AS COMPETÊNCIAS DOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS VISANDO
À ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
Hanslivian Correia Cruz Bonfim – [email protected]
Orliney Maciel Guimarães – [email protected]
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Rua Av. Cel. Francisco Heráclito dos Santos, 210, Jardim das Américas
Curitiba – PR
Resumo: O tema desse trabalho refere-se ao ensino de Ciências e seu papel nos anos iniciais
do ensino fundamental. Destaca-se que o ensino de Ciências deve contribuir para a
alfabetização científica e tecnológica dos estudantes, pois se considera que por meio do
ensino de Ciências os estudantes compreendem melhor sua realidade, e a percebem de forma
mais crítica, mais contextualizada, contribuindo, dessa forma, para que participem de forma
mais consciente e atuante na sociedade. Neste processo considera-se que o papel do
professor é fundamental para que se alcance este propósito com o ensino de ciências nos
anos iniciais do ensino fundamental. Dessa maneira, o objetivo desse trabalho é discutir
sobre quais competências são necessárias aos professores de ciências dos anos iniciais da
educação básica para que esses de fato contribuam para que os estudantes sejam
alfabetizados científica e tecnologicamente. Portanto, considera-se que é necessário que o
docente desenvolva determinadas competências para que realize práticas pedagógicas
voltadas para a alfabetização científica e tecnológica dos alunos Nesta perspectiva são
discutidas cinco competências consideradas as mais relevantes, mediante reflexões em
pesquisa bibliográfica, a saber: Conhecer o componente curricular: Ciências; Conhecer seus
alunos e suas especificidades; Possuir pensamento crítico diante da sociedade; Ser um
intelectual crítico e Utilizar meios tecnológicos como recurso para os processos ensinoaprendizagem.
Palavras-chave: Ensino de Ciências, Alfabetização cientifica e tecnológica, Competências
I
INTRODUÇÃO
O ensino de Ciências nos anos iniciais do ensino fundamental deve contribuir para que
os alunos compreendam de forma mais crítica a sociedade da qual fazem parte
(LORENZETTI, 2000). Com os avanços científicos e tecnológicos, não há como formar
cidadãos participantes da sociedade “à margem do conhecimento científico” (BRASIL, 1997,
p.21), por isso cabe a escola, através do Ensino de Ciências, colaborar para que o aluno tenha
acesso ao conhecimento científico, e que mediante este conhecimento compreenda melhor o
mundo onde está inserido, que desenvolva um pensamento crítico diante da sua realidade e de
suas concepções. Nesta perspectiva compreende-se a importância do ensino de Ciências para
alfabetizar científica e tecnologicamente os estudantes, por meio de ações educativas
planejadas pelos docentes. Portanto, neste sentido o papel do professor é fundamental a fim de
dar condições para que o aluno construa conhecimentos novos, por meio de aulas em que
predomine a problematização, o diálogo, a escuta, a investigação, a interação. E para que isso
seja possível, é necessário que o professor desenvolva determinadas competências, para que
as aulas de Ciências possibilitem a alfabetização científica e tecnológica dos alunos.
Portanto, o foco de interesse desse artigo é discutir sobre quais competências são
necessárias aos professores de ciências dos anos iniciais da educação básica, para que esses de
fato contribuam para que os estudantes sejam alfabetizados cientifica e tecnologicamente
nesse nível de ensino.
1
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS:
ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (ACT)
Nos primeiros anos do ensino fundamental é importante que os alunos, mediante a
intervenção do professor, aproximem-se mais das explicações científicas e construam noções
a respeito dos conceitos científicos, bem como percebam que existem diferentes explicações
para determinados fatos e fenômenos da natureza. É considerada uma importante conquista
pedagógica para o professor, quando o aluno é capaz de explicar os fatos e fenômenos da
natureza fundamentados nos conhecimentos científicos (BRASIL, 1997). Nesta perspectiva os
estudantes nos anos iniciais começam a construir seus conceitos e a aprender sobre o meio
ambiente do qual faz parte, “através da apropriação e compreensão dos significados que as
Ciências Naturais apresentam” (LORENZETTI, 2000, p. 14).
