Bienal Internacional de Arte
Contemporânea da UNASUL
Aqui estará o desenho que vai identificar a Bienal Internacional de Arte Contemporânea da UNASUL. Para
definir o desenho, haverá um concurso internacional que envolverá todos os países membros da União de
Nações Sul-Americanas.
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Bienal Internacional de Arte
Contemporânea - UNASUL
O mapa global se transforma a cada passo. Nele, no entanto, a
memória dos combates pela assunção de outros protagonismos na
história, contida nos ideais dos líderes da independência do século
XIX, foi ressignificada com um toque contemporâneo na formação da
UNASUL.
Hoje, surge um novo desafio: desenvolver um âmbito em que a arte da
região se expresse e se mostre juntamente com outros territórios, não
como um gueto, mas como uma aposta por ter em nosso meio uma
m o s t r a que aspire a se transformar em referência mundial.
Um lugar para o encontro de artistas, curadores, críticos, teóricos,
colecionadores, pessoas que considerarem este um espaço
imperdível, não só pela qualidade da proposta em matéria de arte, mas
sim por sua capacidade de projeção e transferência.
Com diferentes formatos e através de diferentes estratégias, um
espaço que envolva a comunidade toda, por suas políticas de difusão
ligadas a meios diversos, educação e itinerâncias. Em resumo, um
conjunto de características que identifiquem como única a Bienal
Internacional
de
Arte
Contemporânea
da
UNASUL.
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Bienal internacional de arte
contemporânea da UNASUL
Por que uma nova Bienal no circuito internacional de arte?
Veneza, São Paulo, Shanghai, Havana, Cuenca, cada uma destas e outras bienais existentes, carrega
em sua história as marcas de sua origem ligadas de diferentes maneiras às sutis articulações entre
o mundo da arte e a política. Procuraram, de diversas maneiras, estabelecer espaços para um
convívio que fosse capaz - algumas vezes- de mostrar uma versão na escala do mapa de posições;
outras, de ensaiar a convivência e a diluição de fronteiras.
Nelas, as produções simbólicas aparecem como representações de realidades heterogêneas e
reproduzem na sede artística, de formas mais ou menos visíveis, esquemas de circulação e
posicionamento previstos no âmbito político e econômico internacional.
Iole da Freitas (Brasil)
Os artistas de nossos países costumam ser, na maioria das vezes, parte de um pequeno grupo dentro
da diversidade. Por isso, parafraseando Nestor Garcia Canclini, é hora de “refazer os passaportes”, de
estabelecer novos espaços nos quais as artes de nossos países assumam “uma presença real no atlas
da arte do mundo”, nas palavras de Graciela Speranza.
Alfredo Jaar (Chile)
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Uma bienal internacional de arte contemporânea que
emerja dos esforços de cooperação de um âmbito
transnacional como a UNASUL
O propósito diferencial da Bienal Internacional de Arte Contemporânea da UNASUL é definir
um formato e funcionamento no qual a arte da região não se integre como mera p a r c e l a de
diversidade, mas sim que funcione com respeito pelas singularidades, redefinindo os
posicionamentos tradicionais, estreitando as relações, recuperando tradições, estabelecendo outros
laços entre espaços e tempos, sendo congruentes, enfim, com o novo paradigma pós-autônomo
que permite repensar o cenário da arte e da cultura contemporâneas.
Emilia Azcárate (Venezuela)
Retomando os objetivos do programa cultural da UNASUL, a convocatória desta Bienal
Internacional de Arte Contemporânea objetiva:
• Promover e reforçar a cooperação cultural na região.
• Reconhecer e promover o valor central da cultura como base indispensável para o
desenvolvimento e superação da pobreza e desigualdade.
• Promover a redução das assimetrias regionais e sub-regionais com relação à promoção e ao acesso
universal à cultura.
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Respeito pelas singularidades redefinindo os
posicionamentos tradicionais, estreitando as relações,
recuperando tradições, estabelecendo outros laços entre
espaços e tempos
Marco Maggi (Uruguai)
Hew Locke (Guiana) / María Verónica León Veintemilla (Equador)
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Objetivos:
•
Criar um espaço de convocatória semestral com base na UNASUL, onde convirjam em pé de
igualdade (tanto em relação às condições de produção, como também das de exibição),
projetos estético-artísticos e teórico-críticos contemporâneos.
