os motivos mais comuns justificados pelas empresas para se ter estoques é a falta de tempo hábil para produzir tão rápido quanto à demanda, pois para uma empresa de revestimentos cerâmicos é muito difícil prever quando entrará na empresa um pedido de um cliente. Outro motivo não menos complicado de se administrar são as empresas que trabalham com matérias-primas importadas, leva-se muito tempo desde o início das cotações, confirmação do pedido, embarque, viagem aérea ou marítima, desembaraço no aeroporto ou porto, tudo isso faz com que a empresa se veja forçada a investir em estoques que são chamados de estoques de segurança. Estes estoques garantem matéria-prima suficiente para produção de alguns meses, caso além da demora já conhecida pela chegada do material, a empresa ainda 19 possa vir a sofrer com algum outro tipo de acontecimento, que atrase ainda mais a chegada do mesmo, como por exemplo, uma greve na receita federal. De acordo com Dias (1993), controlar os estoques abrange muitos pontos importantes. Para que este controle seja eficaz é necessário um amplo conhecimento do assunto, principalmente no que diz respeito a custo destes estoques, a forma de armazenagem, movimentação, localização e distribuição. Como já abordado neste trabalho, nas indústrias onde é impossível prever a demanda as empresas precisam produzir antecipadamente e estocar os produtos até que sejam solicitados por seus clientes. No controle dos estoques Ching (1999), chama o processo de produzir e estocar para vender de Fluxo descontínuo de material, o autor explica que é um sistema clássico também conhecido como método de empurrar o estoque “Push”. Neste sistema quando um cliente efetua um pedido, ele é atendido com o produto acabado que está estocado. Assim que este produto atinge um ponto de pedido é informada a produção, para que com informações baseadas nas vendas passadas, reabasteça o estoque a espera de novos pedidos. O problema percebido neste tipo de controle é se basear numa demanda imprevisível e acabar por estocar produtos mais que o necessário, causando assim inevitáveis problemas como dinheiro “empacado” nas prateleiras, obsolescência dos produtos, e também problemas relacionados a espaço físico. Ainda o mesmo autor, diz que, outro método bastante conhecido de controle dos estoques é o método do estoque mínimo. Este método de controle pretende gastar o mínimo possível com estoques, porém precisa estar em perfeita sintonia com o setor de vendas e com a produção. Qualquer deslize ou falha de comunicação resultará num possível atraso no atendimento dos clientes. Ching (1999) diz que este método também é conhecido como Ponto de Reposição. Que devido às vendas, o estoque de um produto cai e atinge uma quantidade pré-estabelecida como, a do ponto de reposição, neste momento um pedido de compra ou, um ressuprimento é feito exatamente nas quantidades fixas determinadas pela empresa. O cálculo para reposição é feito da seguinte maneira: (custo de aquisição/pedido) x (demanda anual/lote de reposição) + (custo de manutenção anual) x (valor unitário do produto) x lote de reposição/2). O autor apresenta, ainda, uma tabela onde é possível obter várias alternativas, como saber o 20 tamanho do lote, e calcular o custo total para cada alternativa, podendo assim desta forma, encontrar a quantidade que oferece o menor custo. Cálculo para reposição de estoques Tamanho do lote 400 500 600 700 800 200 250 300 350 400 Número de pedidos (D/Q) 13 10,4 8,7 7,4 6,5 Custo de manter estoque 100 125 150 175 200 Custo de aquisição 260 208 173,3 148,6 130 Custo Total 360 333 323,3 323,6 330 Estoque médio (Q/2) Quadro 1 - Adaptado Ching (1999) A responsabilidade em se administrar um estoque a partir deste método, é acompanhar a produção diariamente a fim de evitar atrasos que comprometerão a organização caso a produção não consiga repor rapidamente os estoques. Para que a organização conheça seus estoques e possa administrá-los de maneira eficaz, é necessário que se adote uma ferramenta de controle que lhes permita analisar o estoque como um todo, quer seja em questão de valor, quer seja em nível de facilidade ou dificuldade de produção, de manuseio e armazenagem, ou de aceitação e preferência pelo mercado. Pensando desta forma, qualquer estoque que possua mais de um item armazenado, será classificado, e controlado pelo grau de importância que representa para a organização. Dentre as várias formas de classificação dos estoques, optou-se neste trabalho por estudar a curva ABC. A utilização da curva ABC é, segundo Pozo (2002), extremamente vantajosa, pois através da mesma, é possível reduzir os estoques sem prejudicar a segurança, pois esta ferramenta permite o controle rígido nos itens de classe A, e mais superficialmente os itens C. A classificação ABC pode ser usada nas diversas unidades de medida como, por exemplo, peso, custo unitário, tempo, volume etc. Para Tubino (2000), a classificação ABC, ou também conhecida como curva de Pareto é um método que diferencia estoques, segundo sua maior ou menor abrangência relacionada a um determinado fator. Também é empregada para dividir, priorizar os problemas, e atacá-los dentro do aspecto da qualidade total. Reforçando os conceitos acima, os autores Slack, Chambers e Johnston (2002), explicam que alguns itens têm alta rotatividade, então no caso de faltarem 21 causariam muitos problemas. Outros têm valores monetários expressivos, logo se comprados ou produzidos em demasia causariam também sérios problemas a organização. A curva ABC é de acordo com Pozo (2002), conhecida desta forma em razão da divisão dos dados em três categorias diferentes chamadas de A, B, e C. Conforme detalhado abaixo: Classe A: Itens de maior importância para a organização, devem receber maior atenção, os itens deste grupo representam 80% do valor monetário e 20% dos itens estudados; Classe B: Itens intermediários, são analisados após o tratamento dos itens A, correspondem a 15% do valor monetário total do estoque, e no máximo 30% dos itens estudados; Classe C: Itens de menor importância, mesmo sendo de maior volume em quantidades, seus valores monetários são pequenos, permitindo um tempo maior para análise e tomada de decisão. Devem ser tratados seguindo a ordem, ficando em ultimo lugar na classificação ABC. Geralmente representam 5% do valor monetário total, porém mais de 50% dos itens formam sua estrutura. Dias (1995), em sua obra aborda os mesmos conceitos, porém utiliza percentuais diferentes como segue: Classe A: 70% do valor monetário total e aproximadamente 8% dos itens; Classe B: 20% do valor monetário total e aproximadamente 20% dos itens; Classe C: 10% do valor monetário total, e aproximadamente 72% dos itens; Segundo Viana (2000), a curva ABC, pode ser implantada de diversas maneiras, como por exemplo, quanto tempo que um item leva para ser reposto, quando da sua saída do estoque, volume de giro no estoque (entradas e saídas), ou seja, se tem alta rotatividade, etc. Porém a mais usada é sobre o valor de consumo que o item representa no valor total do estoque. 22 Pode se perceber que a curva ABC é normalmente utilizada, por permitir que uma série de análises dos estoques seja feita com base, no uso do seu método. Como já relatado anteriormente, um item depois de finalizado a sua produção, e classificado de acordo com seu grau de importância para a empresa, passa a ser tratado como produto acabado. Este produto pode ser imediatamente entregue ao cliente, como pode também ser estocado dentro da empresa até que um cliente faça um pedido e este possa ser despachado, concluindo assim sua venda. Uma vez estocados, o pessoal responsável por estes estoques devem se preocupar com a movimentação e localização destes produtos. Neste momento é necessário todo cuidado de manuseio e armazenagem, uma vez que o produto já passou por todas as fases de produção e encontra-se disponível para venda, deste modo qualquer descuido pode ocasionar uma perda deste produto, tendo a empresa assim, que arcar novamente com todos os custos de fabricação para substituição do produto danificado. 2.3.1 Identificação e Descrição dos Materiais Todo o item que será produzido, armazenado ou não, em um estoque, deverá ter uma identificação para facilitar sua armazenagem e localização. A partir de um momento em que um produto é criado, ou comprado pela primeira vez ele recebe um nome, ou um código. A partir de então, ele passa a ser conhecido e chamado por este nome ou código. É esta informação que irá constar na ficha técnica deste produto, ou no pedido de compras para o fornecedor. Viana (2000) descreve a necessidade de estabelecer uma seqüência lógica de informações, a fim de que seja garantida a uniformidade das descrições para que, os materiais que pertençam a um mesmo grupo possam seguir a mesma seqüência de descrição, facilitando a organização e localização dos produtos. O responsável pela gestão de estoques deve ordenar estes itens de maneira que facilite o controle em relação à organização e localização dos mesmos. Sempre que houver uma venda, o produto deve ser localizado com a máxima facilidade, 23 evitando atrasos, retrabalhos ou enganos. Essas ações evitarão o despacho do produto errado para o cliente. 2.4 Metodologia de Controle dos Estoques Um dos maiores desafios no controle dos estoques é saber exatamente qual é o ponto ideal de quantidades a serem estocadas. Todas as empresas correm atrás desta “receita de bolo”, porém, a metodologia utilizada por alguns, não é tão eficaz para outros. Partindo desta premissa, Dias (1993), descreve alguns sistemas mais utilizados para controle dos estoques que são: Sistema Duas Gavetas: trata-se de um método de controle simples, recomendado para controle dos itens classificados como “C”, na curva ABC. Este controle é bastante utilizado para controle de pequenas peças. O conceito é realmente bem simples, imaginam-se duas caixas, ou duas gavetas, dentro de uma delas coloca-se uma quantidade de material suficiente para atender ao consumo previsto para um período. Quando a quantidade desta caixa/gaveta chegar à zero, inicia-se o uso da segunda caixa/gaveta. Nesta segunda encontra-se uma quantidade suficiente para atender o consumo, enquanto uma nova reposição é providenciada. Também encontra-se nesta caixa/gaveta, um pouco mais que a quantidade para o consumo previsto. Para esta quantidade dá-se o nome de estoque de segurança; Curva Dente de Serra: Se pudéssemos comprar um material, em determinada quantidade, utilizá-lo e quando ele zerasse fosse possível repor na mesma quantidade, e, melhor, que isso pudesse ser feito sempre, seria muito cômodo. Porém como existem diversas variáveis que interferem neste processo, como por exemplo, consumos sazonais, atrasos de fornecedores, esquecimento de compras em relação à reposição dos materiais, devoluções dos mesmos por problemas de rejeição, etc, torna-se necessário adotar um sistema que consiga absorver estas eventualidades. Para que não se corra o 24 risco de ficar sem material durante algum período, pode-se utilizar o Dente de Serra. Este método é analisado por um gráfico de consumo de um determinado item, conforme ilustrado abaixo. Este gráfico auxilia tanto a reposição quanto a criação um estoque de segurança para suprir a demanda em caso de acontecerem as possíveis eventualidades citadas acima. 