Os trabalhadores do campo e da cidade na
cena brasileira
• Nesta exposição farei a apresentação do tema a
partir de dois grandes eixos:
• 1. O primeiro deles enfoca a questão > ao discutir a
os trabalhadores na percepção dos outros;
• 2. Já o outro eixo, discute a problemática dos
trabalhadores a partir dos estudos que enfatizam
sua aparição na cena pública, em diferentes
manifestações, ao longo da experiência
republicana: os sujeitos e os enfoques privilegiados
nas análises historiográficas.
Os trabalhadores do campo e da cidade na
representação dos outros
• A discussão do tema Os trabalhadores do campo e
da cidade na representação dos outros é bastante
instigante pelas múltiplas possibilidades oferecidas
para seu enfoque. O recorte é o período
republicano, embora o tema esteja colocado, com
certa insistência, nas definições das elites sobre a
existência ou não do “povo”, enquanto comunidade
política, nos marcos da própria colônia portuguesa,
e posteriormente, na consolidação do país,
enquanto nação, além de projetar-se para o período
republicano.
O povo na representação dos outros
• No período colonial, essa discussão passou a ser
recorrente, assumindo diferentes significados,
conforme assinala Stuart B. Schwartz no texto “Gente
da terra braziliense da nasção”. Pensando o Brasil: a
construção de um povo (In: MOTA, C. G. (Org.) Viagem
incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). São
Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000, p. 105-125) que
identifica ainda nesse período vários deslocamentos na
concepção de povo.
• Nos cálculos coloniais e para os funcionários coloniais,
o Brasil tinha uma população, mas não tinha um
“povo”.
O povo na representação dos outros
• Inicialmente, nenhuma instituição representativa ou
corte era permitida na colônia, e o Brasil, por sua vez,
não enviava representantes às cortes que eram
convocadas em Portugal (Schwartz, 2000, p. 110). O
conceito de “povo” enquanto terceiro estado na
sociedade de ordens e na base de toda sociedade não
chegou a se estabelecer na colônia. As referências mais
antigas falam de ”pessoas de menor condição”,
“moradores” e “povoadores”, mas a idéia de um
“povo”, orgânica e constitucionalmente vinculado ao
corpo da política e ao rei estava, em larga medida,
ausente” (SCHWUARTZ, 2000, p. 111).
O Povo na representação dos outros
• Para S. Schwartz, esse era o problema central; as
pessoas que poderiam ser chamadas de população
indígena ou nativa da colônia, ou aquele que
poderia ser chamado de povo brasileiro era
formado, essencialmente, pelas pessoas de origem
mista, e não se confiava muito nelas nem na sua
capacidade. Essa postura era generalizada, e se
estendia às ordens religiosas, como a Ordem de São
Bento, que em 1602 recusa integrar em seus
quadros, noviços originários da gente da terra
braziliense de nasção.
O povo brasileiro
• No entendimento do autor, o que importa assinalar,
em 1º lugar, é a desconfiança dos beneditinos nas
habilidades dessa “gente”, mas, também, o fato de
que essas pessoas de origem mista eram definidas
pelo lugar em que haviam nascido, no caso o Brasil,
e que esse lugar estava sendo utilizado como
critério para definir sua etnicidade. Este é o
primeiro momento, assim entende o autor, em que
se considera o fato de se ter nascido no Brasil
como elemento que define a identidade e como
elemento precursor da nacionalidade.
O povo brasileiro
• Aliava-se a isso, a extensão territorial da colônia e as
ligações frouxas com as autoridades metropolitanas, o
que conferia aos seus habitantes relativa autonomia
em relação aos poderes centrais. Em função dessas
peculiaridades, “os habitantes do Brasil adquiriram a
reputação de viverem sob liberdade descontrolada,
com excessiva mobilidade, qualidades potenciais para
causar problemas, além de demonstrarem relutância
no serviço ao rei. As tentativas para controlar essa
população tiveram escasso sucesso” (p. 118) e se
constituíram em permanentes preocupações das
autoridades coloniais, por todo o século XVIII.
O povo brasileiro
• Em função disso, pouco se esperava dessa população
tão insubordinada, e essa desconfiança se refletia na
transformação do terceiro estado, que de “povo” passa
a ser “plebe” no discurso da época. Se durante o século
XVI, a representação do “povo” era freqüentemente
positiva e a posição política do terceiro estado era
codificada por meio de sua participação nas cortes e
reconhecida por expressões “câmara e povo”, no século
XVIII o termo “plebe” começou a aparecer cada vez
mais enquanto descrição pejorativa da população
brasileira (p. 119). Embora o termo “plebeu” tivesse
raízes clássicas, raramente havia sido utilizada no séc.
XVI. No século XVIII, entretanto, o termo “plebe”
começou a ser utilizado com mais freqüência,
geralmente de forma pejorativa.
