Caros colegas, Em Assembleia Geral de 25 de Março, os (22) membros do Conselho de Notariados da União Europeia (CNUE), em que se inclui a Ordem dos Notários portuguesa, decidiram preparar ações concertadas, aprovando a criação de um grupo de trabalho para apresentar propostas e tomar medidas em função das reformas que se sucedem um pouco por toda a Europa (ver exemplos de França e Itália), com considerável impacto negativo para a profissão. A exemplo disso mesmo, na quinta-feira (dia 16 de Abril), foi emitida uma moção de apoio ao notariado italiano, cujo teor segue em anexo para todos os colegas. A Direção do CNUE revelou, também na semana passada, que vai passar a emitir uma newsletter a cada oito semanas, que fará chegar a todos os notários da Europa, com o objetivo de unir os profissionais dos vários países e dar conta do trabalho que o organismo está a desenvolver para defender o notariado. A Direção da Ordem dos Notários está claramente contra as medidas que, no nosso país e por toda a Europa, têm vindo a enfraquecer o notariado. Está contra a retirada de competências, a concorrência desleal, a dispersão da prática de atos notariais por várias profissões jurídicas, e pugnará sempre para que situações destas não se repitam e para que as decididas no passado possam ser minimizadas. Não temos qualquer dúvida de que o paradigma do notariado está alterar-se, mas acreditamos no valor da profissão, na sua utilidade económica e social para o país. O notariado português será mais robusto – e resistente a ataques - quanto melhor souber abarcar novas competências que aproximem os notários da sua génese de oficial público, característica que nos distingue dos demais profissionais liberais. Os inventários são, sobretudo no momento atual, uma competência indispensável, por nos ser exclusiva e por nos tornar novamente essenciais na administração da justiça. Na defesa do notariado, a estratégia não pode passar apenas pelo saudosismo de um passado que já existiu mas pela luta por competências que nos tornem imprescindíveis à sociedade. Com os melhores cumprimentos, A Direção da ON Motion in support of the Italian notariat Having taken note of the guidelines of the proposed reform of the Notariat announced by the Italian government; Whereas the proposed reforms, which carry many unevaluated risks, would have negative economic effects, particularly through the reduction in legal certainty, and permanently destabilise a key profession for justice; Whereas preventive justice and legal certainty are public goods; Whereas the announced proposal is a source of weakening of the system for protection currently provided by continental law; The Presidents of the 22 member notariats of the Council of the Notariats of the European Union (CNUE) solemnly reiterate: That the notariat is not a hindrance to the competitiveness of a State’s economy; that it enables the implementation of preventive justice at no cost to the State and that it participates actively in combating money laundering; That notaries, who confer upon the documents they authenticate a particular force on the State’s behalf, to which enforceability is attached, guarantee legality and above all legal certainty; That, with the status of public office-holder, they embody a public service of conflict prevention, which comes before the public service of dispute resolution, entrusted to the courts; That the calling into question of the founding principles of one of the notariats of reference in the European Union triggers the incomprehension of the European notariats; That the Italian notariat is a modern notariat which is exportable and which participates in spreading Europe’s influence in the world; that it is at the forefront in the use of new technologies and electronic archiving and has contributed to the implementation of many European projects; For these reasons, the Council of the Notariats of the European Union expresses its full support for the Italian notariat in defending the values shared by the notariats of continental law. Jean Tarrade CNUE President Motion de soutien au notariat italien Ayant pris acte des lignes directrices du projet de réforme du Notariat annoncé par le gouvernement italien ; Considérant que les réformes proposées, porteuses de nombreux risques non-évalués, auraient des effets économiquement négatifs, notamment par la baisse de sécurité juridique, et déstabiliseraient durablement une profession clé pour la Justice ; Considérant que la justice préventive et la sécurité juridique sont des biens publics ; Considérant que le projet annoncé est une source d’affaiblissement du système de protection actuellement prévu par le droit continental ; Les Présidents des 22 notariats membres du Conseil des notariats de l’Union européenne (CNUE) rappellent solennellement : Que le notariat n’est pas un handicap pour la compétitivité de l’économie d’un Etat ; qu’il permet la mise en œuvre d’une justice préventive sans le moindre coût pour l’Etat et qu’il participe activement à la lutte contre le blanchiment des capitaux ; Que le notaire, qui confère aux actes qu'il authentifie une force particulière au nom de l’Etat, à laquelle s'attache la force exécutoire, est un garant de la légalité et de la sécurité juridique ; Que, doté du statut d'officier public, il incarne un service public de prévention des conflits, qui se situe en amont du service public de résolution des litiges, confié aux tribunaux ; Que la remise en cause des principes fondateurs de l’un des notariats de référence de l’Union européenne suscite l’incompréhension des notariats européens ; Que le notariat italien est un notariat moderne qui s’exporte et participe au rayonnement de l’Europe dans le monde ; qu’il est à l’avant-garde quant à l’utilisation des nouvelles technologies et de l’archivage électronique et a contribué à la mise en œuvre de nombreux projets européens ; Pour ces raisons, le Conseil des notariats de l’Union européenne manifeste tout son soutien au notariat italien pour la défense des valeurs partagées par les notariats de droit continental. Jean Tarrade Président CNUE