2.5 Políticas dos Estoques Por saber que os estoques são um dos pontos mais importantes na organização, a eles, são dedicados vários estudos, e disponibilizadas várias pessoas, no intuito de que haja otimização dos mesmos. Todas as empresas que possuem estoques em suas propriedades pesquisam e tentam encontrar maneiras de reduzir estes estoques, ou até mesmo exterminá-los se possível, sem que com isso, é claro, prejudiquem seus clientes fazendo os esperarem, ou até mesmo perdendo-os para a concorrência. Para tentar realizar o sonho de algumas empresas em otimizar os estoques, técnicas japonesas foram criadas, possibilitando as organizações transferirem aos seus fornecedores a responsabilidade por lhes atender em tempo real, com quantidades exatas para sua produção. Estas técnicas são conhecidas como Just in time e Kanban. Viana (2000), explica as duas técnicas: 25 Just in time (tradução literal “Bem na hora”): Um determinado item é produzido na quantidade e momento necessário, atendendo a variação de vendas com quantidade mínima de matéria-prima, material em processo e produto acabado. O Just in time é tido como uma filosofia que elimina todas as perdas e desperdícios em todos os processos de manufatura que geram produtos acabados, com ênfase na qualidade no produto acabado sem estocagem. Kanban: Técnica japonesa de controle visual e/ou auditivo conhecido como o sistema de “puxar” no qual, os setores de trabalho sinalizam, por exemplo, através de um cartão, que estão retirando determinada(s) peça(s) e que consequentemente este setor deverá produzi-la(s) novamente para repor esta retirada. Para Tubino (2000), o sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o método de produção Just in time, ou seja, é um sistema para controlar as quantidades a serem manufaturadas pela empresa. Nas empresas onde a prática destes métodos for possível, com certeza entre outros custos, haverá redução nos estoques e conseqüentemente redução no investimento de capital e espaço para armazenagem. 2.6 Avaliação dos Estoques No controle dos estoques são necessários cuidados que vão além de verificar quantidades físicas. É necessária a certeza que os dados são confiáveis, pois em uma organização existe valor monetário entre outros fatores em jogo. Uma das razões que podem levar uma empresa a falência explica Pozo (2002), é o fato de imobilizar elevadas somas de capital em estoques, faltando assim capital de giro. Por este motivo torna-se muito importante o controle do valor dos estoques em tempo adequado, gerenciando-o, comparando-o com o planejado e tomando as devidas providências quando houver desvios de rota. Através deste controle a empresa tem informações precisas sobre seus estoques de matérias-primas e produtos em estoque. 26 De acordo com Dias (1993), avaliação dos estoques inclui valor dos materiais e produtos acabados. Para avaliação desses materiais, toma-se por base o preço de custo ou mercado, dando preferência pelo menor deles. Os quatro métodos de avaliação destes estoques são: Custo Médio: é a avaliação utilizada com maior freqüência, utiliza-se do preço médio dos materiais independente da quantidade e da ordem de chegada durante um período, age como moderador equilibrando os preços. Exemplo duas entradas com quinze dias de intervalo entre elas a primeira de 100 unidades a um custo de R$ 10,00 a segunda entrega 300 unidades a um custo de R$ 12,00. Multiplica-se a 1ª entrada pelo custo = 100x10 = R$ 1.000,00, depois se faz o mesmo processo para a segunda remessa 300 x 12,00 = R$ 3600,00. Agora soma-se os valores R$ 1000,00 + R$ 3600,00 = R$ 4.600,00 e divide-se pela soma das duas quantidades que foram recebidas 100 + 300 = 400 unidades. Ou seja, R$ 4.600,00 / 400 unidades. Custo médio = R$ 11,50. Avaliação pelo método PEPS (FIFO): primeiro que entra, primeiro que sai (First in, First Out), sua ordem é dada pela classificação das entradas. O primeiro material a sair tem que ser o primeiro que entrou no estoque. O custo a ser usado na avaliação deve ser o custo real. Avaliação pelo Método UEPS (LIFO): último que entra primeiro que sai, este método considera que o último custo das entradas dos materiais. Método utilizado em períodos de inflacionários, pois padroniza os preços para a venda, auxiliando assim o reflexo dos valores e custos em nível de mercado. 2.7 Movimentação Todo item após ser produzido deve ser estocado em um local prédeterminado pelo pessoal responsável. Este local deve ser seguro e bem controlado, para que o produto fique armazenado até a sua venda. Martins e Alt (2000), para este processo dão o nome de Entrega Centralizada. Neste processo o produto é estocado em um deposito central e fica aguardando a 27 liberação dos pedidos dos clientes, nesta ocasião, os produtos são separados e enviados ao cliente de acordo com suas especificações. Viana (2000), diz que para proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição, alguns cuidados são essenciais: Determinar um local para armazenagem dos produtos, seja ele coberto ou não; Definir um layout adequado; Os produtos devem estar em embalagens convenientes; O ambiente deve estar sempre em ordem, limpo e arrumado; O mesmo autor ainda acrescenta que com esses cuidados é possível obter: Máxima utilização do espaço (ocupação); Efetiva utilização dos recursos disponíveis como mão-de-obra e equipamentos; Fácil acesso aos produtos estocados, máxima proteção dos itens, boa organização e satisfação das necessidades dos clientes. Através dos exemplos acima ressalta-se a importância de manter os itens em locais de fácil acesso e devidamente identificados, pois entre vários exemplos dos benefícios que isto trará podemos citar um que é muito importante em qualquer organização e que diz respeito a rapidez na localização dos itens e fácil atendimento dos clientes internos ou externos. 2.8 Localização A localização dos produtos estocados é de suma importância dentro de uma organização. Os materiais devidamente identificados e acessíveis permitem rápida resposta por parte da empresa, no despacho de seus pedidos, necessitando de menos mão-de-obra e ganho de agilidade. Para Martins e Alt (2000, p. 161) “A localização dos estoques é uma forma de endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados”. 28 Para Viana (2000), a finalidade de se montar um esquema de localização é estabelecer os meios necessários, e proporcionar facilidades na identificação imediata do endereço, de onde o material está localizado. O mesmo autor também diz que dependendo do lay-out e da conveniência a organização pode optar por identificar através de letras, as estruturas porta-pallets, catilever (estrutura para armazenagens de peças grandes como tubos, por exemplo) e estanterias. Percebe-se a importância de manter os itens devidamente identificados e bem armazenados a fim de facilitar sua localização. Torna-se necessário também que os produtos sejam armazenados de forma organizada, devendo ser agrupados, todos juntos ao grupo ao qual pertencem, pois, no caso de produtos acabados por exemplo, percebe-se em algumas empresas que, a medida que os itens vão sendo produzidos, vão sendo estocados no primeiro espaço vazio que o pessoal responsável encontra nas prateleiras, o que sem duvida gera uma serie de problemas tanto de controle interno como exemplo a localização dos itens, quanto de custo na reposição do item, pois como a localização é difícil as vezes o produto pode ser produzido novamente não ter sido localizado. 2.9 Custos Um dos maiores interesses das empresas quando praticam qualquer tipo de controle de estoques está relacionado a custos. Por saberem que grande parte do capital está investido em seus estoques, é que se percebe a necessidade de que os mesmos sejam bem controlados, e que seus custos devem ser conhecidos pela empresa. Estas informações quando certas e bem esclarecidas auxiliam na tomada de decisão evitando, ou diminuindo o risco de grandes somas de dinheiro “empacado” nas prateleiras dos estoques. Martins e Alt (2000) classificam em três categorias os custos de manter estoques: A) Custos Diretamente Proporcionais ao estoque: Quando a quantidade média estocada faz os custos aumentarem. Também 29 quanto mais itens estocados mais espaço se faz necessários e os custos continuam aumentando. B) Custos Inversamente Proporcionais aos estoques: São os custos que diminuem devido a uma produção maior, que faz com que os custos sejam diluídos pela quantidade total, ou também podemos usar o exemplo de compras que num determinado momento pode optar por comprar uma quantidade maior para aproveitar uma promoção. C) Independentes da quantidade estocada: São valores fixos que independentemente do nível dos estoques terão que ser pagos pela empresa. Como um aluguel de um galpão, por exemplo. Em qualquer organização onde os estoques sejam definitivamente necessários, o que realmente deverá prevalecer é o uso do bom senso. Como os estoques também podem ser vistos como uma forma de desperdício é importante para a empresa estudar caso a caso, e buscar estocar o mínimo possível, sem comprometer o atendimento de seus clientes. Conforme Pozo (2002), lógica e racionalidade devem ser aplicadas para a solução dos problemas de estoque. Portanto devem-se utilizar métodos de análise na iniciação de custos que são importantes para a empresa na formação dos estoques. No