UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Ana Lúcia Londero PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON 85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO. Ijuí - RS Junho – 2013 1 Ana Lúcia Londero PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON 85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Orientadora: Prof. Dr. Leonir Terezinha Uhde Ijuí – RS Junho – 2013 2 TERMO DE APROVAÇÃO Ana Lúcia Londero PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON 85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia - Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita. ______________________________________________________ Profª. Dr. Leonir Terezinha Uhde – Orientadora – DEAg/UNIJUÍ ______________________________________________________ Pesquisador Dr. Gustavo da Silva Martins – Embrapa Pecuária Sul/Bagé Ijuí, Junho de 2013. 3 Dedico este trabalho aos meus pais Leonir Pedro e Vera Lúcia Londero, que acreditaram no meu sonho e lutaram junto comigo por essa conquista e também ao meu irmão Jean Pedro Londero que foi meu companheiro durante essa jornada. Também dedico aos meus amigos e familiares, que de uma forma ou outra sempre estiveram junto comigo, dando apoio e força para subir cada degrau que fui conquistando durante a graduação. Em especial ao meu avô Nelson Wommer (In Memoriam) que construiu esse sonho junto comigo e pelos seus ensinamentos e cuidados. Também dedico a minha avó Anna Wommer, pessoa que me ensinou o valor da vida, o respeito aos outros e acima de tudo me incentivou a lutar pelos meus objetivos. 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, que esteve comigo ao longo dessa caminhada, colocando pessoas maravilhosas em meu caminho, me dando saúde e força para superar meus desafios e dificuldades, durante os anos de faculdade. Aos meus pais Leonir Pedro Londero e Vera Lúcia Londero que muitas vezes deixaram dos seus ideais em prol dos meus, que lutaram junto comigo para que eu alcançasse o meu maior sonho. Ao meu irmão Jean Pedro Londero que esteve junto comigo sempre, foi mais que um irmão, foi me companheiro e amigo e aos meus avós Nelson Wommer (In memória) e Anna B. Wommer que me ajudaram muito nessa caminhada pela confiança que depositaram em mim. Obrigado família essa conquista é fruto da nossa união e luta amo todos vocês. Também vocês Lucas Lopes e Aline Dill que fazem parte da nossa família, muito obrigado por tudo. Aos amigos que conheci durante o curso de Agronomia foram muitos, vocês estão presentes para sempre em meu coração sempre presente em minha memória e no meu coração. Em especial Juliana Moraes, Jordana Schiavo, Luís Michel Bergoli, Cassiane Ubessi, Daniela Khan, Micheli Olegaro, Ana C. Manjabosco, Janaina Richert, Aracieli Ketzer entre muitos outros. Aos meus queridos amigos e colegas do grupo de pesquisa, Carlos Zandoná Rupollo, Jaqueline krhan, Régis Schneider, Nailene Dreilich, Marinei Zorzela, Rômulo Bronzatti, Cristiane de Mattos, Idomar Peruzatto, Amanda Cardoso, Roberto Furlan, Adalberto Writzl, e aos ex-colegas de grupo Felipe Bortolin, Diego Bernardi, Douglas Wenningkamp, Patricia Juswiak, Luís M. Bergoli, Virginia Richter e Débora Franco que me ajudaram na execução deste trabalho, e construíram junto comigo a minha vida de pesquisadora, vou guardar para sempre os bom momentos vividos no IRDeR e no laboratório de pesquisa, e também claro os momentos de dificuldade que fizeram nós crescermos como pessoas. A professora e orientadora Leonir Terezinha Uhde, que foi minha segunda mãe durante a graduação, pelos ensinamentos e amizade a mim dispensados. Pelos momentos de vivência de amizade junto a sua família que se abriu as portas de sua casa e me acolheu com tanto carinho, muito obrigado!! 5 Aos Engenheiro Agrônomo do Departamento de Estudos Agrários (DEAg), Tiago José Jezewski e Jordana Schiavo e aos funcionários do Instituto Regional de Desenvolvimento Regional (IRDeR), em especial o Cesar Oneide Sartori, pela ajuda e esforços prestados, para que se realizasse o experimento. Foram muitas idas ao IRDeR lugar muito especial de povo acolhedor. Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e familiares, por entender minha ausência nos períodos onde a dedicação era aos estudos, compreensão nos momentos difíceis e pelo carinho incondicional. A todos que de uma forma ou outra, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho meus sinceros AGRADECIMENTOS. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Característica das espécies forrageiras sobressemeadas sob Tfton 85......................23 Figura 2. Croqui da área experimental período outono-inverno IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/ 2013...........................................................................................................................................32 Figura 3. Sobressemeadura á lanço das fabaceae área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/ 2011...........................................................................................................................................34 Figura 4. Medição da estatura de plantas das espécies forrageiras hibernais na área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011...............................................................................34 Figura 5. Avaliação da cobertura do solo das espécies forrageiras sobressemeadas na área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011..............................................................................35 Figura 6. Croqui da área experimental com numeração para o procedimento das amostras físicas do solo IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2013............................................................................38 Figura 7. Procedimento para eliminar o excesso de terra de ambas as faces do anel, IRDeR/ DEAg/UNIJUÍ/2013.................................................................................................................38 Figura 8. Determinação da resistência do solo à penetração utilizando o penetrômetro, IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013..................................................................................................39 Figura 9. Fonte Falker – Aparelho utilizado para medição da umidade gravimétrica (%) do solo............................................................................................................................................40 Figura 10 Umidade gravimétrica Ug (%) nos diferentes consórcios em três períodos de avaliação, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011....................................................................................48 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1.Ciclos de pastejo no período inverno-primavera de 2011em área pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies hibernais IRDeR/DEAg/UNIJUÍ........................35 Tabela 2 Estatura de plantas (cm) e cobertura do solo (%) de pastagens de estação fria sobressemeadas em Tifton 85 IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011...................................42 Tabela 3 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa de forragem disponível das espécies hibernais sobressemeadas em pastagens de Tifton 85. IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011...................................................................................44 Tabela 4 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa residual das espécies forrageiras hibernais sobressemeadas sob Tifton 85, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011..........................................................................................................................46 Tabela 5 Teste de comparação de médias dos parâmetros físicos do solo em área de Tifton 85, com duas modalidades de manejo DEAg/UNIJUI, 2013...................................50 Tabela 6. Classes de resistência do solo à penetração e limitações ao crescimento de raízes das plantas. Fonte: Adaptado de Canarache (1990).................................................51 Tabela 7 Parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios em área de pastagem de Tifton 85 DEAg/UNIJUI, 2013..................................................................................52 8 LISTA APÊNDICES APÊNDICE A - Croqui da Área Experimental.......................................................................65 APÊNDICE B - Resultados dos Cálculos da Análise Física do Solo IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................66 APÊNDICE C – Resultados da Análise Resistência à Penetração Exclusão de Pastejo IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................68 APÊNDICE D - Resultados da Análise Resistência à Penetração com Pastejo IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................69 APÊNDICE E - Atributos do solo em área de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais com e sem pastejo IRDeR/UNIJUI/2010................................................70 APÊNDICE F - Resumo da análise de variância para variáveis de produção de matéria seca total do consórcio e das espécies hibernais e de produção de lâmina foliar em área de pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2011....................................................................................................71 APÊNDICE G - Resumo da análise de variância dos parâmetros físicos do solo, em área de pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras, DEAg/UNIJUI, 2013...........................................................................................................................................72 APÊNDICE H - Resultados das Análises estatísticas............................................................73 9 LISTAS DE ABREVIATURA UPAS – Unidades de Produção Agrícolas RS – Rio Grande do Sul IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MG – Minas Gerais pH - Potencial Hidrogeniônico MOS - Matéria Orgânica Solo CTC - Capacidade de Troca de Cátions ha- hectares EUA – Estados Unidos K – Potássio Ca – Cálcio ºC – grau celsius % - porcentagem Dp – densidade de partícula MPa – mega pascal RP – resistência à penetração CO2 – gás carbônico LVdf - Latossolo Vermelho distroférrico típico DEAg – Departamento de Estudos Agrários IRDeR – Instituto Regional Desenvolvimento Rural CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário Kg ha-1 – quilo por hectare SPV – sementes puras e viáveis P – fósforo 10 Mg – magnésio K – potássio Al – alumínio CQFS – Comissão de Química e Física do solo SC – Santa Catarina Cfa - Clima subtropical úmido mesotérmico (classificação de Koeppen) et al. Et alii (e outros) GL- grau de liberdade Ug - Umidade gravimétrica Ds- Densidade do solo Uv - Umidade volumétrica PT- Porosidade total EA - Espaço aéreo Prof – profundidade Cons. – Consórcio CV – Coeficiente de variação m – metro cm – centímetro m² - metro quadrado MSTotal - produção de matéria seca total MSTcons - produção de matéria seca do consórcio MSThib - produção de matéria seca total das espécies hibernais MSLFcons - matéria seca de lâmina foliar do consórcio MSLFhib - matéria seca de lâmina foliar das espécies hibernais cmolc dm-3 – centimol de carga por decímetro cúbico m (%) – saturação por alumínio CTCef V (%) – saturação da CTC pH7,0 11 g cm³ - grama por centímetro cúbico Gs – grau de saturação 12 PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON 85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO. RESUMO A atividade leiteira se destaca nas unidades de produção agropecuária da região do noroeste do RS, proporcionando uma forma mais estável e segura de renda agrícola mensal para produtores. O Tifton 85 (Cynodon dactylon L.) é uma poaceae perene muito utilizada pelos produtores na formação de pastagens rurais devido ao seu hábito de crescimento prostrado (rizomatozo e estolonífero), que possui alta capacidade de resistência ao pisoteio animal. A sobressemeadura de forrageiras hibernais sobre Tifton 85 constitui uma prática importante na utilização da área pastoril. Objetivo avaliar o estabelecimento e a produção de matéria seca de espécies forrageiras hibernais cultivadas sobre Tifton 85 e a qualidade física do solo. Foi conduzido no IRDeR/DEAg/UNIJUI em Augusto Pestana (RS), em duas modalidades (com e sem) pastejo, com três consórcios: Aveia preta (Avena strigosa Schreb), Aveia preta + Ervilhaca (Vicea sativa L) e Aveia preta + Trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum cv.) e em 4 profundidades 0,0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,15, 0,15- 0,20 m. No estudo foi determinada a porcentagem de cobertura do solo e a estatura de plantas das espécies hibernais, a produção de matéria seca total e de lâmina foliares das espécies consorciadas e do Tifton 85 através da coleta de forragem em pontos representativos da área. Os parâmetros físicos como densidade do solo, umidade gravimétrica, porosidade total, espaço aéreo, umidade volumétrica foram determinados através do método de anel volumétrico e a resistência do solo à penetração radicular pelo Penetrômetro. Constatou-se que a inclusão das leguminosas não afetou o desenvolvimento da aveia preta, entre as leguminosas a ervilhaca apresentou melhor desempenho. A produção de matéria seca para todos os consórcios pode ser considerada baixa. A aveia preta + ervilhaca apresentou um melhor desempenho inicial se mostrando uma espécie mais precoce em relação ao trevo vesiculoso, que teve uma produção mais tardia. A concentração de lâmina foliar entre os consórcios foi diminuindo conforme o ciclo reprodutivo das espécies. A deposição de massa residual a cada corte foi em média de 900 kg ha-1. As densidades do solo encontradas não resultam em nenhuma restrição ao desenvolvimento radicular na camada superficial e a resistência à penetração está situada na classe média nas camadas de profundidade abaixo de 0,10 m que resulta em algumas limitações ao desenvolvimento radicular, o que não acontece nas camadas mais superficiais, significando que o manejo utilizado foi adequado. Palavras-chave: aveia preta; densidade do solo; ervilhaca; resistência à penetração; umidade gravimétrica. 