O povo brasileiro
• Esclarece o autor que o “conceito de “plebe”, com as
conotações negativas que tinha para os portugueses e
brasileiros das classes superiores, foi exacerbado no contexto
colonial, onde a maioria da população era não apenas pobre,
mas formada por negros, mulatos e mestiços. Ou seja, a
questão da raça passou a exacerbar as distinções de classe”.
• Schwartz traz ainda as posições de dois ideólogos do
colonialismo do século XVIII, o frade carmelita Domingos de
Loreto Couto e Luiz dos Santos Vilhena, português radicado
na colônia, que são esclarecedoras sobre essas
transformações. Santos Vilhena, por exemplo, reclamava que
faltava ao Brasil um “povo”. A explicação para esse estado de
coisas era a escravidão e seus efeitos, que forjara na
população pobre a postura de que a agricultura era “trabalho
de negros”, e em conseqüência, negava-se a cultivar a terra
ou praticar outros ofícios.
O povo brasileiro
• Portanto, se opunha à escravidão não pelo que
tinha feito com os escravos, mas por causa do que
havia feito com o “povo”. Ele expressava pouca
simpatia por aqueles descendentes de escravos que
haviam se juntado às fileiras da população livre. Ou
seja, imaginava um Brasil de grandes possibilidades,
ao qual o legado da escravidão havia privado de um
povo e lhe legara uma plebe (Idem, p. 122).
• Como então o Brasil chegou a ter um “povo”?
O povo brasileiro
• Segundo o autor, vários membros da sociedade
colonial começaram a reivindicar o lugar de “filhos
da terra” e construir o “povo” do Brasil, mas agora
sob a influência da Revolução Francesa, com um
novo significado inclusivo. Nesse aspecto, os autos
da devassa de 1794 (RJ) e 1798 (BA) são instrutivos.
Para eles e para muitos brasileiros do início do
século XIX, não havia dúvida de que o Brasil tinha
um povo (p. 124), assim sugere S. Schwartz.
Projeção de um país sem povo
• Tal debate foi intenso nos anos de construção do
país, enquanto nação independente, e não tão
consensual, como sugere Schwartz, atravessando
todo o século XIX e deslocando-se para o século XX.
Os seus contornos estão inscritos nas Cartas
Magnas, do Império e da República (1891) ao
classificarem os seus cidadãos em ativos e inativos.
• Essas projeções de um país sem um “povo”
projetam-se para outros momentos da história do
país e assumem um sentido negativo não muito
distante daquele que se firmou nos primórdios, de
“homens indolentes, sem rei e sem leis”.
Imagem negativa do povo brasileiro
• Em conseqüência, foi se cristalizando no imaginário coletivo a
imagem do brasileiro pobre e livre como “preguiçoso”,
“indolente”, “vadio” e não civilizado que impunha limites aos
caminhos da própria Nação, visão recorrentemente detectada
por diversos autores, que têm estudado assuntos distintos,
em tempos e momentos diferenciados da história do país.
• Márcia Regina Capelari Naxara, no texto A construção da
identidade: um momento privilegiado, (Revista Brasileira de
História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v. 12, nº 23/24, [p.
181-190], 1992, p. 181) afirma que essa representação
inicialmente circunscrita às classes populares foi estendida
para a própria brasilidade “passando a fazer parte da
construção da identidade do brasileiro, como uma de suas
características fundamentais” (NAXARA, 1992, p. 181).
Representação do Brasil > terra sem povo
• Essa marginalidade atribuída ao brasileiro levou, ou a
representação do Brasil como uma terra sem povo ou à
de uma população qualificada de estrangeira em seu
próprio país, tal o abandono a que foi relegado.
• A autora atribui a construção desse imaginário a uma
certa influência das interpretações evolucionistas e
deterministas da história, e a idéia de humanidade em
marcha em direção ao progresso, que prevaleceu na
segunda metade do século XIX e primeiras décadas do
século XX, impondo um sistema classificatório dos
povos, polarizados na dicotomia civilização ou barbárie.
População qualificada de estrangeira em
seu próprio país
• Ainda, segundo a autora, a longa trajetória de desqualificação
do trabalhador nacional foi reforçada na passagem do século
XIX para o XX, com a formação do mercado de trabalho livre
que acrescentou novos ingredientes a esse imaginário.
• Os argumentos utilizados na definição da política imigrantista,
centrados na idéia de imigrantes europeus, considerados
trabalhadores ideais para substituir os escravos, reforçou e
agregou novos elementos a esse imaginário ao acentuar a
desqualificação e inadequação dos trabalhadores nacionais
para se integrarem ao processo de modernização que se
pretendia para o país. Nessa trajetória foi realçada, tanto a
incapacidade quanto à insubordinação, desse homem livre,
atributos imputados a sua herança escrava e inferioridade
étnica e cultural.
