FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Pedagogia Vanessa Aparecida da Silva O ENSINO DE GEOMETRIA NOS ANOS INICIAIS: SABERES DOCENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Pará de Minas 2013 Vanessa Aparecida da Silva O ENSINO DE GEOMETRIA NOS ANOS INICIAIS: SABERES DOCENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Monografia apresentada à Coordenação de Pedagogia da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Pedagogia. Orientadora: Ms. Tânia Aparecida Ferreira Hanke Pará de Minas 2013 Vanessa Aparecida da Silva O ENSINO DE GEOMETRIA NOS ANOS INICIAIS: SABERES DOCENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Monografia apresentada à Coordenação de Pedagogia da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Pedagogia. Aprovada em ______ / ______ / ______ _________________________________________________ Orientadora: Prof. Ms. Tânia Aparecida Ferreira Hanke _________________________________________________ Prof. Examinadora: Andreia Fonseca de Aguiar Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que sempre me fortaleceu em minhas dificuldades. Em especial aos meus pais e demais familiares e também de modo carinhoso ao meu namorado Leandro pela paciência, amor e carinho. AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais Alzira e José, pelo imenso carinho e apoio. Ao meu namorado Leandro, pelo amor, incentivo e companheirismo durante todos estes anos. Aos meus irmãos, cunhadas, cunhados e demais familiares, pela compreensão e amizade. A minha querida orientadora Tânia Hanke, pelas suas orientações, paciência e carinho. Mas acima de tudo e de todos ao PAI celestial, que permitiu ser o grande autor da obra de minha existência e o principal contribuinte para esta vitória. Sem ele esta vitória jamais poderia ser concluída. Não me esquecerei de que a vida tem um sentido e que cada instante se torna mágico, quando conseguimos ver, com os olhos do coração, a grandeza sublime oculta na menor das obras de DEUS. Obrigada Senhor, por me ajudar a concluir mais esta obra em minha vida! “Para mim, um vencedor é aquele que reconhece seus talentos dados por Deus, estuda, pesquisa e trabalha duro para desenvolver suas habilidades, e usa essas habilidades para realizar seus objetivos. Mesmo quando eu perdi, eu aprendi o que eram as minhas fraquezas, e no dia seguinte trabalhei para transformar essas fraquezas em forças, essa é a fórmula para se transformar em um verdadeiro vencedor.” Larry Bird. RESUMO Este trabalho tem como objetivo investigar as questões que dificultam a aplicação dos conteúdos geométricos pelos professores nos anos iniciais de ensino, bem como, averiguar em que as práticas de ensino destes professores estão fundamentadas. O objeto de estudo proposto surgiu por meio de um delineamento de pesquisa bibliográfica, afrontando a visão teórica do problema pesquisado, em relação aos dados reais que foram coletados na pesquisa. O estudo apresentado desejou despertar o interesse e promover discussões sobre este tipo de ensino, que mesmo apresentando alguns avanços nos últimos anos, ainda hoje é pautado com certo descaso em nossas escolas. Os resultados da pesquisa demonstraram a necessidade de uma melhor capacitação dos professores, para que saibam melhor conduzirem suas aulas tendo prazer em ensinar geometria. Outra questão relevante apresentada pelo presente estudo foi a falta de interesse dos alunos pela geometria, questão essa a ser investigada apontando as causas contribuintes para esta realidade. Por fim, este trabalho almejou evidenciar os inúmeros benefícios que este conteúdo matemático oferece ao desenvolvimento e crescimento da criança, a importância e a necessidade de um novo olhar para esta temática, demonstrando que através do estudo da geometria o aluno desenvolve características importantes para compreender e representar de forma organizada o mundo físico à sua volta. Palavras-chave: Geometria. Matemática. Ensino. Professor. Aprendizagem. LISTA DE ILUSTRAÇÃO Figura 1 - Tangram ....................................................................................... 30 Figura 2 - Geoplano ...................................................................................... 32 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Idade dos professores ................................................................ 34 Gráfico 2 - Grau de formação..................................................................... 35 Gráfico 3 - Tempo de atuação no magistério ............................................... 35 Gráfico 4 - Rede de ensino que leciona atualmente .................................... 36 Gráfico 5 - Desenvolvimento dos conceitos geométricos ............................ 37 Gráfico 6 - Dificuldade encontrada pelos professores ao trabalhar os conceitos geométricos ................................................................ 38 Gráfico 7 - Abordagem dos conceitos geométricos ..................................... 39 Gráfico 8 - Relevância do ensino da Geometria nos anos iniciais ............. 40 Gráfico 9 - O desempenho dos conceitos geométricos ............................... 41 Gráfico 10 - Abordagem dos conceitos geométricos em cursos de formação 42 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 10 2 2.1 2.2 2.3 2.4 A GEOMETRIA E SEU ENSINO ............................................................ Considerações sobre o ensino da Geometria .................................... O ensino da Geometria no Brasil nas últimas décadas .................... A evolução da linguagem geométrica ................................................. O desenvolvimento do pensamento geométrico ............................... 14 14 16 17 19 3 PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM GEOMETRIA – SABERES DOCENTES E DISCENTES ................................................. 22 A formação do professor que atua nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental .......................................................................................... 22 Experiências geométricas vivenciadas pelas crianças e a condução do processo ensino-aprendizagem ................................... 24 3.1 3.2 4 4.1 4.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... Perfis dos professores pesquisados .................................................. Apuração e análise dos dados dos questionários ............................ 33 34 36 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 43 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 44 APÊNDICES............................................................................................. 46 ANEXOS ................................................................................................. 50 10 1 INTRODUÇÃO O desígnio e intuito pela temática ocasionaram-se por meio das abordagens estudadas no 5° período de Pedagogia na Faculdade de Pará de Minas no ano de 2012, onde foram relatados problemas em relação ao ensino de geometria nos anos iniciais do ensino fundamental, despertando assim, um grande interesse sobre tal assunto. Deste modo, é relevante essa abordagem, para que a geometria seja reconhecida pelas várias competências que a compõem, sendo descrita como um corpo de conhecimentos fundamentais para compreensão do mundo e participação ativa na sociedade, facilitando a resolução de problemas em diversas áreas do conhecimento e desenvolvendo o raciocínio visual, fatores fundamentais para um bom crescimento da criança. Assim sendo, o trabalho de pesquisa almejou como objetivo geral, investigar as questões que dificultam a aplicação dos conteúdos geométricos pelos professores nos anos iniciais do ensino fundamental, bem como, averiguar como,e em que as práticas de ensino dos professores estão sendo fundamentadas. A pesquisa também se obteve dos objetivos específicos, procurando investigar o domínio conceitual de professores em relação à Geometria, verificar a relação do ensino da Geometria entre os alunos e constatar formas de ensino capazes de direcionar um ensino mais efetivo e de qualidade em relação aos conteúdos geométricos. Na problematização da pesquisa vários questionamentos nortearão o estudo proposto, tais como: Qual o lugar da geometria nos espaços escolares dos anos iniciais do Ensino Fundamental? Os professores dos anos iniciais têm segurança em tratar de temas ligados à geometria? Como o conhecimento geométrico é transmitido aos alunos? Por quanto tempo eles desenvolvem a geometria em sala de aula no decorrer do ano? Como os alunos reagem diante do ensino da geometria? Enfim, muitos questionamentos surgiram demonstrando a importância e necessidade de se pesquisar e abordar sobre o assunto, devido à acuidade de um ensino efetivo no campo geométrico. O objeto do trabalho proposto “O ensino de Geometria nos anos iniciais: saberes docentes nas práticas pedagógicas” ocorreu por meio de um delineamento de pesquisa bibliográfica, implicando a observação de materiais e dados publicados em relação ao tema de estudo. 