13 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 16 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 18 1.1 PRODUÇÃO LEITEIRA EM ÂMBITO NACIONAL E REGIONAL........................................................................................ ...............................18 1.1.1 Importância da utilização das pastagens para a produção animal ................................... 18 1.1.1.1 Espécie forrageira perene tropical – Tifton 85 ............................................................. 20 1.1.1.2 Espécies forrageiras hibernais anuais com potencial de uso em sobressemeadura sob Tifton 85....................................................................................................................................21 1.2 QUALIDADE DO SOLO EM ÁREA DE PASTAGEM DE LONGA DURAÇÃO ........ 24 1.2.1 Propriedades Diagnósticas de Qualidade do solo ............................................................ 24 1.2.1.1 Propriedades químicas do solo ..................................................................................... 25 1.2.1.1.1pH................................................................................................................................25 1.2.1.1.2 Matéria orgânica........................................................................................................25 1.2.1.1.3 Capacidade de Troca Catiônica (CTC)......................................................................25 1.2.1.2. Propriedades Física do Solo.........................................................................................26 1.2.1.2.1 Densidade do solo e de partícula ............................................................................... 26 1.2.1.2.2 Porosidade do Solo .................................................................................................... 27 1.2.1.2.3 Aeração ...................................................................................................................... 27 1.2.1.2.4 Umidade do solo ........................................................................................................ 28 1.2.1.2.4.1 Umidade gravimétrica.............................................................................................28 1.2.1.2.4.2 Umidade volumétrica ............................................................................................. 28 1.2.1.2.4.2 Resistência do Solo à Penetração de raízes ............................................................ 28 1.2.1.3. Propriedades Biológicas...............................................................................................29 1.3 COMPACTAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PASTAGEM ......................................... 29 1.4 SERVIÇOS DO ECOSSISTEMA GERADOS PELO SOLO............................................31 2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 32 2.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E O DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .................... 32 2.2 SOBRESSEMEADURA EM ÁREA DE TIFTON 85. ...................................................... 33 2.3 MANEJOS DOS ANIMAIS SOBRE A PASTAGEM.....................................................35 2.4 DETERMINAÇÕES E AVALIAÇÕES DE PARÂMETROS DE DESEMPENHO FORRAGEIRO. ........................................................................................................................ 35 2.5 DETERMINAÇÕES DOS PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO ................................... 37 14 2.6 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO DE RAÍZES .... 39 2.6.1 Monitoramento da Umidade do Solo por ocasião da entrada dos animais para o pastejo.......................................................................................................................................39 2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 40 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................41 3.1 Estabelecimento e produção de forrageiras de Tifton 85 e de espécies hibernais sobressemeadas em pastagem de Tifton 85 manejada sob pastejo. .......................................... 41 3.2 Qualidade física do solo em pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais sobpastejo................................................................................................47 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................53 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 54 15 INTRODUÇÃO A atividade leiteira se destaca nas unidades de produção agropecuária (UPAS), da região do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, pois proporciona uma forma mais estável e segura de renda agrícola mensal para os produtores. A produção de leite no Brasil cresceu 4,5% entre 2010 e 2011, sendo o RS o 2º maior produtor de leite, perdendo apenas para Minas Gerais (MG) (IBGE, 2011). O aumento da produtividade é oriundo, basicamente, da adoção de tecnologias que melhoram a eficiência do uso dos fatores de produção, o melhoramento genético dos rebanhos leiteiros e a suplementação alimentar de melhor qualidade. Os produtores rurais buscam alternativas mais sustentáveis para produção de leite, com intuito de reduzir custos de produção e melhorar a qualidade e a produtividade da sua atividade agropecuária. A produção de leite a pasto proporciona um menor impacto negativo sobre o meio ambiente do que os outros sistemas de produção, principalmente o confinado. A pastagem exerce um importante papel no sequestro de carbono, contribuindo para minimizar o efeito estufa (MAIXNER, 2006), além da substituição de combustível, máquinas, equipamentos e principalmente, do homem pela vaca, no processo de colheita da forragem. A utilização adequada de pastagens pelos rebanhos leiteiros pode reduzir os custos de produção, com redução nas despesas com alimentos concentrados, combustíveis, fertilizantes, mão-deobra e outros insumos (VILELA et al., 1996). O Tifton 85 é uma poaceae perene muito utilizada pelos produtores rurais para formação de um dossel forrageiro em sistemas de produção leiteiros, e devido ao seu hábito de crescimento prostrado (rizomatozo e estolonífero), possui uma alta capacidade de resistência ao pisoteio animal. A máxima produção de matéria seca ocorre no período estival (primavera e verão) e sua produção é reduzida durante o período de outono-inverno, quando apresenta baixa produção de folha e qualidade de forragem, devido condições climáticas desfavoráveis como baixas temperaturas e geadas. 16 A sobressemeadura no período hibernal com espécies forrageiras anuais como gramíneas e leguminosas é uma alternativa para aumentar a produção e a distribuição espacial da pastagem. E, com isso, oferecer para os animais uma forragem de melhor qualidade nutricional (PACIULLO et al., 2003 e SILVA et al. 2011). Segundo Fidalski (2008) a redução da produção de forragem de uma pastagem, pode ser devido à baixa fertilidade do solo e alta lotação de animais, que podem comprometer as propriedades físicas do solo. O consórcio entre poaceae e fabaceae pode ser uma alternativa para manutenção e recuperação de áreas com baixa fertilidade do solo (SILVA; SALIBA, 2007). O pisoteio dos animais durante o pastejo em solos com alta umidade ou baixa cobertura vegetal pode comprometer a qualidade física do solo (SARMENTO et al., 2008). A pressão dos cascos dos animais sobre o solo pode comprometer a camada superficial do solo, perante as condições físicas, devido ao aumento da densidade do solo e à da redução da porosidade total (GIAROLA et al., 2007). A pastagem perene de Tifton 85 pode permanecer no sistema produtivo por muitos anos, para isso, é necessário adequar ás condições de manejo de animais e produção de forragem com condições de solo, isso garante a persistência da pastagem com alta produção de matéria seca e condições adequadas para desenvolvimentos das espécies. O objetivo do presente estudo é avaliar o estabelecimento e a produção de Tifton 85 com espécies hibernais sobressemeadas e a qualidade do solo com utilização de pastejo. 17 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 PRODUÇÃO LEITEIRA EM ÂMBITO NACIONAL E REGIONAL. A produção leiteira no país cresceu 4,5% entre 2010 e 2011, segundo dados do IBGE, em 2010 foram produzidos 32,1 bilhões de litros de leite. O estado do Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite no Brasil, com 12,1% da produção nacional, perdendo apenas para Minas Gerais (MG) que representa 27,3% da produção (IBGE, 2010). Em termos de produtividade, os melhores resultados foram obtidos pelos três estados do Sul: o Rio Grande do Sul (2.536 litros/vaca/ano), Santa Catarina (2.478 litros/vaca/ano) e o Paraná (2.404 litros/vaca/ano), todos bem acima da média nacional de 1.382 litros por animal, (IBGE, 2010). A região noroeste é responsável por cerca de 16% da produção leiteira do estado do RS, sendo que há vários sistemas de produção, tais como: a) de pequena escala, com a utilização predominante de mão de obra familiar e com pouca capacidade de investimento; b) intensivos, com animais de elevado mérito genético e utilização de alimentação concentrada e pastagens cultivadas; e c) mistos, que, na sua maioria, integram cultivos forrageiros em todo o ano e de grãos, especialmente no verão (SILVA et al., 2010). A atividade leiteira vem se destacando nas unidades de produção agropecuária (UPAS) da região noroeste, pois representa uma forma mais estável e segura de renda agrícola mensal para os produtores. As unidades de produção rurais de até 50 ha são responsáveis por cerca de 60% da produção de leite do estado do RS. Essa produção, em sua maioria, é desenvolvida a pasto, a qual é considerada a forma mais sustentável e econômica de produção, garantindo menores custos, o que resulta ao produtor uma maior margem de lucro (SILVA et al, 2011). As forrageiras constituem a fonte de alimento mais importante para produção leiteira, podendo determinar a sobrevivência de muito produtores na atividade. Nos próximos anos, também se prevê um aumento da demanda de leite para sustentar as agroindústrias de lacticínios, que se constitui em um mercado com expectativa de crescimento. De acordo com o Sebrae agronegócio (2007), o mercado internacional do setor lacticínios aponta boas perspectivas de comercialização dos produtos lácteos brasileiros, com expectativa que até 2020, o Brasil seja o 5º maior exportador de produtos lácteos. 1.1.1 Importância da utilização das pastagens para a produção animal A pastagem é a principal fonte para alimentação dos ruminantes nos diferentes sistemas de produção no Brasil. Devido a fatores econômicos, diversidade climática e de 18 espécies e, também, pela produtividade e qualidade dos pastos encontradas nas diferentes regiões do país. A região Sul do Brasil está situada em uma latitude privilegiada, permitindo a utilização, tanto de espécies forrageiras tropicais e subtropicais, bem como temperadas, o que facilita a adoção de sistemas de produção animal em pastagens, durante o ano inteiro (MORAES, 1991). Os agricultores que utilizam na produção leiteira, o pasto como base da alimentação dos animais, deve em decorrência das variações climáticas que ocorrem nas estações do ano, adotar estratégias para combate à escassez de produção de forragem durante as fases de vazio forrageiro (SILVA et al., 2011). São períodos de transição primavera-verão e outono-inverno, quando as forrageiras de uma estação estão encerrando seu desenvolvimento e as seguintes ainda não estão aptas ao pastejo, consiste nos períodos críticos para a alimentação animal. A ausência de forragem nesse período alimentar ocasiona redução na produção leiteira e da renda do produtor. Por isso, é comum a utilização de suplementação com silagem, feno ou concentrados nesses períodos para diminuir os prejuízos junto ao produtor (ROCHA et al., 2003). A produção leiteira a pasto resulta menor impacto sobre o meio ambiente do que os outros sistemas de produção, principalmente o confinado. A pastagem exerce um importante papel no sequestro de carbono, contribuindo para minimizar o efeito estufa. O desempenho animal em pastagens depende da escolha de espécies forrageiras de melhor qualidade e produtividade, adequadas às condições de cultivo e utilizadas sob critérios de manejo que possibilitem sua sustentabilidade produtiva (MAIXNER et al., 2006). O manejo da pastagem é importante para os sistemas de produção, pois elas devem proporcionar grande porcentagem de folhas, já que essas são preferidas pelos animais. As condições de temperatura podem prejudicar o pastejo dos animais, que preferem temperaturas mais amenas, segundo Cecato et al., (2010). O valor nutritivo varia entre espécies em função do estádio de crescimento da planta, seu manejo de pastejo e adubação (FONTANELI et al., 2009). O manejo tem enorme efeito sobre o rendimento forrageiro, o qual é ainda afetado pelo clima (luz, temperatura, umidade relativa, umidade do solo), e pelo solo (propriedades físicas e químicas). O bom manejo consiste na tomada de decisão técnicas capazes de manter o equilíbrio entre dois ou mais fatores conflitantes de produção: a exigência do animal sob pastejo e a exigência fisiológica da planta forrageira para alcançar e manter elevada produtividade (OLIVEIRA; FARIA, 2006). 