Imagem negativa do brasileiro
• Assim, algumas representações literárias que
aparecem no período, traduzem esse sentimento
negativo que foi se cristalizando no social, sobre o
brasileiro, situação que foi apreendida por Monteiro
Lobato no personagem Jeca Tatu, produzido nas
primeiras décadas do século XX, que passou a se
constituir no próprio símbolo de brasilidade. Ou
seja, “uma imagem instituidora do brasileiro, que se
sobrepôs as demais, definindo-o, enquanto ser que
porta, em sua natureza, uma indolência e um total
despreparo para o exercício da cidadania”(NAXARA,
1992, p. 187).
Imagem negativa do brasileiro
• Ajudou nessa construção, o processo que levou a
substituição do escravo pelo trabalhador livre, impondo
uma dupla representação: da desqualificação do
nacional e do elogio ao imigrante europeu.
• Essa imagem não dominou sozinha a cena brasileira,
embora tenha se imposto por bastante tempo,
enquanto catalisadora dos sentimentos em relação aos
trabalhadores nacionais. Diria que homem do campo,
além dessa “incapacidade natural” para a inclusão,
também apareceu como um ser desnaturado, ora
violento, como os cangaceiros, ora alienado e
exacerbado em suas crenças religiosas, como os
beatos. Enfim, propensos a se manterem em um
mundo à parte, tal qual o arcaísmo das estruturas as
quais estavam subordinados.
Imagem da população brasileira
• Márcia Naxara sintetiza a extensão dessa
postura ao afirmar que a imagem da
população brasileira enquanto imatura,
despreparada e indolente, foi largamente
difundida na passagem do século XIX para o
XX, tornando-se parte da memória coletiva
dos brasileiros e, encontrando, ainda hoje,
grande aceitação (NAXARA, 1992, p.190).
Imagem da população brasileira
• Trazendo o debate para o século XIX e primeiras décadas do
século XX, Francis Manzoni em sua dissertação de mestrado,
defendida em junho de 2004, sob o título Os trabalhadores
“caipiras” em mercados e feiras livres: São Paulo (18671914), situa o debate historiográfico e se propõe
des/construir a idealização desses sujeitos, produzida pela
literatura e pela historiografia, que ora os caracteriza como a
personificação de uma subcultura específica, símbolo do
atraso e da ignorância, ora como definidores da identidade
nacional.
• -MANZONI, Francis Marcio Alves. Os trabalhadores “caipiras”
em mercados e feiras livres: São Paulo (1867-1914). Assis,
2004, FCL Dissertação (Mestrado em História), UNESP, 2204.
Imagem da população brasileira
• Inicialmente situa os parâmetros do próprio debate que toma
como ponto de partida o modo de vida e de trabalho,
expressos por sua condição de pequenos
produtores/comerciantes que servem, igualmente, para
definir os seus traços culturais peculiares. Em função dessas
peculiaridades — os espaços e os próprios sujeitos — foram
nomeados de “caipiras”, classificação que remetia a um estilo
de vida rústico e tradicional, que, segundo as autoridades,
“devia ser protegido”, não por seus atributos positivos, mas
porque esses sujeitos produziam um excedente de alimentos
capazes de baratear a “cesta de consumo básica“ do
trabalhador urbano, situação reconhecida pelo então prefeito
Washington Luis, que considerava essa produção
indispensável ao crescimento industrial da cidade.
Imagem da população brasileira
• Manzoni ao mesmo tempo em que identifica o perfil desses
“caipiras” (trabalhadores nacionais e estrangeiros), também
destrói o “mito” reiteradamente construído sobre o seu
“conformismo e ingenuidade”, que os colocavam em posição
vulnerável para enfrentar as situações complexas de um
mundo moderno.
• Ao contrário, além de serem de nacionalidades e
procedências diversas, esses sujeitos, homens e mulheres,
fizeram uso dos instrumentos legais para reverter situações
que consideraram prejudiciais aos seus interesses. Alguns
deles ainda se apropriaram das próprias representações
construídas pelas elites, sobre o perfil laborioso dos
trabalhadores estrangeiros, procurando reverter, a seu favor,
as demandas feitas nas petições oficiais.
Imagem dos trabalhadores urbanos – dupla
acepção: 1. idealização positiva
• Assim, examinando a questão sob o prisma dos
trabalhadores urbanos, reverenciados inicialmente
por uma idealização positiva engendrada a partir de
sua condição de estrangeiros brancos e europeus,
portadores dos símbolos do progresso e da civilização,
o debate assume duas direções.
• Primeiramente, a identidade almejada projeta-se nas
suas características elementares da vida cotidiana, em
seus hábitos alimentares e culturais, nos
conhecimentos diversos e habilidades nas artes
mecânicas, nas suas construções, nos modos de lidar
com os desafios e na beleza de suas mulheres.