11 Segundo Lakatos e Marconi (2002, p.71) “a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”. Desse modo,a pesquisa bibliográfica proporciona ao pesquisador estar diretamente ligado aos fatos que fazem parte de sua pesquisa, oferecendo informações para que seja possível analisá-las e compará-las com os dados atuais. Assim sendo, grandes teóricos contribuíram para o enriquecimento desta pesquisa, sendo apresentados nos capítulos 1 e 2 como Pavanello (1993), Lorenzato (1995), Smole (2003), Fonseca (2002) dentre outros, possibilitando um delineamento preciso sobre a história e a realidade a ser pesquisada, oferecendo uma visão mais vasta do assunto em questão. Por conseguinte, com o intuito de conhecer a realidade do ensino da geometria nos anos iniciais do ensino fundamental, a pesquisa também se apoiou na coleta de dados, indo ao encontro de alguns professores que trabalham a geometria em sala de aula, com a finalidade de buscar informações precisas utilizando o questionário como fonte de investigação. ParaGil (1999) questionário é uma técnica de investigação constituída por números de questões, com o intuito de conhecer as opiniões, religiões, circunstâncias, situações vivenciadas pelos indivíduos. O questionário utilizado como fonte de pesquisa (Anexo), estava composto por seis questões fechadas de múltipla-escolha, apresentando em cada pergunta quatro alternativas de respostas, onde tentamos conhecer um pouco mais a concepção dos professores de matemática de Pará de Minas sobre o ensino da Geometria. Para iniciar a pesquisa a estudante compareceu as escolas escolhidas aleatoriamente que participariamda pesquisa, apresentando-se como aluna da Faculdade de Pará de Minas, explicando o motivo relevante da sua vinda até a escola, informando aos gestores sobre seu trabalho de conclusão do curso de Pedagogia do 7°Período,solicitando o consentimentopara que fosse possível realizar a pesquisa com os professores que lecionam em cada instituição. De acordo com a concordância dos gestores e dos professores de cada escola, que se mostraram bastante empenhados em ajudar, a aluna apresentou às equipes escolares participantes, uma declaração e um termo de sigilo e confidencialidade (Anexo) estando devidamente assinados pela Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso Tânia Aparecida Ferreira Hanke, pela 12 Coordenadora do Núcleo de Trabalho de Conclusão de Curso – NTCC Ana Paula Diniz e pela aluna pesquisadora do curso de Pedagogia Vanessa Aparecida da Silva, ambos se responsabilizando em resguardar todos os dados colhidos na pesquisa. A pesquisa iniciou-se com a coleta de dados no dia 18 de março de 2013, através de visitas em 6 escolas, sendo 1 Municipal, 4 Estaduais e 1 Particular das redes de ensino de Pará de Minas, onde foram distribuídos 34 questionários, sendo orientadas a marcarem as respostas que estivessem de acordo com a realidade de ensino de cada professora pesquisada. Diante do combinado com os gestores e professores, os questionários foram recolhidos no dia 26 de março de 2013. Dos 34 questionários disponibilizados nas escolas, 31 foram respondidos pelos professores pesquisados. Tal estudo também se propôs a desenvolver a metodologia de pesquisa com âmbito nas análises quantitativas e qualitativas, que segundo Crespo (2009, p. 09), “a análise qualitativa esta ligada aos valores demonstrativos por atributos, como por exemplo, na informação de sexo, na cor da pele, etc. Já a análise quantitativa corresponde aos valores numéricos, ou seja, na identificação de dados por número”. Segundo as justificativas de Flick (2009), as duas abordagens qualitativas e quantitativas podem se apoiar uma à outra, favorecendo uma visão geral do assunto proposto, ou seja, a pesquisa quantitativa pode amparar a pesquisa qualitativa e mutuamente. A união das duas abordagens oferece ao pesquisador um olhar mais amplo em relação a sua pesquisa, oferecendo dados numéricos e dados característicos dos pesquisados, resultando em uma demonstração precisa dos fatos analisados. Para evidenciar a realidade do ensino da Geometria nos anos iniciais de ensino, os dados obtidos nos questionários passaram pelo processo de tabulação, aplicando o procedimento de contagem e organização das informações, conforme demonstra Gil (1999, p. 171): “Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias de análise”. O procedimento utilizado ocorreu por meio da tabulação manual, organizando e registrando os valores através da contagem dos elementos de cada pergunta exposta no questionário. Conforme as demonstrações da tabulação manual, em seguida realizou-se a construção dos gráficos, com objetivo de apresentar os resultados da pesquisa, 13 conforme a realidade do ensino de geometria identificado pelos professores analisados. De acordo com Crespo (2009), o gráfico é uma forma de evidenciar os dados estatísticos, com objetivo de produzir no investigador e no público em geral, uma descrição imediata do fenômeno em estudo. Deste modo, os gráficos permitem uma interpretação rápida dos dados pesquisados, oferecendo uma maior exibição dos fatos identificados na pesquisa. O estudo também desenvolveu uma análise descritiva dos dados, a fim de delinear de modo significativo os elementos coletados na pesquisa, pois, de acordo com Salomon (2010, p.160) é possível demonstrar os fenômenos contemporâneos e abranger uma “descrição, registro, análise e interpretação da natureza atual ou processos dos fenômenos”. Assim sendo, este tipo de análise consistiu em demonstrar de forma intensa, todas as informações identificadas na pesquisa proporcionando uma visão ilustrativa dos dados identificados. O desenvolvimento desse trabalho de coleta de dados e sua análise são apresentados no capítulo 3. Por último, apresentamos nossas considerações finais acerca da investigação, cuja pesquisa buscou retratar o ensino da geometria nos anos iniciais do ensino fundamental com a proposta de averiguar e constatar como os docentes conduzem o ensino deste conteúdo com os alunos, revelando os motivos que ainda levam a um ensino pouco fundamentado em nossas escolas. 14 2 A GEOMETRIA E SEU ENSINO 2.1 Considerações sobre o ensino da Geometria Com a evolução dos tempos, a Matemática se moderniza cada vez mais satisfazendo as necessidades do homem e contribuindo diretamente em tudo que o indivíduo realiza. Portanto, a Matemática é constituída a partir de uma coleção de regras, transcorrendo das experiências e artefatos importantes na construção da cidadania. Com o crescimento do conhecimento matemático por meio dos grandes pensadores que se dedicavam muito para realizar suas fabulosas descobertas, o mundo viu nascer a oportunidade de atingir seus objetivos de forma mais simples e rápida. Ao longo dos séculos, a matemática originou grandes descobrimentos. De acordo com Guelli (1997), até meados do século XI a Europa não possuía muitos conhecimentos matemáticos. As pessoas mais instruídas desta época eram os monges que estudavam e copiavam as obras matemáticas antigas. Por meio da criação dos primeiros centros de ensino e com o surgimento das primeiras universidades europeias entre os séculos XII-XIII, a Matemática começa a dar início ao seu desenvolvimento. Mas, a partir do século XVI com o surgimento do Renascimento, um grande desenvolvimento jamais visto, atinge alguns países da Europa Ocidental, originando-se assim, grandes transformações que ocasionaram importantes descobertas. A partir daí, novos conhecimentos eram desvendados, levando ao crescimento do conhecimento matemático. A importância da Geometria na história da Matemática ficou marcada por importantes fatores e elementos históricos, sendo definida a partir de diferentes considerações de vários matemáticos sobre sua ascendência e seu desenvolvimento. Parra e Saiz (2001) nos acrescentam importantes dados sobre a história do surgimento da Geometria: A história da geometria localiza sua origem no Egito, relacionada a um problema prático: a reconstituição dos limites dos terrenos após as enchentes do Nilo. Dali é exportada à Grécia, possibilitando a Thales de Mileto voltar ao Egito para calcular a altura da grande pirâmide, a partir da medição de sua sombra. A geometria surge, então, como uma ciência empírica, em que os esforços de teorização estão a serviço do controle das 15 relações do homem com seu espaço circundante. (PARRA; SAIZ, 2001, p. 236) Deste modo, identificamos a geometria como parte integrante do envolvimento e da relação entre o homem e o espaço. De acordo com as pronúncias de Cerquetti-Aberkane e Berdonneau (1997), o homem pouco a pouco foi dominando a Geometria, a partir do momento em que iniciou sua presença na terra, sendo ocasionada por sua ligação às experiências da vida prática, como cálculo de área de campo, construção de residências, de monumentos. Os mesmos autores ainda explicam que a palavra, “Geometria vem do grego geo, que significa Terra, e da palavra metron, que significa medida. Seria, portanto antes de mais nada a ciência que mede a Terra”.(CERQUETTIABERKANE; BERDONNEAU, 1997, p.176). Dentre as várias concepções existentes sobre o surgimento da Geometria Boyer (1996) apresenta duas vertentes opostas entre as ideias de Heródoto e Aristóteles: Heródoto mantinha que a geometria se originava no Egito, pois acreditava que tinha surgido da necessidade prática de fazer novas medidas de terras após cada inundação anual no vale do rio. Aristóteles achava que a existência no Egito de uma classe sacerdotal com lazeres é que tinha conduzido ao estudo da geometria. Podemos considerar as idéias de Heródoto e Aristóteles como representando duas teorias opostas quanto às origens da matemática, um acreditando que a origem fosse a necessidade prática, outro que a origem estivasse no lazer sacerdotal e ritual. (BOYER, 1996, p.4) Portanto, independentemente de onde, como, quem e quando tenha surgido à geometria, sabemos que esta descoberta acarretou um grande significado para o universo matemático e também para cada indivíduo, possibilitando ao mundo exemplificações de formas, modelos, tamanhos e elementos importantes, oferecendo oportunidade de relacionar conjecturas geométricas a um mundo real. Assim sendo, a construção da história da humanidade envolve a construção do conhecimento matemático e, particularmente a construção da Geometria, sendo descrita como um corpo de conhecimentos fundamental para compreensão do mundo e participação ativa do homem na sociedade, facilitando a resolução de problemas de diversas áreas do conhecimento e desenvolvendo o raciocínio visual. 