UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO DOS TALENTOS HUMANOS NAS EMPRESAS Por: CARMEN HELENA COELHO Orientador Prof. MARCELO SALDANHA Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO DOS TALENTOS HUMANOS NAS EMPRESAS Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre-Universidade requisito parcial Candido para Mendes obtenção especialista em Gestão de Pessoas. Por: Carmen Helena Coelho do como grau de 3 AGRADECIMENTOS Ao Professor Marcelo pela orientação simples, direta e desmistificada da dificuldade da realização de uma monografia. À minha funcionária Aline Gomes por todo apoio e incentivo na realização desse trabalho, me ajudando nas dificuldades com os anexos. À equipe de Treinamento e Recursos Humanos da H.Stern Joalheiros pelo incentivo e ajuda na liberação de parte do material para consulta e utilização nesse trabalho. 4 DEDICATÓRIA À minha mãe pelo exemplo de profissional e de luta nessa vida pois, mesmo tendo uma origem simples e difícil e tendo que criar cinco filhos ; nunca desistiu e realizou seu sonho de formação educacional. Ao meu filho Rodrigo que é a fonte de inspiração de toda a minha vida. Nas horas em que tive mais dificuldade e, pensei até em desistir, ele sempre foi a força impulsora da minha superação. 5 RESUMO Essa monografia é o resultado de uma pesquisa que visa abordar o tema Motivação de Talento Humanos nas Empresas. Durante esse estudo buscouse refletir os diversos perfis de liderança e as respectivas reações dos subordinados à seus diversos estilos. Foi usada inicialmente metodologia bibliográfica e as Pesquisas de Clima realizadas nos anos de 2006 e 2008 na empresa H. Stern Comércio e Indústria S/A. Após análise dos diversos fatores apontados na primeira pesquisa, a área de Recursos Humanos , com apoio da presidência da empresa, julgou necessária a implementação de um Programa de Desenvolvimento das Lideranças da empresa como uma das ações primordiais. Outras implementações surgiram do resultado da pesquisa mas não abordaremos nesse trabalho. A análise feita no fator chave Liderança se mostrava na maioria das áreas abaixo da média global e, de uma forma geral, muito próxima à percepção dos subordinados. A área de Recursos Humanos, com a ajuda de consultoria externa desenvolveu um Programa de Desenvolvimento das Lideranças (levando-se em conta a cultura organizacional da empresa) com encontros mensais com todos os líderes à nível Brasil (área de vendas , setores administrativos e de produção). Esse estudo visou preparar os líderes para uma atuação mais motivadora, com utilização de métodos de auto-conhecimento, dinâmicas , vivências de integração e preparação para metodologia de Feedback e para uma Gestão de Pessoas mais mensurável . Nesse estudo mostraremos algumas das ferramentas implementadas na empresa como Sistema de Gestão de Pessoas (SGP); DISC; visando desenvolver maior grau de maturidade técnica e emocional das lideranças . Com isso a empresa conseguiu maior comunicação entre líderes e subordinados, alcançando uma diferença na obtenção de resultados para a empresa. Essa comprovação é mostrada no gráficos dos resultados da nova Pesquisa de Clima realizada após o trabalho com a Liderança (2008) 6 METODOLOGIA O presente estudo foi desenvolvido se utilizando de pesquisas em livros sobre o tema, artigos de revistas, resenhas , material pesquisado em sites. Além disso, foram feitas pesquisas na área de Treinamento e Recursos Humanos da empresa H. Stern Joalheiros. Também foi utilizada a Pesquisa de Clima realizada na empresa acima citada, bem como material desenvolvido junto à Consultoria Externa feita pela empresa GEO Consultoria S/A. A consultoria da GEO que tem ampla experiência no mercado atuando em empresas em diversos segmentos de negócio tais como: Varejo, Serviços, Seguros, Previdência Privada, Indústrias. A GEO, além desse trabalho desenvolvido na H. Stern tem em sua cartela clientes com nome no mercado tais como: Ponto frio, Unimed, Bradesco, BESA, entre outros. Nessa pesquisa o banco de dados da GEO foi segmentado em dois níveis de respondentes, GESTORES (aproximadamente 23 % da amostra) e Colaboradores (aproximadamente 77% da amostra). Foi desenvolvido um Sistema de Gestão de Pessoas (SGP) que mostramos nesse trabalho, pelo setor de informática da empresa seguindo as premissas determinadas pela Presidência e da Área de Recursos Humanos da empresa. 7 DADOS DA PESQUISA Fatores-Chave – Foram trabalhados 13 fatores, que foram alinhados às características culturais da H.STERN. § § § § § § 01 02 03 04 05 06 – – – – – – Ambiente e Cultura Organizacional. Processo de Comunicação. Conscientização Organizacional. Dinâmica Empresarial. Liderança. Foco em Resultados. § § § § § § § 07 08 09 10 11 12 13 – Processo Decisório. – Perspectivas Profissionais. – Remuneração – Benefícios. – Comprometimento com a Empresa. – Sinergia Empresarial. – Uso da Tecnologia. Metodologia – Todo o processo de pesquisa foi realizado via Internet e questionários em papel, coordenado pela área de RH da H.STERN, com o assessoramento da GEO. Escala Semântica – Utilizamos a escala semântica com variação de 1 – 7, apresentando os resultados através de tabelas, com o seguinte significado para os valores percentuais: EXIGE AÇÃO (Até 49%) EXIGE ANÁLISE (De 50% até 83%) PERMITE MELHORIA (De 84% até 100%) VISÃO GLOBAL DO CLIMA – H.STERN 2006 x 2008 FATORES PESQUISADOS Global 2006 % Global 2008 1 AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL 67 6 63 2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 58 7 62 3 CONSCIENTIZAÇÃO ORGANIZACIONAL 62 3 64 4 DINÂMICA EMPRESARIAL 70 13 61 5 LIDERANÇA 62 3 64 6 FOCO EM RESULTADOS 62 2 63 7 PROCESSO DECISÓRIO 58 7 62 8 PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS 57 4 59 9 REMUNERAÇÃO 45 10 BENEFÍCIOS 50 11 COMPROMETIMENTO COM A EMPRESA 65 6 69 12 SINERGIA EMPRESARIAL 58 12 65 13 USO DA TECNOLOGIA 63 5 66 VCM – Variação média comparada 2008 x 2006 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 1 CAPÍTULO I -A Liderança Motivacional 2 CAPÍTULO II -Preparando as Lideranças HS 12 para um Alcance mais Racional 3 das Metas 18 CAPÍTULO III A Importância do Perfil Comportamental do Cargo 29 3 CONCLUSÃO 38 4 BIBLIOGRAFIA 41 5 ANEXOS 42 6 ÍNDICE 58 9 INTRODUÇÃO As pessoas, a verdadeira vantagem competitiva na era da informação, nem sempre são tratadas com respeito e consideração. Se o trabalho realiza e liberta, também provoca dor e infelicidade, decorrentes das disputas, de incompreensões internas, de abuso do poder e ambição que impedem avaliar as conseqüências dos próprios atos sobre o outro. A felicidade no trabalho é fortemente afetada pelo comportamento do líder pois, nem todos os gestores estão preparados para lidar com pessoas. Preocupados prioritariamente com os resultados, não percebem o estresse , a ansiedade e o mal estar bloqueadores da efetividade do desempenho e da criatividade nas equipes que coordenam. A ênfase do treinamento e desenvolvimento precisa sair do foco meramente profissional e contemplar a Qualidade de Vida que começa a ser implementada em um tímido número de empresas de vanguarda. Experiências bem sucedidas na formação de equipes e administração de conflitos preparam indivíduos para gerenciar de forma mais efetiva questões pessoais e profissionais, uma vez que, não há como separá-las. Líderes que são promovidos por competência técnica, precisam ser treinados para que possam exercer uma liderança efetiva em prol de uma equipe equilibrada visando o alcance de alta performance atingindo assim, resultados efetivos. Segundo estudos já realizados por várias universidades sobre qual é o maior motivador humano, invariavelmente as respostas têm sido sempre baseadas no reconhecimento. Ao longo do tempo, o reconhecimento, na visão da maioria das pessoas pesquisadas, vêm sendo o maior motivador. Embora não seja o único é uma forma de motivação que não custa nada em termos de dinheiro, materializada no fato de os líderes cumprimentarem os liderados pessoalmente por trabalhos bem-feitos. O elogio deve ser imediato e, é preciso especificar o motivo pelo qual o trabalho foi considerado tão excepcional. Uma 10 forma de assegura o reconhecimento no momento oportuno é manter um contato freqüente com seus colaboradores. Os líderes precisam aprender a reconhecer o poder de sua presença física. Os colaboradores gostam de ter um contato frequente com seus gestores, por mais breve que seja, porque isso indica sutilmente que ele reconhece a importância do trabalho que fazem. Saul Gellerman disse certa vez para um colaborador: “Quando converso