Para que o ensino de Ciências nos anos iniciais seja significativo para os estudantes, ele
precisa estar articulado também com questões reais, que as crianças vivenciam no seu
contexto social e, também, contribuir para que sejam desenvolvidas nos alunos atitudes
baseadas nos valores sociais e humanos. Portanto, não basta ensinar que não pode jogar lixo
na rua, é necessário discutir as causas e consequências dessa atitude. Neste sentido, o
professor ao explicar as conseqüências de uma ação, contribuirá para que o aluno repense
atitudes e que fundamente suas explicações no conhecimento científico (BRASIL, 1997).
Neste sentido, os temas trabalhados no contexto da escola precisam estar atrelados
com o que acontece na vida cotidiana dos educandos, como também com os assuntos que são
divulgados, por exemplo, em jornais e revistas. É necessário identificar os “problemas sociais
que exigem conhecimento para fundamentar uma ação baseada em dados, conhecimentos e na
compreensão de como os cientistas analisam o mundo” (KRASILCHIK, 2009, p.210).
Atualmente não se espera que o aluno seja passivo diante do que aprende, mas que
seja ativo, participativo, argumentativo, e pesquisador diante do conhecimento. E, neste
sentido, cabe à escola oportunizar aulas práticas, nas quais o objetivo é envolver os alunos no
aprender (KRASILCHIK, 2009). E para que isso aconteça são necessárias estratégias
diferenciadas, nas quais o professor é o mediador desse processo de aprendizagem do aluno.
Portanto, as aulas também não precisam acontecer sempre na sala de atividades, podem, por
exemplo, serem feitas observações no pátio da escola, podem ser realizados passeios em
Zoológicos, em Museus, em Parques de Ciências, enfim, em locais variados, com o intuito de
enriquecer a aprendizagem do aluno e de mobilizá-lo a aprender.
Portanto, o trabalho pedagógico nos anos iniciais precisa estar fundamentado em práticas
nas quais a observação, a experimentação e a problematização sejam realizadas como formas
da criança “buscar informações e estabelecer relações entre elementos dos ambientes,
subsidiados por informações complementares oferecidas por outras fontes ou pelo professor”.
(BRASIL, 1997, p.37).
Assim cabe a escola através do ensino de ciências contribuir para que o aluno tenha
acesso ao conhecimento científico, desenvolvendo nele o senso crítico, para que adquira
melhor compreensão de mundo. No entanto é importante que o professor respeite o que o
aluno já traz de conhecimento, ou seja, sua cultura prevalente (DELIZOICOV et. al., 2011).
Pois a criança desde muito pequena está em constante contato com objetos, pessoas, fatos,
acontecimentos, meios tecnológicos, e a partir das interações que estabelece com o meio
físico e social, irá construir seus conhecimentos sobre o mundo que lhe cerca. Delizoicov,
Antotti e Pernambuco (2011, p.130) destacam que:
O ser humano, sujeito de sua aprendizagem, nasce em um ambiente mediado por
outros seres humanos, pela natureza e por artefatos materiais e sociais. Aprende nas
relações com esse ambiente, construindo tanto linguagens quanto explicações e
conceitos, que variam ao longo de sua vida, como resultado dos tipos de relações e
de sua constituição orgânica.
Assim é importante que o professor tenha uma escuta sensível ao que a criança traz de
conhecimentos relacionados às Ciências Naturais, a fim de perceber qual é a leitura de mundo
desse educando (FREIRE, 1996). Dessa forma, a partir do momento que este estudante realiza
relações entre o que conhece e o que a escola lhe apresenta de conhecimento novo, ele
ampliará seus conhecimentos. Para Lorenzetti (2000, p.14):
O ensino de Ciências nas Séries Iniciais1 deverá propiciar a todos os cidadãos os
conhecimentos e oportunidades de desenvolvimento de capacidades necessárias para
se orientarem nesta sociedade complexa compreendendo o que se passa à sua volta,
tomando posição e intervindo na sua realidade.