16 A Geometria também emprega um importante papel quando se trata do apoio que ela dá a outras disciplinas, como por exemplo, no auxílio da interpretação de mapas, em gráficos estatísticos, nos conceitos de medição, e também por proporcionar um esclarecimento nas situações abstratas facilitando a comunicação da ideia matemática. Dentre as inúmeras descobertas no universo matemático ficará em destaque neste trabalho, a origem e importância da geometria desde os anos iniciais de ensino, enfatizando como está sendo transmitida aos alunos em meio às escolas pesquisadas. 2.2 O ensino da Geometria no Brasil nas últimas décadas A trajetória do ensino da geometria no Brasil nas últimas décadas esta marcada por um abandono, direcionando este ensino aos alunos no final do ano letivo, ou ainda os expondo de forma corriqueira sem muito aprofundamento. Os relatos de Lorenzato (1995) nos remetem à realidade do ensino da Geometria aplicada no Brasil nas últimas décadas: O ensino da Geometria, se comparado com o ensino de outras partes da Matemática, tem sido o mais desvairador; alunos, professores, autores de livros didáticos, educadores e pesquisadores, de tempo em tempos, têm se deparado com modismos fortemente radicalizantes, desde o formalismo empregado de demonstrações apoiadas no raciocínio lógico-dedutivo, passando pela algebrização e indo até o empirismo inoperante. No Brasil, já fomos mais além: a Geometria está ausente ou quase ausente da sala de aula. (LORENZATO, 1995, P.3) Contudo, Pavanello (1993) demonstra que esta realidade tem angustiado os docentes matemáticos brasileiros e, embora este abandono tenha repercutido de modo geral, ela nos aponta que a renúncia a este ensino é mais percebido nas escolas públicas, após a publicação da Lei 5692/71, que dava direito às escolas para decidirem as disciplinas que seriam lecionadas. Assim, muitos professores que não se sentiam preparados para lecionar a geometria, acabavam por excluí-la do seu planejamento. Ou ainda, aqueles que insistiam em lecionar a disciplina, deixavam sua abordagem para o final do ano letivo, utilizando a falta de tempo como desculpa para não ensiná-la a seus alunos. 17 Portanto, Pavanello (1993) também relata que no Brasil o ensino da matemática no início do século XX era exercido por caráter utilitário nas escolas primárias, desenvolvendo algumas noções de geometria, por meio de técnicas operatórias destinadas ao dia a dia e atividades comerciais. Já no ensino secundário, que era na maioria das vezes pago, destinavam-se às camadas sociais de maiores condições e também para a preparação de cursos superiores. Os conteúdos de matemática como aritmética, álgebra e geometria, eram lecionados individualmente e por diferentes docentes. O ensino era direcionado de forma abstrata, sem nenhuma vinculação com atividades práticas. Os livros didáticos adotados pelas escolas expunham os assuntos como um todo, não estabelecendo nenhuma relação com os diferentes ramos da matemática. Pavanello (1993) também declara que no início da década de 60, o acelerado desenvolvimento econômico incentivou as diretrizes a implantarem o ensino das diferentes disciplinas. De acordo com o Estudo do Conselho Federal de Educação (1963), a Lei 4024/61 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com o Movimento da Matemática Moderna, o ensino da matemática nas séries iniciais deveria ter relação com outras disciplinas e com técnicas modernas, mas, muitos professores por não abarcarem tais conhecimentos, deixavam de expor conteúdos geométricos para exibir os conceitos de álgebra para os alunos. Fonseca (2002) nos esclarece que mesmo apesar das preocupações identificadas entre os pesquisadores, especificamente a partir da década de 80, as mudanças são ainda discretas, quase de ausência dos conteúdos nos anos iniciais de escolarização. De acordo com Smole (2003), a realidade do ensino da matemática na Educação Infantil está vinculada com uma preocupação expressiva com as noções numéricas e pouco desempenho destinado ao ensino da Geometria, que quando abordado, está relacionado basicamente ao reconhecimento de formas geométricas, como quadrado, círculo, retângulo e triângulo. Assim sendo, a realidade do ensino da Geometria no Brasil nas últimas décadas está marcada por diferentes fatores que necessitam ser revistos. A sociedade almeja por um ensino mais significativo que proporcione um desenvolvimento do pensamento geométrico e a construção de uma linguagem específica, abstrata, porém compreensível a nossos educandos. 18 2.3 A evolução da linguagem geométrica Por meio da linguagem o indivíduo se comunica com o mundo a sua volta, e com a linguagem geométrica não é diferente. Os indivíduos vão gradativamente identificando dados e componentes geométricos relacionando-os à sua linguagem, para utilizá-los de forma significativa. Segundo Smole (2003), a linguagem geométrica destina-se aos nomes de formas e termos geométricos mais peculiares, que devem ser ampliados a assimilados por meio da ação. Conforme Alves e Cusati (2001) as Diretrizes Curriculares de Matemática demonstram que a linguagem geométrica merece destaque devido a sua construção ser progressivamente realizada por meio dos termos usados e compreendidos pelas crianças e, elas vão se referindo às propriedades das figuras, expressando as características que observam e analisam: Elas se referem a propriedades de figuras expressando-se, por exemplo, assim: o triângulo é pontudo; ele tem3 pontas; o cilindro rola, mas o cubo não; o cubo tem muitas quinas; o cone tem uma ponta mas não tem quinas” (ALVES; CUSATI, 2001, p.75). Com o tempo, as crianças passam a substituir as informalidades utilizando a linguagem própria e específica da Geometria. Passam a perceber as diferenças e características distintas em cada forma geométrica. Mais tarde, passam este aprendizado para sua realidade, reconhecendo, em seu dia a dia, a geometria contextualizada em seu mundo. Conforme as ponderações de Smole (2003) é natural os alunos criarem nomes para aquilo que eles não conhecem ou trocarem nomes de figuras. E o trabalho da Geometria neste caso, contribui para que a criança tenha acesso à linguagem específica, o que segundo a autora, não se consegue com a eliminação dos termos criados e utilizados pelos alunos, mas sim, expressando os termos geométricos corretamente enquanto discute ou exibe uma proposta de ensino para seus alunos. Smole (2003) também acredita que o problema relacionado com o vocabulário matemático em geral, e especialmente o geométrico, não está ligado à dificuldade de pronúncia do aluno, já que observaram certo deslumbramento dos educandos em relação às palavras mais elaboradas. Ela explica que a causa do problema é quando 19 esse vocabulário é apresentado à criança de forma desconexa de qualquer significado, transformando as palavras incompreensíveis. Quando o trabalho está aliado às noções e conceitos, o professor intervém com uma pronúncia adequada, onde cada termoestará alicerçado a uma representação e significação, ou seja, o ensino deve estar contextualizado, apresentando significadopara que o aluno compreenda. A linguagem materna é utilizada diariamente na vida social de qualquer criança, mas a linguagem matemática não. Segundo ainda a visão de Smole (2003), a linguagem matemática e seus símbolos não estão profundamente explícitos e frequentes fora dos limites da sala de aula, como a linguagem materna, principalmente na sua expressão oral. Neste caso, percebe-se a necessidade de os professores propiciarem oportunidades e contextos em diferentes instantes, para que os alunos percebam a utilidade do linguajar matemático e estimule o desenvolvimento do pensamento geométrico. 2.4 O desenvolvimento do pensamento geométrico Ao nascer, a criança se depara com um mundo de possibilidades, continua se desenvolvendo e mais tarde chega à escola com vários conhecimentos intuitivos do espaço perceptivo explorado pelos seus órgãos de sentidos. Com o tempo esta exploração vai se organizando e ela começa a modificar o espaço à sua volta intencionalmente. O conhecimento intuitivo da criança deve ser explorado a fim de melhorar sua percepção espacial, visual e tátil, identificando as características e relações geométricas neste espaço. O ensino da geometria favorecerá a ampliação e sistematização do conhecimento espontâneo que a criança apresenta do espaço em que vive. A criança se relaciona no mundo descobrindo o espaço a sua volta, ela explora este espaço criando reproduções do mundo por meio das imagens, dos desenhos e da linguagem verbal. Utilizando estes dados ela desenvolverá sua competência espacial, ou seja, ela será capaz de transformar objetos em seu entorno e orientar-se por entre objetos neste espaço. Quando adquirem a capacidade de ser, ler e estarem no espaço, elas conseguem perceber o mundo visual, sendo possível também fazer modificações das percepções e recriá-las mesmo sem estímulos visuais. 