com você estou investindo a coisa mais importante que tenho, ou seja, meu tempo”. O contato constante também permite que o colaborador chame atenção de seu líder para assuntos importantes e peça sua ajuda para resolver os problemas que surgem. Se o reconhecimento pessoal aos colaboradores for impossível por alguma razão, os gestores devem enviar um bilhete pessoal elogiando seu desempenho. Isso demonstra não apenas reconhecimento por um bom trabalho, mas também que o desempenho foi tão excepcional que o líder julgou necessário gastar parte do seu tempo para escrever o bilhete. Além disso, como o elogio por escrito é algo tangível, a sensação de bem-estar dura por mais tempo. Nada melhor para destruir rapidamente a motivação de um colaborador do que um trabalho enfadonho e rotineiro, sem qualquer desafio. Se as empresas quiserem que seus funcionários façam um bom trabalho, como certamente querem, deve dar-lhes uma tarefa interessante para executar, ou estimulá-los para que percebam suas atividades como interessantes. O próximo passo de um líder preocupado com o desenvolvimento profissional e a satisfação pessoal de seus liderados é verificar se todos possuem as ferramentas necessárias para fazer melhor trabalho que necessitam. Nada é mais frustrante o que ser obrigado a trabalhar com programas de computador desatualizados, tecnologias ultrapassadas ou ferramentas de má qualidade. Empresas que investem em tecnologia mais atualizada tende a ser locais de trabalho fascinantes. Uma empresa pode se destacar também pela postura de seus gestores. Líderes preocupados em identificar e aprimorar o talento de cada um dos membros de acompanhamento suas de equipes, que desempenhos, praticam de orientando forma e eficaz o direcionando 11 comportamentos através de feedback verdadeiro a cada dia , têm uma possibilidade muito maior de serem respeitados pelos colaboradores, tornando-os mais motivados para execução de suas tarefas. Isto, certamente, despertará a preocupação de seus funcionários em não desapontá-los, onde o desejo de atender a expectativas será permanente. O comportamento das pessoas têm muito a ver com os estímulos que recebem dia após dia. Levar as pessoas capazes e talentosas a contribuir com o máximo de seus esforços é um dos maiores desafios enfrentados pela empresa moderna, onde a competitividade tornou-se uma ferramenta para a sobrevivência. Uma ampla pesquisa realizada com consultores norte-americanos sobre os melhores caminhos para motivar os funcionários concluiu que não existe fórmula mágica para conquistar (ou reconquistar) a boa vontade do colaborador. O mais sensato é combinar uma série de atitudes tão essenciais quanto os princípios que norteiam o comportamento humano. A responsabilidade fica nas mãos da administração, representada por seus líderes e, depende ainda da cultura da empresa.É preciso que os líderes encontrem maneira para motivar as pessoas a trabalharem com entusiasmo em novas estruturas organizacionais, por vezes complexas, fazendo com que se sintam úteis e produtivas. 12 CAPÍTULO I A LIDERANÇA MOTIVACIONAL Desenvolver talentos é a capacidade de um líder de perceber as características de seus liderados,suas motivações (motivo + ação) e fornecer estímulos sofisticados para que as pessoas relacionem essa MOTIVAÇÃO ao DESENVOLVIMENTO PESSOAL & ao DESEMPENHO PROFISSIONAL. Adotar o estilo de liderança adequado para diferentes situações –LIDERANÇA SITUCIONAL – é a receita de sucesso para obter resultados potencializadores. A liderança situacional reconhece a existência de dois comportamentos envolvidos na liderança: o comportamento DIRETIVO (motivação por objetivos, metas e focos nas tarefas) e o comportamento DEMOCRÁTICO ( motivação por relacionamentos interpessoais e foco nas necessidades das pessoas). Esses dois comportamentos podem gerar até seis estilos de liderança distintos: AUTORITÁRIO,VISIONÁRIO,EMPÁTICO,PARTICIPATIVO,EXEMPLIFICATIV O &ORIENTADOR. A aplicação de cada um desses estilos depende do grau de maturidade do colaborador. Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar excelência na execução das atividades das quais dependam o sucesso ou o fracasso da organização a que pertence. (HECKHAUSEN, 1967, p.32). 13 1.1 – APLICANDO A LIDERANÇA MOTIVACIONAL NO DIA A DIA: Dependendo do grau de maturidade do colaborador, o líder ora deve estar voltado para os resultados de curto prazo (comportamento diretivo) ora para os resultados de longo prazo (foco nas necessidades do liderado e no relacionamento interpessoal). Quanto maior a maturidade do subordinado, menor a necessidade do líder em estruturar as tarefas. Inversamente , quanto menor a maturidade do colaborador, maior a necessidade de estruturar as tarefas que lhe são confiadas. A maturidade de um liderado é situacional e pode ser definida como a motivação da realização, disposição e capacidade para aceitar responsabilidades, educação e experiência. Podemos avaliar a maturidade de um liderado observando os comportamentos, pois a maturidade pode variar de acordo com o momento/situaçãoe/ou tarefa. Conhecer o grau de maturidade dos subordinados facilita a adoção do estilo gerencial mais adequado. MATURIDADE= QUERER FAZER A TAREFA E PODER FAZER A TAREFA QUERER FAZER A TAREFA PODER FAZER A TABELA Estar motivado e ter confiança em si Conhecer e ter experiência na tarefa 14 1. 2-O LÍDER É RESPONSÁVEL PELO NÍVEL DE MATURIDADE DOS LIDERADOS: MATURIDADE BAIXA = O subordinado conhece a tarefa , mas tem pouca experiência, comete falhas e/ou não demonstra interesse/iniciativa. MATURIDADE REGULAR = O subordinado está aprendendo a tarefa, já não comete tantas falhas e já demonstra iniciativa. MATURIDADE BOA = Apesar de, às vezes demonstrar uma certa insegurança, o funcionário sabe executar bem a tarefa, demonstra interesse e iniciativa. MATURIDADE ALTA= O funcionário sabe o que deve ser feito, faz muito bem,é experiente, motivado e tem muita iniciativa. 1.2.1- ESTILOS DE LIDERANÇA: AUTORITÁRIO= Caracteriza-se pelo clássico “comando e controle”e, em certas ocasiões ,é coercitivo.O gerente que diferencia por esse estilo diz para os subordinados o que fazer, como e quando, e o que acontecerá se fracassarem. É um estilo eficaz para alcançar metas e objetivos a curto prazo e também é útil nas crises e na gestão de funcionários de baixo desempenho, mas tem tendência a sufocar a criatividade e a iniciativa. É o estilo favorito dos profissionais com foco em metas quando estão sobre pressão. VISIONÁRIO= O líder que cultiva esse estilo não fala para as pessoas o que elas têm que fazer, ele ganha apoio dos subordinados comunicando suas 15 responsabilidades e seus desafios no contexto da estratégia e o rumo geral da organização. Desse modo, as metas ficam claramente expressas e o compromisso dos subordinados e o entusiasmo da equipe aumentam. É um estilo cujos benefícios se vêem a longo prazo. EMPÁTICO= Seu foco é atender às necessidades das pessoas antes do que às do trabalho. Embora não gere resultados imediatos, contribui para a melhoria do clima no trabalho porque os subordinados se sentem respeitados e fazem as coisas com prazer. É o estilo a ser adotado quando se quer evitar conflitos. É um enfoque efetivo para lidar com funcionários da equipe que atravessam crises pessoais ou situações de estresse, como as demissões. Sua eficácia aumenta quando combinado com o estilo visionário, o participativo ou mentor. PARTICIPATIVO= O líder com este estilo ”democrático” fomenta a colaboração e a participação de todos. Ele envolve os subordinados no processo de tomada de decisões, razão pela qual é excelente para incentivar a confiança e criar o consenso, particularmente quando a equipe é composta por indivíduos muito competentes e ele tem conhecimentos limitados ou carece de autoridade formal.