Imagem dos trabalhadores urbanos – dupla
acepção: 2. idealização negativa
• A segunda é a própria desmontagem dessa
positividade que passa a ser desfeita ao longo das
primeiras décadas do século XX, com as primeiras
mobilizações políticas desses trabalhadores que, em
vários momentos, fazem greves reivindicando
melhores salários e denunciando as miseráveis
condições de vida e trabalho a que foram
submetidos. Denunciam os patrões autoritários e a
mentalidade escravocrata de muitos deles, além de
qualificarem as fábricas de “masmorras, escuras,
sujas e satânicas”, como tão bem caracteriza
Margareth Rago, em seu livro Do Cabaré ao lar. A
utopia da cidade disciplinar.Brasil 1890-1930 (Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1985).
Imagens negativas dos trabalhadores
urbanos
• Rapidamente esses imigrantes passam de
“trabalhadores desejados e laboriosos”, para a
categoria de “arruaceiros e agitadores”. Agora olhados
com desconfiança passam a integrar a lista dos
“indesejáveis” e candidatos preferenciais às prisões e
as deportações sumárias.
• Em conseqüência, seus hábitos e costumes ganham o
espaço público, tornando-se objeto de reflexão dos
cientistas sociais, artistas plásticos, romancistas, e
também, a crônica jornalística, que produzem um
conjunto de saberes sobre os mesmos.
Outras representações
• Cada vez mais o mundo do trabalho e os
trabalhadores se projetam nas produções dos
jovens artistas, nos anos 20 e 30 do século XX,
como integrantes da própria brasilidade, a partir
de uma outra ótica que promove sua valorização,
com o enfoque voltado ao negro, embora ele não
seja o único representado. Exemplos desse registro
estão presentes nas obras pictóricas de Tarsila do
Amaral e Cândido Portinari, entre outros que
plasmaram em diversas telas, ao longo das
décadas mencionadas, o mundo do trabalho e seus
personagens, erigidos à categoria de integrantes
da própria nação.
Os trabalhadores por eles mesmos
• Mas, essa imagética não é uma novidade na cena brasileira.
A imprensa operária — de inspiração anarquista e anarcosindicalista —, já elaborara os símbolos que passaram a
fazer parte do seu universo político-cultural. O trabalhador,
nessa imagética é branco e é representado de cabeça
levantada, porte altivo, nariz em posição elevada, e de
braços cruzados. Ou ainda, em atitude de combate, por
meio de uma mão de punho cerrado e erguido para o alto,
em sinal de resoluto enfrentamento.
• Também ele aparece nessa mesma imagética na figura de
um trabalhador oprimido e faminto, sempre contraposto ao
patrão burguês, com os seus símbolos de poder e fartura: o
charuto, a confortável poltrona, e a imensa pança, indicativa
do seu ócio e dos excessos resultantes do atendimento aos
desejos do baixo ventre.
Representações do povo
• A caricatura produziu um amplo repertório sobre esse
trabalhador, nem sempre numa atitude de valorização de
suas qualidades, mas sem perder de vista os seus atributos
positivos, marcados por uma postura ambivalente em sua
intervenção no cotidiano do país. Embora tenha sido
representado de diferentes maneiras, a imagem mais
conhecida e símbolo de suas carências, exploração, mas
também de sua esperteza para rir de si e do outro que o
quer enganar, traduz-se na figura de um burrico, nomeado
de Zé Povo, portando óculos escuros verdes para não ver o
que lhe era destinado: alfava seca, intitulada de “cousas
governamentaes”, mas que Zé, espertamente, desvela sua
situação de enganado, mesmo que colabore para essa
condição, como esclarece Marcos Silva no livro Caricata
República. Zé Povo e o Brasil (São Paulo: Marco Zero/CNPq,
1990).
•
ZÉ POVO
Zé povo na caricatura
• Essa imagem de Raul Pederneiras foi analisada por
Silva, no livro Caricata República. Zé Povo e o
Brasil a partir das polaridades visão/cegueira,
logrado/astuto, manutenção/ruptura, visando
apreender as múltiplas possibilidades de
tematização a que foi submetido o personagem Zé
Povo na alegoria ali apresentada.
• Também Belmonte apresentou um Jeca urbano
que embora excluído da República , busca as
frestas do sistema para garantir algumas
vantagens, mesmo que seja por pouco tempo.
Jeca tatu –Belmonte, A Cigarra, 1924
Bibliografia
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Bibliografia
ARAUJO, Ângela Maria Carneiro. A legislação social nos anos 30: um estudo do processo
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FABRIS, Ananteresa – Portinari, pintor social. São Paulo: Perspectiva, 1990.
FAUSTO, Boris. Conflito Social na República Oligárquica: A greve de 1917. Estudos Cebrap,
São Paulo: Ed. Brasileira de Ciências Ltda, nº 10, p. 79-109, 1974.
MANZONI, Francis Marcio Alves. Os trabalhadores “caipiras” em mercados e feiras
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2004.
NAXARA, Márcia Regina Capelari. A construção da identidade: um momento privilegiado.
Revista Brasileira de História. São Paulo:ANPUH/Marco Zero, v. 12, nº 23/24, p. 181-190,
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QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de – Os cangaceiros. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1977.
REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA. A mulher no espaço público. BRESCIANI, Maria Stella
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RAGO, Margareth. Do cabaré ao Lar. A utopia da cidade disciplinar.Brasil 1890-1930. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1985.
REIS, Maria Cândida Delgado. Crescer, Multiplicar, Civilizar – Destino de Mulher nas
Orientações Educacionais Disciplinares (São Paulo, Anos 20 e 30). Revista Brasileira de
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SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças. Cientistas, instituições e questões raciais
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WOLF, Joel. “Pai dos pobres” ou “mãe dos ricos”? Getúlio Vargas, industriários e construções
de classe, sexo e populismo em São Paulo. 1930-1954. Revista Brasileira de História, São
Paulo: ANPUH/ Marco Zero, nº 27, p. 27-60, 1994.
•
(Balanço historiográfico – Zélia Lopes da Silva)
Os trabalhadores na cena brasileira
• Situada a questão, os trabalhadores aparecem na
cena brasileira e na produção historiográfica a partir
da análise dos movimentos sociais, durante o
período republicano. A análise desses personagens
é muito recente no mundo acadêmico, e mais
ainda, entre os historiadores. O interesse pelo
assunto no Brasil data dos anos 1970 e vem no
rastro da institucionalização da chamada História
Social, inicialmente preocupada com os fenômenos
sociais urbanos, e dentre eles, as manifestações dos
sujeitos inseridos no mundo do trabalho fabril.
Os trabalhadores na cena brasileira
• É no contexto da ditadura militar que os estudos
sobre o período republicano e o papel dos
segmentos populares nesse processo ganham
relevância, evidenciando as dificuldades
enfrentadas por tais segmentos — do campo e da
cidade — para expressar os seus interesses e
descontentamentos, mesmo no decurso da
República, que continuou tratando as suas
demandas, com a mesma intolerância e violência
dos períodos anteriores.
Os trabalhadores na cena brasileira
• Sem canais legitimados nas próprias instituições
republicanas para expressar tais interesses, quando o
fizeram foram interpretados como elementos
dissolventes e destruidores da ordem pública, já que a
própria carta republicana estabelecia a distinção entre
cidadãos ativos e passivos, o que definia uma clara
hierarquia para a plenitude dessa atuação, indicando a
não superação de concepções que continuavam
reiterando a ausência de um “povo”, na base da
sociedade brasileira. Tal compreensão pautava-se pelos
parâmetros definidos para a nação, a partir do modelo
liberal à moda americana, que se apoiava no
entendimento do preceito de liberdade, que nos
cânones modernos, significava apenas o direito
privado de ir e vir.
Os novos sujeitos na cena brasileira
• Assim, refletir sobre o aparecimento desses novos
sujeitos, homens e mulheres, na cena brasileira e na
historiografia, pode ser feito a partir de dois grandes
eixos: a) os movimentos sociais que emergiram de
forma organizada e que foram canalizados para
instituições formais tais como: partidos, sindicatos e
associações; manifestações de protesto em espaços
públicos, por meio de greves, quebra-quebras, e
ainda, as rebeliões prisionais, que ocorrem nos
espaços fechados como as prisões b) e a resistência de
sujeitos, que são detectados na esfera da vida privada
ou no âmbito das relações de trabalho, nem sempre
visíveis nos circuitos mais amplos da vida social,
contra situações que violam os seus direitos
elementares de sobrevivência.
A pluralidade dos movimentos sociais
• O difícil nesse processo é pensar a pluralidade dos
próprios movimentos sociais que se expressam em
manifestações distintas e díspares, envolvendo
sujeitos de múltiplas vivências como as dos escravos,
dos trabalhadores fabris, dos presos, das mulheres,
dos anônimos da multidão envolvidos em saques e
quebra-quebras. Enfim, os desclassificados e excluídos
de quaisquer benefícios oferecidos pela sociedade
que manifestam a sua exclusão pela simples presença
incômoda, nos espaços públicos, mendigando o pão
de cada dia, mas que podem integrar movimentos de
protestos, já que fazem parte da vulnerável plebe
despojada de quaisquer direitos. Como equacionar
essas diferenças e quais as possibilidades de
aproximação entre eles?
Os movimentos sociais – década de 1970
• É fato que no final dos anos de 1970 os movimentos
sociais urbanos emergem no cenário público, e
também, na academia. Na área de História, a
história operária, ganha destaque nessas reflexões
ainda sob a influência do ideário marxista, que
mantinha a mística de serem tais sujeitos —
enquanto classe — investidos na missão de
condutores do processo revolucionário, idéia
tributária do debate que buscava compreender o
golpe de 1964 e o fracasso da tão sonhada
revolução nos anos subseqüentes. Afinal, as
indagações que circulavam eram muitas.