20 De acordo com Alves e Cusati (2001), a criança perpassa por etapas de desenvolvimento da percepção espacial sendo denominadas como: a do vivido, a do percebido e a do concebido. A primeira etapa é a do espaço vivido, abrangendo o espaço físico, no presente, vivenciada pela criança por meio das brincadeiras. A segunda etapa,a do espaço percebido, que corresponde àquele espaço que foi abstraído, aquele que a criança já retém na memória. E a terceira e última etapa, o espaço concebido, aquele que a criança consegue identificar por meio de representações gráficas e interpretar através de relações espaciais já interiorizadas. Crowley (1994) menciona a fabulosa descoberta do casal holandês Dina Van Hiele-Geldof e Pierre Van Hiele diante da direção do distinto educador matemático Hans Freudenthal, através do modelo de desenvolvimento do pensamento geométrico, que serviu para orientar a formação dos alunos e também para avaliar suas habilidades. Tal estudo apresentou e descreveu as características do processo de pensamento no qual o aluno perpassa. Deste modo, este processo de ensino da geometria abrange os cinco níveis de compreensão denominando o nível básico como Visualização, apresentando-se como um estágio inicial onde os alunos identificam o espaço em torno de si próprio. Nesta etapa, eles também não consideram os conceitos geométricos como entidades que têm elementos ou características, mas sim, como entidades totais. As crianças neste nível de compreensão reconhecem e nomeiam as figuras, mas ainda não conseguem identificar suas propriedades. No Nível 1 temos a análise, onde os alunos iniciam uma apreciação dos conceitos geométricos, eles começam a perceber as características das figuras, identificando que as figuras apresentam partes. No entanto, as crianças neste nível, ainda não apresentam capacidade de informar as relações entre propriedades ou figuras, e assim não conseguem entender suas definições. No Nível 2 dedução informal, os educandos conseguem formular interrelações de propriedades estando dentro ou entre as figuras. Conseguem deduzir propriedades e reconhecer classes de figuras. Suas definições apresentam significados, acompanhando e estabelecendo argumentos informais. Porém neste nível, não são capazes de abrangerem o significado da dedução como um todo ou o papel dos axiomas. Já no Nível 3, Van Hiele apresenta a dedução como sendo aquela que as crianças conseguem abarcar o significado da dedução, estabelecendo a teoria 21 geométrica no conjunto de um sistema axiomático. É possível construir demonstrações e não apenas arquivá-las em sua memória. Eles também conseguem ver a possibilidade de desenvolver demonstrações de distintas maneiras. E no último Nível 4, o rigor, o aluno está pronto para desempenhar vários sistemas axiomáticos, podendo estudar as geometrias não euclidianas comparando sistemas diferentes. A geometria neste nível é vista como abstrata. Este nível se apresentacomo sendo um dos níveis mais difíceis de ser desenvolvido, expondo pouco interesse por parte dos pesquisadores. Através do modelo de pensamento geométrico e as fases de aprendizagem desenvolvidas pelo casal Van Hiele, é possível identificar o nível de maturidade geométrica, mostrando ao professor os caminhos que seus alunos perpassam de um nível para outro. Diante dos aspectos demonstrados deste modelo é possível identificar e compreender as transformações e o desenvolvimento que os alunos apresentam para que construam um conhecimento geométrico. Outros importantes esclarecimentos sobre o desenvolvimento geométrico da criança foram descritos também por Parra e Saiz (2001), relatando sobre a obra de Piaget “Apresentação do espaço na criança (1947)”, em que demostra sua principal tese sobre o domínio da geometria, retratando que a ordem genética de aquisição das noções espaciais é inversa à ordem histórica do progresso da ciência. Expõe que a criança, primeiro considera as relações topológicas de uma figura (dentro, fora, ao lado de, vizinho de). Aos 5 ou 6 anos, a criança consegue observar as propriedades projetivas (aquilo que vem antes ou depois, o primeiro, o segundo, etc.), mais tarde, aos 7 anos aproximadamente, distingue o que estáentre a direita e a esquerda. A partir dos 9 ou 10 anos, começa a se interessar pelas dimensões euclidianas, ou seja, pelas propriedades de natureza métrica, como: comprimento dos lados, abertura dos ângulos de um polígono, etc. Percebe-se que de acordo com a visão destes teóricos, as crianças perpassam por diferentes caminhos até que se formule o conhecimento geométrico, elas vão evoluindo e observando de acordo com sua realidade as propriedades existentes em seu meio, transformando as informações em conhecimento. 22 3 PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM EM GEOMETRIA – SABERES DOCENTES E DISCENTES 3.1 A formação do professor que atua nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental De acordo com a realidade do ensino de Geometria nas escolas, muitos professores ainda utilizam o ensino que obtiveram no passado. Segundo Dana (1994), muitos professores ainda não utilizam a forma adequada de se ensinar Geometria, como pode ser esclarecida abaixo: Com muita frequência é considerada pelos professores de escolas elementar simplesmente como o estudo de retângulos, segmentos de reta, ângulos, congruências e coisas do gênero. Os professores do jardim - de infância ensinam a reconhecer figuras (círculos, quadrados e triângulos) do mesmo modo como ensinama reconhecer letras e números. Mesmo nas séries intermediárias, a geometria muitas vezes é negligenciada até o fim do ano, quando então, às pressas, introduzem-se algumas figuras e termos e fazem-se alguns exercícios. DANA, 1994, p.141. Assim, percebemos que o ensino da Geometria tem demonstrado a necessidade e importância dos professores de se capacitarem melhor, para que possam contribuir para o ensino mais eficiente nos anos iniciais. O professor deve ter consciência do próprio valor e da importância dos conhecimentos que promove, deve reconhecer a seriedade de seu trabalho perante a sociedade e acreditar que é possível uma educação capaz de ser transformadora. Para isto, é preciso garantir aos professores a oportunidade de realizarem uma capitação eficiente. Segundo nos demonstra Lorenzato (1995), a realidade que o ensino da geometria se encontra na atualidade demonstra o currículo como forma de contribuinte para esta realidade, evidenciando uma formação delimitada por parte dos professores: Uma delas é o currículo (entendido diminutamente como conjunto de disciplinas): nos nossos cursos de formação de professores, que possibilitam ao seu término de ensino da Matemática ou Didática da Matemática (Licenciatura em Ciências, em Matemática, em Pedagogia e formação para o Magistério), a Geometria possui uma fragilíssima posição, quando consta. (LORENZATO, 1995,p.4) 23 Deste modo, não é possível oferecer um bom ensino para os alunos se não há uma boa formação, assim, os professores não podem ensinar aquilo que não sabem, visto que, é necessária uma formação mais qualificada para os professores, possibilitando-os promover uma possível mudança na realidade do ensino da Geometria. De acordo com Fonseca (2002), pesquisadores da Educação Matemática estão buscando novas formas de ensino para a Geometria com o intuito de atingirem os professores em cursos de capacitação. Muitos autores de livros didáticos estão oferecendo novas propostas para o desenvolvimento do ensino, mas apesar do entusiasmo demonstrado por parte dos professores, as metodologias de ensino ainda não estão se repercutindo prontamente nas salas de aula. Deste modo, o professor hoje deve encontrar meios de se repensar as concepções de ensino, de sua formação, do conteúdo a ser abordado, o que se deseja alcançar e o modo de aplicação dos recursos didáticos à sua disposição. O papel fundamental do professor é catalisar, mediar, facilitar o processo de aprendizagem, fazendo com que o conhecimento elaborado pelos seus alunos tenha significado. Entretanto, o ensino de Geometria não poderá ocorrer através de uma mera transmissão de conteúdos e respectiva memorização, mas sim em experiências geométricas em que os alunos descubram por meio da exploração, visualização, registros, comparações e discussões, onde o professor seja o protagonista orientando e facilitando a aprendizagem de seus alunos. Para que o ensino de Geometria não seja resumido a nomeações de figuras e sim voltado para desenvolver na criança a competência espacial, Smole (2003) nos esclarece: [...] é preciso que aos alunos sejam dadas oportunidades para explorar relações de tamanho, direção e posição no espaço; analisar e comparar objetos, incluindo aí as figuras geométricas planas e espaciais; classificar e organizar objetos de acordo com diferentes propriedades que eles tenham ou não em comum; construir modelos e representações de diferentes situações que envolvem relações espaciais usando recursos, como fabricação de maquetes, desenhos, dobraduras e outros. (SMOLE, 2003, p.107) Contudo, observamos que a educação hoje, apresenta a necessidade de uma boa formação e formação essa, continuada por parte dos professores, para que seu 24 ensino não fique pautado a uma simples apresentação de atividades, sem aprofundamento e com iniciativas de um ensino que não será capaz de desempenhar e desenvolver nos alunos, a compreensão matemática e uma competência geométrica. É importante que o professor esteja sempre em busca de novos conhecimentos, através de especialização e capacitação profissional. O professor deve ter comprometimento com a formação dos estudantes, ampliando seus conhecimentos para oferecer aos seus alunos uma educação de qualidade. Cada educador deveria fazer da sala de aula um lugar de motivação, criatividade, crescimento, levando ao desenvolvimento e ajudando na aprendizagem. Conforme