É o estilo ideal em situação de alta exigência por quem aspira a incentivar os relacionamentos , os benefícios se vêem a longo prazo. EXEMPLIFICATIVO= É o estilo característico de quem observa altos padrões de desempenho no sentido de fazer com que as normas , os padrões e os procedimentos sejam cumpridos a qualquer custo, até fazendo ele mesmo o trabalho dos subordinados. É um estilo eficaz para alcançar objetivos e metas a curto prazo, mas com o tempo contribui para enfraquecer o moral da equipe. ORIENTADOR= Praticar este estilo de liderança significa promover o desenvolvimento contínuo dos subordinados e estar sempre disposto a oferecer coaching . Poderoso, mas pouco usado, é parte importante do repertório de estilos dos líderes eficazes. É estilo ideal para obter resultados a longo prazo e contribui para o crescimento da organização. Este é geralmente 16 o estilo preferido dos indivíduos que prestam atenção às aspirações dos subordinados e a seus desejos mais profundos, mesmo que não estejam relacionados com suas tarefas cotidianas. Entender esse estilo é difícil para aqueles que estão orientados para o cumprimento das metas, que esperam resultados imediatos e gostam de criar sensação de urgência, mesmo que baseada em necessidades reais. Cada um dos estilos gerenciais é adequado para certas situações e cenários. Por terem vantagens e limitações, nenhum serve para toda ocasião. O comum porém é que o líder favoreça o estilo com o qual se sinta mais à vontade; por isso, é fundamental que ele saiba o que se espera dele, pois a adoção de apenas um estilo pode empacar a carreira. A motivação que impulsiona o comportamento de um líder influencia a forma como ele conduz sua equipe. Um líder realmente eficaz domina os seis estilos de liderança e os adota conforme as circunstâncias. 1.2.2-FATORES QUE CONTRIBUEM COM DESEMPENHO POR INFLUENCIAR O AMBIENTE DE TRABALHO: FLEXIBILIDADE- Reflete a percepção do pessoal sobre normas e procedimentos- se são realmente necessárias ou mera burocracia. Revela, ainda, se o pessoal crê que ali se aceitam novas idéias. Em climas de alto desempenho há alta flexibilidade. RESPONSABILIDADE- Significa o grau de autonomia do indivíduo no trabalho, até onde se sente livre para ir sem pedir orientação do chefe. Em ambientes de alto rendimento, o pessoal se sente muito responsável. Um líder exigente que abusa dos estilos AUTORITÁRIO & EXEMPLIFICATIVO (marcador de ritmo), como costuma ocorrer , restringe ou destrói a flexibilidade e a responsabilidade da equipe. 17 PADRÕES- Representam o grau de importância que, na opinião do pessoal, a empresa dá à excelência –metas elevadas mais atingíveis. Revela ainda , se os chefes exigem que o pessoal dê o melhor de si. Quando os padrões são fortes, a pessoa confia na própria capacidade de enfrentar os desafios da empresa. PREMIAÇÃO- É um fator que indica se as pessoas sentem que estão recebendo um feedback objetivo e regular e estão sendo justamente recompensadas. Embora remuneração e reconhecimento formal sejam importantes, o peso maior aqui vai para um feedback imediato ,específico e diretamente ligado a desempenho. CLAREZA – Significa que todos conhecem sua função e entendem qual a ligação daquilo que fazem com as metas da organização. Estudo após estudo, tal dimensão do ambiente de trabalho mostrou ter o elo mais forte com a produtividade. Sem clareza, os demais elementos do ambiente geral sofrem. Um líder de alta clareza costuma adotar os estilos visionário, participativo e orientador. COMPROMISSO COM A EQUIPE- Significa que o indivíduo se orgulha de pertencer a uma equipe ou organização. Quanto maior o compromisso da equipe com o desempenho, maior o orgulho. 18 CAPÍTULO 2 PREPARANDO AS LIDERANÇAS HS PARA UM ALCANCE MAIS RACIONAL DAS METAS 2.1- Aplicação de Pesquisa de Clima na Empresa - O diagnóstico permanente do cenário interno, é função de natureza complexa, uma vez que o líder é também sujeito nesse processo e sua avaliação é afetada pelas próprias percepções, interesses pessoais, capacidade de escuta e isenção. Dada a dificuldade de assegurar essas condições ,de maneira constante nas lideranças, são necessários mecanismos formais de mapeamento da realidade interna, por meio de inventários estruturados como Pesquisa de Clima, que investigam o ambiente interno e constituem, portanto, o ponto de partida para qualquer processo de mudança. Em especial, é preciso conhecer como as pessoas se sentem na organização e como reagem aos processos de mudança. Quem são os líderes? Como tratam as pessoas? Como se estabelecem as relações nas equipes? Existem respeito, cooperação, envolvimento e compromisso? A primeira pesquisa realizada pela empresa em 2006 , retratou que a percepção dos líderes estava muito próxima à dos liderados. Revelou questões apontadas tais como: o diálogo não era franco; faltava definir um processo de desenvolvimento profissional; faltava ambiente de abertura e acolhimento para críticas e dificuldades, faltava reconhecimento, faltava ambiente de confiança para discutir conflitos;entre outros. Essa constatação levou a empresa,à decisão de que uma das ações estratégicas seria um Programa de Desenvolvimento de seus Líderes. 19 Independente do modelo teórico ou da estratégia de mudança, o mapeamento do ambiente interno constitui matéria prima para renegociação do contrato psicológico entre o indivíduo e a organização.Os responsáveis por essa importante tarefa são os líderes que possuam habilidades facilitadoras de diálogo. Líderes inábeis, rejeitados pelas equipes de trabalho ou que mostrem baixo entusiasmo e engajamento com as propostas de mudança, são contraindicados para essa função. Costumam piorar o clima, acirrar conflitos, assumindo postura inadequada ao ouvir e negociar. Nesses casos, outra discussão se coloca: o que fazer quando a empresa constata que seus líderes não estão preparados para discutir o resultado de uma Pesquisa de Clima? É possível desenvolver nas lideranças a habilidade de diálogo, a capacidade de estimular o compromisso e engajamento? A empresa HS acreditando no potencial de seus líderes, resolveu apostar que era possível e iniciou o Programa de Desenvolvimento de Lideranças com uma consultoria externa e a área de Recursos Humanos da empresa. Esse processo foi realizado com reuniões mensais com todos os líderes à nível Brasil por 2 anos consecutivos. Após esse trabalho, foi realizada nova Pesquisa de Clima em 2008. 2.2.1- Programa de Desenvolvimento das Lideranças HS- O Objetivo Geral do Programa foi: • Aprimorar habilidades de liderança com ênfase nos processos de Coaching , Feedback e Gestão de Pessoas. • Potencializar conhecimentos e atitudes para criar ambiente motivacional, integrado e produtivo, com foco nos resultados da organização. Resultados Esperados: Ter lideranças focadas em processos de Gestão de Pessoas • Disponíveis para o Feedback e a prática do Coach 20 • Voltados para um diálogo aberto, transparente e de confiança • Que identifiquem ,estimulem e valorizem o bom desempenho • Que compreendam a complexidade das capacidades humanas • Que ampliem a sua capacidade de análise para a tomada de decisão e solução de problemas • Melhor preparadas para negociar e administrar conflitos • Que celebrem suas conquistas e vitórias • Que saibam lidar de maneira equilibrada com as forças e fraquezas de sua equipe • Que promovam a manutenção sadia do ambiente de trabalho • Abertas para a aquisição de ferramentas de desenvolvimento Metodologia Participativa: 70% = Treino de Habilidades e Atitudes 30%= Conhecimentos Definição de Liderança: “Liderança é a capacidade de obter seguidores” (Peter Drucker) “Liderança é inteligência,credibilidade,humanidade,coragem e disciplina” (Sun-Tzu) “É a atividade de influenciar pessoas, fazendo-as empenhar-se voluntariamente em objetivo do grupo” (G.R.Terry) “Líder é a pessoa capaz de atingir o extraordinário lidando com o convencional” (Danny Cox) 21 2.2.2-Implantação do Sistema de Gestão de Pessoas: Visando o permanente investimento na melhoria de resultados, a empresa HS introduziu em 2006 o Sistema de Gestão de Pessoas (SGP) com treinamento de Diretores e Gerentes , que aliado a outras ações de melhoria visou transformar a atuação dos nossos Líderes em um processo pró-ativo e planejado que nos ajudaria a alcançar maiores e melhores patamares de desempenho como empresa e como profissionais. O SGP é um processo de trabalho que permite a empresa HS gerenciar de forma mais tangível, o desempenho de cada colaborador, independentemente do seu nível, tempo de casa e contribuição para o negócio, a partir de duas dimensões básicas: 1) Resultado- O foco está “no que fazer” e ligado à natureza da área ou função exercida pelo colaborador independente de seu nível. 