conceito deste autor, são conhecidos vários tipos de custos de estoques, o autor cita alguns que são usados mais freqüentemente: Custo Pedido: Sempre que ocorre uma solicitação para compra de algum material, existe todo um custo para atendimento deste pedido, custos chamados de fixos e variáveis como, por exemplo: Fixos são salários do pessoal responsável pela compra, e variáveis todos os materiais e meios necessários para o envio deste pedido até o fornecedor. Por tanto este custo está embutido diretamente no custo do estoque. Custo de Manutenção de Estoque: As empresas preferem manter estoques em quantidades mínimas possíveis, nas empresas quando ocorrem tempos difíceis, as mesmas realizam cortes nos estoques. Isto ocorre por que o estoque representa dinheiro investido, enquanto que se diminuíssem os estoques poderiam usar este dinheiro para investir no mercado. Os custos de manutenção de estoques implicam também em necessidade de maior espaço 30 físico, custo com pessoal, seja em maior quantidade, ou melhor, capacitado e qualificado, e também custos com informatização. Alem disto as empresas ainda estão sujeitas as avarias como, incêndios, vencimento dos prazos de validades, e roubos. Custo por falta de Estoque: Tentando baixar os dois custos acima citados, as empresas buscam diminuírem ao máximo seus estoques, porem isso pode ocasionar um atraso na entrega dos pedidos dos seus clientes. Isto é um problema, pois o não cumprimento dos prazos de entrega pode gerar multas, cancelamentos dos pedidos, ou, mesmo que isso não ocorra, a imagem da empresa começa a ficar desgastada, denegrida. Este é um custo elevado e difícil de medir. Geralmente todos estes problemas ocorrem por falta de planejamento e controle dos estoques. Ching (1999) ainda acrescenta o Custo Total. Este por sua vez “é definido como a soma dos custos de pedir e de manter estoque”. O autor relata que o custo total auxilia no modelo do lote econômico, pois o mesmo determina a quantidade dos pedidos a serem produzidos. Arnold (1999), chama a atenção também para os custos relacionados à estocagem dos produtos, à medida que as quantidades armazenadas aumentam, aumentam também os custos relacionados a seguir: A) Custos de Capital: Todo dinheiro investido em estoques deixa de ser utilizado em outras aplicações, ou investido em algum diferencial que a empresa pudesse desenvolver, buscando melhorar sua competitividade. B) Custos de Armazenamento: Quanto mais material estocado, mais a empresa necessita de espaço físico, funcionários e equipamentos para administrar este estoque. C) Custos de Risco: Quando a empresa estoca materiais, ela corre alguns riscos como: vencimento do prazo de validade, modelo em defasagem, material danificado no manuseio, ou no transporte, perda, extravio ou até mesmo pequenos furtos. Os custos de manter estoques variam de empresa para empresa, seu custo depende do valor do produto, de quanto capital foi investido, do tempo de validade 31 do produto, etc. Algumas empresas terão custo mais altos, outras, mais baixos, porém, ter custos para quem trabalha com estoques é algo inevitável. Sendo assim, quanto menores estes estoques e melhor o seu controle, menores serão os custos. 2.10 Auditoria dos Estoques A importância da auditoria já é reconhecida desde os mais remotos tempos, na época dos sumérios. Como relata Motta (1992), os primeiros indícios da existência da função auditoria datam de muitos séculos, no tempo da civilização suméria (povo antigo do Oriente, do Vale do Rio Eufrates), em que os proprietários que entregavam seus bens a guarda de terceiros, e que conferiam ou delegavam a conferência de seus rendimentos obtidos com as atividades econômicas estavam, na verdade, praticando funções de auditoria. A auditoria chegou ao Brasil por volta de 1940, a tiracolo das multinacionais que aqui começavam a instalar-se, pois os investidores do “Novo país” tinham de receber garantias de que seus investimentos estavam sendo verificados pelos seus auditores. Inicialmente a auditoria se limitou à verificação dos registros contábeis, visando observar se eles eram exatos. A forma primária, portanto confrontava a escrita com as provas do fato e as correspondentes relações de registro. Segundo Sá (1989), havia uma confusão terminológica que julgava auditoria com perícia, revisão ou simplesmente exame de escrita. Atualmente, este conceito é mais dinâmico e prossegue em evolução, atribuindo à auditoria importantes funções, abrangendo todo o organismo da organização ou de sua função administrativa. O autor Sá (1989), defende que a auditora vai além de revisões, passando também a crítica como conseqüência de suas interpretações. O exercício da função de auditoria para, Gil (1996), seja ela administrativa técnica ou operacional precisa da sustentação de alguns conceitos como: Independência para escolher a situação a ser auditada (pontos de controle) e das sugestões a serem negociadas entre os auditores e os auditados; 32 Atuação em dois sentidos: verificação e constatação na qualidade dos processos e resultados da organização, já praticados e, como reflete nos horizontes presente/passado e presente/futuro; Independência do auditor para identificar/caracterizar/eleger o ponto de controle a ser revisado; Independência para avaliar os resultados obtidos através dos testes efetuados, expressando sua opinião em relação à qualidade do ponto de controle que está sendo ou foi auditado; Independência para criação de um relatório onde possa expressar opinião sobre o setor auditado. 2.10.1 Métodos de Auditoria A metodologia inicial das tarefas exige que um roteiro seja seguido a fim de que o método de auditoria seja eficaz. Para tanto, o autor Sá (1989), dá exemplos de algumas fases do trabalho de um auditor, que são: Avaliação dos controles internos através de planos e de execução destes; Plano de Auditoria; Execução do plano trabalhando diretamente na empresa; Avaliação da execução; Todos estes passos aqui especificados representam o caminho, ou método de execução de um programa de auditoria. As auditorias devem ser realizadas por amostragem, afinal não é recomendável “parar” a atividade de uma empresa para fazer uma auditoria. Salvo em casos de grandes fraudes ou eminentes necessidades que a exijam. Para Colella (1986), antes de selecionar quais serão os procedimentos de auditoria, o auditor deve avaliar a eficiência dos controles internos e se poderá confiar nos auditados. 33 As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao objeto da auditoria. Esta variação ocorre de acordo com as diferentes necessidades das organizações. Por este trabalho referir-se basicamente a auditorias de estoques, optou-se por abordar somente este tema. De acordo com Gil (1966), o objetivo da contagem física é garantir a veracidade dos ativos. Segundo Motta (1992), a avaliação dos estoques também é entendida como valorização, pois uma grande parte dos procedimentos aplicados nas auditorias é em cima de quantidades físicas e qualidade dos dados e dos estoques. O auditor deve se certificar da veracidade das informações checando se os custos individuais foram obtidos de fontes seguras, como, por exemplo, notas fiscais, mapas de custo etc. A verificação dos estoques é um ponto vital do trabalho de auditoria, em qualquer organização. Embora a verificação total dos mesmos seja impraticável, há a necessidade de verificação mesmo que por amostragens. 2.10.2 Auditoria dos Estoques Contagem Física A maneira mais comum e justa de se conferir os estoques é checando estoque físico com os registros utilizados pela organização. Para Viana (2000, p. 381) “O inventário físico é uma contagem periódica dos materiais existentes para efeito de comparação com estoques registrados e contabilizados em controle da empresa, a fim de se comprovar sua existência e exatidão”. Os objetivos que se pretendem alcançar com as auditorias de estoques segundo Colella (1986), são: Certificar-se que as quantidades físicas estão de acordo com os registros apresentados pelos responsáveis pela área de estoque; 34 Certificar-se que os valores estão determinados em consonância com os princípios contábeis aceitos que são: custo ou mercado. Levando em consideração sempre o menor; Se tiver registros de inventários anteriores, o auditor deve confrontar para ver se há consistências nas informações do passado; Verificar se os estoques não possuem itens obsoletos, caso possuam, verificar se existem reservas adequadas para desvalorização dos mesmos; Verificar se todos os itens inventariados pertencem à empresa, ou se há mercadoria de terceiros ou em consignação, se estão penhorados ou em garantia... De acordo com Sá (1989), o objeto principal de verificação na auditoria dos estoques é o estoque físico existente confrontado com os registros. A auditoria dos estoques físicos garante a organização, a veracidade dos números a ela apresentada através de relatórios normalmente gerados e controlados por uma pessoa responsável pelos estoques em cada um dos setores onde os mesmos existem. Os sistemas que controlam os estoques estão sujeitos à falhas conforme Viana (2000), sendo assim não há garantias de que as quantidades registradas correspondam exatamente com o que esta nas prateleiras. Esta exatidão, porém é muito importante para que o sistema de controle dos estoques funcione com a eficiência requerida. Ainda Viana (2000, p. 382) “os inventários tornam-se importante instrumento de gerenciamento e, por razões de auditoria, é necessário ter-se a comprovação real da exatidão de seu valor”. Conforme Sá (1989), ao examinar os estoques físicos existentes o auditor deverá examinar também uma série de particularidades, como por exemplo, segurança no local de armazenagem, se a localização dos materiais é ideal, se há etiquetas de identificação, e também se o material encontra-se em perfeito estado de conservação. Periodicamente a empresa deve realizar inventários físicos em seus estoques a fim de manter a acuracidade dos mesmos. 