•
Constituir esta bienal dentro do cenário artístico cultural regional e global, atraindo a atenção de
artistas, críticos, teóricos, curadores, gestores culturais e outros atores sociais do meio.
•
Definir um formato e funcionamento no qual a arte da região não se integre como mera parcela de
diversidade, mas sim que funcione com respeito pelas singularidades, redefinindo os
posicionamentos tradicionais, estreitando as relações, recuperando tradições, estabelecendo
outros laços entre espaços e tempos, sendo congruentes, enfim, com o novo paradigma pósautônomo que permite repensar o cenário da arte e da cultura contemporâneas de maneira
plural.
•
Desenvolver as condições para atingir um alto grau de implicação da comunidade artísticocultural da região, com os projetos conduzidos pela Direção Geral e as equipes de curadoria, de
produção, d e educação, d e difusão e transferência da Bienal Internacional de Arte
Contemporânea da UNASUL.
•
Constituir a Bienal em um espaço que contribua para a formação de um pensamento crítico da
região, com autonomia e m r e l a ç ã o a o s grandes relatos canônicos.
•
Contribuir para a construção de outras redes de visibilidade, circulação e intercâmbio para a arte
e a cultura contemporâneas da região e do mundo inteiro, que favoreçam uma reconfiguração
das relações de intercâmbios simbólicos n a escala regional e global.
Chiharu Shiota (China)
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Tomas Saraseno (Argentina)
Ernesto Neto (Brasil)
•
Promover a emergência de práticas alternativas dentro do mundo da arte e da cultura tanto em
nível de produção de ideias e obras como também em seus modos de exibição, circulação e
consumos.
•
Contribuir para a rearticulação entre a arte e a vida cotidiana.
•
Gerar estratégias para a inclusão e para o acesso de públicos diversificados e novos ao mundo
da arte e cultura.
•
Projetar vários suportes (a partir de recursos para c o n s e g u i r chegar às ruas, às escolas, aos
lares dos povoados da UNASUL, até aqueles que favorecem uma integração global) que
habilitem a expansão dos projetos, propostas e ações implicados na Bienal.
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Entrada do Centro Cultural Kirchner Buenos Aires
A Bienal internacional de arte contemporânea da
UNASUL procurará tornar este espaço de arte um
espaço de pensamento, um lugar para o surgimento de
ideias e propostas destinadas a oferecer outras
perspectivas do mundo contemporâneo.
Neste sentido, será proposta a criação de outro regime de realidade, outro regime de sentido a partir da
partilha dentro de um mesmo projeto curatorial de noções teórico-críticas, objetos simbólicos e
artísticos, capazes de dialogar com as noções já conhecidas, expandir os limites estabelecidos,
atravessar as fronteiras para se situar e n tre várias d i me n s õ e s , o que requererá, sem dúvida alguma,
a emergência de outros objetos, outros modos de ler, outras formas de compreender. Temos que
avançar além da produção de conhecimento em direção ao que podemos denominar espaços de
pensamento.
Se, como foi observado ao analisar o sistema de circulação do conhecimento, “os dispositivos de
distribuição decidem o valor daquilo que se lê”, e acrescentamos que neste capitalismo cognitivo,
aqueles que controlam a distribuição controlam de algum modo o mundo, esta Bienal Internacional
UNASUL estará destinada a oferecer outros modos de circulação, outra lógica de encontro, com a
qual se espera contribuir no surgimento de outras maneiras para a valorização daquilo que se produz
aqui,
ali,
lá
ou
em
qualquer
parte
do
planeta.
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Desta forma, a proposta parece ser muito ambiciosa, já que não aspira simplesmente a colocar no
mesmo plano de igualdade projetos criadores de origens diferentes, mas sim que procura com a
geração de formas alternativas de produção de sentidos, iluminar o surgimento de um espaço onde
se instalem perguntas, onde as certezas entrem em conflito e abram caminho para novos julgamentos
que convidem cada ator social a reassumir a imaginação e com ela sua criatividade –em um sentido
amplo– conduzindo à emancipação do pensamento, a fim de explorar outros horizontes.