2) Desenvolvimento- O foco está “no como fazer” e ligado diretamente às competências HS , que estão segmentadas em três níveis: • Competências do Negócio- Direcionadas para as funções estratégicas da empresa HS, da qual fazem parte profissionais à nível de diretoria; • Competências Comportamentais Gerenciais- Direcionadas para as funções gerenciais e que abrangerá todos os gerentes e líderes da HS. • Competências Comportamentais Individuais- Direcionadas para todos os demais colaboradores que exercem funções técnicas ou operacionais em todas as áreas da empresa. • Competências Comportamentais Funcionais- Direcionadas para todos os demais colaboradores HS, segmentadas em 3 áreas distintas da empresa: Comercial, de Produção e Administrativa. Na dimensão do desenvolvimento, além das competências, o foco está centrado no alinhamento constante das ações de nossos colaboradores 22 para que melhorem seus níveis de preparo para o desempenho adequado de suas funções, de acordo com os objetivos estabelecidos pela empresa. A principal contribuição do SGP para o desafio dos líderes da HS, é a criação de um ambiente mais propício para que os gestores e colaboradores, a partir de parâmetros claros e tangíveis, direcionem seus esforços para superação dos objetivos de negócios. Para tanto, a partir dos resultados do SGP, a empresa passou a reconhecer e valorizar em nível profissional e pessoal, os colaboradores alinhados com seus objetivos e sua cultura de negócios. O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SGP NA HS: O SGP foi sendo implementado de forma gradual e crescente, através da utilização de modernas técnicas de gestão, que veio sendo adota pela empresa HS nos últimos anos, visando tornar a cada dia, a empresa e seus colaboradores mais competitivos. O SGP influencia dentro da empresa alguns dos principais subsistemas utilizados pela área de Recursos Humanos, no gerenciamento da carreira dos nossos colaboradores: • Recrutamento e Seleção- Direciona o processo de recrutamento somente para a busca de profissionais com perfil convergente com as necessidades presentes e futuras da empresa • Desenvolvimento- Foca as ações de treinamento, em nível técnico e ou comportamental de acordo com a estratégia de negócio estabelecida para o período, favorecendo a retenção dos profissionais com alta capacidade de resultados e alinhados a cultura HS. • Carreira-Favorece o processo de desenvolvimento daqueles profissionais com desempenho superior, criando oportunidades em suas posições e/ou em projetos estratégicos da empresa. • Sucessão-Disponibiliza um banco de profissionais aptos a novos desafios, em suas funções e ou em projetos estratégicos da empresa. 23 • Movimentação-Cria oportunidades de crescimento profissional dentro da função do colaborador ou em áreas de maior crescimento no negócio da empresa. • Desligamento-Permite a identificação mais rápida daqueles profissionais com desempenho inferior ao esperado, ao longo de um período que obedecerá as estratégias da empresa para cada uma de suas áreas de negócios. Foi criado um Sistema pela área de Informática da empresa voltado para pontos valorizados e reconhecidos pelo seus colaboradores , disponibilizando assim, uma ferramenta trabalho alinhada com as características da cultura organizacional da H.Stern. Como um modelo e não um simples sistema , ele deverá sempre estar a serviço de seu objetivo maior:” “TORNAR A EMPRESA HS E SEUS COLABORADORES CADA VEZ MAIS COMPETITIVOS. A PARTIR DESSA PREMISSA, SOFRERÁ ALINHAMENTOS E MODIFICAÇÕES SEMPRE QUE OS OBJETIVOS DE NEGÓCIO DEMANDAREM” A principal mudança introduzida no SGP é no relacionamento profissional estabelecido entre o líder (independente do seu nível) e colaborador. Essa mudança exige uma postura educadora baseada em um maior conhecimento e acompanhamento estruturado do colaborador, visando melhorar e compartilhar resultados para todos aqueles que querem a empresa como líder de mercado. O líder passa a atuar como um Gestor de Pessoas, ou seja, manterá uma relação profissional construtiva, trabalhando de forma mais estruturada , a partir de fatos e dados concretos, alinhados com os objetivos de negócios e competências e contributiva , usando sua experiência e conhecimento para assessorar seus colaboradores; a partir de um processo comum a todos os gestores da empresa, que será, identificar necessidades de melhoria profissional e focar esforços para: 24 • Melhoria da empresa HS e; • Melhoria do desempenho do colaborador e do próprio gestor. Conhecendo e Criando um Modelo de Competências na Empresa HS: Foi criado um modelo de competências com o objetivo principal de identificar e estabelecer as competências do negócio que tornaram e tornam a H. Stern (HS) uma empresa com mais de 60 anos se sucesso, criando parâmetros que direcionaram a construção das competências individuais. Estas competências foram divididas em competências gerenciais, individuais e funcionais e, hoje são fundamentais para o processo de gestão do desempenho de todos os gestores e colaboradores da empresa. A partir das premissas apresentadas em sua Visão, Missão e Valores, a H Stern desenvolveu seu Modelo de Competências, que direciona todas as ações de seus colaboradores. Tomando como base o contexto de negócios HS, o modelo partiu de uma visão baseada nas áreas de negócio, independentemente do número de competências que caberia a cada uma delas.Para tanto foi adotada a Metodologia DISC, visando detalhar, a partir do Perfil Comportamental adequado para a Liderança de cada uma das três áreas, o agrupamento e a definição das competências gerenciais e o grau de intensidade das características ou comportamentos necessários para cada uma delas.As competências gerenciais são genéricas e foram desenvolvidas baseadas no conceito de Habilidades e Competências de Desempenho. Além disso, foram definidas 5(cinco) Competências Gerenciais comuns a todas as áreas da empresa HS. A partir dessa definição a empresa está sinalizando para seus gestores e colaboradores quais são as suas PRIORIDADES em termos comportamentais. 25 A competência individual comum para todas as áreas escolhidas como prioritária a todas as áreas da empresa para o SGP no primeiro ano foi: TRABALHO EM EQUIPE. As competências funcionais foram elaboradas para quase todos os cargos das seguintes áreas: • ÁREA COMERCIAL • ÁREA DE PRODUÇÀO • ÁREA ADMINISTRATIVA Tais competências serão utilizadas anualmente no SGP. Contudo, por estarem diretamente vinculadas às atribuições e responsabilidade dos cargos, cada vez que um deles sofrer qualquer alteração dessa natureza ou vier a absorver atividades estratégias , sua competência funcional deverá ser revista e atualizada, caso necessário. Os cargos utilizados para o mapeamento das competências funcionais da HS foram: Área de Produção: • Analista de Produção • Auxiliar de Oficina • Injetor de Cera e Modelador • Relojoeiro • Lapidário • Ourives, Cravador, Polidor e Modelista Área Comercial: • Vendedor de Área Turística, Auxiliar de relações Públicas e Guide • Vendedor Área nacional e de Presentes • Assistente , Promotora e Divulgadora de Loja 26 Área Administrativa: • Advogado • Analista de Produto • Analista de Marketing • Analista de Sistema • Analista de Suporte e Técnico de Informática • Analista Financeiro • Analista de Administração de RH • Analista de Desenvolvimento de RH • Assistente Administrativo • Auxiliar Administrativo A base para a construção de uma escala de conduta depende diretamente da identificação ou definição de um Incidente Crítico. Um Incidente crítico normalmente é definido a partir das ações tomadas pelas pessoas nas situações mais críticas que já enfrentaram no exercício de determinado cargo, seja de cunho gerencial, técnico ou operacional considerando-se o contexto, conseqüências ou resultados das soluções adotadas. Explorar situações consideradas como exemplos de sucesso ou fracasso é algo valioso para o mapeamento das competências. A diferença básica entre os incidentes críticos estabelecidos para as competências gerenciais ou individuais é que no primeiro caso eles são genéricos e desconsideram cargos ou áreas, pois visam atender as demandas comportamentais do negócio. Já nas funcionais os incidentes críticos são específicos para cada um dos cargos e áreas da empresa. INCIDENTES CRÍTICOS DA COMPETÊNCIA INDIVIDUAL ESCOLHIDA PARA O SISTEMA DE GESTÃO DE PESSOAS (SGP) NA EMPRESA: Trabalho em Equipe: 27 I. Relação existente entre atitudes das pessoas e valores da H.Stern II. Necessidade de Feedback para o desenvolvimento e respeito à diversidade na equipe III. Relação entre os interesses da equipe diante dos interesses pessoais IV. Negociação de relacionamento de parceria para melhoria de resultados de ambas as partes V. Diálogo baseado na confiança mútua para resolução criativa de conflitos EXEMPLO DE INCIDENTES CRÍTICOS DAS COMPETÊNCIAS FUNCIONAIS: Área de produção: CARGO RELOJOEIRO I. Entendimento de real necessidade do cliente II. Trabalho com alto padrão de qualidade III. Atualização constante de conhecimentos IV. Análise de problemas complexos X cumprimento de prazos V. Retrabalho ou prejuízo financeiro X produtividade Área Administrativa: CARGO ANALISTA FINANCEIRO I. Conhecer as operações