MARIA APARECIDA DA SILVA OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO SUBTANQUE DE COMBUSTÍVEL AUTOMOTIVO São Paulo 2009 MARIA APARECIDA DA SILVA OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO SUBTANQUE DE COMBUSTÍVEL AUTOMOTIVO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. Área de concentração: Engenharia Automotiva Orientação: Prof. Dr. Hélio Wiebeck. São Paulo 2009 II FICHA CATALOGRÁFICA Silva, Maria Aparecida da Otimização da produção do subtanque de combustível automotivo / M.A. da Silva. -- São Paulo, 2009. 52 p. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 1. Tanque de combustível (Produção; Otimização) 2. Auto móveis I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica II. t. III DEDICATÓRIA À minha mãe Maria Francisca, pelo carinho, ajuda, incentivo e paciência comigo todos esses anos. Ao meu pai Firmino Mendes que não está mais conosco, porém sempre me incentivou. As minhas irmãs Maria Lucia e Maria José pela colaboração, fazendo com críticas construtivas e por me ajudarem nos momentos que mais precisei. Ao meu “afilhado” Gabriel Mendes (Gabi) sempre carinhoso, prestativo e com uma inteligência impar. Ao meu cunhado Eduardo pela boa vontade de querer ajudar todo esse tempo. A minha sobrinha Andrea e o seu marido Marcelo por estarem presentes nas horas em que precisei. A meus irmãos Bill e Firmino que, apesar de tanta luta, sempre permanecem unidos. A minha irmã Maria Natália e o meu cunhado Wladislau, apesar da distância, sei que torcem por mim. E também, para a geração de amanhã, os meus sobrinhos: Matheus, Beatriz, Gustavo e Luana que continuem acreditando que estudar é o melhor caminho para se viver melhor a vida. IV AGRADECIMENTOS Ao Dr. Prof. Hélio Wiebeck, pela atenção, pela compreensão, pela paciência e orientação imprescindíveis à construção desse trabalho. Ao Dr. Prof. Guillermo Ruperto Martin Cortés, pelo incentivo, pelo apoio, pela ajuda na preparação dos corpos de provas e ensaios, inclusive na colaboração da execução deste trabalho. À Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, pela oportunidade de realização do curso de mestrado profissionalizante. Ao Prof. Dr. Ronaldo Breyne Salvagni, que tem lutado para manter este curso de mestrado e por toda presteza para comigo e com os demais. À Secretaria de Mestrado Profissionalizante em Engenharia Automotiva, pela atenção e apoio durante todo o curso. As equipes do Laboratório, da Metrologia, Manufatura e Processo, em especial para André Soller e Nilton Yamahute da Engenharia da Plásticos Mueller S/A. Ao meu amigo e colega de classe Edson Alencar da NKS, pela oportunidade de compartilhamos em todas as matérias e trabalhos do curso; enfrentando as mesmas dificuldades juntos e pela possibilidade de troca de experiência profissional porque fomos os únicos que atuam no mesmo ramo de atividade - autopeças. V EPÍGRAFE O saber a gente aprende com os livros e os mestres. A sabedoria, com a vida e os mais humildes. Cora Coralina VI Cora SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 1 1.1 Motivação do trabalho 2 1.2 Objetivo 3 1.3 Metas 3 1.4 Objeto ou unidade de análise de estudo 4 1.5 Estrutura do trabalho 5 2. REFERENCIAL TEÓRICO 6 2.1 Set-up 6 2.2 Kaizen 6 2.3 Matéria prima plástica 6 2.4 Poliamida 7 7 2.5 Refugos ou perdas no processo produtivo 2.6 Ensaios físicos 7 VII 3. METOLOGIA DE ENSAIO 9 3.1 Ensaios em matérias primas 9 3.1.1 Densidade 9 3.1.2 Temperatura de fusão 9 3.1.3 Resistência á flexão 9 3.1.4 Resistência a tração, alongamento e módulo de elasticidade. 10 3.1.5 Resistência ao impacto izod 10 3.1.6 Temperatura de deformação sob carga á 0,45 e 1,80 MPa 10 3.1.7 Teor de umidade 11 3.1.8 Tonalidade 11 3.2 Ensaios em peças injetadas 11 3.2.1 Preparação de corpo de prova por tecnologia jato de água 11 3.2.2 Ensaio de resistência a tração e alongamento 12 3.2.3 Ensaio de planicidade no fundo da peça 13 4. METODOLOGIA DE PESQUISA 14 4.1 Redução de setup 15 4.2 Desenvolver material opcional 15 4.3 Redução de refugo 15 4.3.1 Refugo na linha de montagem 16 4.3.2 Refugo da linha de montagem 16 VIII 4.3.3 Refugo de injeção e montagem 16 4.4 Custos de subtanque 18 4.5 Esquema do subtanque 19 5. RESULTADOS 19 5.1 Redução do tempo de set-up 19 5.2 Desenvolvimento de novas fontes de materiais 33 5.2.1 Utilização de três fontes opcionais de material 33 5.2.2 Exemplos de corpos de prova injetados 33 5.2.3 Cálculo de desvio e erro padrão 34 5.2.6 Ensaios físicos realizados com as amostras B, C e D 36 5.2.5 Aprovação da opção B (amostra B) 37 5.2.6 Corte e conformação de corpo de prova da peça injetada pela metodologia de “jato de água” 5.2.7 Ensaios comparativos de planicidade 5.2.8 Medidas de planicidade do material A (referência) 5.2.9 Medidas de planicidade da amostra B 5.3 Refugos do subtanque 6. CONCLUSÃO 38 39 40 42 44 46 6.1 Redução do tempo de set-up 46 6.2 Desenvolvimento de material opcional 46 6.2.1 Injeção das três opções de materiais 46 6.2.2 Injeção de peças com a amostra B 46 6.2.3 Emissão de CLI (controle de lote inicial) 47 IX 6.3 Redução de refugo 47 6.4 Cálculo do custo do subtanque 47 7. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 50 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51 ANEXO 1 – PLANO DE CONTROLE 54 X LISTA DE FIGURAS Figura 1 Apontamento da ordem de fabricação 17 Figura 2 Esquema do subtanque 18 Figura 3 Pré-aquecimento da câmara quente 24 Figura 4 Ajuste do aquecimento do cilindro 24 Figura 5 Molde alocado próximo á máquina injetora 26 Figura 6 Colocação do molde com calço (antes) 27 Figura 7 Colocação do molde com parafusadeira (depois) 27 Figura 8 Trava de segurança do molde antes e depois. 28 Figura 9 Alteração na altura do anel de centragem do molde (antes e depois) 28 Figura 10 Ajustes das alturas dos moldes para entrar na máquina 29 Figura 11 Fixado o extrator na cavidade da máquina injetora 29 Figura 12 Diagrama de Spaguetti (antes e depois) 30 Figura 13 Cronograma de implantação de setup 32 Figura 14 Ensaio de resistência a tração e alongamento em corpo de prova 33 Figura 15 Corpo de prova gravata (antes e depois do teste de resistência 34 a tração) Corpos de provas cortados / conformados diretamente da peça 38 (antes e após ensaio de resistência a tração) Figura 16 Figura 17 Ensaio de resistência a tração e alongamento em corpo de prova extraído da peça 39 XI LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Tempo total de set-up 20 Gráfico 2 Medidas da amostra padrão (material atual) 40 Atividade sedentária ( Gráfico 3 Amplitude da amostra padrão (material atual) desempenho de sistema de ar condicionado (A/C) 40 Gráfico 4 Valores de Cp e Cpk das medidas de planicidade da amostra padrão 41 Gráfico 5 Medidas da amostra “B” (material opcional). 42 Gráfico 6 Amplitude da amostra “B” (material opcional). 42 Gráfico 7 Valores de Cp e Cpk das medidas de planicidade da amostra “B” 43 Gráfico 8 Refugos do processo do subtanque 45 XII LISTA DE TABELAS Tabela 1 Situação atual x situação proposta de setup 19 Tabela 2 Identificado set-up interno, externo e desperdício 21 Atividade sedentária ( Tabela 3 Separar set-up interno e externo – operação setup externo 22 Tabela 4 Separar set-up interno e externo – operação setup interno 22 Tabela 5 Resultado final da redução dos tempos do set-up 31 Tabela 6 Estudo de capabilidade 34 Tabela 7 Comparativo de ensaios físicos dos materiais A, amostras B, C 36 e D. Tabela 8 Comparativo da especificação do material com a Amostra B 37 Tabela 9 Resultado dos ensaios de corpos de provas extraídos da peça 38 (03 amostras) Tabela 10 Acompanhamento mensal do refugo do subtanque 44 Tabela 11 Cálculo dos custos do subtanque 48 XIII RESUMO Esta monografia mostra os resultados de pesquisa para a otimização do processo de produção do sub-tanque de combustível (reservatório). O subtanque de combustível (reservatório) é usado em um veículo sofisticado produzido por uma companhia nacional montadora de autos. O objetivo principal desta pesquisa era reduzir as perdas de material na produção do subtanque e também reduzir o tempo de set-up da produção do subtanque do combustível. Três materiais poliméricos foram usados e foram caracterizados segundo: Avaliação Colorimétrica, resistência à tração na ruptura, Alongamento, Modulo