Metodologia de Pesquisa
Dicas de redação
Características do Referencial Teórico
1
O que é um artigo cientifico?
Artigos são comunicações escritas,
publicadas em revistas especializadas, com o
objetivo de divulgar junto à comunidade
científica os resultados, ainda que parciais,
de pesquisas em uma área específica
O que é um artigo cientifico?
 Os artigos não costumam ser muito
extensos
• variam de 5 a 30 páginas
• O que define o tamanho e a formatação
básica é, geralmente, a revista na qual ele
será publicado
• Visite o portal de periódicos da CAPES e
veja exemplos de revistas eletrônicas e
artigos científicos
Questões de sigilo
 Caso seja de interesse das empresas onde
os trabalhos são realizados:
• Nome da empresa é preservado – ex:
empresa MEGA
• Valores são preservados – ex: custos,
demandas, etc.
 O importante é a divulgação do método
usados e tendências ou direção e sentido
dos resultados e não sua magnitude
propriamente dita
Dicas de Redação
 Construir parágrafos é organizar e desenvolver
idéias, umas ligadas às outras.
 Os parágrafos são como “prateleiras” que
dividem um seqüência de informações ou
pensamentos.
5
Dicas de Redação
 O parágrafo é um grupo de períodos
relacionados uns com os outros e
governados por uma idéia central formando
uma seqüência unida, coerente e
consistente de idéias associadas entre si.
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Unidade no parágrafo
 Lidar com apenas um tema:
O parágrafo deve tratar do mesmo assunto.
 Orientar períodos secundários para idéia central:
O período tópico deve abranger todas as
idéias secundárias.
7
Coerência no parágrafo
 Coerência interna
 Coerência em relação aos outros parágrafos
Idéias secundárias:
 Ligação com a idéia central
 Seqüência lógica
8
Consistência no parágrafo
 Consistência quanto ao conteúdo:
ter mesmo “ponto de vista” do início ao fim (não
cair em contradição).
 Consistência quanto a forma:
ter mesmo “estilo de escrita” do início ao fim.
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Organização das idéias
Idéia A
IDÉIA CENTRAL
(origem)
Idéia B
Idéia C
IDÉIA CENTRAL
(objetivo)
(detalhes)

Idéia central (origem): comanda o parágrafo – Período Tópico

Idéias secundárias: detalhes, explicações ou desenvolvimento
da idéia central

Idéia central (objetivo): conclusão / resultado das idéias
secundárias
10
Exemplo estrutura anterior
 A autoridade de meus pais, quando eu tinha 17
anos, era demasiadamente protetora. Cada vez
que eu saía de casa,tinha de detalhar ´para a minha
mãe o que eu ia fazer, aonde e com quem eu ia, qu
horas retornaria, Antes de eu cruzar a porta, ela fazia
várias recomendações, de como atravessar a rua ,
evitar lugares perigosos e telefonar se algo ocorresse
fora do previsto. Eu achava tudo ridículo, sentia-me
tratada como uma criança. Além do mais, contar
todos os meus planos epassos a meus pais me
deixava irritada. Todas as vezes jurava que jamais
trataria meus filhos da mesma maneira.
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Exemplo estrutura anterior (cont.)
1) Período Tópico: os pais são demasiadamente protetores.
2) Três detalhes ou explicações:
• A jovem antes de sair tem que informar tudo.
• A mãe faz várias recomendações.
• A jovem ressente-se, achando tudo ridículo.
3) Conclusão: a jovem não criará os filhos do mesmo modo.
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Linguagem técnica
 Tipo de linguagem:
• Impessoal: não usar “nós fizemos” e sim “foi
feito”.
• Moderada: sem “paixão”, afinal é um texto
técnico.
• Evitar: “sempre”, “nunca”, “fantástico”,
“maravilhoso”, “enorme, ....
Christine T. Nodari
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“Pecados”
 É “pecado” grave:
•
•
•
•
Parágrafos com 1 só frase
Idéias “soltas” dentro do parágrafo
Parágrafos “soltos” no meio do texto
Falta de paralelismo
Christine T. Nodari
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“Pecados”
 Por que cometemos “pecados” graves:
• Devido a forma que redigimos:
- Normalmente não escrevemos os parágrafos já
na ordem final que estarão no texto.
- Normalmente não temos todo pensamento que
queremos expressar pronto.
• Porque gostamos de “aproveitar” boas
frases que capturamos da literatura
Christine T. Nodari
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Comentários relevantes
 Portanto é fundamental:
• Ler o que se escreveu de forma crítica e como
se não soubéssemos o que está sendo dito no
texto
• Deixar sedimentar as idéias: ler o que se
escreveu depois de alguns dias
Christine T. Nodari
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Fontes Bibliográficas - ARTIGOS

Artigos de Periódicos Científicos – use como base artigos
em periódicos científicos de renome e com comitê de
revisores.

