Processos Emocionais 1
António Rosado
Emoções
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É difícil imaginar a vida sem emoções.
Vivemos para elas, organizando o
mundo para nos proporcionar prazer,
alegria, e evitar desilusão, tristeza ou
sofrimento.
Processos Emocionais
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As emoções estão presentes em todos
os aspectos da vida humana, incluindo
as situações de desporto e exercício
físico.
Elas podem ter consequências
importantes que vão para além da
experiência meramente emocional.
O valor das emoções
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É indispensável viver as nossas emoções
para dirigir a nossa vida de forma
satisfatória.
É necessário saber gerir emoções ( as
nossas e as dos outros) nos ambientes de
vida e em que trabalhamos.
Estão no núcleo de quem somos mas
escapam em grande parte ao nosso controlo
voluntário.
Um pouco de história...
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Antes da psicologia como ciência (final do
séc. XIX), os fenómenos mentais eram
assunto de filósofos.
Os gregos separavam a razão da paixão, o
pensamento do sentimento, a cognição da
emoção.
Platão afirmava que as paixões,os desejos e
os medos impossibilitavam-nos de pensar.
Afectividade e Emoção
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Kant (1724-1804) classificou os fenómenos
psíquicos em intelectuais, afectivos e
volitivos.
Descartes afirmara “ Penso logo existo”,
afirmando a mente como consciência...
• O erro de Descartes, de Manuel Damásio....

O método de estudo da mente
era,inicialmente, fundamentalmente, o
introspectivo.
• Conteúdos da experiência consciente imediata
• Objecto de forte crítica...
Behavioristas
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EMOÇÃO:Resposta afectiva imediata.
Intelectualização das emoções: Resposta
afectiva secundária .
Sentimentos e paixões. Efeitos persistentes
das emoções.
Resposta emocional: estrutura
comportamental afectiva que é posta em
marcha por vários tipos de causas e que se
mantém para além da duração das causas.
Behavioristas
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Os estados interiores e subjectivos da mente
(percepções, memórias e emoções) não
eram temas apropriados da psicologia.
Não eram factos observados e mensuráveis.
Reagiam, assim, à introspecção, único meio,
na época, de estudar a subjectividade e o
inobservável.
A Psicologia cognitiva viria alterar este
estado de coisas: Processamento de
informação, inteligência artificial, ciência
cognitiva.
• Excluindo, de início, as emoções.
Emoção e Cognição
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As emoções eram consideradas nãológicas e as cognições associadas ao
raciocínio lógico (a razão).
A cognição não é tão lógica como isso...
A emoção não é tão ilógica como isso...
A tomada de decisão humana envolve
as duas áreas.
Origem das emoções
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Tem que existir um estímulo.
Surgem do contacto com o
exterior/interacção.
Podem ser suscitadas pelo que se passa em
nós.
•
•
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O pensamento pode provocar uma emoção
Ex: uma lembrança pode provocar nostalgia.
As sensações podem provocar emoções
•
Ex: a dor exaspera-me
Estimulo
?
Emoção
Emoção como sequência de eventos que começa com um estímulo
e termina com uma experiência emocional.
As emoções como sistema de
informação
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Temos constantemente emoções como
temos sensações.
•
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Sentimentos e emoções são entendidos por muitos
autores como termos equivalentes.
As emoções, como as sensações, são um
sistema de informação.
A informação fornecida pelas emoções é
decisiva nas decisões do dia-a-dia.
Todos os estados de consciência se
revestem de uma tonalidade agradável ou
desagradável.
As emoções como sistema de
informação