Tornar este espaço de arte um espaço de pensamento, um
lugar para o surgimento de ideias e propostas destinadas a
oferecer outras perspectivas do mundo contemporâneo.
Light Lab, coletivo de artistas, (Paraguai) intervenções simultâneas no espaço urbano e em diferentes
paisagens
do
território
da
América
do
Sul.
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Espaços
A sede central da Bienal Internacional de Arte Contemporânea da UNASUL será o Centro
Cultural Kirchner de Buenos Aires, Argentina. O espaço deste centro permitirá a convivência de obras
d e grandes formatos q ue favorecerão a sensação de habitar nelas e com elas. Além disso, este
espaço oferece a possibilidade de expor mostras e diversas atividades simultâneas e, ao mesmo tempo,
brincando com a própria memória do local – ex- Palácio dos correios e comunicações– poderá tornarse o nó para a difusão das atividades realizadas e também o ponto central de uma rede de vetores que
irá conectar diferentes espaços, centros de arte, museus, escolas, universidades da cidade (entre os
mais próximos e dos restantes como projeção a distância).
Leandro Erlich (Argentina)
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Alguns traços distintivos
A Bienal Internacional de Arte Contemporânea da UNASUL deseja causar impacto no cenário
artístico cultural regional e global. É por essa razão que foram expostos os objetivos acima e que se
imagina um projeto claro que seja capaz de desativar a inércia do olhar e do pensamento ao
oferecer a entrada a outros modos de ver e com ela a outros modos de pensar.
Entre os recursos
consideramos:
destinados
para
atingir
essa
meta
•
Estabelecimento de espaços colaterais, satélites ou paralelos;
•
Geração de focos alternativos e estratégias específicas para a geração de redes de
circulação e intercâmbio (de intervenções nas ruas até um canal de televisão, um espaço
web que estimule um consumo crítico dos conteúdos e ofereça programas diversos de
acordo com o perfil do público, interesses e destinos, publicação de jornais, intervenção na
mídia, etc.);
•
Ampliação do campo de ação da bienal não somente no espaço (real e virtual), mas também no
tempo, neste sentido está prevista a convocatória de colóquios de reflexão sobre arte e
cultura (para especialistas) e palestras para o público em geral, como parte de um processo
de identificação de problemas, realização de debates e estabelecimento de agendas tanto
nos meses anteriores à abertura da bienal, como t a m b é m enquanto estiver aberta ao
público; além disso, p r e t e n d e - s e trabalhar com equipes de estudantes de artes do paíssede da bienal nos processos de produção das obras.
Olafur Eliasson (Alemanha)
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Giancarlo Scaglia (Peru)
•
Além disso, e como proposta complementar, os países membros da UNASUL serão convidados
a estabelecer um número de bolsas para estudantes da área que quiserem participar nas
tarefas de produção de obras.
•
Estas ações serão complementadas com a condição inédita de que a bienal abra ao público
antes da inauguração propriamente dita, convidando o público a participar do processo de
criação, desenvolvimento e produção das obras. Desse modo, haverá um trabalho em parceria
com as equipes de curadoria, de educação e de comunicação da bienal e os artistas e suas
respectivas equipes de produção (integradas por técnicos e estudiantes de artes) para o
desenvolvimento das estratégias e conteúdos que venham a fazer parte das atividades de
educação, difusão e transferência a serem realizadas.
•
Serão estabelecidas articulações com instituições educativas formais e não formais de
diferentes níveis e características para contribuir na difusão produtiva destas iniciativas.
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Itinerância
Após o término da bienal, está previsto um programa de itinerância em algumas cidades dos países
membros da UNASUL, a partir de uma seleção significativa das obras e programas realizados durante
a bienal.
Estabelecer “uma presença real no atlas da arte do
mundo”
Desenho: Nosso Norte é o Sul, Torres García (Uruguai)
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Bienal Internacional de Arte Contemporânea da UNASUL