Tema 8
Considerando o excerto transcrito, apresenta uma reflexão sobre a liberdade.
A liberdade é uma flor frágil e está sempre em risco. Mas é uma daquelas palavras
que, segundo Ionesco, devem ser ditas de modo a que não caia em ouvidos de surdos. Há
coisas que se dizem no café, entre amigos, mas que, por motivos de bom senso e de bom
gosto, é intolerável pretender publicar num jornal invocando a liberdade.
A liberdade de expressão é um direito de todo o ser humano, independentemente da
sua cultura, etnia ou religião. Contudo, deve ser usada de forma moderada e com bom senso.
A liberdade de expressão tem sido conquistada pelo Homem ao longo do tempo,
permitindo-lhe demonstrar as suas opiniões, pensamentos e crenças sem o risco de ser punido
ou rejeitado. Por isso este valor apresenta grande importância na sociedade contemporânea,
uma vez que é através do seu uso que muitos agrupamentos e organizações se podem
manifestar, protestar ou, ainda, proclamar os seus direitos enquanto indivíduos contra
determinados preconceitos, estabelecidos pela sociedade e que limitam e condicionam as suas
vidas, sociais, profissionais e pessoais. É o caso, por exemplo, do casal português lésbico,
Teresa Pires e Helena Paixão, que, após quatro anos de luta e de protesto, conseguiram ter a
primeira aprovação do governo português para se casarem.
Contudo, a liberdade de expressão de cada um tem limites. A partir do momento em que
uma pessoa abusa do seu direito à liberdade de opinião, para, de forma intencional, exprimir o
seu pensamento pessoal com o intuito de prejudicar, de satirizar ou mesmo de provocar uma
dada comunidade devido à sua fé, valores culturais ou religião, poderá gerar conflitos. Isto devese ao facto de já não estarmos perante uma situação de simples uso do direito à liberdade de
expressão, mas sim de um estado de desrespeito e de desprezo por outras pessoas que revelam
ideais culturais, morais e religiosas diferentes. Foi o que ocorreu, por exemplo, em França, com a
publicação do jornal Charlie Hebdo, em que se satirizava e criticava a religião muçulmana, de
forma ofensiva, o que trouxe por consequência a morte de caricaturistas e de colaboradores do
referido jornal, por desrespeito às crenças e fé da comunidade islâmica.
Concluindo, a liberdade de expressão é essencial ao Homem para a manifestação das suas
opiniões ou crenças. Apesar disso, é preciso saber usá-la com bom senso, uma vez que, como diz
o provérbio, “ A minha liberdade acaba, quando começa a do outro”.
Ana Sofia Viveiros, nº 2
12.º A
Download

Ana Sofia Viveiros