35 Segundo Dias (1993), os inventários podem ser realizados de duas formas: Inventário Geral: realizado anualmente, inventaria-se todos os itens de uma só vez, o problema de executar um inventário desta natureza é que este processo se torna muito extenso, e dificulta ajustes e análises de divergências. Inventários Rotativos: Distribui as conferências ao longo do ano, concentrando assim uma quantidade menor de itens, a realização requer um menor espaço de tempo, possibilitando assim melhores condições de análise de divergências e ajustes. Para o sucesso de um inventário é necessário um planejamento das ações a fim de não haver empecilhos durante o processo que façam com que os auditores interrompam seu trabalho a fim de corrigirem falhas ocorridas e detectadas durante o percurso. Por isso Dias (1993), defende que um bom planejamento é essencial na obtenção de bons resultados, e cita duas providências que devem ser tomadas como: Definir e convocar quem realizará os inventários, data e local; Ferramentas que possibilitem a contagem e os relatórios adequados. Para Gil (1996), o auditor deve atuar com um roteiro e ter conhecimento da técnica de contagem, possuir planilhas para apuração da contagem, acesso aos registros da empresa, ele também deve estar atento a fatores surpresa que possam vir a ocorrer e não pode esquecer que as divergências entre a contagem e os registros existentes devem ser apuradas. De acordo com Viana (2000), para que o sistema de inventários de estoque suporte e garanta fidelidade nas informações o auditor deve atentar para quatro funções que permitem esta garantia. Procedimentos: observar os procedimentos executados pelos responsáveis pelo estoques evitando assim distorções entre saldos registrados e quantidades físicas de estoque. A análise destas distorções também oferece oportunidade para corrigir os desvios observados. 36 Recebimento: é fundamental para os controles de estoque que a empresa possua normas de recebimento que assegurem que estão recebendo e pagando exatamente por aquilo que compraram. É importantíssimo que no ato do recebimento as quantidades físicas sejam conferidas e comparadas com as faturadas pelo fornecedor. Localização: é imprescindível a organização manter todos os itens estocados, em perfeito estado de localização. Itens estocados sem identificação, podem ser difíceis de serem encontrados e considerados como faltantes. Conferência de embarque: Mesmo após os materiais separados e prontos para a coleta, deve-se fazer novamente uma inspeção a fim de garantir que as quantidades solicitadas estão em conformidade com as separadas. Conforme Motta (1992), depois do inventário físico, o principal trabalho do auditor será confrontar os dados, observações e anotações com os registros de estoques e razão geral em face das divergências encontradas. As diferenças podem não ser significantes, mas deve ser dada a devida atenção tanto em caso de faltas, quanto de sobras, principalmente procurando descobrir as razoes que provocaram tais diferenças. No relatório final de uma auditoria devem constar todas as irregularidades constatadas durante a mesma, bem como todas as informações que se deseja receber. O auditor não deve ocultar nenhum fato, pois qualquer informação poderá ser de grande valia para análise e tomada de decisão referente aos estoques da organização. Segundo Sá (1989), relatório de auditoria é uma ferramenta técnica, cujo objetivo é relatar o resultado dos trabalhos que foram executados de acordo com o programa planejado. 37 2.11 Dados e Informação Uma organização que busca se manter no mercado sempre à frente de seus concorrentes, necessita de flexibilidade e agilidade nas suas decisões, ajustando-se assim, às tendências do mercado. Na busca pela diferenciação de seu produto, a estratégia a ser adotada pela empresa deve contemplar, sem dúvidas, a qualidade e a velocidade das informações. Com isso torna-se possível o rápido atendimento aos seus clientes, bem como, responder questões relativas ao produto ou serviço. É muito arriscado para uma organização operar com informações imprecisas ou não confiáveis. Tem sido muito comum nas empresas, a ocorrência de informações totalmente desencontradas, em função da área em que são tomadas. Portanto, para evitar isso, a empresa deve juntar todos os elementos disponíveis chamados de dados, que estarão armazenados em bancos de dados, processá-los com vistas a obter informações oportunas. Os dados existentes numa organização devem ser coletados, organizados e ordenados de uma maneira lógica a fim de se transformarem em informação. Conforme Rezende e Abreu (2003), os dados podem ser; conjunto de letras, números ou dígitos que sozinhos não podem auxiliar a empresa. Para Stair (2002) “Dados representam as coisas do mundo real, são simplesmente fatos não trabalhados, Têm pouco valor além de sua existência”. Porém, a partir do momento que estes dados são organizados e ordenados, eles passam a ser Informações, e então, a empresa começa a ter uma ferramenta de auxílio na rapidez do atendimento, visualização do cenário atual, e começa a ter a oportunidade de trabalhar estas informações de tantas maneiras quanto forem necessárias ou desejadas. Informação, segundo Laudon (2004, p.7), “quer dizer dados apresentados em uma forma significativa e útil para os seres humanos”. Ressalta-se, portanto, que toda a tomada de decisão está baseada na qualidade da informação, que por sua vez está respaldada nos dados que a 38 geraram. A informação oportuna é, para muitas organizações, considerada como vantagem competitiva. 2.11.1 Sistemas e Sistemas da Informação De maneira geral, atualmente todas as organizações precisam de um sistema de informação para nortear seus objetivos, em qualquer que seja o setor da empresa. As informações certas, garantem a sobrevivência da mesma, pois a rapidez nas respostas a mantêm competitiva no mercado. Antes de abordar sistemas de Informação, é necessário entender o que são sistemas. Rezende e Abreu (2003), dizem que entre vários conceitos sobre sistemas podem-se definir alguns, como: conjunto de partes que agem reciprocamente, unindo-se para alcançar um objetivo ou resultado; relacionado a informática significa o conjunto de Software, hardware e recursos humanos; ou, componentes da tecnologia da informação e seus recursos integrados; ou ainda a empresa e seus vários subsistemas. Devido as constantes mudanças dentro de uma organização, principalmente tecnológicas, torna-se importante o uso de um sistema de informação, no sentido de disponibilizar as informações em um local comum. Um funcionário poderá transmitir aos seus clientes internos ou externos a mesma informação que, qualquer outro funcionário que acessar encontrará disponível, ou seja, a informação passa a estar à disposição de um número maior de pessoas, delegando mais autonomia aos diversos níveis. Também se pode dizer que o interesse das empresas é utilizar estes sistemas como ferramenta para tomada de decisões, como afirma Laudon (2004, p. 7). Um sistema de informação poder ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera, processa, armazena e distribui informações para a tomada de decisões, a coordenação e o controle de uma organização. Além de dar suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas também 39 auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos. Ainda o mesmo autor, explica que, como há interesses diferentes em uma organização, assim como especialidades e níveis, também há diferentes tipos de sistemas. A necessidade definirá qual sistema será utilizado na organização. Os mais de um sistema de informação. Por este motivo o mesmo autor descreve em sua obra os quatro tipos de sistemas existentes que são: Sistemas do Nível Operacional: acompanha as atividades e transações básicas de uma empresa como vendas, folha de pagamento, fluxo de matérias-primas dentro de uma fábrica. A função deste sistema é fornecer respostas sobre a rotina dos processos e acompanhar as transações feitas pela empresa, como quantidades de material existente em estoque, qual o motivo que ocasionou um erro na folha de pagamento etc; Sistemas do Nível do conhecimento: Ajuda a empresa a controlar o fluxo de documentos e a integrar novas tecnologias, geralmente estes sistemas são aplicados nas empresas em forma de estações de trabalho e sistemas automatizados; Sistemas do Nível Gerencial: fornecem relatórios periódicos que auxiliam os gerentes na tomada de decisão. Este sistema visa atingir os objetivos de um determinado setor da empresa e seu planejamento é a curto prazo; Sistemas do Nível Estratégico: Trata-se de um nível mais elevado, as decisões geralmente são tomadas por executivos, estes, com pensamento em longo prazo tomam decisões a nível geral da empresa. Tratam de questões estratégicas e tendências tanto a nível interno quanto externo. O`Brien (2004), explica sistemas e sistemas da informação de maneira bem mais simples e objetiva. Ele define sistema como “um grupo de componentes interrelacionados que trabalham juntos, rumo a uma meta comum, recebendo insumos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação”. Segundo o mesmo autor, um sistema dessa ordem possui três componentes que se interagem: Entrada: elementos captados e reunidos que entram no sistema para serem processados. Ex: Matéria-prima, dados, e esforço humano devem ser organizados para serem processados; 40 Processamento: convertem insumos (entrada, citado acima) em produto. Saída: os elementos produzidos são transferidos para seu destino final. Produto acabado, serviços humanos e informações gerenciais devem ser transmitidos aos seus usuários; Feedback: dados que por exemplos são entregues aos gerentes de vendas para que este tome conhecimento do desempenho do seu setor em relação às vendas de determinado período; Controle: monitora e avalia o feedback para saber se o sistema esta caminhando para o atingimento de suas metas. Com o controle é possível realocar os recursos e redireciona-los caso estejam se distanciando dos objetivos. Em síntese, um sistema de informação é um sistema que recebe recursos (dados) como entrada e os processa em produtos, (informação) como saída. Sendo assim é possível entender que em uma empresa existem milhões de dados desconhecidos, espalhados por toda a empresa, dados estes que se processados, organizados e/ou ordenados, podem se tornar informações valiosas para a mesma. Os sistemas de Informação são constituídos por cinco recursos principais, como destaca O`Brien (2004), Recursos Humanos: em todos os sistemas de informação são necessárias pessoas. Estas pessoas são chamadas de Usuários finais: podem ser usuários ou clientes, são quaisquer pessoas