12
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI – TIJUCAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CILIANE CRISTINA DE SOUZA
ANÁLISE DA GESTÃO DE
ESTOQUE DO PRODUTO ACABADO
MOSARTE
TIJUCAS
2007
13
CILIANE CRISTINA DE SOUZA
ANÁLISE DA GESTÃO DE
ESTOQUE DO PRODUTO ACABADO
MOSARTE
Trabalho de conclusão de estágio
desenvolvido
para
o
Estágio
Supervisionado
do
Curso
de
Administração do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas Gestão – Ceciesa
Universidade do Vale do Itajaí –
Tijucas
Orientador: Prof. Sergio Luiz Curti,
M.Sc.
TIJUCAS
2007
14
[...] Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é “muito” para ser insignificante.
Charles Chaplin
15
Agradeço a Deus pela minha vida, e por ter
me dado forças para chegar até aqui...
A
minha
mãe,
Adélia,
minha
musa
inspiradora, guerreira, lutadora, todo meu esforço
é para você!
As duas pessoinhas amadas que caíram de
pára-quedas na fase mais turbulenta de minha
vida! Vilson amor meu... Arthur, meu filho
amado, razão da minha vida! Perdoem-me a
ausência, daqui pra frente tudo será diferente!
Aos meus irmãos, Sirlene e Maikon,
sobrinhas, Thainá e Nathália, obrigada por todo
apoio. E ao meu amigo irmão Daniel, sempre
disposto a ajudar!
Aos meus amados amigos, Aline, Nivaldo,
e todos os outros...obrigada por tudo! Foi um
período inesquecível... Sentirei muitas saudades...
Ao meu orientador de campo, meu ídolo
Marco Aurélio Sedrez, obrigada pela oportunidade
de poder chegar até aqui!
Ao meu orientador de conteúdo, Profº
Sérgio Luis Curti, muito mais que professor,
tornou-se amigo, ouvinte, quantos desabafos...
Obrigada por me ajudar muito, muito, muito e por
me ouvir sempre!
Enfim, a realização de um sonho... uma
pausa para comemorar esta etapa vencida!
Amanha é um novo dia e tenho que ir busca de
novos desafios... mas isso fica para amanhã...
Hoje é dia de alegria, e eu só quero comemorar e
agradecer, o quanto sou feliz!!!
Muito Obrigada!!!
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EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do Estagiário
Ciliane Cristina de Souza
b) Área de Estágio
Administração de Materiais
c) Professor Responsável por Estágios
Profª. Jaqueline Fátima Cardoso, M.Sc.
d) Supervisor de campo
Engº Marco Aurélio Sedrez
e) Orientador de Estágio
Profº Sérgio Luiz Curti, M.Sc.
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda.
b) Endereço
Br 101 km 162 – Centro – Tijucas – SC
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Administração de Materiais
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Engº Marco Aurélio Sedrez - Diretor Presidente
f) Carimbo e visto da empresa
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Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda
BR 101 km 162 S/N
Centro – Tijucas/SC
Cep: 88200-000
Fone: (048) 3263-0846
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
TIJUCAS – SC, 30 de OUTUBRO de 2007.
A Mosarte Ind. e Com. de Mosaicos Ltda pelo presente instrumento, autoriza
a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho
de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela
acadêmica Ciliane Cristina de Souza.
__________________________
Engº Marco Aurélio Sedrez
Diretor Presidente
19
RESUMO
Devido a busca pela melhoria contínua e a necessidade de se manter competitiva no
mercado em que atua, a acadêmica manifestou interesse em realizar uma pesquisa,
desenvolvida de forma qualitativa, onde o objetivo geral foi: a análise da gestão de
estoque de produtos acabados da empresa. A Mosarte é uma empresa pioneira no
Brasil no ramo de fabricação de mosaicos. Por sua matéria-prima ser importada, e o
processo de compra não ser muito simples, desde o início a empresa, precisou
aprender a adequar conceitos e teorias de autores, às suas reais necessidades em
relação à gestão de estoques. Enquanto em muitas empresas o diferencial é não
manter estoques, a estratégia que a Mosarte defende neste ramo é buscar a
vantagem competitiva, em relação à concorrência, vendendo de forma ágil produtos
que estejam em estoque. Porém, a gestão destes estoques deve ser feita de forma
criteriosa, tentando-se aproximar de um nível de estoque o mais “ïdeal” possível. Isto
significa produzir somente a quantidade que atenda a demanda, porém que gire
rápido. Sendo assim, a acadêmica teve oportunidade de conhecer como funcionava
o processo de Gestão de estoques do produto acabado e fornecer importantes
informações à empresa, sobre este processo. Baseado na revisão da literatura e na
experiência adquirida durante o desenvolvimento da pesquisa, tornou-se possível
propor melhorias adequadas às necessidades e particularidades da organização.
Palavras Chave: Gestão de estoques; estratégia; vantagem competitiva.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
20
Quadro 1 – Cálculo do ponto de reposição .................................................. 20
Figura 1 – Gráfico Dente de Serra ............................................................... 24
Figura 2 – Sistema ERP (Enterprise Resource Planning) ........................... 43
Figura 3 – Organogama da empresa ........................................................... 48
Figura 4 – Exemplo de produtos identicos cadastrados separadamente......55
21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
1.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 12
1.2 Objetivo Específico .............................................................................. 12
1.3 Justificativa........................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 14
2.1 Administração de Materiais................................................................. 14
2.2 Conceito e Importância dos Estoques ............................................... 15
2.3 Controle dos Estoques ........................................................................ 18
2.3.1 Identificação e Descrição dos Materiais.......................................... 22
2.4 Metodologia de Controle dos Estoques ............................................. 23
2.5 Política dos Estoques .......................................................................... 24
2.6 Avaliação dos Estoques ...................................................................... 25
2.7 Movimentação ...................................................................................... 26
2.8 Localização ........................................................................................... 27
2.9 Custos ................................................................................................... 28
2.10 Auditoria dos Estoques ..................................................................... 31
2.10.1 Métodos de Auditoria...................................................................... 32
2.10.2 Auditoria dos Estoques Contagem Física..................................... 33
2.11 Dados e Informação ........................................................................... 37
2.11.1 Sistemas e Sistemas da Informação ............................................. 38
2.11.2 Sistemas pra Gestão de Estoques................................................. 42
3. MÉTODO.................................................................................................. 45
3.1 Delineamento do Projeto ..................................................................... 45
3.2 População ............................................................................................. 46
3.3 Coleta de Dados ................................................................................... 46
3.4 Tratamento e Análise dos Dados ........................................................ 46
4. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA....................................................... 47
5. RESULTADO DA PESQUISA ................................................................. 51
5.1 Gestão de Estoques...............................................................................51
5.2 Expedição ............................................................................................. 52
22
5.3 Propostas para melhorias ................................................................... 57
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 62
7. REFERÊNCIAS........................................................................................ 63
11
1 INTRODUÇÃO
Devido à constante expansão das organizações, faz-se cada vez mais
necessário, um maior controle dos processos internos, a fim de que seja possível
acompanhar em tempo real, todas as atividades que ocorrem paralelas e
diariamente.
Muitas organizações realizam vários tipos de atividades ao mesmo tempo,
tanto internas quanto externamente, como por exemplo, a administração de filiais
espalhadas pelo Brasil, ou até mesmo pelo mundo. Estas organizações diversificam
ou aumentam sua produção, assumem novos compromissos, contratam novos
funcionários, e, à medida que crescem mais complexos ficam os controles destas
atividades.
Para a alta direção destas organizações, o controle torna-se ainda mais
complicado, pois a mesma ocupa-se em receber resultados através de ferramentas
desenvolvidas por seus gerentes, a fim de conseguir visualizar a situação em que a
empresa encontra-se no momento. A dificuldade percebida é realmente saber, até
que ponto as informações recebidas são verídicas, e podem ser confiáveis. Como
saber se todos os problemas internos que ocorrem diariamente são relatados aos
seus supervisores. E como saber se os procedimentos adotados para resolução dos
problemas, são executados de forma adequada, e esperada pela alta direção?
Os estoques das empresas podem ser citados como exemplo. Uma perfeita
administração dos mesmos torna-se fundamental para qualquer organização. Por
estes motivos e por muitos outros existentes e até mesmo desconhecidos, passou a
fazer parte da organização moderna, o acompanhamento e o controle mais apurado
dos estoques. A finalidade é conhecer passo a passo como o processo funciona e
avaliar se o método de controle é o ideal para a organização, ou se é possível
implantar melhorias, buscando um equilíbrio entre, ter sempre o produto pronto
quando o cliente precisar, e também não estocar em demasia, empatando capital
nas prateleiras dos estoques.
As empresas Mosarte possuem vários tipos de estoques. O tipo de estoque
que será abordado neste trabalho é o estoque de produto acabado. Atualmente a
empresa possui diversas linhas de produtos, alguns muito semelhantes e outros
12
totalmente diferentes. A intenção deste trabalho é verificar a real necessidade de
estocar estes produtos. A empresa preocupa-se com o fato de que estes estoques
podem não estar sendo administrados de maneira correta. A empresa sabe que seu
diferencial, frente aos concorrentes está no pronto atendimento de seus clientes e
reconhece a importância de manter estoques. É claro também que o capital investido
interfere diretamente na competitividade da organização. Por esses fatos é
necessário encontrar o meio termo, entre não produzir quantidades maiores que a
demanda, para não se comprometer financeiramente, e não deixar os estoques
acabar, impossibilitando-a de atender prontamente seus clientes, pois caso isso
ocorra a empresa perderá seu diferencial.
Por estes motivos a acadêmica propõe atender aos seguintes objetivos:
1.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho consiste, em analisar os procedimentos para
a gestão de estoque dos produtos acabados, da empresa Mosarte.
1.2 Objetivos Específicos

Realizar a revisão literária sobre o tema;

Identificar e conhecer os problemas atuais do controle de estoque dos
produtos acabados;

Levantar os pontos fracos e fortes do processo;