19 O critério para definição do manejo do pastejo deve ser baseado nas decisões de planejamento que influenciam os equilíbrios globais e estacionais entre produção de forragem e demanda. Neste contexto, o objetivo do manejo é promover o controle dos recursos vegetais e animais, com a finalidade de atingir altas eficiências globais no sistema de produção. A manutenção da condição da estrutura do pasto é portanto, muito mais importante para o sucesso da exploração, do que o método de pastejo utilizado (GOMIDE, 1997). O manejo da pastagem deve ser compatível à taxa de lotação é a capacidade de suporte, definida pela pressão ótima de pastejo. Quando se tem alta disponibilidade de forragem, sem um manejo adequado, isso resulta num acúmulo de material morto e reduz produção de folhas, o que diminui a qualidade da forragem ofertada aos animais (Oliveira, 2006). 1.1.1.1 Espécie forrageira perene tropical – Tifton 85 As gramíneas perenes estivais, como das espécies do gênero Cynodon, são bastante utilizadas na produção leiteira devido suportar altas cargas animais e permitir longo período de utilização (ROCHA et. al., 2007). O Tifton 85 (Cynodon dactylon (L.) é uma gramínea perene muito utilizada pelos produtores rurais em unidades de produção leiteira da região noroeste do estado do RS. Segundo Santos (2006), é uma das forrageiras que constituem a base da dieta do rebanho bovino brasileiro em virtude do seu baixo custo de produção, alto potencial produtivo e adaptabilidade. Espécies do gênero Cynodon têm sido utilizadas em programas de melhoramento genético, principalmente na Universidade da Geórgia (EUA), localizada em Tifton. Por isso, muitas variedades resultantes desses trabalhos, a partir de gramas bermuda (Cynodon dactylon (L.) Pers.), foram denominadas de “Tifton” com o acréscimo de um número, que indica a procedência genética do material A cultivar Tifton 85 foi desenvolvida na Universidade da Geórgia, essa forrageira é um híbrido F1 entre a introdução Sul-Africana (P1290884) e Tifton 68, sendo considerado o melhor híbrido obtido no programa de melhoramento daquela Universidade. Trata-se de gramíneas tropicais, perenes, com ótimo potencial forrageiro, e que têm sido bastante utilizadas por produtores no noroeste do RS (SILVA et al., 2011). Devido seu hábito de crescimento estolonífero e rizomatoso, tem uma maior resistência ao pisoteio animal e proteção do solo contra erosão e um maior acúmulo de matéria orgânica ao sistema forrageiro, entre seus aspectos negativos estariam à propagação 20 vegetativa, estabelecimento lento, e susceptibilidade à cigarrinha das pastagens (GOMIDE, et.al, 2007). A perenidade e a estabilidade da pastagem dependem de práticas de manejo adequadas à oferta de forragem disponível e a capacidade de suporte da pastagem. Taxas de lotação muito acima ou muito abaixo da capacidade de suporte resultam em subestimativas do desempenho animal e da produção animal por área (GOMIDE; GOMIDE, 2001). A gramínea apresenta seu maior desenvolvimento no sul do Brasil durante a primaveraverão; durante o outono-inverno apresenta pouca produção de folha e de baixa qualidade, isso ocasiona sua estabilidade produtiva, devido, as condições climáticas como geada e baixas temperaturas. Entretanto, quando utilizada em solos de baixos níveis de fertilidade e em períodos de escassez de água, a sua produção de matéria seca e valor nutritivo podem ser reduzidos. 1.1.1.2 Espécies forrageiras hibernais anuais com potencial de uso em sobressemeadura sob Tifton 85 A sobressemeadura de espécies anuais sobre pastagens perenes de estação quente consiste em uma alternativa de ajuste no fornecimento de forragem, pois permite a ocupação das áreas durante todo o ano, tornando mais eficiente à utilização de pastagens (ROCHA, et al., 2007). A pastagem perene de Tifton 85 tem sua produção estacionada durante o outonoinverno, com um acúmulo de massa insignificante. Essa área compete com áreas ocupadas com culturas anuais de verão como soja, milho e outras forrageiras. Muito importante sua utilização durante o período hibernal para aumentar sua contribuição e importância nos sistemas de produção. A sobressemeadura é uma técnica de estabelecer culturas anuais em pastagens formadas com espécies perenes sem destruir a vegetação existente, isso contribui na redução da competição por área em unidades de produção rurais que desenvolvem produção leiteira, permitindo uma maior produção de forragem é um melhor aproveitamento dessa área (BERGOLI et al., 2011) e também segundo Furlan (2005), as espécies sobressemeadas aumentam o potencial forrageiro, qualidade da forragem e estendem o período de oferta de matéria seca aos animais. As espécies mais utilizadas em sobressemeadura são as gramíneas no caso azevém, devido sua capacidade de ressemeadura natural, pela resistência a doenças, pelo bom potencial de produção de sementes e pela possibilidade de associação a outras espécies e a 21 aveia preta que possui ciclo mais curto e uma produção de forragem mais precoce (0ST, 2010). As leguminosas estão sendo implantadas nos sistemas forrageiros como uma alternativa de incorporar nitrogênio ao solo via fixação biológica e melhorar qualidade e o teor de proteína da forragem produzida. Os produtores rurais do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul estão apostando na sobressemeadura de espécies anuais hibernais sobre pastagem perene de Tifton 85, como uma opção a ser considerado para aumentar a produção e sua distribuição estacional e, principalmente, o valor nutritivo da forragem durante a estação fria do ano. Fonseca (2010) coloca a necessidade de realização de experimentos para identificar os métodos de manejo para permitir a perenidade da consorciação após o início do pastejo, principalmente para as leguminosas (FONSECA 2010). A aveia preta (Avena strigosa Schreb) é uma das gramíneas mais utilizadas em pastagens de inverno. Pode ser cultivada de forma isolada ou consorciada com outras forrageiras de clima temperado, devido a sua alta produção de matéria seca e qualidade da forragem, resistência ao pisoteio e baixo custo de produção. A aveia preta destaca-se pela sua resistência à ferrugem e por produção de forragem de alta qualidade. A sobressemeadura de aveia é apropriada para áreas formadas com capim de clima tropical ou subtropical neste caso o Tifton 85, determinando maior aproveitamento da área, numa época em que se tem a limitação de crescimento do pasto tropical. A sobressemeadura provoca aumento substancial na quantidade e na qualidade da forragem, podendo alterar a distribuição da produção durante o ano, com a redução da necessidade de alimentação suplementar nesse período (MORAES; LUSTOSA, 1999; REIS et al., 1993). O uso de leguminosas representa uma estratégia para a inclusão de nitrogênio via fixação biológica nos sistemas pastoris (BERGOLI et al., 2011). As leguminosas são cultivadas preferencialmente em consórcios com gramíneas anuais de inverno trazendo benefícios de incremento de nitrogênio à pastagem potencializando sua produção durante o verão. Representa uma forma mais econômica de introdução de adubação nitrogenada para unidades de produção agrícola. A ervilhaca (Vicea sativa L) é uma leguminosa que proporciona uma eficiente cobertura protetora e melhoradora dos solos agrícolas, pode ser usada como forrageira ou cobertura verde. A maximização da ervilhaca é obtida quando se utiliza a consorciação de espécies, devido seu hábito de crescimento prostrado (decumbente), consegue um melhor desenvolvimento, em consorciação com uma gramínea ou outra leguminosa, onde a qualidade 22 bromatológica da pastagem será prolongada, havendo consequentemente maior possibilidade de ganho produtivo do rebanho (FONTANELI et.al, 2009). O trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum cv.) é uma leguminosa com hábito de crescimento cespitoso. Alta capacidade de ressemeadura natural, assegurando a perenidade da pastagem. Planta glabra, com hastes eretas frequentemente roxas, folíolos elípticos com bordos serrilhados, podendo apresentar uma grande mancha branca em forma de “V”, sendo utilizado em consorciação com outras leguminosas e gramíneas hibernais, o que resulta num elevado ganho de peso médio diário por animal e por ha. Tifton 85 Cynodon dactylon x C. nlemfuensis Gramínea perene tropical; Possui alto potencial forrageiro; Estacionalidade de produção devido às baixas temperaturas; Elevada produção de massa seca; Aveia preta (Avena strigosa): gramíneas com alto potencial forrageiro e precocidade Sobressemeadura de espécies forrageiras hibernais . Ervilhaca (Vicia sativa): leguminosa anual precoce, de alta produtividade . Trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum): leguminosa anual tardia, de grande produtividade e qualidade. Figura 1 Característica das espécies forrageiras sobressemeadas sob Tfton 85 O trevo vesiculoso apresenta um estabelecimento lento e a produtividade no primeiro ano de cultivo é tardia, atingindo seu máximo de setembro a dezembro. No segundo ano em diante sua produção é antecipada, no outono já se tem elevados rendimentos, graças à capacidade de ressemeadura natural. É uma espécie de porte elevado que produz bem em clima frio, prefere solos leves, permeáveis e de boa profundidade, não aceitando solos muito 23 úmidos. Apresenta boa resistência ao pisoteio animal e raramente produz timpanismo (FONTANELI et al, 2009). Segundo Rocha et al. (2002) um dos principais problemas de produtividade em pastagens com gramíneas é a falta de adubação nitrogenada. A adubação eleva a produtividade da pastagem é aumenta o teor de proteína bruta o que melhora a qualidade de forragem ofertada aos animais. 1.2 QUALIDADE DO SOLO EM ÁREA DE PASTAGEM DE LONGA DURAÇÃO 1.2.1 Propriedades Diagnósticas de Qualidade do solo Os indicadores de Qualidade do solo estão relacionados com a capacidade de uso e facilidade de manejo dos solos, e podem ser definidos como pré-requisitos da sua fertilidade. Suas propriedades são de natureza física, química e biológica (LAL, 2005). As propriedades físicas do solo são principalmente controladas pela abundância relativa dos diferentes tamanhos de partículas, que podem se distribuir em dois grupos: a) Propriedades primarias: textura, estrutura, cor, consistência, densidade e temperatura; e b) Propriedades derivadas ou secundárias: agregação, porosidade, aeração, capacidade de retenção de água, compactação e profundidade efetiva. As propriedades químicas indicam os teores de componentes orgânicos e inorgânicos do solo e sua influência na produtividade agrícola: Os indicadores químicos mais importantes são o pH, o teor de matéria orgânica, e a capacidade de troca (BARRIOS, et al. 2011). Os solos são corpos naturais com características próprias a partir de seu processo de formação, os quais estão relacionados com fatores ambientais como morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos. Por isso, existe uma grande variedade de tipos de solos, que possuem diferentes profundidades, cores, estrutura, textura, consistência, teores de nutrientes, acidez e matéria orgânica. O solo é formado por uma fase sólida (minerais e material orgânico) e por uma fase porosa. A proporção varia de um solo para outro, e mesmo dentro de um mesmo solo, de horizonte para horizonte. A ação antrópica provoca modificações nas características físicas do solo, em relação sua condição natural. Na maioria das vezes, há degradação da qualidade do solo, cujos principais atributos indicadores são a agregação e a compactação (REICHERT et al., 2003). Solos argilosos por serem mais bem estruturados que os arenosos, são mais resistente à degradação e mais suscetíveis a compactação. 24 O intenso tráfego de máquinas agrícolas pesadas e o pisoteio animal, especialmente em condições inadequadas de umidade do solo causa o aumento da compactação do solo (REICHERT et al., 2003), que se refere a compressão do solo não saturado, durante a qual existe um aumento de sua densidade em consequência da redução de seu volume resultante da expulsão de ar dos poros do solo. A textura do solo influencia o processo de compactação, pois modifica várias propriedades do solo como a relação do tamanho dos poros, retenção de água, densidade do solo e resistência crítica do solo à penetração (ALBUQUERQUE, 2001). A resistência do solo à penetração de raízes diminui com o aumento do teor de argila, portanto solos, mais argilosos como é o caso do Latossolo Vermelho, tem maior restrições à penetração que solos arenosos. 1.2.1.1 Propriedades químicas do solo As propriedades químicas do solo pH, Matéria Orgânica (MO) e Capacidade de Troca de Cátions (CTC), são os atributos mais importantes para interpretação de uma análise de solo, para demonstrar a necessidade da correção e adubação da área. 1.2.1.1.1 pH O pH tem uma influência direta nas características físicas, químicas (p.ex. disponibilidade de nutrientes) e biológicas (p.ex. atividade microbiana) que influenciam o crescimento). 1.2.1.1.2 Matéria orgânica A matéria orgânica é uma mistura que contém raízes mortas, resíduos de plantas e organismos do solo em diversos níveis de decomposição. Ela tem grande impacto nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. 