Introdução ao Controlo Numérico Computorizado – IV Sintaxe G (Fagor) João Manuel R. S. Tavares Joaquim Oliveira Fonseca Programação ISO Estrutura de um programa O programa de controlo numérico deve ser introduzido no controlador de tal forma que este o entenda. O programa é formado por uma sucessão de blocos. Cada bloco pode conter vários dos seguintes caracteres, acompanhados de um código ou valor: N: Número do bloco; G: Funções preparatórias; X,Y,Z : Coordenadas nos eixos; F: Velocidade de avanço; S: Velocidade de rotação; T: Número da ferramenta; M: Funções auxiliares. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 2 Programação ISO Estrutura de um programa No final de um bloco é possível escrever um comentário que deverá estar entre parêntesis. O número máximo de caracteres, incluído os parêntesis, é de 43. O comentário aparece durante a execução do programa e de forma intermitente se o primeiro carácter dentro do parêntesis é um asterisco (* comentário). Um comentário vazio ( ), anula a visualização de outro anterior. Formato de um programa O CNC pode ser programado no sistema métrico (mm) ou em polegadas e, por sua vez, em modo cartesiano, polar e paramétrico. Existem também outros procedimentos de aplicação muito concreta (coordenadas cilíndricas, ângulo e coordenada cartesiana, dois ângulos, etc.). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 3 Programação ISO Estrutura de um programa Formato de escrita na programação em modo cartesiano: +/-4.3 - Significa que, a seguir à letra que acompanha, se pode escrever um sinal positivo ou negativo com 4 algarismos antes do ponto decimal e 3 depois (ex.: X-3216.657). 4 - Significa que apenas se pode escrever valores positivos com o máximo de 4 algarismos; não se admite parte decimal (ex.: N1500). 2.2 - Significa que apenas se podem escrever valores positivos, com 2 algarismos, depois do ponto decimal e 2 atrás (ex.: T06.06). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 4 Programação ISO Estrutura de um programa Exemplos de formatos gerais Torno: No sistema métrico (mm): P(%)5 N4 G2 X+/-4.3 Z+/-4.3 F5.5 S4 T2.2 M2 Em polegadas: P(%)5 N4 G2 X+/-3.4 Z+/-3.4 F5.5 S4 T2.2 M2 Fresadora: No sistema métrico (mm): P(%)5 N4 G2 X+/-4.3 Y+/-4.3 Z+/-4.3 F5.5 S4 T2.2 M2 Em polegadas: P(%)5 N4 G2 X+/-3.4 Y+/-3.4 Z+/-3.4 F5.5 S4 T2.2 M2 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 5 Programação ISO Estrutura de um programa Numeração de programas Os programas podem ser identificados com qualquer número compreendido entre 0 e 99999. A numeração do programa deve introduzir-se no início do mesmo, antes do primeiro bloco. Se o programa se introduz a partir de um periférico exterior, utiliza-se o símbolo % seguido de uma nova linha com : e do número desejado e na linha seguinte o N do primeiro bloco. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 6 Programação ISO Estrutura de um programa Blocos de programa Os blocos podem ser normais ou condicionais, e estes últimos, por sua vez, normais ou especiais. Os blocos condicionais executam-se unicamente se um atuador exterior, que se encontra na mesa de comando, estiver na posição de permissão. Se na continuação do número de bloco N4 (0-9999) se escreve um ponto decimal (.), o bloco fica personalizado como bloco condicional normal. Durante a execução de um programa, é normal o CNC ir lendo quatro blocos à frente do que está a executar; portanto, para que se execute o bloco condicional, a ativação do sinal exterior deve fazer-se, pelo menos, antes de a execução dos quatro blocos anteriores ao bloco condicional. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 7 Programação ISO Estrutura de um programa Se na continuação do número de bloco N4 (0-9999) se escreve dois pontos decimais (..), o bloco fica personalizado como bloco condicional especial. Para que se execute, é suficiente a ativação do sinal exterior durante a execução do bloco anterior ao bloco condicional especial. Os blocos de um programa identificam-se por um número. O número de bloco consiste na letra N seguida de um número compreendido entre 0 e 9999. Não se pode atribuir a um bloco um número inferior ao dos blocos que o precedem no programa. Não é recomendado atribuir aos blocos números imediatamente seguidos, para que seja possível intercalar novos blocos em caso de necessidade. Quando o programa se introduz pelo painel frontal do controlador, este, geralmente numera automaticamente os blocos de 10 em 10. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 8 Programação ISO Funções preparatórias I As funções preparatórias programam-se mediante a letra G seguida de dois algarismos (G2). Programam-se sempre a seguir ao número do bloco e servem para determinar a geometria da peça a maquinar e as condições de trabalho do CNC. As funções seguintes, que incorporam entre parêntesis a designação MODAL, permanecem ativas até que sejam anuladas com outra instrução G incompatível ou, mediante M02, M30, EMERGÊNCIA ou RESET. As funções G com * são as que assume o CNC após a sua ligação, depois de executar M02, M30, EMERGENCIA ou RESET. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 9 Programação ISO Funções preparatórias I Funções G utilizadas no CNC FAGOR 8025/30 (TORNO) (Modal) G00 (Modal) G01* Interpolação linear (Modal) G02 Interpolação circular retrógrada (horária) (Modal) G03 Interpolação circular direta (anti-horária) G04 Temporização (paragem em segundos) (Modal) 2012@JST/JOF Posicionamento rápido G05* Trabalho em aresta não viva (chanfrada/arredondada) CFAC: Introdução ao CNC - IV 10 Programação ISO G06 (Modal) Interpolação circular com programação do centro do arco em coordenadas absolutas G07* Trabalho em aresta viva G08 Trajetória circular tangente à trajetória anterior G09 Trajetória circular definida mediante três pontos (Modal) G14 Ativação do eixo C em graus (Modal) G15 Maquinagem na superfície cilíndrica da peça (Modal) G16 Maquinagem na superfície frontal da peça G20 Chamada de subrotina standard 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 11 Programação ISO 2012@JST/JOF G21 Chamada de subrotina paramétrica G22 Definição de uma subrotina standard G23 Definição de uma subrotina paramétrica G24 Fim de subrotina G25 Salto/chamada incondicional G26 Salto/chamada condicional se é igual a 0 G27 Salto/chamada condicional se não é igual a 0 G28 Salto/chamada condicional se é menor G29 Salto/chamada condicional se é igual ou maior G30 Visualizar código de erro definido mediante K CFAC: Introdução ao CNC - IV 12 Programação ISO (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF G31 Guardar origem de coordenadas G32 Recuperar origem de coordenadas guardado mediante G31 G33 Roscado G36 Arredondamento controlado de arestas G37 Entrada tangencial G38 Saída tangencial G39 Chânfro G40* Anular compensação automática do raio da ferramenta CFAC: Introdução ao CNC - IV 13 Programação ISO (Modal) G41 Compensação aut. do raio da fer. à esquerda (Modal) G42 Compensação aut. do raio da fer. à direita (Modal) G47 Tratamento de bloco único (Modal) G48* Anular tratamento de bloco único (Modal) G49 FEED-RATE programável G50 Carregar as dimensões da ferramenta na tabela G51 Correção das dimensões da ferramenta em uso G52 Comunicação com a REDE LOCAL FAGOR 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 14 Programação ISO (Modal) G53/G59 Translação/novas posições da origem G66 Ciclo fixo de desbaste seguindo o perfil da peça (ciclo fixo: subrotina pré-definida no CNC) G68 Ciclo fixo de desbaste (com direção X) G69 Ciclo fixo de desbaste (com direção Z) (Modal) G70 Programação em polegadas (Modal) G71 Programação em milímetros (Modal) G72 Fator de escala G74 Busca automática da referência-máquina G75 Trabalho com apalpador 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 15 Programação ISO G75 N2 Ciclos fixos de apalpação/referenciação 2012@JST/JOF G76 Criação automática de blocos G81 Ciclo fixo de torneamento de zonas retas (Z) G82 Ciclo fixo de facejamento de zonas retas (X) G83 Ciclo fixo de furação G84 Torneamento de zonas curvas (Z) G85 Facejamento de zonas curvas (X) G86 Ciclo fixo de roscado longitudinal (hélice) G87 Ciclo fixo de roscado frontal (espiral) CFAC: Introdução ao CNC - IV 16 Programação ISO G88 (Modal) Ciclo fixo de ranhurado longitudinal (Z) G90* Programação em cotas absolutas G91 Programação em cotas incrementais G92 Pré-seleção de cotas e limitação do valor máximo de S G93 Pré-seleção da origem de coordenadas polares (Modal) G94 Avanço F em mm/minuto (Modal) G95* Avanço F em mm/revolução (Modal) G96 Velocidade S em metros/minuto (Velocidade de corte constante) G97* Velocidade S em rotações/minuto 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 17 Programação ISO Funções preparatórias I Um bloco pode conter várias funções G colocadas em qualquer ordem, exceto as seguintes funções especiais que devem aparecer em separado: G14, G15, G16, G20, G21, G22, G23, G24, G25, G26, G27, G28, G29, G30, G31, G32, G50, G51, G52, G53/G59, G72, G74 e G92. Se num bloco programam-se funções G incompatíveis, o CNC assume a última programada ou dá mensagem de erro. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 18 Programação ISO Funções preparatórias I Tabela de funções G utilizadas no CNC 8025/30 (FRESADORA) (Modal) G00* Posicionamento rápido (Modal) G01 Interpolação linear (Modal) G02 Interpolação circular (helicoidal) retrógrada (sentido horário) (Modal) G03 Interpolação circular (helicoidal) direta (sentido anti-horário) G04 Temporização (paragem em segundos) (Modal) G05* Trabalho em aresta não viva G06 Interpolação circular com programação do centro do arco em coordenadas absolutas 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 19 Programação ISO (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF G07* Trabalho em aresta viva G08 Trajetória circular tangente à trajetória anterior G09 Trajetória circular definida mediante três pontos G10* Anulação da imagem espelho G11 Imagem espelho no eixo X G12 Imagem espelho no eixo Y G13 Imagem espelho no eixo Z G17* Seleção do plano XY para plano de interpol. G18 Seleção do plano XZ para plano de interpol. G19 Seleção do plano YZ para plano de interpol. CFAC: Introdução ao CNC - IV 20 Programação ISO G20 G21 G22 G23 G24 G25 G26 G27 G28 G29 G30 2012@JST/JOF Chamada de subrotina standard Chamada de subrotina paramétrica Definição de uma subrotina standard Definição de uma subrotina paramétrica Final de subrotina Salto/chamada incondicional Salto/chamada condicional se é igual a 0 Salto/chamada condicional se não é igual a 0 Salto/chamada condicional se é menor Salto/chamada condicional se é igual ou maior Visualizar código de erro definido mediante K CFAC: Introdução ao CNC - IV 21 Programação ISO G31 G32 (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF Guardar origem de coordenadas Recuperar origem de coordenadas guardado mediante G31 G33 Roscado eletrónico G36 Arredondamento controlado de arestas G37 Entrada tangencial G38 Saída tangencial G39 Chânfro G40* Anular compensação automática do raio fer. G41 Compensação aut. do raio da fer. à esquerda G42 Compensação aut. do raio da fer. à direita G43 Compensação do comprimento da ferramenta CFAC: Introdução ao CNC - IV 22 Programação ISO (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF G44* G47 G48* G49 G50 Anular a compensação do compr. da fer. Tratamento de bloco único Anular tratamento de bloco único FEED-RATE programável Carregar as dimensões da ferramenta na tabela G52 Comunicação com a REDE LOCAL FAGOR G53/G59 Translação da origem (novas origens) G64 Maquinagem múltipla em arco G65 Execução independente de um eixo G70 Programação em polegadas G71 Programação em milímetros CFAC: Introdução ao CNC - IV 23 Programação ISO (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF G72 Fator de escala G73 Rotação do sistema de coordenadas G74 Busca automática da referência máquina G75 Trabalho com apalpador G75 N2 Ciclos fixos do apalpação/referenciação G76 Criação automática de blocos G77 Acoplamento do 4º eixo W ou do 5º eixo V com o seu associado G78* Anular a G77 G79 Ciclo fixo definido pelo utilizador G80* Anular os ciclos fixos CFAC: Introdução ao CNC - IV 24 Programação ISO (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF G81 G82 G83 G84 G85 G86 Ciclo fixo de furação (prof. de uma vez) Ciclo fixo de furação com temporização no fim Ciclo fixo de fur. profundo por incrementos Ciclo fixo de roscado com macho Ciclo fixo de escariamento Ciclo fixo de mandrilagem com retrocesso, com fresa parada, em G00 G87 Ciclo caixa retangular G88 Ciclo caixa circular G89 Ciclo fixo de mandrilagem com retrocesso em G01 G90* Programação de cotas absolutas G91 Programação de cotas incrementais CFAC: Introdução ao CNC - IV 25 Programação ISO G92 G93 (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) (Modal) 2012@JST/JOF Pré-seleção de cotas Pré-seleção da origem de coordenadas polares G94* Velocidade de avanço F em mm/minuto G95 Velocidade de avanço F em mm/revolução G96 Velocidade de avanço superficial constante G97* Velocidade de avanço do centro da ferramenta constante G98* Retorno da ferramenta ao plano de partida ao terminar um ciclo fixo G99 Retorno da ferramenta ao plano de referência (plano de aproximação sem tocar na peça) ao terminar um ciclo fixo CFAC: Introdução ao CNC - IV 26 Programação ISO Funções preparatórias I Um bloco pode conter várias funções G colocadas em qualquer ordem, exceto as seguintes funções especiais que devem aparecer individualmente: G20, G21, G22, G23, G24, G25, G26, G27, G28, G29, G30, G31, G32, G50, G52, G53/G59, G72, G73, G74 e G92. Se num bloco programam-se funções G incompatíveis, o CNC assume a última programada ou dá mensagem de erro. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 27 Programação ISO Modos de programação Unidades de distância G70/G71 As cotas de um programa podem introduzir-se no sistema métrico (mm) ou em polegadas. A função G70 indica que as cotas programadas na continuação vêm expressas em polegadas, com G71 vêm em milímetros. O CNC dispõe de um parâmetro máquina no qual se especifica o sistema de unidades que deve assumir no momento de arranque. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 28 Programação ISO Modos de programação Programação absoluta e incremental G90/G91 As coordenadas de um ponto podem programar-se em modo absoluto G90, ou em modo incremental G91. Quando se trabalha em G90, as coordenadas do ponto programado estão referidas à origem peça W. Quando se trabalha em G91, as coordenadas do ponto programado estão referidas ao ponto anterior da trajetória (posição atual da ferramenta na chamada do bloco) . 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 29 Programação ISO Modos de programação C. Absolutas C. Incrementais W X0 Z0 X0 Z0 (posição inicial) 1 X20. Z0 X20. Z0 2 X20. Z-20. X0 Z-20. 3 X30. Z-20. X10. Z0 4 X30. Z-35. X0 Z-15. 5 X40. Z-35. X10. Z0 6 X40. Z-55. X0 Z-20. (Valores segundo X em diâmetro - torno.) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 30 Programação ISO Modos de programação C. Absolutas C. Incrementais W X0 Y0 X0 Y0 1 X40. Y0 X40. Y0 2 X40. Y25. X0 Y25. 3 X0 Y25. X-40. Y0 4 X0 Y0 X0 Y-25. 2012@JST/JOF (posição inicial) CFAC: Introdução ao CNC - IV Fresadora 31 Programação ISO Modos de programação Programação de cotas Como já referido, o CNC pode ser programado em modo cartesiano, polar e paramétrico e, também mediante ângulo e coordenada cartesiana, dois ângulos e coordenadas cilíndricas para definir pontos no espaço (a aplicação das três últimas está limitada a funções particulares). As funções preparatórias que podem ser programadas em modo cartesiano e polar incorporam ambos os formatos. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 32 Programação ISO Modos de programação Coordenadas cartesianas: O formato das coordenadas dos eixos lineares é: Torno: Em mm X+/-4.3 Em polegadas X+/-3.4 Z+/-4.3 Z+/-3.4 Fresadora: Em mm X+/-4.3 Em polegadas X+/-3.4 Z+/-4.3 Z+/-3.4 Y+/-4.3 Y+/-3.4 Como mostram os formatos, as cotas dos eixos programam-se mediante as letras de endereço de cada um (X,Y,Z) seguidas do valor da cota. Os valores das cotas programadas serão absolutas ou incrementais, de acordo com a função programada G90 ou G91. As cotas positivas não têm que ser, necessariamente, precedidas do sinal +. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 33 Programação ISO Modos de programação Coordenadas polares: O formato para definir um ponto do plano é: Em mm R+/-4.3 A+/-3.3 Em polegadas R+/-3.4 A+/-3.3 As coordenadas polares não podem ser utilizadas para a definição de um ponto no espaço (três eixos); unicamente se pode programar o movimento dos dois eixos do plano no qual se está a trabalhar (plano atual de interpolação). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 34 Programação ISO Modos de programação Para a definição de um ponto em coordenadas polares é necessário conhecer a origem do vetor raio (origem polar), a distância desde a origem polar ao ponto em questão (R) e o valor em graus do ângulo que forma com o semieixo positivo horizontal (A). Os ângulos têm sinal positivo no sentido direto (anti-horário) e sinal negativo no sentido retrógrado (horário). Os valores de R e A serão absolutos ou incrementais, de acordo com a programação G90 ou G91. No momento de início (arranque), depois de M02, M30, EMERGENCIA ou RESET, o CNC assume como origem polar a origem peça (W). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 35 Programação ISO Modos de programação No caso da fresadora, cada vez que se muda de plano de interpolação, durante a execução de um programa, a origem polar passará a ocupar o ponto de origem de coordenadas de tal plano: Se se programa G17, a origem polar será o ponto: X0 Y0; Se se programa G18, a origem polar passará a ser: X0 Z0; Se se programa G19, a origem polar passará a ser: Y0 Z0. Também, ao executar uma interpolação circular G02 ou G03, o centro do arco passa a ser a nova origem polar. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 36 Programação ISO Modos de programação Para pré-selecionar qualquer ponto do plano como origem polar, utiliza-se a função G93, que pode ser programada de duas formas: Modo 1 Torno: G93 G93 I+/-4.3 K+/-4.3 em mm (coordenadas em valor absoluto) I+/-3.4 K+/-3.4 em polegadas I+/-4.3 (I+/-3.4): Indica o valor da abcissa da origem de coordenadas polares; isto é, o valor de X. K+/-4.3 (K+/-3.4): Indica o valor da ordenada da origem de coordenadas polares; isto é, o valor de Z. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 37 Programação ISO Modos de programação Torno: (I e K em coordenadas absolutas) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 38 Programação ISO Modos de programação Fresadora: G93 G93 I+/-4.3 J+/-4.3 em mm (coordenadas em valor absoluto) I+/-3.4 J+/-3.4 em polegadas I+/-4.3 (I+/-3.4): Indica o valor da ordenada da origem de coordenadas polares, isto é, no plano XY o valor de X, no plano XZ o valor de X e no plano YZ o valor de Y. J+/-4.3 (J+/-3.4): Indica o valor da abcissa da origem de coordenadas polares, isto é, no plano XY o valor de Y, no plano XZ o valor de Z e no plano YZ o valor de Z. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 39 Programação ISO Modos de programação Fresadora: (I e J em coordenadas absolutas) Se se programa desta forma a pré-seleção da origem polar, o CNC não admite mais informação no mesmo bloco. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 40 Programação ISO Modos de programação Modo 2 Se num bloco qualquer se programa G93, a origem polar fica pré-selecionada, no ponto onde se encontra, nesse momento, a ferramenta. Dois ângulos (A1, A2): Um ponto intermédio numa trajetória pode ser definido da seguinte forma: A1 A2 X Y (X Z) (Y Z) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 41 Programação ISO Modos de programação Ponto de partida (W) X0 Y0 N... X20. Y20. (Coordenadas de P0) N... A60. A-60. (Ângulos de saída de P0 e P1) N... X60. Y20. (Coordenadas de P2) N... X20. Y20. (Coordenadas de P0) A1 é o ângulo de saída desde o ponto de início da trajetória (P0). A2 é o ângulo de saída do ponto intermédio (P1). XY, (XZ), (YZ) são as coordenadas do ponto final (P2) segundo o plano de trabalho. O CNC calcula automaticamente as coordenadas do ponto P1. Na definição dos pontos de uma trajetória, é possível intercalar formas arredondadas (G36), chânfros (G39), entradas e saídas tangenciais (G37/G38). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 42 Programação ISO Modos de programação Ângulo e coordenada cartesiana: Com este procedimento definese um ponto mediante o ângulo de saída da trajetória no ponto anterior e uma coordenada cartesiana do ponto que se quer definir. Tal como no procedimento anterior, na definição dos pontos é possível intercalar formas arredondadas (G36), chânfros (G39), entradas e saídas tangenciais (G37/G38). Ponto de partida (W) X0 Y0 N.... A45. X20. (ponto P0) N.... A60. X40. (ponto P1) N.... A-60. Y20. (ponto P2) N.... A180. X20. (ponto P0) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 43 Programação ISO Modos de programação Coordenadas cilíndricas: Um ponto no espaço pode ser definido em coordenadas cartesianas (X,Y,Z) ou por coordenadas cilíndricas. O formato de definição em coordenadas cilíndricas de um ponto é o seguinte: •Trabalhando com G17 (plano XY): N.... G01 R... A... Z... R e A definem a projeção do ponto sobre o plano principal, em coordenadas polares e, Z é o valor da coordenada Z nesse ponto. •Trabalhando com G18 (plano XZ): N.... G01 R... A... Y... •Trabalhando com G19 (plano YZ): Plano XY (G17) N.... G01 R... A... Z... N.... G01 R... A... X... Coordenadas cilíndricas 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 44 Programação ISO Programação de movimentos Posicionamento rápido G00 Utiliza-se para alcançar o mais rapidamente possível, pontos próximos da peça, anteriores a uma operação de maquinagem, ou, pelo contrário, posições distantes da mesma para realizar rotações, mudanças de ferramenta, etc. Os eixos deslocam-se à velocidade estabelecida no parâmetro máquina correspondente. Também, o valor de um parâmetro determina a trajetória seguida pelos eixos até alcançar o ponto programado: a) Trajetória não controlada: Cada eixo move-se independentemente à velocidade máxima, parando cada um ao alcançar a sua posição. b) Trajetória vetorizada: Neste caso, independentemente do número de eixos que se movam, a trajetória é uma linha reta entre o ponto inicial o final. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 45 Programação ISO Programação de movimentos Exemplos dos dois tipos Ponto de início X20. Y30. N.... G0 G90 X50. Y40. (coordenadas cartesianas absolutas) Quando se inicia o CNC, depois de executar-se M02/M30, depois de uma EMERGÊNCIA ou RESET, o CNC assume o código G00. O código G00 é modal e incompatível com G01, G02, G03 e G33. Ao programar a função G00, não se anula o último avanço de trabalho programado (F), isto é, ao programar de novo G01, G02 ou G03, recupera-se este F. A função G00 pode programar-se como G, G0 ou G00. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 46 Programação ISO Programação de movimentos Interpolação linear G01 Esta função ordena o deslocamento da ferramenta em linha reta e com o avanço de trabalho indicado/programado desde o ponto no qual se encontra até ao ponto programado. A função G01 é modal e incompatível com G00, G02, G03 e G33. G01 pode ser programada como G1. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 47 Programação ISO Programação de movimentos N.... G90 G00 X18. Z0 (aproximação) N.... G1 X0 F.2 (facejar, velocidade de avanço 0,2 mm por volta) N.... G0 Z2. (afastamento em avanço rápido) N.... X15. (posicionamento no diâmetro a tornear) N.... G1 Z-15. (cilindro Ø15 x 15) N.... X38.1 Z-35. (cone) N.... X47. (facejar até fora) N.... G0 X200. Z200. (saída) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 48 Programação ISO Programação de movimentos Interpolação circular G02/G03 As funções G02/G03 permitem realizar trajetórias circulares à velocidade de avanço programada. Para realizar uma interpolação circular é necessário dar a conhecer ao CNC o sentido da interpolação, o ponto final da trajetória e a posição do centro do arco ou o se raio, tendo em conta que a ferramenta deve estar posicionada no ponto inicial do arco. O sentido da interpolação pode ser retrógrado (G02) ou direto (G03). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 49 Programação ISO Programação de movimentos Interpolação circular X Z 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 50 Programação ISO Programação de movimentos O formato de um bloco para definir uma interpolação circular em coordenadas cartesianas dando o centro é o seguinte: Torno: N4 G02 (G03) X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY Plano XZ N4 G17 G02 (G03) X+/-4.3 Y+/-4.3 I+/-4.3 J+/-4.3 F5.4 N4 G18 G02 (G03) X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G02 (G03) Y+/-4.3 Z+/-4.3 J+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 51 Programação ISO Programação de movimentos O formato de um bloco para definir uma interpolação circular em coordenadas polares dado o centro é o seguinte: Torno: N4 G02 (G03) A+/-3.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY N4 G17 G02 (G03) A+/-3.3 I+/-4.3 J+/-4.3 F5.4 Plano XZ N4 G18 G02 (G03) A+/-3.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G02 (G03) A+/-3.3 J+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 52 Programação ISO Programação de movimentos Se a origem polar se determina no centro do arco mediante a função G93, o formato tem a forma: N4 G02 (G03) A+/-3.3 F5.4 (torno e fresadora) Os valores I, J, K definem o centro da circunferência, sendo: I : distância desde o ponto de partida ao centro, segundo o eixo X; J: distância desde o ponto de partida ao centro, segundo o eixo Y; K: distância desde o ponto de partida ao centro, segundo o eixo Z. Os valores I, J, K, programam-se com sinal, e devem ser sempre programados, mesmo se têm valor 0. No caso do torno, apesar da programação do eixo X ser geralmente em diâmetros, I programa-se sempre em raio. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 53 Programação ISO Programação de movimentos Em coordenadas polares, o valor A indica o ângulo que forma o ponto final da trajetória com a origem polar (semieixo positivo horizontal). Ao realizar uma interpolação circular G02/G03, o centro do arco passa a ser a nova origem polar. As funções G02/G03 são modais e incompatíveis entre si, e também com G00, G01 e G33. Os ciclos fixos e as funções G74, G75, M06 (em centros de maquinagem), anulam G02/G03. G02/G03 podem programar-se como G2/G3. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 54 Programação ISO Programação de movimentos Exemplo: A ferramenta encontra-se no ponto inicial do arco P0 (X25. Z–10.). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 55 Programação ISO Programação de movimentos Cartesianas absolutas N.... G90 G2 X25. Z-40. I20. K-15. ou Cartesianas incrementais N.... G91 G2 X0 Z-30. I20. K-15. Polares absolutas N.... G90 G2 A233.13 I20. K-15. ou N.... G93 I65. K-25. N.... G90 G2 A233.13 Polares incrementais 65=(12,5+20)*2 -25 = -40-(-15) N.... G91 G2 A-73.738 I20. K-15. ou N.... G93 I65 K-25. (selec. do centro polar) N.... G91 G2 A-73.738 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 56 Programação ISO Programação de movimentos Interpolação circular em coordenadas cartesianas com programação do raio Este procedimento é um dos mais utilizados na programação de trajetórias circulares, já que o seu formato se adapta por completo à normal designação de um arco, não sendo necessário o programador realizar o cálculo dos valores I, J, K. O formato de programação é o seguinte: Torno: N4 G02 (G03) X+/-4.3 Z+/-4.3 R+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY N4 G17 G02 (G03) X+/-4.3 Y+/-4.3 R+/-4.3 F5.4 Plano XZ N4 G18 G02 (G03) X+/-4.3 Z+/-4.3 R+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G02 (G03) Y+/-4.3 Z+/-4.3 R+/-4.3 F5.4 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 57 Programação ISO Programação de movimentos Como mostram os formatos, a interpolação circular programa-se com o valor do raio do arco (R), em vez das coordenadas I, J, K da posição do centro. Se o arco da circunferência é menor do que 180º, o raio programa-se com sinal positivo, e se é maior do que 180º, com sinal negativo. Para a programação da trajetória de um círculo completo não se pode utilizar este sistema, devido a existirem infinitas soluções. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 58 Programação ISO Programação de movimentos Exemplo: A ferramenta encontra-se no ponto inicial P0 (X10. Y30.). Cartesianas absolutas: (arco P0-P1) N.... G90 G2 X40. Y30. R15. (arco P1-P2) N.... G3 X80. Y30. R20. Cartesianas incrementais: (arco P0-P1) N.... G91 G2 X30. Y0 R15. (arco P1-P2) N.... G3 X40. Y0 R20. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 59 Programação ISO Programação de movimentos Interpolação circular com programação do centro do arco em coordenadas absolutas G06 A função G06 permite programar as coordenadas do centro do arco I, J, K, em coordenadas absolutas, isto é, relativamente à origem peça (W) e não à origem do arco. A função G06 adiciona-se ao bloco que contem a interpolação circular. No caso do torno, o valor I programa-se em diâmetros ou raios, em função de como se programa o eixo X. O formato de programação é o seguinte: Torno: N4 G02 (G03) G06 X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Fresadora: N4 G17 G02 (G03) G06 X+/-4.3 Y+/-4.3 I+/-4.3 J+/-4.3 F5.4 N4 G18 G02 (G03) G06 X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 N4 G19 G02 (G03) G06 Y+/-4.3 Z+/-4.3 J+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 60 Programação ISO Programação de movimentos A função G06 não é modal; portanto, deverá programar-se sempre que se deseja indicar as cotas do centro do arco, em coordenadas absolutas. Exemplo: A ferramenta encontra-se no ponto inicial P0 (X10. Y30.). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 61 Programação ISO Programação de movimentos Cartesianas absolutas . (arco P0-P1) N.... G90 G2 G06 X40. Y30. I25. J30. (arco P1-P2) N.... G3 G6 X80. Y30. I60. J30. Cartesianas incrementais (arco P0-P1) N.. G91 G2 G06 X30. Y0 I25. J30. (arco P1-P2) N.... G3 G06 X40. Y0 I60. J30. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 62 Programação ISO Programação de movimentos Trajetória circular tangente à trajetória anterior G08 Quando o arco a maquinar é tangente à trajetória anterior, pode-se utilizar a função G08. Não é necessário programar as coordenadas do centro (I, J, K), nem tão pouco o raio do arco; é, portanto, o procedimento mais cómodo para programar este tipo de arcos. A trajetória anterior pode ser uma reta ou um arco e basta indicar o ponto final da trajetória a executar. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 63 Programação ISO Programação de movimentos O formato do bloco em coordenadas cartesianas é o seguinte: Torno: N4 G08 X+/-4.3 Z+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY N4 G17 G08 X+/-4.3 Y+/-4.3 F5.4 Plano XZ N4 G18 G08 X+/-4.3 Z+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G08 Y+/-4.3 Z+/-4.3 F5.4 X, Y, Z, indicam as coordenadas do ponto final do arco. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 64 Programação ISO Programação de movimentos O formato do bloco em coordenadas polares é o seguinte: N4 G08 R+/-4.3 A+/-4.3 F5.4 (torno e fresadora) R indica o valor do raio (relativamente à origem polar) do ponto final do arco, e A o ângulo (relativamente à origem polar) do ponto final do arco. Para a programação de um círculo completo não se pode utilizar este sistema, devido a existirem infinitas soluções. A função G08 não é modal. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 65 Programação ISO Programação de movimentos Exemplo: Coordenadas cartesianas (absolutas) N.... G90 G1 X20. Y12.5 F100 (posicionamento em P0) N.... X50. (deslocamento a P1) N.... G08 X50. Y27.5 (arco P1-P2) N.... G1 X20. (deslocamento a P3) N.... G08 X20. Y12.5 (arco P3-P0) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 66 Programação ISO Programação de movimentos Coordenadas polares N.... G93 I20. J20. (pré-seleção origem polar A) N.... G90 G1 R7.5 A270. F100 (posicionamento com polares em P0) N.... G93 I50. J20. (pré-seleção origem polar B) N.... G1 R7.5 A270. (deslocam. a P1) N.... G08 R7.5 A90. (arco P1-P2) N.... G93 I20. J20. (pré-seleção origem polar A) N.... G1 R7.5 A90. (deslocamento a P3) N.... G08 R7.5 A270. (arco P3-P0) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 67 Programação ISO Programação de movimentos Trajetória circular definida mediante três pontos G09 Com a função G09 pode-se realizar uma trajetória circular, programando o ponto final do arco e um ponto intermédio. Esta função é de grande utilidade quando se realiza um programa pelo método PLAY BACK. O formato do bloco em coordenadas cartesianas é o seguinte: Torno: N4 G09 X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY N4 G17 G09 X+/-4.3 Y+/-4.3 I+/-4.3 J+/-4.3 F5.4 Plano XZ N4 G18 G09 X+/-4.3 Z+/-4.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G09 Y+/-4.3 Z+/-4.3 J+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 68 Programação ISO Programação de movimentos O formato do bloco em coordenadas polares é o seguinte: Torno: N4 G09 R+/-4.3 A+/-3.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Fresadora: Plano XY N4 G17 G09 R+/-4.3 A+/-3.3 I+/-4.3 J+/-4.3 F5.4 Plano XZ N4 G18 G09 R+/-4.3 A+/-3.3 I+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Plano YZ N4 G19 G09 R+/-4.3 A+/-3.3 J+/-4.3 K+/-4.3 F5.4 Os valores X, Y, Z, indicam as coordenadas do ponto final do arco, e os valores I, J, K, as coordenadas do ponto intermédio. Em coordenadas polares, R indica o valor do raio (relativamente à origem polar) do ponto final do arco, e A o ângulo (relativamente à origem polar) do ponto final do arco. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 69 Programação ISO Programação de movimentos Com a função G09, não se pode realizar um círculo completo, pois para definir um arco com esta função é necessário programar 3 pontos distintos. A função G09 não é modal. Exemplo: Coordenadas cartesianas (absolutas) N.... G90 G0 X30. Z2. (aprox. rápida desde o ponto de partida) N.... G1 Z-15. F.2 (cilindro Ø30 x 15) N.... G09 X30. Z-35. I50. K-25. (arco P1-P2) N.... G1 Z-50. (cilindro Ø30 x 15) N.... G0 X55. (retirada da superfície da peça) N.... X200. Z200. (retirada para o ponto inicial) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 70 Programação ISO Programação de movimentos Coordenadas polares N.... G90 G0 X30. Z2. (aprox. rápida desde o ponto de partida) N.... G1 Z-15. F.2 (cilindro Ø30 x 15) N.... G93 I30. K-25. (pré-seleção da origem polar A) N.... G09 R10. A180. I50. K-25. (arco P1-P2) N.... G1 Z-50. (cilindro Ø30 x 15) N.... G0 X55. (retirada da superfície da peça) N.... X200. Z200. (retirada para o ponto de partida) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 71 Programação ISO Funções F e S Programação da velocidade de avanço F G94/G95/G96/G97 A velocidade de avanço da ferramenta (F) pode programar-se em mm/revolução (G95) ou em mm/minuto (G94). Só se pode programar em mm/revolução G95 se a máquina dispõe de um captador rotativo (encoder) na árvore. Normalmente, os avanços do torno programam-se em mm/revolução e os da fresadora em mm/minuto. Os avanços programados, são efetivos quando se trabalha em interpolação linear G01 ou interpolação circular G02/G03. O avanço máximo programável da máquina está limitado por um parâmetro. No caso de não programar o avanço, ou indicá-lo por F0, os deslocamentos realizam-se à velocidade estabelecida nesse parâmetro. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 72 Programação ISO Funções F e S Na fresadora é possível programar constante a velocidade de avanço superficial (G96) ou a velocidade de avanço do centro da ferramenta (G97). A função G96 é de grande utilidade na maquinagem de trajetórias circulares, já que permite manter o avanço periférico da ferramenta. As funções G94, G95, G96 e G97 são modais. Programação da velocidade de rotação da árvore S A velocidade da árvore da fresadora programa-se em rotações/ minuto e não se especifica através de nenhuma função; unicamente é necessário indicar o número de rotações mediante o código S4. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 73 Programação ISO Funções F e S No torno, a velocidade da árvore pode programar-se em metros/ minuto (G96) ou em rotações/minuto (G97). À exceção das operações de roscado, furação, etc., o correto é utilizar velocidade de corte constante. Tendo em conta o que esta implica, é necessário programar previamente a gama de velocidade (M41, M42, M43, M44) e a limitação das rotações por minuto (G92), no caso de se querer limitar estas abaixo do valor estabelecido na gama respetiva. Exemplo: N10 T6.6 (seleção da ferramenta e suas correções) N20 M41 (gama de velocidade) N30 G92 S2000 (limitação da velocidade da árvore a 2000 rpm) N40 G96 S150 M3 (velocidade de corte constante 150 m/min, rotação à direita - retrógrada) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 74 Programação ISO Funções F e S TORNO: Recomenda-se programar no mesmo bloco G96 e a velocidade da árvore (S4). Em caso contrário, o CNC assume como velocidade da árvore a última velocidade de corte constante com que se tenha trabalhado. No caso de não se ter programado, previamente, G96 ou a gama de velocidades da árvore, o controlo dará erro. Se o primeiro movimento na continuação de G96 se realiza em rápido (G00), a árvore rodará à rotação que corresponde ao diâmetro final de tal movimento. No caso do primeiro movimento se realizar em G01, G02 ou G03, o CNC calcula a rotação da árvore considerando o diâmetro em que se encontra a ferramenta nesse momento. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 75 Programação ISO Funções F e S A função G96 é modal; mantém-se ativa até que se programe G97, M02, M30 ou se realize um RESET ou EMERGÊNCIA. Com a função G97 indica-se ao CNC que as velocidades programadas mediante S4 vêm expressas em rotações/minuto. Se G97 e a velocidade da árvore S4 não se programam no mesmo bloco, o CNC assume como velocidade programada, a velocidade a que nesse momento está a rodar a árvore. A função G97 é modal; mantém-se ativa até que se programa G96. Depois do arranque, depois de executar-se M02, M30 ou depois de um RESET ou EMERGÊNCIA, o CNC assume G97. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 76 Programação ISO Programação da ferramenta T Torno A seleção da ferramenta faz-se mediante o código T2.2. As duas cifras à esquerda do ponto decimal indicam a posição na torreta e as duas cifras à direita, a posição da tabela das ferramentas onde se encontra o corretor atribuído. A tabela das ferramentas contém 32 corretores (T01 a T32). Em cada corretor armazena-se os seguintes valores: X: Comprimento da ferramenta segundo o eixo X (valor de correção determinado na afinação). Z: Comprimento da ferramenta segundo o eixo Z (valor de correção determinado na afinação). F: Código da forma da ferramenta (identificação da forma de trabalho da ferramenta). Este valor é apenas necessário indicar quando a trajetória programada deve ser compensada do raio da ferramenta. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 77 Programação ISO Programação da ferramenta T R: Raio da ponta da ferramenta. Este valor unicamente é necessário indicar quando a trajetória programada deve ser compensada do raio da ferramenta. I: Valor de correção do desgaste da ferramenta segundo o eixo X. Este valor introduz-se sempre em diâmetro. K: Valor de correção do desgaste da ferramenta segundo o eixo Z. Quando o CNC lê no programa o código T2.2, a torreta roda para colocar a ferramenta selecionada na posição de trabalho e aplica os valores de comprimento I, K. Os valores R e F ficam armazenados em memória até que se executem as funções de compensação do raio (G41 ou G42); a partir de esse momento o CNC calcula a posição final de cada trajetória considerando tais valores. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 78 Programação ISO Programação da ferramenta T Código da forma da ferramenta: 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 79 Programação ISO Programação da ferramenta T Código da forma da ferramenta: 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 80 Programação ISO Programação da ferramenta T Código da forma da ferramenta: 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 81 Programação ISO Programação da ferramenta T Fresadora Existem três códigos para a programação das ferramentas, T2. / T.2 / T2.2 Nas máquinas equipadas com sistema automático de mudança de ferramentas, a mudança de ferramenta produz-se quando o CNC lê o código M06. As duas cifras à direita do ponto decimal, nos códigos T.2 ou T2.2, utilizam-se para selecionar, da tabela das ferramentas, os corretores da ferramenta. No caso de máquinas sem tal sistema automático, as duas cifras do código T2. ou as que estão à esquerda do ponto no código T2.2, não têm nenhum significado; portanto, é mais indicado utilizar código T.2 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 82 Programação ISO Programação da ferramenta T A tabela de ferramentas das fresadoras CNC consta de 100 corretores. Em cada corretor armazenam-se os seguintes valores: R: Raio da ferramenta. Este valor só é necessário indicar quando a trajetória programada deve ser compensada do raio da fresa. L: Comprimento da ferramenta (valor de correção calculado na afinação). I: Valor de correção do raio da fresa. K: Valor de correção do comprimento da ferramenta. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 83 Programação ISO Programação da ferramenta T Quando se programa G41 ou G42 (compensação automática do raio da ferramenta), o CNC calcula a posição final de cada trajetória programada no plano, considerando a soma dos valores R+I. Se se programa G43 (compensação de longitude da ferramenta), o CNC aplica como valor de compensação de longitude, a soma dos valores L+K. A compensação de longitude aplica-se ao eixo perpendicular ao plano de interpolação: G17: Compensação de comprimento no eixo Z; G18: Compensação de comprimento no eixo Y; G19: Compensação de comprimento no eixo X. A função G43 é modal e anula-se mediante G44, G74, M02 e M30 ou ao executar-se um RESET ou uma EMERGÊNCIA. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 84 Programação ISO Funções auxiliares M As funções auxiliares programam-se mediante o código M2. Ao montar o CNC numa máquina, o fabricante atribui a cada função específica um código (M00 a M99) personalizando a forma em que se deve executar. A codificação das funções auxiliares, assim como as funções preparatórias, faz-se seguindo a norma internacional ISO. Num bloco pode-se programar até um máximo de 7 funções auxiliares. Quando se programa mais do que uma, o CNC executa-as correlativamente na ordem em que foram programadas. Paragem de programa: M00 - Quando o CNC lê num bloco o código M00 interrompe o programa. Para reiniciar é necessário pulsar a tecla identificativa de «marcha em ciclo». 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 85 Programação ISO Funções auxiliares M Paragem condicional do programa: M01 - Esta função é idêntica a M00, com a exceção de que o CNC apenas a considera se está ativada a entrada «paragem opcional», que se ativa mediante um botão que está no painel frontal do CNC. Fim do programa: M02 - Este código indica fim do programa e realiza uma função de «reset geral» do CNC (repor as condições iniciais). Fim do programa com retorno ao início: M30 - Idêntica a M02, com a exceção de que o CNC volta ao bloco de começo do programa. Rotação da árvore no sentido retrógrado (sentido horário): M03 Rotação da árvore no sentido direto (sentido anti-horário): M04 Paragem da árvore: M05 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 86 Programação ISO Funções auxiliares M Código de mudança da ferramenta: M06 - Instrução que ordena uma mudança manual ou automática da ferramenta, mas não incluindo a seleção das mesmas. No torno não se programa. Ligar lubrificante de corte: M08 Parar lubrificante de corte : M09 Saída analógica S residual para mudança da ferramenta e paragem orientada da árvore: M19 - Apenas se programa M19, ao executar esta função o CNC aplica uma saída analógica S residual definida por parâmetros. Se se programa M19 S4.3, a árvore roda a uma velocidade e sentido definidos por parâmetros máquina, até o valor S4.3 em graus. Os graus estão referidos ao ponto de referência do captador rotativo da árvore (encoder). O bloco no qual se programa M19 S4.3 não admite mais informação. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 87 Programação ISO Funções auxiliares M Operações com paletes: M22, M23, M24, M25 - O CNC pode controlar o trabalho de uma máquina com paletes. Os códigos M22, M23, M24 e M25 adquirem neste caso os seguintes significados: M22 Para carregar a peça num extremo da mesa (eixo X); M23 Para descarregar a peça no mesmo ponto que M22; M24 Para carregar a peça no outro extremo da mesa; M25 Para descarregar a peça no mesmo ponto que M24. Seleção da gama de velocidades da árvore: M41, M42, M43, M44 - Quando se trabalha em velocidade de corte constante (G96), é obrigatório programar a gama M41, M42, M43 ou M44. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 88 Programação ISO Funções auxiliares M Seleção da velocidade de rotação da ferramenta motorizada: M45. Mediante o formato N4 M45 S+/-4 programa-se a velocidade de rotação da ferramenta motorizada. O sentido e a velocidade em rotações por minuto da ferramenta define-se com S+/-4; com S+4 girará num sentido e com S-4 girará no sentido contrário. Pode existir na máquina mais dispositivos que requeiram a personalização de uma função auxiliar para ativá-los (contraponto, garras da árvore, etc.); para conhecer o código atribuído a cada um destes dispositivos, deve-se consultar o manual de operação facilitado pelo fabricante da máquina. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 89 Programação ISO Funções Preparatórias II Temporização G04 A função G04 permite a interrupção do programa durante um intervalo de tempo predeterminado; transcorrido esse tempo, o programa continua automaticamente. O tempo da temporização (em segundos) programa-se mediante a letra K. Se este se indica de forma numérica, pode ter um valor compreendido entre 00,00 e 99,99 segundos, e se se indica por meio de um parâmetro (K3.2), pode ter um valor compreendido entre 00,00 e 655,35 segundos. A temporização executa-se no começo do bloco em que está programada. G04 pode programar-se como G4. Exemplo: N.... G04 K5 (temporização 5 seg.) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 90 Programação ISO Funções Preparatórias II Aresta não viva G05 Quando se trabalha em aresta não viva G05, o CNC começa a execução do bloco seguinte do programa, ao começar a desaceleração dos eixos programados no bloco que se está a executar. A diferença entre o perfil teórico e o real está em função do valor do avanço: quanto maior o avanço, maior será a diferença. Como aparece representado na figura, as arestas ficam arredondadas. A função G05 é modal e incompatível com G07. G05 pode programar-se como G5. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 91 Programação ISO Funções Preparatórias II A ferramenta encontra-se no ponto X0 Y0 N.... G91 G1 X15. Y15. F100 (Ponto P0) N.... G05 X20. (Ponto P1) N.... Y20. (Ponto P2) N.... G07 X-20. (Ponto P3) N.... G0 G90 X0 Y0 (Volta ao ponto de partida) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 92 Programação ISO Funções Preparatórias II Aresta viva G07 Quando se trabalha em aresta viva G07, o CNC não começa a execução do bloco seguinte do programa até que não tenha alcançado a posição exata programada no bloco que está a executar. O perfil teórico e o real coincidem. A função G07 é modal e incompatível com G05. G07 pode programar-se como G7. O CNC dispõe de um parâmetro máquina, no qual se específica a função que deve assumir (G05 ou G07) no arranque, depois de executar-se M02, M30 ou depois de uma EMERGÊNCIA ou RESET. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 93 Programação ISO Funções Preparatórias II A ferramenta encontra-se no ponto X0 Y0 N... G91 G1 G07 X15. Y15. F100 (Ponto P0) N.... X20. (Ponto P1) N.... Y20. (Ponto P2) N.... X-20. (Ponto P3) N.... G0 G90 X0 Y0 (Volta ao ponto de partida) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 94 Programação ISO Funções Preparatórias II Subrotinas standard e paramétricas G20/G21/G22/G23/G24 Uma subrotina é uma parte de um programa que, identificada de uma forma especial, pode ser chamada várias vezes desde qualquer posição de um programa ou desde diferentes programas para a sua execução. Com uma só chamada pode repetir-se a execução de uma subrotina até 255 vezes. Uma subrotina pode estar armazenada na memória do CNC como um programa independente ou como parte de um programa. As subrotinas podem ser standard ou paramétricas. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 95 Programação ISO Funções Preparatórias II Subrotinas standard: Mediante um bloco que contenha a função G22 indica-se o começo de uma subrotina standard. A estrutura do bloco de começo tem a forma: N4 G22 N2 (G22 indica o começo da subrotina e N2 identifica a subrotina por um número compreendido entre 0 e 99) O final de uma subrotina standard indica-se com o bloco: N4 G24. A chamada de uma subrotina standard faz-se mediante o bloco: N4 G20 N2.2. G20 indica a chamada da subrotina. Na expressão N2.2, os dois números à esquerda do ponto, identificam o número da subrotina que se chama (00-99), os dois números à direita do ponto, indicam o número de vezes que se deseja repetir a subrotina (00-99). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 96 Programação ISO Funções Preparatórias II Se o número de repetições é indicado por um parâmetro, este pode ter um valor compreendido entre 0 e 255. Se não se programa o número de repetições da subrotina, o CNC executa-a apenas uma vez. Subrotinas paramétricas: A estrutura do bloco de começo tem a forma: N4 G23 N2 (G23 indica o começo da subrotina paramétrica e N2 identifica a subrotina por um número compreendido entre 0 e 99) O final de uma subrotina paramétrica indica-se com o bloco: N4 G24. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 97 Programação ISO Funções Preparatórias II A chamada de uma subrotina paramétrica faz-se mediante o bloco: N4 G21 N2.2 P3=K+/-5.5 P3=K+/-5.5 G21 indica a chamada da subrotina paramétrica. Na expressão N2.2, os dois números à esquerda do ponto identificam o número da subrotina paramétrica que se chama (00 - 99), os dois números à direita do ponto indicam o número de vezes que se deseja repetir a subrotina (00-99). Se se indica por um parâmetro, este pode ter um valor compreendido entre 0 e 255. Se não se programa o número de repetições da subrotina, o CNC executa-a apenas uma vez. P3 é o número de parâmetro e o seu valor vêm indicado por K+/-5.5. O bloco de chamada pode conter um máximo de 15 parâmetros. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 98 Programação ISO Funções Preparatórias II Os blocos que indicam o começo, final e chamada de uma subrotina standard ou paramétrica não podem conter mais informação. De um programa principal, ou de uma subrotina (standard ou paramétrica), pode-se chamar uma subrotina, de esta uma segunda, da segunda uma terceira, etc., até um máximo de 15 níveis de imbricação. Cada um dos níveis pode-se repetir 255 vezes. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 99 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: (O processo de furação, programado mediante uma subrotina standard.) P10101 N10 S1000 M3 (rotação da árvore no sent. retrógrado, 1000 rpm) N20 G0 G90 X25. Y15. (posicionamento no primeiro furo, progr. absoluta) N30 Z2 (aproximação a 2 mm da superfície da peça) N40 G22 N10 (identificação e começo da subrotina standard 10) N50 G1 Z-13. F60 (furação com avanço 60 mm/min) N60 G0 Z2. (retirada em rápido a 2 mm acima da peça) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 100 Programação ISO Funções Preparatórias II N70 G24 (final sub. standard) N80 G0 X40. Y15. (posicionamento no segundo furo) N90 G20 N10.1 (chamada e execução da subrotina 10) N100 G0 X55. Y15. (posicionamento no terceiro furo) N110 G20 N10.1 (chamada e execução da subrotina 10) N120 G0 X55. Y40. (posicionamento no quarto furo) N130 G20 N10.1 (chamada e execução da subrotina 10) N140 G0 X40. Y40. (posicionamento no quinto furo) N150 G20 N10.1 (chamada e execução da subrotina 10) N160 G0 X25. Y40. (posicionamento no sexto furo) N170 G20 N10.1 (chamada e execução da subrotina 10) N180 G0 Z200. M30 (retirada da ferramenta e fim do programa) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 101 Programação ISO Funções Preparatórias II Saltos/chamadas incondicionais G25 A função G25 permite saltar de um bloco para outro dentro do mesmo programa. Existem dois formatos de programação: a) N4 G25 N4 G25 ordena o salto incondicional ao número de bloco indicado por N4; o programa continua a partir desse bloco. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 102 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: O programa seguinte executa-se de forma ininterrupta enquanto não se realize um RESET ou EMERGÊNCIA: N10 G0 G90 X0 Y0 (deslocamento rápido ao ponto X0 Y0) N20 G4 K30 (temporização de 30 seg.) N30 X200. (deslocamento rápido ao ponto X200 Y0) N40 G4 K30 (temporização de 30 seg.) N50 G25 N10 (salto ao bloco N10, repetição do programa) b) N4 G25 N4.4.2 Neste formato, a função G25 ordena a execução de uma secção do programa um número determinado de vezes. O primeiro número posterior ao N indica o bloco inicial, o número situado entre os dois pontos indica o bloco final, e o último o número de repetições. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 103 Programação ISO Funções Preparatórias II Este número para as repetições pode ter um valor compreendido entre 0 e 99 ou entre 0 e 255 se se programa com um parâmetro. Se se escreve isoladamente N4.4, o CNC assume N4.4.1. Ao terminar a execução desta secção, o CNC volta ao bloco seguinte em que se programou G25 N4.4.2. Exemplo. Utilizar a função G25, para realizar o programa para furação da peça representada. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 104 Programação ISO Funções Preparatórias II P10102 N10 S1000 M3 (rotação da árvore à direita, 1000 rpm) N20 G0 G90 X25. Y15. (posicionamento no primeiro furo, progr. absoluta) N30 Z2 (aproximação a 2 mm da superfície da peça) N40 G1 Z–13. F60 (furação com avanço de 60 mm/min) N50 G0 Z2. (retirada em rápido a 2 mm por cima da peça) N60 G0 X40. Y15. (posicionamento no segundo furo) N70 G25 N40.50.1 (salto do programa, execução do bloco 40 ao 50 uma vez) N80 G0 X55. Y15. (posicionamento no terceiro furo) N90 G25 N40.50.1 (salto do programa, execução do bloco 40 ao 50 uma vez) N100 G0 X55. Y40. (posicionamento no quarto furo) N110 G25 N40.50.1 (salto do programa, execução do bloco 40 ao 50 uma vez) N120 G0 X40. Y40. (posicionamento no quinto furo) N130 G25 N40.50.1 (salto do programa, execução do bloco 40 ao 50 uma vez) N140 G0 X25. Y40. (posicionamento no sexto furo) N150 G25 N40.50.1 (salto do programa, execução do bloco 40 ao 50 uma vez) N160 G0 Z200. M30 (retirada da ferramenta e fim do programa) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 105 Programação ISO Funções Preparatórias II Guardar e recuperar uma origem de coordenadas G31/G32 Para facilitar a programação, por vezes determinam-se, numa mesma peça, várias origens de coordenadas. A função G31 permite guardar a origem de coordenadas que está ativa nesse momento e mediante G32 recuperar tal origem. O bloco em que se programa G31 ou G32 não pode conter mais informação; o formato de programação é: N4 G31 … N4 G32 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 106 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: Sequência de movimentos. A - ponto de início e fim. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 107 Programação ISO Funções Preparatórias II P10103 (PROGRAMA PRINCIPAL) N10 S1000 M3 (rotação da árvore à direita, 1000 rpm) N20 G0 G90 X22.5 Y25. (posicionamento no centro da primeira caixa) N30 Z2. (aproximação a 2 mm da superfície da peça) N40 G20 N5.1 (chamada e execução da subrotina 5) N50 G0 X67.5 Y15. (posicionamento no centro da segunda caixa) N60 G20 N5.1 (chamada e execução da subrotina 5) N70 G0 X67.5 Y45. (posicionamento no centro da terceira caixa) N80 G20 N5.1 (chamada e execução da subrotina 5) N90 G0 Z200. M30 (retirada da ferramenta e fim do programa) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 108 Programação ISO Funções Preparatórias II P10104 (SUBROTINA STANDARD) N10 G22 N5 (identificação e começo da subrotina standard 5) N20 G31 (guardar a origem de coordenadas activa, W) N30 G92 X12.5 Y10. (pré-seleção da origem W2) N40 G1 Z-5. F100 (posicionamento na base da caixa) N50 X12.5 Y0 (ponto médio da caixa inferior) N60 X0 (vértice inferior esquerdo) N70 Y20. (vértice superior esquerdo) N80 X25. (vértice superior direito) N90 Y0 (vértice inferior direito) N100 X12.5 (ponto médio da caixa inferior) N110 G0 X12.5 Y10. Z2. (retirada ao ponto de início) N120 G32 (recuperar a origem de coordenadas guardada, W) N130 G24 (fim de subprograma e voltar ao programa principal) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV (X12.5, Y 10) 109 Programação ISO Funções Preparatórias II Arredondamento controlado de arestas G36 Esta função é muito utilizada em operações de torneamento e fresagem, já que permite de uma maneira simples programar o arredondamento de uma aresta com um raio determinado. G36 programa-se no bloco de deslocamento cujo final se queira arredondar. O raio de arredondamento indica-se mediante R4.3 em mm, ou R3.4 se a programação é em polegadas, sempre com valor positivo. Mediante a função G36 pode-se realizar arredondamentos entre reta-reta, arco-reta ou arco-arco. A função G36 não é modal. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 110 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: (Utilizar a função G36 para realizar os raios de arredondamento R1 e R2.) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 111 Programação ISO Funções Preparatórias II P10105 N10 T1.1 (seleção da ferramenta, posição 1 e corretor 1) N20 M42 (seleção da gama de velocidade) N30 G96 S150 M3 (rotação da árvore com v.c.c. 150 m/min) N40 G0 X0 Z2. (aprox. à peça em deslocamento rápido) N50 G1 Z0 F.05 (deslocamento com avanço 0.05 mm/r até ao ponto W) N60 G36 R1. X20. Z0 F.3 (facejamento até fora com arredondamento final R1, ponto A) N70 Z-15. (cilindro Ø20 x 15) N80 G2 G36 R2. X40. Z-25 R10. (interp. circular R10 com arredondamento R2, ponto B) N90 G1 Z-40. (cilindro Ø40 até ao fim do contorno) N100 G0 X200. Z200. (retirada até o ponto de partida) N110 M30 (fim do programa) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 112 Programação ISO Funções Preparatórias II Entrada e saída tangencial G37/G38 As funções G37 e G38 permitem ligar duas trajetórias de forma tangencial. Para realizar uma entrada tangencial programa-se G37 R4.3, e para a saída tangencial G38 R4.3, ou R3.4 se a programação é em polegadas. As trajetórias a ligar com G37 podem ser reta-reta ou reta-curva, e com G38 reta-reta ou curva-reta. O valor R indica o raio do arco de circunferência com o qual se ligam as duas trajetórias; programa-se seguido da função G37 ou G38 e sempre com sinal positivo. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 113 Programação ISO Funções Preparatórias II Para utilizar G37 deve-se ter em conta as seguintes condições: a) A distância entre os pontos iniciais de ambas trajetórias deve ser maior ou igual que duas vezes o raio de entrada programado. b) O raio da fresa deve ser menor ou igual ao raio de entrada programado. c) O tramo de entrada deve ser linear (G00 ou G01); se se programa num bloco que incorpora movimento circular, o CNC mostrará o erro correspondente. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 114 Programação ISO Funções Preparatórias II Para utilizar G38 deve-se ter em conta as seguintes condições: a) A distância entre os pontos finais de ambas trajetórias deve ser maior ou igual a duas vezes o raio de saída programado. b) O raio da fresa deve ser menor ou igual ao raio de saída programado. c) A trajetória seguinte ao bloco em se programa G38 deve ser linear (G00 ou G01); no caso de ser circular, o CNC mostrará o erro correspondente. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 115 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: (Entrada tangencial desde o centro da caixa e uma saída tangencial ao mesmo ponto, raio de entrada e saída tangencial 6.) P10104 (SUBROTINA STANDARD) N10 G22 N5 (identificação e começo da subrotina standard 5) N20 G31 (guardar a origem de coordenadas ativa, W) N30 G92 X12.5 Y10. (pré-seleção da origem W2) N40 G1 Z–5. F100 (posicionamento na base da caixa) N50 G37 R6. X12.5 Y0 (entrada tangencial R6 ao ponto médio da caixa inferior) N60 X0 (vértice inferior esquerdo) N70 Y20. (vértice superior esquerdo) N80 X25. (vértice superior direito) N90 Y0 (vértice inferior direito) N100 G38 R6. X12.5 (saída tangencial R6 do ponto médio da caixa inferior) N110 G0 X12.5 Y10. Z2. (retirada ao ponto de início) N120 G32 (recuperar a origem de coordenadas guardado, W) N130 G24 (fim de subprograma e retorno ao programa principal) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 116 Programação ISO Funções Preparatórias II Chanframento G39 A forma mais fácil de realizar um chanfro é utilizando a função G39. Programa-se de forma igual à função G36, mediante R4.3 em mm ou R3.4 em polegadas. Sempre com valor positivo, indica-se a distância desde o ponto de intersecção das duas arestas que se desejam chanfrar, até ao ponto de começo do chanfro. A função G39 programa-se no bloco cujo fim se queira chanfrar. G39 não é modal. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 117 Programação ISO Funções Preparatórias II Exemplo: A ferramenta encontra-se no ponto P0 (X40 Y10). A programação é em coordenadas cartesianas absolutas. N.... G1 G39 R10. X25. Y30. F100 (Ponto P1) N.... X0 (Ponto P2) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 118 Programação ISO Funções Preparatórias II Compensação do raio da ferramenta G40/G41/G42 Torno Na programação de trajetórias não paralelas aos eixos, o raio da ponta das pastilhas de torneamento faz com que o perfil real da trajetória da ferramenta não coincida com o teórico. Para corrigir este defeito, o programador pode calcular mediante fórmulas, a posição do ponto de controlo da ferramenta em cada ponto de início e final de uma trajetória, ou utilizar as funções de compensação automática do raio da ferramenta G41/G42. Estas funções permitem programar diretamente o contorno da peça e informar da posição da ferramenta relativamente ao contorno programado. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 119 Programação ISO Funções Preparatórias II Trajectória programada. 2012@JST/JOF Trajectória compensada. CFAC: Introdução ao CNC - IV 120 Programação ISO Funções Preparatórias II Fórmulas para compensação manual do raio da ferramenta: 2 2 Perfil convexo: O2 = R + r 2012@JST/JOF Perfil côncavo: O2 = R – r CFAC: Introdução ao CNC - IV 121 Programação ISO Funções Preparatórias II Fórmulas para compensação manual do raio da ferramenta: Az = r * [1 – tg(A/2)] Ax = r * [1 – tg(45º – A/2)] 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 122 Programação ISO Funções Preparatórias II Fórmulas para compensação manual do raio da ferramenta: Ax = r * [1 – cos(A)] Ax = r * [1 – cos(A)] 2012@JST/JOF Az = r * [1 + sen(A)] Az = r * [1 – sen(A)] CFAC: Introdução ao CNC - IV 123 Programação ISO Funções Preparatórias II Os controlos numéricos atuais permitem programar diretamente o contorno da peça sem ter em conta o raio da ferramenta. Os requerimentos do CNC para realizar corretamente uma compensação são (torno): 1. Introduzir na tabela das ferramentas o código de forma F e o raio da ponta da pastilha. 2. Programar as funções preparatórias G41 ou G42 no bloco de deslocamento que contenha o primeiro ponto da trajetória a compensar. A chamada desta função deve realizar-se estando ativa a função G00 ou G01. Quando a ferramenta fica à direita da peça segundo o sentido da maquinagem, programa-se G42 e, quando fica à esquerda, G41. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 124 Programação ISO Funções Preparatórias II Ao programar G40, fica anulada a compensação ativa nesse momento. G40 deve indicar-se num bloco que contenha a função G00 ou G01. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 125 Programação ISO Funções Preparatórias II Se, estando ativa a compensação, se programa um deslocamento em G00 posterior a G01, G02 ou G03, a ferramenta fica tangente à perpendicular no extremo do deslocamento programado do bloco de G01, G02 ou G03. Linhas fictícias para controlo da ferramenta As funções G41 e G42 são modais e são anuladas mediante G40, M02, M30, EMERGÊNCIA ou RESET. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 126 Programação ISO Funções Preparatórias II Fresadora Dado que na fresagem se programa o centro (eixo) da ferramenta, este deve seguir ao longo do contorno uma trajetória paralela, distante da peça um valor igual ao raio da ferramenta. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 127 Programação ISO Funções Preparatórias II Na fresagem, a compensação automática do raio torna-se efetiva programando as funções G41 ou G42, dependendo da posição da fresa (esquerda/direita da trajetória) seguindo o sentido da maquinagem. A função G40 anula a compensação ativa nesse momento. Para que o CNC realize a compensação corretamente, é necessário introduzir na tabela das ferramentas o raio da fresa. Ao contrário do CNC de torneamento, o valor de correção do desgaste (é sempre o raio a sofrer desgaste), unicamente se faz efetivo se é programado G41 ou G42. O início e o fim da compensação deve indicar-se estando ativa a função G00 ou G01. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 128 Programação ISO Funções Preparatórias II Na construção de um programa deve-se ter em conta o seguinte: Ponto 1. Não programar três ou mais blocos sem movimento no plano de compensação entre blocos que o tenham; ficam excluídos os blocos que contenham as funções: G20, G21, G22, G23, G24, G25, G26, G27, G28 e G29. Ponto 2. A maquinagem pelo interior de uma peça (caixas, etc.) não deve começar nem acabar num vértice côncavo. (Se começa ou se finaliza a maquinagem por um vértice, a compensação do raio não é correta e a ferramenta ultrapassa os limites da caixa, casos A e B) 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 129 Programação ISO Funções Preparatórias II Ponto 3. No último deslocamento do contorno, prévio à anulação da compensação, o centro da ferramenta fica posicionado na perpendicular à última trajetória no seu ponto final. Ao programar o bloco que contêm a anulação da compensação (G40), deve-se ter em conta esta posição final da ferramenta. G41 G40 Perpendicular 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 130 Programação ISO Funções Preparatórias II As funções G41 e G42 são modais, e são anuladas por G40, G74, G81, G82, G83, G84, G85, G86, G87, G88, G89, M02, M06, M30, EMERGÊNCIA ou RESET. Compensação do comprimento da ferramenta G43/G44 No torneamento, os valores de longitude das ferramentas fazem-se efetivos ao programar T2.2. Por outro lado, para compensar a comprimento das ferramentas de fresagem é necessário programar G43 e para anulá-la G44. Ao programar G43, o CNC soma ou subtrai os valores L e K (armazenados na tabela das ferramentas) a cada coordenada programada no eixo perpendicular ao plano de interpolação. A função G43 é modal e anula-se mediante G44, G74, M02, M30 ou ao realizar-se um RESET ou EMERGÊNCIA. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 131 Programação ISO Funções Preparatórias II Tratamento/anulação de bloco único G47/G48 Quando um programa se executa em modo «bloco a bloco», o CNC pára a execução do programa ao concluir cada sequência, sendo necessário pulsar a tecla «marcha ciclo» tantas vezes quantas o número de blocos que tenha o programa. A função G47 permite a execução em ciclo contínuo dos blocos compreendidos entre G47 e G48. Aparentemente, pode deduzir-se que é uma execução em modo «automático» de um número de blocos correlativos; mas não é exatamente assim, devido às condicionantes que aparecem ao programar estas funções: 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 132 Programação ISO Funções Preparatórias II a) Em qualquer modo de operação, interrompe-se a execução, quando está ativa a função G47, isto é, o CNC pára o avanço dos eixos e também a rotação da árvore. b) Estando ativa a função G47, o comutador de avanço do painel (M.F.O.) e as teclas de variação da velocidade de rotação da árvore ficam inibidas, executando-se o programa a 100% de F e S programadas. As funções G47 e G48 são modais. No momento de arranque, depois de executar-se M02, M30, RESET ou EMERGÊNCIA, o CNC assume a função G48. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 133 Programação ISO Funções Preparatórias II FEED-RATE programável G49 A função G49 permite regular por programa a % da velocidade de avanço F programada e a correspondente ao deslocamento em G0. Estando ativa a função G49, o comutador M.F.O. fica inibido. O formato de programação é: G49 K(1/120). A % do avanço programado que se quer estabelecer indica-se seguido de G49 K e pode ter um valor inteiro compreendido entre 1 e 120. Para anular G49 pode-se programar G49 K ou apenas G49. A função G49 é modal; a % programada mantém-se até indicar-se outra ou se anular a função. Também se anula G49 ao executar-se M02, M30, RESET ou EMERGÊNCIA. O bloco em que se programa G49 K não pode conter mais informação. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 134 Programação ISO Funções Preparatórias II Carregamento de corretores de ferramenta na tabela G50 A função G50 pode utilizar-se para introduzir os correctores das ferramentas na tabela ou também para modificar, de forma incremental, os valores de desgaste (I, K). a) Carregar todos os corretores de uma ferramenta: Todos os valores de uma ferramenta introduzidos com G50 substituem os existentes, nesse momento, na tabela. Se os valores I, K não obedecem ao formato, ficam iguais a zero na tabela. O formato no sistema métrico é: Torno: N4 G50 T2 X+/-4.3 Z+/-4.3 F1 R4.3 I+/-2.3 K+/-2.3 Fresadora: N4 G50 T2 R+/-4.3 L+/-4.3 I+/-2.3 K+/-2.3 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 135 Programação ISO Funções Preparatórias II b) Modificação incremental dos valores I, K. O formato no sistema métrico é: N4 G50 T2 I+/-2.3 K+/-2.3 Segundo esta modalidade, os valores I, K somam-se ou subtraemse aos previamente armazenados, permitindo corrigir o desgaste da ferramenta conforme se vai produzindo. Nos blocos em que se programa G50 não se pode programar nenhuma outra informação. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 136 Programação ISO Funções Preparatórias II Nos CNC de torneamento existe a função G51 I+/-4.3 K+/-4.3, mediante a qual se pode corrigir os valores de desgaste sem modificar a tabela das ferramentas, isto é, os valores I, K que se somam ou subtraem têm efeito ao executar-se G51, mas ao utilizar de novo essa ferramenta I, K voltam a ter os valores anteriores à execução de G51. Translação da origem G53/G59 As funções G53/G59 utilizam-se para mover a origem Peça (W) de maneira permanente até outra função. Esta possibilidade facilita a programação de determinadas peças e inclusive a afinação de ferramentas. Cada função G53, G54, G55, G56, G57, G58 e G59 pode conter os valores de uma translação da origem. Para activar tais valores pode-se proceder de duas formas: 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 137 Programação ISO Funções Preparatórias II a) Introduzir manualmente na tabela de translações da origem, função da direção desejada (G53 a G59), os valores pretendidos. Para fazer efetivo a translação no momento desejado, deve-se programar num bloco tal translação. Tabela de translação da origem G53/G59: G53 X ____.___ (Y ____.___) Z ____.___ Programa: N10 G53 b) Num bloco do programa introduzir a translação segundo o seguinte formato: N4 G5? X+/-4.3 (Y+/-4.3) Z+/-4.3 Se apenas se deseja transladar a origem peça de um ou dois eixos, depois do código G5? indicar tais eixos e seus valores pretendidos, (exemplo: N10 G53 Z150.). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 138 Programação ISO Funções Preparatórias II O procedimento «b» unicamente carrega os valores na tabela de translações G53/G59; para torná-los efetivos é necessário programar outro bloco com a chamada da tabela. N10 G53 X1199.769 Y-322.047 Z-128. (define) N20 G53 (ativa) Também mediante programação é possível incrementar os valores existentes na tabela utilizando o seguinte formato: N4 G5? I+/-4.3 (J+/-4.3) K+/-4.3 Com G5? indica-se a direção que contêm os valores a modificar; mediante I indica-se o valor que se soma ou subtrai-se ao valor X armazenado na tabela; de igual maneira, J modifica o valor de Y e K o valor de Z. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 139 Programação ISO Funções Preparatórias II Através de um parâmetro máquina é possível indicar ao CNC um modo distinto de operar com as funções G53/G59: consiste em somar o valor indicado na posição G5? da tabela aos valores de G54...G58; isto é, ao executar-se alguma função do tipo G54...G58, a translação da origem aplicado a cada eixo será o valor indicado na tabela (G54... G58) mais o valor indicado na posição G59. G59 não afeta a G53. Factor de escala G72 Mediante a função G72 pode-se ampliar ou reduzir o contorno da peça programada, permitindo com apenas um só programa a realização de peças semelhantes em forma mas de diferentes dimensões. O formato de programação é o seguinte: N4 G72 K2.4 (mediante K2.4 indica-se o valor do fator de escala; pode estar compreendido entre K0.0001 e K99.9999). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 140 Programação ISO Funções Preparatórias II Uma vez executada a função G72, todas as coordenadas programadas se multiplicam pelo valor de K, até que se aplique um novo fator de escala ou se anule o existente. Para anular o fator de escala é necessário programar G72 com valor K1; também se anula depois de M02, M30 ou ao executar-se uma EMERGÊNCIA ou RESET. Nos CNC de fresadoras esta função têm mais outro formato de programação, mediante o qual é possível aplicar o fator de escala apenas a um só eixo. O formato é o seguinte: N4 G72 X/Y/Z2.4 (valor mínimo 0.0001, valor máximo 15.999). 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 141 Programação ISO Funções Preparatórias II O eixo a que se aplique o fator de escala deve estar na origem (valor 0) tanto ao programar-se o início como a anulação do fator. Estando ativo o fator de escala apenas a um só eixo, não se pode modificar o sistema de referência dos eixos mediante G92, G53/G59 ou G32. Para anular o fator de escala apenas a um só eixo é necessário programar G72 e o eixo correspondente com valor 1. Também se anula quando se define um valor de fator de escala noutro eixo, depois de M02, M30, ou ao executar-se uma EMERGÊNCIA ou RESET. A compensação do raio da ferramenta unicamente pode utilizar-se se o eixo ao qual se aplica o fator de escala é um eixo rotativo, já que, se aplicado a um eixo linear, a compensação fica também afetada pelo fator de escala. 2012@JST/JOF CFAC: Introdução ao CNC - IV 142