O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Introdução Construa você mesmo um kit para fazer a eletrólise da água e colete os gases formados. Você verá que um deles é o hidrogênio, o mesmo utilizado como combustível nos foguetes. Cadastrada por Leandro Fantini Material - onde encontrar em laboratórios e lojas especializadas Material - quanto custa entre 10 e 25 reais Tempo de apresentação até 30 minutos Dificuldade intermediário Materiais Necessários * * * * * * * * * * * * * * * Uma tampa do “tubo” de DVD transparente; Cola instantânea (bonder); Três tampas de garrafa de PET; Um elástico (gominha); Um pedaço de magueira de aquário; Dois parafusos de aço com porcas; Duas seringas de 20mL; Um eliminador de pilha ou carregador de celular adaptado; Um isqueiro; Quatro bolas de gude; Um pistola de cola quente; Um alicate e uma tesoura; Um ferro de solda; Um palito de churrasco; Sulfato de magnésio (encontrado em farmácia). Segurança requer cuidados básicos O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 1 Mãos à obra Pegue a tampa do pino de DVD e faça dois furos com o ferro de solda ou broca, como mostrado na foto. Ainda com o ferro de solda, faça vários furos na base da seringa. Isso permitirá que a água entre dentro da seringa. Esquente a ponta da mangueira de aquário com o isqueiro e aperte a ponta com o alicate de modo que fique bem vedado a ponta e corte um pedaço de 2cm. O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 2 Mãos à obra Corte as pontas do elástico para que fique um pouco menor que o diâmetro do parafuso que está usando. Cole as pontas do elástico formando um anel. Introduza o anel de borracha no parafuso e encaixe-o dentro da tampa e prenda-o com uma porca. Caso tenha ficado alguma rebarba no furo que fez na tampa, será necessário tirar a rebarba para que o furo fique liso e não vaze. O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 3 Mãos à obra Cole duas bolas de gude na base da seringa com cola quente. Isso servirá de peso e evitará que a seringa flutue quando ficar cheia de gás. Feito isso, basta conectar os jacarés do carregador nos parafusos, colocar as seringas sobre os parafusos. Deve ficar como mostrado na foto. O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 4 O que acontece Uma das primeiras coisas que se aprende em química é a fórmula da água, H2O, ou seja a molécula de água possui uma proporção de dois hidrogênios para um oxigênio. Sendo assim deve ser verdade que se pegarmos dois hidrogênios e um oxigênio e fizermos a reação entre eles obteremos água. Mas como fazer para termos o hidrogênio e o oxigênio separados? É aí que entra a eletrólise. A passagem de corrente elétrica causa a quebra da molécula de água, transformando-a em hidrogênio e oxigênio. Quando ligamos o carregador de celular (ou outro eliminador) na tomada, transformamos a corrente da tomada em uma espécie de pilha, com pólos positivo e negativo definidos. O ânodo, pólo positivo, cede elétrons para o cátodo, pólo negativo. No ânodo ocorre oxidação do oxigênio, ou seja o oxigênio “descarrega” os elétrons no ânodo fazendo com que seja formado oxigênio gasoso de acordo com a seguinte semireação: H2O(l) --> ½ O2 (g) + 2H+(aq) + 2e- No cátodo ocorre a redução do hidrogênio, ou seja, o hidrogênio recebe elétrons e é convertido em hidrogênio gasoso de acordo com a semi-reação: 2H2O(l) + 2e- --> H2 (g) + 2OH-(aq) Somando-se as duas semi-reações anteriores, obtém-se: 1) 2) H2O(l) --> ½ O2 (g) + 2H+(aq) + 2e2H2O(l) + 2 e- --> H2 (g) + 2OH-(aq) 3H2O(l) --> ½ O2 (g) + H2 (g) + 2H2O(l) Entenda que a água está em equilíbrio com seus íons. H2O --> H+ + OHDesta forma, os dois mols de água que sobraram nos produtos se cancelam com os do reagente, originando a equação abaixo. H2O(l) --> H2 (g) + ½ O2 (g) Quando o sistema é eficiente, é possível observar que a quantidade de gás hidrogênio produzido é o dobro da quantidade de gás oxigênio, conforme mostrada na equação balanceada anterior. O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 4 O oxigênio liberado pode ser testado com um palito de fósforo em brasa. A brasa se intensificará ao aproximarmos o palito da saída do tubo, podendo chegar a reacender a chama. Aproximando-se um palito aceso da saída do tubo em que foi coletado gás hidrogênio, observa-se a rápida combustão desse gás, com uma chama quase invisível e um “estalo”. Usamos aqui sulfato de magnésio como eletrólito. Isso permite uma maior velocidade na produção dos gases, sem que haja a formação de outros produtos indesejados. Ainda colocamos um pouco de azul de bromotimol na solução para dar um contraste e facilitar a visualização da eletrólise. O azul de bromotimol atua como um indicador de pH. Quando a solução torna-se ácida a cor muda para amarelo e quando básica fica azul. Observe novamente estas semi-reações. 1) 2) H2O(l) --> ½ O2 (g)+ 2H+(aq) + 2e2H2O(l) + 2e- --> H2 (g) + 2OH-(aq) Na reação 1 em que é formado o oxigênio, há a presença de H+, o que torna a solução ácida naquele tubo deixando sua cor amarela. Na reação 2, há a formação de hidrogênio gasoso e OH-, deixando a solução básica naquela região. Por isso o tubo que contém H2 fica azul e o de O2 fica amarelo. O combustível do foguete Intro 01 02 03 04 05 Passo 5 Para saber mais A combustão do hidrogênio pode ser utilizada como fonte alternativa para produção de energia. O principal motivo de essa reação ser alvo de investigação e desenvolvimento é a liberação de uma grande quantidade de energia e a produção de água. Devido a essa liberação expressiva de energia o hidrogênio é usado como combustível nos foguetes espaciais. O cilindro vermelho da nave (na foto) é carregado com hidrogênio e oxigênio sob alta pressão. Além de ser o combustível da nave ele é usado como fonte de produção de energia elétrica que alimenta os sistemas da nave. Uma grande vantagem é que, o produto da combustão do hidrogênio, é água. É difícil pensar em alguma substância menos poluente que a água. 2H2 (g) + O2 (g) --> 2H2O(l) + 572 kJ O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo, embora na Terra não represente 1% em massa. É obtido por eletrólise ou por síntese a partir da biomassa. Mesmo com tantas vantagens para a sua utilização como fonte de energia, ainda é necessária uma solução para os problemas de armazenamento e transporte desse gás que só pode ser liquefeito em baixas temperaturas e altas pressões, além de ser altamente inflamável.