1.2.1.1.3 Capacidade de Troca Catiônica (CTC) Uma das propriedades do húmus, como parte da matéria orgânica, e dos minerais argilosos (coloides) é sua carga negativa o que permite segurar „magneticamente‟ os elementos nutricionais com carga positiva (p.ex. cátions como K+, Ca++) na sua superfície. Isso é importante para reduzir as perdas de nutrientes por lixiviação. Esses nutrientes podem ser trocados com aqueles dissolvidos na solução do solo que envolve os diversos coloides. 25 1.2.1.2 Propriedades físicas do solo 1.2.1.2.1 Densidade do solo e de partícula A densidade do solo é um parâmetro que serve como índice de compactação do solo e é muito utilizada nas avaliações do estado estrutural dos solos (SCAPINI et al., 1998). Representa a relação entre massa do solo seco e o seu volume sendo expresso normalmente em g cm-3. A quantificação da densidade do solo é feita conforme Embrapa (1997). Consiste na utilização de cilindros metálicos (anéis) de volume conhecido, os quais são inseridos no solo com auxílio de um martelo pedológico. Posteriormente, a retirada das amostras de solo, que pode ser feita com equipamentos variados, retira-se com faca ou estilete possíveis sobras de solo ao redor do cilindro, permitindo com que o volume do cilindro seja o mesmo do solo. Finalmente, o solo é seco em estufa a 105ºC por aproximadamente 48 horas. É um parâmetro físico que reflete na distribuição das partículas de solo e define características do sistema poroso. Varia com a profundidade no perfil, com a textura, a natureza, o tamanho e a forma das partículas e com fatores externos e ambientais. Importante ressaltar que o solo possui uma variabilidade natural, sendo conveniente tomar de repetições, ou seja, mais de uma medida (AZEVEDO, 2004). Os limites críticos para o desenvolvimento radicular variam conforme os tipos de solo e plantas segundo Rubin (1998). Valores críticos de densidade do solo foram propostos por Michelon (2005), que agrupou os solos em sete faixas de teor de argila assim descritas: 0 - 20, 20 - 30, 30 - 40, 40 - 50, 50 - 60, 60 - 70 e superior a70%, com os valores seguintes, 1,60, 1,55, 1,50, 1,45, 1,40, 1,35 e 1,30 g cm-3, respectivamente. Segundo Reichert et al. (2003) a densidade do solo crítica para algumas classes texturais: 1,30 a 1,40 Mg m-3 para solos argilosos, 1,40 a 1,50 Mg m-3 para os franco-argilosos e de 1,70 a 1,80 Mg m-3 para os francoarenosos. Reinert (1998) e Reichert (2007) verificaram que solo com uma textura argilosa com mais de 55% de argila a densidade do solo crítica é 1.45 g cm-3, para desenvolvimento radicular de espécies cultivadas nessa área. A densidade de partícula (Dp), expressa a relação entre a massa e o volume que ocupam as partículas do solo, abstraindo o volume de poros. A densidade de partícula refere se ao volume de sólidos de uma amostra de terra, sem considerar a porosidade (KIEHL,1979). Os resultados da densidade de partícula são, geralmente, expressos em gramas por centímetro cúbico, e variam, em média, entre os limites de 2,3 a 2,9 g cm-3, tendo como valor médio de 2,65 g cm-3 (KIEHL, 1979). A densidade de partículas não difere grandemente entre 26 os solos, pois é dependente da constituição mineralógica dos mesmos (quartzo, feldspatos e argilas silicatadas) estão próximas destes valores. O método mais simples para medir a densidade de partícula é o do balão volumétrico, descrito pelo Embrapa (1997). 1.2.1.2.2 Porosidade do Solo Entre as partículas do solo existem espaços porosos oriundos das partículas do solo, que podem armazenar água e ar, necessários para o crescimento e desenvolvimento do sistema radicular das plantas, dos microrganismos e animais do solo. O volume total de poros é denominado de porosidade total, que pode ser dividida em microporosidade e macroporosidade (FIORIN, 2008). O ar e a água se movimentam no solo através dos macroporos. Enquanto que, nos microporos, o movimento do ar é dificultado, e o da água fica restrito principalmente a capilaridade (HILLEL, 1980). Os microporos são importantes para a retenção e armazenamento da água pelo solo, ao passo que os macroporos são responsáveis pela infiltração, rápida redistribuição e aeração do solo. Os solos arenosos (textura grossa), pela predominância de macroporos apresentam reduzida porosidade total, o que acelera o movimento do ar e da água que são rapidamente infiltradas pelo solo. Já nos solos argilosos (textura fina), apesar de apresentarem grande espaço poroso, o movimento dos gases e da água é relativamente lento, devido à presença predominante de microporos (FIORIN, 2008). Sendo que: Porosidade Total (PT)= (1- (densidade do solo(Ds)/densidade de partícula(Dp))) X 100. 1.2.1.2.3 Aeração Essa propriedade é determinada pela quantidade de macroporos (>0,05 mm) no espaço poroso, facilitando o movimento de gases usados ou liberados pelas raízes das plantas e pelas atividades dos organismos do solo. O espaço aéreo do solo (EA) corresponde ao volume ocupado pelo ar do solo em relação ao volume de poros. Quando o solo estiver seco, o espaço aéreo é igual à porosidade total, sendo que quando o mesmo se encontrar saturado com água o espaço aéreo será nulo (AZEVEDO, 2004). Na distribuição do espaço poroso do solo é fundamental existir certa proporção de ar que deve ser no mínimo de 10% (KLEIN, 2008), para evitar deficiência na aeração do sistema radicular das plantas. Sendo que: EA= Porosidade total (PT) – Umidade volumétrica (Uv) 27 1.2.1.2.4 Umidade do solo A água é um dos fatores fundamentais para a produtividade dos ecossistemas terrestres, a sua falta ou seu excesso afeta o crescimento das plantas. A fase líquida tem uma relação muito estreita com o espaço aéreo do solo, pois representa os 50% restantes do volume do solo que é constituído de macro e de microporos. A sua disponibilidade no solo depende dos fatores climáticos, textura, estrutura e da porosidade do solo. Esses fatores influenciam na quantidade de água armazenada, na sua taxa de infiltração e na velocidade com que a água se movimenta no interior do solo. A água chega ao solo através das chuvas ou meios de irrigação, parte dessa água infiltra outra escorre. A parte que infiltra é armazenada pelos microporos, o excesso, geralmente nos macroporos, continuando infiltrando para o lençol freático. A velocidade da taxa de infiltração depende da porosidade, a redução da porosidade do solo (acompanhada do aumento da densidade do solo), diminui a taxa de infiltração. De acordo com Azevedo (2004), a umidade do solo pode variar bastante, mesmo ao longo do dia. 1.2.1.2.4.1 Umidade gravimétrica A umidade gravimétrica é a relação massa de água contida em uma determinada massa de solo. Para sua determinação, o solo deve ser seco de modo que ocorra a perda de toda a água contida em seu interior. Sendo que: Ug(%)= ((Massa solo úmido – Massa de solo seco)/ Massa de solo seco)) X 100. 1.2.1.2.4.2 Umidade volumétrica A umidade volumétrica pode ser definida como o volume de água contida por unidade de volume de solo. Sendo que: Umidade Volumétrica (Uv%) = Umidade gravimétrica (UG%) X Densidade do Solo (Ds). 1.2.1.2.4.2 Resistência do Solo à Penetração de raízes A resistência à penetração de raízes é um dos atributos físicos do solo, que influencia o crescimento de raízes e serve como base à avaliação dos efeitos dos sistemas de manejo do solo sobre o ambiente radicular. Além dessa avaliação é recomendável realizar outras determinações complementares, referentes ao tipo de solo, teor de água e densidade do solo, pois podem ser indicativos da confiabilidade dos resultados (CUNHA, et al, 2002). A diminuição do teor de água aumenta a resistência do solo à penetração, fazendo com que as raízes em expansão experimentem um impedimento mecânico cada vez maior (Collares et al, 2008). Com isso o sistema radicular das plantas reduz a sua capacidade de 28 absorção de água e dos nutrientes, principalmente àqueles que são pouco móveis no solo, como o fósforo. A umidade do solo é fator determinante para desenvolvimento de plantas em solo compactado prejudicadas pela resistência à penetração, desde que a umidade do solo seja mantida num teor acima do qual a resistência dificultaria o crescimento de raízes, por isso, pode ser um indicativo da velocidade com que as plantas estariam sujeitas a estresse hídricos e mecânicos (GUBIANI, 2008). Um solo que apresenta uma resistência do solo à penetração, acima de 2 MPa, já apresenta problemas que afetam o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea das plantas (Letey, 1985). Valores de Resistência a Penetração de 2,5 MPa são restritivos ao bom desenvolvimento das plantas sendo considerado como críticos (Camargo &Alleoni, 1997). Segundo Martino; Shaykewich (1994) trabalhos demonstraram que a máxima pressão que as raízes podem exercer é de 0,7 a 1,3 MPa na direção axial e 0,4 a 0,6 MPa na direção radial. 1.2.1.3. Propriedades Biológicas Estão relacionadas com a abundância (números de indivíduos), diversidade e atividade de organismos que habitam o solo. Os organismos do solo como (minhocas, cupins, bactérias, formigas, fungos, etc.) têm um papel muito importante na decomposição da matéria orgânica, porque eles fragmentam, ingerem e excretam esses materiais e influenciam as suas características físicas e químicas. As propriedades biológicas são diretamente ou indiretamente afetadas por outras propriedades do solo, como temperatura, umidade, pH, teor de matéria orgânica e disponibilidade de nutrientes. A atividade é mais intensa em condições de alta temperatura e umidade (BARRIOS, et al, 2011) 1.3 COMPACTAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PASTAGEM A produtividade de uma pastagem pode ser afetada devido ao manejo inadequado da fertilidade do solo, das espécies forrageiras exploradas e da taxa de lotação animal, que pode comprometer a qualidade física da pastagem (Fidalski et al.,2008). O solo pode promover limitações ao desenvolvimento radicular devido seu grau de fertilidade, água e oxigênio, existência de alumínio e manganês em níveis tóxicos. Portanto atributos físicos do solo favorecem o crescimento radicular e proporcionam elevadas produtividades (IMHOFF, 2000). 29 O preparo do solo e o pisoteio animal influenciam as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, podendo afetar o sistema radicular e a produção das culturas. A compactação do solo é um processo que ocasiona a redução da densidade e a macroporosidade do solo, aumenta a resistência à penetração radicular em condições de baixa umidade, e em condições de excesso de umidade reduz sua oxigenação (FERREIRA et al., 2010). Segundo Reichert (2007) um solo compactado apresenta maior resistência e menor porosidade, em consequência aumenta o número de macroporos. Com isso, o conteúdo volumétrico dos macroporos de água e a capacidade de campo são aumentados, enquanto a aeração, a taxa de infiltração de água e a condutividade hidráulica do solo saturado são reduzidas. Consequentemente, o escoamento superficial de água pode aumentar e o crescimento das plantas ser reduzido em virtude da diminuição da disponibilidade de água, restrição ao crescimento das raízes e aeração deficiente. A compactação do solo provocada pelo pisoteio animal é influenciada pela textura do solo, sistema de manejo, altura de manejo da pastagem, quantidade de resíduo vegetal sobre o solo e umidade do solo no momento da entrada dos animais, portanto as camadas mais superficiais estão mais expostas à compactação do solo (LANZANOVA, et al., 2007). Em área de pastagem os pontos mais compactados (correspondentes às marcas dos cascos dos bovinos) são distribuídos desuniformemente no solo, pelo fato de os animais não permanecerem estáticos na área. Portanto, espera-se que, com os sucessivos ciclos de pastejo, os animais pisoteiem toda área pastejada, levando à maior compactação e uniformidade das condições físicas do solo. O impacto provocado pelo pisoteio bovino sobre o solo e seus reflexos relacionados com alguns atributos físicos do solo se atribui ao fato de seu peso ser distribuído em uma menor área atingida pelo seu casco (TORRES et al., 2012). Sousa et al., (1998) observaram que a pressão exercida pelo casco bovino chega a ser 106,5% maior que a exercida pelos pneus de um trator. No entanto, o efeito do pisoteio bovino sobre os atributos físicos, são mais observados nas camadas mais superficiais do solo (TORRES et al., 2012). O acúmulo de matéria orgânica está diretamente relacionada com o sistema de manejo adotado. A qualidade do solo depende do acúmulo de MOS e ativação de vários processos no solo, manifestam-se diversas "propriedades emergentes", como a maior resistência à erosão, maior taxa de infiltração e retenção de água no solo, aumentos na capacidade de retenção de cátions, no estoque de nutrientes, na adsorção e complexação de compostos, na ciclagem de elementos químicos, e no sequestro de carbono atmosférico, na atividade e diversidade 30 biológica do solo e na resistência a perturbações (VEZZANI, 2001; MIELNICZUK et al., 2003). O grau de compactação irá depender de vários fatores, dentre eles aspectos de como está ocorrendo a compactação, tipo de máquinas, tipo de planta, formas de manejo desse solo, taxa de lotação com animais, umidade do solo ou condições climáticas para a realização do manejo e o tipo de solo. 1.4 SERVIÇOS DO ECOSSISTEMA GERADOS PELO SOLO O solo tem várias funções para ecossistema como: a) Serviço de Provisão – de conservar nutrientes, energia solar, CO2 e água em produtos vegetais durante o processo da fotossíntese que é responsável pela produção de alimentos, madeira, fibras e biocombustíveis; b) Serviços de Regulação – de regular funções do ecossistema que se transformem em benefícios para sociedade. Como o fluxo hídrico, velocidade de infiltração e a capacidade de retenção no solo; na regulação da emissão de gases do efeito estufa, na filtragem de produtos tóxicos e não tóxicos enquanto percolam pelo solo, e também no controle biológico de pragas e doenças, durante seu ciclo de vida no solo; c) Serviços Culturais – inclui seu valor educacional para a sociedade, serve para o ecoturismo e recreação, como fonte de expiração para beleza cênica, além da importância espiritual e religiosa para algumas culturas; d) Serviços de Suporte – são serviços necessários para qualquer um dos outro serviço. Geralmente tem impactos indiretos e ocorrem durante um longo período de tempo. A produção de alimentos aumento cerca de 170% e a de madeira 60%, esses serviços de provisão tem contribuído para o bem estar da economia da sociedade, mas gera impactos na degradação dos solos. A qualidade do solo pode ser definida pela sua capacidade de continuar gerando diferentes serviços de ecossistema (BARRIOS, et al, 2011). 