que utilizem um sistema de informação, ou a informação que ele produz ex. (vendedores, clientes, engenheiros, gerentes etc.); Também existem os Especialistas em SI: responsáveis pelo desenvolvimento dos sistemas de informação (analistas, programadores, etc.), estas pessoas projetam os SI de acordo com as necessidades do usuário final. Recursos de Hardware: dispositivos físicos e equipamentos que são utilizados para processar as informações não somente computadores como todos os objetos tangíveis onde dos dados estão registrados, como folhas de papel, até discos magnéticos. Recursos de Hardware em Sistemas de informação computadorizados são classificados em: a) sistema de Computadores: Computadores de médio porte, microcomputadores e 41 mainframes. b) periféricos de Computador: teclados, mouse, monitor de vídeo, impressora entre outros; Recursos de Software: são os programas que dirigem e controlam o hardware, e os procedimentos requisitados pelas pessoas. Os tipos básicos de software são: a) Software de sistema: controla e apóia as operações de um sistema de computador. b) Software de aplicativo: programas que viabilizam a realização de tarefas específicas, como fazer uma planilha no Excel, por exemplo; Recursos de Dados: os dados constituem um valioso recurso organizacional, devem ser efetivamente administrados para beneficiar todos os usuários finais de uma organização. Os dados podem ser encontrados em forma d números e caracteres alfabéticos, dados de texto, imagem, cifras gráficas entre outras. Os recursos de dados normalmente são organizados Banco de Dados ou Bases de conhecimento que guardam o conhecimento de múltiplas formas como fatos, regras, exemplos ilustrativos sobre práticas de negócios bemsucedidas; Recursos e Produtos de Rede: composto de recurso fundamental de todos os sistemas de informação. Os recursos de rede incluem: a) Mídia de Comunicações: que são: cabo axial, cabo de fibra ótica, sistemas de satélite de comunicações entre outros. b) Suporte de rede: conjunto de recursos humanos, hardware, software e dados. Segundo Rezende (2003), quando falamos de sistemas de informação não podemos deixar de considerar a tecnologia da informação e seus recursos disponíveis. A tecnologia da informação está presente em todos os setores de uma organização, ela facilita o trabalho das pessoas, a tecnologia por si só não promove mudanças nem vantagem competitiva, mas ajuda a evitar desperdício de tempo, otimizando várias funções, e permitindo conexão com qualquer parte do mundo. Vários autores conceituam os sistemas de informação como Hardware, Software e seus periféricos, porém ainda Rezende (2003), diz que a principal finalidade e utilidade da Tecnologia 42 da Informação é desenvolver e melhorar os sistemas de informação, auxiliando nos negócios, processos e atividades da empresa. Os sistemas de informação utilizando os recursos oferecidos pela tecnologia da informação servem de base para que a empresa possa competir no mínimo na mesma velocidade que seus concorrentes. Pensando internamente na empresa, podemos dizer que um sistema de informação utilizando recursos tecnológicos conforme já abordado neste trabalho, pode controlar seus estoques utilizando um sistema integrado de informações, que possibilitem saber tudo sobre o produto desejado pelo cliente. 2.11.2 Sistemas para Gestão de Estoques Para que uma organização consiga atingir eficácia ao controlar seus estoques, é necessário que a mesma tenha conhecimento de todos os seus processos, desta forma, quanto mais conseguir integrar as informações pertinentes a estes controles, melhor para a organização. Por este motivo muitas empresas aderiram e estão aderindo, ao sistema de informação ERP (Enterprise Resource Planning), que traduzido significa Planejamento de Recursos Empresariais. Este sistema tem a função de armazenar, processar e organizar as informações geradas nos processos da organização, agregando e estabelecendo relações de informações entre todos os setores. Para Slack (2002), os sistemas de ERP permitem integrar as decisões e a base de dados de todos os departamentos da organização, fazendo com que as conseqüências das decisões de um setor reflitam nos sistemas de planejamento e controle do restante da organização, conforme ilustrado na figura abaixo: 43 Fornecedores Aplicações em Operações Financeiras Aplicações em operações produtivas Aplicações para relatórios estratégicos Base de Dados Integrados Aplicações em compra e suprimento Aplicações em vendas e marketing Aplicações em entrega e logística Consumidores Gerência Sênior e acionistas Aplicações em serviços Aplicações em gestão de Recursos Humanos Empregado Figura 2 – ERP - Adaptado de Slack (2002) Como é possível de se notar, um sistema integrado, interage com todas as partes de uma organização. Podemos usar como exemplo, um cliente que ao colocar um pedido na área de vendas, este cairá automaticamente em todos os setores interessados, e responsáveis por este processo. Este sistema também favorecerá a tomada de decisão por parte da alta direção, que poderá acessar a qualquer momento a base de dados e utilizar as informações ali contidas de acordo com a sua necessidade no momento. Como todos os sistemas, estes também apresentam pontos positivos e negativos. Laudon e Laudon (2004), comentam sobre os benefícios e os desafios na implantação de um sistema ERP: Benefícios: Apoiar estruturas ou culturas organizacionais antes não possíveis de serem criadas, uniformizando a maneira como se faz negócios entre filiais do mundo inteiro. Estes sistemas prometem oferecer uma plataforma de tecnologia única, onde os dados têm definições e formatos comuns e padronizados. Também ajudam a criar fundamentos que possibilitem a organização a se orientar pelo cliente ou pela demanda, pois com sistema integrado se torna mais rápido responder aos clientes tanto em relação a 44 produtos quanto em relação a informações. Permitem as organizações controlarem facilmente suas atividades com parceiros de produção e clientes, principalmente se os parceiros usarem o mesmo sistema, o que permitirá a troca de dados sem intervenção manual. Desafios: A montagem deste sistema é conhecida como cara, demorada e trabalhosa. Requerem investimentos altos em tecnologia, grandes alterações no modo de operações das organizações. Este tipo de sistema não permite que possa ir implantando aos poucos, pois como é integrado se relaciona e afeta todas as áreas, forçando assim a empresa a parar para que o mesmo seja implantado. Existe a possibilidade de estes sistemas serem frágeis a mudanças, o que faz com que pequenas alterações talvez não sejam fáceis de serem implantadas, fazendo com a empresa passe rapidamente a ter um sistema desatualizado. Como na implantação de todos os sistemas conhecidos, existem os prós e os contras, cabe a cada organização decidir o que é mais importante para ela. Se o investimento e o esforço são válidos, ou se vale à pena continuar seu processo da maneira como já vem sendo feito, desde que a organização foi fundada. Porém, se a empresa optar por enfrentar os desafios, entendendo que este sistema é realmente uma ótima ferramenta para ela, não poderá esquecer que um bom trabalho de conscientização e motivação, deverá ser feito com todos os seus funcionários, sem a compreensão destes, será impossível o atingimento dos objetivos traçados e todo o investimento será em vão. 45 3 MÉTODO Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para viabilização deste trabalho,incluindo seu delineamento, o tipo de abordagem, os participantes que foram consultados, e os instrumentos de coleta e análise dos dados para a realização da análise dos estoques. 3.1 Delineamento do Trabalho O presente trabalho teve como objetivo verificar se os controles de estoques físicos da empresa Mosarte eram efetivos, ou seja, podiam ser confiáveis, conforme informavam os responsáveis pelo seu controle. Esta verificação foi feita através de, uma análise nos procedimentos para gestão de estoques de produto acabado, a fim de assegurar o máximo de confiabilidade possível. Para isso o tipo de estágio escolhido foi a Avaliação formativa, que segundo Roesch (1999), esta pesquisa tem a intenção de melhorar a efetividade do programa em determinada situação. Para Roesch (1999, p.66) “As avaliações formativas baseiam-se em estudos de processo, avaliação de implementação e estudos de caso, e usam primariamente métodos qualitativos”. A abordagem adotada e entendida como a ideal para a realização deste projeto foi a pesquisa qualitativa. A estratégia da pesquisa foi um Estudo de Caso. Esta escolha se justificou pelo fato de que o estudo de caso é o que mais se adequa ao objetivo do projeto, porque segundo Roesch (1999, p.155) “O estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto”. 46 3.2 Participantes do Trabalho População segundo Roesch (1999, p. 138) “É um grupo de pessoas ou empresas que se interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. A pesquisa foi conduzida através de Observação Participante. Quando se fez necessário, os responsáveis pelos estoques, e pelos departamentos que são diretamente ligados aos estoques, foram procurados pela acadêmica. 3.3 Coleta de dados Para a realização desta pesquisa os dados foram coletados através de fontes primárias através da observação participante, e secundárias através de consulta em documentos e arquivos existentes na empresa em relação ao controle dos estoques. Para a coleta dos dados primários na pesquisa de caráter qualitativo, Roesch (1999), diz que as principais técnicas de coleta são as entrevistas, observações e uso de diários. Também é citado por Roesch (1999), como dados secundários, os dados coletados na forma de arquivos, banco de dados, índices ou relatórios. 3.4 Tratamento e análise dos dados Os dados foram tratados e analisados através da abordagem qualitativa. Após coletados, foram confrontados com os fundamentos teóricos descritos no capítulo 2. O que possibilitou a acadêmica a proposição de melhorias para a empresa. 