de Elasticidade, Resistência a Flexão, Resistência ao Impacto Izod, Densidade, Temperatura de Fusão, Temperatura de Deflexão (HDT) e Umidade. Os resultados obtidos indicam que é possível reduzir o tempo de produção, assim o tempo de set-up de 110 minutos diminuiu para 19,2 minutos (redução de 82,5%) e os custos foram reduzidos em 27,37% por peça, utilizando a matéria prima Poliamida 6 do Fornecedor B. Avançada tecnologia de corte por Jato de água - abrasivo de ultra-alta pressão foi aplicada para conformar e obter os corpos de prova tipo de gravata diretamente da peça final injetada (ISO R 527), o qual além de aumentar a velocidade de preparação das amostras para desenvolver os testes, seu custo era baixo (só alguns centavos por corpo de prova). Como resultado principal, a empresa de autopeças produtora do subtanque de combustível conseguiu atingir os compromissos assumidos com o Cliente e ainda melhorar os processos que envolvem a produção da peça. Palavra Chave: Tanque de Combustível (Produção; Otimização); Automóveis. XIV ABSTRACT This monograph shows the research results for the optimization of the fuel sub-tank (reservoir) production process. The fuel sub-tank (reservoir) is used in a sophisticated vehicle produced by a national car assembler company. Main objective of this research was to reduce the losses of material in the production of the sub-tank and also to reduce the set-up time for the production of the fuel sub-tank. Three polymers materials were used, they were characterized by means of: Colorimetric, Tensile Strength at Break, Yield Strength, Modulus of Elasticity, Flexural Strength, IZOD Impact Strength, Density, Melting Point, Heat Deflection Temperature (HDT) and Moisture. The obtained results indicate that it is possible to reduce the time of production, in this case the times of set-up of 110 minutes for 19,2 minutes (reduction of 82,5%) and the costs that were of R$ Y,6V3 for piece, it went R$ 7X,7V2 by piece (reduction of 27,37%), using Polyamide 6 of the vendor B. Advanced technology of Ultra-high pressure abrasive water jet cut was applied to obtain the tie type samples that were extracted of the injected final piece (ISO R 527), which besides speed in the time of preparation of the samples for tests developments, its cost was low (only few cents for sample). As main result, the Auto - pieces company producer of the sub-tank of fuel reach the commitments assumed with the Customer and still improve the processes that involve the piece (Fuel Sub-tank) production. Key Board: Fuel Tank (Production, Optimization); Cars. XV CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO A indústria automotiva está passando por transformações, provocando a diversificação e segmentação do mercado, a redução do ciclo de vida de modelo de veículos e a oferta de variedades destes modelos para os clientes (SCAVARDA et al, 2005). Com um mercado cada vez mais exigente e seletivo, as montadoras de veículos nacionais estão inseridas num cenário bem diferente do mercado americano do início do século passado. Por outro lado, também divergente do mercado europeu dos anos 40 e 50 (SCAVARDA et al, 2005). A Gestão da Qualidade busca promover a certeza tanto na homogeneidade do produto ao longo do tempo e da constante busca do aperfeiçoamento tecnológico. Como diferencial, as empresas procuram estar munidas de informações que possam indicar os critérios de seleção para materiais, seguidas vezes, as referências encontradas dizem respeito a produtos ainda em desenvolvimento, que não tem formato (design) definido, como por exemplo, o que encontramos em Ashby (2000, p.9), define ele que a seleção de materiais como item que não pode ser separado da escolha do formato. Aprofundando a análise, afirma que a função, o material, o formato e o processo interagem, portanto, a função do componente “dita a escolha do material, o formato é escolhido para desempenhar a função utilizando aquele material, e o processo é impactado pelas propriedades do material” (ASHBY, 2000, pág.9). Estes aspectos também interagem com o formato, no que concerne ao tamanho, à precisão, e ao custo por componente obtido por unidade de tempo. Segundo Sant‟Anna e Wiebeck (2006), com o conceito de Mapas de Propriedades de Materiais(qual o conceito) Ashby expande os limites de seleção, que aliados aos Índices de Mérito (que relacionam uma propriedade específica ao tempo em horas, por exemplo), facilitariam as análises comparativas entre materiais (SANT‟ANNA e WIEBECK, 2006, pág. 6). O produto do nosso objeto deste estudo acadêmico é o “sub tanque de combustível” do veículo automotivo de uma montadora nacional, fabricado com a matériaprima poliamida 6, utilizado como protetor da bomba de combustível. Trata-se de um item de segurança do veículo. Na ocorrência de falta de combustível na bomba, este sub tanque vai liberar a reserva de combustível. Porém, acabando a reserva de combustível o mecanismo que se encontra no sub tanque faz com que a bomba de combustível desligue, evitando com que a bomba queime por se tratar de ser um item de alto valor agregado. A competitividade fica comprometida quando tem-se perdas 2,5 vezes maior do que o negociado no início do projeto de produção deste item . A Empresa negociou 4% de perdas com o item sub-tanque e as perdas, porém as perdas estavam oscilando entre 10 à 15%. Assim, a proposta foi a redução das perdas no processo produtivo do sub-tanque de combustível. 1.1 MOTIVAÇÃO DO TRABALHO O sub-tanque do combustível integra o veículo deste Cliente (Montadora), devido a Empresa Fornecedora (líder no seguimento de reservatórios), empresa nacional com 70 anos no mercado. A Empresa fornecedora não esclareceu a Montadora a respeito do histórico de problemas que este item apresenta, desconhecendo algumas informações o Cliente optou por manter a mesma ferramenta para injeção do item para o novo modelo de veículo também modelo sofisticado. As perdas geradas no processo de manufatura do sub tanque da Empresa de Autopeças, oscilavam entre 10 à 15% e o valor repassado ao Cliente era 4% de perdas. A partir de dezembro de 2007, a Empresa teria que repassar para o Cliente 1% de redução do custo total do produto. Assim, dos 4% absorvidos de perdas pagas pelo Cliente este passa a absorver 3%. Este Cliente a partir de março de 2008 passou a ser o 3º maior cliente da Empresa, representando 22% do faturamento. Atualmente o faturamento deste cliente representa 7,5% do faturamento total da Empresa. A Empresa atingiu o percentual de 3,0% de perdas a partir de março de 2008, conforme custos internos deste item, pode repassar para o Cliente até 1,5% de redução o que deixa a Empresa numa posição de destaque, pois supera as expectativas deste Cliente (Montadora). O custo para execução destas melhorias foi em torno de R$ 4.500,00 amortizados em 03 meses, o tempo para troca dos engates da máquina e molde foi até dezembro/2007, de acordo com o cronograma de implantação de Kaizen (Kai = mudar e Zen = melhor tradução da palavra japonesa que significa melhoria contínua). Quanto à definição sobre o material opcional, o mesmo esteve disponível em março/2008, ou seja, todos os estudos encerraram em março/2008. O que aumentou os negócios com o Cliente (Montadora). 2 1.2 OBJETIVO Soluções para reduzir as perdas atuais em torno de 10% para aproximadamente 3% no processo de fabricação do sub-tanque de combustível automotivo em plástico. 