Carlos Carvalho Arte Contemporânea
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Levantamento do Palácio da Rosa
Eurico Lino do Vale | Atelier Bugio
Até 22/06 2013
Imagens da exposição Exhibition views
As imagens do Palácio da Rosa estabelecem um compromisso entre a imagem que se quer documental, porque pressupõe
um compromisso de encomenda, e um olhar de um artista que não consegue abstrair-se da sua condição. A autoria é a
linguagem que o artista constrói com o seu trabalho e que está nesse jogo de decisões, de escolhas e de construções da
imagem. É um território que nunca pode ser neutro, da qual o artista não se pode desembaraçar. E ao fotografar espaços
arquitectónicos, Eurico Lino do Vale não se desvia do núcleo artístico que tem desenvolvido nestes dez anos de trabalho.
Trata-se de um percurso sólido, focado na transcendência do retrato e na relação de comunhão entre o retratado, o artista, e
o público. Lino do Vale detêm-se na experiência do retratar e na descoberta da personalidade que se transpõe para a
imagem. É aqui que entra a imagem construída pelo fotógrafo-artista que, pela utilização de recursos técnicos - e do seu
olhar, de que, mais uma vez, não se pode deslocar – apresenta um discurso e mostra uma imagem com ressonâncias do que
é pessoal e único a cada pessoa. É esse mostrar, presente no acto de tirar a foto em que o retratado se apresenta e o
fotógrafo se apropria, que está presente no acto de revelação do espaço arquitectónico do Palácio da Rosa. Este edifício
senhorial do séc. XVI que passou por gerações de famílias como a de Luís de Brito Nogueira, a dos Viscondes de Vila Nova da
Cerveira, a dos Marqueses de Ponte de Lima ou a dos Marqueses de Castelo Melhor, mostra-se ao fotógrafo, dá-se a
conhecer. Por isso, este levantamento do Palácio da Rosa é um reconhecimento de que estes espaços históricos contêm um
repositório emocional que o fotógrafo quis captar. Para o artista, revelar o espaço é encontrar a sua intimidade – essa
transcendência que vai para além do espaço físico. Celebrando ao mesmo tempo a arquitectura e a história, Eurico Lino do
Vale resgata a memória dos espaços que sobrevive através da imaterialidade do lugar - a presença e a ausência, a memória e
o esquecimento.
The images of the series Palácio da Rosa set out a comitment between the image - because it results of a comission - and
the look of the artist who can not abstract from its condition. Authorship is the language with which the artist constructs his
work and consists of a game of decisions, choices and constructions. It is a territory that can never be neutral and which the
artist can not untangle himself. And when he’s photographing architectural spaces, Eurico Lino do Vale does not deviate
from the artistic hub has developed in these last ten years of work. It is a solid path, focused on the transcendence of the
portrait and the relationship between the portrayed, the artist and the audience. Lino do Vale holds up the experience of
portraying, discovering of personality that transposes the image. The image constructed by the photographer through the
use of technical resources and its look, which, again, that he can not move from - constructs a discourse and shows an
image with resonances of what is personal and unique to each person. That presence in this act of taking the photo
emerges from appropriating the present at the time of the revelation of the architectural space of the Palácio da Rosa. This
XVI century building went through generations of families like Luís Nogueira de Brito, of the Viscounts of Vila Nova da
Cerveira, the Marquis of Ponte de Lima or the Marquises of Castelo Melhor . This survey of the Palácio da Rosa is a recognition that these historic spaces contain an emotional repository that the photographer wanted to capture. For the artist,
revealing the space is to find its intimacy - this transcendence that goes beyond the physical space. While celebrating the
architecture and history, Eurico Lino do Vale rescues the memory spaces that survives through the immateriality of place the presence and absence, memory and forgetfullness.
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