Propor eventuais melhorias.
13
1.3 Justificativa
Este trabalho justifica-se pela necessidade da empresa em analisar seus
procedimentos em relação ao controle de estoques dos produtos acabados.
A empresa entende que uma grande parte da responsabilidade pelo seu
sucesso e competitividade, está concentrada em conseguir atender todos os clientes
em tempo recorde, utilizando-se assim de vantagens competitivas encontradas em
uma perfeita administração de estoques. Por este motivo, a análise que será
realizada nos estoques, garantirá que as informações que chegarão à alta direção
serão de altíssima confiança, e, que, baseado nestas informações, a alta direção
possa tomar decisões acertadas para o bom desempenho da empresa.
A empresa é certificada pela ISO 9001-2000 e por este motivo realiza
auditorias internas periodicamente, visando com isto manter procedimentos préestabelecidos e padronizados pela organização, porém nada impede que a mesma
queira reforçar este procedimento, entendendo a grande importância que tem a
administração de estoques. Este tipo de trabalho nunca foi executado no grupo, o
que o torna muito interessante e totalmente pioneiro.
Para a acadêmica será uma excelente oportunidade de aprofundar os
conhecimentos numa área extremamente importante, e que se torna cada dia mais
imprescindível em uma organização que considere estoque, como um fator
competitivo.
Espera-se poder contribuir para com a universidade, possibilitando que novos
alunos, tenham acesso a este trabalho e possam obter informações para estudos
futuros.
Naturalmente este projeto é totalmente viável, tanto para a empresa quanto
para a acadêmica, pois a mesma trabalha na empresa e teve total acesso a todas
as informações que se fizerem necessárias durante o trabalho.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O objetivo deste capítulo é conhecer o que os autores defendem e explicam
sobre estoques, seus conceitos, métodos e ferramentas disponíveis para controle,
cuja fundamentação tem a finalidade de contribuir para a realização deste projeto.
2.1 Administração de Materiais
A Administração de materiais é de extrema importância dentro de uma
empresa. É responsável por manter estoques em quantidades que permitam que a
empresa honre seus compromissos perante seus clientes e, por outro lado, não
desperdice dinheiro estocando produtos sem necessidade, ou em quantidades
maiores que o consumo previsto para um determinado período. Como cita Martins e
Laugeni (2000), a administração de materiais tem impacto diretamente no lucro da
empresa, e na qualidade de seus produtos. Por este motivo explica-se que a gestão
de estoques deve estar a mais próxima possível do método Just-in-time, objetivando
reduzir os estoques e manter o cliente satisfeito.
Para Ballou (1993, p.61) “o objetivo da Administração de materiais deve ser
prover o material certo, no local de operação certo, no instante correto e em
condição utilizável, ao custo mínimo”.
Arnold (1999), em sua obra define que, se o material não estiver correto, na
quantidade certa, não estiver disponível no momento necessário, a empresa não
produzirá o que deveria, sendo assim tanto à mão de obra, quanto o maquinário
serão mal utilizados, comprometendo a lucratividade e talvez até a existência da
empresa.
Para se manter no mercado e continuar competindo, a empresa necessita de
uma estratégia para a administração de materiais, principalmente no que diz respeito
ao controle de estoques. Caso contrário seu desempenho ou permanência estarão
fortemente ameaçados.
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2.2 Conceito e Importância dos Estoques
Uma empresa que busca sair na frente da concorrência apostando na pronta
entrega de seus produtos, satisfazendo e fidelizando seus clientes desta forma; mas
que por outro lado não tem como prever quando os pedidos chegarão, precisa sem
dúvida produzir e estocar seus produtos, antecipando as vendas. Por este motivo a
importância dos estoques dentro de uma empresa é realmente muito grande, e
digna de estudos que levem a um melhor aproveitamento e eficiência dos mesmos.
Slack, Chambers e Johnston (2002), explicam que os estoques existem por
que a organização não consegue prever a demanda, existe uma diferença entre o
abastecimento, como matérias-primas e insumos, e a demanda pelo produto
acabado, ficando evidente então a necessidade dos estoques.
Araújo (1981), compara a importância dos estoques nas empresas com o
trabalho realizado pelo coração, pois, a saúde e até a própria vida de um ser,
dependem de seu bom funcionamento, e o mesmo acontece com os estoques
dentro de uma empresa.
Ainda para Slack, Chambers e Johnston (2002), estoque define-se como
acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação,
algumas vezes também é utilizado para descrever qualquer recurso armazenado.
Os mesmos autores também definem que, é muito difícil lidar com milhares de itens
estocados, e que para controlar tal complexidade existem dois procedimentos: a)
Primeiro passo é classificar de forma adequada os diferentes itens estocados, a fim
de que possam aplicar um grau de controle; b) Segundo passo deve-se investir em
um sistema de processamento de informação que permita lidar com seus distintos
conjuntos de circunstâncias de controle de estoque.
Usando como exemplo uma indústria, poderemos perceber que há vários
tipos de estoques durante a produção de um item, os estoques podem iniciar com
matéria-prima ou insumos, que depois de processados em vários estágios, passam
a ser estocados como produto acabado. Como afirmam Slack, Chambers e Johnston
(2002, p. 381) “Estoques ocorrem tanto antes, quanto depois do principal processo
16
de distribuição da operação, e em algumas operações, os itens são armazenados
diversas vezes”.
No que tange à gestão de estoques vários aspectos devem merecer a
atenção do administrador. Martins (2000), por exemplo, ressalta que o modelo ideal
para determinar um sistema de gestão de materiais deve responder a duas
perguntas: Quando e quanto repor”. Para responder a questão de “Quando repor” o
referido autor cita dois sistemas:
A) Sistema de reposição contínua: Conhecido como sistema de estoque
mínimo ou ponto de reposição. A forma de controle deste sistema é:
calcular um nível de estoque, quando o produto atingir este nível, faz-se a
sua reposição.
B) Sistema de reposição periódica: Chamada também de reposição fixa ou
estoque máximo. É estipulada uma quantidade máxima do item no
estoque, e determina-se em que período este item será monitorado pelo
sistema (semanal, quinzenal, mensal)etc., e quando atingir a quantidade
pré-determinada faz-se a reposição.
Já para responder a questão de quanto repor, o autor Martins (2000), cita o
seguinte procedimento:
A) Lote de Reposição: Leva se em consideração exatamente o que foi
determinado, ou seja, confronta-se o nível de estoque no momento da
verificação com o estoque mínimo ou máximo de acordo com o critério
que a empresa adotou.
Continuando com os exemplos das indústrias, podemos listar os estoques de
acordo com a ordem que seguem na produção desde a entrada de insumos,
passando por várias etapas até a saída do produto acabado ao cliente.
Existem diversos nomes e tipos de estoques em uma organização. Pozo
(2002), cita os mais conhecidos que são:
a) Matéria-prima: Material básico que sofrerá um processo de transformação
dentro da fábrica, para posteriormente entrar no estoque de produto acabado.
Podem ser também itens prontos comprados por outra unidade e que farão
parte do produto acabado;
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b) Materiais Auxiliares: São materiais que ajudam e participam da execução e
transformação da matéria-prima, não são agregados ao produto acabado,
mas são essenciais no processo de transformação da mesma;
c) Materiais para a Manutenção: São peças de apoio à manutenção de
equipamentos, pode-se também incluir aqui os materiais de escritório;
d) Materiais Intermediários: São materiais que se encontram em processos,
sendo fácil ou difícil sua localização, dependendo da estrutura dos processos
da organização, e também dependendo do tipo de material. O volume dos
mesmos depende do planejamento que foi feito tanto para atender a demanda
quanto para estoque. As quantidades encontradas durante o processo
praticamente sempre serão quantidades para atenderem pedidos e deixar
uma quantidade em estoque;
e) Materiais Acabados: Também chamados de produtos acabados ou produto
acabado, este estoque contém produtos prontos, embalagens adequadas de
acordo com cada produto, este encontra-se ao inteiro dispor do serviço de
coleta que o levará até seu destino, ao cliente. O controle deste estoque é
muito importante, pois a partir dele é possível monitorar as quantidades
estocadas evitando assim ficarem obsoletos.
Considerando
a
classificação
acima,
percebe-se
a
importância
da
administração destes estoques. Um erro nas previsões em qualquer um destes
estágios resulta em perda financeira para a empresa. Ressalta-se que a
rentabilidade da empresa tem grande influência na gestão de estoques.
Ainda sobre a classificação dos estoques pode-se citar outras visões. Cada
autor descreve os tipos de estoque de acordo com seu entendimento e grau de
importância que os considera. Como exemplo, temos outro modelo descrito por
Slack, Chambers e Johnston (2002), que classifica os tipos de estoques da seguinte
maneira:
A) Estoque Isolador: Também conhecido como estoque de segurança, existe
por causa da incerteza da demanda, geralmente é quantidade mínima, porém
como o próprio nome já diz, ele existe para garantir o pronto atendimento de
um cliente, ou se interno, garantir que um processo não pare por falta ou
atraso de outro;
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B) Estoque de Ciclo: Nas indústrias, mesmo quando a demanda é estabelecida
e previsível, alguns itens que compõem o produto acabado demoram mais a
ser produzidas que outros itens, para que não haja atrasos na montagem dos
produtos, os itens que demoram mais a serem produzidos são estocados a
fim de não gerarem transtornos na produção, e nem aos clientes;
C) Estoque
de
Antecipação:
Podem
ser
entendidos
como
estoques
estratégicos, seja produzindo e estocando como estratégia de mercado para
atendimento mais rápido, ora seja comprando para aproveitar uma promoção,
ou antes, que preço atual do produto seja reajustado;
D) Estoque no Canal (de distribuição): Significa estoque em trânsito. Para que
não haja muita demora na entrega dos produtos, os mesmos são estocados o
mais próximo possível dos clientes.
A partir do expostto, é possível sentir a importância de se ter estoque, e de se
manter um eficiente controle destes estoques como será visto a seguir.
2.3 Controle dos Estoques
Não há duvidas de que haja diversas razões pelas quais se estocam
materiais, sejam eles matérias-primas, insumos, produtos acabados, entre outros.
Os motivos mais comuns justificados pelas empresas para se ter estoques é a falta
de tempo hábil para produzir tão rápido quanto à demanda, pois para uma empresa
de revestimentos cerâmicos é muito difícil prever quando entrará na empresa um
pedido de um cliente. Outro motivo não menos complicado de se administrar são as
empresas que trabalham com matérias-primas importadas, leva-se muito tempo
desde o início das cotações, confirmação do pedido, embarque, viagem aérea ou
marítima, desembaraço no aeroporto ou porto, tudo isso faz com que a empresa se
veja forçada a investir em estoques que são chamados de estoques de segurança.
Estes estoques garantem matéria-prima suficiente para produção de alguns meses,
caso além da demora já conhecida pela chegada do material, a empresa ainda
19
possa vir a sofrer com algum outro tipo de acontecimento, que atrase ainda mais a
chegada do mesmo, como por exemplo, uma greve na receita federal.
De acordo com Dias (1993), controlar os estoques abrange muitos pontos
importantes. Para que este controle seja eficaz é necessário um amplo
conhecimento do assunto, principalmente no que diz respeito a custo destes
estoques, a forma de armazenagem, movimentação, localização e distribuição.
Como já abordado neste trabalho, nas indústrias onde é impossível prever a
demanda as empresas precisam produzir antecipadamente e estocar os produtos
até que sejam solicitados por seus clientes. No controle dos estoques Ching (1999),
chama o processo de produzir e estocar para vender de Fluxo descontínuo de
material, o autor explica que é um sistema clássico também conhecido como método
de empurrar o estoque “Push”. Neste sistema quando um cliente efetua um pedido,
ele é atendido com o produto acabado que está estocado. Assim que este produto
atinge um ponto de pedido é informada a produção, para que com informações
baseadas nas vendas passadas, reabasteça o estoque a espera de novos pedidos.
O problema percebido neste tipo de controle é se basear numa demanda
imprevisível e acabar por estocar produtos mais que o necessário, causando assim
inevitáveis problemas como dinheiro “empacado” nas prateleiras, obsolescência dos
produtos, e também problemas relacionados a espaço físico.
Ainda o mesmo autor, diz que, outro método bastante conhecido de controle
dos estoques é o método do estoque mínimo. Este método de controle pretende
gastar o mínimo possível com estoques, porém precisa estar em perfeita sintonia
com o setor de vendas e com a produção. Qualquer deslize ou falha de
comunicação resultará num possível atraso no atendimento dos clientes.
Ching (1999) diz que este método também é conhecido como Ponto de
Reposição. Que devido às vendas, o estoque de um produto cai e atinge uma
quantidade pré-estabelecida como, a do ponto de reposição, neste momento um
pedido de compra ou, um ressuprimento é feito exatamente nas quantidades fixas
determinadas pela empresa. O cálculo para reposição é feito da seguinte maneira:
(custo de aquisição/pedido) x (demanda anual/lote de reposição) + (custo de
manutenção anual) x (valor unitário do produto) x lote de reposição/2). O autor
apresenta, ainda, uma tabela onde é possível obter várias alternativas, como saber o
20
tamanho do lote, e calcular o custo total para cada alternativa, podendo assim desta
forma, encontrar a quantidade que oferece o menor custo.
Cálculo para reposição de estoques
Tamanho do lote
400
500
600
700
800
200
250
300
350
400
Número de pedidos (D/Q)
13
10,4
8,7
7,4
6,5
Custo de manter estoque
100
125
150
175
200
Custo de aquisição
260
208
173,3
148,6
130
Custo Total
360
333
323,3
323,6
330
Estoque médio (Q/2)
Quadro 1 - Adaptado Ching (1999)
A responsabilidade em se administrar um estoque a partir deste método, é
acompanhar a produção diariamente a fim de evitar atrasos que comprometerão a
organização caso a produção não consiga repor rapidamente os estoques.
Para que a organização conheça seus estoques e possa administrá-los de
maneira eficaz, é necessário que se adote uma ferramenta de controle que lhes
permita analisar o estoque como um todo, quer seja em questão de valor, quer seja
em nível de facilidade ou dificuldade de produção, de manuseio e armazenagem, ou
de aceitação e preferência pelo mercado.
Pensando desta forma, qualquer estoque que possua mais de um item
armazenado, será classificado, e controlado pelo grau de importância que
representa para a organização. Dentre as várias formas de classificação dos
estoques, optou-se neste trabalho por estudar a curva ABC.
A utilização da curva ABC é, segundo Pozo (2002), extremamente vantajosa,
pois através da mesma, é possível reduzir os estoques sem prejudicar a segurança,
pois esta ferramenta permite o controle rígido nos itens de classe A, e mais
superficialmente os itens C. A classificação ABC pode ser usada nas diversas
unidades de medida como, por exemplo, peso, custo unitário, tempo, volume etc.
Para Tubino (2000), a classificação ABC, ou também conhecida como curva
de Pareto é um método que diferencia estoques, segundo sua maior ou menor
abrangência relacionada a um determinado fator. Também é empregada para dividir,
priorizar os problemas, e atacá-los dentro do aspecto da qualidade total.
Reforçando os conceitos acima, os autores Slack, Chambers e Johnston
(2002), explicam que alguns itens têm alta rotatividade, então no caso de faltarem
21
causariam muitos problemas. Outros têm valores monetários expressivos, logo se
comprados ou produzidos em demasia causariam também sérios problemas a
organização.
A curva ABC é de acordo com Pozo (2002), conhecida desta forma em razão
da divisão dos dados em três categorias diferentes chamadas de A, B, e C.
Conforme detalhado abaixo:

Classe A: Itens de maior importância para a organização, devem receber
maior atenção, os itens deste grupo representam 80% do valor monetário e
20% dos itens estudados;

Classe B: Itens intermediários, são analisados após o tratamento dos itens A,
correspondem a 15% do valor monetário total do estoque, e no máximo 30%
dos itens estudados;

Classe C: Itens de menor importância, mesmo sendo de maior volume em
quantidades, seus valores monetários são pequenos, permitindo um tempo
maior para análise e tomada de decisão. Devem ser tratados seguindo a
ordem, ficando em ultimo lugar na classificação ABC. Geralmente
representam 5% do valor monetário total, porém mais de 50% dos itens
formam sua estrutura.
Dias (1995), em sua obra aborda os mesmos conceitos, porém utiliza
percentuais diferentes como segue:

Classe A: 70% do valor monetário total e aproximadamente 8% dos
itens;

Classe B: 20% do valor monetário total e aproximadamente 20% dos
itens;

Classe C: 10% do valor monetário total, e aproximadamente 72% dos
itens;
Segundo Viana (2000), a curva ABC, pode ser implantada de diversas
maneiras, como por exemplo, quanto tempo que um item leva para ser reposto,
quando da sua saída do estoque, volume de giro no estoque (entradas e saídas), ou
seja, se tem alta rotatividade, etc. Porém a mais usada é sobre o valor de consumo
que o item representa no valor total do estoque.
22
Pode se perceber que a curva ABC é normalmente utilizada, por permitir que
uma série de análises dos estoques seja feita com base, no uso do seu método.
Como já relatado anteriormente, um item depois de finalizado a sua produção,
e classificado de acordo com seu grau de importância para a empresa, passa a ser
tratado como produto acabado. Este produto pode ser imediatamente entregue ao
cliente, como pode também ser estocado dentro da empresa até que um cliente faça
um pedido e este possa ser despachado, concluindo assim sua venda. Uma vez
estocados, o pessoal responsável por estes estoques devem se preocupar com a
movimentação e localização destes produtos. Neste momento é necessário todo
cuidado de manuseio e armazenagem, uma vez que o produto já passou por todas
as fases de produção e encontra-se disponível para venda, deste modo qualquer
descuido pode ocasionar uma perda deste produto, tendo a empresa assim, que
arcar novamente com todos os custos de fabricação para substituição do produto
danificado.
2.3.1 Identificação e Descrição dos Materiais
Todo o item que será produzido, armazenado ou não, em um estoque, deverá
ter uma identificação para facilitar sua armazenagem e localização. A partir de um
momento em que um produto é criado, ou comprado pela primeira vez ele recebe
um nome, ou um código. A partir de então, ele passa a ser conhecido e chamado
por este nome ou código. É esta informação que irá constar na ficha técnica deste
produto, ou no pedido de compras para o fornecedor.
Viana (2000) descreve a necessidade de estabelecer uma seqüência lógica
de informações, a fim de que seja garantida a uniformidade das descrições para
que, os materiais que pertençam a um mesmo grupo possam seguir a mesma
seqüência de descrição, facilitando a organização e localização dos produtos.
O responsável pela gestão de estoques deve ordenar estes itens de maneira
que facilite o controle em relação à organização e localização dos mesmos. Sempre
que houver uma venda, o produto deve ser localizado com a máxima facilidade,
23
evitando atrasos, retrabalhos ou enganos. Essas ações evitarão o despacho do
produto errado para o cliente.
2.4 Metodologia de Controle dos Estoques
Um dos maiores desafios no controle dos estoques é saber exatamente qual
é o ponto ideal de quantidades a serem estocadas. Todas as empresas correm atrás
desta “receita de bolo”, porém, a metodologia utilizada por alguns, não é tão eficaz
para outros. Partindo desta premissa, Dias (1993), descreve alguns sistemas mais
utilizados para controle dos estoques que são:

Sistema Duas Gavetas: trata-se de um método de controle simples,
recomendado para controle dos itens classificados como “C”, na curva ABC.
Este controle é bastante utilizado para controle de pequenas peças. O
conceito é realmente bem simples, imaginam-se duas caixas, ou duas
gavetas, dentro de uma delas coloca-se uma quantidade de material
suficiente para atender ao consumo previsto para um período. Quando a
quantidade desta caixa/gaveta chegar à zero, inicia-se o uso da segunda
caixa/gaveta. Nesta segunda encontra-se uma quantidade suficiente para
atender o consumo, enquanto uma nova reposição é providenciada. Também
encontra-se nesta caixa/gaveta, um pouco mais que a quantidade para o
consumo previsto. Para esta quantidade dá-se o nome de estoque de
segurança;

Curva Dente de Serra: Se pudéssemos comprar um material, em
determinada quantidade, utilizá-lo e quando ele zerasse fosse possível repor
na mesma quantidade, e, melhor, que isso pudesse ser feito sempre, seria
muito cômodo. Porém como existem diversas variáveis que interferem neste
processo, como por exemplo, consumos sazonais, atrasos de fornecedores,
esquecimento de compras em relação à reposição dos materiais, devoluções
dos mesmos por problemas de rejeição, etc, torna-se necessário adotar um
sistema que consiga absorver estas eventualidades. Para que não se corra o
24
risco de ficar sem material durante algum período, pode-se utilizar o Dente de
Serra. Este método é analisado por um gráfico de consumo de um
determinado item, conforme ilustrado abaixo. Este gráfico auxilia tanto a
reposição quanto a criação um estoque de segurança para suprir a demanda
em caso de acontecerem as possíveis eventualidades citadas acima.
2.5 Políticas dos Estoques
Por saber que os estoques são um dos pontos mais importantes na
organização, a eles, são dedicados vários estudos, e disponibilizadas várias
pessoas, no intuito de que haja otimização dos mesmos. Todas as empresas que
possuem estoques em suas propriedades pesquisam e tentam encontrar maneiras
de reduzir estes estoques, ou até mesmo exterminá-los se possível, sem que com
isso, é claro, prejudiquem seus clientes fazendo os esperarem, ou até mesmo
perdendo-os para a concorrência.
Para tentar realizar o sonho de algumas empresas em otimizar os estoques,
técnicas japonesas foram criadas, possibilitando as organizações transferirem aos
seus fornecedores a responsabilidade por lhes atender em tempo real, com
quantidades exatas para sua produção.
Estas técnicas são conhecidas como Just in time e Kanban. Viana (2000), explica as
duas técnicas:
25

Just in time (tradução literal “Bem na hora”): Um determinado item é
produzido na quantidade e momento necessário, atendendo a variação de
vendas com quantidade mínima de matéria-prima, material em processo e
produto acabado. O Just in time é tido como uma filosofia que elimina todas
as perdas e desperdícios em todos os processos de manufatura que geram
produtos acabados, com ênfase na qualidade no produto acabado sem
estocagem.

Kanban: Técnica japonesa de controle visual e/ou auditivo conhecido como o
sistema de “puxar” no qual, os setores de trabalho sinalizam, por exemplo,
através de um cartão, que estão retirando determinada(s) peça(s) e que
consequentemente este setor deverá produzi-la(s) novamente para repor esta
retirada.
Para Tubino (2000), o sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o
método de produção Just in time, ou seja, é um sistema para controlar as
quantidades a serem manufaturadas pela empresa.
Nas empresas onde a prática destes métodos for possível, com certeza entre
outros custos, haverá redução nos estoques e conseqüentemente redução no
investimento de capital e espaço para armazenagem.
2.6 Avaliação dos Estoques
No controle dos estoques são necessários cuidados que vão além de verificar
quantidades físicas. É necessária a certeza que os dados são confiáveis, pois em
uma organização existe valor monetário entre outros fatores em jogo.
Uma das razões que podem levar uma empresa a falência explica Pozo
(2002), é o fato de imobilizar elevadas somas de capital em estoques, faltando assim
capital de giro. Por este motivo torna-se muito importante o controle do valor dos
estoques em tempo adequado, gerenciando-o, comparando-o com o planejado e
tomando as devidas providências quando houver desvios de rota.
Através deste controle a empresa tem informações precisas sobre seus
estoques de matérias-primas e produtos em estoque.
26
De acordo com Dias (1993), avaliação dos estoques inclui valor dos materiais
e produtos acabados. Para avaliação desses materiais, toma-se por base o preço de
custo ou mercado, dando preferência pelo menor deles. Os quatro métodos de
avaliação destes estoques são:
 Custo Médio: é a avaliação utilizada com maior freqüência, utiliza-se do preço
médio dos materiais independente da quantidade e da ordem de chegada
durante um período, age como moderador equilibrando os preços. Exemplo duas
entradas com quinze dias de intervalo entre elas a primeira de 100 unidades a
um custo de R$ 10,00 a segunda entrega 300 unidades a um custo de R$ 12,00.
Multiplica-se a 1ª entrada pelo custo = 100x10 = R$ 1.000,00, depois se faz o
mesmo processo para a segunda remessa 300 x 12,00 = R$ 3600,00. Agora
soma-se os valores R$ 1000,00 + R$ 3600,00 = R$ 4.600,00 e divide-se pela
soma das duas quantidades que foram recebidas 100 + 300 = 400 unidades. Ou
seja, R$ 4.600,00 / 400 unidades. Custo médio = R$ 11,50.
 Avaliação pelo método PEPS (FIFO): primeiro que entra, primeiro que sai
(First in, First Out), sua ordem é dada pela classificação das entradas. O
primeiro material a sair tem que ser o primeiro que entrou no estoque. O custo a
ser usado na avaliação deve ser o custo real.
 Avaliação pelo Método UEPS (LIFO): último que entra primeiro que sai, este
método considera que o último custo das entradas dos materiais. Método
utilizado em períodos de inflacionários, pois padroniza os preços para a venda,
auxiliando assim o reflexo dos valores e custos em nível de mercado.
2.7 Movimentação
Todo item após ser produzido deve ser estocado em um local prédeterminado pelo pessoal responsável. Este local deve ser seguro e bem controlado,
para que o produto fique armazenado até a sua venda.
Martins e Alt (2000), para este processo dão o nome de Entrega Centralizada.
Neste processo o produto é estocado em um deposito central e fica aguardando a
27
liberação dos pedidos dos clientes, nesta ocasião, os produtos são separados e
enviados ao cliente de acordo com suas especificações.
Viana (2000), diz que para proporcionar a movimentação rápida e fácil de
suprimentos desde o recebimento até a expedição, alguns cuidados são essenciais:

Determinar um local para armazenagem dos produtos, seja ele coberto ou
não;

Definir um layout adequado;

Os produtos devem estar em embalagens convenientes;

O ambiente deve estar sempre em ordem, limpo e arrumado;
O mesmo autor ainda acrescenta que com esses cuidados é possível obter:

Máxima utilização do espaço (ocupação);

Efetiva
utilização
dos
recursos
disponíveis
como
mão-de-obra
e
equipamentos;