1.3 METAS Reduzir o tempo de set-up (tempo gasto para a troca de um ferramental por outro), fazendo modificações nas conexões da ferramenta e da máquina, utilizando conectores de engate rápido, onde não precisara de mangueiras, braçadeira, chaves diversas para a preparação do molde. Tanto o molde como á máquina injetora ficam prontos, na hora de utilizá-los basta prender o molde e conectar os engates na máquina e a única ferramenta necessária é uma parafusadeira automática, no lugar de utilizar inúmeras ferramentas e acessórios. Redução do refugo na injeção: realizando melhorias no processo, oferecendo treinamento aos envolvidos no processo para que não tenha parada da máquina injetora desnecessariamente, melhorando a força de fechamento do molde, diminuindo a freqüência das manutenções preventivas na máquina e molde, uma vez por ano para ser de 06 em 06 meses. Aplicação dos princípios da Qualidade Total, no que se refere ao item: Satisfazer as Expectativas do Cliente. Redução do refugo na linha de montagem: através de treinamento dos envolvidos na operação, criação de “poka yoke” (dispositivo a prova de erro), evitando danificar peças durante a montagem das buchas (insertos)da peça Desenvolvimento de material opcional, solicitação de amostra de matéria prima similar com menor custo a fornecedores diversos. Análise e verificação de viabilidade do material alternativo opcional para a Empresa de Autopeças e para a Montadora. A Empresa busca um material opcional cujo custo ajuda a diminuir as perdas e para este sub-tanque devido ao fato de não constar nenhum nome de fornecedor no desenho, o Cliente aceita material opcional desde que este reduza o custo da peça atual. Se o material opcional apresentar menor custo com a mesma qualidade, este deve ser validado pela Empresa de Autopeças e pela Montadora. Medição dos resultados das melhorias para atendimento dos objetivos da Empresa de Autopeças e da Montadora, perdas no processo deverão ser no máximo 3,0% e a valoração econômica das melhorias introduzidas. Comparação de propriedades de corpos de prova de resinas injetadas com corpos de prova extraído da própria peça em análise por corte de jato de água. 3 1.4 OBJETO OU UNIDADE DE ANÁLISE DE ESTUDO As atividades da Empresa são: projetar, desenvolver, manufaturar e comercializar produtos, para aplicação na indústria automotiva, eletroeletrônica e indústria em geral (componentes plásticos injetados; cabos flexíveis e estampados metálicos). Esta Empresa de Autopeças é composta de 03 unidades fabris.. O setor de Injetoras é o responsável pelo produto sub-tanque de combustível, cujo material é Poliamida 6, cujo fornecedor é o “A” do nosso estudo. A ferramenta utilizada para essa melhoria de set-up (diminuição do tempo na troca do ferramental na máquina injetora) neste estudo será o Kaizen. O trabalho propõe melhorias no processo, melhorias em máquinas e moldes. Essas melhorias se referem aos desperdícios de tempo (como por exemplo: tempo gasto em setup), muitas vezes os desperdícios não podem ser fisicamente visíveis, porém, estão agregados ao processo. Em paralelo às melhorias acima mencionadas, o objetivo foi de trabalhar para reduzir os refugos gerados pelo processo. Para possibilitar a redução dos refugos é necessário diminuir a quantidade de peças sem conformidades e borras geradas durante o processo de injeção e montagem do sub tanque de combustível. A Empresa disponibilizou uma equipe onde havia um representante das áreas de: Processo, Qualidade, Injetoras, Ferramentaria e Manutenção, para trabalhar neste projeto. Conforme mencionado anteriormente, tanto a Empresa de Autopeças como este Cliente (Montadora) serão beneficiados com a redução. Todo o sistema de gerenciamento do subtanque de combustível será monitorado, comparando-se os parâmetros pré e pós Kaizen, os dados antigos serão disponibilizados pelo sistema informatizado MFGPRO, para a utilização da Equipe.) A Ferramenta Kaizen ou Kaizen é utilizada no processo de descobrir e eliminar o desperdício no menor tempo possível e com o menor custo. Kaizen é uma ferramenta de melhoria contínua,o pressuposto é que todo processo não é estático e portanto, pode ser melhorado. 4 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Inicialmente, no capítulo 2 são abordados aspectos relativos ao referencial teórico, um breve relato de set-up, kaizen e matéria-prima referente ao sub tanque de combustível deste trabalho. O capítulo 3 está focado na metodologia de ensaios utilizados no trabalho, ensaios físicos em materiais e extraído da peça injetada. Relatando os tipos de ensaios e as normas utilizadas nestes. No capítulo 4 é apresentado a metodologia de pesquisa para redução de set-up, redução de refugo e desenvolvimento de nova fonte de material para o sub-tanque. No capítulo 5 são apresentados os métodos para redução de set-up, refugo no processo produtivo do sub-tanque. São apresentadas também as propostas a serem testadas e os resultados dos testes realizados, tanto na matéria-prima e peça de referência como das matérias primas propostas, bem como a análise dos resultados obtidos. No capítulo 6 são feitas às considerações finais do set-up, o refugo e material opcional, cálculo dos custos do sub-tanque e apresentadas às conclusões do estudo. Por fim, no capítulo 7 são feitas as propostas para trabalhos futuros. 5 CAPÍTULO 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segue uma breve revisão teórica que poderá ser reorientada conforme o andamento dos trabalhos. Os itens a serem trabalhados são: redução do tempo de set-up, redução do refugo de injeção, redução de refugo na linha de montagem, desenvolvimento de material opcional e acompanhamento e medição de resultados das melhorias. 2.1 SET-UP O “set-up” (trata-se de termo técnico que se refere ao tempo da última peça injetada na ferramenta que vai sair da máquina até a injeção da primeira peça boa da próxima ferramenta colocada na mesma máquina). 2.2 KAIZEN Conforme traduzido pelo „Sistema Toyota de Produção‟ trabalhar com Kaizen é simultaneamente uma responsabilidade, um privilégio e um compromisso. Ou seja, é uma conscientização progressiva, o processo de descobrir e eliminar o desperdício no menor tempo possível e ao menor custo. (Kai = mudar e Zen = melhor tradução da palavra japonesa que significa melhoria contínua). 2.3 MATÉRIA-PRIMA PLÁSTICA Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros, que, por sua vez, são formadas por unidades, chamadas meros. Os plásticos são produzidos através de um processo químico chamado meros, que proporciona a união química de monômeros para formar polímeros. Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais, tais como algodão, madeira, cabelos, chifre de boi, látex, entre outros, são comuns em plantas e animais. Os sintéticos, tais como os plásticos são obtidos pelo homem através de reações químicas. O tamanho e estrutura da molécula do polímero determinam as propriedades do material plástico. 6 Uma das matérias primas fundamentais para a produção da matéria-prima plástica são os hidrocarbonetos. Estes são formados por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato de estes compostos possuírem diferentes temperaturas de ebulição, é possível separálos através de um processo conhecido como destilação. A fração nafta é fornecida para as centrais petroquímicas, onde passa por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o gás eteno. 2.4 POLIAMIDA É um tipo de polímero que contém conexões do tipo amido. As poliamidas podem ser encontradas na natureza, como as lãs ou a seda, e também ser sintéticos, como o nylon ou o Kevlar. A primeira poliamida foi sintetizada na Du Pont, por um químico chamado Wallace Hume Carothers, que começou a trabalhar na companhia em 1928. As poliamidas como o nylon, começaram a ser usadas como fibras sintéticas, e depois passaram para a manufatura de todo o tipo de material plástico. Atualmente, a poliamida tem estreita relação com uma família de polímeros denominados poliamídicos e a sua produção é feita a partir de quatro elementos básicos, extraídos respectivamente: do petróleo (ou gás natural) do benzeno, do ar e da água (carbono, nitrogênio, oxigênio e hidrogênio). Existem vários tipos de poliamidas, entre elas se encontrar as poliamidas: 6, 6.6 e 12. A poliamida 6.6 tem estrutura mais cristalina permitindo melhores características de elasticidade e volume nos fios texturizados em relação à poliamida 6 e a poliamida 12 é a mais nobre. Porém todos são utilizados em moldagem por injeção. 2.5 REFUGOS OU PERDAS NO PROCESSO PRODUTIVO Referem-se às perdas ou aos desperdícios gerados pela matéria-prima quando processada, tais como borras de limpeza do cilindro ou canhão da máquina, regulagem da máquina ou peças não conformes. Provêm principalmente de refugos de processos de produção e transformação, aparas, rebarbas, dentre outros. 2.6 ENSAIOS FÍSICOS Trata-se de processos que têm a finalidade de determinar as propriedades físicas de um material, entendendo que estas propriedades podem alterar seu valor em função de grandezas características de seu estado, sem implicar em modificações da composição química do material. 