47 4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA As empresas Mosarte tiveram início em 01/02/1989, atuando no ramo de revenda de produtos da Cerâmica Portobello, inaugurando sua primeira loja no município de Itapema (SC). Em 1993 a loja deixou de vender somente produtos Portobello, passando a trabalhar com outras cerâmicas nacionais. Posteriormente ocorreu uma ampliação, como por exemplo, a loja chamada de Pontão, que tem como ponto forte os produtos populares com preços mais acessíveis. Atualmente as lojas de revenda de cerâmica são conhecidas como lojas Pisoarte, oferecem as mais nobres marcas de cerâmicas nacionais e importadas, apresentando as novidades do setor, que são frutos da participação nas melhores feiras nacionais e internacionais. As empresas Mosarte são as seguintes: Montebello: Loja especializada em revestimentos cerâmicos das marcas: Portobello, Portokol e Mosarte. Pontão Max: Comercializa ponta de estoques de revestimentos cerâmicos e mosaicos. Espaço Pisoarte: Loja especializada em revestimentos, louças, metais e mosaicos. Galeria Haus: Loja de móveis e decoração e revestimentos especiais, localizada em Balneário Camboriú. Atende especificamente decoradores, arquitetos e clientes finais. Via Sollo. Especializada na venda de calçados masculinos, femininos e infantis, provenientes de diversos estados do Brasil. Mosarte - Em 1995, o grupo diversifica seus negócios com a fundação da Mosarte, uma empresa voltada à fabricação de mosaicos para as grandes cerâmicas nacionais. Em 1999, a empresa lança a sua primeira linha de mosaicos com a marca Mosarte Collection, linha esta criada para atender diretamente as revendas, tornando a Mosarte uma fábrica não somente de serviços para indústrias cerâmicas, mas sim, uma conceituada empresa no ramo de produção de mosaicos. A partir de então a empresa inicia uma nova visão de mercado. Buscando o fortalecimento da marca através das ferramentas de propaganda e marketing, como 48 por exemplo, revistas segmentadas no ramo de decoração e construção civil, jornais, assessoria de imprensa e outras ferramentas como e-mail marketing (marketing direto) que significa direcionar as informações pertinentes da empresa para todas as revendas de produtos Mosarte e também aos especificadores (arquitetos, decoradores, engenheiros, designers de interiores, etc). Em 12 anos a Mosarte se tornou a fábrica de mosaicos mais bem equipada da América Latina. Líder em inovações e produtos exclusivos é responsável por grande parte da produção nacional de mosaicos. Os investimentos em novos equipamentos demonstram seu real comprometimento com a diferenciação dos produtos oferecidos. A aquisição de máquinas de corte com jato d´água, por exemplo, que possibilita o corte nos mais variados formatos, inclusive o desenho de peças curvas. Oferece produtos como profiles (molduras de mármores, também conhecidas como perfis e que podem ser utilizadas para decorar paredes) e também rodapés. Atualmente a empresa ultrapassou a marca de 500 mil peças produzidas por mês. A equipe é formada por mais de 260 profissionais com formação das mais variadas, suas funções são apresentadas no organograma da empresa como segue: Figura 3. Organograma Mosarte Fonte: Dados cedidos pelo setor de RH da empresa. 49 A Mosarte é especializada na produção de mosaicos de mármores, cerâmicas e porcelanatos, com diversos formatos, e também agrega materiais como, (vidro, metal, madeira, resinas, etc.). Possui em torno de 250 revendas especializadas em acabamentos. Entre seus principais clientes estão indústrias cerâmicas, lojas, e Home centers. A empresa também exporta para países como EUA, Chile, Jamaica, México, Emirados Árabes, Bolívia, Uruguai, Arábia Saudita, entre outros. O pioneirismo também está representado pelo modelo de administração interna que rendeu à empresa a certificação ISO 9001:2000, inédito mundialmente no setor. O sistema de gestão da qualidade é mantido buscando sempre atingir os objetivos que representam à busca contínua pela satisfação de seus clientes. Além das inovações em tecnologia e gestão, a Mosarte também inova na forma como são montadas suas coleções. Elas são criadas a partir do voto interativo de arquitetos, clientes revendedores, decoradores, jornalistas e designers. Desse modo, as peças mais votadas são selecionadas e passam a compor a linha de produtos oferecidos pela mesma. As atuais marcas/coleções produzidas pela empresa Mosarte tem aproximadamente 1200 produtos, e a empresa personaliza cerca de 35 produtos todos os meses. A empresa participa de feiras nacionais e internacionais realizando pesquisas, acompanhando as tendências mundiais, buscando sempre as melhores alternativas de alta qualidade e tecnologia na produção de mosaicos em escala industrial sem perder a característica artesanal. A Mosarte atua no negócio de criação e valorização de ambientes. Sua missão é criar ambientes únicos e agradáveis para viver, e sua visão é ser a empresa de revestimentos especiais mais desejada do Brasil até 2011. Sua política da qualidade é desenvolver e fornecer produtos e serviços diferenciados, que atendam aos requisitos, através da capacitação e valorização do potencial humano, e da busca pela melhoria continua do sistema de gestão da qualidade. Com um posicionamento geográfico estratégico diante do mercado nacional e internacional, a Mosarte está próxima dos portos de São Francisco e Itajaí, o que facilita as exportações, e também as importações de matérias-primas e alguns insumos. A principal matéria-prima utilizada na empresa para fabricação dos mosaicos é o mármore, que é uma pedra natural, proveniente de diversos países como Itália, Espanha, China, Índia, Turquia, entre outros. Como a importação destes mármores é demorada devida tempo de negociação, transporte que leva em média 60 dias, e mais o tempo de desembaraço 50 no porto, o estoque e a administração destes, devem ser rigorosos a fim de evitarem faltas ou excessos de matéria-prima. Por este motivo, quando se fala em gestão de estoque de produto acabado, tem que se levar este fator em consideração. Qualquer previsão de consumo errada, resulta em compras de matéria-prima sem necessidade, diga-se em excesso, ou falta da mesma, caso a previsão de demanda seja calculada errada. Ainda relacionando a interferência dos mármores no estoque de produtos acabados, pode-se incluir a informação de que, por ser uma pedra natural, possui diferenças de tonalidade, fazendo com que nem sempre a quantidade comprada será exatamente a quantidade utilizada. No Brasil ainda existe a cultura de se comparar o mármore à cerâmica. Por este motivo, devido às diferenças de tonalidades, os clientes não aceitam variações, fazendo com que novos lotes de produtos sejam produzidos, mesmo que já existam em estoque. É importante ressaltar a produção que é semi-artesanal, o que impossibilita a rapidez no processo de montagem dos produtos, o que faz desta forma com que a estocagem de vários produtos seja necessária. Como já citado anteriormente, faz parte da estratégia da empresa, manter estoques. Atualmente a empresa atende prontamente cerca de 70% de seus pedidos. 51 5 RESULTADOS DA PESQUISA Neste capítulo serão descritos passo a passo o processo de Gestão do estoque de produto acabado, o controle e armazenagem realizada pelo setor de expedição. Incluindo as propostas de melhorias. 5.1 Gestão de Estoque Através da observação participativa foi possível perceber que há várias mudanças sendo implantadas, tanto na área responsável pela gestão de estoque de produtos acabados, quanto na Expedição. O setor responsável pela Gestão de estoque dos produtos acabados tem como objetivo principal otimizar este estoque, ou seja, a empresa tem interesse de ter em estoque somente itens que, efetivamente vendem conforme dados obtidos através de uma estimativa de demanda. O setor funciona da seguinte maneira: A cada final de mês é gerado um relatório dos itens que estão estocados na expedição em valores R$, por marca. Também é gerado mensalmente um relatório que permite a informação de quantos pedidos à empresa conseguiu atender com estoque. Sabendo-se que a meta é atender 70% dos pedidos com estoque. Isso somente para as duas marcas mais representativas em relação ao faturamento da empresa. Outro relatório que é gerado todos os meses é um relatório das vendas dos últimos 4 meses, o relatório é tabulado e calculado curva ABC e PQR. A curva ABC mostra quais os produtos mais rendem para a Mosarte em valores monetários (R$). Já a com a curva PRQ é possível obter informação de quais são os produtos mais populares em números de pedidos ocorridos no período, e quais os produtos mais populares em questão de quantidades de peças vendidas. Através da obtenção destes dados é feita uma análise e os produtos que conseguem ser A ($); + P (quantidade de pedidos); + P (quantidade de peças) serão os itens de estoque e através destas informações define-se então os estoques mínimos e máximos que são mínimo de 10 dias e máximo de 35 dias. Lembrando 52 que este trabalho é feito somente para as duas marcas mais representativas em relação ao faturamento da empresa. A emissão destes relatórios é bastante demorada, pois os dados coletados aparecem de forma desorganizada e contém muitas informações que não servem para a finalidade do relatório. Por este motivo estes dados precisam ser transferidos para uma planilha do Excel e, até as informações ficarem exatamente como se necessita, leva-se em torno de quatro (04) horas. 