Uma nova perspectiva da evangelização no mundo de hoje “IGREJA EM SAÍDA” RENOVAÇÃO DO MANDATO MISSIONARIO DA IGREJA “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações, batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos tenho ordenado.” (Mt 28, 19-20) A AÇÃO MISSIONÁRIA É O PARADIGMA DE TODA OBRA DA IGREJA (§15) “A ALEGRIA DO EVANGELHO É UMA ALEGRIA MISSIONÁRIA” “Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contêm sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além.” (§21) A INTIMIDADE DA IGREJA COM JESUS É UMA INTIMIDADE ITINERANTE COMUNHÃO MISSIONÁRIA “...a comunhão gera comunhão e reveste essencialmente a forma de comunhão missionária. Jesus, de fato, diz aos Seus discípulos: « Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e vos constituí para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça » (Jo 15, 16).” Christifidelis Laici 32 COMUNHÃO MISSIONÁRIA “...anunciar o evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo.” • “primeirear”: tomar a iniciativa; • Envolver-se: entrar na vida diária; • Acompanhar: a paciência de quem acompanha o passo do outro; • Frutificar: discernir os valores e valorizar os avanços e conquistas; • Festejar: celebrar, “a evangelização jubilosa torna-se beleza na liturgia”; (§ 23-24) PASTORAL EM CONVERSÃO para uma Pastoral Missionária PISTAS PROGRAMÁTICAS • Igreja deve ter uma profunda consciência de si mesma (Ecclesia Suam) • Opção Missionária: conversão das estruturas (“fazer com que todas elas se tornem missionárias”); • “...que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes de pastoral em atitude constante de saída...” PASTORAL EM CONVERSÃO para uma Pastoral Missionária PISTAS PROGRAMÁTICAS • Paróquia: grande potencialidade, plasticidade às diferenças de contexto, é a presença da Igreja no território, no meio das casas de seus filhos e filhas; • Paróquia: no mundo atual é chamada a ser “comunidade de comunidades”, casa e escola de comunhão, centro de envio missionário; • CEBs, movimentos e diferentes formas de associação devem encontrar na Paróquia seu centro de articulação e integrar-se ao Plano de ação pastoral da Igreja Particular; PASTORAL EM CONVERSÃO para uma Pastoral Missionária PISTAS PROGRAMÁTICAS • Igreja Particular é o “sujeito primário da evangelização”, a Unidade Pastoral (MC): “a Igreja encarnada num espaço concreto, dotada de todos os meios de salvação dados por Cristo, mas com um rosto local”. Chamada a realizar a missão em seu território, nas suas periferias, e animar a missão Ad Gentes; • Bispo, como Pastor, favorecer sempre a “comunhão missionária” na Igreja Diocesana, e a animação missionária; PASTORAL EM CONVERSÃO para uma Pastoral Missionária PISTAS PROGRAMÁTICAS • Bispos: estimulo e amadurecimento dos organismos de consulta e participação, e de outras formas de diálogo pastoral; • “Conversão do Papado”: como Bispo de Roma, atento ao sentido colegial da Igreja, procura abrir-se às situações novas; • Conferências Episcopais: “aportar uma contribuição múltipla e fecunda, para que o sentimento colegial leve a aplicações concretas” (LG 23); A PARTIR DO CORAÇÃO DO EVANGELHO Pastoral em chave missionária CONSEQUÊNCIAS PASTORAIS (METODOLOGIA) • Concentrar-se no essencial: em meio a tantas linguagens, um anúncio pertinente ao mundo atual; • Hierarquia de verdades: “relativamente ao agir exterior, a misericórdia é a maior de todas as virtudes” (§37); • Cada verdade deve ser contextualizada na totalidade da mensagem cristã: verdades centrais são a misericórdia, a justiça, a caridade, a graça; • Reconhecer o Senhor nos outros, saindo de nós mesmos: todas as virtudes estão a serviço dessa resposta de amor; PASTORAL MISSIONÁRIA Se encarna nas limitações humanas • Limitações e complementaridade dos diferentes olhares sobre a realidade: “variedade ajuda a manifestar e desenvolver melhor os diversos aspectos da riqueza inesgotável do Evangelho” (§40); • Cuidado na transmissão da fé: contextualização dos processos, pois “cada ensinamento da doutrina deve situar-se na atitude evangelizadora que desperte a adesão do coração com a proximidade, o amor e o testemunho” (§42); • Revisão dos “costumes caducos” em nome da misericórdia; • Igreja, “uma mãe de coração aberto”: dois movimentos da missão - chegar às “periferias humanas” - casa aberta do Pai CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Crise do compromisso comunitário • Necessidade do discernimento evangélico: adquirir a capacidade vigilante de ler os “sinais dos tempos”; • Analisar em perspectiva pastoral: aspectos que podem deter ou enfraquecer os dinamismos de renovação missionária da Igreja nesses tempos de GLOBALIZAÇÃO CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Desafios Sociais • Precariedade