7 Abaixo a relação dos ensaios utilizados: 2.6.1 Densidade (ASTM D 792) 2.6.2 Temperatura de Fusão (ASTM D 3417) 2.6.3 Resistência á Flexão (ISO R 178) 2.6.4 Resistência a Tração, Alongamento na Ruptura e Módulo de Elasticidade na Tração (ISO R 527) 2.6.5 Resistência ao Impacto Izod (ISO R 180) 2.6.6 Temperatura de Deflexão sob carga á 0,45 e 1,80 MPa (ISO 75-2) 2.6.7 Teor de Umidade 2.6.8 Tonalidade (Colorímetria) 8 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DE ENSAIO 3.1 ENSAIOS EM MATÉRIAS PRIMAS (POLIAMIDA 6) 3.1.1 Densidade (ASTM D 792) O ensaio de Densidade é entendido como sendo a razão entre a massa de uma dada quantidade de material á 23°C e o volume de água deslocado a esta mesma temperatura. A densidade é uma propriedade essencial que pode ser utilizada na identificação de um material, ou na percepção de sua alteração física. A norma ASTM D-792 descreve a realização desse ensaio, cujo resultado normalmente é expresso em g/cm³. 3.1.2 Temperatura de Fusão (ASTM D 3417) Os plásticos se tornam mais fluídos com o aumento de temperatura, enquanto plásticos de engenharia de origem cristalina (Poliamidas, Poliacetais, Poliésteres e etc.), apresentam uma temperatura de fusão bem definida. Os plásticos de engenharia de origem amorfa (Policarbonato, PPO Modificado, ASA, etc.), amolecem e se tornam mais fluídos sob uma larga faixa de temperatura. Esta propriedade é de grande importância para a moldagem e operações de montagens. É expressa em graus Celsius no sistema internacional. Conforme norma ASTM D 3417. 3.1.3 Resistência a Flexão (ISO R 178) Se um componente automotivo plástico ou metálico, na maioria das vezes de secção transversal retangular, sofre uma deflexão entre dois apoios, imediatamente se percebe que uma superfície do material se deforma em tração, enquanto a superfície oposta sofre compressão. Este comportamento ocorre, até que se alcance a linha entre as duas superfícies, chamada de linha de tensão zero ou do eixo neutro. O Módulo de Elasticidade na Flexão ou Módulo de Flexão reportado usualmente como o módulo inicial na deflexão da curva de carga. 9 Como a maior parte dos componentes automotivos são, na prática, submetidos a esforços de flexão, os resultados obtidos nos ensaios de flexão conduzirão a valores de engenharia mais confiáveis num estudo de seleção de plásticos de engenharia. E é expresso em N/mm2. 3.1.4 Resistência a Tração, Alongamento na Ruptura e Módulo de Elasticidade na Tração (ISO R 527) Os ensaios de tração constituem nos mais importantes ensaios na avaliação de resistência mecânica de um material. A força necessária para alongar (estirar) um corpo de prova é determinada juntamente com a medida do alongamento total do corpo de prova até a sua ruptura. O alongamento é expresso em %. O temo de resistência à tração é um termo amplo. Na realidade deve-se distinguir 3 diferentes fenômenos: - A tensão de escoamento (N/mm²) - A tensão no ponto de ruptura para o caso de fratura na zona plástica (tenacidade). - A máxima tensão para o caso de fratura instantânea. (N/mm²) O módulo elástico ou módulo de tração é a relação entre a tensão aplicada e a conseqüente deformação na região em que ela ocorre linearmente e proporcional à tensão. O módulo elástico ainda é essencialmente uma medida da rigidez de material, sendo muito importante na escolha de um polímero que proveja alta rigidez mecânica. 3.1.5 Resistência ao Impacto Izod (ISO R 180) O teste de resistência ao impacto método IZOD, visa medir a energia necessária para romper um corpo de prova injetado e entalhado sob condições padronizadas. Tal energia é calculada em J/cm (sistema internacional de unidades - SI). 3.1.6 Temperatura de Deformação sob carga á 0,45 e 1,80 MPa (ISO 75-2) Determina a temperatura na qual uma deflexão ocorre, sob efeito de uma carga pré escolhida. Nesse caso, não existe a intenção de se estabelecer os limites de temperaturas suportadas pelo material para aplicações específicas, mas fornecer uma idéia de resistência térmica sob cargas mecânicas, particularmente na seleção de plásticos. 10 Durante o teste, uma barra de secção transversal retangular é ensaiada como se fosse uma viga, no centro da qual é aplicada uma carga de 0,45 ou 1,80 MPa, com intuito de conferir a máxima tração lateral das fibras do material. A amostra sob ação de uma carga em um banho térmico que permite uma velocidade de aquecimento igual a 2 ± 0,2°C/min. A temperatura do meio é medida quando o corpo de prova sofre uma deflexão igual a 0,25mm. Esta temperatura é definida como sendo a “Temperatura de deflexão ao calor” da amostra. 3.1.7 Teor de Umidade Este método visa a garantir que o material está seco pronto para injetar, no caso da poliamida, é um material higroscópico e muito ruim de secar, neste caso o fornecedor de matéria-prima tem que fornecer o material previamente seco em embalagens especiais, ou seja, conter no máximo 0,25% de umidade. Retiram-se amostras da embalagem com o cuidado de não expor o material da embalagem ou amostrar ao ar (manter todo o material em embalagem ou recipiente fechado). Pesar em cadinho de porcelana aproximadamente 4,0 gramas (anotar o valor inicial) levar para estufa aquecida á 100ºC por 2 horas e pesar novamente, o resultado obtido é em porcentagem. No mínimo 02 amostras. 3.1.8 Tonalidade (Colorimetria) Neste ensaio utiliza uma peça padrão para comparar a com a peça da amostra, sendo que estas análises foram feitas comparando-se visualmente as amostras em uma cabine para comparação da cor (cabine onde não tem interferência de luz do ambiente). 3.2 ENSAIOS EM PEÇA INJETADA 3.2.1 Preparação de corpo de prova por jato de água Segue uma breve descrição da Tecnologia de corte por jato da água abrasivo de ultra-alta pressão utilizada para a conformação dos corpos de provas tipo gravata (ISO R 527). O jato da água abrasivo de ultra-alta pressão ou AWJ é tecnologia avançada, introduzida no Brasil no fim da década dos anos 90. 11 O sistema modelo OMAX 2652 desde 1999 existente no Deptº Engª Minas e de Petróleo da EPUSP consiste de partes fundamentais: 1. Bomba de Ultra-Alta Pressão: hoje com potência de 55 HP e capacidade de pressurização de água até 380 MPa (55000 psi). 2. Controller do Sistema: integrado por computador que dirige a bomba, o liga desliga de todo o sistema, a mesa XY e o conjunto do bocal ou ferramenta de corte para gravação; mais as chaves de interligação entre o computador e as partes fundamentais do Sistema AWJ, através do Controller se introduzem os dados para efetuar o trabalho: desenho da peça a ser cortada, material, espessura e outros. Também seleciona a velocidade de corte e a ordem de corte. 3. Mesa XY: Tanque metálico com lâminas para o suporte dos materiais a cortar, água para abafar o ruído do jato e suportes para o sistema do bocal ou ferramenta de corte. 4. Sistema do bocal ou ferramenta de corte. Parte do sistema de jato da água onde a água e o abrasivo se misturam em velocidade superior a velocidade do som, sendo dirigido como um fino feixe de diâmetro de 0,725 mm sobre o material a cortar. O sistema de jato de água abrasivo de ultra-alta pressão por ser dirigido por computador é classificado como um “Sistema CNC”, ou seja, Sistema Dirigido por Computador Numericamente Controlado. Por isso, o sistema pode executar a conformação de peças com desenho complexo de linhas e curvas. O mais importante para o presente trabalho é a altíssima velocidade do jato garante a execução do corte sem introdução de tensões que alterem as propriedades do material e como o corte é a frio não há alteração por temperatura do material conformado (Martín – Cortés et al, 2007). 3.2.2 Resistência à Tração e Alongamento (ISO R 527) Conforme exposto no item 3.1.4. 