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Parapercepções durante
o Tsunami de 2004 no
Oceano Índico
Johnny C Godowski
Certamente grande número de pessoas assistiu ao filme Mar Aberto,
exibido nos feriados de Natal de 2004. Eu o assisti na noite anterior
ao Tsunami Asiático de 2004 (dia 26 de dezembro, aniversário de
casamento dos meus pais). Algum tempo depois, tomei conhecimento
que o casal de atores do filme também estavam na cena do desastre
naquele dia.
Mar Aberto é um filme comovente sobre a trágica morte de
pessoas esquecidas acidentalmente no mar por um grupo de
mergulho recreativo. Parece “ironia do destino” o fato de os atores
do filme estarem na cena do desastre onde tantas pessoas
encontraram a morte.
Estou certo que dentre aqueles que alugaram o filme, havia
alguns que usavam camisetas. Entre eles, poderia haver alguns
vestindo camisetas de surf – e que entre estes, alguns que vestiam
uma camiseta que, de alguma forma, trazia um desenho temático
do tsunami. A minha camiseta era toda verde – sem qualquer tipo
de desenho – apenas uma listra em xilogravura desenhada no alto
do ombro esquerdo. Somente depois de ter comprado a camiseta
percebi que o desenho trazia o nome TSUNAMI, em letras
maiúsculas (Fotografia 1).
Fotografia 1
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Na manhã de 24 de dezembro de 2004, logo depois das nove
da manhã, eu estava sozinho na sala de estar esperando pela família
da casa onde me hospedava para tomar o café da manhã. De repente, comecei a me sentir intranquilo, agitado, angustiado... A sensação era de que algo estava muito, muito errado. Levantei-me,
sentindo que tinha algo a fazer, e tentei ver em qual direção eu me
sentiria mais seguro, apesar de não haver nenhum perigo iminente
– nem eu nem a família estávamos em perigo, mas, ainda assim,
sentia uma sensação indescritível de choque, terror, como se algo
violento fosse nos atingir e as pessoas morreriam sem possibilidade
de salvar-se, de maneira inevitável.
Sem saber o que fazer, tentando entender o que acontecia,
procurei nas minhas coisas “algo” para me vestir. De alguma forma
eu sabia que a resposta estaria lá. Sem nada específico em mente,
freneticamente vasculhava e rejeitava todas as minhas outras camisetas até que me percebi escolhendo aquela camiseta. Ao pegar
aquela camiseta, tive certeza que havia encontrado a camiseta que
precisava usar, então eu a vesti. Aquilo não cessou meu desassossego
– porém me proporcionou entendimento imediato. Lembro-me de
ter ficado profundamente atordoado ao vestir a camiseta – mais do
que o desassossego anterior, uma amplificação, um repentino,
inexplicável e prolongado sobressalto provocado por uma energia
negativa, ao modo como se sente quando um amigo próximo lhe dá
más notícias. A sensação não vinha da camiseta em si, mas da
fonte de desassossego que me levou a escolher a camiseta... Assim
que me dei conta disso, fui compelido a olhar para meu ombro
esquerdo onde figurava a palavra TSUNAMI (fotografia 1).
Então me dei conta! E me senti muito desconfortável! Não
pude me esquecer daquela sensação! Quando eu escolhi vestir
aquela camiseta, era como se alguém me dissesse: “por que você
escolheu vestir justo esta camiseta? Justo hoje? Justo hoje?” Foi
quando percebi que o que havia sentido deveria estar conectado de
alguma forma com o tsunami pelo qual aquele dia seria conhecido
e lembrado. Um tsunami acontecendo naquele dia. Eu não havia
escolhido vestir aquela camiseta devido a algum sentimento mórbido
ou algo parecido, mas a escolha ocorreu como resposta àquelas
sensações inconfundíveis que de alguma forma chegaram até mim
no momento em que tentei compreender o que acontecia. Eu sinto
que compreendi o tsunami daquele dia como uma grande perda de
vidas sem nenhum tipo de alerta prévio. Estremeci e fiquei
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imaginando o que poderia fazer. Eu não desejei ou causei aquilo
tudo. Decidi usar aquela camiseta o dia todo, acontecesse o que
acontecesse, a fim de honrar o sentimento e a experiência que
acabei de descrever.