Fácil acesso aos produtos estocados, máxima proteção dos itens, boa
organização e satisfação das necessidades dos clientes.
Através dos exemplos acima ressalta-se a importância de manter os itens em
locais de fácil acesso e devidamente identificados, pois entre vários exemplos dos
benefícios que isto trará podemos citar um que é muito importante em qualquer
organização e que diz respeito a rapidez na localização dos itens e fácil atendimento
dos clientes internos ou externos.
2.8 Localização
A localização dos produtos estocados é de suma importância dentro de uma
organização. Os materiais devidamente identificados e acessíveis permitem rápida
resposta por parte da empresa, no despacho de seus pedidos, necessitando de
menos mão-de-obra e ganho de agilidade.
Para Martins e Alt (2000, p. 161) “A localização dos estoques é uma forma de
endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente
localizados”.
28
Para Viana (2000), a finalidade de se montar um esquema de localização é
estabelecer os meios necessários, e proporcionar facilidades na identificação
imediata do endereço, de onde o material está localizado. O mesmo autor também
diz que dependendo do lay-out e da conveniência a organização pode optar por
identificar através de letras, as estruturas porta-pallets, catilever (estrutura para
armazenagens de peças grandes como tubos, por exemplo) e estanterias.
Percebe-se a importância de manter os itens devidamente identificados e bem
armazenados a fim de facilitar sua localização. Torna-se necessário também que os
produtos sejam armazenados de forma organizada, devendo ser agrupados, todos
juntos ao grupo ao qual pertencem, pois, no caso de produtos acabados por
exemplo, percebe-se em algumas empresas que, a medida que os itens vão sendo
produzidos, vão sendo estocados no primeiro espaço vazio que o pessoal
responsável encontra nas prateleiras, o que sem duvida gera uma serie de
problemas tanto de controle interno como exemplo a localização dos itens, quanto
de custo na reposição do item, pois como a localização é difícil as vezes o produto
pode ser produzido novamente não ter sido localizado.
2.9 Custos
Um dos maiores interesses das empresas quando praticam qualquer tipo de
controle de estoques está relacionado a custos. Por saberem que grande parte do
capital está investido em seus estoques, é que se percebe a necessidade de que os
mesmos sejam bem controlados, e que seus custos devem ser conhecidos pela
empresa. Estas informações quando certas e bem esclarecidas auxiliam na tomada
de decisão evitando, ou diminuindo o risco de grandes somas de dinheiro
“empacado” nas prateleiras dos estoques.
Martins e Alt (2000) classificam em três categorias os custos de manter
estoques:
A)
Custos
Diretamente
Proporcionais
ao
estoque:
Quando
a
quantidade média estocada faz os custos aumentarem. Também
29
quanto mais itens estocados mais espaço se faz necessários e os
custos continuam aumentando.
B) Custos Inversamente Proporcionais aos estoques: São os custos que
diminuem devido a uma produção maior, que faz com que os custos
sejam diluídos pela quantidade total, ou também podemos usar o
exemplo de compras que num determinado momento pode optar por
comprar uma quantidade maior para aproveitar uma promoção.
C) Independentes da quantidade estocada: São valores fixos que
independentemente do nível dos estoques terão que ser pagos pela
empresa. Como um aluguel de um galpão, por exemplo.
Em qualquer
organização
onde
os
estoques
sejam
definitivamente
necessários, o que realmente deverá prevalecer é o uso do bom senso. Como os
estoques também podem ser vistos como uma forma de desperdício é importante
para a empresa estudar caso a caso, e buscar estocar o mínimo possível, sem
comprometer o atendimento de seus clientes.
Conforme Pozo (2002), lógica e racionalidade devem ser aplicadas para a
solução dos problemas de estoque. Portanto devem-se utilizar métodos de análise
na iniciação de custos que são importantes para a empresa na formação dos
estoques. No conceito deste autor, são conhecidos vários tipos de custos de
estoques, o autor cita alguns que são usados mais freqüentemente:

Custo Pedido: Sempre que ocorre uma solicitação para compra de algum
material, existe todo um custo para atendimento deste pedido, custos
chamados de fixos e variáveis como, por exemplo: Fixos são salários do
pessoal responsável pela compra, e variáveis todos os materiais e meios
necessários para o envio deste pedido até o fornecedor. Por tanto este custo
está embutido diretamente no custo do estoque.

Custo de Manutenção de Estoque: As empresas preferem manter estoques
em quantidades mínimas possíveis, nas empresas quando ocorrem tempos
difíceis, as mesmas realizam cortes nos estoques. Isto ocorre por que o
estoque representa dinheiro investido, enquanto que se diminuíssem os
estoques poderiam usar este dinheiro para investir no mercado. Os custos de
manutenção de estoques implicam também em necessidade de maior espaço
30
físico, custo com pessoal, seja em maior quantidade, ou melhor, capacitado e
qualificado, e também custos com informatização. Alem disto as empresas
ainda estão sujeitas as avarias como, incêndios, vencimento dos prazos de
validades, e roubos.

Custo por falta de Estoque: Tentando baixar os dois custos acima citados,
as empresas buscam diminuírem ao máximo seus estoques, porem isso pode
ocasionar um atraso na entrega dos pedidos dos seus clientes. Isto é um
problema, pois o não cumprimento dos prazos de entrega pode gerar multas,
cancelamentos dos pedidos, ou, mesmo que isso não ocorra, a imagem da
empresa começa a ficar desgastada, denegrida. Este é um custo elevado e
difícil de medir. Geralmente todos estes problemas ocorrem por falta de
planejamento e controle dos estoques.
Ching (1999) ainda acrescenta o Custo Total. Este por sua vez “é definido
como a soma dos custos de pedir e de manter estoque”. O autor relata que o custo
total auxilia no modelo do lote econômico, pois o mesmo determina a quantidade
dos pedidos a serem produzidos.
Arnold (1999), chama a atenção também para os custos relacionados à
estocagem dos produtos, à medida que as quantidades armazenadas aumentam,
aumentam também os custos relacionados a seguir:
A) Custos de Capital: Todo dinheiro investido em estoques deixa de ser
utilizado em outras aplicações, ou investido em algum diferencial que a
empresa pudesse desenvolver, buscando melhorar sua competitividade.
B) Custos de Armazenamento: Quanto mais material estocado, mais a
empresa necessita de espaço físico, funcionários e equipamentos para
administrar este estoque.
C) Custos de Risco: Quando a empresa estoca materiais, ela corre alguns
riscos como: vencimento do prazo de validade, modelo em defasagem,
material danificado no manuseio, ou no transporte, perda, extravio ou até
mesmo pequenos furtos.
Os custos de manter estoques variam de empresa para empresa, seu custo
depende do valor do produto, de quanto capital foi investido, do tempo de validade
31
do produto, etc. Algumas empresas terão custo mais altos, outras, mais baixos,
porém, ter custos para quem trabalha com estoques é algo inevitável. Sendo assim,
quanto menores estes estoques e melhor o seu controle, menores serão os custos.
2.10 Auditoria dos Estoques
A importância da auditoria já é reconhecida desde os mais remotos tempos,
na época dos sumérios. Como relata Motta (1992), os primeiros indícios da
existência da função auditoria datam de muitos séculos, no tempo da civilização
suméria (povo antigo do Oriente, do Vale do Rio Eufrates), em que os proprietários
que entregavam seus bens a guarda de terceiros, e que conferiam ou delegavam a
conferência de seus rendimentos obtidos com as atividades econômicas estavam,
na verdade, praticando funções de auditoria.
A auditoria chegou ao Brasil por volta de 1940, a tiracolo das multinacionais
que aqui começavam a instalar-se, pois os investidores do “Novo país” tinham de
receber garantias de que seus investimentos estavam sendo verificados pelos seus
auditores.
Inicialmente a auditoria se limitou à verificação dos registros contábeis,
visando observar se eles eram exatos. A forma primária, portanto confrontava a
escrita com as provas do fato e as correspondentes relações de registro.
Segundo Sá (1989), havia uma confusão terminológica que julgava auditoria
com perícia, revisão ou simplesmente exame de escrita.
Atualmente, este conceito é mais dinâmico e prossegue em evolução,
atribuindo à auditoria importantes funções, abrangendo todo o organismo da
organização ou de sua função administrativa.
O autor Sá (1989), defende que a auditora vai além de revisões, passando
também a crítica como conseqüência de suas interpretações.
O exercício da função de auditoria para, Gil (1996), seja ela administrativa
técnica ou operacional precisa da sustentação de alguns conceitos como:

Independência para escolher a situação a ser auditada (pontos de controle) e
das sugestões a serem negociadas entre os auditores e os auditados;
32

Atuação em dois sentidos: verificação e constatação na qualidade dos
processos e resultados da organização, já praticados e, como reflete nos
horizontes presente/passado e presente/futuro;

Independência do auditor para identificar/caracterizar/eleger o ponto de
controle a ser revisado;

Independência para avaliar os resultados obtidos através dos testes
efetuados, expressando sua opinião em relação à qualidade do ponto de
controle que está sendo ou foi auditado;

Independência para criação de um relatório onde possa expressar opinião
sobre o setor auditado.
2.10.1 Métodos de Auditoria
A metodologia inicial das tarefas exige que um roteiro seja seguido a fim de
que o método de auditoria seja eficaz.
Para tanto, o autor Sá (1989), dá exemplos de algumas fases do trabalho de
um auditor, que são:

Avaliação dos controles internos através de planos e de execução destes;

Plano de Auditoria;

Execução do plano trabalhando diretamente na empresa;

Avaliação da execução;
Todos estes passos aqui especificados representam o caminho, ou método
de execução de um programa de auditoria.
As auditorias devem ser realizadas por amostragem, afinal não é
recomendável “parar” a atividade de uma empresa para fazer uma auditoria. Salvo
em casos de grandes fraudes ou eminentes necessidades que a exijam.
Para Colella (1986), antes de selecionar quais serão os procedimentos de
auditoria, o auditor deve avaliar a eficiência dos controles internos e se poderá
confiar nos auditados.
33
As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao
objeto da auditoria. Esta variação ocorre de acordo com as diferentes necessidades
das organizações.
Por este trabalho referir-se basicamente a auditorias de estoques, optou-se
por abordar somente este tema.
De acordo com Gil (1966), o objetivo da contagem física é garantir a
veracidade dos ativos.
Segundo Motta (1992), a avaliação dos estoques também é entendida como
valorização, pois uma grande parte dos procedimentos aplicados nas auditorias é
em cima de quantidades físicas e qualidade dos dados e dos estoques. O auditor
deve se certificar da veracidade das informações checando se os custos individuais
foram obtidos de fontes seguras, como, por exemplo, notas fiscais, mapas de custo
etc.
A verificação dos estoques é um ponto vital do trabalho de auditoria, em
qualquer organização. Embora a verificação total dos mesmos seja impraticável, há
a necessidade de verificação mesmo que por amostragens.
2.10.2 Auditoria dos Estoques Contagem Física
A maneira mais comum e justa de se conferir os estoques é checando
estoque físico com os registros utilizados pela organização.
Para Viana (2000, p. 381) “O inventário físico é uma contagem periódica dos
materiais existentes para efeito de comparação com estoques registrados e
contabilizados em controle da empresa, a fim de se comprovar sua existência e
exatidão”.
Os objetivos que se pretendem alcançar com as auditorias de estoques
segundo Colella (1986), são:

Certificar-se que as quantidades físicas estão de acordo com os registros
apresentados pelos responsáveis pela área de estoque;
34

Certificar-se que os valores estão determinados em consonância com os
princípios contábeis aceitos que são: custo ou mercado. Levando em
consideração sempre o menor;

Se tiver registros de inventários anteriores, o auditor deve confrontar para ver
se há consistências nas informações do passado;

Verificar se os estoques não possuem itens obsoletos, caso possuam,
verificar se existem reservas adequadas para desvalorização dos mesmos;

Verificar se todos os itens inventariados pertencem à empresa, ou se há
mercadoria de terceiros ou em consignação, se estão penhorados ou em
garantia...
De acordo com Sá (1989), o objeto principal de verificação na auditoria dos
estoques é o estoque físico existente confrontado com os registros.
A auditoria dos estoques físicos garante a organização, a veracidade dos
números a ela apresentada através de relatórios normalmente gerados e controlados
por uma pessoa responsável pelos estoques em cada um dos setores onde os
mesmos existem.
Os sistemas que controlam os estoques estão sujeitos à falhas conforme
Viana (2000), sendo assim não há garantias de que as quantidades registradas
correspondam exatamente com o que esta nas prateleiras. Esta exatidão, porém é
muito importante para que o sistema de controle dos estoques funcione com a
eficiência requerida.
Ainda Viana (2000, p. 382) “os inventários tornam-se importante instrumento
de gerenciamento e, por razões de auditoria, é necessário ter-se a comprovação real
da exatidão de seu valor”.
Conforme Sá (1989), ao examinar os estoques físicos existentes o auditor
deverá examinar também uma série de particularidades, como por exemplo,
segurança no local de armazenagem, se a localização dos materiais é ideal, se há
etiquetas de identificação, e também se o material encontra-se em perfeito estado de
conservação.
Periodicamente a empresa deve realizar inventários físicos em seus estoques
a fim de manter a acuracidade dos mesmos.
35
Segundo Dias (1993), os inventários podem ser realizados de duas formas:

Inventário Geral: realizado anualmente, inventaria-se todos os itens de uma
só vez, o problema de executar um inventário desta natureza é que este
processo se torna muito extenso, e dificulta ajustes e análises de
divergências.

