HIROSHIMA: UM CRIME DE GUERRA Acadêmico: Eduardo de Carvalho Guimarães Orientador: Newton Pereira Girald Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores. ESTADOS UNIDOS 3º país mais populoso do mundo 4º em extensão territorial PIB de 8 bilhões de dólares (1997) Maior economia do mundo Política externa se constitui em projeção de poder, isto é, expansão econômico-militar Hiroshima: um crime de guerra 2 ORDENAMENTO INTERNACIONAL É constituído por todos os tratados, acordos, convenções e cartas assinados por mais de um país. Ficam obrigados a respeitar as suas normas os Estados signatários, em detrimento de parte de sua soberania Hiroshima: um crime de guerra 3 ORDENAMENTO INTERNACIONAL Os E.U.A. são signatários de vários ordenamentos internacionais, mas isto não significa que os respeitem Muitos tratados ou acordos fundamentais para a consolidação da paz não foram assinados pelos E.U.A. Os E.U.A. cumpre suas normas ou obriga as outras nações a cumprirem, apenas quando lhe é proveitoso Hiroshima: um crime de guerra 4 II GUERRA MUNDIAL Foi instituído um tribunal penal internacional O Tribunal de Nüremberg Para julgar os criminosos nazistas Hiroshima: um crime de guerra 5 II GUERRA MUNDIAL Os nazistas foram condenados pelas mortes de milhões de judeus civis inocentes Os E.U.A. lançaram duas bombas atômicas que destruíram duas cidades japonesas, matando milhares de civis inocentes Os responsáveis pelo massacre dos japoneses não foram sequer julgados Hiroshima: um crime de guerra 6 EXTERMÍNIO DOS JUDEUS E JAPONESES A diferença: – O extermínio dos japoneses, através das duas bombas atômicas, foi mais asséptico, tecnológico, eficiente e rápido Hiroshima: um crime de guerra 7 Leis e costumes da guerra no solo Haia, 29/07/1899 Artigos violados – XXII O direito dos beligerantes de causarem danos ao inimigo não é ilimitado – XXIII É especialmente proibido: a) Empregar veneno b) Matar ou ferir utilizando-se de traição c) Matar ou ferir inimigo sem meios de combate Hiroshima: um crime de guerra 8 Leis e costumes da guerra no solo Haia, 29/07/1899 Artigos violados – XXIII Usar armas que causem danos supérfluos – XXV Atacar ou bombardear vilas, cidades, habitações ou prédios que não são defendidos é proibido Hiroshima: um crime de guerra 9 Leis e costumes da guerra no solo Haia, 29/07/1899 Artigos violados – XXVI O comandante de uma força atacante, antes de começar um bombardeio, deve fazer tudo que for possível para avisar as autoridades – XXVII Num bombardeio devem ser preservadas: edificações religiosas, artísticas, de caridade, científicas, hospitais e lugares onde os doentes e feridos são recolhidos Hiroshima: um crime de guerra 10 Leis e costumes da guerra no solo Haia, 29/07/1899 Artigos violados – XXVII Os atacados devem indicar estes locais com sinais visíveis e os atacantes devem ser notificados destes sinais Hiroshima: um crime de guerra 11 Leis e costumes da guerra no solo Haia, 18/10/1907 Artigos violados – XXII, XXV, XXVI e XXVII permanecem inalterados em sua essência – no XXIII é acrescentado É proibido declarar que não haverá misericórdia Hiroshima: um crime de guerra 12 Regras da guerra aérea Haia, fevereiro de 1923 Artigos violados – XXII Bombardeios aéreos que não se destinem a alvos militares, aterrorizando, ferindo e causando danos a civis são proibidos Hiroshima: um crime de guerra 13 Regras da guerra aérea Haia, fevereiro de 1923 Artigos violados – XXIV 1) Bombardeios aéreos só podem ser efetuados contra alvos militares 3) Se os alvos militares estiverem de tal modo dispostos que a população civil seja atingida, a aeronave deverá se abster do ataque 5) O estado beligerante deve pagar pelos danos pessoais e materiais advindos da violação deste artigo Hiroshima: um crime de guerra 14 Regras da guerra aérea Haia, fevereiro de 1923 Artigos violados – XXV Devem ser resguardados os prédios dedicados à religião, arte, ciência, caridade, os monumentos históricos, hospitais e lugares destinados aos doentes e feridos Tais locais serão sinalizados conforme a convenção de Genebra Hiroshima: um crime de guerra 15 Proteção das populações civis contra bombardeios aéreos em caso de guerra Liga das Nações, 30/09/1938 Determinações violadas – O bombardeio intencional de civis é ilegal – Os objetivos visados do ar devem ser identificados como objetivos militares – As populações civis nas vizinhanças ou não dos objetivos militares não podem ser negligentemente atingidas Hiroshima: um crime de guerra 16 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Carta do Tribunal de Guerra Assinada por EUA, URSS, Inglaterra e França Hiroshima: um crime de guerra 17 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Os crimes listados a seguir são passíveis de serem julgados em tribunal