Um tsunami é uma poderosa força da natureza e um objeto de
estudo para mim, mas eu nunca desejaria ocasionar esse desastre
ou machucar alguém. Como eu não conseguia me desconectar da
negatividade do impacto, continuei com a camiseta como forma de
manter a racionalidade e tentar colocar o incidente em segundo
plano na minha mente a fim de continuar o meu dia. Eu até vesti
uma camiseta listrada verde em cima da outra para não deixar
a palavra à mostra... Estou certo de que não fui o único a vestir
aquela camiseta naquele dia.
O que mais me chama a atenção é a forma inconfundível como
tudo começa: sensação repentina, desagradável, e sobressalto reflexo, do mesmo modo que se tem ao ouvir um som inesperado ou ter
uma surpresa qualquer, e ao olhar a palavra, e reconfirmar a sensação desagradável e a noção de devastação que tsunamis podem
causar, junto à tentativa de me desvencilhar daquela sensação. Eu
já havia sentido essa sensação forte de desassossego algumas vezes,
na época dos acontecimentos de 11 de setembro e no desastre com
a Challenger.
Reafirmo que mantive o posicionamento pessoal de inteira
racionalidade e disponibilidade de ajudar para que acontecesse
o melhor para todos em todas as ocasiões. Para isso, é importante
registrar da forma mais honesta possível todas as coisas relacionadas
aos eventos – até mesmo informações que não fazem sentido de
acordo com as noções preexistentes. Elas devem ser posteriormente
corroboradas de forma que não se selecione os dados. Porém,
coisas inexplicáveis – anomalias e coisas correlatas, na minha experiência – acabam por prender minha atenção, fazendo com que eu
conte a um amigo, de forma a deixar algum tipo de registro. É possível que outras pessoas tenham experiências parecidas. Nos lugares apropriados, deveria haver algum tipo de validação sobre a onda
“assassina” – um nome inapropriado, já que a onda em si não teria
matado ninguém caso houvesse tido o aviso ou alerta apropriado.
Quanto a mim, vejo que é chegada a hora de manter um diário,
talvez com algum tipo de marcação de hora digital. Os pensamentos
mórbidos não são nada agradáveis. Eu tento tirar esses pensamentos
da minha mente consciente sempre que eles vêm até mim, a fim de
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não manter pensamentos que não são positivos, pois eles me afligem
e angustiam. Eu prefiro conviver e gastar meu espaço mental com
coisas positivas. Entretanto, se eu mantiver um registro desses
eventos por algum tempo pode ser proveitoso. Seja o que for que
esteja acontecendo, terá a minha atenção.
Logo após minhas impressões sobre o tusnami, escrevi um e-mail
para um amigo. Penso que escrever no momento e documentar os
acontecimentos dessa forma podem ser úteis, a fim de prevenir
erros e evidenciar padrões com o passar do tempo.
Entretanto, o impacto desconcertante da experiência foi mais
forte do que pude descrever. Atingiu-me como um soco, provocando
uma dor intensa. Quase como uma repreensão – como se eu tivesse
muito “mal gosto” por vestir algo como aquela camiseta naquele
dia. O que me preocupava não era nada relacionado ao meu gosto
ou à moda, mas à noção de que HAVERIA UM TSUNAMI HOJE!
Não! Não! Não, não não! O que me feria era a angústia da morte
e a protelação do trauma – algo que poderia ser prevenido –
a repreensão era merecida por pessoas que não preveniram ou
nem ao menos tentaram fazer um alerta...
A repreensão não era direcionada a mim – mas estou tentando
descrever é o modo como me senti. Senti o horror do evento antes
de ter qualquer meio racional de ficar sabendo sobre ele. Assim
o leitor pode perceber porque naquela hora eu tentei tirar aquilo da
minha mente e insistir na racionalidade e positividade. Eu NUNCA
pensei em correr para ver as notícias; ou procurar por um grande
terremoto recente e calcular onde o tsunami iria acontecer –
e checar se havia algum lugar que tivesse ficado sem alerta ou
tentar ligar para lá e fazer alguma coisa. Quem pensaria em algo
como isso? Eu nem ao menos liguei a TV.
Rejeitei esse pensamento! Eu nunca quis causar mal para
ninguém! Porque eu deveria ficar tão impactado naquele momento
com o pensamento de que poderia existir algo como uma onda
gigantesca, um Tsunami acontecendo naquele dia! Eu olhei as horas,
já passava das 9 da manhã. Mais tarde, descobri que a primeira
grande onda atingiu a Indonésia às 9 horas da manhã de lá. Era
aproximadamente 9h25 quando finalmente saímos de casa.