Cada tipo de emoção fornece uma
informação específica:
• A tristeza revela uma falta
• A cólera que existe um obstáculo à nossa
•
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satisfação
A impaciência que o que fazemos não tem
sentido...
A emoção tem sempre uma função
informativa.
As emoções como sistema de
informação
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Elas são importantes para dirigir a vida
psiquica.
•
•
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
Elas informam-nos de que somos atingidos pelas
coisas.
A sua intensidade indica-nos a força com que somos
atingidos. Revela o grau de importância.
Enviam-nos para um passado com uma
significação subjectiva.
Aquilo que nos toca corresponde também a
uma necessidade nossa.
Emoção como indicador do nível
de satisfação
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O organismo está sempre num equilíbrio instável.
Estamos sempre a ser assaltados por uma multidão de
necessidades.
Se a necessidade é satisfeita existe equilíbrio até que
nova necessidade apareça.
Há necessidade de respondermos a necessidades físicas
mas também psíquicas.
Muitas necessidades físicas e psíquicas são imperiosas e
evidentes.
São as nossas emoções que estão encarregadas de nos
dizer se elas estão ou não satisfeitas.
Os sentimentos informam-nos do nosso equilíbrio no
plano psíquico e isso de forma contínua.
Emoção e Satisfação
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Para marcar a satisfação existem uma
variedade de sentimentos que vão do
simples contentamento à euforia.
•
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Entre esses extremos temos o prazer, a alegria, etc.
Para assinalar a insatisfação há, também,
uma longa série de emoções que vão do
simples descontentamento à raiva. Entre
elas, o aborrecimento, a tristeza, a
decepção, a melancolia, a cólera...
A emoção como sistema de
comunicação

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
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Existe um vasto repertório de expressões
emocionais
A maior parte são transmitidas pela face.
•
Sorrimos, rimos, choramos...
Algumas são inatas e comuns a todas as
pessoas (emoções básicas).
São uma forma de comunicar.
•
•
Sinais sociais que comunicam os nossos estados
interiores.
Não deixam de ser afectadas pelas convenções
sociais. São, também, construções sociais.
A emoção como sistema de
comunicação
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Através delas comunicamos coisas que são
importantes para nós.
Quanto mais capazes formos de exprimir e
exteriorizar as nossas emoções melhor
lidamos com elas.
Sem emoção as nossas relações seriam
menos ricas
•
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Imagine que todas as pessoas nos eram indiferentes.
Como seria a vida?
Quanto mais as conseguimos sentir mais
aproveitamos.
A emoção como forma de
interacção com o meio
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
São fundamentais no funcionamento social.
Têm consequências pessoais e interpessoais - um
papel social.
Interacção latente: estado de prontidão ou de
tendência para a acção.
Muitas são eventos sociais que acontecem num
contexto social partilhado construído para as
produzir.
São reconhecidas pelos outros e evocam respostas
dos outros.
Emoção e interacção social
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Contágio emocional: tendência para
experienciar a emoção de outra pessoa.
•
•
•
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Ver rir pode fazer os outros sorrirem e sentirem-se
felizes.
Equipas coesas partilham emoções mais
completamente e o contágio é mais rápido.
Expressões de zanga aumenta o nº de violações de
regras.
A zanga dos fans produz medo ou apreensão
nos árbitros...
Características das emoções
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As emoções têm um papel de
desenvolvimento da personalidade.
•
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
As diferenças individuais na activação
emocional são as principais determinantes de
diversas dimensões da personalidade.
As emoções constituem um sistema
primário de motivação.
Cada emoção tem funções distintas na
forma como organiza a percepção, a
cognição e o comportamento.
O QUE É EMOÇÃO?
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Existem dúzias de sugestões de definições, mas nenhuma
abarca toda a investigação (Vallerand & Blanchard, 1999).

Uma emoção é uma reacção a um estimulo
de um evento (actual ou imaginado). Envolve
mudanças nas vísceras e na musculatura da
pessoa, é experimentada subjectivamente
de formas características, e expressa
através de meios como mudanças faciais e
tendências de acção e pode mediar ou
promover comportamentos subsequentes.
Componentes da Emoção