31 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E O DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg/UNIJUÍ), localizado no município de Augusto Pestana/RS, vinculado ao Programa Rede Leite (SILVA et al., 2010), com apoio financeiro do CNPq/MDA no período de 2010 a 2012. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico (LVdf) (EMBRAPA, 2006), pertencente à unidade de mapeamento Santo Ângelo, e o clima da região é subtropical úmido (Cfa) segundo a classificação de Köppen. O experimento foi implantado no período hibernal de julho de 2010, disposto na forma de blocos ao acaso, com três repetições. Disposto de fatorial simples 2x3, sendo duas modalidades de pastejo: Com pastejo (12x30m) e sem pastejo (12x6m), e três consórcios aveia preta(AV); aveia preta + ervilhaca (AVER) e aveia preta + trevo vesiculoso (AVTR), durante o período de inverno - primavera, conforme o croqui da área experimental será apresentado na figura 2. BLOCO 3 BLOCO 2 BLOCO 1 6m exclusão Aveia Preta + Trevo Aveia Vesiculoso Preta 12m Aveia Aveia Preta Preta Aveia Aveia Aveia Aveia + + Preta + Preta + Preta + Preta Trevo Trevo Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Vesicu Vesicu loso loso Aveia Preta corredor principal 30 m 12m corredor Figura 2. Croqui da área experimental período outono-inverno IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013. Em novembro de 2010 foram realizadas amostras químicas do solo com abertura de trincheiras na profundidade de 0,0 a 0,10 m, nas duas modalidades: com pastejo e sem 32 pastejo, realizando duas amostragens por parcela, os valores encontrados serão dispostos no apêndice E, os quais caracterizam os atributos químicos do solo inicial. 2.2 SOBRESSEMEADURA EM ÁREA DE TIFTON 85. Na área experimental anterior a realização da sobressemeadura das espécies forrageiras anuais, no dia 04/07/2011 foram coletadas duas amostras por parcela, para determinar a massa residual de Tifton 85, em kg ha-1 de matéria seca e a estatura média do dossel forrageiro. A massa residual média foi de 2.576 kg ha-¹ de matéria seca total e a estatura média de 10,3 cm. A sobressemeadura foi realizada no dia 05/07/2011, após incidência de geada em linhas distantes 20 cm para a poaceae e a lanço para as fabaceae, representada na figura 3. Os tratamentos constituíram das espécies/consórcios hibernais e respectivas densidades de semeadura (kg ha-1 de sementes puras e viáveis - SPV) como seguem: aveia preta (Avena strigosa), 27 kg ha-1; aveia preta+ervilhaca (Vicia sativa), 27+43 kg ha-1; e aveia preta+trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum), 27+3 kg ha-1, descontado o teor de sementes duras. No momento da sobressemeadura não foi realizada adubação química na área, apenas nos dias 25 e 26 /10/11 foi realizada uma adubação orgânica, com esterco suíno na quantidade de 4 tanques (2500 litros/tanque), na área experimental. A avaliação de estabelecimento das espécies ocorreu 67 dias após a semeadura (12/09/2011) e foram avaliados os percentuais de cobertura do solo e a estatura das espécies sobressemeadas. A cobertura do solo foi determinada através de estimativas visuais entre 0% (solo descoberto) e 100% (cobertura total do solo), sendo avaliadas as espécies sobressemeadas, a massa residual de Tifton 85 e as espécies invasoras. Foram medidas as estaturas médias (cm) da aveia preta, das leguminosas consorciadas, do azevém (Lolium multiflorum), forrageira espontânea na área utilizada, e das invasoras, caso houvesse. Nas figuras 4 e 5 está representado os procedimentos desenvolvidos durante avaliação do estabelecimento das espécies forrageiras anuais na área experimental, durante o período de 2011/2012. 33 Figura 3. Sobressemeadura á lanço das fabaceae área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011. Figura 4 Medição da estatura de plantas das espécies forrageiras hibernais na área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011. 34 Figura 5 Avaliação da cobertura do solo das espécies forrageiras sobressemeadas na área experimental IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2011. 2.3 MANEJOS DOS ANIMAIS SOBRE A PASTAGEM O critério de manejo no período inverno-primavera para a entrada animais na área experimental foi determinada pela altura de plantas, realizado quando a aveia preta atingia 25 a 30 cm. As unidades experimentais foram manejadas sob pastejo de bovinos leiteiros, com carga animal em média de 6 a 8 animais por parcela (12x30m) em períodos de ocupação de 1 a 3 dias. Os animais permaneciam na área até rebaixar o resíduo a 10 a 15 cm, depois retornavam para pastejo como foi descrito acima. Na tabela 1 estão apresentados os ciclos de pastejo e os intervalos de ocupação entre um pastejo e outro. Tabela 1. Ciclos de pastejo no período inverno-primavera de 2011em área pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies hibernais IRDeR/DEAg/UNIJUÍ. 3 Pastejos Sobressemeadura 1º 2º 3º Data de Pastejo Intervalo entre Pastejo (dias) 5/7/2011 Outono - Inverno 12/9/2011 67 17/10/2011 35 8/11/2011 20 2.4 DETERMINAÇÕES E AVALIAÇÕES DE PARÂMETROS DE DESEMPENHO FORRAGEIRO. As coletas de forragem foram realizadas em função do manejo de entrada descrito no item 2.3, onde eram dispostas gaiolas em pontos representativos das parcelas experimentais, 35 para posterior entrada dos animais. Eles permaneciam na área até que ocorresse o rebaixamento da forragem a níveis descritos, sempre era disposta água em abundância para os animais durante o período de pastejo. As coletas de forragem foram realizadas a partir da massa disponível para o pastejo dos animais e da massa residual que ficava na área após o pastejo. Foi utilizado um quadro de 0,25 m², em três pontos por unidade experimental, sendo realizada a medição da altura do dossel forrageiro e da massa residual. A massa de forragem coletada era pesada, e posteriormente realizada uma subamostra a qual era submetida à separação manual dos componentes estruturais lâminas foliares, colmo + bainha e material morto + senescente, para cada espécie forrageira presente (aveia preta, ervilhaca, trevo vesiculoso, azevém e tifton 85). Após era levada para estufa de ar forçado (50°C), onde permanecia até peso constante, posteriormente era pesada. O teor de matéria seca total do material foi utilizado para o cálculo de massa total de matéria seca (kg ha-1 de MSTotal), em cada corte, e as proporções das espécies e seus componentes para a massa de matéria seca de lâminas foliares (kg ha-1 de MSLF). As variáveis estudadas foram: MSTotal = produção de matéria seca total MSTcons = produção de matéria seca do consórcio MSThib = produção de matéria seca das hibernais MSLFcon = produção de matéria seca de lâmina foliar MSLFhib = produção de matéria seca lâmina foliar Os teores de matéria seca das amostras foram calculados pela fórmula: MS (%) = (PSA/PVA) *100 Onde: MS = teor de matéria seca (%); PVA = peso verde (g); e PSA = peso seco (g). Utilizando o peso verde de cada corte, calculou-se a porcentagem de matéria seca de cada consórcio (%MS), e através desta, a produção total de matéria seca por hectare (kg ha-1 de MS). A participação de cada espécie e das frações foliares na matéria seca total foi calculada. Aplicando-se suas proporções (oriundas das pesagens dos componentes secos) sobre a matéria seca total calculada. 36 2.5 DETERMINAÇÕES DOS PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO Para a determinação dos parâmetros físicos do solo foram coletadas amostras em quatro camadas de profundidades 0-0,05; 0,05-0,10; 0,10-0,15 e 0,15-0,20 m, durante os dias 26 e 27/02/2013 nas duas modalidades (com e sem pastejo), para determinação da umidade gravimétrica (Ug), densidade do solo (Ds) e densidade de partícula (Dp). Foi coletada uma amostra por parcela, estratificada em quatro profundidades, totalizando 72 amostras de solo. A partir destas determinações foi calculada a umidade volumétrica (Uv), porosidade total (PT), espaço aéreo (Ea). As coletadas de solo nas unidades experimentais foram realizadas conforme a numeração do croqui, sendo que as letras em maiúsculos representavam a profundidade amostrada: (A= 0,0-0,05m, B= 0,05 -0,10m, C= 0,10-0,15m, D= 0,15-0,20 m), que será representado na figura 6 e no apêndice B. Para determinação dos parâmetros físicos do solo foram coletadas amostras pelo método do anel volumétrico, que consiste em uma porção de solo com sua estrutura natural, obtida com auxílio de um anel metálico de bordos cortantes, o qual foi introduzido no solo, sob pressão, com auxílio de um “castelo”, sendo removido a seguir, cuidadosamente, para que o solo nele contido não sofresse deformações. Com uma faca eliminou-se o excesso de terra de ambas as faces do anel, será apresentado na figura 7. O cilindro metálico de diâmetro de 0,079 m e 0,040 m de altura, sendo realizadas três repetições por tratamento. Houve uma preocupação na padronização das coletas de amostra de solo, sendo coletadas na parte central da camada de profundidade em estudo. Todas as amostras foram acondicionadas em potes e transportadas ao laboratório de física do solo com a estrutura preservada. No laboratório, as amostras foram pesadas e levadas à estufa a 105 ºC /48 horas. A partir da massa de solo seco calcula-se a umidade gravimétrica Ug (%)= ((MSU-MSS)/MSS)*100). A densidade foi calculada dividindo a massa de solo seco pelo volume. A umidade volumétrica calcula-se multiplicando a Ug pela Ds. 37 Figura 6. Croqui da área experimental com numeração para o procedimento das amostras físicas do solo IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013. Figura 7 Procedimento para eliminar o excesso de terra de ambas as faces do anel, IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013. Para a determinação da densidade de partículas (Dp), as amostras foram trituradas no moinho e peneiradas, por uma peneira de malha de 2 mm. Com as amostras trituradas, foram pesados 20 g de solo seco e colocado no balão volumétrico de 50 ml. Com o auxílio de uma bureta o balão volumétrico foi preenchido até a metade e posteriormente agitado, a fim de favorecer a molhabilidade de todas as partículas do solo, seguido do preenchimento até o nível indicado. Com o volume de álcool gasto calcula-se a densidade de partícula. Em seguida foi calculado a porosidade do solo pela fórmula (PT=(1-(Ds/Dp))*100). Para calcular o 38 espaço aéreo, utilizou-se do resultado da porosidade total diminuindo da umidade gravimétrica expresso em porcentagem. Finalizando com o grau de saturação que expressa o volume de água em relação ao volume de poros, sendo determinado por (Gs (%)= ((Uv/PT)*100). 2.6 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO DE RAÍZES Para determinar a resistência do solo ao crescimento radicular foi realizado no dia 28/02/2013 utilizando o penetrômetro conforme figura 8 (marca comercial PenetroLOG), com cone do tipo 3 (7,94 mm de diâmetro), foi realizada uma amostra por parcela na área sem pastejo (12 x 6 m) e duas na área com pastejo (12 x 30 m) gerando medidas de pressão a cada milímetro perfurado, em uma profundidade total de 0,40 m. Para o estudo foram consideras as médias até a profundidade de 0,20m. Figura 8 Determinação da resistência do solo a penetração utilizando o penetrômetro, IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013. 2.6.1 Monitoramento da Umidade do Solo por ocasião da entrada dos animais para o pastejo A umidade do solo foi determinada no momento da saída dos animais a cada ciclo de pastejo, através do aparelho Falker – Hidrofarm modelo HMF2030, por meio de uma sonda de leitura que mede a impedância do solo em alta frequência, emitindo ondas eletromagnéticas e analisando a resposta do solo às mesmas, na profundidade de 0,0 - 0, 20 m em um ponto da unidade experimental, conforme figura 9. 39 Figura 9. Fonte Falker – Aparelho utilizado para mediação da umidade gravimétrica (%) do solo. As leituras foram realizadas na saída dos animais, para determinar a umidade gravimétrica do solo junto ao local onde foi realizada a coleta da forragem, esse local ficava protegido durante a entrada dos animais por gaiolas que evitam o pastejo da área utilizada para amostragem. Outro quesito diretamente relacionado com a temperatura do ar é o período em que o Tifton 85 paralisa o crescimento – as primeiras geadas – momento em que é feita a sobressemeadura das espécies forrageiras hibernais. 