ainda nos demonstra Smole (2003), com as inovações tecnológicas e metodológicas no ensino de matemática, é fundamentalmente necessário que os professores se fortifiquem de novos conhecimentos. Ela nos relata também, que presenciou simpáticas propostas escolares, que não foram concretizadas, devido à falta de conhecimento matemático, por parte dos professores. A autora citada, ainda se ateve de grandes e importantes questionamentos em relação ao professor e seu conhecimento matemático: Ora, como pode o professor discutir, abordar ou ensinar o que não sabe? Como abordar problemas de modo significativo se ele mesmo, professor, julga-se incapaz para a matemática, não confia em sua capacidade para resolver problemas ou, ainda, desconhece suas habilidades e limitações em relação à matemática? Como advogar a importância da geometria na escola a um professor que muitas vezes identifica o tema com algumas poucas informações desencontradas e esporádicas que recebeu? (SMOLE, 2003, p.196) Tais ponderações refletem a necessidade de formação dos professores para que estejam preparados para desafiarem modernas propostas curriculares, cursos de capacitação, para que possam melhor conduzir seu trabalho e favorecer uma melhor aprendizagem não só na geometria, mas em toda a educação no geral. É necessário salientar, que ao abordarem os conceitos geométricos no ensino-aprendizagem, os professores devem levar em consideração as experiências que os alunos trazem consigo, pois, serão através delas que eles descobrirão novos conhecimentos. 25 3.2 Experiências geométricas vivenciadas pelas crianças e a condução do processo ensino-aprendizagem A vida dos seres humanos esta cercada de formas, tamanhos, movimentos, enfim, de tudo aquilo que pode ser visto e percebido. Por meio do estudo da geometria, o aluno desenvolve habilidades, capacidades e referências importantes para compreender e representar de forma organizada o mundo físico a sua volta. Por isso, o trabalho com a geometria está relacionado às atividades de observação e construção, valorizando-a e relacionando-a com a vida prática. De acordo com Smole (2003), as crianças se envolvem naturalmente explorando o espaço, e se beneficiam da matemática e da psicologia para realizarem atividades de manipulação de objetos no ambiente no qual vivem. A visão desta autora, nos mostra que enquanto as crianças se movem neste espaço, elas progressivamente estão interagindo com tudo que está contido nele e, através disso adquirem noções intuitivas que constituirão a base para sua competência espacial. A criança ao nascer passa a conviver em um ambiente sociocultural, interagindo com diferentes pessoas, lugares e situações, passa a resolver problemas por meio de comparações de objetos do espaço físico e objetos do espaço geométrico. Ela começa a elaborar os conceitos geométricos assim que é capaz de ver, sentir e se mover no espaço no qual se ocupa. Dia após dia, começa a perceber características dos objetos neste espaço, desenvolvendo por meio de seus anseios atividades construtivas e sensoriais. Assim, vão explorando o mundo geométrico partindo de suas próprias necessidades e curiosidades, favorecendo de certo modo, uma competência geométrica, originada na experiência sensível onde a criança se percebe rodeada por objetos tridimensionais. Deste modo, Fonseca (2002) descreve o objetivo e como o estudo da geometria deve ser estabelecido nos anos iniciais: Portanto, o objetivo principal do ensino de Geometria nas Séries/ciclos iniciais é a percepção e organização do espaço em que se vive. Considerando que esse espaço sensível é tridimensional, a proposta é iniciar-se o estudo da Geometria pela observação desse espaço e pelos modelos que o representam. (FONSECA, 2002, p.28) 26 Na visão de Alves e Cusati (2001), referindo-se às Diretrizes Curriculares de Matemática,o ensino da geometria deve partir do conhecimento do próprio corpo da criança, para que ela seja capaz de descobrir o espaço a sua volta, se relacionando e se desenvolvendo no mesmo, sabendo explorá-lo. Assim que a criança é capaz de assimilar o esquema corporal e usar suas referências em suas atividades do dia a dia, como por exemplo, nas brincadeiras, ela está progressivamente transferindo este esquema para o objeto. Ainda de acordo com Alves e Cusati (2001), o pensamento geométrico se desenvolve também por meio da visão, pois as crianças observam, conhecem, exploram o espaço, percebendo e valorizando a presença da geometria nos elementos da natureza e na criação do homem. Portanto, a capacidade de visualização é essencial na geometria, seja no sentido de apreender e interpretar as informações visuais, como no de expressar as imagens mentais por meio de suas representações. Mas, para que isto ocorra Dana (1994), nos evidencia que os responsáveis pela elaboração do currículo deveriam levar em conta o desenvolvimento da percepção de espaço e o processo de informação visual da criança. Segundo a autora citada, os professores dos anos iniciais do ensino fundamental devem ter o conhecimento das habilidades espaciais que seus alunos apresentam, se motivando a adequá-las às instruções dessas habilidades. Além da diversidade de formas, processos e conceitos vinculados ao ensino de geometria, há outro fator importante como ainda nos esclarece Dana (1994): A geometria proporciona uma importante mudança de ritmo com relação à aritmética, e envolve outros tipos de raciocínio. Como os melhores alunos na solução de quebra-cabeças e nas “pesquisas” muitas vezes não são brilhantes em aritmética, essas atividades propiciam a eles uma oportunidade de serem elogiados e recompensados por seus talentos, passando a ser mais respeitados também pelas outras crianças. Talvez um dos benefícios implícitos mais importantes no ensino de geometria esteja no fato de ser uma diversão para as crianças, e também para o professor, que em muitas atividades desempenhará mais o papel de observador e mesmo de companheiro de aprendizagem. (DANA, 1994, p. 155) Conforme o relato de Dana (1994) observa-se o quanto o ensino de geometria é importante na construção do conhecimento e aprendizagem dos alunos, levandoos a descobrirem habilidades, sendo uma forma de fazer com que aluno se sintamotivado. 27 O ensino da geometria pode ser estimulante, gratificante, instigador do raciocínio e também desafiante. Fica claro para a autora que alunos que não são brilhantes em aritmética podem se surpreender sendo os primeiros a resolverem um quebra-cabeça, sendo visto de forma diferente pelos colegas da sala e percebendo que cada indivíduo se sairá melhor em determinado conteúdo. É preciso levar em conta os níveis diferenciados no desenvolvimento das habilidades dos alunos, compreendendo que eles possuem características individuais e socioculturais que influenciam e que são tão importantes para sua aprendizagem. E que estas características são responsáveis por ajudarem a capacitar e assimilar os conhecimentos das suas habilidades, conhecendo as condições de vida de cada aluno. De acordo com Libâneo (1994, p.131), “as habilidades são qualidades intelectuais necessárias para a atividade mental no processo de assimilação de conhecimentos”. E ainda segundo o mesmo autor, ele nos relata que o professor deve conhecer seus alunos individualmente: O professor deve conhecer as experiências sociais e culturais dos alunos: o meio em que vivem, as relações familiares, a educação familiar, as motivações e expectativas em relação à escola e ao seu futuro na vida. Estas características vão determinar, inclusive, sua percepção da escola, da matéria, do professor, seu modo de aprender. ( LIBÂNEO, 1994, P.114). O professor deve ter o domínio de trabalhar com as diferenças, sabendo ensinar a todos de maneira geral e não valorizando somente aquele que tem mais facilidade. Cada aluno apresenta um ritmo de aprendizado e, é importante que o professor tenha consciência disso, fazendo com que o aluno não se sinta desmotivado em aprender. Outro fator necessário a ser comentado destina-se ao currículo escolar. Segundo Fonseca (2004), o currículo escolar deve passar por mudanças frequentemente, levando sempre em consideração os objetivos, os conteúdos e os métodos a serem trabalhados. O professor precisa ter um real conhecimento sobre como e o que desenvolver com seus alunos, quais materiais utilizarem, a linguagem geométrica adequada. As metodologias e práticas que envolvem o ensino da geometria devem estar atreladas a um trabalho criativo e dinâmico, estabelecendo atividades que 28 propiciarão aos alunos aprenderem através da utilização de materiais concretos e diversificados, proporcionando prazer e curiosidade em aprender. Assim, o professor estaria mais preparado para cumprir seu papel, contribuindo para um crescimento no conhecimento de seus alunos, colaborando para o avanço de desempenho e na realidade do ensino da Geometria. Segundo relatos de Rosa (2009), ela nos descreve alguns dos objetivos fundamentais da Geometria: [...] a exploração do espaço e das formas com a intenção de fazer apelo à criatividade, ao sentido estético da criança, respondendo à sua natural e progressiva procura de equilíbrio e de harmonia; a utilização de materiais e de instrumentos na construção e desenho de modelos geométricos que permitirão muitas descobertas e desenvolverão as capacidades de relacioná-las, classificar e transformar. (ROSA, 2009, p.25) Portanto, para que as crianças aprendam geometria, é preciso que elas investiguem, explorem e experimentem, utilizando tanto objetos do cotidiano, como materiais físicos e específicos do ensino