As emoções consistem em três
elementos principais:
• 1. Modificações fisiológicas:
• As alterações fisiológicas que ocorrem
durante a emoção incluem as do sistema
autónomo, tais como os aumentos do ritmo
cardíaco, da pressão sanguínea e da
respostas da pele (condutabilidade), entre
outras.
Tendências de Acção
•
•
•
2. Tendências de acção: referido por alguns (Arnold &
Gasson, 1954, Frijda, 1986, cit in Vallerand &
Blanchard, 1999) como o elemento central das
emoções.
Por exemplo, o medo pode envolver a tendência de
fugir e a tristeza pode levar uma pessoa a mover-se
menos.
As tendências de acção não são sempre traduzidas
em comportamentos observáveis.
Experiência Subjectiva
• Experiência subjectiva (sentimento): refere-se
•
às experiências conscientes do indivíduo
durante o episódio emocional.
A componente subjectiva da emoção
humana, provavelmente a mais estudada,
pode ser a mais importante (Leventhal, 1974,
1982, cit in Vallerand & Blanchard, 1999).
QUE EMOÇÕES EXISTEM?
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Metodologias:
•
•
•
•
•
Expressões faciais.
Palavras emocionais em diferentes línguas.
Introspecções conscientes.
Classificar palavras e adjectivos e / ou compará-los
entre si (muitas emoções podem ser simples
sinónimos).
Julgar frases demonstrando emoções em várias
escalas
• Proceder a análises factoriais
• Listas muito grandes de emoções
QUE EMOÇÕES EXISTEM?
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Psicólogos e biólogos tiveram algum
sucesso em descobrir manifestações
corporais objectivas dos estados
emocionais.
As tentativas de catalogação das
experiências emocionais foram mal
conseguidas e não fazem justiça à riqueza
desses sentimentos subjectivos.
•
Como é que a tristeza difere da mágoa, ou do
abatimento ou desânimo? Pessoas diferentes relatam
cambiantes de significado diferente.
Variedade, variedade
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Existem centenas de emoções, incluindo
combinações, variações, mutações e
tonalidades (Goleman, 2000).
Há mais subtilezas nas emoções do que
palavras para as descrever.
Umas são determinadas biologicamente
outras socialmente.
Umas estão muito próximas das outras.
Exemplos de emoções
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Raiva,ira, desgosto, alegria, medo,
felicidade, tristeza, culpa, vergonha,
aversão, stress, inveja, ciúmes, prazer,
surpresa, orgulho, ansiedade, alívio,
esperança, amor, compaixão...
Diversos autores apresentam diversas
tipologias das emoções.
Algumas parecem universais mas o acordo
não é total (não existe uma tipologia única).
Emoções
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Ansiedade: enfrentar ameaças existenciais...
Tristeza: enfrentamos perdas irreparáveis...
Culpa: transgredimos imperativos morais...
Vergonha: falhamos viver um ego ideal...
Inveja: querer qualquer coisa que outro possui...
Esperança: esperar conseguir o melhor
Orgulho: sentir-se bem consigo ou com o seu valor
social.
Gratidão: creditar outro com uma prenda altruísta
Amor: desejar afecção recíproca por outra pessoa...
QUE EMOÇÕES EXISTEM?

Não tem existido consenso acerca da lista de
emoções, em parte devido ao facto de as
definições típicas de emoção enfatizarem a
acção ou as tendências de acção, as
mudanças fisiológicas e os estados
subjectivos-afectivos sem a orientação da
teoria para enquadrar o processo emocional
e aos limites da emoção e não-emoção
(Lazarus, 1999).
Primórdios tipológicos
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Na perspectiva clássica existiam 3 fenómenos afectivos:
•
•
•
1. Emoções
2.Sentimentos
3.Paixões
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1. Emoções: fenómenos afectivos intensos que surgem de forma
brusca e que, também, rapidamente se desvanecem.

2. Sentimentos: fenómenos afectivos estáveis que resultam, em
regra, da intelectualização das emoções. As emoções ao serem
racionalizadas perdem intensidade, tornam-se estáveis.