2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA A análise estatística foi realizada pelo programa genes para variáveis cobertura do solo, estatura de plantas, densidade do solo, umidade gravimétrica e volumétrica, espaço aéreo, densidade de partícula, porosidade total, produção de matéria seca e de lâmina foliar através de uma análise de variância, sendo um fatorial simples para detecção da presença ou ausência de interação entre os fatores. O teste de média foi realizado pelo teste de Tukey para variáveis de estabelecimento das espécies com 5% de probabilidades de erro. Para variáveis física do solo e de produção de matéria seca e de lâminas foliares, foi utilizado o Scott Knott com 5% de probabilidade de erro. 40 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ESTABELECIMENTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS DE TIFTON 85 E DE ESPÉCIES HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM PASTAGEM DE TIFTON 85 MANEJADA SOB PASTEJO. Na Tabela 2 são apresentadas as médias de estabelecimento (estatura de plantas e cobertura do solo) das espécies forrageiras hibernais sobressemeadas em Tifton 85. Pode-se verificar que o estabelecimento da aveia preta não foi afetado pela presença das leguminosas em consórcio, apresentando estatura média de 25,9 cm e aproximadamente 32,2% de cobertura do solo. A aveia preta + ervilhaca e aveia preta + trevo vesiculoso apresentou cobertura total das espécies hibernais de 75,8% e 66,7% respectivamente, não diferindo estatisticamente. A ervilhaca apresentou maior estatura (27,1 cm) e percentual de cobertura de solo (39%) quando comparada ao trevo vesiculoso (11,3 cm e 28,6%, respectivamente), demonstrando ser espécie de ciclo mais precoce. O azevém teve uma boa contribuição em cobertura do solo se igualando a aveia preta e apresentou uma estatura média de 23,6, se mostrando ser uma gramínea com alto potencial de ressemeadura natural e para variável cobertura do solo por Tifton 85. Nos três tratamentos não houve diferença significativa quanto ao porcentual de invasoras o tratamento de aveia preta apresentou 4,1%, superior aos tratamentos de aveia preta+ ervilhaca e aveia preta+ trevo vesiculoso, respectivamente (2,5% e 2,2%). Pode-se considerar esses valores baixos, o que ressalta a importância da cobertura do solo com espécies para diminuir e controlar a ocorrência de invasoras. Trabalhando com sobressemeadura de forrageiras de inverno sobre Tifton 85 em duas alturas de massa residual, Silva et al. (2009) encontraram valores inferiores de estatura de plantas para a aveia preta (26,3 cm), ervilhaca (14,4 cm) e trevo vesiculoso (8,8 cm), trabalhando com cultivo estreme de 5cm e com 15 cm de altura da massa residual da espécie tropical. Também, descreveram percentuais de cobertura do solo similares aos encontrados no presente estudo (aveia preta, 48%; ervilhaca, 65,7%; e trevo vesiculoso, 15,7%). No trabalho, porém, as avaliações ocorreram 70 dias após a semeadura, o que confere com as avaliações do presente trabalha que ocorreu 67 dias após o sobressemadura, sendo possível que os desempenhos quanto ao estabelecimento das pastagens, entre os experimentos, sejam semelhantes. Em 2010 primeiro ano de implantação do experimento, Londero et al. (2010) encontraram resultados de estatura média de aveia preta de 17 cm e cerca de 11% de cobertura do solo, para o consórcio de aveia preta + ervilhaca a cobertura de solo foi de 20%. 41 A ervilhaca apresentou maior estatura (11,6 cm) e melhor cobertura de solo (12,7%) quando comparada ao trevo vesiculoso (2,9 cm e 2,8%). Esses resultados podem considerados baixos em relação ao período de 2011, mas isso pode ser em decorrência da baixa qualidade dos lotes de semente, que só foram diagnosticados através de uma contra amostra, após a semeadura, que indicou baixa qualidade dos lotes de sementes utilizados, deixando aquém as densidades de semeadura pretendidas de 60, 50 e 6 kg ha-1 de sementes puras viáveis para a aveia preta, ervilhaca e trevo vesiculoso, respectivamente. Silva et al. (2011) salienta que produtor deve prestar atenção à procedência da semente, ao seu potencial de germinação e vigor, antes de fazer a sua semeadura, para obter bons resultados. Tabela 2 Estatura de plantas (cm) e cobertura do solo (%) de pastagens de estação fria sobressemeadas em tifton 85. IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011. Espécies AV Aveia preta Leguminosas Azevém 25,8 23 Aveia preta Leguminosas Azevém Tifton 85 Invasoras Total das espécies hibernais Total do consórcio 32,2 a 28,8 a 34,4 a 4,1 a Tratamentos* AVER Estatura de plantas (cm) 27,2 27,1 a 24,7 Cobertura do solo (%) 23,1 b 39 a 13,7 c 21,8 b 2,5 b AVTR Médias 24,7 11,3 b 23,1 25,9 23,6 19 b 28,6 b 19,1 b 30,2 ab 2,2 b - 61 b 75,8 a 66,7 ab - 95,4 97,6 96,9 96,6 * Médias seguidas de letras minúsculas distintas na linha diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey – AV – Aveia preta, AVER – Aveia preta + Ervilhaca, AVTR – Aveia preta + Trevo vesiculoso. As pastagens devem ser adaptadas às condições de ambiente das UPAS onde as mesmas são manejadas, para permitir sua persistência no sistema de cultivo, respeitando seu ponto ótimo para entrada dos animais, seu ponto de repouso e de ocupação. Um bom manejo nas pastagens garante sua persistência e forragem de boa qualidade para os animais, o que resulta no aumento da produção leiteira e geração de renda agrícola para os produtores rurais. Pode-se verificar na tabela 1, que os intervalos entre os pastejo foram em média superior a 30 dias, o que representa um elevado período de intervalo entre um pastejo e outro. Em condições em nível de produtor provavelmente esse intervalo seria mais curto, devido muitos produtores trabalharem em sistemas rotativos, onde se tem intervalos certos para entrada dos 42 animais no piquete. Dever-se-ia provavelmente ainda no presente estudo melhorar o manejo das pastagens, principalmente no tocante as correções e adubações, pois o experimento foi conduzido em situação de baixo uso de fertilizantes. O Tifton 85 possui uma acumulação de forragem associada a um pastoreio baixo, em média de 8 cm de altura do solo, seguido por um período de descanso de 28 dias, sendo o ponto de maior acumulação de forragem. Deixando 24 cm de altura o intervalo entre pastejo diminui 14 dias, mas ele não é indicado devido perdas de produção (TAFFAREL, 2011). Os resultados do resumo da análise de variância que estão dispostos no apêndice F para massa forragem disponível para os animais e massa residual, durante o período de inverno – primavera de 2011 em pastagem de Tifton 85 submetida a sobressemeadura com espécies forrageiras hibernais anuais, para as variáveis produção de matéria seca total (MSTotal), produção de matéria seca do consórcio (MSTcons) e produção de matéria seca total das espécies hibernais (MSThib) e produção de matéria seca de lâmina foliar do consórcio (MSLFcons) e produção de matéria seca de lâmina foliar das espécies hibernais (MSLFhib) em( kg ha-1). Na massa de foragem disponível houve significância para fonte de variação período (é quando os animais entram para pastejo) para variáveis MSLFcons e MSLFhib com 5% de probabilidade de erro. Para as variáveis MSTotal, MSTcons, MSThib, MSLFcons e MSLFhib, ocorreu significância para fonte de variação consórcios e para interação entre tratamento x período, para todas as variáveis estudadas houve significância das variáveis à 5% de probabilidade de erro. Para massa residual ocorreu significância para variáveis MSThib, MSLFcons e MSLFhib na fonte de variação consórcios, já no período houve significância para todas variáveis estudadas. Na Tabela 3 pode ser observado que a produção de matéria seca total (MSTotal) e de lâminas foliares (MSLF) (kg ha-1), para massa de foragem disponível para o consumo dos animais. Que os consórcios com espécies leguminosas têm a tendência de serem superiores em produtividade, quando comparados ao consórcio formado apenas por gramíneas. 43 Tabela 3 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa de foragem disponível das espécies hibernais sobressemeadas em pastagens de Tifton 85. IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011. Períodos de Avaliação Consórcios 12/09/11 17/10/11 8/11/11 MSTotal massa disponível Aveia preta 856.75 Ab 585.13 Aa 484.23 Aa Aveia Preta+ Ervilhaca 1403.86 Aa 658.53 Ba 186.40 Ca Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso 660.87 Ab 917.01 Aa 347.33 Ba MSTcons massa disponível Aveia preta 747.28 Ab 513.89 Aa 421.42 Aa Aveia Preta+ Ervilhaca 1299.64 Aa 594.89 Ba 154.07 Ca Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso 613.73 Ab 868.41 Aa 307.34 Ba MSThib massa disponível Aveia preta 719.54 Ab 479.33 Bb 324.46 Ba Aveia Preta+ Ervilhaca 1248.01 Aa 574.47 Bb 105.61 Ca Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso 585.10 Ab 824.59 Aa 228.72 Ba MSLFcons massa disponível Aveia preta 474.08 Ab 113.20 Bb 93.55 Ba Aveia Preta+ Ervilhaca 815.16 Aa 171.33 Bb 44.99 Ca Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso 472.77 Ab 359.50 Ba 97.78 Ca MSLFhib massa disponível Aveia preta 461.35 Ab 92.63 Bb 27.82 Ba Aveia Preta+ Ervilhaca 783.67 Aa 163.83 Bb 16.88 Ca Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso 458.35 Ab 335.60 Ba 50.93C a * Médias seguidas de distintas letras minúsculas, na coluna, e maiúsculas, nas linhas, diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Scott Knott. MSTotal – matéria seca total, MSTcons – matéria seca total consórcio, MSThib – matéria seca total hibernais, MSLFcons –matéria seca de lâmina foliar consórcio, MSLFhib – matéria seca de lâmina foliar hibernais. A análise dos dados permite identificar diferenças importantes entre consórcios forrageiros de inverno sobressemeados na gramínea de verão. Em geral, foram verificadas diferenças significativas nas massas de MSTotal e de MSLF das espécies hibernais de forragem disponível pra o consumo, sugerindo que os tratamentos apresentam características resultantes do ciclo produtivo de cada espécie conforme suas características morfológicas e potencial de contribuição. Para variável MSTotal de massa de foragem disponível o consórcio com aveia preta não se diferiu estatisticamente entre os três período de avaliação, mostrando um alto potencial de persistência no dossel forrageiro, a aveia preta + ervilhaca obteve o melhor desempenho no primeiro período de avaliação e subsequente ocorreu redução na produção, isso resultante da contribuição da ervilhaca, que possui um rápido desenvolvimento 44 inicial, devido sua precocidade, mas tem sua contribuição limitada, em geral a um ou dois pastejo (Silva et al, 2011). O consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso nos dois primeiros períodos, não se diferiram estatisticamente, apenas apresentou uma menor produção no terceiro período de avaliação. Entre os períodos de avaliação entre os três tratamentos podemos verificar que a aveia preta + ervilhaca no primeiro período foi superior em produção de matéria seca em relação aos outros tratamentos, e nós outros dois períodos não ocorreu diferença entre os tratamentos. A produção de matéria seca total no tratamento de aveia preta nos três períodos não se diferenciou estatisticamente, para aveia preta + ervilhaca ocorreu uma diminuição gradativa a cada pastejo isso resultante da sua menor persistência e capacidade de rebrote no sistema forrageiro, para o consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso há uma menor produção no terceiro período. Apenas no primeiro período a aveia preta apresentou uma menor produção em relação aos outros períodos de avaliação. A produção de matéria seca total das espécies hibernais pode-se ressaltar a contribuição inicial da ervilhaca, o trevo vesiculoso com melhor desempenho durante o segundo período, se mostrando uma espécie de ciclo mais tardio e desenvolvimento mais lento em relação à ervilhaca e à aveia preta, constituindo alternativa de manutenção da produtividade das pastagens em relação ao cultivo estreme desta gramínea. A aveia preta se mostrou uma espécie persistente no dossel forrageiro. A gradativa redução visível no terceiro período de avaliação das espécies hibernais pode ser devida condições climáticas desfavoráveis ao seu desenvolvimento e o fim do seu ciclo produtivo. As espécies leguminosas têm na consorciação um papel fundamental decorrente de sua capacidade de fixação biológica de nitrogênio como possível responsável por proporcionar esse maior rendimento, incorporando na pastagem um dos principais nutrientes responsáveis pelo crescimento do tecido vegetal, o qual fica disponível para o uso por ambas as espécies. Esse aporte de nitrogênio também é importante na melhoria da qualidade da forragem, Skonieski et. al. (2011) observaram maior teor de proteína bruta no azevém consorciado com trevo branco, possivelmente pela transferência de nitrogênio para a gramínea acompanhante. Essa provável transferência prolonga o ciclo de produção e pode potencializar a produção de folhas. A área foliar tem um papel importante para produção de uma pastagem e a parte morfológica de maior preferência para seleção durante o pastejo pelos animais. O processo de senescência e morte de folhas e perfilhos determina a estabilização do acúmulo líquido de 45 forragem. Assim, o número de folhas verdes por perfilho é um critério objetivo na determinação do manejo da pastagem (GOMIDE, 1999). A matéria seca de lâmina foliar de massa de forragem disponível, mostrou uma maior produção para o consórcio de aveia preta + ervilhaca no primeiro período de avaliação demonstrando a sua precocidade, no segundo período o trevo vesiculoso apresentou melhor produção de lâmina foliar em relação a ervilhaca e a aveia preta, ressaltando sua produção mais tardia, no terceiro período não encontramos diferença, sendo a produção encontrada reduzida entre os consórcios, principalmente das espécies hibernais, nesse período o Tifton 85 começa o seu rebrote. A