12 3.2.3 Planicidade do fundo da peça (conforme desenho do Cliente) Colocar a peça com o fundo para cima em desempeno (mesa plana) e com traçador de altura verificar a planicidade da peça ou com a tridimensional. Considera o centro da peça como o zero e mede a variação na superfície da parte traseira da peça. Resultado em mm. Esta planicidade vem garantir que a peça não se deformou durante a extração da mesma do molde ou no processo de montagem do inserto de metal na peça. 13 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA DE PESQUISA Foi utilizado o método de experimentação. O experimento baseia-se em fatos, fenômenos ou processos da realidade que são reproduzidos de forma controlada, com o objetivo de descobrir fatores que o reproduzem ou que por eles sejam produzidos. Experimentos são geralmente feitos por amostragem ou conjuntos significativos que compõem a amostra. (SBI, Etapas de Pesquisa Científica 6, Metodologia Científica, 16/08/2006). A seguir são detalhadas as fases dos experimentos. 4.1 REDUÇÃO DE SETUP (troca de ferramental) Foi medida a somatória do tempo gasto para iniciar a injeção do sub-tanque ou seja, tempo da última peça do ferramental anterior até a primeira peça boa que sair no ferramental que irá utilizar. Inicia-se a contagem do tempo em segundos, quando se tira a última peça boa do item anterior, retirar a ferramenta, colocar a ferramenta do item em questão (sub-tanque) e iniciar a injeção. Quando sair a primeira peça boa (aprovada) encerrou-se o setup (tempo de set-up). O setup atual tem o tempo de 150 minutos, após as melhorias no processo, foi realizado o acompanhamento comparativo a cada set-up, nos seguintes tempos que somam o set-up: Tempo de retirar a ferramenta (Tf1). Tempo de colocar a outra ferramenta (Tf2). Tempo até obter a primeira peça boa (Tf3). Setup = (Tf1 + Tf2 + Tf3) segundos 14 4.2 DESENVOLVER MATERIAL OPCIONAL As fontes que tinham materiais que podiam substituir o material utilizado na injeção do sub-tanque. Nesta etapa, foi solicitado amostras e realizado os ensaios físicos químicos no laboratório e posteriormente comparado com a norma do cliente em questão. Para isso se faz necessário uma amostra de 5 kg. Os ensaios realizados no laboratório são: resistência a tração; alongamento, densidade; contração; umidade; temperatura de deflexão; resistência ao impacto e temperatura de fusão. Se aprovado solicita ao fornecedor uma amostra de 100 kg (para teste piloto) e faz-se o try-out, injetando-se 150 peças, medindo e registrando os tempos de set-up, ciclo, perdas. Posteriormente a amostra foi encaminhada para o laboratório físico químico da USP (Química) onde executados os cortes de corpos de provas extraídos das peças injetadas. Após a aprovação dos ensaios executados, os resultados destes ensaios foram encaminhados para o Departamento de Engenharia de Produto da Empresa e o Engenheiro de Produto providenciou a documentação específica do Cliente, submetendo o produto com o material opcional ao Cliente. 4.3 REDUÇÃO DE REFUGO 4.3.1 Refugo de Injeção A empresa optou por medir o refugo de injeção como refugo em peça (medido a todo término de injeção, porém, a disponibilidade dos dados é semanal). Contou-se o total de peças refugadas durante a produção, dividido pelo total de peça produzida. Assim, os dados obtidos foram registrados na folha de apontamento. ( Quantidade refugada / Quantidade total produzida ) x 100 = ___________% refugo 15 4.3.2 Refugo na Linha de Montagem No caso de montagem o problema estava em peças que eram danificadas no momento da montagem das buchas de aço (insertos): Quantidade de peças recebidas = Qr Quantidade de peças montadas e aprovadas = Qm (Qr – Qm) / Qr x 100 = __________% refugo de montagem 4.3.3 Refugo de Injeção e Montagem (Total) Neste caso, o refugo total dos processos feitos no ciclo de máquina. ( Quantidade refugada / Quantidade total produzida ) x 100 = _______% Esta medição foi feita a cada encerramento da montagem do item, porém, os dados foram disponibilizados semanalmente. 16 M Á Q U IN A : A P O N T A M E N T O D E O R D E M D E F A B R IC A Ç Ã O M E T A P /H C IC L O (S e g .) OF 1 : DATA: O F 2: PRODUTO : QT. PREV. PRODUTO : QUANT. PREV. : No OPERADORES: C Ó D IG O : C A V ID A D E A T IV A : C Ó D IG O : C A V ID A D E A T IV A : S E T -U P P L A N E J . H S : P R O D . A C U M .: P E S O (k g ) : P R O D . A C U M .: P E S O (k g ) : HORA IN ÍC IO PEÇAS APROVADAS C Ó D IG O DE PARADA F IM C O LO C AD AS N A E M B A L. A N T E R IO R PADRÃO DE EM BALAG EM I n ’ s F : : : : : : o O : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : N .º O P E R . R E A L : IN ÍC IO : : : : : : F IM C O LO C AD AS N A E M B A L. A N T E R IO R : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : T O T A L P R O D .: CÓD. : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : ACUM ULADO : PRO DUTO 02 : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : TO TAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : V IS T O R E S P O N S Á V E L : PADRÃO DE EM BALAG EM _ : i o í c I n ’ s F O r a D E IX A D A S N A E M B A L. IN C O M P L E T A Q U A N T ID A D E S D E EM BALAG EN S : : : : : : : : : : : : : : : : T O T A L P R O D .: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : C O LO C AD AS N A E M B A L. A N T E R IO R PADRÃO DE EM BALAG EM : : : : : : : : : : : : : : : : ACUM ULADO : D E IX A D A S N A EM BAL. IN C O M P L E T A Q U A N T ID A D E S D E EM BALAG EN S : : : : : : : : : : : : : : : : T O T A L P R O D .: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : ACUM ULADO : E S T R A T IF IC A Ç Ã O D E R E F U G O S o H D E IX A D A S N A EM BAL. IN C O M P L E T A Q U A N T ID A D E S D E EM BALAG EN S : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : CÓD. PRO DUTO 01 : : : : : : T– O : : : : : : : : PADRÃO DE EM BALAG EM PEÇAS APROVADAS C Ó D IG O DE PARADA HORA _ _2 _ _ _ _ _ : : : : : : : : TO TAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : N .º O P E R . R E A L : TO TAL : : : : : : : : : : : : CÓD. F IM PRO DUTO 02 : : : : : : : : : : : : R E G IS T R O O P E R A D O R : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : TO TAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : V IS T O R E S P O N S Á V E L : PEÇAS APROVADAS C Ó D IG O DE PARADA HORA IN ÍC IO : : : : : : C O LO C AD AS N A E M B A L. A N T E R IO R PADRÃO DE EM BALAG EM F:’ s _ R e ló g io D E IX A D A S N A E M B A L. IN C O M P L E T A Q U A N T ID A D E S D E EM BALAG EN S : : : : : : : : i_oi _ _ _m _ F _ : _ _ I_n _í c _ _ : : : : : : : : R E G IS T R O O P E R A D O R : _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1F m– iT H PRO DUTO 01 : : : : : : : : T O T A L P R O D .: r a O : : : : : : : : ACUM ULADO : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : C O LO C AD AS N A E M B A L. A N T E R IO R PADRÃO DE EM BALAG EM : : : : : : : : : : : : : : : : ACUM ULADO : D E IX A D A S N A EM BAL. 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PRO DUTO 02 : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : TO TAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : V IS T O R E S P O N S Á V E L : M O D .M M -P R .0 6 4 Figura 1 – Apontamento da Ordem de Fabricação 17 4.4 Custo do Sub Tanque e repasse ao Cliente Acompanhado e medido resultados das melhorias, calculando o custo final do produto, ou seja, quanto o Cliente (Montadora) pagou, quanto custou para esta Empresa de Autopeças e quanto foram os resultados destas melhorias. Resumindo, quanto foi repassados para o Cliente em valor e quanto ficou em caixa. 4.5 Esquema do Sub Tanque de Combustível Automotivo em Plástico (objeto do nosso estudo) Figura 2 – Esquema do Sub Tanque 18 CAPÍTULO 5 RESULTADOS 5.1 REDUÇÃO DO TEMPO DE SET- UP DO SUBTANQUE: Foi calculado o tempo do set-up (tempo gasto na substituição de um ferramental por outro), a medição foi iniciada a partir do momento de parada da ferramenta que estava em máquina até o início da produção do sub-tanque quando se injetou a primeira peça aprovada. Tabela 1 – Situação atual x situação proposta de Setup SET-UP SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO PROPOSTA DEMANDA 261 261 EFICIÊNCIA ESPERADA INJETORA 90% 90% LOTE DE PRODUÇÃO (10XTEMPO DE SET-UP) 1305 261 TEMPO SET-UP 110 21,7 Após a medição do set-up atual, foi definida a meta do novo set-up, escolheu-se 22 minutos, por se tratar do tempo que constava em contrato com o Cliente. 