Os estudos sobre o assunto
• Identificar quem eram esses sujeitos e
qual havia sido sua trajetória na história
do país era uma das preocupações desses
estudos. Nessa perspectiva, destacam-se
as pesquisas na área de Ciências Sociais,
de Leôncio Martins Rodrigues, José
Albertino Rodrigues, Maria Hermínia
Tavares de Almeida, entre tantos outros.
As pesquisas na área de História
• As pesquisas na área de História, diferentemente do
que ocorria entre as ciências sociais — que se
preocupavam com a fragilidade ou não dessa classe,
a heterogeneidade de sua formação e a precária
participação política na cena brasileira —, se
encaminharam no sentido de tentar compreender o
tipo de formação dessa classe operária, o seu modo
de vida, suas aspirações políticas, e as lutas
travadas ao longo de sua existência.
• Os primeiros estudos sobre os operários brasileiros
são originários de seus próprios quadros de
militantes e trazem a marca dessa inserção.
Os estudos sobre os operários
• Posteriormente, o deslocamento das reflexões para o
mundo acadêmico reafirmou o alinhamento político
verificado anteriormente, como bem lembrou Eric
Hobsbawn no livro Mundos do Trabalho, até mesmo em
aspectos que se constituíam em suas limitações e alvo de
críticas daqueles militantes, tendência essa evidenciada em
vários países.
• Embalados por sinais que evidenciavam certa abertura
política, os estudos sobre questões sociais emergiram no
cenário acadêmico resultante de certa esperança de
retomada da democracia no país, e junto com ela, uma
outra história que recuperasse a dimensão plural das
vivências dos brasileiros e não apenas das elites que haviam
dirigido os destinos do país desde sempre.
Os estudos sobre os operários
• No campo da História, os primeiros trabalhos
enfocando os movimentos sociais e a história
operária, datam do início dos anos de 1980, e estão
intimamente articulados às temáticas desenvlvidas
no programa de pós-graduação da unicamp, criado
no final da década de 70 que se voltam para
aspectos diversos das vivências das classes
populares, no campo e na cidade.
Os movimentos operários
• Embora também enfoquem o século XIX, uma parte
significativa aborda diferentes aspectos da história
operária, do período inicial da República aos anos 30
do século XX, em diversas partes do Brasil, tais como:
o movimento operário do Rio de Janeiro, de Juiz de
Fora/MG, de Pernambuco e São Paulo. Este último
estado foi bastante contemplado nas pesquisas, em
parte como uma decorrência do acervo Edgar
Leuenroth, que concentra farta documentação — a
imprensa operária — das várias correntes políticas
que organizam os trabalhadores, notadamente, em
São Paulo.
O mundo do trabalho
• Essas pesquisas abordam aspectos múltiplos das
relações de trabalho, entre diferentes categorias e
abrangem o processo de trabalho na indústria
têxtil paulista (Ribeiro, 1988), às manifestações
públicas dos operários, através de greves, que se
posicionam sobre as diretrizes que interferem nas
relações interclasses, com a definição da legislação
trabalhista no início dos anos 30 (SILVA, 1990); a
vida operária fora da fábrica (GUZZO DECA, 1987),
o perfil dos trabalhadores em serviços (CRUZ,
1990), o papel da mulher na sociedade e no
mundo do trabalho (RAGO, 1985), e também, a
questão operária dos anos 70 (MARONI, 1982).
Os paradigmas
• Esses trabalhos acompanhando o debate internacional
tiveram múltiplas inspirações, embora inicialmente, a
leitura das obras de Michelle Perrot e Hobsbawn —
notadamente Rebeldes Primitivos e alguns dos textos
posteriormente publicados em Mundos do Trabalho —
tenham sido fundamentais para alguns pesquisadores.
Esses autores expuseram suas pesquisas na UNICAMP
no final dos anos 70, trazendo contribuições
significativas, ao alargar o debate para além do mundo
fabril. Em suas reflexões, apontaram, entre outros
aspectos, os limites de estudos que ficassem
circunscritos ao movimento operário, tomando as
posições de uma parcela da classe pelo seu conjunto,
ou ainda, o estudo de suas instituições, tais como
sindicatos e partidos.
A mudança de paradigmas
• Em meados da década de 80, as influências foram outras. A
leitura dos autores que integraram o grupo socialismo ou
barbárie, e também, as obras de Michel Foucault e E. P.
Tompson tiveram uma importância enorme nas reflexões de
pesquisadores desse final de década, diferentemente
daqueles anteriormente citados.
• As avaliações feitas nos últimos anos sobre o que se produziu
a respeito da história operária indicam, além de um certo
lamento, o desinteresse de pesquisadores e do público, em
relação ao assunto que saiu de foco com a emergência de
muitas crises — de paradigmas, do socialismo, do
sindicalismo — que marcaram o final dos anos 1980 e início
dos 90. Claudio Batalha, descontando os exageros e omissões,
indicou os caminhos dessa produção, informando que a
década de 1980 foi um período de grande prestígio, mas
também de perda de interesse ou glamour, e de pulverização
da história do trabalho.