desta disciplina, participando de um ensino que englobe a observação dos objetos, suas transformações e construções dos materiais, por meio de um diálogo entre professor e aluno, estando concomitantemente relacionada à sua visualização. A matemática como qualquer outra disciplina deve ser ensinada tendo a consciência em estabelecer vínculo com a realidade do aluno, sendo transmitida de acordo com aquilo que o aluno vivencia, levando em consideração princípios norteadores como seus próprios conhecimentos, sua cultura e incentivo dos pais. Deste modo, o professor deve direcionar suas práticas de ensino utilizando sempre a criatividade. E no ensino da geometria não é diferente, é preciso facilitar o ensino utilizando materiais concretos, estratégias de ensino, levando o conhecimento ao aluno de forma familiar, ou seja, que esteja de acordo com sua realidade, apresentando distintos materiais de origem diferente, de maneira a diversificar a apresentação. De acordo com Lorenzato (1995), o Conselho Nacional de Professores de Matemática dos Estados Unidos (NCTM, 1989) se pronunciou com um rico documento se referindo às práticas pedagógicas para o ensino da Geometria: 29 Em termos de prática pedagógica, as crianças devem realizar inúmeras experiências ora com o próprio corpo, ora com objetos e ora com imagens; para favorecer o desenvolvimento do senso espacial das crianças é preciso oferecer situações onde elas visualizam, comparem e desenhem formas: é o momento de dobrar, recortar, moldar, deformar, montar, fazer sombras, decompor, esticar... Para, em seguida, relatar e desenhar; é uma etapa que pode parecer mero passatempo, porém é de fundamental importância. (LORENZATO, 1995, p.8) Portanto, será através de diferentes experiências que os alunos terão a oportunidade de irem construindo os conceitos geométricos. É essencial que, para definir o procedimento adequado, o professor não fique preso apenas a um recurso metodológico ou livro didático, mas que observe a classe e decida qual a melhor estratégia a ser seguida com seus educandos. Enfim, a responsabilidade de proporcionar aos alunos um ensino de qualidade depende de diferentes fatores e de vários responsáveis que anseiem que o ensino seja trabalhado de forma eficiente. Quando houver esta colaboração, será possível uma maior consciência e respeito de ambas as partes pelo processo educacional, determinando um envolvimento de todos na busca pela concretização de um ensino mais efetivo para nossos alunos. De acordo com o Material de Referência para o professor de matemática, do Ciclo Básico de Alfabetização no Ensino Fundamental (1997), fica claro aimportância da prática docente: Assim sendo, nenhuma escola conseguirá ser competente se a prática docente na sala de aula, não estiver ancorada numa base consistente de conhecimentos, na escolha e no manejo de métodos e processos adequados às peculiaridades dos alunos – tudo isso favorecendo um clima prazeroso de aprendizagem, de troca de experiências, de ajuda mútua e de auto realização para alunos e professores. (MATERIAL DE REFERÊNCIA PARA O PROFESSOR DE MATEMATICA, 1997, p.1) Deste modo, compreende-se a importância na escolha de materiais, práticas e métodos que sejam pertinentes ao ensino de geometria nos anos iniciais, fundamentando um real conhecimento aos alunos, que deverão aprender com prazer e entusiasmo, proporcionando um clima de cooperação e efetivação no ensino e na aprendizagem. Conforme nos descreve Vieira e Zamba (2011), um rico e extraordinário material para se trabalhar ensinando diferentes conceitos de matemática, ocorre 30 através da utilização do Tangram, originário da China e conhecido como um jogo ou quebra-cabeça. É um material composto por sete peças, constituídas por meio de formas geométricas, contendo dois triângulos grandes, dois pequenos e um médio, um paralelogramo e um quadrado. FIGURA 1 - Tangram Fonte: Google Imagens, 2013. Diante da manipulação do Tangram, é possível trabalhar e desenvolver a compreensão de conceitos matemáticos, motivar e criar soluções de problemas e, além disso: A sua utilização prevê a exploração do espaço geométrico pelo aluno, o conhecimento das formas geométricas mais comuns e de seus elementos, relações entre essas formas, classificações, o trabalho com frações, com medidas, discussões de teoremas, bem como o desenvolvimento de habilidades de observação, comparação, levantamento de hipóteses, classificação, generalização, entre outras. (VIEIRA, ZAMBA, 2011, p.40) Por meio desta proposta de ensino será possível desenvolver nos alunos a demonstração e construção de conceitos matemáticos, instigando sua criatividade, curiosidade, despertando a iniciativa em resolverem problemas. Além disso, o trabalho com a utilização do Tangram acrescenta ao professor uma excelente prática de ensino, pois, possibilita aos alunos aprenderem brincando, observando, montando e desmontando figuras, já que as peças podem se combinar de diversas e diferentes maneiras. 31 Os professores devem utilizar materiais que levarão os alunos a entenderem e interpretarem os conceitos geométricos, trabalhando com objetos medianeiros como fita métrica, régua, balança, caixas de diferentes tamanhos, atividades de receitas culinárias, tecidos de tamanhos distintos, quebra-cabeças de formas geométricas, enfim, são inúmeras as oportunidades de ensino que o professor pode oferecer a seus alunos, empenhando e favorecendo um real e sistemático aprendizado matemático e geométrico. Conforme as considerações de Deguire (1994) existem outras possibilidades de práticas que podem ser empregadas pelos professores. Uma delas é a utilização de pequenos cubos de diferentes cores, proporcionando ao aluno estabelecer e discriminar padrões, sendo uma ótima estratégia a fim de desenvolver a resolução de problemas. A mesma autora ainda nos sugere trabalhar utilizando o geoplano, que é um material didático-pedagógico muito versátil que abrange a construção de várias atividades de ensino-aprendizagem no ramo da matemática em toda a Educação Básica. A manipulação do geoplano possibilita aos alunos construírem conceitos e a resolverem problemas estando interligados aos aspectos da geometria às grandezas e medidas, aos números e operações e a álgebra. Deguire (1994) também pondera que tais atividades podem ser realizadas por meioda utilização de papel pontilhado: Os resultados de atividades com o geoplano podem ser registrados em papel pontilhado, de preferência com os pontos dispostos de maneira a corresponder aos geoplanos que efetivamente estão sendo usados. Há varias atividades com o geoplano que podem proporcionar prazer e benefícios às crianças. Por exemplo, elas podem fazer figuras nas pranchas, dar nomes às figuras já feitas, contar para determinar as áreas e os perímetros das figuras e usar os pinos como sistema de coordenadas ou rede. Cada uma delas pode ser ampliada para favorecer desafios de resolução de problemas. (DEGUIRE, 1994, p. 77-78) Dentre outras possibilidades de construção do geoplano, está a utilização de um pedaço de madeira de 25 cm por 25 cm aproximadamente, no qual serão fixados pregos de 2,5 em 2,5 formando-se assim um quadriculado. Por meio da utilização do geoplano, o professor poderá introduzir diversas e criativas formas de ensino, pois sua utilização engloba diversas dimensões de 32 aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades relativas às dimensões relacionadas à geometria e a outros campos da matemática. FIGURA 2 –Geoplano Fonte: Google Imagens, 2013. Ainda em se tratando das práticas de ensino da geometria, Del Grande (1994) demonstra várias atividades que podem ser desenvolvidas nas crianças como a coordenação visual manual através de desenhos, favorecendo a percepção de figuras, empregando materiais como blocos de madeira, pedaços de feltro e quebracabeças. Para desenvolver a percepção de relações espaciais, ela orienta utilizar varetas coloridas, palitos de picolé e blocos. Tais práticas desenvolvem as habilidades de percepção, importantes para o desenvolvimento do aluno. Contudo, como foi demonstrado até aqui, o professor deve aplicar em sala de aula,variados e ricos materiais de ensino, desafiando e motivando o aluno a aprender. Evidenciou também, que a geometria carece ser direcionada ao aluno de forma que o convide a aprender, aplicando metodologias e práticas específicas que contribuam no crescimento e conhecimento, favorecendo uma aprendizagem significativa. Tais atividades necessitam de um profundo envolvimento, uma atuação planejada e sistemática por parte dos professores, sendo flexíveis, contribuindo para o sucesso do ensino. Enfim, o ensino da Matemática desenvolve o raciocínio lógico, instiga o pensamento independente e a criatividade. E, podemos também, considerar e nos sustentar na afirmativa que a Geometria abarca grande importância no desenvolvimento das crianças, favorecendo em uma compreensão de mundo e ensinando-as a participarem ativamente da sociedade. 