Artigos em revistas (Veja, Exame, e outras sem comitê
científico de revisores), jornais e material de divulgação
comercial não devem ser usados em dissertações, a não
ser que tragam alguma informação indispensável ao
trabalho.

Artigos científicos podem ser encontrados:
-
procurando em base de dados como o portal da Capes (ver
dicas com a bibliotecária da EE);
analisando a bibliografia usada em outros estudos sobre o
assunto que você
já conheça.
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Christine
T. Nodari
Fontes Bibliográficas - LIVROS
 Livros – use livros acadêmicos sobre o assunto de
pesquisa.
 Evite livros:
• para practitioners (literatura “de aeroporto”),
• livros-texto (apesar de muitos serem úteis na
consolidação de aspectos básicos de seu
trabalho),
• de circulação restrita, tais como apostilas ou
cadernos informativos.
Christine T. Nodari
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Fontes Bibliográficas - OUTROS
 Working papers – os working papers são artigos em
fase de elaboração e costumam conter os avanços mais
atualizados sobre uma determinada área de interesse.
 Os centros de pesquisa costumam dispor de uma série
de working papers com os mais recentes resultados das
pesquisas.
 Um exemplo pode ser encontrado no site
www.iems.nwu.edu/supplychain. Veja a lista de working
papers (papers submetidos para publicação) ali listados.
Christine T. Nodari
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Fontes Bibliográficas - OUTROS
 Papers de Conferência – busque por artigos em
conferências ou congressos nacionais e internacionais
de renome. Utilize somente artigos recentes (de até
três anos atrás).
 Artigos de congresso apresentam qualidade bastante
irregular. Muitas vezes, só servem como fontes para
identificar referências a outros autores.
 Artigos de congresso costumam ser publicados em
CD-ROM, contendo mecanismos eficientes de busca
que podem agilizar sua pesquisa.
A Abepro (www.abepro.org.br) dispõe os Anais dos
últimos Congressos Nacionais de Engenharia de
Christine T. Nodari
Produção (ENEGEPs).
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Estrutura da Revisão Bibliográfica
 A revisão bibliográfica deve seguir a sequência dos
tópicos pesquisados, não dos autores pesquisados.
 Dentro de cada tópico, organize a sua apresentação.
Evite apresentar a revisão bibliográfica no formato ficha
de leitura (isto é, o Autor A disse isso, o Autor B disse
aquilo, o Autor C disse outra coisa, etc.).
 Encontre os pontos de concordância e divergência
entre os autores e conte a história da pesquisa.
Christine T. Nodari
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Estrutura da Revisão Bibliográfica
Um exemplo de texto do tipo “ficha-de-leitura” é:
Segundo Shingo (1996), a idéia central do Sistema
Toyota de Produção é promover um fluxo harmônico
dos materiais entre os postos de trabalho, produzindo
componentes nas quantidades e nos momentos em que
são necessários. Para tanto, a comunicação entre
postos de trabalho deve ser promovida de forma
eficiente.
Para Ohno (1994), o Sistema Toyota de Produção pode
ser resumido como “produzir nas quantidades certas e
no momento em que as partes são necessárias”. O
autor frisa a importância do fluxo de informações entre
os trabalhadores nas diferentes células ou postos de
trabalho.
Christine T. Nodari
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Estrutura da Revisão Bibliográfica
 Observe como os dois autores estão dizendo
essencialmente a mesma coisa, apesar de
manifestarem suas idéias de maneira diferente.
 O seu trabalho como pesquisador é
compreender qual a idéia central, identificar os
pontos divergentes e pontos em comum entre
os autores e escrever de forma clara e objetiva.
Christine T. Nodari
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Estrutura da Revisão Bibliográfica
Os parágrafos poderiam ser resumidos:
 A idéia central do Sistema Toyota de Produção é
promover um fluxo harmônico de materiais entre os
postos de trabalho, produzindo componentes nas
quantidades e nos momentos em que são necessários.
Neste sentido é importante promover um fluxo eficiente
de informações entre trabalhadores nas diferentes
células ou postos de trabalho (SHINGO, 1996; OHNO,
1994).
Christine T. Nodari
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Estrutura da Revisão Bibliográfica
 Evitar parágrafos iniciando com Segundo Ohno (1994)
ou Para Shingo (1996), ou De acordo com Shingo
(1996), que são formas não muito elegantes de
redação.
 Para facilitar na hora da redação, construa uma matriz
com a lista de tópicos nas linhas e autores nas colunas,
para entender a relação entre estes elementos.
Christine T. Nodari
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Referenciando obras no texto
Existem três estilos básicos de referenciação de obras:
1. (autor, ano) e autor (ano)
Batman é o salvador de Gothan City (WAINE, 1969). Waine
(1969) disse que Robin deveria ir para a Universidade e deixar
Batman combatendo o mal sozinho.
Waine, B., 1969. Why Batman can never go to the beach.
Proceedings from the Third International Conference of the Solitary
Heroes Society, Gothan City, 102-103.
2. Notas de rodapé
Batman muitas vezes se sentiu mais jovem do que Robin1.
1 Waine,
B., 1989, Batman was my hero. International Journal of
26
Christine
T. Nodari
Freudian Studies, 6 (5),
102-289.
Referenciando obras no texto
3. Números entre colchetes.
A polícia de Gothan City é muito ineficiente [3].
[3] Waine, B., 1969. Why Batman can never go to the beach.
Proceedings from the Third International Conference of the
Solitary Heroes Society, Gothan City, 102-103.