Isto significa que quando o estudante começa a compreender que existem outras
explicações para determinados fatos que acontecem na sociedade, ele terá novas formas de
intervir na sua vida social em busca de melhor qualidade de vida. Lorenzetti (2000, p.14)
explica que a criança tem acesso ao conhecimento científico em diferentes ambientes onde
está inserida e por meio de diversas formas, no entanto é na escola que serão introduzidos os
conceitos científicos, “oportunizando ao ser humano a compreensão da realidade e a
superação de problemas que lhe são postos diariamente”. E, complementa que o objetivo do
ensino de Ciências nos anos iniciais não é formar cientistas e nem preparar as crianças para os
anos seguintes, mas sim formá-los para viver em sociedade.
Nesta perspectiva o ensino de Ciências contribui para a alfabetização científica e
tecnológica dos estudantes, no sentido de fornecer a eles instrumentos para compreender
melhor o mundo onde estão inseridos, ou seja, compreender as contradições e as tensões que
existem na sociedade. Portanto, a alfabetização científica no ensino de Ciências Naturais nos
anos iniciais deve ser compreendida como o “processo pelo qual a linguagem das Ciências
Naturais adquire significados, constituindo-se um meio para o indivíduo ampliar o seu
universo de conhecimento, a sua cultura, como cidadão inserido na sociedade”
(LORENZETTI & DELIZOICOV, 2001, p.08 - 09, grifo nosso).
Defende-se que é necessário que a alfabetização científica inicie-se nos primeiros anos do
ensino fundamental, e que o professor possibilite que os alunos construam o conhecimento e
1
Série Inicias refere-se aos anos iniciais com 5 (cinco) anos de duração do ensino fundamental.
que realizem debates, discussões sobre temas que estão presentes na sociedade. Sendo
importante que nos anos iniciais os professores desenvolvam sequências didáticas 2 voltadas
para a resolução de situações problemas tendo como metodologia os pressupostos da
investigação científica. (SASSERON & CARVALHO, 2008)
Para Sasseron e Carvalho (2008) surge a necessidade de um ensino de Ciências capaz de
possibilitar que os alunos não fiquem restritos a noções e conceitos científicos, mas que
possam “fazer ciência”, que sejam expostos a problemas reais da vida social e que a partir
disso desenvolvam atitude investigativa em busca de soluções. De acordo com essas autoras:
É preciso também proporcionar oportunidades para que os alunos tenham um
entendimento público da ciência, ou seja, que sejam capazes de receber informações
sobre temas relacionados à ciência, à tecnologia e aos modos como estes
empreendimentos se relacionam com a sociedade e com o meio-ambiente e, frente a
tais conhecimentos, sejam capazes de discutir tais informações, refletirem sobre os
impactos que tais fatos podem representar e levar à sociedade e ao meio ambiente e,
como resultado de tudo isso posicionarem-se criticamente frente ao problema.
(SASSERON & CARVALHO, 2008, p. 336).
Neste sentido o estudante é inserido em uma nova cultura, ou seja, a “cultura científica”,
o que contribui para que o aluno desenvolva um pensamento crítico e possa fazer escolhas
conscientes diante das situações de sua vida, que tenha habilidade de dar sua opinião, de
argumentar, bem como buscar melhores condições de vida. E também despertar na criança o
gosto pela ciência e o interesse em buscar, no futuro, uma profissão voltada para esta área.
(VIECHENESKI & CARLETTO, 2012).
Assim, compreende-se a importância do ensino de Ciências para alfabetizar
cientificamente e tecnologicamente os estudantes, por meio de ações educativas planejadas
para atingir este objetivo. Portanto, o papel do professor é fundamental neste processo, para
que possibilite em suas aulas a construção do novo conhecimento pelo aluno, por meio de
aulas onde predominem a problematização, o diálogo, a escuta, a experimentação, a
investigação, a interação. Portanto, sua metodologia não poderá ser baseada numa “educação
bancária”, na qual o professor deposita o conhecimento no aluno (FREIRE, 1987), mas sim
que o professor tenha como intenção um ensino baseado na problematização, na realidade do
educando, e que no desenvolvimento do conteúdo considere as relações existentes entre
ciência, tecnologia e sociedade. Partindo desse pressuposto, surge a seguinte indagação: Quais
competências que o professor dos anos iniciais do ensino fundamental precisa desenvolver
para que sua ação educativa contribua para alfabetizar científica e tecnologicamente seus
alunos?