Inventários Rotativos: Distribui as conferências ao longo do ano,
concentrando assim uma quantidade menor de itens, a realização requer um
menor espaço de tempo, possibilitando assim melhores condições de análise
de divergências e ajustes.
Para o sucesso de um inventário é necessário um planejamento das ações a
fim de não haver empecilhos durante o processo que façam com que os auditores
interrompam seu trabalho a fim de corrigirem falhas ocorridas e detectadas durante o
percurso.
Por isso Dias (1993), defende que um bom planejamento é essencial na
obtenção de bons resultados, e cita duas providências que devem ser tomadas
como:

Definir e convocar quem realizará os inventários, data e local;

Ferramentas que possibilitem a contagem e os relatórios adequados.
Para Gil (1996), o auditor deve atuar com um roteiro e ter conhecimento da
técnica de contagem, possuir planilhas para apuração da contagem, acesso aos
registros da empresa, ele também deve estar atento a fatores surpresa que possam
vir a ocorrer e não pode esquecer que as divergências entre a contagem e os
registros existentes devem ser apuradas.
De acordo com Viana (2000), para que o sistema de inventários de estoque
suporte e garanta fidelidade nas informações o auditor deve atentar para quatro
funções que permitem esta garantia.

Procedimentos: observar os procedimentos executados pelos responsáveis
pelo estoques evitando assim distorções entre saldos registrados e
quantidades físicas de estoque. A análise destas distorções também oferece
oportunidade para corrigir os desvios observados.
36

Recebimento: é fundamental para os controles de estoque que a empresa
possua normas de recebimento que assegurem que estão recebendo e
pagando exatamente por aquilo que compraram. É importantíssimo que no
ato do recebimento as quantidades físicas sejam conferidas e comparadas
com as faturadas pelo fornecedor.

Localização: é imprescindível a organização manter todos os itens
estocados, em perfeito estado de localização. Itens estocados sem
identificação, podem ser difíceis de serem encontrados e considerados como
faltantes.

Conferência de embarque: Mesmo após os materiais separados e prontos
para a coleta, deve-se fazer novamente uma inspeção a fim de garantir que
as quantidades solicitadas estão em conformidade com as separadas.
Conforme Motta (1992), depois do inventário físico, o principal trabalho do
auditor será confrontar os dados, observações e anotações com os registros de
estoques e razão geral em face das divergências encontradas. As diferenças podem
não ser significantes, mas deve ser dada a devida atenção tanto em caso de faltas,
quanto de sobras, principalmente procurando descobrir as razoes que provocaram
tais diferenças.
No relatório final de uma auditoria devem constar todas as irregularidades
constatadas durante a mesma, bem como todas as informações que se deseja
receber. O auditor não deve ocultar nenhum fato, pois qualquer informação poderá
ser de grande valia para análise e tomada de decisão referente aos estoques da
organização.
Segundo Sá (1989), relatório de auditoria é uma ferramenta técnica, cujo
objetivo é relatar o resultado dos trabalhos que foram executados de acordo com o
programa planejado.
37
2.11 Dados e Informação
Uma organização que busca se manter no mercado sempre à frente de seus
concorrentes, necessita de flexibilidade e agilidade nas suas decisões, ajustando-se
assim, às tendências do mercado. Na busca pela diferenciação de seu produto, a
estratégia a ser adotada pela empresa deve contemplar, sem dúvidas, a qualidade e
a velocidade das informações. Com isso torna-se possível o rápido atendimento aos
seus clientes, bem como, responder questões relativas ao produto ou serviço.
É muito arriscado para uma organização operar com informações imprecisas
ou não confiáveis. Tem sido muito comum nas empresas, a ocorrência de
informações totalmente desencontradas, em função da área em que são tomadas.
Portanto, para evitar isso, a empresa deve juntar todos os elementos disponíveis
chamados de dados, que estarão armazenados em bancos de dados, processá-los
com vistas a obter informações oportunas.
Os dados existentes numa organização devem ser coletados, organizados e
ordenados de uma maneira lógica a fim de se transformarem em informação.
Conforme Rezende e Abreu (2003), os dados podem ser; conjunto de letras,
números ou dígitos que sozinhos não podem auxiliar a empresa. Para Stair (2002)
“Dados representam as coisas do mundo real, são simplesmente fatos não
trabalhados, Têm pouco valor além de sua existência”.
Porém, a partir do momento que estes dados são organizados e ordenados,
eles passam a ser Informações, e então, a empresa começa a ter uma ferramenta
de auxílio na rapidez do atendimento, visualização do cenário atual, e começa a ter
a oportunidade de trabalhar estas informações de tantas maneiras quanto forem
necessárias ou desejadas. Informação, segundo Laudon (2004, p.7), “quer dizer
dados apresentados em uma forma significativa e útil para os seres humanos”.
Ressalta-se, portanto, que toda a tomada de decisão está baseada na
qualidade da informação, que por sua vez está respaldada nos dados que a
38
geraram. A informação oportuna é, para muitas organizações, considerada como
vantagem competitiva.
2.11.1 Sistemas e Sistemas da Informação
De maneira geral, atualmente todas as organizações precisam de um sistema
de informação para nortear seus objetivos, em qualquer que seja o setor da
empresa. As informações certas, garantem a sobrevivência da mesma, pois a
rapidez nas respostas a mantêm competitiva no mercado.
Antes de abordar
sistemas de Informação, é necessário entender o que são sistemas. Rezende e
Abreu (2003), dizem que entre vários conceitos sobre sistemas podem-se definir
alguns, como:

conjunto de partes que agem reciprocamente, unindo-se para alcançar um
objetivo ou resultado;

relacionado a informática significa o conjunto de Software, hardware e
recursos humanos;

ou, componentes da tecnologia da informação e seus recursos integrados;

ou ainda a empresa e seus vários subsistemas.
Devido as constantes mudanças dentro de uma organização, principalmente
tecnológicas, torna-se importante o uso de um sistema de informação, no sentido de
disponibilizar as informações em um local comum. Um funcionário poderá transmitir
aos seus clientes internos ou externos a mesma informação que, qualquer outro
funcionário que acessar encontrará disponível, ou seja, a informação passa a estar à
disposição de um número maior de pessoas, delegando mais autonomia aos
diversos níveis.
Também se pode dizer que o interesse das empresas é utilizar estes
sistemas como ferramenta para tomada de decisões, como afirma Laudon (2004, p.
7).
Um sistema de informação poder ser definido como um conjunto de
componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera, processa,
armazena e distribui informações para a tomada de decisões, a
coordenação e o controle de uma organização. Além de dar suporte à
tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas também
39
auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar
assuntos complexos e criar novos produtos.
Ainda o mesmo autor, explica que, como há interesses diferentes em uma
organização, assim como especialidades e níveis, também há diferentes tipos de
sistemas. A necessidade definirá qual sistema será utilizado na organização. Os
mais de um sistema de informação. Por este motivo o mesmo autor descreve em
sua obra os quatro tipos de sistemas existentes que são:

Sistemas do Nível Operacional: acompanha as atividades e transações
básicas de uma empresa como vendas, folha de pagamento, fluxo de
matérias-primas dentro de uma fábrica. A função deste sistema é fornecer
respostas sobre a rotina dos processos e acompanhar as transações feitas
pela empresa, como quantidades de material existente em estoque, qual o
motivo que ocasionou um erro na folha de pagamento etc;

Sistemas do Nível do conhecimento: Ajuda a empresa a controlar o fluxo
de documentos e a integrar novas tecnologias, geralmente estes sistemas são
aplicados nas empresas em forma de estações de trabalho e sistemas
automatizados;

Sistemas do Nível Gerencial: fornecem relatórios periódicos que auxiliam os
gerentes na tomada de decisão. Este sistema visa atingir os objetivos de um
determinado setor da empresa e seu planejamento é a curto prazo;

Sistemas do Nível Estratégico: Trata-se de um nível mais elevado, as
decisões geralmente são tomadas por executivos, estes, com pensamento em
longo prazo tomam decisões a nível geral da empresa. Tratam de questões
estratégicas e tendências tanto a nível interno quanto externo.
O`Brien (2004), explica sistemas e sistemas da informação de maneira bem
mais simples e objetiva. Ele define sistema como “um grupo de componentes interrelacionados que trabalham juntos, rumo a uma meta comum, recebendo insumos e
produzindo resultados em um processo organizado de transformação”.
Segundo o mesmo autor, um sistema dessa ordem possui três componentes
que se interagem:

Entrada: elementos captados e reunidos que entram no sistema para serem
processados. Ex: Matéria-prima, dados, e esforço humano devem ser
organizados para serem processados;
40

Processamento: convertem insumos (entrada, citado acima) em produto.

Saída: os elementos produzidos são transferidos para seu destino final.
Produto acabado, serviços humanos e informações gerenciais devem ser
transmitidos aos seus usuários;

Feedback: dados que por exemplos são entregues aos gerentes de vendas
para que este tome conhecimento do desempenho do seu setor em relação
às vendas de determinado período;

Controle: monitora e avalia o feedback para saber se o sistema esta
caminhando para o atingimento de suas metas. Com o controle é possível
realocar os recursos e redireciona-los caso estejam se distanciando dos
objetivos.
Em síntese, um sistema de informação é um sistema que recebe recursos
(dados) como entrada e os processa em produtos, (informação) como saída. Sendo
assim é possível entender que em uma empresa existem milhões de dados
desconhecidos, espalhados por toda a empresa, dados estes que se processados,
organizados e/ou ordenados, podem se tornar informações valiosas para a mesma.
Os sistemas de Informação são constituídos por cinco recursos principais,
como destaca O`Brien (2004),

Recursos Humanos: em todos os sistemas de informação são necessárias
pessoas. Estas pessoas são chamadas de Usuários finais: podem ser
usuários ou clientes, são quaisquer pessoas que utilizem um sistema de
informação, ou a informação que ele produz ex. (vendedores, clientes,
engenheiros, gerentes etc.);
Também existem os Especialistas em SI: responsáveis pelo desenvolvimento
dos sistemas de informação (analistas, programadores, etc.), estas pessoas
projetam os SI de acordo com as necessidades do usuário final.