da empresa II. Ter senso crítico e raciocínio lógico para fazer análises financeira III. Ter sólidos conhecimentos financeiros e de Informática IV. Discrição para lidar com informações confidenciais V. Postura de consultor relacionamentos internos no estabelecimento de 28 NIVEIS DE ESCALA DE CONDUTA DAS COMPETENCIAS HS: A escala de conduta de cada uma das competências individuais e funcionais foi definida com base na seguinte premissa: • Para cada uma das definições que explicam claramente o que significa a competência em questão, foram associadas 5 (cinco) tipos de comportamento que as pessoas poderão apresentar ao utilizar determinada competência em seu dia-a-dia de trabalho . • Os 2(dois) primeiros conjuntos de comportamento indicam que o funcionário não possui aquela competência desenvolvida, ou seu nível de consciência acerca da competência é precário e atende os requisitos mínimos do cargo. • O terceiro conjunto de comportamentos retrata a pessoa que tem plena consciência da importância daquela competência no seu trabalho diário e, por isso, adota os comportamentos compatíveis com os requisitos do cargo e atende as necessidades de seus clientes externos e internos, gerando nos mesmos,razoável grau de satisfação com o trabalho apresentado. • O quarto conjunto de comportamentos reflete a postura daquela pessoa que apresenta uma visão bastante sistêmica sobre os problemas e solicitações de seus clientes e, normalmente apresenta soluções rápidas , eficazes e no tempo desejado pelos seus clientes internos e externos , obtendo quase sempre excelente avaliações quanto ao nível de satisfação do trabalho desenvolvido. • O último nível refere-se à pessoa que apresenta comportamentos pró-ativos quase que o tempo todo. É aquele colaborador que antecipa às necessidades de seus clientes, propondo soluções e práticas modernas, capazes de atender e exceder as expectativas de seus clientes internos e externos.Este nível normalmente é mais aplicável a funções gerenciais, ou para aquelas pessoas que já se encontram em condições de exercer novas posições na empresa e , que estão prontas, por exemplo, para receber uma promoção. 29 CAPÍTULO 3 A IMPORTÂNCIA DO PERFIL COMPORTAMENTAL DO CARGO O Perfil Comportamental do Cargo tem por objetivo auxiliar na identificação dos hiatos de competências (gaps) da maneira mais objetiva possível, procurando exemplificar cada uma das situações vivenciadas pelos funcionários no dia-a –dia de trabalho. Tanto o perfil Comportamental do Cargo como o Modelo de Competências Individuais e Funcionais devem ser elaborados usando-se linguagem comportamental. Para tal será necessário elaborar escalas de conduta. Assim, cada uma das ações constantes nas escalas reflete os comportamentos desejados para expressão de cada uma das competências, seja ela individual ou funcional. A grande vantagem dessa abordagem é que os comportamentos são facilmente mensuráveis, tornando muito claro para as pessoas qual é a diferença existente entre comportamento apresentado e desejado. A grande vantagem em se relacionar os fatores da Metodologia DISC com as competências individuais ou funcionais é ter maior confiabilidade e rapidez para identificar quais serão as pessoas que terão maior ou menor facilidade de demonstrar em seus comportamentos diários a presença das competências requeridas pela empresa para o desempenho de seus cargos. Sendo assim, a empresa identificará muito mais rapidamente, em termos percentuais, as chances de desenvolvimento comportamental que cada pessoa tem de vir a apresentar, ainda que futuramente, determinada competência no grau exigido pela empresa. Na verdade, ao realizar esta comparação, a empresa está mapeando os gaps comportamentais, tão fundamentais para o desenvolvimento das pessoas. A partir do conhecimento desses gaps a empresa poderá estimar o tempo que cada um levará para 30 alcançar o desempenho desejado e também identificar aqueles que terão maior dificuldade de desenvolver determinadas características. 3.1-BASE CONCEITUAL DO GUIA DE HABILIDADES COMPORTAMENTAIS: O Guia de Habilidades Comportamentais está baseado nos 4 fatores da Metodologia DISC. Cada um dos fatores DISC se subdivide em 3 subfatores conforme a seguir: • DOMINÂNCIA- Determinação, Automotivação e Independência • INFLUÊNCIA- Sociabilidade,Entusiasmo e Autoconfiança • ESTABILIDADE- Paciência,Consideração e Persistência • CONFORMIDADE- Cooperação,Exatidão e Sensibilidade Os 3 subfatores de cada fator DISC se subdividem em 6 comportamentos observáveis, cujos textos variam de acordo com a intensidade que o fator apresenta no perfil do cargo. Quanto mais alto o percentual de determinado fator, maior será a presença desses comportamentos no Guia de Habilidades. DOMINÂNCIA: • Determinação- Assertividade e Firmeza e Obstinação e Agressividade • Automotivação- Visão de futuro e disposição para mudança • Independência- Pioneirismo e Competitividade e Iniciativa e Argúcia INFLUÊNCIA: • Sociabilidade- Comunicação e Fluência Verbal e Resolução de Problemas Pessoais • Entusiasmo- Capacidade para persuadir e Capacidade para Motivar • Autoconfiança- Capacidade para lidar Desenvolvimento e Integração com pessoas. com estranhos e 31 ESTABILIDADE: • Paciência- Concentração e Manutenção da Rotina e Fixação em Posto de Trabalho • Consideração- Responsabilidade e Previsibilidade e Foco na execução • Persistência- Ritmo e Priorização do Trabalho e Nível de Ambição CONFORMIDADE : • Cooperação- Disciplina e Subordinação e Polidez e Seriedade • Exatidão- Precisão e Detalhamento e Precaução e Bom Senso • Sensibilidade- Sistematização e Aperfeiçoamento e Identificação de Limites e Possibilidades 3.2.1 COMO MANTER A PRÁTICA DE GESTÃO DE PESSOAS: A palavra chave para o sucesso deste processo é o acompanhamento.Não haverá sucesso e nem continuidade se tanto líderes como colaboradores não forem estimulados a praticarem a Gestão de Pessoas. Assim como, deverão ser cobrados pela realização das etapas aqui descritas. E por último, deverão relatar para a H. Stern ao final do ciclo de 1 ano, quais foram os principais progressos que seus colaboradores fizeram e quais foram os resultados obtidos a partir deste investimento em ações como Gestão de Pessoas. É muito importante que a H.Stern através de seus gestores dissemine esta prática internamente para o processo possa manter-se vivo na 32 cultura da empresa, exercendo com prioridade as atividades descritas acima.Deverão auxiliar seus colaboradores a praticarem com seus funcionários um diálogo franco e transparente que inicialmente poderá ser muito difícil e até mesmo constrangedor. Devemos rever as metas e objetivos sempre que necessário. A dinâmica das organizações hoje em dia é muito rápida. Dependendo do mercado de atuação, algumas mudanças são vitais e garantem a sobrevivência. Duas questão são básicas para diagnosticarmos adequadamente as principais necessidades de treinamento e desenvolvimento de um colaborador: Adequação técnica e Conceitual e Adequação Comportamental. Para identificação dessas variáveis, é necessária a aplicação de instrumentos de diagnósticos capazes de mapear as características técnicas e comportamentais que ao mesmo tempo, ajudem os profissionais em seu autodesenvolvimento. A partir da possibilidade de comparação do perfil comportamental de cada um dos profissionais da H. Stern com um cargo específico, elaborado de acordo com os fatores DISC, é possível indicar com maior precisão os temas sobre os quais deverão ser elaborados os treinamentos comportamentais e genéricos necessários ao desenvolvimento dos profissionais. É importante ressaltar que os temas indicados são de caráter estratégico, o que não significa dizer que os demais não sejam importantes. Para definição das necessidades de treinamento, deve-se utilizar gráfico externo (modelo abaixo) ou adaptado do perfil comportamental do colaborador, já que este representa o tipo de comportamento que a pessoa está tentando adotar no ambiente de trabalho. Para estabelecer prioridades em relação aos treinamentos sugeridos, o gestor deve aprofundar suas análises sobre os gaps através do Guia de Habilidades Comportamentais. 