2
AS COMPETÊNCIAS DOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS VISANDO A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Nesta segunda parte do artigo serão discutidas cinco competências que se considera como
as mais relevantes, as quais os professores do ensino fundamental dos anos iniciais deveriam
desenvolver para que por meio de suas ações educativas, possibilitassem a alfabetização
científica e tecnológica dos estudantes.
2
Carvalho (2012, p.09) explica que as sequências didáticas, também chamadas pela autora de “sequências de
ensino investigativas” (SEIS), são sequências de atividades (aulas) que abrange “um tópico do programa escolar
em que cada atividade é planejada, do ponto de vista do material e das interações didáticas, visando
proporcionar aos alunos: condições de trazer seus conhecimentos prévios para iniciar os novos, terem ideias
próprias e poder discuti-las com seus colegas e com o professor passando do conhecimento espontâneo ao
científico e adquirindo condições de entenderem conhecimentos já estruturados por gerações anteriores.”
Para fundamentar o significado de competência será utilizada a definição do autor
Perrenoud (2000, p.13) o qual explica que competência é a “capacidade de mobilizar diversos
recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação”, ou seja, o indivíduo utilizará de suas
informações, de seus saberes, de suas capacidades, para resolver uma situação problema.
Outra característica correspondente à competência profissional é que esta se constrói na ação
profissional, no caso do professor, em sua ação docente. A partir da definição de competência
desse autor serão discutidas as seguintes competências: Conhecer o componente curricular
Ciências; Conhecer seus alunos e suas especificidades; Possuir pensamento crítico diante da
sociedade; Ser um intelectual crítico e Utilizar meios tecnológicos como recurso para os
processos ensino-aprendizagem.
2.1 Conhecer o componente curricular Ciências
Compreende-se que os professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental
tem por função lecionar grande parte dos componentes curriculares que estão dispostos para
esta etapa de ensino, sendo considerados como professores polivalentes, e, portanto, não
possuem formação específica em Ciências (LONGHINI, 2008). Várias pesquisas apontam
que devido ao fato de não possuírem formação específica, muitos professores de Ciências dos
anos iniciais se sentem inseguros em trabalhar os conteúdos desse componente curricular, e
“costumam apresentar um conjunto de modos de ensinar mais voltados para mecanismos que
lhes proporcionem tal segurança” (LIMA & MAUÉS, 2006, p. 165). Esses modos de ensinar
se referem ao uso do livro didático como guia para o ensino de Ciências; o desenvolvimento
de conteúdos mais voltados à ciência da natureza; a escolha de conteúdos para serem
trabalhados com os alunos que possuem maior domínio; preferência pelas aulas expositivas, a
fim de evitar o diálogo e perguntas que tenham dúvidas em responder; e raramente realizam
atividades experimentais. (LIMA & MAUÉS, 2006).
No entanto, considera-se que o objetivo do ensino de Ciências nos anos iniciais não se
restringe ao ensino de conceitos, portanto, não ficam apenas restritos aos conteúdos
conceituais, aqueles que se referem ao domínio de conceitos científicos (LIMA & MAUÉS,
2006). Pois, é importante considerar na prática pedagógica desenvolvida pelos docentes, os
conteúdos procedimentais, que implica no saber fazer, que em relação aos professores, no
saber ensinar, e os conteúdos atitudinais, que se referem às atitudes, aos valores, às normas
que estão presentes nas ações educativas (BRASIL, 1997). Nesta perspectiva, não basta
apenas conhecer os conteúdos que serão trabalhados, mas também, que o professor realize seu
papel de possibilitar que as crianças compreendam os conhecimentos científicos, dando
oportunidades para que estas observem, explorem, diferenciem, argumentem, opinem, criem
hipóteses. E para que as crianças desenvolvam essas habilidades, é fundamental que os
professores dos anos iniciais saibam como as crianças aprendem e se desenvolvem, bem como
considerem os conteúdos procedimentais e atitudinais, e não apenas os conceituais. Portanto é
relevante que esses conteúdos sejam desenvolvidos de forma inter-relacionados contribuindo
para a formação integral do estudante (BRASIL, 2013).