A diluição das fronteiras
• Ao mesmo tempo, as suas fronteiras tornam-se difusas com
sua diluição na história urbana, história das mulheres, e
também, ampliam-se os seus recortes cronológicos para os
séculos anteriores e para a atualidade. Na mesma medida
consolida-se a crítica ao eixo Rio/São Paulo, na análise da
História do trabalho, discussão aberta com o livro História da
Indústria e do trabalho no Brasil (das origens aos anos vinte),
de Victor Leonardi e Francisco Foot Hardman (São Paulo:
Global, 1982).
• BATALHA, Cláudio. A Historiografia da classe operária no
Brasil: Trajetória e tendências. In: FREITAS, Marcos Cezar
(Org.). Historiografia Brasileira em Perspectiva. São Paulo:
Contexto, 1998, p. 145-158.; História do Trabalho: um olhar
sobre os anos 90. História. São Paulo: Editora UNESP, v. 21, p.
73-87, 2001.
A pulverização dos enfoques
• Mesmo assim, Batalha detecta um certo vigor, ao
sinalizar para a continuidade das pesquisas, mesmo
reconhecendo a pulverização dos enfoques, com
temas cada vez mais específicos. Em alguns
momentos chega a duvidar da dimensão das crises
assinaladas, considerando-se a ampliação das
pesquisas para outros estados do país, as inovações
no uso de (novas) fontes e o tratamento inovador
na abordagem dos mesmos materiais, que indicam
a vitalidade desse campo de reflexão e não o
contrário
Os recortes temporais: crítica
• Entre as questões mencionadas, merece reflexão específica
“os recortes temporais” da história do trabalho, feita por
Sílvia H. Lara no texto Escravidão, cidadania e história do
trabalho no Brasil,publicado em 1998 (São Paulo: Projeto
História, PUC/SP, v. 16, p. 25-38, 1998). A autora questiona os
marcos dessa história que costuma iniciar no final do século
XIX ou nas primeiras décadas do século XX, e é identificada
com a história do trabalho livre, o que contém um elemento
de exclusão ao deixar de fora o trabalhador escravo. Em
relação a esse aspecto, cabe ressaltar que tal questionamento
não é novo e já fora abordado no texto “Instituições, trabalho
e lutas de classe no Brasil do século XIX”, de J. C. Barreiro,
publicado em 1987 pela Revista Brasileira de História, embora
a autora não faça nenhuma menção.
Os recortes temporais:crítica
• Essa demarcação, segundo Lara, ocorreu inicialmente
no campo da historiografia da transição que se propôs
estabelecer uma teoria explicativa para a “passagem”
do mundo da escravidão — composto de seres
coisificados — para o universo do trabalho livre
assalariado, no qual poderíamos encontrar sujeitos
históricos. Ou seja, nessa versão radical o negro escravo
desaparece da história, e o imigrante europeu ocupa o
seu lugar. Essa perspectiva é reiterada nas análises mais
amplas, de historiadores, de cientistas sociais e de
sindicalistas, tornando “a história dos trabalhadores no
Brasil cativa de uma ruptura radical”.
Os recortes temporais:crítica
• Esse deslocamento se desdobra para as análises das lutas dos
trabalhadores que tem como protagonistas apenas os imigrantes
brancos e europeus, firmando-se a convicção que não existiam
“trabalhadores nacionais” no mercado formal de trabalho. Essa
suposição não corresponde aos resultados das pesquisas atuais que
identificam esses trabalhadores em funções que exigiam pouca
qualificação, como carregadores (nas feiras e nos portos), ou
trabalhando nos serviços públicos como varredores de rua, lixeiros,
ou ainda, nos trabalhos pesados nas fábricas, como bem demonstram
George R. Andrews, no livro Negros e brancos em São Paulo. 18881988, e Carlos José Ferreira dos Santos em Nem tudo era italiano. São
Paulo e pobreza (1890-1915) o que é possível inferir que tenham
participado em algum momento nas mobilizações políticas que
ocorreram em diferentes categorias, provavelmente com a presença
de negros, como era o caso dos serviços de limpeza pública na cidade
de São Paulo, e também, como estivadores no porto de Santos.
Outros sujeitos aparecem em cena
• As críticas não param aí. Quando voltamos nossa
atenção para o trabalhador do campo, as exclusões e
silêncios são contundentes. O mesmo poder-se-ia
dizer em relação à participação política da mulher na
cena brasileira que sequer era mencionada nas
análises mais gerais, e se tornaram tão invisíveis
quanto os negros que “desapareceram” da história
republicana. Essa situação, na atualidade, está se
invertendo, com os vários trabalhos que abordam
tanto a presença da mulher no cenário brasileiro
quanto dos negros, nas múltiplas dimensões de suas
vidas.