produção de lâmina foliar das espécies hibernais tem maior contribuição no primeiro período de avaliação, sendo que a aveia preta + ervilhaca apresentou uma melhor produção em relação aos outros dois, a aveia preta + trevo vesiculoso foram superiores no segundo corte, já no terceiro a presença de lâmina foliar das espécies era muito pequena. A redução nas massas de MSLF das espécies hibernais no decorrer do período experimental é decorrência natural do avanço da vida útil da pastagem e da entrada, pelas plantas, no desenvolvimento reprodutivo. Tabela 4 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa residual das espécies forrageiras hibernais sobressemeadas sob Tifton 85, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011. Consórcios Aveia Preta Aveia Preta + Ervilhaca Aveia P + Trevo Vesic MSTotal 784,01 904,53 1120,74 Período 1º Corte 2º Corte 3º Corte MSTotal 941,38 909,27 958,63 Massa Residual MSTcons MSThib MSLFcons 675,27 383,08 240,15 761,87 479,20 245,92 957,49 594,62 328,14 Massa Residual MSTcons MSThib MSLFcons 855,67 593,87 413,25 a 721,53 445,00 240,01 b 817,43 418,03 160,95 b MSLFhib 148,56 147,69 220,95 MSLFhib 310,84 a 151,09 b 55,27 c * Médias seguidas de letras minúsculas distintas na coluna diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Scott knott – MSTotal – matéria seca total, MSTcons – matéria seca total consórcio, MSThib – matéria seca total hibernais, MSLFcons – matéria seca de lâmina foliar consórcio, MSLFhib – matéria seca de lâmina foliar hibernais. - Na tabela 4 do teste de comparação de médias para massa de foragem residual, para os consórcios não foi observada diferença estatística para nenhuma das variáveis analisadas. No entanto, nos períodos de corte foi observada diferença para MSLFcon e MSLFhib. O primeiro corte apresentou melhor média de produção em relação aos demais na variável MSLFcon, na MSLFhib, o comportamento verificado foi distinto em cada corte, mostrando o primeiro com 46 o mais produtivo, o segundo numa faixa intermediaria de produção e o último corte com a média mais baixa, mostrando o comportamento de final de ciclo das espécies sobressemeadas. A cobertura do solo pode evitar o impacto direto das gotas de chuva e o sistema radicular das plantas podem formar canais preferenciais para o processo de infiltração de água no solo (FARIA et al.,1998). A cobertura por plantas, ou resíduos que ficam depositados no solo, favorecem a presença maior conteúdo de água no solo, pelo aumento da capacidade de retenção e redução da evaporação (CAMPOS et al.,1994). A manutenção adequada da cobertura vegetal perante a lotação animal, em relação a quantidade de pasto disponível resulta menor impacto do pisoteio animal, perante a qualidade física do solo (FIDALSKI, et al, 2008). O efeito do pisoteio pode trazer resultados negativos quando é realizado em solos com umidade elevada e com baixa cobertura vegetal. 3.2 QUALIDADE FÍSICA DO SOLO EM PASTAGEM DE TIFTON 85 SOBRESSEMEADA COM ESPÉCIES FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOB PASTEJO. Os resultados do resumo da análise de variância para duas modalidades de pastejo: sem e com pastejo, para variáveis: umidade gravimétrica (Ug), densidade do solo (Ds), umidade volumétrica (Uv), densidade de partículas (Dp), porosidade total (PT), espaço aéreo (EA) e resistência a penetração dos parâmetros físicos do solo em pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais submetidas ao pastejo de vacas leiteiras, estão disposto no apêndice G. Pode-se verificar que para os parâmetros físicos, Ug, Ds, Dp, PT, EA e a resistência à penetração ocorreram significância para fonte de variação profundidade na modalidade sem pastejo e também para pressão média para fonte de variação consórcios. Para modalidade com pastejo o nível de significância ocorreu para os parâmetros de Ug, Ds, PT e a resistência à penetração para fonte de variação profundidade, para os demais parâmetros avaliados não ocorreu significância, pelo teste de Scott Knott com 5% de probabilidade de erro. Podemos observar os resultados dos cálculos no apêndice B e valores da resistência a penetração em todos os pontos no apêndice C e D. A partir da análise de variância está representada no apêndice G, foi realizado o teste de comparação de média para avaliar o efeito das profundidades nas variáveis estudadas em cada modalidade de pastejo, para os parâmetros físicos do solo. Silva et al. (2003) e Sarmento et al. (2008) relatam que o pisoteio animal sobre o solo é potencializado quando, ele é realizado em solos com umidade elevada e com baixa cobertura vegetal, o que evidencia a 47 necessidade de manutenção da cobertura vegetal adequada sobre os solos, para diminuir o efeito do pisoteio animal sobre a características física do solo. Na figura 10 serão apresentados os valores da umidade gravimétrica (Ug%), durante os três ciclos de pastejo na área experimental sobressemeada com espécies forrageiras hibernais, perante os diferentes tratamentos. A umidade do solo pode ser muito determinante para manter a qualidade estrutural física de uma pastagem, que pode sofrer sérias limitações se for manejada de maneira incorreta, devido ao pisoteio dos animais em lotação excedente com condições de alta umidade. 35 30 Consórcios Ug (%) 25 Aveia Preta 20 15 Aveia preta + Ervilhaca 10 Aveia Preta + Trevo vesiculoso 5 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Cortes Figura 10 Umidade gravimétrica Ug (%) nos diferentes consórcios em três períodos de avaliação, IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2011. A Ug foi maior no tratamento de aveia preta + trevo vesiculoso, sendo que a aveia preta apresentou teor intermediário e a ervilhaca apresentou o menor teor de água, isso pode explicado a partir da maior demanda de água pela ervilhaca devido sua maior produção no período inicial, sendo o desenvolvimento do trevo mais lento, os teores de água no solo (Ug%) variaram entre 25 e 35% nos três períodos de pastejo dos animais, esse acompanhamento é a muito importante para se evitar a entrada dos animais em condições de alta umidade para evitar a compactação a qual pode ser identificada pela maior densidade do solo e resistência à penetração, menor porosidade total e menor espaço aéreo. No terceiro período tivemos valores semelhantes de Ug, entre os consórcios que se encontram no final do ciclo produtivo, onde a demanda por água e nutriente diminui. 48 Na tabela 5 para área sem e com pastejo não foi observada diferença entre as médias das camadas de profundidade para nenhum das variáveis testadas, exceto para a resistência à penetração nas duas modalidades de pastejo e para a umidade gravimétrica na área com pastejo que possivelmente por apresentar valores maiores, foi sensível ao teste. As demais variáveis apresentaram médias muito próximas, as quais o programa não verificou diferença, ficando na zona de rejeição. Apesar de não ter ocorrido diferença estatística entre as profundidades para variável densidade do solo, segundo Reinert (1998) e Reichert (2007), para solos de textura com mais de 55% de argila a densidade do solo crítica é 1.45 g cm-3, para desenvolvimento radicular de espécies. Analisando os resultados de densidade do solo para modalidade sem pastejo encontramos nas camadas de profundidades de 0,10-0,15 e 0,15–0,20 m, uma densidade do solo de 1,45 g cm-³ e 1,48 g cm-³, respectivamente, que já podem trazer algumas restrições ao desenvolvimento do sistema radicular das espécies que compõem o sistema forrageiro, com consequência ao acesso à água e aos nutrientes principalmente àqueles que são pouco móveis no solo, como o fósforo (COLLARES et al, 2008), não significando que sejam resultados do manejo utilizado, uma vez que os efeitos do pisoteio animal são superficiais. Para modalidade com pastejo os resultados encontrados não trazem nenhuma restrição ao desenvolvimento radicular, podendo-se observar que nas camadas mais superficiais 0,00,10 m não encontramos nenhum valor que pode ser considerado restritivo ao desenvolvimento radicular, Torres, et al., (2012) salienta que o pisoteio dos animais provoca um alta pressão dos cascos dos animais sobre área, é um fator de constante compactação em áreas de pastagem nas camadas mais superficiais, mas isso não foi observado no presente trabalho perante as condições avaliadas. Berwanger, 2011, estudando essa mesma área no período 2010/2011 encontrou valores de densidade do solo menores as encontradas no período 2012/2013, na camada superficial, 1,22 g cm-³, nas camadas de 0,05 até 0,15 m foi encontrado as maiores densidade de 1.32 e 1.31 g cm-³, mas não são valores que possam trazer alguma limitação ao desenvolvimento radicular, o espaço aéreo também não trouxe nenhum restrição ao desenvolvimento radicular. A porosidade total, que expressa o espaço do solo não ocupado por sólidos sendo ocupado pela água e ar compondo o espaço poroso definido como sendo a proporção entre o volume de poros e o volume total de um solo, é inversamente proporcional à densidade do solo e de grande importância direta para o crescimento de raízes e movimento de ar, água e solutos no solo, apesar da significância encontrada pela análise de variância não se diferiu estatisticamente perante aos consórcios e profundidades. A densidade de partículas não difere grandemente entre os solos, pois é 49 dependente da constituição mineralógica dos mesmos. Seus valores variam de 2,6 a 2,75 g cm3cm-3 para a maioria dos solos, pois os principais minerais constituintes do solo possuem densidades compreendidas nessa faixa (FIORIN, 2008). Tabela 5 Teste de comparação de médias dos parâmetros físicos do solo em área de Tifton 85, com duas modalidades de manejo DEAg/UNIJUI, 2013. Sem Pastejo Profundidade (m) 0,0 - 0,05 0,05 - 0,10 0,10 - 0,15 0,15 - 0,20 Profundidade (m) 0,0 - 0,05 0,05 - 0,10 0,10 - 0,15 0,15 - 0,20 Ug (%) 28,64 26,40 25,77 25,68 Ds (g cm-³) 1,32 1,40 1,45 1,48 Dp (g cm-³) PT (%) 2,77 52,53 2,83 50,32 2,85 48,85 2,85 47,66 Com Pastejo EA (%) 14,81 13,34 11,53 9,6 RP (Kpa) 1685,57 b 3157,68 a 3351,93 a 3746, 37 a Ds (g cm-³) Ug (%) 31 a 27,55 b 26,77 b 26,7 b 1,24 1,36 1,34 1,38 PT (%) 54,82 51,07 51,9 50,68 EA (%) 16,36 13,58 15,82 13,94 RP (Kpa) 1606,92 b 2910,11 a 3361,13 a 3668,57 a Médias seguidas na coluna minúscula não se diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott Knot com 5% de probabilidade de erro. Ug - Umidade gravimétrica, Ds- Densidade do solo, PT- Porosidade total, EA - Espaço aéreo, RP – Resistência penetração. O espaço aéreo do solo corresponde ao volume ocupado pelo ar do solo em relação ao volume de poros. Quando o solo se encontra saturado o seu espaço aéreo e nulo, segundo (KLEIN, 2008), é necessário existir certa proporção de ar no mínimo 10% para evitar deficiência na aeração do sistema radicular das plantas. Ao analisar os valores do EA na camada de profundidade de 0,15-0,20 m na área sem pastejo encontramos valores inferiores a 10%, o que pode resultar em deficiência da aeração para o sistema radicular das plantas. Para a resistência do solo à penetração radicular nas duas modalidades com e sem pastejo encontramos os menores valores na camada inicial de 0,0-0,05m, com pouca limitação ao crescimento radicular. Conforme Canarache (1990), as classes de resistência à penetração que comprometem o desenvolvimento de raízes, na tabela 6. Para as profundidades 0,05-0,10, 0,10-0,15 e 0,15 a 0,20 encontramos valores de classe média com poucas limitações ao crescimento radicular. Donabel, 2011, na mesma área experimental no período de 2010/2011, encontrou valores de resistência à penetração na profundidade de 0,0-0,05m que traziam algumas limitações ao desenvolvimento radicular, pois estavam entre classe média nas demais profundidades em alguns caso chegavam a classe alta, onde se tem sérias limitações ao desenvolvimento radicular. Apesar de muitos estudos terem sido feitos, não se tem uma 50 quantificação, da influência de uma determinada variação no teor de água sobre a resistência à penetração para diferentes solos, por isso é recomendável relacionar informações complementares como tipo de solo, teor de água e densidade do solo, para ser ter indicativos da confiabilidade dos resultados, (CUNHA, et al., 2002). Tabela 6. Classes de resistência do solo à penetração e limitações ao crescimento de raízes das plantas. Fonte: Adaptado de Canarache (1990). Para os parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios, não foram encontrados nenhuma diferença estatística para variáveis avaliadas, conforme tabela 7 exceto na área sem pastejo, para resistência à penetração onde o consórcio de aveia preta + ervilhaca, apresentou a menor resistência à penetração em comparação aos demais consórcios, segundo Canarache (1990), o valor se encontra na classe muito baixa sem limitação ao desenvolvimento radicular. Segundo Taylor et al., 1966 a faixa crítica de resistência do solo com redução importante no crescimento radicular está entre 2,0 a 2,5 MPa. Para os outros tratamentos encontramos valores que se enquadram na classe média que resultam em algumas limitações ao desenvolvimento radicular. 