33 4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS O presente estudo se propôs a apresentar novas informações em relação ao ensino da geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental, demonstrando como está sendo desenvolvido atualmente nas escolas pesquisadas de Pará de Minas, com o propósito de repensarmos nas práticas educativas e em nossa formação, procurando proporcionar um ensino mais significativo aos nossos alunos. Deste modo, a pesquisa desenvolvida contribuiu na revelação dos fatos reais existentes nas escolas pesquisadas. Seria relevante ressaltar que os consentimentos das seis escolas escolhidas de forma aleatória para participarem da pesquisa foram de suma importância para concretização deste trabalho. Todas as gestoras e professoras se mostraram empenhadas em contribuírem com esta pesquisa, servindo como elemento de investigação para este trabalho. Através destas escolas e principalmente das 32 professoras pesquisadas, foi possível averiguar a realidade das práticas aplicadas aos alunos nos anos iniciais, identificando como o ensino da geometria está sendo desenvolvido atualmente nas escolas de Pará de Minas. E com o desígnio de informar a cada participante sobre sua relevância em contribuir com a pesquisa, cada questionário (Anexo) continha uma introdução e instruções com a finalidade de orientar as professoras no momento de responderem as perguntas. Cada professora deveria marcar a resposta que estivesse de acordo com sua realidade metodológica e prática, aplicada ao ensino da geometria dos alunos nos anos iniciais, assinalando somente uma opção em cada questão. Entretanto, algumas docentes marcaram mais de uma opção, outras não optaram por nenhuma resposta esclarecendo que não se encaixavam nas opções demonstradas nas perguntas. Deste modo, é importante destacar que os questionários que apresentaram questões com inadequações, foram anulados, sendo contabilizados apenas os questionários que continham uma única resposta, de acordo com o descrito nas instruções de cada questionário.Dos 34 questionários distribuídos nas escolas de Pará de Minas foram coletados 31 e 7 deles não estavam dentro dos requisitos previstos, sendo contabilizados através da tabulação manual 24 questionários válidos para a apuração dos dados. 34 4.1 Perfis dos professores pesquisados Diante da tabulação realizada manualmente com os 32 questionários utilizados na pesquisa, os dados colhidos foram devidamente organizados e transformados em gráficos, possibilitando ao leitor uma melhor e mais rápida visualização das respostas identificadas neste estudo. Desse modo, através da apuração dos dados constatou-se que os professores envolvidos na pesquisa eram todos do sexo feminino e dentre outras características estando demonstradas nos gráficos abaixo. GRÁFICO 1 – Idade dos Professores Menos de 30 anos 30 a 40 anos Acima de 40 anos Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. De acordo com as demonstrações do gráfico acima, identificamos que a maioria das professoras que participaram da pesquisa apresentou idade entre 30 e 40 anos. 35 GRÁFICO 2 – Grau de formação Graduação Pós-Graduação Mestrado e Doutorado Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Deste modo, o grau de formação das professoras pesquisadas demonstrou que a superioridade possui curso de pós-graduação, sendo um ponto importante, pois o professor deve estar sempre em constante busca de conhecimento, pensando sempre em uma formação continuada, para que seja capaz de administrar suas aulas estabelecendo a aprendizagem de seus alunos. GRÁFICO 3 – Tempo e atuação no magistério 1 à 5 anos Acima de 5 anos Acima de 10 anos Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. 36 Como podem ser identificadas no gráfico, as docentes pesquisadas já lecionam há mais de 10 anos, representando um bom tempo que atuam no magistério. GRÁFICO 4 – Rede de ensino em que leciona atualmente Municipal Estadual Particular Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Conforme nos demonstra o gráfico, a rede de ensino com maior número de atuação das professoras pesquisadas é a rede estadual de ensino, por ser a rede que tem maior número de escolas em Pará de Minas. Deste modo, diante destas informações é possível identificar o perfil das professoras pesquisadas, demonstrando a diversidade dos envolvidos na pesquisa. 4.2 Apuração e análise dos dados dos questionários De acordo com as respostas identificadas pelas professoras na questão 1, elas desenvolvem seu trabalho utilizando materiais didáticos diversificados, para que seus alunos compreendam os conceitos geométricos. 37 GRÁFICO 5 – Desenvolvimento dos conceitos geométricos 16 14 12 10 8 6 4 2 0 A B C D Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Como citado anteriormente no referencial, as metodologias e práticas que envolvem o ensino da matemática e consequentemente o da geometria, devem estar atreladas a um trabalho criativo e dinâmico, estabelecendo atividades que propiciarão aos alunos aprenderem através da utilização de materiais didáticos diversificados. Deste modo, Smole afirma que: O material didático deve fornecer elementos de articulação entre diferentes formas de conhecimento, caracterizando-se fundamentalmente como um dos recursos entre todos aqueles de que o professor pode se utilizar para levar o aluno a desenvolver suas competências intelectuais, e a trabalhar com as idéias matemáticas e contextos para desenvolvê-las. (SOMOLE, 2003, p. 172) Assim percebe-se que a utilização de materiais didáticos diversificados, oferece ao aluno a chance de desenvolver e aprofundar os significados estabelecidos por ele, através de sua participação nas atividades da aprendizagem . 38 GRÁFICO 6 – Dificuldade encontrada pelos professores ao trabalhar os conceitos geométricos. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 A B c D Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Na questão 2, as professoras identificaram que a maior dificuldade encontrada por elas em desenvolverem os conteúdos geométricos consistiu na falta de interesse dos alunos pela geometria. Deste modo, seria necessário buscar alternativas na tentativa de compreender a falta de interesse desses alunos, repensando as concepções de ensino e conteúdos a serem ministrados. De acordo com o Guia Curricular de Matemática, ele nos alega que: [...] o conteúdo da Geometria não pode ser considerado como algo pronto e acabado: ao contrário, compete ao professor construí-lo junto com sua classe, oportunizando ao aluno redescobrir todos os conceitos necessários à integração harmônica dos entes geométricos, dentro de um processo dinâmico, refazendo, cada um por si, o caminho que os homens percorreram ao longo dos séculos, na busca do conhecimento. (GUIA CURRICULAR DE MATEMÁTICA, 1997, p.97). É necessário apresentar ao aluno de forma atraente os benefícios que a matemática apresenta, propiciando uma nova forma de ensino, com a finalidade de despertar seu interesse para aprender os conceitos e recursos geométricos, contribuindo para uma aprendizagem mais efetiva. 39 GRÁFICO 7 – Abordagens dos conceitos geométricos 12 10 8 6 4 2 0 A B C D Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Segundo os dados identificados na questão 3, os conceitos geométricos são desenvolvidos em sala de aula sendo intercalados a outros conteúdos. Conforme nos demonstra o Guia Curricular de Matemática (1997), o ensino da geometria será mais concretizado se lecionado ao longo do ano letivo, penetrando até mesmo em atividades consolidadas em outras disciplinas, por meio de atividades desempenhadas frequentemente, aproveitando todas as oportunidades surgidas em sala de aula, permitindo um aprendizado significativo no dia a dia. 40 GRÁFICO 8 – Relevância do ensino de geometria nos anos iniciais 16 14 12 10 8 6 4 2 0 A B C D Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. De acordo com as informações colhidas na questão 4, as professoras optaram na alternativa que a maior relevância em se ensinar geometria aos alunos nos anos iniciais, consiste no desenvolvimento de habilidades, capacidades e referências importantes para compreenderem e representarem de forma organizada o mundo físico a sua volta. Lorenzato (1995) afirma que estudos psicológicos revelam que a aprendizagem geométrica se faz necessária ao desenvolvimento das crianças por diversas situações escolares promovendo a percepção espacial tanto na matemática como na escrita e na leitura. Ele ainda assegura que a geometria é “um excelente meio para a criança indicar seu nível de compreensão, seu raciocínio, suas dificuldades ou soluções”. (LORENZATO, 1995, p.5,6). Deste modo, são inúmeros os fatores contribuintes que a geometria representana aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, proporcionando uma formação através da compreensão da realidade e de muitos outros fatores. 41 GRÁFICO 9 – O desempenho dos conceitos geométricos 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 A B C D Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Por conseguinte, as respostas referidas na questão 5, demonstraram que as professoras desempenham seu trabalho expondo alguns conceitos geométricos no dia a dia, sempre que podem. Diante dos aspectos demonstrados por Dana (1994), o ensino da geometria não carece ser ensinado todo de uma vez e uma vez por ano. Para ela o professor deve, ao longo do ano letivo, desempenhar atividades diárias, ou pelo menos duas vezes por semana. Deste modo, seria indispensável então, uma organização no planejamento dos professores diante das disciplinas e conteúdos no qual eles lecionam durante todo o ano, para que a geometria fosse mais almejada e ensinada aos alunos nos anos iniciais de ensino. É necessária uma coordenação e contextualização nas atividades, para que os professores tenham clareza sobre o que, quando e como ensinar, proporcionando um direcionamento mais habitual do ensino da geometria em nossas escolas. 