Lima e Maués (2006, p.172) defendem que os professores que lecionam Ciências nos
anos iniciais não necessitam ser especialistas nessa área, não considerando, dessa forma,
como necessário o pleno domínio do conteúdo conceitual. Portanto, os professores desse nível
de ensino precisam ser capazes de “situar cada disciplina, cada noção, cada conteúdo
conceitual, procedimental e atitudinal, ensinando de modo a promover e intensificar o
desenvolvimento da criança”.
Perrenoud (2000, p.24) ressalta que “conhecer os conteúdos a serem ensinados é a menor
das coisas, quando se pretende instruir alguém”, e explica que é necessário relacionar os
conteúdos a objetivos e, e também criar situações de aprendizagem. E complementa que:
A competência requerida hoje em dia é o domínio dos conteúdos com suficiente
fluência e distância para construí-los em situações abertas e tarefas complexas,
aproveitando ocasiões, partindo dos interesses dos alunos, explorando os
acontecimentos, em suma, favorecendo a apropriação ativa [...]. (PERRENOUD,
2000, p. 25).
Portanto, não basta dominar os conteúdos do componente curricular Ciência, para que
realmente os alunos aprendam, são necessários outros conhecimentos por parte do professor,
como por exemplo, conhecer seus alunos e suas especificidades, que será a próxima
competência a ser discutida. Nessa perspectiva defende-se o domínio do conteúdo atrelado a
outros conhecimentos que são importantes para os processos ensino-aprendizagem e para o
desenvolvimento das crianças dos anos iniciais.
Rocha e Neto (2010, p.173, grifo nosso) destacam que é necessário compreender a
realidade dos professores dos anos iniciais, e entender que eles trazem “a sua história de vida
e profissional para dentro da sala de aula e que necessitam fazer constantes reflexões sobre
suas concepções do que é Ciência, como, por que e para quê ensinar Ciências nessa fase
escolar”. Os referidos autores complementam que:
Nesse sentido os programas formativos têm como função auxiliar os profissionais no
entendimento do complexo desenvolvimento dos conhecimentos/saberes, sobre os
processos de aprender a ensinar Ciências, possibilitando a eles um reconhecimento
como agentes da mudança de sua própria prática, como mediadores do aprendizado
de Ciências pelos seus alunos (ROCHA & NETO, 2010, p.173-174)
Portanto, há que se repensar a formação inicial dos professores dos anos iniciais do
ensino fundamental para que estes possam compreender que conteúdos de Ciências são
necessários para esta faixa etária, a importância desse componente curricular, quais objetivos
de aprendizagem são necessários se alcançar e como se ensinar ciências. Outro aspecto a
considerar é a necessidade desses professores realizarem formações continuadas
(PERRENOUD, 2000), a fim de refletirem sobre suas práticas e que tenham como meta do
trabalho pedagógico, o acesso das crianças ao conhecimento científico e tecnológico.
2.2 Conhecer seus alunos e suas especificidades
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2013) o professor é ou
deveria ser um especialista em infância, conhecer as características de desenvolvimento dos
estudantes, a fim de planejar e organizar suas atividades pedagógicas com objetivos de
aprendizagens coerentes com a faixa etária que trabalha.
A partir de conhecimentos relacionados à característica de desenvolvimento dos
estudantes conforme faixa etária, os professores poderão realizar planejamentos coerentes
com a realidade de seus alunos tendo um olhar atento para a aprendizagem dos estudantes.