33 34 35 36 37 38 CONCLUSÃO Comentários, conselhos, pesquisas, técnicas e estudos de casos feitos por “especialistas” foram combinados e chegou-se a conclusão de que não existe uma abordagem tipo “panacéia” para motivar pessoas, mas ao contrário, o processo consiste em atuar com gerentes atentos as necessidades das pessoas e que empreguem uma combinação de várias abordagens. Isoladamente, cada um dos nossos motivadores é um bom começo. Combinados, o céu seria o limite! Quer estejamos dispostos a admitir ou não, todos nós somos comandados internamente pela seguinte pergunta ”Qual o benefício que tudo isso trará para mim?” Esta é a razão pela qual o primeiro passo deve ser dado no sentido de criar uma força de trabalho motivada. Contudo uma empresa, provavelmente, não terá muitas oportunidades de começar do zero, com um grupo de pessoas altamente motivadas. Para a maior parte dos líderes, os liderados são herdados e, o problema é encontrar formas de reforçar o desejo de sucesso e desenvolvimento. Antes de tentar fazer isso, os líderes precisam saber que comportamentos querem estimular. É preciso que saibam com clareza o que esperam em termos comportamentais de seus liderados. Do contrário, ficará muito difícil desenvolvê-los até um patamar de excelência. Gerir talentos nada mais é do que dirigir pessoas para aquilo que fazem melhor em torno de um objetivo. E não basta ter um objetivo comum definido, é preciso que todos trabalhem em prol do alcance deste objetivo, pois cada pessoa tem seus objetivos individuais e às vezes tornam-se maiores do que os objetivos comuns do grupo ou da empresa. Além disso, existe ainda, a maneira como cada um interpreta os acontecimentos da vida, e isto, por vezes, gera o atrito, o estresse e tira o foco do objetivo. O desempenho de um gestor é fundamental para o sucesso de qualquer organização. Para ser um líder, você necessita ter algumas competências especiais mas a principal delas é o aprofundamento no conhecimento do ser humano e o desenvolvimento de sua 39 maturidade emocional. Um dos maiores desafios é utilizar as competências técnicas, combinadas às competências comportamentais, deixando de lado suas próprias emoções em prol do grupo e da organização. Como podemos observar no quadro de resultados da Pesquisa de Clima da empresa H. Stern, mesmo com todo investimento em treinamento com Consultorias para Desenvolvimento das Lideranças e Aplicação de Metodologia de Avaliação de Desempenho (SGP), verificamos um crescimento de apenas 3 pontos no índice Liderança percebida pelos colaboradores da empresa que participaram da pesquisa de 2008 X2006. A H. Stern tem em seu quadro de líderes, funcionários com muitos anos de empresa e muitos não conseguem assimilar com facilidade as necessidades de mudança e adaptação à nova realidade. Para exemplificar melhor como a avaliação de desempenho que chamamos internamente de Sistema de Gestão de Pessoas (SGP) , não foi bem assimilada pela cultura organizacional da empresa , no seu primeiro ano de implantação (2006), a Área de Recursos Humanos decidiu anular as avaliações devido ao fato da maioria dos líderes não tê-las aplicado em seus liderados. No ano de 2007, houve pressão por parte da Área de Recursos Humanos com adesão da Diretoria de todas as áreas, no intuito de cobrar efetivamente as avaliações aos líderes. A maioria alegava estar assoberbado de trabalho e não podia “perder” um tempo enorme com seus liderados para avaliá-los. Muitos funcionários não foram avaliados pelas lideranças. De 2008 para 2009, a Área de Recursos Humanos decidiu com apoio da Presidência e Diretoria fazer mais pressão nas lideranças com algumas sanções punitivas como por exemplo: não dar andamento ao processo de recrutamento, transferências, etc... sem que o líder não tivesse concluído o SGP do seu grupo de trabalho. Esse ano de 2009 decidiram utilizar o Sistema de Gestão de Pessoas como base de análise de desempenho para o pagamento do bônus anual da empresa . Mais uma vez não tivemos a adesão necessária, até por alguns diretores que acumulam função de supervisão de área, também não conseguiram concluir as avaliações e os liderados seriam os maiores prejudicados com essa decisão. 40 O que podemos observar é que a Cultura Organizacional da empresa ainda não está preparada para absorção dos novos conceitos ou não consegue internalizá-los pois, não acreditam que serão utilizados com seriedade por parte da mesma. Sem dúvida nenhuma o maior desafio da Área de Recursos Humanos da empresa é modificar a forma de atuação da maioria das lideranças que ainda teima em agir por feeling e inferências e vem se recusando à aplicação de métodos mensuráveis para avaliação da performance de seus funcionários. Os líderes precisam compreender que o sucesso de mais de 60 anos da empresa , não é a garantia de mais 60 anos , ou até mesmo de sobrevivência. Vivemos em um mundo em que a velocidade das informações exige uma constante adaptação e mudança para sobrevivência. Ainda mais no nicho de atuação em que a empresa se encontra (supérfluo). Mas não se trata de avaliar a cultura organizacional em categorias como “boa”ou “má”. Mostra-se mais próprio entender a força da cultura. Nas culturas fortes, as transgressões às regras são punidas e repudiadas. Por outro lado, observa-se que tais empresas costumam estimular a concordância como critério para recompensas e promoções. 41 BIBLIOGRAFIA ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. Tradução Reynaldo Cavalheiro Marcondes. 9 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002 CHIAVENATO,Idalberto. Administração nos Novos Tempos 2 ed.Rio de Janeiro:Campus , 1999 COHEN, Allan. Nunca Abuse do Poder. Exame, São Paulo,Mar 2007 MARRIOT, Humberto. Organização de Aprendizagens-Educação Continuada e a empresa do Futuro. São Paulo. Ed. Atlas 2008 SENGE, Peter A Quinta Disciplina. São Paulo :Ed. Best Seller,1995 WELCH, Jack Os Princípios de Liderança. Ed. Sextante ,2006 CASTRO, Alfredo Pires de ;Liderança Motivacional ,2008 HARVARD BUSINESS REVIEW; Junho 2006 SUCESSO, Edina Bom Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho Ed QualityMark-CEPEL ,2006 HANDY, Charles , O líder do Futuro. Ed. Futura ,1999 FREITAS, Maria Éster de .Cultura Organizacional. São Paulo: Makron Books, 1991 42 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 Conhecendo um pouco da história da empresa H.Stern Anexo 2 Andragogia 43 ANEXO 1 HISTORIA DA H.STERN A ORIGEM Hans Stern, o fundador da empresa, nasceu em Essen, na Alemanha, em 1922. Aos 16 anos, em 1939, às vésperas da II Guerra Mundial, veio com a família para o Brasil. Ficou no Rio de Janeiro com a mãe. Separado do pai, que foi dirigir uma usina elétrica no Piauí, teve que aprender sozinho o caminho das pedras. VISÃO PRIVILEGIADA Com 18 anos começou a trabalhar numa exportadora de pedras e cristal de rocha. Ao visitar os garimpos começou a conhecer turmalinas, ametistas e citrinos e vislumbrou um futuro brilhante, no então pouco explorado mercado das pedras brasileiras. “Se eu, como estrangeiro fiquei encantado, o mesmo deverá acontecer com outros viajantes “. Transformou-se em corretor de pedras, que trazia para o Rio de Janeiro. O tempo mostraria a aguçada visão de Hans Stern. 44 A ESTRELA NASCE Em 1945 vende seu acordeão, consegue um empréstimo de duzentos dólares no Banco Boa Vista, registra a sua empresa na junta comercial e abre o primeiro escritório na Rua Gonçalves Dias, no centro velho do Rio de Janeiro. Hans Stern começa a realizar seu sonho de fazer o país do café, samba e futebol passar a ser, também, o país das pedras preciosas coloridas. Inicia sua luta para dar prestígio mundial às pedras brasileiras, rotuladas até então como semi preciosas. No início a empresa comercializava somente pedras brasileiras; só mais tarde passou também a vender jóias. O primeiro ponto de vendas foi no Touring Clube, na praça Mauá, onde atracavam os navios de turismo. A ESTRELA CRESCE Em 1949, a primeira grande ação de marketing – A Garantia Internacional – um marco na nossa história, que consolida a confiança do público, abrindo o caminho para o crescimento. Hoje em dia, isto não parece uma grande novidade, práticamente tudo tem garantia. Mas em 1949 foi um “golpe de mestre“, ninguém garantia as pedras preciosas vendidas e os turistas eram assediados por dezenas de pessoas vendendo desde pedras legítimas e “cacos de vidro”. 