19 min.) 110 21,7 Set-Up 110 120 100 80 Tempo (min.) 60 22 40 20 0 Set-Up Atual Meta Set-Up Gráfico 1 – Tempo Total de Setup Com a meta definida, a Equipe decidiu separar em fases o set-up buscando reduzir o tempo real encontrado. Fases para reduzido o tempo de Set-up: Fase 1 – Identificado set-up interno, externo e desperdício; Fase 2 – Separado set-up interno, externo e eliminar o desperdício; Fase 3 – Transformado set-up interno em externo e eliminar o desperdício; Fase 4 – Racionalizado todo o processo de set-up. Após definida as fases, trabalhou-se nelas conforme abaixo. 20 Fase 1 – Identificado set-up interno, externo e desperdício: Tabela 2 – Identificado set-up interno, externo e desperdício Identificados os tempos de setup, verificou-se que os tempos são os seguintes: Tempo de set-up externo 39,3 min, set-up interno 48,3 min e o desperdício de 22,4 min. 21 Fase 2 – Separado set-up interno, externo e eliminado o desperdício: Iniciou-se o processo de padronização, onde constatou que os desperdícios eram oriundos da falta de critério, ou seja, falta de padronização do set-up. Tabela 3 – Separado Set-Up Interno e Externo – Operação Set-Up Externo Tabela 3 – Separar Set-Up Interno e Externo – Operação Set-Up Externo Na tabela 3, deveriam. verificou-se que não consideravam o set-up externo, quando Definiu-se então que preparar aquecedor e testar câmara quente se tratava de set-up externo. 22 Tabela 4 – Separar Set-Up Interno e Externo – Operação Set-Up Interno Na tabela 4, se verificou que não consideravam o set-up interno, quando deveriam. Definiu-se então que preparar câmara quente e preparar varão extrator se tratava de set-up interno. Após a padronização, ocorreu uma redução considerável do tempo de desperdício e também dos set-up interno e externo. Set-up interno: Fase 1 = 48,3 min Fase 2 = 28,51 min Set-up externo: Fase 1 = 39,3 min Fase 2 = 19,50 min Desperdício: Fase 1 = 22,4 min Fase 2 = Total do Tempo Fase 1 = 110,0 min Fase 2 = 51,51 min. 3,50 min 23 Fase 3 – Transformado set-up interno em externo e eliminado o desperdício: O trabalho exigido nesta fase foi mais complexo, porque mudou o paradigma, não sendo necessário esperar uma câmara quente para iniciar o trabalho, ela poderia ter sido aquecida antes, ganhando-se tempo e, com isso, eliminando desperdício conforme figura 3: Pré-aquecimento da Câmara quente figura 3: • Antes o Regulador aguardava 0,9 min. a câmara quente aquecer no Set-up Interno. • Depois transformado em operação Externa em 0,9 min. Figura 3 – Pré-aquecimento da Câmara Quente Ajuste do Aquecimento do Cilindro conforme figura 4: • Antes o Regulador ajustava em 0,2 min. O aquecimento do cilindro no Set-up Interno. • Depois transformado em operação Externa em 0,2 min. 24 Figura 4 – Ajuste do Aquecimento do Cilindro Após a transformação do set-up interno em externo, verificou-se uma mudança do tempo da fase 2 para a fase 3, no entanto, ainda não se conseguiu eliminar o desperdício, ou seja, o tempo total não foi alterado, conforme abaixo: Set-up interno: Fase 2 = 28,51 min Fase 3 = 26,11 min Set-up externo: Fase 2 = 19,50 min Fase 3 = 21,90 min Desperdício: Fase 2 = Fase 3 = Total do Tempo Fase 2 = 51,51 min. 3,50 min 3,50 min Fase 3 = 51,51 min Fase 4 – Racionalizado todo o processo de set-up: O intuito desta fase foi fazer arranjos do molde próximo á máquina, melhorar layout, diminuição de mangueira, para facilitar o manuseio entre outros conforme figura 5, 6 e 7.Após a transformação do set-up interno em externo, verificou-se uma mudança do tempo da fase 2 para a fase 3, no entanto ainda não se conseguiu eliminar o desperdício, ou seja, o total de tempo não foi alterado conforme abaixo: 25 Set-up interno: Fase 2 = 28,51 min Fase 3 = 26,11 min Set-up externo: Fase 2 = 19,50 min Fase 3 = 21,90 min Desperdício: Fase 2 = Fase 3 = Total do Tempo Fase 2 = 51,51 min. 3,50 min 3,50 min Fase 3 = 51,51 min Fase 4 – Racionalizado todo o processo de set-up: Nesta fase visava-se fazer arranjos do molde próximo á máquina, melhorar layout, diminuição de mangueira, para facilitar o manuseio entre outros conforme figura 5, 6 e 7. Operação Troca de Molde - Reduzido pelo alocamento do molde próximo ao nível da máquina. Figura 5 – Molde alocado próximo á máquina injetora O tempo de operação para Prender Garras foi reduzido pela substituição de garras que necessitavam de calços por garras que não precisam e substituido o bastão e chave alen por Parafusadeira Pneumática. Conforme figura 6 e 7. 26 Figura 6 – Colocação do molde com calço (antes) Figura 7 – Colocação do molde com parafusadeira (depois) Foram feitas também modificações e ajustes no molde e em seus acessórios tais como: 27 Operação Abrir Trava de Segurança - Foi reduzida através da alteração do formato da Trava conforme figura 8. (Antes) (Depois) Figura 8 – Trava de segurança do molde antes e depois Operação Centralizar Molde - Reduzida através do aumento da altura do Anel de Centragem conforme figura 9. (Antes) (Depois) Figura 9 – Alteração na altura do anel de centragem do molde (antes e depois) 28 Operação Ajustar Altura dos Moldes - Reduzida pela alteração das alturas dos moldes de forma a se igualarem conforme figura 10. (Antes) Altura de 540 mm (Depois) Altura de 540 mm Figura 10 – Ajustes das alturas dos moldes para entrar na máquina Operação Fixar Extrator - Foi fixado o Extrator e eliminada a operação. Conforme figura 11. (Antes) (Depois) Figura 11 – Fixado o Extrator na cavidade da máquina injetora 29 Implementado o “diagrama de spaguetti”, com isso reduziu de 63 metros de mangueira para 8 metros. Conforme figura 12. Figura 12 – Diagrama de Spaguetti (antes e depois) Após a racionalização do set-up, constatou-se que foi conseguido um resultado considerável, conforme abaixo: Set-up interno: Fase 3 = 26,11 min Fase 4 = 9,2 min Set-up externo: Fase 3 = 21,90 min Fase 4 = 10,1 min Desperdício: Fase 3 = 3,50 min Fase 4 = 0,0 min Total do Tempo Fase 3 = 51,51 min Fase 4 = 19,3 min 30 Resultado Final da Redução de Set-Up: A tabela 5 apresenta as medições em minutos de todas as fases propostas no trabalho para redução de set-up do subtanque. Tabela 5 – Resultado Final da redução dos tempos do set-up set-up time 110,0 fase inicial 110,0 fase 1 Externo Interno 48,3 fase 2 28,51 fase 3 26,11 fase 4 9,1 3,5 3,5 19,5 21,9 Desperdício 48,3 22,4 51,5 51,5 10,1 19,2 Com os resultados obtidos conforme tabela 5, foi superada a meta proposta pela Equipe que era de 22,0 minutos, obtendo19,2 minutos. O cronograma abaixo foi executado dentro do prazo conforme figura 13. 31 Cronograma Set-Up Toyota CRONOGRAMA DE- Kaizen SET-UP Setembro 0utubro Novembro Dezembro 29 INÍCIO 5S 25 Filmar Set-up Cronometrar Set-up / Filme detalhadamente Responsável Cida/Luiza Sollér Sollér / Edson 29 Sollér / Edson 11 Identificar Set-up Interno e Externo Sollér / Edson / Kiko 18 Separar Set-up Interno e Externo com instrução preliminar (com tempos máximos) e no fisico Sollér / Kiko 25 Simulação com Filmagem Nova Tomada de Tempo da Nova Condição definida Equipe Set-Up Kaizen 25 Sollér / Edson 25 Padronizar / Elaborar Instrução de Troca com tempos por operário e treinamento no chão de fábrica Sollér / Kiko 21 Confirmar Padronização Analisar Converção Set-up Interno em Externo Converter Set-up Interno em Externo Filmar Set-up Equipe Set-Up Kaizen 9 Equipe Set-Up Kaizen 9 Equipe Set-Up Kaizen 23 1 Confirmar atendimento do objetivo Máximo 22 min. 21 Cronometrar Set-up / Filme detalhadamente 24 Repadronizar - Instrução - Posto e Treinamento 24 Sollér / Edson Equipe Set-Up Kaizen Sollér / Edson Sollér / Kiko Planejado Elaborado: André Sollér Aprovado: Maria Aparecida da Silva concluido em atraso Figura 13 – Cronograma de Implantação de Set-Up 32 5.2 DESENVOLVIMENTO DE NOVAS FONTES DE MATERIAIS 5.2.1 Foram utilizadas 03 opções (amostras B, C e D), onde a amostra A é a referência. Abaixo a figura 14 é um exemplo de um ensaio de Resistência à Tração/Alongamento em um corpo de prova de uma das amostras. Figura 14 – Ensaio de Resistência a Tração-Alongamento em corpo de prova 5.2.2 Exemplo de corpos de prova injetados (antes e depois do teste) da amostra A utilizado para ensaios d tração e alongamento conforme figura 15. 