Nesta perspectiva o professor precisar também compreender como o estudante aprende e
constrói seu conhecimento.
Neste sentido Perrenoud (2000) explica que o professor precisa administrar a progressão
das aprendizagens, ou seja, conhecer os objetivos de ensino dos diferentes níveis. A fim de
compreender que as aprendizagens ocorrem em longo prazo. Essa visão em relação aos
objetivos de aprendizagem nos diferentes níveis, também sugere que o professor conheça as
etapas de desenvolvimento da criança e como esta aprende, bem como é necessário o docente
conhecer as didáticas das disciplinas e planejar atividades que tenham objetivos de
aprendizagem claros e coerentes com a proposta pedagógica.
Nesta perspectiva, o professor é o mediador entre o conhecimento e o objeto de
aprendizagem, o qual irá proporcionar atividades que contribuam para a construção do
conhecimento e para a formação integral dos estudantes, em todos os seus aspectos:
cognitivo, emocional, físico e psicológico (BRASIL, 2013).
Assim, o professor no ensino de Ciências não pode ser apenas um transmissor de
conhecimentos, em que predominem apenas aulas expositivas, memorização, questionários e
tarefas acríticas, mas sim que preponderem atividades investigativas, voltadas para a
problematização, para a busca de soluções, para a pesquisa, enfim, atividades que mobilizem
o aluno para a aprendizagem.
Portanto, é necessário que o professor planeje atividades que realmente contribuam para a
construção de conhecimento e isso só será possível se o professor compreender que os alunos
aprendem por meio de ações planejadas e desafiadoras, a partir de uma concepção de que o
aluno é sujeito de seu conhecimento (FREIRE, 1996). É importante que o docente
compreenda que o aluno possui conhecimentos prévios, e que estes precisam ser relacionados
aos temas que são discutidos na escola. Por isso, é necessário o professor respeitar e
considerar os conhecimentos prevalentes ou primeiros dos alunos (DELIZOICOV et al.,
2011). E que os conhecimentos científicos sejam apresentados aos alunos no sentido de que a
partir desses conhecimentos o professor dê condições para que os estudantes tenham melhor
compreensão do mundo onde estão inseridos. No entanto, para que isso ocorra é importante
que ele (professor) possua um pensamento crítico diante da sociedade, sendo esta a próxima
competência ser discutida.
2.3 Possuir pensamento crítico diante da sociedade
A escola inserida num contexto social que tem como característica a globalização, os
avanços científicos e tecnológicos, não pode ficar alheia a estas mudanças da sociedade e o
“turbilhão” de informações que os alunos de hoje tem acesso, e que por consequência levam
para escola. Por isso cabe a instituição de ensino selecionar estas informações que chegam
cada vez mais rápido às pessoas, sendo essa “uma das maiores exigências destes novos
tempos. Esta talvez pudesse ser uma das novas funções da Escola” (CHASSOT, 2000, p.83).
O referido autor complementa que diante dessas mudanças na sociedade, a escola precisa
ser uma “transformadora crítica do conhecimento”, e que os professores busquem novas
alternativas na busca do conhecimento, a fim de contribuir para a construção da cidadania
crítica. No entanto, ser apenas um professor informador, ou “repetidor de conteúdos” de
acordo com Chassot (2000), não basta para a constituição da cidadania crítica, portanto tem
que haver, nas escolas professores formadores, que transformem as informações em
conhecimentos, e que ensinem os alunos a usar esses conhecimentos na sua vida diária, ou
seja, “a diferenciação se dará na maneira como a informação é trabalhada pelos docentes e
discentes” (CHASSOT, 2000, p.87).
Nesta perspectiva o ensino de Ciências deve contribuir para que o aluno tenha uma
melhor leitura da realidade e que possibilite que os estudantes tenham uma visão crítica da
mesma, contribuindo para a sua modificação e desenvolvimento. No entanto, para que o
professor possibilite o ensino crítico, ele também tem que ser conhecedor e crítico da
sociedade, perceber as contradições que nela existem. Freire (1996) explica que o professor
precisa ter uma postura político-pedagógica, a fim de perceber as grandes injustiças que
assolam a sociedade, tornando muitos indivíduos oprimidos.