Recursos de Hardware: dispositivos físicos e equipamentos que são
utilizados para processar as informações não somente computadores como
todos os objetos tangíveis onde dos dados estão registrados, como folhas de
papel, até discos magnéticos. Recursos de Hardware em Sistemas de
informação
computadorizados
são
classificados
em:
a)
sistema
de
Computadores: Computadores de médio porte, microcomputadores e
41
mainframes. b) periféricos de Computador: teclados, mouse, monitor de
vídeo, impressora entre outros;

Recursos de Software: são os programas que dirigem e controlam o
hardware, e os procedimentos requisitados pelas pessoas. Os tipos básicos
de software são: a) Software de sistema: controla e apóia as operações de
um sistema de computador. b) Software de aplicativo: programas que
viabilizam a realização de tarefas específicas, como fazer uma planilha no
Excel, por exemplo;

Recursos de Dados: os dados constituem um valioso recurso organizacional,
devem ser efetivamente administrados para beneficiar todos os usuários finais
de uma organização. Os dados podem ser encontrados em forma d números
e caracteres alfabéticos, dados de texto, imagem, cifras gráficas entre outras.
Os recursos de dados normalmente são organizados Banco de Dados ou
Bases de conhecimento que guardam o conhecimento de múltiplas formas
como fatos, regras, exemplos ilustrativos sobre práticas de negócios bemsucedidas;

Recursos e Produtos de Rede: composto de recurso fundamental de todos
os sistemas de informação. Os recursos de rede incluem: a) Mídia de
Comunicações: que são: cabo axial, cabo de fibra ótica, sistemas de satélite
de comunicações entre outros. b) Suporte de rede: conjunto de recursos
humanos, hardware, software e dados.
Segundo Rezende (2003), quando falamos de sistemas de informação não
podemos deixar de considerar a tecnologia da informação e seus recursos
disponíveis.
A tecnologia da informação está presente em todos os setores de uma organização,
ela facilita o trabalho das pessoas, a tecnologia por si só não promove mudanças
nem vantagem competitiva, mas ajuda a evitar desperdício de tempo, otimizando
várias funções, e permitindo conexão com qualquer parte do mundo. Vários autores
conceituam os sistemas de informação como Hardware, Software e seus periféricos,
porém ainda Rezende (2003), diz que a principal finalidade e utilidade da Tecnologia
42
da Informação é desenvolver e melhorar os sistemas de informação, auxiliando nos
negócios, processos e atividades da empresa.
Os sistemas de informação utilizando os recursos oferecidos pela tecnologia
da informação servem de base para que a empresa possa competir no mínimo na
mesma velocidade que seus concorrentes.
Pensando internamente na empresa, podemos dizer que um sistema de
informação utilizando recursos tecnológicos conforme já abordado neste trabalho,
pode controlar seus estoques utilizando um sistema integrado de informações, que
possibilitem saber tudo sobre o produto desejado pelo cliente.
2.11.2 Sistemas para Gestão de Estoques
Para que uma organização consiga atingir eficácia ao controlar seus
estoques, é necessário que a mesma tenha conhecimento de todos os seus
processos, desta forma, quanto mais conseguir integrar as informações pertinentes a
estes controles, melhor para a organização.
Por este motivo muitas empresas aderiram e estão aderindo, ao sistema de
informação
ERP
(Enterprise
Resource
Planning),
que
traduzido
significa
Planejamento de Recursos Empresariais. Este sistema tem a função de armazenar,
processar e organizar as informações geradas nos processos da organização,
agregando e estabelecendo relações de informações entre todos os setores. Para
Slack (2002), os sistemas de ERP permitem integrar as decisões e a base de dados
de todos os departamentos da organização, fazendo com que as conseqüências das
decisões de um setor reflitam nos sistemas de planejamento e controle do restante
da organização, conforme ilustrado na figura abaixo:
43
Fornecedores
Aplicações
em
Operações
Financeiras
Aplicações
em
operações
produtivas
Aplicações
para
relatórios
estratégicos
Base de
Dados
Integrados
Aplicações
em compra
e
suprimento
Aplicações
em vendas e
marketing
Aplicações
em entrega e
logística
Consumidores
Gerência Sênior e
acionistas
Aplicações
em serviços
Aplicações em
gestão de
Recursos
Humanos
Empregado
Figura 2 – ERP - Adaptado de Slack (2002)
Como é possível de se notar, um sistema integrado, interage com todas as
partes de uma organização. Podemos usar como exemplo, um cliente que ao
colocar um pedido na área de vendas, este cairá automaticamente em todos os
setores interessados, e responsáveis por este processo. Este sistema também
favorecerá a tomada de decisão por parte da alta direção, que poderá acessar a
qualquer momento a base de dados e utilizar as informações ali contidas de acordo
com a sua necessidade no momento.
Como todos os sistemas, estes também apresentam pontos positivos e
negativos. Laudon e Laudon (2004), comentam sobre os benefícios e os desafios na
implantação de um sistema ERP:

Benefícios: Apoiar estruturas ou culturas organizacionais antes não possíveis
de serem criadas, uniformizando a maneira como se faz negócios entre filiais
do mundo inteiro. Estes sistemas prometem oferecer uma plataforma de
tecnologia única, onde os dados têm definições e formatos comuns e
padronizados. Também ajudam a criar fundamentos que possibilitem a
organização a se orientar pelo cliente ou pela demanda, pois com sistema
integrado se torna mais rápido responder aos clientes tanto em relação a
44
produtos quanto em relação a informações. Permitem as organizações
controlarem facilmente suas atividades com parceiros de produção e clientes,
principalmente se os parceiros usarem o mesmo sistema, o que permitirá a
troca de dados sem intervenção manual.

Desafios: A montagem deste sistema é conhecida como cara, demorada e
trabalhosa. Requerem investimentos altos em tecnologia, grandes alterações
no modo de operações das organizações. Este tipo de sistema não permite
que possa ir implantando aos poucos, pois como é integrado se relaciona e
afeta todas as áreas, forçando assim a empresa a parar para que o mesmo
seja implantado. Existe a possibilidade de estes sistemas serem frágeis a
mudanças, o que faz com que pequenas alterações talvez não sejam fáceis
de serem implantadas, fazendo com a empresa passe rapidamente a ter um
sistema desatualizado.
Como na implantação de todos os sistemas conhecidos, existem os prós e os
contras, cabe a cada organização decidir o que é mais importante para ela. Se o
investimento e o esforço são válidos, ou se vale à pena continuar seu processo da
maneira como já vem sendo feito, desde que a organização foi fundada.
Porém, se a empresa optar por enfrentar os desafios, entendendo que este
sistema é realmente uma ótima ferramenta para ela, não poderá esquecer que um
bom trabalho de conscientização e motivação, deverá ser feito com todos os seus
funcionários, sem a compreensão destes, será impossível o atingimento dos
objetivos traçados e todo o investimento será em vão.
45
3 MÉTODO
Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para viabilização deste
trabalho,incluindo seu delineamento, o tipo de abordagem, os participantes que
foram consultados, e os instrumentos de coleta e análise dos dados para a
realização da análise dos estoques.
3.1 Delineamento do Trabalho
O presente trabalho teve como objetivo verificar se os controles de estoques
físicos da empresa Mosarte eram efetivos, ou seja, podiam ser confiáveis, conforme
informavam os responsáveis pelo seu controle. Esta verificação foi feita através de,
uma análise nos procedimentos para gestão de estoques de produto acabado, a fim
de assegurar o máximo de confiabilidade possível. Para isso o tipo de estágio
escolhido foi a Avaliação formativa, que segundo Roesch (1999), esta pesquisa tem
a intenção de melhorar a efetividade do programa em determinada situação.
Para Roesch (1999, p.66) “As avaliações formativas baseiam-se em estudos
de processo, avaliação de implementação e estudos de caso, e usam primariamente
métodos qualitativos”.
A abordagem adotada e entendida como a ideal para a realização deste
projeto foi a pesquisa qualitativa. A estratégia da pesquisa foi um Estudo de Caso.
Esta escolha se justificou pelo fato de que o estudo de caso é o que mais se adequa
ao objetivo do projeto, porque segundo Roesch (1999, p.155) “O estudo de caso é
uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo
dentro de seu contexto”.
46
3.2 Participantes do Trabalho
População segundo Roesch (1999, p. 138) “É um grupo de pessoas ou
empresas que se interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”.
A pesquisa foi conduzida através de Observação Participante. Quando se fez
necessário, os responsáveis pelos estoques, e pelos departamentos que são
diretamente ligados aos estoques, foram procurados pela acadêmica.
3.3 Coleta de dados
Para a realização desta pesquisa os dados foram coletados através de fontes
primárias através da observação participante, e secundárias através de consulta em
documentos e arquivos existentes na empresa em relação ao controle dos estoques.
Para a coleta dos dados primários na pesquisa de caráter qualitativo, Roesch
(1999), diz que as principais técnicas de coleta são as entrevistas, observações e
uso de diários.
Também é citado por Roesch (1999), como dados secundários, os dados
coletados na forma de arquivos, banco de dados, índices ou relatórios.
3.4 Tratamento e análise dos dados
Os dados foram tratados e analisados através da abordagem qualitativa. Após
coletados, foram confrontados com os fundamentos teóricos descritos no capítulo 2.
O que possibilitou a acadêmica a proposição de melhorias para a empresa.
47
4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
As empresas Mosarte tiveram início em 01/02/1989, atuando no ramo de
revenda de produtos da Cerâmica Portobello, inaugurando sua primeira loja no
município de Itapema (SC). Em 1993 a loja deixou de vender somente produtos
Portobello, passando a trabalhar com outras cerâmicas nacionais. Posteriormente
ocorreu uma ampliação, como por exemplo, a loja chamada de Pontão, que tem
como ponto forte os produtos populares com preços mais acessíveis.
Atualmente as lojas de revenda de cerâmica são conhecidas como lojas
Pisoarte, oferecem as mais nobres marcas de cerâmicas nacionais e importadas,
apresentando as novidades do setor, que são frutos da participação nas melhores
feiras nacionais e internacionais.
As empresas Mosarte são as seguintes:
Montebello: Loja especializada em revestimentos cerâmicos das marcas:
Portobello, Portokol e Mosarte.

Pontão Max: Comercializa ponta de estoques de revestimentos cerâmicos e
mosaicos.

Espaço Pisoarte: Loja especializada em revestimentos, louças, metais e
mosaicos.

Galeria Haus: Loja de móveis e decoração e revestimentos especiais,
localizada em Balneário Camboriú. Atende especificamente decoradores,
arquitetos e clientes finais.