5.2 Expedição A expedição é o local onde os produtos ficam armazenados aguardando pedido, no caso de estoque, ou nota fiscal, no caso de pedidos especiais. Acompanhando as rotinas de trabalho deste setor, pode-se observar que: depois de finalizado o processo de fabricação dos produtos, ocorre o encaminhamento para setor de expedição. Os produtos devem estar devidamente palletizados e etiquetados a fim de facilitar a identificação, conferência e armazenagem. Junto com os produtos, é anexada uma ficha, que contém informações necessárias para o cadastramento no sistema de controle de estoques, tais como: código, nome do produto, quantidade de caixas e quantidade de peças em cada caixa. Após a conferência física, estas informações são inseridas no sistema e ficam à disposição da área de vendas para atendimento dos clientes. Após os produtos serem armazenados, estes passam a fazer parte dos procedimentos de inventários realizados pelos funcionários da expedição. Este trabalho é dividido entre três funcionários e a quantidade de itens verificados é baseada na quantidade de tarefas que cada um tem durante o dia. Geralmente realizam a verificação de no mínimo 30 e máximo 250 itens/dia. Durante a observação realizamos diversas amostragens para medir a efetividade dos inventários e pode-se verificar que o índice de erros é bastante baixo, não merecendo uma atenção especial. O primeiro problema percebido na expedição está relacionado à questão espaço, “chão”. A expedição possui estantes porta-pallets, onde os produtos 53 acabados ficam estocados até a separação para envio ao cliente, porém o espaço no chão da expedição fica comprometido devido a alguns fatores: Transporte - Depois de separados para envio ao cliente, os produtos ficam no chão da expedição, aguardando emissão da nota fiscal e retirada pela transportadora. Como a escolha das transportadoras é feita pelos clientes, a Mosarte não tem controle sobre o prazo de retirada. Por este motivo, alguns pedidos acabam ficando mais tempo que o necessário no chão, ocupando o espaço que poderia ser de outro material. Volume de produtos - Como a Mosarte produz alguns produtos relativamente grandes e pesados, estes não são tão práticos de serem armazenados, razão pela qual acabam ficando no chão para facilitar o manuseio. Produtos Vendidos - Também para agilizar o processo de separação, sempre que um produto entra na expedição, antes de armazená-lo nas prateleiras, verifica-se se o mesmo possui pedido. Caso possua, a quantidade que já foi vendida nem é armazenada, ficando no chão juntamente com as outras peças. Embora não tenha sido possível evidenciar nenhum problema grave, como por exemplo, envio de material errado ao cliente, percebe-se que visualmente tornase complicado administrar estes produtos e saber exatamente o motivo pelo qual cada um encontra-se no chão. Até mesmo por que essa informação é obtida através de uma ficha que fica sob a caixa do produto e que a qualquer instante está sujeito a se perder. Baseado na reclamação da falta de espaço questionou-se a existência de um relatório onde fosse possível saber se há itens sem giro no estoque, quais as quantidades e há quanto tempo os produtos estão armazenados. A expedição não tem acesso direto a este relatório. Quando se precisa deste tipo de informação é consultado no sistema de estoque, um produto de cada vez. Aqui mais uma vez encontramos problemas com os dados fornecidos pelo sistema, e conseqüentemente todas as dificuldades na emissão de relatórios. Analisando o referido relatório pode-se constatar que há produtos sem giro no estoque há um período razoavelmente extenso. Também pode-se perceber que, como estes produtos não giram, acabam sendo inventariados, utilizando o mesmo 54 critério dos itens que giram no estoque o tempo todo. Logo, como os inventários são rotativos diários, percebe-se que há retrabalho e desperdício de tempo, contando-os diversas vezes durante o mês. A empresa tem conhecimento destes produtos sem giro. Porém por questão estratégica, a empresa não pretende promover estes produtos simplesmente para liquidar o estoque, haja vista que o custo da matéria-prima e o processo de fabricação são caros e não convém promovê-los de qualquer maneira. A empresa justifica que sempre que há uma venda para outros países, primeiro é oferecido este tipo de produto, e que possui um histórico de que este procedimento funciona. Também aproveita-se para vender estes produtos em épocas de feiras, através de parcerias com seus representantes. No entanto, através da análise do relatório observou-se 38 itens totalizando 3437 peças de produtos que nunca foram vendidos. Investigando o motivo pelo qual foram produzidos chegamos à informação de que, quando foram desenvolvidos e aprovados para compor a nova linha de produtos, tomou-se a decisão de produzir antecipadamente, para que, caso chegassem pedidos, estes pudessem ser atendidos prontamente. Outro fator que chamou a atenção foi em relação à quantidade de tonalidades existentes para um único produto, qualquer um dos funcionários responsáveis pelo controle de qualidade, tem autonomia para sozinho, classificar o produto e abrir uma nova tonalidade caso não coincida com as tonalidades já existentes. Há produtos em estoque com até 06 (seis) tonalidades diferentes: Procedendo desta forma os problemas percebidos foram: Quanto mais tonalidades, mais espaço para armazenagem; Maior dificuldade de administrar os lotes; Maior dificuldade em decidir qual lote enviar ao cliente; Os lotes são fragmentados em pequenas quantidades, o que faz com que para atender pedidos com quantidades maiores, por muitas vezes é necessário uma nova produção. Possibilidade de um item permanecer no estoque, por mais tempo que o ideal. Quanto mais tempo um lote permanecer no estoque, mais chances de não coincidir com o próximo lote de matéria-prima que for comprado. 55 Como o sistema de informação não é integrado, corre-se o risco de produzir para estoque mesmo tendo produtos em estoque. Constatou-se também que a empresa possui marcas diferentes para mercados diferentes, e que, alguns produtos que são considerados básicos (comuns), podem fazer parte de mais de uma marca, desde que sejam cadastrados com códigos e nomes diferentes. Porém como estes produtos estão cadastrados no sistema de estoque com nomes diferentes, são administrados separadamente. Logo há um produto idêntico, com dois controles, e dois estoques. Isso pode ser ainda mais preocupante quando se trata da linha de telados 30x30, onde se pode através de amostragens constatar que: Um mesmo produto está cadastrado como: MC 402.06 – Tonalidade 1 MC 402.06 – Tonalidade 2 MC 402.06 – Tonalidade 3 MC 402.06 – Tonalidade 4 MC 402.06 – Tonalidade 5 MC 402.06 – Tonalidade 6 IN 014.04 – Tonalidade 1 IN 014.04 – Tonalidade 2 IN 014.04 – Tonalidade 3 CR 037.02 – Tonalidade 1 Fonte: Elaborado pela acadêmica Ainda em relação a estes produtos a empresa há muito tempo atrás decidiu estocar peças semi-elaboradas em caixotes de madeira, porém este processo encontra-se desatualizado, pois muitos produtos novos foram lançados e outros até já saíram de linha, também pode-se perceber que há peças semi-elaboradas nos caixotes, mas também produtos acabados no estoque, gerando assim dois estoques de um mesmo produto. Acrescenta-se também que, os produtos semi-elaborados são controlados somente para produtos sem brilho, para produtos com brilho a empresa mantém somente estoque de produto acabado. 56 Recentemente a expedição adquiriu um computador para facilitar a entrada dos produtos no sistema de estoque da empresa. Este computador ajuda a localizar a prateleira onde o produto deve ser armazenado, facilitando sua administração. Este processo ainda é muito novo, haja vista que há bem pouco tempo os produtos eram armazenados ocupando o primeiro espaço que se encontrava disponível. Neste sentido percebe-se uma grande evolução no processo. Porém apesar de existir este computador disponível, percebe-se que não há uma avaliação do tempo em que um determinado produto permanece no estoque, não sendo utilizado nenhum critério no momento de separar um produto para envio ao cliente, ou seja, o produto é escolhido de forma aleatória. Não utiliza-se o método de avaliação PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) nem o método UEPS (último que entra, primeiro que sai). A Mosarte é uma empresa pioneira no Brasil na fabricação de mosaicos. A matéria-prima conforme já citado anteriormente é importada, e como o tempo entre a implantação de um pedido de compra até a chegada do mármore no Brasil, é relativamente extensa, existe a necessidade de manter estoques a fim de garantir o pronto atendimento de seus clientes. Atualmente a empresa se destaca em relação à concorrência, exatamente por conseguir um menor tempo de entrega. Porém para que isso seja possível, é necessário manter estoques de matéria-prima num tempo hábil, que possibilite repor sem que o material acabe. Neste ponto podemos acrescentar a questão de depender de transporte marítimo, não podendo a empresa então, correr o risco de ficar a mercê de eventualidades que possam comprometer sua credibilidade. Considerando que o processo de produção é semi-artesanal, e que a empresa não consegue prever exatamente sua demanda, precisa manter estoques de acordo com cada produto. No entanto alguns ajustes são necessários para que o processo de gestão de estoques da empresa possa ser efetivo. 57 5.3 Propostas para melhorias Participando como colaboradora na empresa, foi possível acompanhar todos os detalhes, e o dia-a-dia permitiu que, apoiada em alguns autores, a acadêmica tivesse argumentos para propor as melhorias necessárias para que a Mosarte possa corrigir falhas em seu processo. A acadêmica sugere como propostas de melhorias o seguinte: 1) Em relação ao espaço “chão” na expedição: No que diz respeito às considerações sobre a Movimentação e a Localização, citadas nas páginas 26 e 27, sabe-se que todos os itens de estoques devem receber alguns cuidados em relação a sua armazenagem, como por exemplo: definição de um layout adequado, onde se torna possível à máxima utilização do espaço, fácil acesso aos produtos e rápida localização dos mesmos. Baseado nas recomendações teóricas e na experiência adquirida durante a pesquisa sugere-se as seguintes ações: Conforme ilustra o quadro: O problema Transporte Volume de Produtos Produtos Vendidos Sugestão de Melhoria Benefício Considerar a possibilidade de pagar o frete e cobrar do cliente na nota fiscal. A Mosarte passaria a ter o controle, onde tranquilamente poderia ditar as regras e na qualidade de prestadores de serviço, as transportadoras teriam que se adequar às necessidades e exigências da empresa. Disponibilizar uma estante porta-pallets próxima à porta de carregamento dos produtos Reduzirá consideravelmente o volume dos produtos no chão 58 2) Inventários rotativos diários nos produtos que não giram: Para garantir a acuracidade dos estoques a Mosarte realiza inventários rotativos diários. Através de Dias (1993) evidencia-se que os inventários rotativos devem ser realizados no menor espaço de tempo, o que possibilita melhores condições de análise de divergências e ajustes. Dessa forma, para os itens considerados de baixo giro, a estratégia de gestão sugerida é: O problema Sugestão de Melhoria Benefício 1ª opção: Lacrar e etiquetar estes itens de maneira que, enquanto o lacre não for rompido, o controle pode ser visual, não necessitando contá-los todos os dias. Inventários nos produtos que não giram no estoque. (Retrabalho) 2ª) opção: Colocar os itens de baixo giro em uma prateleira separadamente dos outros produtos. Pode se utilizar esta prateleira para também colocar os produtos fora de linha. Desta forma torna-se visível a situação dos produtos. Esta prateleira deverá ser devidamente identificada, sinalizando que são produtos parados no estoque e que merecem atenção especial, no sentindo de realizar alguma ação para movimentá-los. Melhor aproveitamento do tempo dos funcionários, com outras atividades. Redução de produtos parados nos estoques. 