Tomei o café com a mãe dos meus colegas e família em um
restaurante Grego no Crystal River, Flórida, e notei uma pintura de
uma ilha vulcânica grega [Thera] que havia entrado em erupção
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violentamente na época antiga, causando ondas que destruíram cidades por milhares de quilômetros de distância. Ninguém quis conversar
sobre esse assunto. Eu até mesmo tinha trazido comigo um livro, de
Charles Pellegrino, sobre aquele velho vulcão em particular no Mediterrâneo e os antigos tsunamis devastadores que ele causou. É claro,
não havia como eu saber, quando eu trouxe o livro comigo, que
iríamos a um restaurante grego com um mural na parede justamente
daquele mesmo lugar descrito no livro, a ilha vulcânica que explodiu,
causando o que pode ter sido o maior tsunami do mundo antigo.
Havia planejado trazer o livro de qualquer forma, visto que o estava
lendo e mesmo depois da experiência da camiseta naquela manhã,
decidi trazê-lo de qualquer forma.
Havia trazido o livro pensando que talvez fosse interessante,
até mesmo comentei, ao chegarmos ao restaurante, sobre os antigos
tsunamis na ilha vulcânica e a coincidência de termos ido àquele
lugar naquela manhã. Eu falava sobre a coincidência de ter trazido
o livro sobre Thera e de termos ido a um restaurante com um mural
daquele mesmo lugar na parede – mas, na realidade, eu pensava
sobre os tsunamis, e sobre a misteriosa coincidência que chamava
minha atenção. Sob circunstâncias normais, com meu amigo e sua
família, o assunto teria derivado para uma conversa interessante
sobre coincidências e grandes acontecimentos da história antiga
que cunharam nossas lendas e até mesmo ideias religiosas e científicas... ao invés disso, o café da manhã foi atipicamente quieto.
Ninguém queria conversar sobre absolutamente nada.
Mais tarde, em casa, quando ouvimos as notícias, eu me vi
usando as letras na camiseta para mostrar para a mãe do meu
amigo como soletrar a palavra. Ela escutava a palavra pela primeira
vez na TV e não sabia como pronunciá-la ou o que esta significava.
Eu puxei a camiseta listrada até meu ombro esquerdo e soletrei
a palavra, apontando para cada uma das letras. Ela já estava sentada
do meu lado esquerdo, onde estavam a impressão na minha camiseta. Foi interessante perceber seu olhar de perplexidade. Eu tenho
certeza que ela aprendera ali aquela palavra e como soletrá-la. Eu
não tinha tido tempo de trocar de camiseta desde que chegamos do
restaurante. Nós estávamos vendo as notícias sobre o tsunami pela
primeira vez, portanto, não teria como eu ter colocado a camiseta
em resposta ao noticiário.
Certamente deve ter parecido estranho eu estar usando aquela
camiseta naquele dia, antes do noticiário trazer a notícia ou ao menos
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antes de nós sabemos sobre ela, com o livro de Pellegrino na mão –
e ainda termos ido àquele lugar, e de ter acabado de assistir ao
filme na noite anterior. T S U N A M I, eu mostrei com o meu dedo
indicador direito, dizendo cada letra em voz alta enquanto apontava
cada letra escrita no meu ombro esquerdo, assim ela podia ver a
palavra e como soletrá-la enquanto assistia ao noticiário. Expliquei
que ela significava “onda de maré”, tecnicamente “onda oceânica
sísmica”, ou do japonês colonial “onda do porto”. A cobertura do
noticiário disse as mesmas coisas. Eu pude ver na sua fisionomia
que ela pensava compenetradamente – ambos continuamos assistindo em silêncio, apenas absorvendo a informação.
Eu não havia falado sobre aquele momento até então, pelo
menos não com ela. Ela, por gentileza eu suponho, agora pensando
sobre isso, nunca nem uma vez me questionou, até mesmo algum
tempo depois, como aconteceu de eu estar usando aquela camiseta
naquele dia.
Ainda de forma mais surpreendente, eu também notei que
a camiseta era produzida na Tailândia (Fotografia 2). Como eu deveria me sentir? Sentia-me de mãos atadas. Como compreender e lidar
com a pré-cognição? Ou foi uma simulcognição? Telecognição?