45 Em 1950 apenas cinco anos depois da fundação, mudança para a Av.Rio Branco (na época o maior “point” do Rio de Janeiro), com salas de vendas de jóias e folclore e oficinas de ourivesaria. Em 1951, com a instalação de oficinas de lapidação, finalmente uma empresa integrada verticalmente – do garimpo ao consumidor final. Nas décadas de 50 a 70 – expansão – consolidação da marca. O nome H.Stern torna-se conhecido mundialmente, com a abertura de lojas em aeroportos e hotéis no Brasil e no exterior. Em 1952, nova grande ação de marketing, criação do Guided Tour na Av. Rio Branco. O visitante acompanhava todas as etapas de produção de uma jóia – naquela época a explicação era feita por um relações públicas que trazia o cliente. Somente no prédio H. Stern em Ipanema passamos a usar a gravação. Em 1955, inauguração da filial S.Paulo e início de operação no mercado doméstico. Começam as primeiras campanhas de propaganda. A DÉCADA DE 80 Continua a expansão no Brasil e no exterior. Em 1983 inaugura-se a nova sede mundial em Ipanema. A escolha do local foi estratégica, pois nosso público alvo doméstico reside principalmente na zona sul, onde também se concentra a rede hoteleira internacional. O novo edifício foi o primeiro no mundo projetado e construído especialmente para abrigar uma empresa joalheira verticalizada. 46 Em 1984 lançamos a Coleção Catherine Deneuve (com a presença da mesma). Em 1986 lançamos a Coleção Moriconi ( primeira coleção inspirada por um artista plástico). Estava lançada a “pedra fundamental” para as “Signature Collections”. A IMAGEM DA H.STERN NO INICIO DA DÉCADA DE 90 No mercado doméstico: líder de mercado, produtos de qualidade, empresa confiável, design tradicional. No mercado turístico: joalheria internacional, produtos de qualidade, empresa confiável, especialista em pedras brasileiras (da mina ao consumidor final), design tradicional com ênfase nas pedras. PROCESSO DE MUDANÇA DÉCADA DE 90 Os fundamentos da empresa no inicio da década eram sólidos mas as grandes mudanças que ocorriam no mercado pediam mudanças estratégicas para ela continuar crescendo. As mudanças num mercado cada vez mais globalizado O CONSUMIDOR : 47 ü ü ü ü Procura jóias que atendam a si próprio. Procura jóias que sejam objetos de prazer e autogratificação. Busca menos ostentação, status, poder. Busca qualidade não só no produto, mas no que vem com ele: design, atendimento, serviços. ü Está cada vez mais “antenado” com o que acontece no resto do mundo. Mesmo as pessoas de mais idade (supostamente tradicionais) são mais sensíveis às novas tendências e muitas vezes surpreendem, buscando produtos mais “jovens”. Nesse novo mercado, o valor das jóias deixa de ser somente um somatório de matérias-primas, medido em quilates e gramas de ouro. O valor agregado do “design” ganha uma grande importância . OS NOVOS CAMINHOS DA ESTRELA Em 1993, Roberto Stern, o filho mais velho de Hans Stern, assume a vice-presidência e dá início a um ciclo de mudanças que transformaram a filosofia da empresa, promovendo um rejuvenescimento na sua imagem. Em 1995 a H.Stern faz 50 anos e inicia uma nova etapa em sua história: começa um processo de globalização e reposicionamento de marca. O projeto de Roberto Stern é de posicionar H.Stern como uma casa de estilo. Mais do que simplesmente uma grande joalheria, o objetivo é de passar a ser uma “griffe”, uma instituição. A empresa muda seu foco de produção. Durante anos os joalheiros olhavam para as pedras e criavam jóias em função delas. Agora, estamos rompendo esta tradição. Criamos primeiro o design e, depois, buscamos as pedras que se encaixam na obra criada. A “nova” H.Stern começa a criar coleções baseadas em tendências de estilo e comportamento observadas nas principais capitais da moda no mundo inteiro. Além disso, transcendendo a moda, busca 48 incessantemente novas fontes de inspiração: música, artes plásticas, arquitetura, etc. A Coleção Mundial lançada em 1995 durante a comemoração do aniversário dos 50 anos da empresa, representa o âmago da sua nova filosofia de design e de posicionamento internacional. O novo conceito de posicionamento internacional surgiu da percepção de que, num mundo cada vez mais globalizado, os desejos do mercado são cada vez mais semelhantes. O gosto dos clientes no mundo inteiro é o mesmo. O que vende bem no Brasil agrada também na Europa e nos Estados Unidos. Portanto, a ênfase nas pedras brasileiras só se justifica para os estrangeiros que visitam o Brasil. Esses mesmos turistas, quando voltam aos seus países de origem, passam a comportar-se da mesma forma que um cliente brasileiro ao visitar uma de nossas lojas num shopping. Atendendo a este conceito, a produção de jóias H.Stern se divide em dois segmentos: H.Stern – área turística – que privilegia as pedras brasileiras e se volta para o mercado turístico. H.Stern Internacional – que privilegia o design e acompanha as tendências internacionais. 49 A Coleção Mundial marca realmente o início dessa concepção internacional e obedece a cinco conceitos, que se tornaram os alicerces fundamentais de todas as novas coleções: design, versatilidade, conforto, autogratificação e assinatura. DESIGN: A beleza das peças passa a estar no design limpo e puro, nunca em “enfeites artificiais”. VERSATILIDADE: peças que encaixam e desencaixam, duas jóias em uma. CONFORTO: como na alta costura o direito e o avesso têm o mesmo requinte de acabamento. AUTOGRATIFICAÇÃO: pequenos detalhes que só o dono da peça percebe. ASSINATURA: nasce a assinatura da estrela nas peças. A VISÃO 2006 Tinha chegado o momento da empresa estabelecer objetivos definidos para o seu futuro: “Até 2006 H.Stern será reconhecida como uma das quatro mais importantes joalherias em todo o mundo, pela qualidade de seus produtos e o prestígio de sua marca” “. 50 IMPORTANTE: O conceito de quais são as principais joalherias varia geograficamente, isto é, as mais importantes dos Estados Unidos não são, necessariamente, as mesmas da França por exemplo. RUMO AO FUTURO Em 1997 a H.Stern rompe as barreiras do imaginário e realiza um projeto com o famosos fotógrafo Albert Watson. Desta união surge o “Diário Perdido”, livro de arte onde um arqueólogo descobre um diário com fotos de habitantes de uma civilização primitiva e imagens geradas por computador. Presente passado e futuro se misturam e esse conceito atemporal passa a inspirar nossa criação. “Buscamos inspiração no passado, mas nossa interpretação deve ser atual. Imaginamos o futuro mas somos obrigados a usar as ferramentas e as técnicas disponíveis hoje. Nosso trabalho joga com o tempo, estamos rompendo barreiras, perseguindo o novo mas nunca esquecendo nossas raízes “. Desde então nossas coleções se multiplicaram e se destacam pelo seu design, um dos mais avançados da atualidade. Nossas 51 criações exclusivas cobrem um amplo espectro de categorias e preenchem os sonhos e expectativas de todas as idades e nacionalidades. REINVENTANDO A PRODUÇÃO Para conseguir dar vazão à demanda de tamanha variedade de coleções, a empresa teve que reinventar sua estrutura de produção. Saímos da tradicional linha de montagem para um sistema mais eficiente de células de produção “just in time” até então inédito na industria joalheira. Além disso, sejam clássicas ou avant-garde, todas as jóias H.Stern combinam as habilidades ancestrais da manufatura de jóias com novas técnicas de fabricação. Essas técnicas, muitas vezes importadas de outros setores industriais e utilizadas pela primeira vez na confecção de jóias, sempre mantêm, entretanto, a característica artesanal da arte joalheira. AS MUDANÇAS NA ARQUITETURA Começando pela nova loja da 5a. Avenida, em NY, iniciamos um processo de mudança no projeto arquitetônico de todas as nossas lojas, dentro do novo conceito de “LOJA MUNDIAL”: NOVOS DESAFIOS e NOVAS COLEÇÕES Periodicamente novas coleções são lançadas no mercado. Algumas incluem as interpretações dos nossos criadores para designs que são clássicos eternos, outras são avant-garde, com designs sem precedentes – à frente do seu tempo. 52 Muitas vezes nossa equipe busca inspiração no trabalho de artistas de destaque em diversas áreas, que nos trazem a contribuição de suas visões pessoais e senso de estilo. MODA E ESTILO – Costanza Pascolato Resgatou o trabalho artesanal das miçangas e trouxe as formas orgânicas da natureza para o universo da joalheria. MÚSICA – Carlinhos Brown A coleção Miscigens , inspirada na filosofia de Carlinhos Brown, misturou as culturas brasileira, africana e árabe, num resultado rico e original. Turbantes, palha trançada e orixás criaram este “mundo mágico”. ARTES PLÁSTICAS – Anna Bella Geiger Para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil, H. Stern convidou a artista plástica carioca Anna Bella Geiger cujos quadros e esculturas têm inspiração geográfica e inspiraram a coleção Orbis Descriptio. As peças mostram, como nos mapas, o curso dos rios, o contorno dos continentes, os oceanos e as linhas imaginárias dos meridianos. ARQUITETURA E DESIGN DE INTERIORES – Irmãos Campana Para a coleção Campana, nossa equipe de designers se inspirou na extraordinária criatividade dos Irmãos Campana. Para eles, praticamente tudo pode ser fonte de inspiração. Eles podem partir de qualquer objeto de uso diário e de qualquer tipo de material para criar sofisticadas peças de decoração e mobiliário. O resultado foi uma coleção marcante, destacada em todo o mundo pela riqueza de detalhes e originalidade na concepção das jóias. 