O primeiro é o mais comumente utilizado em textos de
Engenharia. Os dois últimos estilos aparecem em
artigos científicos, mas não em dissertações ou teses.

Atenda ao estilo solicitado pelo periódico a que será
submetido o artigo
Christine T. Nodari
27
Reunindo Idéias
 O principal objetivo de uma revisão bibliográfica
é reunir idéias oriundas de diferentes fontes,
visando construir uma nova teoria ou uma nova
forma de apresentação para um assunto já
conhecido.
 Os tipos básicos de composição são:
• reunir idéias comuns (a),
• conectar idéias complementares entre si (b),
• comparar idéias divergentes ou opostas (c)
Christine T. Nodari
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Reunindo Idéias
(a) Reunir idéias comuns
Os trade-offs em operações são dinâmicos (SKINNER,
1992; NEW, 1992). Skinner (1992) e Hayes & Pisano
(1996), entre outros, investigaram o papel dos trade-offs na
gestão de operações.
(b) conectar idéias complementares entre si
Os trade-offs em operações são dinâmicos (SKINNER, 1992;
NEW, 1992) e podem ser trabalhados de forma a redução de
seu potencial de conflito em uma empresa (Slack, 1994;
Hayes, 1996).
(c) comparar idéias divergentes ou opostas
Ainda que alguns autores afirmem a existência de trade-offs
na gestão de operações (por exemplo, Skinner, 1992; New,
1992), outros observam que empresas líderes de mercado
são superiores em todas as dimensões competitivas (por
Christine
T. Collins
Nodari and Schmenner, 1991).29
exemplo, Schonberger,
1986;
Erros Comuns
Errar é humano, mas a banca avaliadora de seu
trabalho normalmente desconsidera este fato.
Sendo assim, verifique se:
 Pesquisa bibliográfica muito breve (por pressa, falta de
tempo, desinteresse, etc.); obras e autores essenciais
não foram incluídos no trabalho.
 Revisão construída em cima de muito poucos autores
ou estudos. Normalmente, este erro ocorre em paralelo
com o primeiro erro acima.
Christine T. Nodari
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Erros Comuns
 Ausência de tabelas, modelos ou qualquer tipo de
resumo dos assuntos e autores principais revisados na
literatura – você deve sempre tentar facilitar a vida do
leitor, oferecendo resumos ou esquemas que ajudem a
entender o assunto que está sendo abordado.
 Ausência de uma seção de fechamento que reúna as
idéias principais abordadas no texto.
 Má organização do material: revisão com seções muito
curtas (com um ou dois parágrafos, apenas), com
repetição de idéias (o estilo “ficha-de-leitura”), ou sem
uma estrutura ou lógica identificável de apresentação.
Christine T. Nodari
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Outras Recomendações
 A Revisão Bibliográfica deve ser ao mesmo tempo
completa e enxuta. Você deve revisar todos os estudos
e autores relevantes diretamente relacionados ao seu
assunto principal.
 Dê prioridade a obras recentes (artigos ou livros com
mais de 10 anos de idade costumam estar
desatualizados).
 Nunca “interprete” ou “adapte” idéias de outros autores
para que elas fiquem parecidas ou reforçem as suas.
Christine T. Nodari
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3.5. Outras Recomendações
 Dê prioridade (nesta ordem) a:
• papers publicados em periódicos internacionais;
• papers publicados em periódicos nacionais
reconhecidos (Revista da Produção, Produto &
Produção e Gestão & Produção; Transportes);
• livros publicados por bons editores;
• anais de conferências internacionais;
• anais de conferências nacionais.