de vida X avanços tecnológicos • Realidade de exclusão X economia de mercado globalizada • GLOBALIZAÇÃO DA INDIFERENÇA: cultura do bem estar que anestesia; • Idolatria do dinheiro e fetichismo da mercadoria: que governa em vez de servir; autonomia absoluta dos mercados; • DESPREZO PELA ÉTICA: a dinâmica que reproduz a desigualdade e a exclusão gera o circulo vicioso da injustiça, levando a uma violência crescente, e no limite a desagregação social; CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Desafios Culturais • Indiferença relativista: “onde cada um pretende ser portador de uma verdade subjetiva própria, torna-se difícil que os cidadãos queiram inserirse num projeto comum...” (§61) • Cultura do efêmero e das aparências: enfraquecimento das culturas tradicionais; • Novos movimentos religiosos num contexto de secularização: relativismo moral e privatização da fé; • Riscos da imagem pública da Igreja (e enfraquecimento de instituições); • Crise dos valores familiares: individualismo pós-moderno e globalizado CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Desafios da Inculturação • Nas culturas já evangelizadas: “...não obstante os limites, esta cultura evangelizada tem, contra os ataques do secularismo atual, muito mais recursos do que a mera soma dos crentes.” (§68) • Piedade popular: - necessidade de acompanhar, cuidar, e fortalecer a riqueza que existe; - fragilidades: alcoolismo; superstições; fatalismo; machismo; violência; - devoções: vivência sentimental e individual da fé; - falta de compromisso social e formação dos fiéis; • Ruptura na transmissão da Fé: falta de espaços para diálogo familiar; influência dos MCS; subjetivismo relativista; consumismo desenfreado; falta de cuidado pastoral; falta de acolhida nas instituições, em particular na Igreja; CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Desafios das Culturas Urbanas • Cidade: espaços urbanizados pedem um olhar contemplativo que descubra o Deus presente em seu cotidiano (ex. JC com a Samaritana, Jo 4); • Multiplicidade das experiências de cultura e fé: um lugar privilegiado para a Nova Evangelização, onde descobrir, criar e imaginar novos espaços de oração e práticas de comunhão inovadoras; • Âmbito multicultural: multiplicidade de ambientes em que convivem inúmeras práticas culturais e de convivência, muitas vezes marcadas pela segregação e pela violência, em que “a Igreja é chamada a ser servidora de um diálogo difícil” (§74) • “Viver a fundo a realidade humana e inserir-se no coração dos desafios como fermento de testemunho, em qualquer cultura, em qualquer cidade, melhora o cristão e fecunda a cidade”, (§75) CONTEXTO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Desafios à participação na Igreja • LEIGOS: aumento na participação na Igreja, não se reflete numa maior penetração dos valores cristãos no mundo social, econômico e político; • MULHER: falta ainda criar espaços para uma participação mais incisiva, na tomada de decisões, tanto na sociedade como na Igreja; • Uma visão mais servidora do MINISTÉRIO ORDENADO: sua autoridade é sempre um serviço para o povo; • PASTORAL JUVENIL: compromisso de toda comunidade na sua acolhida e educação, bem como abertura para um protagonismo maior; • ANIMAÇÃO VOCACIONAL: falta de um testemunho mais alegre e coerente; necessidade de mais discernimento na seleção dos candidatos; (§§ 102-109) TENTAÇÕES DO AGENTE DE PASTORAL • Complexo de inferioridade; • Relativismo prático; • Desanimo pastoral (mesquinhez); • Pessimismo estéril (aridez); • Isolamento e consumismo espiritual; • MUNDANISMO ESPIRITUAL (§95) • Fuga dos encontros; • Espírito de competição e contenda. “Neste momento, não nos serve uma ‘simples administração’. Constituamo-nos em ‘estado permanente de missão’, em todas as regiões da terra”. A Pastoral Missionária no âmbito da América Latina: a Conferência de Aparecida e a proposta da Missão Continental A CONVOCAÇÃO PARA UM NOVO PENTECOSTES MISSÃO CONTINENTAL A expressão da Nova Evangelização na América Latina O discipulado missionário nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo vivo e o processo de conversão P A R A CONVERSÃO PASTORAL ...DE UMA PASTORAL DE MERA CONSERVAÇÃO PARA UMA PASTORAL DECIDIDAMENTE MISSIONÁRIA A ATUALIZAÇÃO DA MISSÃO CONTINENTAL A MISSÃO CONTINENTAL se realiza sob duas dimensões: • programática, num itinerário de eventos visando à formação no sentido da missão permanente; • paradigmática, tendo como dinamismo, “colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares”; • A Missão Continental na CNBB: como “fermento na massa”, com o apoio da organização missionária da Igreja no Brasil, suas atividades visam contribuir para o verdadeiro processo de “conversão pastoral”: ajudar que toda atividade eclesial se realize em “chave missionária”; A MISSÃO PERMANENTE NA AÇÃO EVANGELIZADORA NO BRASIL AS CINCO URGÊNCIAS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 1ª) IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO 2ª) IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO CRISTà 3ª) IGREJA: LUGAR DA ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL 4ª) IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES 5ª) IGREJA A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA TODOS IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO 1ª URGÊNCIA: §§ 30-36 • “A Igreja é indispensavelmente missionária”; • “Trata-se de suscitar em cada batizado e em cada forma de organização eclesial, uma forte consciência missionária”: “A alegria de ser discípulo missionário” (lema do Proj. Nacional de Evangelização 2008-2011); • “Em virtude do enfraquecimento das instituições e tradições, cresce a responsabilidade pessoal ... Promover e testemunhar a vida em todas as suas instâncias.” • A consciência missionária “deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais” (Dap 370); IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO 1ª URGÊNCIA: §§ 35 “...não se trata, portanto, de conceber a atitude missionária ao lado de outros serviços ou atividades, mas de dar a tudo que se faz um sentido missionário, estabelecendo neste conjunto de atividades desenvolvidas, algumas urgências que ajudem todos os batizados a efetivamente se reconhecerem como missionários. A Igreja no Brasil reforça, assim seu compromisso com a Missão Continental.” PERSPECTIVAS DE AÇÃO 1ª URGÊNCIA: §§ 78 - “...quais são os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial e lhes dar prioridade no trabalho da evangelização.” - “...as vezes são jovens... Pessoas vivendo na periferia de nossas cidades, intelectuais, artistas, políticos, formadores de opinião, trabalhadores com grande mobilidade, nômades, etc...” PERSPECTIVAS DE AÇÃO - “...ir ao encontro deles ... em todos os ambientes...” - “As missões populares, indo ao encontro do apelo da Missão Continental, tem se mostrado um caminho eficaz. As visitas sistemáticas nos locais de trabalho, nas moradias de estudantes, nas favelas e nos cortiços, nos alojamentos de trabalhadores, nas instituições de saúde, nos assentamentos, nas prisões, nos albergues e junto aos moradores de rua...” - A pastoral da visitação pode dar maior organicidade e eficácia a esse serviço.” EM VISTA DA MISSÃO PERMANENTE Sugestões para a Igreja Local aprofundar o caminho da Missão permanente: • “Paróquia Missionária”: desenvolver a pastoral da acolhida, da escuta, da visitação; • Aprofundar a vocação missionária dos leigos; • Preparar para os “ministérios leigos” pensando na MISSÃO: catequistas, da Palavra, da visita missionária... • Redescobrir a missionariedade das pastorais sociais; • Promover a Animação Missionária: IAM; Juventude Missionária... • Conhecer, criar e apoiar os “conselhos missionários” (COMIPAs e COMIDI); EM VISTA DA MISSÃO PERMANENTE PARÓQUIA MISSIONÁRIA: do Vaticano II à Nova Evangelização, uma nova concepção de Paróquia • Igreja como luz do mundo, Povo de Deus... • Diálogo com o mundo: transmissão da Fé; • Uma consciência mais clara da pertença da Paróquia à Igreja Local; • Novas responsabilidades e tarefas, sacramentais ou não, concedidas aos leigos, em corresponsabilidade; • Valorização do papel dos vicariatos, setores, bem como dos conselhos, em vista da pastoral de conjunto; EM VISTA DA MISSÃO PERMANENTE PARÓQUIA MISSIONÁRIA: o território paroquial Espaços das instalações paroquiais (estrutura) Estrutura X Evangelização Pastoral X Missão Território Paroquial (lugar da missão) Santas Missões Populares (outras experiências ou projetos: SINE, capelinhas...) formas de pastoral da visitação (como expressão de uma pastoral paroquial, ou por pastorais, com sua espiritualidade) EM VISTA DA MISSÃO PERMANENTE PASTORAL AMBIENTAL E PASTORAL DE FRONTEIRA • Diagnóstico da realidade; • Eleição de prioridades: que ambientes; quais as necessidades; as categorias de pessoas; cultura e religiosidade; criar comunidade; • Missionariedade das pastorais sociais: encarcerados; migrantes; menores; população de rua; enfermos... • Novos ambientes: hospitais; escolas; alojamentos; oficinas de trabalho; condomínios; parques; • Inculturação: Migrantes, Religiosidade popular, Indígenas e afrodescendentes A COMUNHÃO MISSIONÁRIA em cada Igreja Local PERGUNTAS PARA AJUDAR NA CONVERSA DOS GRUPOS • Diante do apelo por uma Igreja mais missionária, quais são os principais desafios na região em que vivo? • Quais são os sinais que nos dão esperança? • Como fazer com que a missão seja prioridade nas pastorais e no plano de pastoral da Diocese?