3. Paixões: fenómenos afectivos intensos mas que se mantém
não intelectualizados por um período longo de tempo.
Classificação das emoções
(Lazarus)
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1. Emoções negativas ou de stress : resultantes de
feridas, de perdas, de ameaças (raiva, ansiedade, medo,
culpa, vergonha, tristeza, inveja, ciúmes, desgosto).
2. Emoções positivas: resultantes de benefícios
(felicidade, alegria, orgulho, gratidão e amor).
3. Casos-limite (esperança, contentamento, alívio,
compaixão, emoções estéticas).
4. Não-emoções ( estados complexos como a depressão,
estados positivos ambíguos (expansividade, desafio,
confiança, determinação) e negativos (frustração,
desapontamento, perda de sentido), confusão mental e
pré-emoções (interesse, curiosidade, antecipação,
vigilância...).
Quatro tipos de experiências
emotivas (Larivey, M.2002)
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1. Emoções p.ditas ou simples
•
•
•
•
•
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As emoções positivas (dão conta de satisfação).
As emoções negativas (dão conta de insatisfação).
As emoções relacionadas com uma necessidade
As emoções relacionados com o obstáculo ou
responsável.
As emoções de antecipação
2. Emoções Mistas
3. Emoções Interiorizadas
4. As pseudo-emoções
Dimensões da Emoção
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Grande parte dos investigadores parecem
estar de acordo em pelo menos duas
dimensões:
(1) agradável/desagradável e a
(2) activação.
Esta abordagem bidimensional propõe o uso
de quatro quadrantes, dois representando
um elevado ou baixo prazer e outros dois
representando uma alta e baixa activação.
Presumivelmente, todas as emoções
poderão ser colocadas num destes quatro
quadrantes.
Processos Emocionais
Activação Alta
AN
AP
Agradável
Desagradável
BN
BP
Activação Baixa
Natureza das emoções
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1.A riqueza da vida emocional não é
compatível com um nº finito de
emoções.
2.Existe um nº finito (discreto) de
emoções primárias que variam de
muitas maneiras e não podem ser
explicadas pelo Prazer/Activação.
Natureza das emoções


Outros investigadores (Plutchik, 1980)
propuseram representações
geométricas mais complexas, tais como
um modelo em círculo no qual as
emoções são classificadas em básicas e
derivadas.
Este modelo distribui/coloca várias
emoções num plano de 360º em função
das relações entre elas.
As 8 emoções básicas de
Plutchick
Tristeza
Aversão
Surpresa
Fúria
Medo
Expectativa
Aceitação
Alegria
Algumas diades primárias de
Plutchick
Diades
Primárias
seriam misturas
de emoções
adjacentes.
Surpresa
Alarme
Medo
Aceitação
Alegria
Amor
Algumas diades secundárias de
Plutchick
Mau Humor
Tristeza
Fúria
Medo
Alegria
Culpa
Diades
Secundárias
seriam misturas
de emoções
separadas por
uma.
Algumas diades terciárias de
Plutchick
Diades
Terciárias
seriam misturas
de emoções
separadas por
duas.
Surpresa
Alegria
Prazer
Emoções discretas
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Posição de que existem emoções discretas com
certos limites entre elas.
A partir desta perspectiva a investigação, descobriu
pelo menos quatro emoções básicas:
•

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Medo, ira, tristeza e prazer.
Aversão/desprezo, medo, felicidade, interesse,
tristeza e surpresa.
Estas emoções parecem ser inatas, as pessoas
através das culturas experimentam todas estas
emoções (Ekman, 1994, Ekman et al, 1982, cit in
Vallerand & Blanchard, 1999).
Distinção entre diferentes fenómenos
afectivos

Na investigação poderemos encontrar
distinções entre emoção e conceitos tais
como mood - humor; disposição - ,
affect, feelings - sensações, sentimentos
-, emotional traits - traços emocionais - e
temperaments – temperamentos.
Distinção entre diferentes fenómenos afectivos



Existem autores que utilizam os termos
feeling, affect e emoção de forma aleatória.
Affect pode ser entendido como incluindo
emoção, sentimentos e todas as disposições
- mood – .
Emoção refere-se a uma reacção
súbita/repentina a um acontecimento
específico, principalmente às modificações
fisiológicas, sentidas e comportamentais.
Distinção entre diferentes fenómenos afectivos

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
Feelings – sensações, sentimentos - reflecte
mais especificamente a experiência
subjectiva da emoção e do humor, sem as
modificações fisiológicas e comportamentais.
Mood – humor, disposição, tonalidade
afectiva - é mais difuso e duradouro que a
emoção (Fridja, 1993a, cit in Vallerand &
Blanchard, 1999) e, ao contrário da emoção,
não tem relação com um objecto.
Disposição afectiva fundamental.
Distinção entre diferentes fenómenos afectivos


Os traços emocionais referem-se às
diferenças individuais na tendência/forma em
sentirem uma determinada emoção ou
humor (Watson & Clark, 1994, cit in
Vallerand & Blanchard, 1999).
Os temperamentos também representam as
diferenças individuais na tendência de sentir
certas emoções e sensações, essas
tendências têm origem, pelo menos em
parte, na hereditariedade.
Distinção entre diferentes fenómenos afectivos