Via Sollo. Especializada na venda de calçados masculinos, femininos e
infantis, provenientes de diversos estados do Brasil.
Mosarte - Em 1995, o grupo diversifica seus negócios com a fundação da
Mosarte, uma empresa voltada à fabricação de mosaicos para as grandes cerâmicas
nacionais. Em 1999, a empresa lança a sua primeira linha de mosaicos com a marca
Mosarte Collection, linha esta criada para atender diretamente as revendas,
tornando a Mosarte uma fábrica não somente de serviços para indústrias cerâmicas,
mas sim, uma conceituada empresa no ramo de produção de mosaicos.
A partir de então a empresa inicia uma nova visão de mercado. Buscando o
fortalecimento da marca através das ferramentas de propaganda e marketing, como
48
por exemplo, revistas segmentadas no ramo de decoração e construção civil, jornais,
assessoria de imprensa e outras ferramentas como e-mail marketing (marketing
direto) que significa direcionar as informações pertinentes da empresa para todas as
revendas de produtos Mosarte e também aos especificadores (arquitetos,
decoradores, engenheiros, designers de interiores, etc).
Em 12 anos a Mosarte se tornou a fábrica de mosaicos mais bem equipada
da América Latina. Líder em inovações e produtos exclusivos é responsável por
grande parte da produção nacional de mosaicos. Os investimentos em novos
equipamentos demonstram seu real comprometimento com a diferenciação dos
produtos oferecidos. A aquisição de máquinas de corte com jato d´água, por
exemplo, que possibilita o corte nos mais variados formatos, inclusive o desenho de
peças curvas. Oferece produtos como profiles (molduras de mármores, também
conhecidas como perfis e que podem ser utilizadas para decorar paredes) e também
rodapés. Atualmente a empresa ultrapassou a marca de 500 mil peças produzidas
por mês. A equipe é formada por mais de 260 profissionais com formação das mais
variadas, suas funções são apresentadas no organograma da empresa como segue:
Figura 3. Organograma Mosarte
Fonte: Dados cedidos pelo setor de RH da empresa.
49
A Mosarte é especializada na produção de mosaicos de mármores, cerâmicas
e porcelanatos, com diversos formatos, e também agrega materiais como, (vidro,
metal, madeira, resinas, etc.). Possui em torno de 250 revendas especializadas em
acabamentos. Entre seus principais clientes estão indústrias cerâmicas, lojas, e
Home centers. A empresa também exporta para países como EUA, Chile, Jamaica,
México, Emirados Árabes, Bolívia, Uruguai, Arábia Saudita, entre outros.
O pioneirismo também está representado pelo modelo de administração
interna que rendeu à empresa a certificação ISO 9001:2000, inédito mundialmente
no setor. O sistema de gestão da qualidade é mantido buscando sempre atingir os
objetivos que representam à busca contínua pela satisfação de seus clientes.
Além das inovações em tecnologia e gestão, a Mosarte também inova na
forma como são montadas suas coleções. Elas são criadas a partir do voto interativo
de arquitetos, clientes revendedores, decoradores, jornalistas e designers. Desse
modo, as peças mais votadas são selecionadas e passam a compor a linha de
produtos oferecidos pela mesma. As atuais marcas/coleções produzidas pela
empresa Mosarte tem aproximadamente 1200 produtos, e a empresa personaliza
cerca de 35 produtos todos os meses.
A empresa participa de feiras nacionais e internacionais realizando pesquisas,
acompanhando as tendências mundiais, buscando sempre as melhores alternativas
de alta qualidade e tecnologia na produção de mosaicos em escala industrial sem
perder a característica artesanal.
A Mosarte atua no negócio de criação e valorização de ambientes. Sua
missão é criar ambientes únicos e agradáveis para viver, e sua visão é ser a
empresa de revestimentos especiais mais desejada do Brasil até 2011. Sua política
da qualidade é desenvolver e fornecer produtos e serviços diferenciados, que
atendam aos requisitos, através da capacitação e valorização do potencial humano,
e da busca pela melhoria continua do sistema de gestão da qualidade.
Com um posicionamento geográfico estratégico diante do mercado nacional e
internacional, a Mosarte está próxima dos portos de São Francisco e Itajaí, o que
facilita as exportações, e também as importações de matérias-primas e alguns
insumos.
A principal matéria-prima utilizada na empresa para fabricação dos mosaicos
é o mármore, que é uma pedra natural, proveniente de diversos países como Itália,
Espanha, China, Índia, Turquia, entre outros.
Como a importação destes mármores é demorada devida tempo de
negociação, transporte que leva em média 60 dias, e mais o tempo de desembaraço
50
no porto, o estoque e a administração destes, devem ser rigorosos a fim de evitarem
faltas ou excessos de matéria-prima.
Por este motivo, quando se fala em gestão de estoque de produto acabado,
tem que se levar este fator em consideração. Qualquer previsão de consumo errada,
resulta em compras de matéria-prima sem necessidade, diga-se em excesso, ou
falta da mesma, caso a previsão de demanda seja calculada errada.
Ainda relacionando a interferência dos mármores no estoque de produtos
acabados, pode-se incluir a informação de que, por ser uma pedra natural, possui
diferenças de tonalidade, fazendo com que nem sempre a quantidade comprada
será exatamente a quantidade utilizada. No Brasil ainda existe a cultura de se
comparar o mármore à cerâmica. Por este motivo, devido às diferenças de
tonalidades, os clientes não aceitam variações, fazendo com que novos lotes de
produtos sejam produzidos, mesmo que já existam em estoque.
É importante ressaltar a produção que é semi-artesanal, o que impossibilita a
rapidez no processo de montagem dos produtos, o que faz desta forma com que a
estocagem de vários produtos seja necessária. Como já citado anteriormente, faz
parte da estratégia da empresa, manter estoques. Atualmente a empresa atende
prontamente cerca de 70% de seus pedidos.
51
5 RESULTADOS DA PESQUISA
Neste capítulo serão descritos passo a passo o processo de Gestão do
estoque de produto acabado, o controle e armazenagem realizada pelo setor de
expedição. Incluindo as propostas de melhorias.
5.1 Gestão de Estoque
Através da observação participativa foi possível perceber que há várias
mudanças sendo implantadas, tanto na área responsável pela gestão de estoque de
produtos acabados, quanto na Expedição. O setor responsável pela Gestão de
estoque dos produtos acabados tem como objetivo principal otimizar este estoque,
ou seja, a empresa tem interesse de ter em estoque somente itens que,
efetivamente vendem conforme dados obtidos através de uma estimativa de
demanda.
O setor funciona da seguinte maneira: A cada final de mês é gerado um
relatório dos itens que estão estocados na expedição em valores R$, por marca.
Também é gerado mensalmente um relatório que permite a informação de quantos
pedidos à empresa conseguiu atender com estoque. Sabendo-se que a meta é
atender 70% dos pedidos com estoque. Isso somente para as duas marcas mais
representativas em relação ao faturamento da empresa.
Outro relatório que é gerado todos os meses é um relatório das vendas dos últimos 4
meses, o relatório é tabulado e calculado curva ABC e PQR. A curva ABC mostra
quais os produtos mais rendem para a Mosarte em valores monetários (R$). Já a
com a curva PRQ é possível obter informação de quais são os produtos mais
populares em números de pedidos ocorridos no período, e quais os produtos mais
populares em questão de quantidades de peças vendidas.
Através da obtenção destes dados é feita uma análise e os produtos que
conseguem ser A ($); + P (quantidade de pedidos); + P (quantidade de peças) serão
os itens de estoque e através destas informações define-se então os estoques
mínimos e máximos que são mínimo de 10 dias e máximo de 35 dias. Lembrando
52
que este trabalho é feito somente para as duas marcas mais representativas em
relação ao faturamento da empresa.
A emissão destes relatórios é bastante demorada, pois os dados coletados
aparecem de forma desorganizada e contém muitas informações que não servem
para a finalidade do relatório. Por este motivo estes dados precisam ser transferidos
para uma planilha do Excel e, até as informações ficarem exatamente como se
necessita, leva-se em torno de quatro (04) horas.
5.2 Expedição
A expedição é o local onde os produtos ficam armazenados aguardando
pedido, no caso de estoque, ou nota fiscal, no caso de pedidos especiais.
Acompanhando as rotinas de trabalho deste setor, pode-se observar que: depois de
finalizado o processo de fabricação dos produtos, ocorre o encaminhamento para
setor de expedição. Os produtos devem estar devidamente palletizados e
etiquetados a fim de facilitar a identificação, conferência e armazenagem.
Junto com os produtos, é anexada uma ficha, que contém informações
necessárias para o cadastramento no sistema de controle de estoques, tais como:
código, nome do produto, quantidade de caixas e quantidade de peças em cada
caixa. Após a conferência física, estas informações são inseridas no sistema e ficam
à disposição da área de vendas para atendimento dos clientes.
Após os produtos serem armazenados, estes passam a fazer parte dos
procedimentos de inventários realizados pelos funcionários da expedição. Este
trabalho é dividido entre três funcionários e a quantidade de itens verificados é
baseada na quantidade de tarefas que cada um tem durante o dia. Geralmente
realizam a verificação de no mínimo 30 e máximo 250 itens/dia.
Durante a observação realizamos diversas amostragens para medir a
efetividade dos inventários e pode-se verificar que o índice de erros é bastante
baixo, não merecendo uma atenção especial.
O primeiro problema percebido na expedição está relacionado à questão
espaço, “chão”. A expedição possui estantes porta-pallets, onde os produtos
53
acabados ficam estocados até a separação para envio ao cliente, porém o
espaço no chão da expedição fica comprometido devido a alguns fatores:

Transporte - Depois de separados para envio ao cliente, os produtos ficam
no chão da expedição, aguardando emissão da nota fiscal e retirada pela
transportadora. Como a escolha das transportadoras é feita pelos clientes, a
Mosarte não tem controle sobre o prazo de retirada. Por este motivo, alguns
pedidos acabam ficando mais tempo que o necessário no chão, ocupando o
espaço que poderia ser de outro material.

Volume de produtos - Como a Mosarte produz alguns produtos
relativamente grandes e pesados, estes não são tão práticos de serem
armazenados, razão pela qual acabam ficando no chão para facilitar o
manuseio.

Produtos Vendidos - Também para agilizar o processo de separação,
sempre que um produto entra na expedição, antes de armazená-lo nas
prateleiras, verifica-se se o mesmo possui pedido. Caso possua, a quantidade
que já foi vendida nem é armazenada, ficando no chão juntamente com as
outras peças.
Embora não tenha sido possível evidenciar nenhum problema grave, como
por exemplo, envio de material errado ao cliente, percebe-se que visualmente tornase complicado administrar estes produtos e saber exatamente o motivo pelo qual
cada um encontra-se no chão. Até mesmo por que essa informação é obtida através
de uma ficha que fica sob a caixa do produto e que a qualquer instante está sujeito a
se perder.
Baseado na reclamação da falta de espaço questionou-se a existência de um
relatório onde fosse possível saber se há itens sem giro no estoque, quais as
quantidades e há quanto tempo os produtos estão armazenados.
A expedição não tem acesso direto a este relatório. Quando se precisa deste
tipo de informação é consultado no sistema de estoque, um produto de cada vez.
Aqui mais uma vez encontramos problemas com os dados fornecidos pelo sistema,
e conseqüentemente todas as dificuldades na emissão de relatórios.
Analisando o referido relatório pode-se constatar que há produtos sem giro no
estoque há um período razoavelmente extenso. Também pode-se perceber que,
como estes produtos não giram, acabam sendo inventariados, utilizando o mesmo
54
critério dos itens que giram no estoque o tempo todo. Logo, como os inventários são
rotativos diários, percebe-se que há retrabalho e desperdício de tempo, contando-os
diversas vezes durante o mês.
A empresa tem conhecimento destes produtos sem giro. Porém por questão
estratégica, a empresa não pretende promover estes produtos simplesmente para
liquidar o estoque, haja vista que o custo da matéria-prima e o processo de
fabricação são caros e não convém promovê-los de qualquer maneira. A empresa
justifica que sempre que há uma venda para outros países, primeiro é oferecido este
tipo de produto, e que possui um histórico de que este procedimento funciona.
Também aproveita-se para vender estes produtos em épocas de feiras, através de
parcerias com seus representantes.
No entanto, através da análise do relatório observou-se 38 itens totalizando
3437 peças de produtos que nunca foram vendidos. Investigando o motivo pelo qual
foram produzidos chegamos à informação de que, quando foram desenvolvidos e
aprovados para compor a nova linha de produtos, tomou-se a decisão de produzir
antecipadamente, para que, caso chegassem pedidos, estes pudessem ser
atendidos prontamente.

Outro fator que chamou a atenção foi em relação à quantidade de tonalidades
existentes para um único produto, qualquer um dos funcionários responsáveis
pelo controle de qualidade, tem autonomia para sozinho, classificar o produto
e abrir uma nova tonalidade caso não coincida com as tonalidades já
existentes. Há produtos em estoque com até 06 (seis) tonalidades diferentes:
Procedendo desta forma os problemas percebidos foram:

Quanto mais tonalidades, mais espaço para armazenagem;

Maior dificuldade de administrar os lotes;

Maior dificuldade em decidir qual lote enviar ao cliente;

Os lotes são fragmentados em pequenas quantidades, o que faz com que
para atender pedidos com quantidades maiores, por muitas vezes é
necessário uma nova produção.

Possibilidade de um item permanecer no estoque, por mais tempo que o
ideal.

Quanto mais tempo um lote permanecer no estoque, mais chances de não
coincidir com o próximo lote de matéria-prima que for comprado.
55