42 GRÁFICO 10 – Abordagens dos conceitos geométricos em cursos de formação 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 A B Fonte: Pesquisa realizada com professores, 2013. Consequentemente, as respostas assinaladas demonstraram que a maioria das professoras participou de cursos de formação que não abordavam os conceitos da geometria. Assim sendo, é necessário propor e oferecer cursos de formação abrangendo a geometria, para que os professores possam se aperfeiçoar e buscar novos conhecimentos. Mas, também é imprescindível ressaltar que boa parte das professoras pesquisadas marcou a opção informando que participaram de cursos de formação abordando os conceitos geométricos, sendo um ponto favorável. Mesmo assim, é possível observar a necessidade em se proporcionar aos nossos professores, mais informações e subsídios cabíveis para realizarem um ensino de geometria mais eficiente e eficaz para os alunos. 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o andamento da pesquisa foi possível perceber que houve um avanço no ensino da geometria nos últimos anos. Embora não esteja ainda, de acordo com o desejado, nota-se uma pequena evolução. Percebe-se que, ainda hoje há um descaso do ensino da Geometria nos anos iniciais ao observar que o currículo de matemática coloca muita ênfase nos conceitos relacionados à álgebra e aritmética e pouco é destinada a geometria. A pesquisa demonstrou também que as professoras necessitam de uma melhor capacitação, para que saibam melhor administrar suas aulas e tenham prazer em ensinar geometria. Durante a pesquisa muitos professores se mostraram apreensivos em responderem o questionário, por que segundo eles se tratava da geometria. Então, isto deixa claro que eles tiveram uma formação que não ofereceu conhecimentossuficientes para lhes assegurarem um bom êxito no desenvolvimento de conteúdos ligados à geometria. Deste modo, uma formação continuada, grupos de estudos, cursos se fazem necessários, para que o ensino seja transmitido de forma eficaz, contribuindo com todos os benefícios que a geometria empenha para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. As professoras pesquisadas demonstraram que desenvolvem os conceitos geométricos no dia a dia sempre que podem. Deste modo, percebemos que a geometria é trabalhada sem um tempo cronológico definido, identificando a necessidade de uma organização e planejamento nos conceitos a serem desenvolvidos com os alunos, descrevendo um tempo e período certo, sendo cogitado durante todo o ano. Outro ponto a ser questionado é a falta de interesse dos alunos em relação à geometria, que deve ser uma questão a ser averiguada para que sejam apontadas as causas desta realidade, possibilitando identificar e se ater de soluções para a solução deste. Portanto, esta pesquisa buscou proporcionar novas informações com o intuito de contribuir para um melhor ensino da geometria nos anos iniciais, demonstrando a importância em se repensar e investir em novas propostas profissionalizantes, metodológicas e curriculares de ensino, voltando o olhar para a busca de soluções cabíveis, capazes de elevar a forma de ensinar a disciplina nos anos iniciais. 44 REFERÊNCIAS ALVES, Wanda Maria de Castro; CUSATI, Iracema Campos. Diretrizes Curriculares de Matemática. Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Matemática, contidas no Parecer CNE/CES 1.302/2001, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação e homologado pelo Senhor Ministro da Educação. BERDONNEAU, Catherine; CERQUETTI-ABERKANE, Françoise.O ensino da matemática na Educação Infantil. Tradução Eunice Gruman. Porto Alegre: Artmed, 1997. BOYER, Carl B. História da Matemática. Tradução Elza F. Gomide. 2° Ed. São Paulo: Edgard BlücherLtda, 1996. 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Guia Curricular de Matemática: Ciclo Básico de Alfabelização, Ensino Fundamental/ Secretaria de Estado de Educação. Belo Horizonte, SEE/MG, 1997. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Material de Referência para o professor: matemática: Ciclo Básico de Alfabetização, Ensino Fundamental/ Secretaria de Estado de Educação, elaboração de Maria Francisca Teresa B. Magalhães, Maria Vicentina de Brito Carvalho, Renato Srbek Araújo – Belo Horizonte, Volume 6, SEE/MG,1997. PARRA, Cecília; SAIZ, Irma... [et.al]. Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Trad. Juan AcunaFlorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. PAVANELLO, R. M. O abandono do Ensino da Geometria no Brasil: Causas e Consequências. In: Zetetiké, n.1, Unicamp, mar. 1993. ROSA, Andressa Matias da. Figuras Geométricas: Instrumento Importante para o Ensino da Geometria. In: Níveis de Desenvolvimento do Pensamento Geométrico: Níveis de Van Hiele – UNESC, 2009. SALOMON, Délcio Vieira. 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É necessário conhecer sua opinião sobre alguns aspectos relacionados ao ensino de Geometria, pois com certeza seus dados irão acrescentar muito em minha pesquisa. Espero contar com seus conhecimentos, a fim de contribuírem para um melhor ensino da Geometria. Dados de Identificação: Idade: ( ) Menos de 30 anos. ( ) 30 à 40 anos. ( ) Acima de 40 anos. Sexo: ( ) Masculino. ( ) Feminino. Formação: ( ) Graduação. ( ) Pós - Graduação. ( ) Mestrado ( ) Doutorado. Tempo de Atuação: ( ) 1 à 5 anos. ( ) Acima de 5 anos. ( ) Acima de 10 anos. ( ) Estadual ( ) Particular Rede de Ensino: ( ) Municipal 47 Instruções para preenchimento do questionário: Você deverá escolher e marcar a opção que mais condiz com suas metodologias e práticas de ensino. Lembrando que deverá marcar somente uma resposta, para cada pergunta. Espero contar com sua cordialidade em suas respostas. E desde já, o meu muito obrigado, por servir de elemento primordial para a realização deste trabalho. Questionário de Perguntas: 1. Como você desenvolve suas aulas para que seus alunos aprendam os conceitos geométricos? A) Exponho conjunto de nomes, figuras e definições para os alunos. B) Utilizo materiais didáticos diversificados. C) Proponho aulas dialogadas e estando de acordo com o livro didático. D) Incluo o conteúdo no dia a dia dos alunos. 2. Identifique a maior dificuldade deparada por você, em abordar os conteúdos que envolvem a geometria em sala de aula. A) Ausência de tempo, diante da jornada de trabalho diário. B) Desempenhar os conteúdos geométricos de acordo com o dia a dia dos alunos. C) A falta de interesse dos alunos pela geometria. D) Por não ter tido uma bagagem de conhecimentos geométricos suficientes para conduzir os alunos. 48 3. Especifique qual a etapa do ano, você aborda os conceitos geométricos. A) Logo no início do ano. B) De acordo com o livro didático. C) Intercalo a matéria com outro conteúdo. D) No final do ano. 4. Para você, qual a maior relevância em se ensinar a Geometria aos alunos nos Anos Iniciais. A) Por que estimula e motiva os alunos, sendo também instigadora do raciocínio. B) Por que a Geometria representa um importante papel na história da Matemática. C) Por que o aluno desenvolverá habilidades, capacidades e referências importantes para compreender e representar de forma organizada o mundo físico a sua volta. D) Por que se apresenta, como um excelente meio para a criança indicar seu nível de compreensão, seu raciocínio, suas dificuldades ou soluções. 5. Você desempenha seu trabalho, expondo alguns conceitos geométricos no dia a dia? A) As vezes. B) Sim, sempre que posso. C) Não. D) Sigo as orientações do livro didático. 49 6. Você já participou de algum curso de formação, que estivesse abordando os conceitos de Geometria? A) Sim. B) Não. 50 ANEXO A – Termo de compromisso TERMO DE SIGILO E CONFIDENCIALIDADE Aluno (a): Nacionalidade: Estado civil: Profissão: Endereço completo: CPF: RG: Orientador (a): Nacionalidade: Estado civil: Profissão: Endereço completo: CPF: RG: Pelo presente termo, do Núcleo de Trabalho de Conclusão de Curso – NTCC -, da Faculdade de Pará de Minas FAPAM, se obrigam a manter o mais absoluto sigilo com relação a toda e qualquer informação a que tiverem acesso sobre a pesquisa desenvolvida no âmbito dessa Instituição. Para tanto, declaram e se comprometem: a) a manterem sigilo, tanto escrito como verbal, ou, por qualquer outra forma, de todos os dados, informações científicas e técnicas e, sobre todos os materiais obtidos com sua participação, podendo incluir, mas não se limitando a: técnicas, desenhos, cópias, diagramas, fórmulas, modelos, amostras, fluxogramas, croquis, fotografias, plantas, programas de computador, discos, disquetes, processos, projetos, dentre outros; b) a não revelar, reproduzir, utilizar ou dar conhecimento, em hipótese alguma, a terceiros, de dados, informações científicas ou materiais obtidos com sua participação; c) a não tomar qualquer medida com vistas a obter para si ou para terceiros, os direitos de propriedade intelectual relativos às informações sigilosas a que tenham acesso. O presente Termo tem natureza irrevogável e irretratável, e o seu não cumprimento acarretará todos os efeitos de ordem penal, civil e administrativa contra seus transgressores. Pará de Minas, ____ de ______________ de_____ ______________________________ Aluno (a) _____________________________ Orientador (a) ______________________________ Coordenador do Núcleo de Trabalho de Conclusão de Curso –NTCC 51 ANEXO B - Declaração DECLARAÇÃO Declaro, para os devidos fins que, o (a) aluno (a) ________________________________________________________________ está recebendo orientação do (a) professor (a) ________________________________________________________________, para elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema é ________________________________________________________________. Por ser verdade, firmo o presente. Pará de Minas,26 de fevereiro de 2013. Ana Paula Santos Diniz Coordenadora do Núcleo de Trabalho de Conclusão de Curso