As emoções, sentimentos, humores, traços
emocionais e temperamentos diferem entre
si de acordo com a sua duração.
Emoções (minutos ou horas), sensações
(minutos, horas e dias), disposições (horas,
dias, semanas e mesmo meses), traços
emocionais (anos) e temperamentos (vida
inteira). Oatley e Jenkins (1996, cit in
Vallerand & Blanchard, 1999).
Distinção entre diferentes fenómenos afectivos
Temperamentos
Traços emocionais
Vida
Anos
Tempo
Meses
Moods
Semanas
Feelings
Dias
Emotions
Horas
Minutos
Segundos
Figura 1: Distinção entre diferentes fenómenos
afectivos (adaptado de Oatley e Jenkins, 1996)
Antecedentes das Emoções
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
A teoria e investigação sobre os
antecedentes lidam com os processos
psicológicos que provocam emoções.
O objectivo destas teorias e modelos é
compreender e predizer a forma como
os indivíduos poderão sentir uma
determinada situação (desportiva).
Antecedentes das emoções



Valores, objectivos, empenhamento,
intenções e planos determinam as
emoções.
As motivações estão relacionadas com
as emoções.
As emoções são reacções ao estatuto
dos objectivos, dão resposta a
necessidades.
Emoção: cognição e avaliação

As emoções dependem da estrutura cognitiva.
• Do conhecimento: crenças acerca de como as coisas
•
•
•

são.
Das representações sociais (construtivismo social).
São construções biológicas mas, também, psicológicas.
Diferem, também, de cultura para cultura.
E da avaliação: avaliação da situação e da
significância pessoal da relação com o meio.
• Numa emoção à sempre uma avaliação, um julgamento
dos benefícios e prejuízos pessoais...
Antecedentes das emoções


Podemos dizer que os teóricos e os
investigadores pertencem a um de dois
campos (Vallerand & Blanchard, 1999): (1)
um campo que defende que a causa da
emoção é a cognição ou, pelo menos, a
avaliação/apreciação – appraisals –;
(2) outro que embora não negando que este
processo cognitivo pode determinar
emoções, argumenta com outras fontes de
influência.
Emoção e cognição



O processamento emocional pode ter lugar
na ausência de conhecimento consciente.
A avaliação pode ser consciente ou
inconsciente (inconsciente emocional).
A emoção pode existir antes da cognição e
sem cognição (acesso à consciência).
•
•
•
Efeito de mera exposição
Experiências subliminares e defesa perceptual.
Relembrar a psicanálise...
Antecedentes das emoções

Izard fala em informação celular
(processada nos genes e que influencia
os traços emocionais e o
temperamento); informação orgânica
(processando a informação genética);
informação biopsicológica (interacção
entre códigos genéticos e conhecimento
adquirido) e processamento cognitivo
(avaliações e atribuições).
Origem das Emoções



Resulta de processamento cognitivo
(ainda que minimal), consciente e
inconsciente.
A cognição deve ser o antecedente mais
poderoso.
Cognição ou processamento por via
central e por via periférica.
Teoria da Avaliação de Arnold


A forma como se avalia a situação determina a
emoção.
2 tipos de avaliação
•
•

Intuitiva, rápida, automática. Suficiente e necessária para
existir emoção. Desencadeia estados fisiológicos
característicos.
Reflexiva e racional (modifica e reforça o efeito da
avaliação intuitiva, dá conta das alterações fisiológicas).
O Cérebro tem o papel essencial e determinará as
mudanças fisiológicas e as tendências de acção.
•
É mais fácil as emoções mudarem o pensamento do
que o pensamento modificar as emoções.
Teoria de Weiner (1985)




Teoria atribucional das Emoções
As emoções dependem do resultado dos
acontecimentos, nomeadamente, das
atribuições para o resultado.
Dimensões causais: locus (interno/externo),
estabilidade (permanente ou instável) e
controlo (controlável ou não).
Cada dimensão produzirá emoções distintas.
Antecedentes das emoções