Como o sistema de informação não é integrado, corre-se o risco de produzir
para estoque mesmo tendo produtos em estoque.
Constatou-se também que a empresa possui marcas diferentes para
mercados diferentes, e que, alguns produtos que são considerados básicos
(comuns), podem fazer parte de mais de uma marca, desde que sejam cadastrados
com códigos e nomes diferentes. Porém como estes produtos estão cadastrados no
sistema de estoque com nomes diferentes, são administrados separadamente. Logo
há um produto idêntico, com dois controles, e dois estoques. Isso pode ser ainda
mais preocupante quando se trata da linha de telados 30x30, onde se pode através
de amostragens constatar que: Um mesmo produto está cadastrado como:
MC 402.06 – Tonalidade 1
MC 402.06 – Tonalidade 2
MC 402.06 – Tonalidade 3
MC 402.06 – Tonalidade 4
MC 402.06 – Tonalidade 5
MC 402.06 – Tonalidade 6
IN 014.04 – Tonalidade 1
IN 014.04 – Tonalidade 2
IN 014.04 – Tonalidade 3
CR 037.02 – Tonalidade 1
Fonte: Elaborado pela acadêmica
Ainda em relação a estes produtos a empresa há muito tempo atrás decidiu
estocar peças semi-elaboradas em caixotes de madeira, porém este processo
encontra-se desatualizado, pois muitos produtos novos foram lançados e outros até
já saíram de linha, também pode-se perceber que há peças semi-elaboradas nos
caixotes, mas também produtos acabados no estoque, gerando assim dois estoques
de um mesmo produto. Acrescenta-se também que, os produtos semi-elaborados
são controlados somente para produtos sem brilho, para produtos com brilho a
empresa mantém somente estoque de produto acabado.
56
Recentemente a expedição adquiriu um computador para facilitar a entrada
dos produtos no sistema de estoque da empresa. Este computador ajuda a localizar
a prateleira onde o produto deve ser armazenado, facilitando sua administração.
Este processo ainda é muito novo, haja vista que há bem pouco tempo os produtos
eram armazenados ocupando o primeiro espaço que se encontrava disponível.
Neste sentido percebe-se uma grande evolução no processo.
Porém apesar de existir este computador disponível, percebe-se que não há
uma avaliação do tempo em que um determinado produto permanece no estoque,
não sendo utilizado nenhum critério no momento de separar um produto para envio
ao cliente, ou seja, o produto é escolhido de forma aleatória. Não utiliza-se o método
de avaliação PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) nem o método UEPS
(último que entra, primeiro que sai).
A Mosarte é uma empresa pioneira no Brasil na fabricação de mosaicos. A
matéria-prima conforme já citado anteriormente é importada, e como o tempo entre a
implantação de um pedido de compra até a chegada do mármore no Brasil, é
relativamente extensa, existe a necessidade de manter estoques a fim de garantir o
pronto atendimento de seus clientes. Atualmente a empresa se destaca em relação
à concorrência, exatamente por conseguir um menor tempo de entrega. Porém para
que isso seja possível, é necessário manter estoques de matéria-prima num tempo
hábil, que possibilite repor sem que o material acabe. Neste ponto podemos
acrescentar a questão de depender de transporte marítimo, não podendo a empresa
então, correr o risco de ficar a mercê de eventualidades que possam comprometer
sua credibilidade.
Considerando que o processo de produção é semi-artesanal, e que a
empresa não consegue prever exatamente sua demanda, precisa manter estoques
de acordo com cada produto.
No entanto alguns ajustes são necessários para que o processo de gestão de
estoques da empresa possa ser efetivo.
57
5.3 Propostas para melhorias
Participando como colaboradora na empresa, foi possível acompanhar todos
os detalhes, e o dia-a-dia permitiu que, apoiada em alguns autores, a acadêmica
tivesse argumentos para propor as melhorias necessárias para que a Mosarte possa
corrigir falhas em seu processo.
A acadêmica sugere como propostas de melhorias o seguinte:
1) Em relação ao espaço “chão” na expedição:
No que diz respeito às considerações sobre a Movimentação e a
Localização, citadas nas páginas 26 e 27, sabe-se que todos os itens de estoques
devem receber alguns cuidados em relação a sua armazenagem, como por
exemplo: definição de um layout adequado, onde se torna possível à máxima
utilização do espaço, fácil acesso aos produtos e rápida localização dos mesmos.
Baseado nas recomendações teóricas e na experiência adquirida durante a
pesquisa sugere-se as seguintes ações: Conforme ilustra o quadro:
O problema
Transporte
Volume de
Produtos
Produtos Vendidos
Sugestão de Melhoria
Benefício
Considerar a possibilidade
de pagar o frete e cobrar
do cliente na nota fiscal.
A Mosarte passaria a ter o
controle, onde tranquilamente
poderia ditar as regras e na
qualidade de prestadores de
serviço, as transportadoras
teriam que se adequar às
necessidades e exigências da
empresa.
Disponibilizar uma estante
porta-pallets próxima à
porta de carregamento dos
produtos
Reduzirá consideravelmente o
volume dos produtos no chão
58
2) Inventários rotativos diários nos produtos que não giram:
Para garantir a acuracidade dos estoques a Mosarte realiza inventários
rotativos diários. Através de Dias (1993) evidencia-se que os inventários rotativos
devem ser realizados no menor espaço de tempo, o que possibilita melhores
condições de análise de divergências e ajustes. Dessa forma, para os itens
considerados de baixo giro, a estratégia de gestão sugerida é:
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
1ª opção: Lacrar e etiquetar
estes itens de maneira que,
enquanto o lacre não for
rompido, o controle pode
ser visual, não
necessitando contá-los
todos os dias.
Inventários nos
produtos que não
giram no estoque.
(Retrabalho)
2ª) opção: Colocar os itens
de baixo giro em uma
prateleira separadamente
dos outros produtos. Pode
se utilizar esta prateleira
para também colocar os
produtos fora de linha.
Desta forma torna-se visível
a situação dos produtos.
Esta prateleira deverá ser
devidamente identificada,
sinalizando que são
produtos parados no
estoque e que merecem
atenção especial, no
sentindo de realizar alguma
ação para movimentá-los.
Melhor aproveitamento do
tempo dos funcionários, com
outras atividades.
Redução de produtos parados
nos estoques.
3) Critérios para controle físico de produtos
Foram detectadas falhas no processo de controle físico do produto. É
recomendável que estes problemas sejam avaliados e corrigidos em função de sua
natureza e importância. Assim sugere-se:
59
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Estocar produtos
de lançamentos
sem histórico de
vendas
Não produzir estoques
antes que algum pedido
seja implantado. Produzir
somente amostras para
enviar as revendas.
Reduzir custo de produto sem
giro no estoque.
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Falta de critérios na Criação de um comitê para
abertura de novas
aprovação de abertura de
tonalidades
novas tonalidades.
1) Aumentar a coerência e
assegurar que a decisão
foi acertada.
2) Reduzir itens de
estoque
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Produtos idênticos
tratados
separadamente
(Quando os
mesmos atendem
diversas marcas).
Criar um código universal,
onde independente do
produto solicitado o sistema
de informação sempre
direcione para o estoque
universal. Nesta caso a
embalagem e a etiqueta do
produto em estoque
também deve ser universal.
Somente na chegada do
pedido na expedição é que
o produto será devidamente
embalado e etiquetado de
acordo com o código
solicitado pelo cliente.
Reduzir o volume de produtos
idênticos, armazenados e
controlados de forma separada.
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Mesmo produto
estocado na
expedição e no
Kanban
(peças sem brilho)
Manter Kanban de peças
em formatos específicos.
Os produtos serão
montados somente
mediante encomenda.
Redução: ordens de produção;
set-up de máquinas;
quantidades de lotes
produzidos; tempo gasto com
administração do estoque;
tempo gasto com inventários;
Espaço utilizado para
armazenagem, etc.
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Manter Kanban de peças
Redução: ordens de produção;
em formatos específicos.
set-up de máquinas;
Os produtos serão
quantidades de lotes
montados somente
produzidos; tempo gasto com
Não existência de
mediante encomenda.
administração do estoque;
Kanban para peças Porém neste caso deve-se
tempo gasto com inventários;
com brilho
armazenar o produto de
Espaço utilizado para
forma cuidadosa, pois as
armazenagem, etc.
peças com brilho são
Introdução de Kanban para
delicadas, arranhando e
produtos com brilho eliminando
manchando com facilidade. estoques de produtos acabados.
60
4) Critério de avaliação do produto no estoque;
Em relação aos critérios de avaliação, conforme citado na página 26, existem
métodos para avaliação dos estoques de forma física e financeira. O tipo escolhido
deverá ser o que for mais compatível com a empresa. Analisando-se o estoque de
produtos da Mosarte, conclui-se que quanto mais tempo um produto permanecer no
estoque, mais problemas este acarretará para a empresa. São diversos fatores, mas
principalmente pela questão de tonalidades. Para isso sugere-se a adoção de um
método que ajude a empresa a controlar o tempo de permanência de um produto no
estoque, como segue:
O problema
Sugestão de Melhoria
Produtos enviados
à clientes sem
critério de data de
fabricação e
tonalidades.
1) A empresa deveria
utilizar o método
PEPS (Primeiro que
entra, primeiro que
sai).
2) Ou, havendo
estoque de
diferentes
tonalidades avaliar
o lote a ser
enviado.
Benefício
Menos tempo em estoque,
Menor risco de problemas com
tonalidades de novas compras
de matéria-prima.
Melhor aproveitamento futuro do
estoque remanescente.
5) Sistema de Informação;
Durante o desenvolvimento da pesquisa foi possível concluir que as
funcionalidades atuais do sistema de informação existente na empresa não atendem
as necessidades atuais.
O sistema de informação foi desenvolvido há muito tempo atrás e como a
empresa cresceu, diversificando seus negócios, novas funcionalidades são
requeridas para a adequação. Em relação à gestão dos estoques, sugere-se um
sistema de informação integrado que possibilite:
61
O problema
Sugestão de Melhoria
Benefício
Implantação de um sistema de informação
integrado que possa oferecer os seguintes
serviços:


O atual sistema
de informação
da Mosarte,
não atende as
necessidades
da empresa.










Controle dos Inventários – Determinar
quais, quantos e em que períodos os
itens de estoque devem ser
inventariados;
Identificação de lotes de produtos de
mesma série de fabricação, porém com
variação de tonalidade;
Controle de entrada de produtos por
Agilidade e
data de produção,
confiabilidade
Controle de Estoque mínimo, máximo;
nas informações
Elaboração da curva ABC,
tanto internas
Cadastramento e codificação dos
quanto externas.
produtos;
Valoração do estoque;
Giro de estoque;
Geração de relatórios com funções
específicas do estoque;
Consultas de estoque com
possibilidade de bloqueio de
quantidades;
Rapidez nas respostas aos clientes,
internos e externos.
Definir quantitativos de estoques em
processo (Kanban)
É importante ressalvar que há uma continua preocupação gerencial da
Mosarte no sentido da melhoria da gestão dos estoques da empresa. Um programa
iniciado em 2007, busca resultados positivos que envolvem o ciclo desde reposição
dos estoques, acompanhamento de vendas, esforço da área comercial, e
exportação para movimentar os itens que estão parados no estoque.
Esses
procedimentos, associados às sugestões apresentadas no presente estudo, devem
surtir ações positivas no desempenho da organização.
62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma empresa como a Mosarte que, por umas das definições
estratégicas – estoques de matéria-prima e produto acabado são diferenciais de
pronto atendimento – a melhoria sugerida neste trabalho sem dúvida irá contribuir
significativamente para o resultado da empresa como um todo.
Assim a pesquisa foi realizada na empresa Mosarte, onde a acadêmica
manifestou interesse em conhecer como funcionava o controle de estoques dos
produtos acabados. Por este motivo foi proposto realizar esta pesquisa tendo como
objetivo geral à análise da Gestão de Estoques de Produto Acabado, podendo-se
afirmar que foi totalmente atendido, uma vez seus elementos foram observados. Os
objetivos específicos também foram plenamente atendidos. A metodologia utilizada
para desenvolvimento da pesquisa permitiu sua realização, identificando e
conhecendo os problemas atuais do controle de estoque dos produtos acabados.
As propostas evidenciam que a fundamentação teórica permitiu à acadêmica
discernir e entender quais medidas podem, e devem ser revistas para a melhoria do
desempenho da organização.
A inclusão de um sistema de informação significa reforçar a inteligência da
empresa e agregar conhecimento para a melhor tomada de decisão.
Como este tipo de atividade industrial, possui características de rápidas
alterações, sugere-se que novas pesquisas possam e devam ser realizadas
posteriormente.
63
7 REFERÊNCIAS
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Atlas, 1981.
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DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: Uma abordagem Logística. 4ª
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POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma
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Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 3º edição. São Paulo. Atlas,
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Administração. São Paulo. Atlas, 1999.
de
estágio
do
Curso
de
SÁ, A. Lopes de. Curso de Auditoria. 7ª edição. São Paulo. Atlas, 1989.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da
Produção. 2ª edição. São Paulo. Atlas, 2002.
STAIR, Ralph M.; Reynolds, George W. Princípios de sistemas e Informação. 4º
Edição. Rio de Janeiro. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 2002
TUBINO, Dálvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2ª
edição. São Paulo. Atlas, 2000.
VIANA, João José. Administração de Materiais: Um enfoque prático. São Paulo.
Atlas, 2000.
65
DECLARAÇÃO
A empresa Mosarte Indústria e Comércio de Mosaicos Ltda declara, para os
devidos fins, que a estagiária Ciliane Cristina de Souza, aluna do curso de
Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão – Ceciesa –
Universidade do Vale do Itajaí – Tijucas, cumpriu a carga horária de estágio prevista
para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e
respeitou nossas normas internas.
Tijucas, 06 de Novembro de 2007.
________________________________
Engº Marco Aurélio Sedrez
66
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
Ciliane Cristina de Souza
Estagiária
Sergio Luiz Curti
Orientador de Estágio
Marco Aurélio Sedrez
Supervisor de Campo
Profº Jaqueline Fátima Cardoso
Coordenador de Estágios
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análise da gestão de estoque do produto acabado mosarte