51 Tabela 7 Parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios em área de pastagem de Tifton 85 DEAg/UNIJUI, 2013. -3 Consórcios Aveia Preta Aveia Preta + Ervilhaca Aveia Preta + Trevo Vesiculoso Ds (gcm ) 1.41 1.38 1.43 Consórcios Aveia Preta Aveia Preta + Ervilhaca Aveia Preta + Trevo Vesiculoso Ds (gcm-3) 1.31 1.31 1.31 Sem Pastejo EA(%) 12.86 13.21 10.88 Com Pastejo EA(%) 15.8 15.75 13.24 RP (Kpa) 3534.90 a 1699.13 b 3722.14 a RP(Kpa) 2629.59 3253.90 2776.55 * Médias seguidas de letras minúsculas distintas na coluna diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Scott knott. Ds- Densidade do solo, EA - Espaço aéreo, RP – Resistência penetração. Na área com pastejo os valores de resistência à penetração não se diferiram estatisticamente entre os tratamentos, mas os valores estão dentro da classe média que resultam em algumas limitações. A habilidade das raízes penetrarem no perfil diminui quando a densidade e a resistência do solo aumentam e a pressão hidrostática das células das raízes diminui com isso ocorre redução da força na coifa e na região meristemática para superar a resistência do solo (REINERT et al, 2008). A resistência à penetração está sendo usada para: detecção de camadas compactadas, estudo da ação de ferramentas de máquinas no solo, prevenção de impedimento mecânico ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas, predição da força de tração necessária para execução de trabalhos, conhecimento de processos de umedecimento e ressecamento, dentre outras, (CUNHA, et al, 2002). 52 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estabelecimento da aveia preta não foi afetado pela presença das leguminosas em consórcio. Entre as duas leguminosas utilizadas no experimento a ervilhaca apresentou uma maior estatura de planta e cobertura do solo em relação ao trevo vesiculoso, mostrando ser uma espécie de ciclo mais precoce. A produção de matéria seca de massa de forragem disponível, para o consórcio de aveia preta apresentou uma produção MSTotal constante para os três períodos de avaliação, ressaltando sua característica de persistência e resistência ao pisoteio animal. Já, a aveia preta + ervilhaca apresentou um melhor desempenho no primeiro período de avaliação, diminuindo sua produção nos períodos subsequentes, o que já era esperado devido suas características morfológicas de precocidade e pouca resistência ao pisoteio animal. O consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso possui uma produção intermediaria e mais tardia, sendo uma alternativa de pastagem de ciclo mais tardio, além da sua característica de ressemeadura natural. Baixas produções de matéria seca entre os consórcios são devido, baixa densidade de semeadura da aveia preta, poderá ser testados densidades maiores. A produção de lâmina foliar foi maior no primeiro período de avaliação para o tratamento de aveia preta + ervilhaca, mostrando ser a ervilhaca uma espécie de grande contribuição inicial para o dossel forrageiro de rápida produção. Já no segundo período o tratamento com trevo vesiculoso obteve a maior produção de lâmina foliar, no último corte a presença de área foliar já era muito baixa, em decorrência natural do avanço da vida útil da pastagem e da entrada, pelas plantas, no desenvolvimento reprodutivo. A produção de matéria seca de massa residual em média de 900 kg ha-1, a cada corte permite a cobertura de solo em toda a área experimental, diminuindo possíveis perdas de solo e água, além de servir como um “colchão¨ reduzindo possíveis efeitos do manejo dos animais sobre a pastagem. As propriedades físicas do solo nas modalidades com e sem pastejo, apresentam densidades do solo que não trazem nenhuma restrição ao desenvolvimento radicular na camada mais superficial, resultante do pisoteio do animal não foi prejudicial. A resistência à penetração encontra valores que estão situado na classe média que trazem algumas limitações ao desenvolvimento radicular, mas podemos verificar que na camada mais superficial devido deposição de matéria orgânica, se tem os menores valores. 53 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE J.A. et al. Efeitos da integração lavoura-pecuária nas propriedades físicas do solo e características da cultura do milho. In: R. Bras. Ci. Solo, 25:717-723, 2001. AZEVEDO, Antonio Carlos de; DALMOLIN, Ricardo Simão Diniz. Solos e Ambiente: uma introdução. Santa Maria: Ed. Pallotti, 2004. BARRIOS, E.; COUTINHO, H.L.C; MEDEIROS, C.A.B. InPaC-S: Integração Participativa de Conhecimentos sobre Indicadores de Qualidade do Solo – Guia Metodológico. 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MSU+ PESO AMOSTRA TRATAMENTO BLOCO PROF LATA LATA 1 6 8 2 5 MSU LATA+ SECO MSS V UG(%) cilind DS Uv(%) Peso mL de alcool gasto Volume Ocupado solo Dp PT EA Aveia Preta 1 A 347,79 66,77 281,02 292,15 225,38 24,69 173,90 1,30 32,00 20,02 42,80 7,20 2,8 53,4 21,39 Aveia Preta 1 B 367,44 66,88 300,56 308,11 241,23 24,59 173,90 1,39 34,12 20,00 42,90 7,10 2,8 50,8 16,64 Aveia Preta 1 C 372,00 67,26 304,74 311,77 244,51 24,63 173,90 1,41 34,64 20,00 43,00 7,00 2,9 50,8 16,15 Aveia Preta 1 D 365,35 61,29 304,06 306,72 245,43 23,89 173,90 1,41 33,71 20,00 43,00 7,00 2,9 50,6 16,89 Aveia Preta 2 A 330,18 66,62 263,56 269,40 202,78 29,97 173,90 1,17 34,95 20,00 42,90 7,10 2,8 58,6 23,65 Aveia Preta 2 B 364,65 66,16 298,49 300,14 233,98 27,57 173,90 1,35 37,10 20,00 43,00 7,00 2,9 52,9 15,81 Aveia Preta 2 C 423,96 95,86 328,10 358,14 262,28 25,10 173,90 1,51 37,85 20,00 43,00 7,00 2,9 47,2 9,36 Aveia Preta 2 D 417,71 69,04 348,67 350,63 281,59 23,82 173,90 1,62 38,57 20,00 43,00 7,00 2,9 43,3 4,75 Aveia Preta 3 A 356,88 68,94 287,94 295,52 226,58 27,08 173,90 1,30 35,28 20,00 42,90 7,10 2,8 53,7 18,46 Aveia Preta 3 B 367,00 66,83 300,17 301,12 234,29 28,12 173,90 1,35 37,88 20,00 43,00 7,00 2,9 52,8 14,96 Aveia Preta 3 C 352,52 67,91 284,61 292,97 225,06 26,46 173,90 1,29 34,24 20,01 42,80 7,20 2,8 53,4 19,19 Aveia Preta 3 D 379,44 60,21 319,23 304,34 244,13 30,76 173,90 1,40 43,19 20,00 43,00 7,00 2,9 50,9 7,68 Ervilhaca 1 A 343,17 68,18 274,99 274,45 206,27 33,32 173,90 1,19 39,52 20,00 42,60 7,40 2,7 56,1 16,60 Ervilhaca 1 B 375,93 67,31 308,62 307,07 239,76 28,72 173,90 1,38 39,60 20,00 42,80 7,20 2,8 50,4 10,77 Ervilhaca 1 C 364,22 62,49 301,73 298,27 235,78 27,97 173,90 1,36 37,92 20,00 43,10 6,90 2,9 53,2 15,30 Ervilhaca 1 D 362,41 61,27 301,14 298,20 236,93 27,10 173,90 1,36 36,92 20,00 42,90 7,10 2,8 51,6 14,71 Ervilhaca 2 A 359,91 65,89 294,02 301,01 235,12 25,05 173,90 1,35 33,87 20,00 42,90 7,10 2,8 52,0 18,13 Ervilhaca 2 B 339,76 65,78 273,98 284,50 218,72 25,27 173,90 1,26 31,78 20,00 42,80 7,20 2,8 54,7 22,94 Ervilhaca 2 C 377,20 68,54 308,66 309,14 240,60 28,29 173,90 1,38 39,14 20,00 43,00 7,00 2,9 51,6 12,44 Ervilhaca 2 D 405,75 95,57 310,18 340,52 244,95 26,63 173,90 1,41 37,51 20,00 43,00 7,00 2,9 50,7 13,19 66 7 3 4 9 Ervilhaca 3 A 351,79 60,15 291,64 286,65 226,50 28,76 173,90 1,30 37,46 20,02 42,80 7,20 2,8 53,2 15,70 Ervilhaca 3 B 362,84 65,81 297,03 304,50 238,69 24,44 173,90 1,37 33,55 20,00 43,00 49,2 14,67 52,0 18,41 Ervilhaca 3 C 363,58 58,13 305,45 303,54 245,41 24,47 173,90 1,41 34,53 20,00 42,80 7,20 2,8 Ervilhaca 3 D 370,70 66,65 304,05 311,86 245,21 24,00 173,90 1,41 33,84 20,00 42,90 7,10 2,8 49,9 16,11 Trevo Ves 1 A 360,57 66,27 294,30 292,67 226,40 29,99 173,90 1,30 39,05 20,00 42,70 7,30 2,7 52,5 13,43 Trevo Ves 1 B 351,74 60,63 291,11 290,62 229,99 26,58 173,90 1,32 35,15 20,00 42,80 7,20 2,8 52,4 17,24 Trevo Ves 1 C 370,88 60,32 310,56 309,00 248,68 24,88 173,90 1,43 35,58 20,00 42,90 7,10 2,8 49,2 13,65 Trevo Ves 1 D 399,69 66,90 332,79 335,68 268,78 23,82 173,90 1,55 36,81 20,00 42,90 7,10 2,8 45,1 8,32 Trevo Ves 2 A 365,78 69,44 296,34 297,05 227,61 30,20 173,90 1,31 39,52 20,00 42,90 7,10 2,8 53,5 14,01 Trevo Ves 2 B 366,24 67,71 298,53 303,74 236,03 26,48 173,90 1,36 35,94 20,01 42,70 7,30 2,7 50,5 14,54 Trevo Ves 2 C 360,52 65,68 294,84 300,15 234,47 25,75 173,90 1,35 34,72 20,00 42,90 7,10 2,8 52,1 17,42 Trevo Ves 2 D 377,08 66,08 311,00 314,74 248,66 25,07 173,90 1,43 35,85 20,00 42,90 7,10 2,8 49,2 13,39 Trevo Ves 3 A 363,74 66,95 296,79 297,71 230,76 28,61 173,90 1,33 37,97 20,00 42,80 7,20 2,8 52,2 14,26 Trevo Ves 3 B 381,23 60,42 320,81 315,39 254,97 25,82 173,90 1,47 37,86 20,00 43,10 6,90 2,9 49,4 11,56 Trevo Ves 3 C 398,08 66,63 331,45 333,08 266,45 24,39 173,90 1,53 37,38 20,00 43,00 7,00 2,9 46,4 8,99 Trevo Ves 3 D 365,31 60,41 304,90 302,29 241,88 26,05 173,90 1,39 36,24 20,00 43,00 7,00 2,9 51,3 15,08 67 APÊNDICE C – Resultados da Análise Resistência a Penetração Exclusão de Pastejo IRDeR/UNIJUI/2013. Ambiente 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Tratamento Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Bloco Prof(mm) 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 Pressão Média (Kpa) 2729,3 3711,2 4377,8 3344 2133,5 5702,6 5561,4 4523,2 2776,5 3020,8 2115,8 2422,8 3,3 339,2 2358,2 2261,4 0 1013,6 3505,4 2802,6 497,5 2132,2 2710 2766,2 1807,2 2916 4906,8 3695,4 3156,7 6377,2 5625,8 5080,8 2066,2 3206,4 2556,2 3271 68 Apêndice D - Resultados da Análise Resistência a Penetração com Pastejo IRDeR/UNIJUI/2013. Ambiente 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Tratamento Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Aveia Preta Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Ervilhaca Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Trevo Bloco 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 Profundidade 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20 RP 1293,5 2764 3256,6 4458,4 607,2 2414,6 2937,8 2511,8 1504 1918,2 3036,8 4852,2 1623,3 3800,2 3838,4 3145,8 2217,5 3141,6 4044,2 4427,8 1803,5 3470,8 3618,4 3915,4 2358,8 3070,8 2800,4 2921,4 2222,5 3860,6 3618,2 3584,2 832 1750,2 3099,4 3200,2 69 APÊNDICE E - Tabela 6. Atributos do solo em área de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais com e sem pastejo IRDeR/UNIJUI/2010. Atributos FísicoQuímicos Teor de argila (%) pH do solo Índice SMP Al (cmolcdm-3) H+Al (cmolcdm-3) P (mg dm-3) K (mg dm-3) Ca (cmolcdm-3) Mg (cmolcdm-3) MOS (%) CTCpH7.0(cmolcdm-3) m (%) V (%) Teor de argila (%) pH do solo Índice SMP Al (cmolcdm-3) H+Al (cmolcdm-3) P (mg dm-3) K (mg dm-3) Ca (cmolcdm-3) Mg (cmolcdm-3) MOS (%) CTCpH7.0(cmolcdm-3) m (%) V (%) Área de Exclusão de Pastejo Aveia Aveia preta + Ervilhaca Resultados Resultados Interpretações Interpretações Analíticos Analíticos 58,0 Classe II 55,0 Classe II 5,6 Médio 5,6 Médio 6,1 6,1 0,1 0,1 3,8 Baixo 4,0 Baixo 13,2 Alto 15,6 Alto 194,0 Muito Alto 296,0 Muito Alto 4,3 Alto 1,8 Baixo 2,8 Alto 1,4 Alto 3,4 Médio 4,0 Médio 11,8 Médio 12,4 Médio 1,4 Baixo 1,4 Baixo 69,0 Médio 63,0 Baixo Área Pastejada Classe II 54,0 Classe II 54,0 Médio 5,7 Médio 5,7 6,0 6,0 0,1 0,1 Médio 4,2 Médio 4,2 Alto 16,4 Alto 16,7 Muito Alto 220,0 Muito Alto 240 Alto 4,3 Alto 4,6 Alto 2,8 Alto 2,9 Médio 3,5 Médio 3,8 Médio 11,9 Médio 12,2 Baixo 1,2 Baixo 2,0 Baixo 66,4 Médio 64,3 Aveia preta + Trevo vesiculoso Resultados Interpretações Analíticos 56,0 Classe II 5,5 Médio 5,9 0,1 4,7 Médio 11,0 Alto 156,0 Muito Alto 4,3 Alto 2,6 Alto 3,7 Médio 12,3 Médio 1,9 Baixo 62,0 Baixo 53,0 5,7 6,0 0,1 4,2 14,5 140,O 4,6 3,1 3,6 12,2 1,6 65,9 Classe II Médio Médio Alto Muito Alto Alto Alto Médio Médio Baixo Médio 70 APÊNDICE F - Resumo da análise de variância para variáveis de produção de matéria seca total do consórcio e das espécies hibernais e de produção de lâmina foliar em área de pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2011. Quadrado médio – pré -pastejo FV GL MSTotal MST cons MST hib MSTF cons MSTF hib Bloco 2 86633.88 48746.69 25161.24 6680.48 1606.4 Período 2 34804.17 35423.02 43499.44 32560.01* 38310.19* Tratamento 2 918000.21* 804228.15* 921453.08* 623966.11* 677715.47* Trat X Perío 4 283946.62* 259397.9* 228212.72* 68264.38* 57133.81* Resíduo 16 52364.41 36835.9 24255.58 3538.34 2074.83 Total 26 Média 677.79 613.4 565.54 293.59 265.67 CV(%) 33.76 31.28 27.53 20.26 17.14 Quadrado médio – pós - pastejo FV GL MSTotal MST cons MST hib MSTF cons MSTF hib Bloco 2 182206.04 74595.37 39252.47 11967.9 9994.92 Período 2 261991.19* 188129.4* 100971.09* 21804.45* 15910.21* Tratamento 2 5646.91 42975.9 80718.37* 149880.58* 150034.85* Trat X Perío 4 64431.3 55487.98 37163.32 2483.76 5530.44 Resíduo 16 45950.78 39184.99 18739.91 4797.89 2967.81 Total 26 Média 936.42 798.21 485.63 271.4 172.4 CV(%) 22.89 24.79 28.18 25.52 31.59 * Significativo a 5% de probabilidade de erro pela análise de variância – GL- grau de liberdade, MST total – matéria seca total, MST cons – matéria seca total consórcio, MST hib – matéria seca total hibernal, MSLF cons – matéria seca total de lâmina foliar consórcio, MSLF hib – matéria seca total de lâmina foliar hibernal. 71 APÊNDICE G - Resumo da análise de variância dos parâmetros físicos do solo, em área de pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras, DEAg/UNIJUI, 2013. Fonte de variação GL Blocos Profundidade Consórcios Prof X Cons. Erro Total Média Geral CV 2 3 2 6 22 35 Blocos Profundidade Consórcios Prof X Cons. Erro Total Média Geral CV 2 3 2 6 22 35 Sem Pastejo Dp PT EA RP Ug Ds Uv (%) 0,03 17,06* 1,31 2,56 5,41 g cm-3 0,007 0,04* 0,007 0,001 0,006 % 0,43 2,09 1,74 8,85 6,98 g cm-3 0,001 0,005* 0,002 0,0004 0,001 26,62 8,74 1,41 5,65 37,52 7,04 12,32 31,32 2985,39 30,71 7,34 36,89* 0,42 2,18 3,57 0,004 0,03* 0,009 0,005 0,005 22,98 9,75 2,81 2,08 3,43 2,83 49,83 1,99 5,32 Com Pastejo 0,001 5,89 0,004 31,39* 0,001 12,11 0,002 6,44 0,001 6,77 41,27 17,00 25,35 13,48 12,29 169291,98 7424397,26* 1278467,05 361689,01 420360,80 28,01 6,74 1,33 6,66 37,18 4,97 2,78 1,49 14,93 23,47 2886,68 22,46 % % 0,09 0,87 39,44* 45,75* 9,92 18,85 2,30 17,18 7,05 14,88 52,11 4,99 kpa 6006091,30 7297965,40* 14995377,77* 850078,14 840581,81 *Significativo a 5% de probabilidade de erro pela análise de variância – GL- grau de liberdade, Ug - Umidade gravimétrica, Ds- Densidade do solo, Uv - Umidade volumétrica, Dp - Densidade de partícula, PT- Porosidade total, EA - Espaço aéreo, RP – Resistência penetração, Prof – profundidade, Cons. – Consórcio, CV – Coeficiente de variação. 72