Retrocognição? É importante lembrar, se estou certo sobre isso,
que estávamos em lados opostos do mundo, separados por 12 horas,
de forma que os relógios mostravam a mesma hora. O que você
faria nesse tipo de situação? Eu fico em lágrimas e triste pelas
pessoas feridas, o perigo e a falta de alerta, e por não saber como
lidar com o “presságio”. Apenas lágrimas.
Fotografia 2. Etiqueta da camiseta do tsunami
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Mais tarde, vi um relógio quebrado parado às 9h25 – aproximadamente a hora que saímos de casa. Consultei um mapa global
para confirmar que a área do terremoto e tsunami era antípoda.
Suponho que a hora que experimentei o desassossego era a mesma
hora em que as ondas atingiam várias costas litorâneas Mais tarde,
ouvi relatórios de poços na Virgínia jorrando e arremessando água
descontroladamente e grande flutuação dos seus níveis de água.
Adverti um mergulhador de caverna para que não mergulhasse
perto da lua cheia ou da lua nova e para que ele compreendesse
o que as ondas sísmicas podem fazer com a água em espaços subterrâneos confinados, mesmo se elas convergirem de um terremoto
do outro lado do mundo.
O que eu aprendi a partir desse tipo de experiência? Creio que
até o momento ela valeu a pena, quando você passa por sentimentos
que parecem pouco usuais ou sem explicação, e age de forma
responsável, tentando coletar informações ao invés de simplesmente
esquecê-las. Faça algum tipo de anotação ou registro que você
possa acessar quando necessário. Pode ser que tudo o que estava
acontecendo venha a ser conhecido por você, ajudando a calibrar
melhor suas experiências a fim de compreender melhor o que se
passa ao seu redor, e até mesmo a grandes distâncias. Uma vez
que se consiga proceder assim, as coisas podem começar a ficar
mais claras, apesar de não necessariamente mais fáceis. Uma
noção positiva de tudo isso é que, se você perceber que é sensível
a coisas como essa, então poderá ajudar mais quando os problemas
ocorrerem, ou até mesmo colaborar em que não aconteçam. Outro
aspecto importante é que você pode ajudar as pessoas que experimentam isso pela primeira vez a lidar com o evento de maneira
mais positiva.
Certamente os animais que fugiram antes do tsunami também
eram sensíveis, mas de alguma forma tiveram mais êxito. Até mesmo
as tribos nativas deixaram de ser atingidas pelas mesmas ondas
que devastaram todo o resto. Creio que todas as pessoas são capazes
de ter essa mesma consciência que salvou os nativos e os animais
– a mesma consciência, penso, que fez com que eu sentisse o acontecimento antes de ter tido qualquer notícia do mesmo pelos meios
de comunicação. Essa mesma consciência é comum aos nativos
aos animais e a nós, se nós nos sintonizarmos ao fato e não nos
desligarmos dele – é o tipo de percepção capaz de salvar vidas, possível
a todos nós. Seria bom se pudéssemos aprender com eles e uns
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com os outros, e construir um sistema de alerta de tsunamis e programas educacionais.
Acredito ainda que também é importante estudar entre outros,
os aspectos psicológicos da lucidez paranormal sobre o ambiente,
tanto de pessoas como de animais, quanto aos aspectos relacionados
a fenômenos eletromagnéticos que geralmente acontecem em
distúrbios atmosféricos, terremotos, raios solares e outros raios
eletromagnéticos e cósmicos geradores de distúrbios.
A pesquisa de Manchester provou que algumas pessoas têm
um senso magnético capaz de ser medido em uma RNM. Talvez
pesquisas futuras venham a mostrar que algumas pessoas são
sensíveis a flutuações eletromagnéticas ou outros estímulos
relevantes observados nos eventos paranormais.
O conhecimento sobre tais parâmetros poderia expandir nossa
habilidade de construir equipamentos que ajudem no estudo e alerta
prematuro de desastres inesperados e algumas mudanças
catastróficas a fim de construir um mundo mais pacífico e habitável.
Johnny C Godowski
Bacharel em Engenharia Elétrica
Pensacola, Flórida, EUA
Traduzido por Cathia Caporali
Revisado por Ana Paula Lage
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