internacional – Contra a paz Participar direta ou indiretamente de qualquer forma de ação de guerra que venha a violar os tratados ou acordos internacionais Hiroshima: um crime de guerra 18 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Crimes – De guerra Violações de leis e costumes de guerra Assassinato, tratamento desumano e deportação para campos de concentração tanto de civis como de prisioneiros de guerra Morte de reféns Saques em propriedades particulares ou públicas Destruição de aldeias, vilas ou cidades; ou devastação sem necessidade militar justificável Hiroshima: um crime de guerra 19 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Crimes – Contra a Humanidade Assassinatos Extermínio Escravização Deportação e outros atos desumanos cometidos contra populações civis, antes ou durante a guerra Hiroshima: um crime de guerra 20 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Crimes – Líderes, organizadores, instigadores e cúmplices Participando da preparação ou execução de plano ou conspiração para cometer qualquer um dos seguintes crimes São responsáveis por todos os atos de qualquer uma das pessoas envolvidas Hiroshima: um crime de guerra 21 PRINCÍPIOS DE NÜREMBERG 08/08/1945 Artigos violados – VII Exercício de cargo de governo não deverá ser considerado como fator excludente de culpa ou atenuante de responsabilidade – VIII Agir sob ordem superior não exclui a responsabilidade, mas pode atenuar a pena Hiroshima: um crime de guerra 22 MEMORANDO BARD 27/06/1945 Ralph A. Bard, subsecretário da Marinha estadunidense em mensagem ao secretário da guerra Hiroshima: um crime de guerra 23 MEMORANDO BARD 27/06/1945 “O Japão deverá ter ciência do ataque com dois ou três dias de antecedência... pelo que se tem demonstrado o Japão está buscando uma forma de rendição...seria facilmente obtida uma rendição com a ameaça nuclear” Hiroshima: um crime de guerra 24 PETIÇÃO AO PRESIDENTE O físico Leo Szilard Mais outros 69 Químicos, Físicos, engenheiros e biólogos Estudiosos dos efeitos atômicos Enviam ao presidente dos EUA uma mensagem, para que o ataque atômico seja posto de lado Hiroshima: um crime de guerra 25 PETIÇÃO AO PRESIDENTE “Tais ataques contra o Japão não se justificam...” “...deve-se dar a este país uma oportunidade de rendição...” “...o uso da energia atômica pelos EUA fará com os seus rivais também a utilizem...” “...levando às cidades estadunidenses a um constante estado de terror e incerteza no futuro...” Hiroshima: um crime de guerra 26 PETIÇÃO AO PRESIDENTE “Pedimos ao Presidente que não use a bomba atômica...” “...ao menos que se faça público as conseqüências do ataque e os termos da rendição japonesa...” “...e mesmo assim o Japão não se renda...” Hiroshima: um crime de guerra 27 ORDEM OFICIAL DE BOMBARDEIO 25/07/1945 Redigida pelo general Groves Tanto o presidente quanto o secretário da guerra a aprovaram em Potsdam Hiroshima: um crime de guerra 28 ORDEM OFICIAL DE BOMBARDEIO 25/07/1945 Não mencionava: – que deveriam ser atingidos objetivos militares – que deveriam ser resguardados civis As próprias cidades eram os alvos Bombas adicionais seriam lançadas, assim que se julgasse necessário Hiroshima: um crime de guerra 29 06/08/1945 O General Groves informa ao engenheiro do projeto, Oppenheimer – “...tudo transcorreu da melhor forma possível ...” Hiroshima: um crime de guerra 30 06/08/1945 ...a bomba havia sido lançada sobre Hiroshima... Hiroshima: um crime de guerra 31 PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DOS EUA 09/08/1945 “O mundo notará que a primeira bomba atômica foi lançada em Hiroshima, uma base militar. Isso foi, porque neste primeiro ataque, nós quisemos evitar o máximo possível a morte de civis” Hiroshima: um crime de guerra 32 CRIMINOSOS DE GUERRA Como foi visto, até mesmo neste episódio os EUA quiseram enganar a opinião pública Hiroshima: um crime de guerra 33 CRIMINOSOS DE GUERRA ...entretanto, as milhares de famílias destroçadas para sempre, apagadas do mapa ou vítimas de câncer até hoje, são a prova cabal de um dos piores crimes de guerra que a história humana jamais conheceu. Hiroshima: um crime de guerra 34 FIM Este simples trabalho foi feito em homenagem a todos os que foram vítimas de crimes de guerra, independentemente de serem de nações vencedoras ou vencidas Hiroshima: um crime de guerra 35 BIBLIOGRAFIA http://www.dannen.com http://www.csi.ad.jp foto de menina sem pele com a enfermeira Hospital da Marinha em Ohmura (slide 35) demais fotos - Exército Estadunidense Hiroshima: um crime de guerra 36 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Centro de Ciências Jurídicas – Disciplina: Informática Jurídica – Professor: Aires José Rover Florianópolis, 03 de julho de 2000 Hiroshima: um crime de guerra 37