 Evite citações literais, a menos que seja realmente
necessário.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
Algumas instruções:
 NUNCA copie material (texto, figuras, tabelas) de
terceiros sem referenciar. No caso de texto, evite ao
máximo cópias literais, pois elas devem vir entre aspas
e com parágrafo diferenciado, o que atrapalha a fluidez
do texto.
 Leia os textos que contêm o material a ser explicado
com atenção, coloque os livros de lado, e gere sua
própria explicação escrita. Quando as idéias coincidirem
com aquelas de algum dos autores, referencie o autor.
Lembre: plágio é crime. Tome muito cuidado com isso.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Escreva com frases curtas e objetivas.
 Evite parágrafos com somente uma frase.
 Elimine palavras desnecessárias, especialmente
adjetivos.
 Use uma narrativa impessoal, formal e direta.
 Use um bom vocabulário, evitando metáforas, gírias,
palavras obscuras ou complexas e informalidades.
 Dê preferência a palavras curtas.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Faça um “esqueleto” do que você irá escrever,
especificando os conteúdos, parágrafo a parágrafo
 lembre: um parágrafo não deve conter mais do que um
assunto; um assunto, todavia, pode-se estender por
diversos parágrafos.
 Sabendo o roteiro do que deverá ser escrito, a redação
sairá muito mais fácil.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Ao escrever um parágrafo ou frase, releia e perguntese:
• isto está claro?
• Todo o conhecimento necessário para entender este
parágrafo já foi introduzido?
• Não estou usando jargões que ninguém mais vai
entender?
• Não estou usando iniciais que não defini previamente?
 Em suma, leia o texto com os olhos de alguém que está
tentando aprender com o material exposto. É assim que
a banca avaliadora vai ler o seu trabalho.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Caso algum parágrafo não traga referências
bibliográficas, subentende-se que você tenha inventado
tudo o que está escrito ali. Normalmente, esse não é o
caso. Sendo assim, acrescente pelo menos uma
referência por assunto ou parágrafo.
 O número mínimo de referências bibliográficas em uma
dissertação de mestrado está na volta de 30 a 40 obras.
Deste número, pelo menos metade devem ser artigos
provenientes de periódicos científicos ou de anais de
congresso.
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Não escreva seções inteiras baseadas em uma única
referência; utilize pelo menos três, mesmo que elas
digam essencialmente a mesma coisa. É preciso que
seja demonstrado ao leitor um certo esforço de
pesquisa.
 Figuras copiadas devem ser referenciadas. Se forem
copiadas iguais ao original, após a legenda, coloque
(Fonte: Fogliatto et al., 1998), por exemplo. Se for
adaptada (traduzida ou modificada de alguma forma),
coloque, após a legenda, (Adaptado de Fogliatto et al.,
1998).
Christine T. Nodari
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Estilo de Redação do Trabalho
 Evite afirmações pessoais (“achismos”), superlativos
(exageros de qualquer espécie) e informalidades. O
texto técnico deve ser neutro.
 Evite notas de rodapé. Normalmente, o que está sendo
dito no rodapé pode ser introduzido, entre parênteses,
no texto. Caso não possa, você provavelmente está
desviando do assunto principal, coisa que não deveria
acontecer.
Christine T. Nodari
40
Mãos a obra ...
Christine T. Nodari
41
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