Como o modelo de apreciação intuitivareflexiva (Vallerand, 1987) propõe, a
apreciação intuitiva da performance parece
ser o preditor mais importante do affect no
desporto após o sucesso e o insucesso no
resultado.
As atribuições também podem produzir
emoções, no entanto, parece que o seu
papel é mais limitado do que o da
apreciação intuitiva.
Antecedentes das emoções


Variáveis como motivação (intrínseca e
extrínseca), auto-eficácia e orientação
para a tarefa e para o ego também
representam antecedentes importantes
das emoções (Biddle, 1999).
A motivação tem um papel indirecto na
produção de emoção através do impacto
nas apreciações intuitivas (resultado
percebido) e reflexivas (atribuição).
Antecedentes das emoções

A investigação existente tem testado os
papéis dos diferentes tipos de
antecedentes (auto-eficácia, orientação
motivacional, apreciações intuitivas e
reflexivas, etc.) sem delimitar claramente
quais os tipos de antecedentes que
produzem certos tipos de emoções.
Emoção a Emoção...



Os antecedentes não serão os mesmos
para todas as emoções...
Uma teoria das emoções deve
responder a questões sobre cada
emoção, como é originada e influência
acções subsequentes.
Precisamos de saber como é que o
processo difere para cada emoção.
Teorias sobre os antecedentes


Mais recentemente a investigação tem-se
dirigido para o impacto da motivação e dos
objectivos nas emoções em situações
desportivas e de exercício ( Bandura, 1986,
Deci & Ryan, 1985, 1991, Nicholls, 1984, cit
in Vallerand & Blanchard, 1999).
A Teoria Cognitivo-Motivacional-Relacional
da Emoção de Lazarus (ver Lazarus, 1991,
1999) também é dirigida para os
antecedentes.
Antecedentes
Afectos
Cognições/avaliações
Schachter (1964)
Arnold (1960)
Weiner (1985)
Vallerand (1987)
Smith (1996)
Emoções
Motivação
Humor
Deci & Ryan (1985)
Nicholls (1984)
Bandura (1997)
Sentimentos
Consequentes
Consequências Intrapessoais
Cognições
Forgas (1995)
Motivação
Weiner (1985)
Saúde
Andersen & Williams (1988
Smith (1986)
Performance
Hanin (1997)
Consequências Interpessoais
Hatfield et al. (1992)
Weiner (1980)
Sequência integrada envolvendo antecedentes e consequentes emocionais
(retirado de Vallerand & Blanchard, 1999)
CONSEQUÊNCIAS DA EMOÇÃO NO DESPORTO


Os fenómenos afectivos podem
prejudicar ou facilitar o comportamento
subsequente...
Os efeitos debilitativos podem resultar
do arousal(activação): em níveis muito
altos de arousal, certas emoções (ex.:
ansiedade, medo) podem afectar
negativamente o comportamento.
Consequências




As emoções podem ter importantes
consequências interpessoais e intrapessoais.
A manifestação emocional de um indivíduo
tem consequências no comportamento de
outros, incluindo o comportamento emocional.
Por exemplo, o simples facto de uma pessoa
rir pode causar o sorriso noutras pessoas.
Este contágio emocional é comum no
desporto.
Consequências das Emoções


O modelo das Individual Zones of Optimal
Functioning – IZOF (zonas individuais de
funcionamento óptimo): determinar as
consequências das emoções no rendimento
desportivo ( Hanin, 1993, 1999).
A maioria da investigação acerca das
Aprofunda
consequências tem-se dirigido para as do no
Módulo
consequências intrapessoais (para o
seguinte!
indivíduo que experimenta a emoção).
Consequentes das emoções


Hanin (1999) sugere que algumas
pessoas podem render o seu melhor
com altos níveis de ansiedade e outros
com níveis consideravelmente baixos.
Mais, altos níveis de experiência
emocional podem ter uma função
facilitadora em certos tipos de desporto.
Consequentes das emoções


Quanto às consequências interpessoais
das emoções no desporto e exercício
existe pouca investigação.
Estes estudos incluem investigações da
ansiedade interpessoal e intragrupo e o
impacto dos padrões de comunicação
sobre os estados emocionais dentro de
diferentes desportos (Vallerand &
Blanchard, 1999).
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Processos Emocionais em Desporto