33 (Antes do Teste) ( Depois do Teste ) Figura 15 – Corpo de Prova Gravata (antes e depois do teste de Resistência à Tração) 5.2.3 – Cálculo de desvio e erro a seguir, utilizado a Amostra A. Em todos os ensaios foram utilizados 05 corpos de provas conforme tabela 6. Tabela 6 - Estudo de Capabilidade AMOSTRA A - ENSAIO DE RESIST. TRAÇÃO Levantamento de Dados Realizado em setembro/2007 Responsável: FRANKLIN V SOUZA Preencha os Campos Abaixo: n* = 5 k** = 1 LSE = 0,000 * n = Quantidade de amostras por subgrupos ** k = Quantidade de Subgrupos Subgrupo k 1 1 64,050 LIE = -0,120 LSE = Limite Superior de Especificação LIE = Limite Inferior de Especificação Amostras 2 3 4 5 64,010 64,030 64,000 64,060 Média do Amplitude Grupo do Grupo 64,0300 0,0600 Média das Médias 64,0300 Amplitude Média 0,0600 Data: 12/09/2007 Laboratório Un01 34 Lotes: Amostra A Estudo de Capacidade do Processo Cp & Cpk Poliamida 6 - Amostra A(referência) Levantamento de dados realizado em setembro/2007 Desvio Padrão R = 0,0258 d2 Cp = LSE - LIE = 6 CPU = LSE - X = 3 0,78 -827,41 Cpk é o menor = -827,41 CPL = X - LIE = 3 828,96 Tabela 5.2.4 n 2 3 4 5 6 7 D2 1,128 1,693 2,059 2,326 2,534 2,7 LSE LIE 0,000 -0,120 x 64,0300 R 0,0600 - Ensaios físicos realizados com as amostras B, C e D, utilizando como padrão de referência a Amostra A (material até então homologado pelo Cliente), conforme tabela 7. Tabela 7 – Comparativo de ensaios físicos dos materiais A, amostras B, C e D. 35 LABORATÓRIO UN 01 Elab. Franklin V. de Souza Aprov. Celly Badatssa Setembro/2007 COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES DOS MATERIAS ENSAIOS EM CORPOS DE PROVAS INJETADOS (Poliamida 6 para injetar o Subtanque de Combustível) ITEM Forne cedor MATERIAIS ENSAIADOS (após condicionamento de 24 horas á 23 +/- 2ºC) ESPEC. ----- A (Atual) Des vio Am pli tude AMOS TRA Des vio Am pli tude B Mate rial AMOS TRA Des vio Am pli tude C PA 6 - - PA 6 - - Refe rên cia - - Con forme A - - 64,03 0,028 0,06 67,7 0,989 2,3 Mín. 100 105,5 3,05 7,1 100,9 4,256 Mín. 3000 3322,2 51,93 120,8 3450,6 61,2 0,860 2,0 Mín. 0.30 0,59 0,172 Mín. 1,140 1,144 Mín. 216 Des vio Am pli tude D - - PA 6 - - - - Não Con forme A - - 68,8 1,849 4,30 60,3 2,451 5,7 9,9 110,5 12,33 28,7 112,2 7,217 16,8 50,17 116,7 3200,8 148,7 346,0 3226,6 90,09 221,5 65,5 0,903 2,1 66,2 2,408 5,6 60,4 1,978 4,60 0,94 0,60 0,017 0,04 0,66 0,66 0,06 0,82 0,022 0,05 0,002 0,005 1,145 0,002 0,04 1,140 0,007 0,016 1,140 2,966 6,90 222,5 2,064 4,8 218,0 1,677 3,90 220,0 3,654 8,5 221,1 6,363 14,8 84,8 0,774 1,8 81,6 0,645 1,50 81,2 1,118 2,6 81,5 1,462 3,40 Mín. 175,0 187,3 1,289 3,0 186,4 8,383 19,5 195,1 6,793 15,8 184,4 6,37 14,7 Teor de Unida de (%) Máx. 0,25 0,20 0,009 0,2 0,18 0,025 0,06 0,21 0,022 0,05 0,20 0,026 0,06 Custo por Kg Polia mida 6 X X - - 0,8X - - 0,9X - - 0,85X - - PA 6 Cor (Tonali dade) Natu ral (bco) Resist. á Tração Mín. 55 PA 6 AMOS TRA Não Con forme A (N/mm²) Alonga mento (%) Módulo de Elas ticidade (N/mm²) Resist. á Fle xão Mín. 40 (N/mm²) Resist. Im pac to Izod á 23ºC (J/cm²) Densi dade (g/cm³) Temp. de Fu são (ºC) HDT a 1,80 MPa Mín. 75,0 (ºC) HDT a 0,45 MPa (ºC) 36 5.2.5 Após os ensaios físicos com as matéria primas (a,b, c e d), devido aos resultados e preço, optou-se pelo material que apresentou os resultados em ensaios em corpos de prova e preço satisfatórios. Conforme tabela 7 e 8. Tabela 8 – Comparativo da especificação do material com a Amostra B . COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES DOS MATERIAS ENSAIOS EM CORPOS DE PROVAS INJETADOS (Poliamida 6 para injetar o Subtanque de Combustível) ITEM NORMA UNIDADE (*) ESPECIFICADO Fornecedor ----- ----- ----- Amostra B Desvio Amplitude Material --------- --------- PA 6 Natural (bco) PA 6 Conforme A - Confor me A Colorimetria (Tonalidade) Resistência a Tração MATERIAIS ENSAIADOS (após condicionamento de 24 horas á 23 +/- 2ºC) ISO R 527 N/mm² Mín. 55 67,7 0,989 67,7 Alongamento ISO R 527 % Mín. 100 100,9 4,256 100,9 Módulo de Elasticidade ISO R 527 ISO 178 N/mm² Mín. 3000 3450,6 50,17 3450,6 N/mm² Mín. 40 65,5 0,903 65,5 Resistência a Flexão Resistência ao Impacto Izod com entalhe a 23ºC ISO R 180 J/cm Mín. 0.30 0,60 0,017 0,04 Densidade ASTM D 792 G/cm³ Mín. 1,140 1,145 0,002 0,04 ASTM D 3417 ºC Mín. 216 218,0 1,677 3,90 ISO 75-2 ºC Mín. 75,0 81,6 0,645 1,50 ISO 75-2 ºC Mín. 175,0 186,4 8,383 19,5 Teor de Unidade ----- % Máx. 0,25 0,18 0,025 0,06 Custo por Kg de Pa6 ----- ----X 0,8X - - Temperatura de Fusão Temperatura de Deformação sob carga: a 1,80 MPa Temperatura de Deformação sob carga: a 0,45 MPa Nota: Foram utilizados 05 corpos de provas e/ou amostras para os ensaios acima (*) Unidades do Sistema Internacional – SI 37 5.2.6 Após a análise da tabela 8, optou-se por injetar peças com o material até então aprovado (amostra B). Após a injeção dos sub tanques, foram executados os ensaios em peças conforme figura 16 e 17 e tabela 9, onde extraiu-se corpos de provas (obtidos pelo método de corte com jato d‟água, devido aos resultados do corte não interferir nos resultados dos ensaios, este corte é mais eficiente e mais seguro que os cortes convencionais com prensa ou serra). Antes do teste Depois do teste Figura 16 – Corpos de provas extraído da peça (antes e após ensaio de Resist. á Tração) Tabela 9 – Resultado dos Ensaios de Corpos de provas extraídos da peça (03 amostras) ENSAIO EM CORPOS DE PROVA DA PEÇA (AMOSTRA B) Ensaios Limite de Resistência (Rest. a Tração) Alongamento (ISO R 527) Especificado Amostra B Mínimo 55,0 N/mm² 67,74 N/mm² Mínimo 100% 125,37% Desvio Amplitude 0,2837 0,6600 0,8727 2,0300 38 Figura 17 – Ensaio de Resist. á Tração-Alongamento em corpo de prova extraído da peça Na figura 16 e 17 vemos um exemplo do ensaios de corpos de provas extraídos da peça. 5.2.7 Foram realizados ensaios comparativos de planicidade na peça atual em relação a amostra B (amostra até então aprovada). A ferramenta utilizada para comparar o resultado obtido foi a carta de CEP (controle estatístico de processo). Na amostragem, foram utilizadas 40 peças de cada para a comparação dos resultados conforme item 5.2.8. 39 5.2.8 Medidas de planicidade do material A (por ser a referência) Gráfico 2 – Medidas da Amostra Padrão (material atual) No gráfico 2 verifica-se que mesmo as amostras estando dentro da especificação de engenharia (17,2 á 17,7 mm), na amostragem demonstra uma uma oscilação no processo, por ter sucessivos pontos fora do limite inferior e superior da carta. Gráfico 3 - Amplitude da Amostra Padrão (material atual) No gráfico 3 mostra a instabilidade do processo por ter pontos consecutivos abaixo da linha média da amplitude das medições das amostras. 40 Gráfico 4 - Valores de Cp e Cpk das Medidas de Planicidade da Amostra Padrão Importante: (dados extraídos no Softwer VTB 2007) Processo não estável Não se deve analisar a capabilidade de um processo não estável CV = 0.23 % WinCEP No gráfico 4, verifica-se que o processo é ruim mesmo com Cp e Cpk acima de 1,37, isso pelos registros apontados nas medições no softwer, o processo não é estável pela variação da amplitude e sucessivos pontos no limete superior ou inferior. Dados extraídos da Carta de CEP (anexo 2) 41 5.2.9 Medidas de Planicidade da Amostra B Gráfico 5 – Medidas da Amostra “B” (material opcional) No gráfico 5, as medições ficaram dentro do Limite Superior e Inferior de controle para todos os valores. Gráfico 6 – Amplitude da Amostra “B” (material opcional) 42 Gráfico 7 - Valores de Cp e Cpk das Medidas de Planicidade da Amostra “B” Processo capaz Cpk capaz com critério 3 sigma Cp 1.984 Cpk 1.889 CV = 0.24 % No gráfico 7, verifica-se que o Cp e CpK está acima de 1,37 trata-se de um processo classificado como capaz, isso indica que o processo está sob controle, ou seja, a variação de amplitude e distribuição dos valores de planicidade estão dentro dos limites superior e inferior de controle. Dados extraídos da Carta de CEP (anexo 3) 43 5.3– Refugo do Subtanque O refugo do sub tanque foi acompanhado 07 meses, sendo que até dezembro/2007 foi medido o refugo do material de referência, a partir de janeiro/2008 com o material aprovado (amostra B) conforme tabela 10 e gráfico 8. Tabela 10 – Acompanhamento Mensal do Refugo do Sub Tanque Mês Refugo de Refugo de Refugo Injeção Refugo Total Injeção Montagem com montagem 10/07 6,5 4,6 0 11,1 11/07 5,4 3,1 0 8,5 12/07 4,3 1,6 0 5,9 01/08 0 0 4,3 4,3 02/08 0 0 3,4 3,4 03/08 0 0 2,9 2,8 04/08 0 0 2,8 2,9 44 REFUGO DO SUBTANQUE % DE REFUGO 12 Refugo de Injeção 10 Refugo de Montagem 8 Refugo Injeção com montagem 6 Refugo Total 4 Série5 Série6 2 Série7 0 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 MÊS/ANO Gráfico 8 – Refugos do processo do Subtanque Para diminuir o índice de refugo todos os colaboradores que trabalham com o item subtanque foram treinados no três turnos em “Parada ao Defeito” conforme abaixo: - Durante o processo de injeção o Operador deve observar os defeitos, se sair 05 peças durante o processo acionar o Regulador, se sair 03 peças consecutivas parar imediatamente a máquina. - Se o Regulador não conseguir regular á máquina, o responsável pelo processo deve ser acionado. - Se o processo não conseguir resolver o problema, o Gerente da Manufatura deve ser acionado, se houver dúvidas quanto matéria prima (contaminação, umidade acima do especificado e variação na fluidez), o Laboratório deve ser acionado, e, se a dúvida for quanto ao dimensional, Auditor deve ser aciona do. Em caso de dúvidas este tem autonomia para parar a máquina. 