• Creio ter dado, nesse balanço, os parâmetros para
uma melhor compreensão dos textos que serão
discutidos no decorrer do curso.
Bibliografia
• ANDREWS, George Reid – Negros e brancos em São Paulo. (1888 - 1988).
Bauru/SP: EDUSC, 1998.
• ARAUJO, Ângela Maria Carneiro. A legislação social nos anos 30: um estudo do
processo decisório. História & Perspectivas. Uberlândia:UFU/MG, nº 7, p.5-45,
1992.
• BATALHA, Cláudio Henrique de M. Vida Associativa: Por uma nova abordagem da
história institucional nos Estudos do Movimento Operário. Anos 90, Porto
Alegre/RS: Ed. La Salle, nº 8, p. 91-99, 1997.
• BATALHA, Cláudio Henrique de M. “Nós, Filhos da Revolução Francesa”, a
Imagem da Revolução no Movimento Operário Brasileiro no Início do Século XX.
Revista Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v. 10, nº 20, p. 233249, 1991.
• BATALHA, Cláudio. A Historiografia da classe operária no Brasil: Trajetória e
tendências. In: FREITAS, Marcos Cezar (Org.). Historiografia Brasileira em
Perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998, p. 145-158.; 2001.
• BATALHA, Cláudio. História do Trabalho: um olhar sobre os anos 90. História. São
Paulo: Editora UNESP, v. 21, p. 73-87, 2001.
•
Bibliografia
• DECA, Maria Auxiliadora Guzzo. A vida fora das fábricas. Cotidiano
operário em São Paulo.(1920-1934). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
•
• DECCA, Edgar S. de. Quaresma: Um relato de massacre Republicano. Anos
90, Porto Alegre/RS: Ed. La Salle, nº 8, p. 45-61, 1997.
•
• DEL PRIORI, M. (Org.) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Editora
UNESP/Contexto, 1997.
•
• FAUSTO, Boris. Conflito Social na República Oligárquica: A greve de 1917.
Estudos Cebrap, São Paulo: Ed. Brasileira de Ciências Ltda, nº 10, p. 79109, 1974.
•
• FOOT, F. LEONARDI, V. História da Indústria e do trabalho no Brasil (das
origens aos anos vinte). São Paulo: Global, 1982.
Bibliografia
• GOMES, Ángela de Castro – A invenção do trabalhismo. São Paulo: Vértice, Rio de
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996.
• HAHNER, June E. Emancipação do sexo feminino. A luta pelos direitos da mulher
no Brasil. 1850-1940. Florianópolis: Editora Mulheres, 2003.
•
• LARA, Sílvia H. Escravidão, cidadania e história do trabalho no Brasil. São Paulo:
Projeto História, PUC/SP, v. 16, p. 25-38, 1998.
•
• MARONI, Amnéris - A estratégia da recusa. Análise das greves de maio/78. São
Paulo: Brasiliense, 1982.
•
• QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de – Os cangaceiros. São Paulo: Livraria Duas
Cidades, 1977.
•
• RAGO, Margareth. A sexualidade feminina entre o desejo e a norma: moral sexual
e cultura literária feminina no Brasil. 1900-1932. Revista Brasileira de História,
São Paulo: ANPUH/ Marco Zero, v. 15, nº 18, p. 28-44, 1995.
•
• RAGO, Margareth. Do Cabaré ao Lar. A utopia da cidade disciplinar. Brasil. 18901930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
•
Bibliografia
• REIS, Maria Cândida Delgado. Crescer, Multiplicar, Civilizar – Destino de Mulher
nas Orientações Educacionais Disciplinares (São Paulo, Anos 20 e 30). Revista
Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v. 9, nº 19, p. 81-113, 1990.
• RIBEIRO, Maria Alice Rosa. Condições de trabalho na indústria têxtil paulista
(1910-1930). São Paulo: Editora da UNICAMP/HUCITEC, 1988.
• SAMARA, Eni de Mesquita. Patriarcalismo, família e poder na sociedade brasileira
(séculos XVI-XIX). Revista Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/ Marco Zero, v.
11, nº 22, p. 7-33, 1991.
• SANTOS, Carlos José Ferreira dos. Nem tudo era italiano. São Paulo e Pobreza
(1890-1915). São Paulo: Annablume/FAPESP, 1998.
• VELLOSO, Mônica Pimenta. As tias Baianas tomam conta do pedaço. Espaço e
Identidade Cultural no Rio de Janeiro. Estudos Históricos, Rio de Janeiro: FGV, v.
3, nº 6, p. 207-228, 1990.
• WOLFE, Joel. “Pai dos pobres” ou “mãe dos ricos”? Getúlio Vargas, industriários e
construções de classe, sexo e populismo em São Paulo. 1930-1954. Revista
Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/ Marco Zero, nº 27, p. 27-60, 1994.
• (Balanço historiográfico – Zélia Lopes da Silva)
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Apresentação- Os trabalhadores na cena brasileira