53 PEÇAS CONCEITO A maior revolução está nas jóias-conceito. Elas transcendem o seu papel de adorno e passam a funcionar também como roupa ou como objeto de decoração. É o caso do colar Craft, que pode ser usado como centro de mesa, uma “transgressão” jamais ousada por uma joalheria. A idéia parece estranha, mas não é. Decorar o corpo e decorar a casa resultam do mesmo processo de expressão pessoal. “Uma mulher veste um colar do mesmo jeito que veste sua casa”, diz Roberto Stern. O colar Craft tem 70,5 cm de comprimento por 15 cm de largura. No corpo, assume a forma de um peitoral; sobre a mesa, o de uma toalha metálica. DESAFIOS Outra preocupação de H.Stern é também oferecer ao público peças inovadoras que logo “viram notícia”. São desafios que transgridem o imaginário e reafirmam o nosso poder de criação como por exemplo: LENÇO DE OURO, BOLSA DE OURO, CINTO DE OURO, GRAMPINHOS PARA CABELOS, SOUTIEN etc. Uma peça que virou mania entre os jovens foi o TWINKLE, a jóia do dente. As MÁSCARAS DE OURO, que foram doadas ao MAM de SP, para serem leiloadas no tradicional “Bal Masquè” realizado por Malu Vilela em benefício do museu, e as peças feitas exclusivamente para espetáculos teatrais como “Estrela Tropical”, onde Marília Pêra interpreta várias cantoras da era do rádio, também foram notícia. COMUNICAÇÕES / PROPAGANDA Na área de propaganda nossos anúncios e catálogos acompanharam o desenvolvimento criativo da empresa, quebrando barreiras e inovando na maneira de mostrar nossas jóias. Um visual moderno e impactante caminha junto com o nova filosofia da empresa. 54 A área de comunicações é hoje em dia geradora de notícias internacionais. Pudemos recentemente presenciar estrelas de cinema e da música usando nossas jóias nas festas mais “badaladas” do mundo, como Catherine Zeta Jones na cerimônia do Oscar 2001. RECURSOS HUMAOS Na “nova” H.Stern a área de Recursos Humanos deixa de ser apenas um setor de administração de pessoal e passa a funcionar como “caçadora de talentos” buscando, inclusive, jovens profissionais de futuro. UMA NOVA FILOSOFIA DE TRABALHO – “Let’s Have Fun ! “ Criada em 2001 para incentivar a criatividade e o espírito de equipe dos vendedores, a campanha interna Let’s Have Fun continua comprovando que, mesmo quando se leva o trabalho muito a sério, um toque de humor é sempre positivo e alivia as tensões do dia-adia. Um exemplo foi o concurso “Pintando o 7”, no qual todos os vendedores pintaram juntos uma mesma tela , um pouco cada dia. As pinturas ficaram no meio das lojas e até os clientes contribuíram com algumas pinceladas. 55 NOSSOS VALORES H.Stern é guiada por valores de conduta e moral, que levam a empresa para o seu futuro com sucesso e determinação. Esses valores: UNIÃO – LEALDADE – DEDICAÇÃO – COMPETÊNCIA – CONFIABILIDADE – TRABALHO EM COMPROMETIMENTO – EQUIPE e BUSCA DISCRIÇÃO – CONSTANTE DA EXCELÊNCIA NOS RESULTADOS, são também essenciais para o desenvolvimento profissional de nossos funcionários. 56 ANEXO 2 ANDRAGOGIA (do grego: andros - adulto e gogos - educar) Andragogia significa “ensino para adultos”. Entretanto, para educadores como Pierre Fourter, este é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer idade. O foco da andragogia é O ALUNO. A metodologia de ensino e aprendizagem fundamenta-se em eixos articuladores da motivação e da experiência dos aprendizes. A aprendizagem procede mais da participação em tarefas e da experiência. Nesse processo as pessoas aprendem compartilhando conceitos, e não somente recebendo informações a respeito. Elas são responsáveis pela gestão da aprendizagem e pela aplicação prática dos conceitos na vida diária. ADULTOS SE SENTEM MOTIVADOS A APRENDER QUANDO ENTENDEM AS VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE UM APRENDIZADO, BEM COMO AS CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS DE SEU DESCONHECIMENTO Métodos que permitam ao aluno perceber suas próprias deficiências, ou a diferença entre o status atual de seu conhecimento e o ponto ideal de conhecimento ou habilidade exigida, sem dúvida serão úteis para produzir esta motivação. Aqui cabem as técnicas de feedback e autoavaliação. O GERENTE também deverá deixar clara a necessidade da aquisição daquele conhecimento. Estímulos externos – feedbacks, notas, premiações, nova patente, etc – devem ser utilizados para motivar o aprendizado. Entretanto as motivações mais fortes nos adultos são internas, relacionadas com a satisfação pelo trabalho realizado, elevação da auto-estima e melhora da qualidade de vida. Um programa educacional, portanto, terá maiores chances de bons resultados se estiver voltado para estas motivações pessoais e se for capaz de realmente atender aos anseios íntimos dos aprendizes. O papel do GERENTE enquanto treinador/coach é: ü Facilitar a aprendizagem, demonstrando a importância prática do assunto a ser estudado. ü Transmitir o entusiasmo pelo aprendizado e a sensação de que aquele conhecimento fará diferença na vida do vendedor. ü Fazer o vendedor se sentir RESPONSÁVEL pelo seu desenvolvimento. ü Apresentar casos, problemas, bem como avaliar e fazer o vendedor se autoavaliar para estimula-lo na busca de melhoria de desempenho. ü Nunca atuar como pessoa-resposta. Raramente responder perguntas, mas sempre devolvelas ao vendedor de modo a despertar o interesse pelo assunto indagado. 57 ü Nunca dizer que a resposta de um adulto está errada. Cada resposta sempre terá alguma ponta de verdade que deve ser trabalhada. A dica é se desculpar pela pergunta pouco clara (que VOCÊ fez) e refazê-la de modo a aproveitar a parte correta da resposta dada pelo vendedor. Fazer, então, novas perguntas de modo a correlacionar as respostas até obter a informação completa. ü Adotar uma postura reservada até o aprendiz se sentir seguro de que não será ridicularizado. Adultos se sentem constrangidos quando confrontados frente a outras pessoas. ü Nunca dar explanações intermináveis. Sempre provocar a interação. Os adultos podem se concentrar numa explanação teórica durante 07 minutos. Depois disso, a atenção se dispersa. Este período deverá ser usado pelo GERENTE para estabelecer os objetivos e a relevância do assunto a ser discutido, enfatizar o valor deste conhecimento e dizer o quanto se sente motivado a discuti-lo. Vencidos os 07 minutos, é tempo de iniciar uma discussão ou outra atividade, de modo a diversificar o método e conseguir de volta a atenção. Estas alternâncias podem tomar até 30% do tempo de uma explanação teórica, porém permitem quadruplicar o volume de informações assimiladas pelos estudantes. "NÓS APRENDEMOS AQUILO QUE NÓS FAZEMOS. A EXPERIÊNCIA É O LIVRO-TEXTO VIVO DO ADULTO APRENDIZ” Kelvin Miller – renomado estudioso da andragogia – afirma que os alunos adultos retém apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo prazo. Ele observou ainda que as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra. DIFERENÇAS ENTRE A PEDAGOGIA E A ANDRAGOGIA: CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM PEDAGOGIA ANDRAGOGIA Relação Professor/Aluno Professor é o centro das ações, A aprendizagem adquire uma decide o que ensinar, como característica mais centrada no ensinar e avalia a aprendizagem. aluno e na auto-gestão da aprendizagem. Razões da Aprendizagem Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um currículo padronizado). Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária). O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor. A experiência é rica e fonte de aprendizagem. Aprendizagem por assunto ou matéria. Aprendizagem baseada em vivência. Experiência do Aluno Orientação da Aprendizagem è EDUCAÇÃO DE ADULTOS – UMA ABORDAGEM ANDRAGÓGICA – Rodrigo Goeck 58 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I A Liderança Motivacional 12 1.1 – Aplicando a Liderança Motivacional 13 1.2 – Líder Responsável pelo Grau Maturidade dos 14 Liderados 1.2.1 – Estilos de Liderança 14 1.2.2 – Fatores de Contribuição Desempenho 16 CAPÍTULO 2 Preparando os Líderes HS (Racionalidade de Metas) 18 2.1 – Aplicação Pesquisa de Clima na HS 18 2.2.1 –Programa de Desenvolvimento Líder HS 19 2.2.2 – Implantação do SGP na HS 21 CAPÍTULO 3 A Importância do Perfil Comportamental do Cargo 29 3.1 – Base Conceitual Habilidades Comportamentais 30 3.2.1 –Como Manter a Prática do SGP CONCLUSÃO 31 38 59 ANEXOS 43 BIBLIOGRAFIA 41 ÍNDICE 58