45 - Máquina parada pela área de Qualidade, somente é liberada a produção quando for confirmado que o processo está capaz. Quem libera é o Auditor da Qualidade, após ensaios conforme Plano de Controle (anexo 1). 46 CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO 6.1 REDUÇÃO DE SET -UP Foi obtido um tempo otimizado de set-up em 19, 2 minutos, isso facilita a entrada do molde do subtanque na máquina injetora, o que levava mais de uma hora passou a levar menos de 20 minutos. Não requer grandes lotes como se fazia anteriormente, injetava-se uma vez por semana, podendo-se injetar mais vezes, em função deste ganho de tempo. 6.2 DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL OPCIONAL Foram definidos quais materiais de fornecedores nacionais para efetuar os testes em corpos de provas injetados e, após seleção da opção, injetou e extraiu-se corpos de provas com a tecnologia avançada de ultra pressão com “jato de água” para análise do comportamento do material na peça injetada. 6.2.1 Foram injetados 03 contra tipos para o material utilizado (amostras B, C e D), injetou os corpos e submeteram a ensaios físico-químicos, comparando-se os resultados dos ensaios com os resultados do material aprovado (material A); optou-se pela amostra “B”, que atendeu em todas as propriedades além do preço. 6.2.2 Após item 6.2.1, injetou-se peças no “try out” com a amostra B, foram feitas as medições de planicidade nestas peça, utilizou-se de ferramentas estatísticas para medir a capabilidade do processo de injeção, através dos resultados dos ensaios de planicidade para garantir o processamento dos mesmos. 47 6.2.3 Por se tratar de um produto onde o desenho não especifica o Fornecedor, apenas especifica o material, o controle das propriedades é por conta do fabricante da matéria prima ou do fornecedor que injeta o item. Neste desenho consta apenas a planicidade, submete-se a documentação (resultados dos ensaios) com as 40 amostras medidas. Após o aceite do Cliente, enviaram-se os 03 primeiros lotes devidamente identificados com CLI (controle do lote inicial), acompanha-se a montagem e o funcional destes 03 lotes, após este causar problemas o produto foi aprovado pelo Cliente (Engenharia e Qualidade), suspensa a CLI e continuar entregando normalmente a peça. 6.3 REDUÇÃO DE REFUGO Controle dos Refugos somente foi possível após conscientização e envolvimento de todos os colaboradadores da produção(quem?), como todos sabiam da importância do item para os novos negócios com o Cliente (montadora), todos os Colaboradores que tinham algum vínculo com este Cliente focou a atenção neste produto (desempenho, produtividade e refugo). Conseguiu-se trabalhar próximo dos 3,0% conforme tabela 10 item 5.3. 6.4 CÁLCULO DOS CUSTO DO SUBTANQUE Para demonstrar os custos envolvidos com o subtanque, apresentou-se a tabela 11 para a Diretoria da Empresa de Autopeças, esta concordou de imediato com o repasse de 5,0% para este Cliente (montadora) o que gerou mais satisfação do Cliente porque já ficaria satisfeito obtendo o 3,0% solicitado. 48 Tabela 11 – Cálculo dos Custos do Subtanque Processo Tempo Máquina/ pç (min) Custo Máquina (p/pç) Tempo de Set-up (min) Custo de Set-up Custo de Set-up por peça Peso da Peça (Kg) Custo por kg de mp Custo da mp por peça Demanda Mês %Refugo por mês Custo refugo por mês Custo de refugo por peça Custo final da peça Preço de venda do produto Valor repassado ao Cliente % Repassado ao Cliente por peça Lucro por peça % Lucro por peça Condição negociada Condição inicial Condição Final 0,857 R$ X,0V3 120 0,857 R$ X,0V3 110 0,857 R$ X,0V3 19,2 R$ Z2Y3X,7V6 R$ ZY3X,4V5 R$ Y9X,8V0 R$ 0,8V3 0,508 R$ Y5X,6V1 R$ 0,7V5 0,508 R$ Y5X,6V1 R$ 0,V4 0,508 R$ Y2X,4V9 R$ 7X,9V3 6.000,00 4,00% R$ 7X,9V3 6.000,00 10,30% R$ 6X,3V4 6.000,00 2,89% R$ R$ 2W.Z5Y,6V9 R$ 5W.5Z3Y8X,03 W.2Z7Y9X,0V4 R$ 0,3V6 R$ Y,1V5 R$0,9V2 R$ Y,6V3 R$0,2V1 R$ 7X,7V2 R$ YX,2V4 R$ YX,2V4 R$ Y,6V8 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,5V6 0,0% 0,0% 5,0% R$ X,0V9 R$ 0,6V1 R$ 2X,9V6 10,7% 5,74% 38,3% 49 Como explicar aos Acionistas que se trabalhou com a metade do lucro negociada inicialmente com o Cliente por muito tempo, inicialmente foi constrangedor a Diretoria desta Empresa ter que admitir que não se preocupou com o fato de estar com o resultado ruim neste item. A Equipe que executou o trabalho foi parabenizada, porque se atingiu as metas, o objetivo foi alcançado, a Empresa ficou numa situação privilegiada perante este Cliente, entretanto, para a Área de Processo Industrial ficou a lição de casa e o desafeto da Direção, recebeu a incumbência verificar os demais itens (aproximadamente 450 itens) no prazo de 90 dias, para não perder tanto tempo. Com esse caso foi possível visualizar que outros itens podem ser melhorados, sendo possível propor reduções significativas aos clientes e permanecer numa situação favorável. 50 CAPÍTULO 7 SUGESTÕES PARA OS PRÓXIMOS TRABALHOS Trabalhar materiais como os Nanocompostos, ou seja, novas tecnologias com o intuito de não depender de petróleo ou de materiais que possam ser muitos agressivos ao meio ambiente. 51 CAPÍTULO 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASHBY, M. F. Material Selection in Mechanical Design. Butterworth. Heinemann. Oxford, 2000. CAMPOS, Shirley, Cetsam. Senai. Br, Tóxicos e Intoxicações. Rev. Medicina Avançada. Editora Idelco Ltda. 16/04/2004. CASARANO, Romeu, Compositos de Polietileno. Tese M. IQUSP. 2004. CERVO, AI Bervia P.A., Método Científico – 4ª edição – 2006. WEB 11674: 22/10/2007 – 22:00 horas. CRAWFORD, R.J. Plastics Engineering. Pergamon Press. Oxford, 1987. DELMO, A. Nishitsuji; FARINA, Luiz Cláudio; ULLOA, Maritza Eliza; CASSARANO.Romeu; Compósitos. PMT 5854, Tecnologia de Polímeros, IQUSP, 2004. JUNG, Carlos Fernando, Metodologia para pesquisa & desenvolvimento: aplicada a novas tecnologias, produtos e processo. Rio de Janeiro: Axcel Editora, 2004. MANO, E. B., Polímeros como Materiais de Engenharia, São Paulo, Editora Edgard Blucher Ltda., 1991. MARTÍN-CORTÉS G.R.; CARVALHO A.L.; AMADEO P.; WIEBECK H.; HENNIES W.T; ESPER F.J.; VALENZUELA-DÍAZ F.R.- Uso de Equipamento CNC para conformação de peças de PMMA – CAST., IN: 9º Congresso Brasileiro de Polímeros – CBPOL, Campina Grande, Brasil, Outubro 2007. Em CD + ROM – Edit. ABPOL – São Carlos – SP 2007. MARTÍN-CORTÉS, Guillermo Ruperto, Conformação por AWJ de corpos de provas em peças com PA 6 e/ou chapas PMMA-Cast para testes de qualidade. USP. Congresso Plast Show 2008, São Paulo. 2008. MASSARANI, M. & MATTOS, F.C.de. Curso PMC 5602: Redução de Custos Através da Engenharia de Valor. Escola Politécnica da USP. S.Paulo, 2007. MUELLER Grupo, Manual do Sistema de Qualidade, 3 ed., 2007. NBR603, Associação Brasileira de Normas Técnicas, Metodologia Científica. 1989. RICHARDSON, Terry, Composites a design guide. Ind. Press Inc.. New Iork, 1987. 52 SANT‟ANNA, J.A. & WIEBECK, H. Conversão de Peças de Metal para Plástico: O Desafio da Seleção de polímeros, Tendências e Exemplos. Palestra Proferida na PlastShow 2006 em10/05/2006. THIENEL, Paulo, Lati High Performance Thermoplastic Compounds, Guide to Surface defcts on thermoplastic injection molded parts.1969. TOYOTA, Sistema de Produção Puchada, TDB 7TH QC. Circle Convention, 2007. Curso de Sistema Lean 2007. TOYOTA, Sistema de Produção. 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