3) Critérios para controle físico de produtos Foram detectadas falhas no processo de controle físico do produto. É recomendável que estes problemas sejam avaliados e corrigidos em função de sua natureza e importância. Assim sugere-se: 59 O problema Sugestão de Melhoria Benefício Estocar produtos de lançamentos sem histórico de vendas Não produzir estoques antes que algum pedido seja implantado. Produzir somente amostras para enviar as revendas. Reduzir custo de produto sem giro no estoque. O problema Sugestão de Melhoria Benefício Falta de critérios na Criação de um comitê para abertura de novas aprovação de abertura de tonalidades novas tonalidades. 1) Aumentar a coerência e assegurar que a decisão foi acertada. 2) Reduzir itens de estoque O problema Sugestão de Melhoria Benefício Produtos idênticos tratados separadamente (Quando os mesmos atendem diversas marcas). Criar um código universal, onde independente do produto solicitado o sistema de informação sempre direcione para o estoque universal. Nesta caso a embalagem e a etiqueta do produto em estoque também deve ser universal. Somente na chegada do pedido na expedição é que o produto será devidamente embalado e etiquetado de acordo com o código solicitado pelo cliente. Reduzir o volume de produtos idênticos, armazenados e controlados de forma separada. O problema Sugestão de Melhoria Benefício Mesmo produto estocado na expedição e no Kanban (peças sem brilho) Manter Kanban de peças em formatos específicos. Os produtos serão montados somente mediante encomenda. Redução: ordens de produção; set-up de máquinas; quantidades de lotes produzidos; tempo gasto com administração do estoque; tempo gasto com inventários; Espaço utilizado para armazenagem, etc. O problema Sugestão de Melhoria Benefício Manter Kanban de peças Redução: ordens de produção; em formatos específicos. set-up de máquinas; Os produtos serão quantidades de lotes montados somente produzidos; tempo gasto com Não existência de mediante encomenda. administração do estoque; Kanban para peças Porém neste caso deve-se tempo gasto com inventários; com brilho armazenar o produto de Espaço utilizado para forma cuidadosa, pois as armazenagem, etc. peças com brilho são Introdução de Kanban para delicadas, arranhando e produtos com brilho eliminando manchando com facilidade. estoques de produtos acabados. 60 4) Critério de avaliação do produto no estoque; Em relação aos critérios de avaliação, conforme citado na página 26, existem métodos para avaliação dos estoques de forma física e financeira. O tipo escolhido deverá ser o que for mais compatível com a empresa. Analisando-se o estoque de produtos da Mosarte, conclui-se que quanto mais tempo um produto permanecer no estoque, mais problemas este acarretará para a empresa. São diversos fatores, mas principalmente pela questão de tonalidades. Para isso sugere-se a adoção de um método que ajude a empresa a controlar o tempo de permanência de um produto no estoque, como segue: O problema Sugestão de Melhoria Produtos enviados à clientes sem critério de data de fabricação e tonalidades. 1) A empresa deveria utilizar o método PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai). 2) Ou, havendo estoque de diferentes tonalidades avaliar o lote a ser enviado. Benefício Menos tempo em estoque, Menor risco de problemas com tonalidades de novas compras de matéria-prima. Melhor aproveitamento futuro do estoque remanescente. 5) Sistema de Informação; Durante o desenvolvimento da pesquisa foi possível concluir que as funcionalidades atuais do sistema de informação existente na empresa não atendem as necessidades atuais. O sistema de informação foi desenvolvido há muito tempo atrás e como a empresa cresceu, diversificando seus negócios, novas funcionalidades são requeridas para a adequação. Em relação à gestão dos estoques, sugere-se um sistema de informação integrado que possibilite: 61 O problema Sugestão de Melhoria Benefício Implantação de um sistema de informação integrado que possa oferecer os seguintes serviços: O atual sistema de informação da Mosarte, não atende as necessidades da empresa. Controle dos Inventários – Determinar quais, quantos e em que períodos os itens de estoque devem ser inventariados; Identificação de lotes de produtos de mesma série de fabricação, porém com variação de tonalidade; Controle de entrada de produtos por Agilidade e data de produção, confiabilidade Controle de Estoque mínimo, máximo; nas informações Elaboração da curva ABC, tanto internas Cadastramento e codificação dos quanto externas. produtos; Valoração do estoque; Giro de estoque; Geração de relatórios com funções específicas do estoque; Consultas de estoque com possibilidade de bloqueio de quantidades; Rapidez nas respostas aos clientes, internos e externos. Definir quantitativos de estoques em processo (Kanban) É importante ressalvar que há uma continua preocupação gerencial da Mosarte no sentido da melhoria da gestão dos estoques da empresa. Um programa iniciado em 2007, busca resultados positivos que envolvem o ciclo desde reposição dos estoques, acompanhamento de vendas, esforço da área comercial, e exportação para movimentar os itens que estão parados no estoque. Esses procedimentos, associados às sugestões apresentadas no presente estudo, devem surtir ações positivas no desempenho da organização. 62 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para uma empresa como a Mosarte que, por umas das definições estratégicas – estoques de matéria-prima e produto acabado são diferenciais de pronto atendimento – a melhoria sugerida neste trabalho sem dúvida irá contribuir significativamente para o resultado da empresa como um todo. Assim a pesquisa foi realizada na empresa Mosarte, onde a acadêmica manifestou interesse em conhecer como funcionava o controle de estoques dos produtos acabados. Por este motivo foi proposto realizar esta pesquisa tendo como objetivo geral à análise da Gestão de Estoques de Produto Acabado, podendo-se afirmar que foi totalmente atendido, uma vez seus elementos foram observados. Os objetivos específicos também foram plenamente atendidos. A metodologia utilizada para desenvolvimento da pesquisa permitiu sua realização, identificando e conhecendo os problemas atuais do controle de estoque dos produtos acabados. As propostas evidenciam que a fundamentação teórica permitiu à acadêmica discernir e entender quais medidas podem, e devem ser revistas para a melhoria do desempenho da organização. A inclusão de um sistema de informação significa reforçar a inteligência da empresa e agregar conhecimento para a melhor tomada de decisão. Como este tipo de atividade industrial, possui características de rápidas alterações, sugere-se que novas pesquisas possam e devam ser realizadas posteriormente. 63 7 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Jorge Sequeira de. Administração de Materiais. 5ª edição. São Paulo. Atlas, 1981. ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. Uma Introdução. São Paulo. Atlas, 1999. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo. Atlas, 1993. CHING, Hong Yuh: Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada: Suplly Chain. São Paulo. Atlas, 1999. COLELLA, Victor. Auditoria: Controle Interno e Estoques. 2ª edição. São Paulo. Saraiva, 1986. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: Uma abordagem Logística. 4ª edição. São Paulo. Atlas, 1993. ______. Administração de Materiais: Edição Compacta. 4ª edição. São Paulo. Atlas, 1995. GIL, Antônio de Loureiro. Auditoria Operacional e de Gestão: Qualidade da Auditoria. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1996. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de Informação Gerenciais – Administrando a empresa digital. 5 edição. São Paulo. Pearson Education do Brasil , 2004. MARTINS, Petrônio G. LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. São Paulo. Saraiva, 2000. MARTINS, Petrônio Garcia. ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo. Saraiva, 2000. 64 MOTTA, João Maurício. Auditoria: Princípios e Técnicas. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 1992. O´BRIEN, James A. Sistemas de Informação. E as decisões Gerenciais na era da Internet. São Paulo. Saraiva, 2004. POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma abordagem Logística. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 2002. REZENDE, Denis Alcides; Abreu, Aline França de. Tecnologia da Informação. Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 3º edição. São Paulo. Atlas, 2003. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos Administração. São Paulo. Atlas, 1999. de estágio do Curso de SÁ, A. Lopes de. Curso de Auditoria. 7ª edição. São Paulo. Atlas, 1989. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 2002. STAIR, Ralph M.; Reynolds, George W. Princípios de sistemas e Informação. 4º Edição. Rio de Janeiro. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 2002 TUBINO, Dálvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 2000. VIANA, João José. Administração de Materiais: Um enfoque prático. São Paulo. Atlas, 2000. 65 DECLARAÇÃO A empresa Mosarte Indústria e Comércio de Mosaicos Ltda declara, para os devidos fins, que a estagiária Ciliane Cristina de Souza, aluna do curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão – Ceciesa – Universidade do Vale do Itajaí – Tijucas, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas. Tijucas, 06 de Novembro de 2007. ________________________________ Engº Marco Aurélio Sedrez 66 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Ciliane Cristina de Souza Estagiária Sergio Luiz Curti Orientador de Estágio Marco Aurélio Sedrez Supervisor de Campo Profº Jaqueline Fátima Cardoso Coordenador de Estágios