Portanto, ensinar exige compromisso, ou seja, o professor precisa mostrar aos alunos a
sua posição política, no sentido de apresentar a ele o que acredita, sua “capacidade de
analisar, de comparar, de avaliar, de decidir, de optar, de romper.” (FREIRE, 1996, p.108).
Nesta perspectiva é necessário que o professor compreenda que a educação é uma forma de
intervenção no mundo, a fim de buscar sua transformação, tendo dessa forma, posicionamento
ético e político diante das contradições da sociedade, pois sua prática não é neutra e por isso
exige dele (professor) uma posição. Freire (1996, p.125) afirma “para que a educação fosse
neutra era preciso que não houvesse discordância nenhuma entre as pessoas com relação aos
modos de vida individual e social, com relação ao estilo político a ser posto em prática, aos
valores a serem encarnados.”
Portanto, para que o professor consiga realizar o ensino voltado para a cidadania,
primeiro ele tem que compreender como está organizada a sociedade e compreender seus
alunos, conhecer e respeitar as suas realidades, a fim de que o ato de ensinar contribua para
ACT dos estudantes. Para que os educandos possam ter pensamento crítico diante da
sociedade e que possam agir sobre ela com consciência de seus direitos e deveres, a fim de
buscar a transformação social. Nesse sentido é importante que o professor seja um intelectual
crítico, o qual realiza a reflexão de sua prática pedagógica, mas também considere os fatores
sociais, políticos, econômicos e culturais que atingem a escola.
2.4 Ser um intelectual crítico
As práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores nas salas de aula são
influenciadas por experiências que estes tiveram enquanto alunos. Tardif (2014) afirma que os
saberes docentes adquiridos durante a socialização primária e na socialização escolar, os
chamados saberes experienciais, exercem um poder nas ações educativas realizadas pelos
professores, que, muitas vezes, nem mesmo a formação inicial consegue mudá-los. Portanto, é
necessário que o professor reflita sobre suas ações para que ele não repita práticas obsoletas e
arraigadas em teorias que não corroboram com a possibilidade do aluno construir seu
conhecimento.
Neste sentido, Freire (1996, p. 44) destaca a importância da formação docente e a
reflexão crítica sobre a prática educativa que o professor realiza, no sentido de melhorá-la,
“quanto mais me assumo como estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de
promover-se, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade
epistemológica”. Portanto, para que a partir da reflexão crítica o professor mude sua prática
pedagógica, é indispensável que o educador queira mudar, fazendo-se sujeito desse processo.
Contreras (2002, p.204) explica que para o professor ampliar sua autonomia profissional
é necessário que tenha uma reflexão crítica diante de sua prática, dos valores e instituições
escolares. Nesta perspectiva, Contreras (2002, p.192) destaca a importância de o professor ser
um intelectual crítico, que tem o ensino como um meio para a emancipação do indivíduo,
onde predominem “valores da racionalidade, justiça e satisfação”. Neste processo o professor
precisa ser capaz de realizar uma auto-reflexão sobre as distorções ideológicas e os
condicionantes institucionais, com o objetivo de desenvolver um pensamento crítico diante da
realidade social, para participar politicamente buscando uma ação transformadora. Dessa
forma, não basta apenas que o professor realize a reflexão de sua prática pedagógica em sala
de aula sem considerar os fatores sociais, políticos, econômicos e culturais que atingem a
escola.
Portanto, para formar indivíduos críticos diante da sociedade e que os conhecimentos
científicos sejam desenvolvidos nesta perspectiva, o professor precisa evitar que os
conhecimentos sejam tratados como neutros, como a-históricos. Desse modo as aulas de
ciências precisam ser espaços para discussões de assuntos atuais, de temas relacionados com a
realidade do aluno, que sejam proporcionadas aulas dialógicas e, sobretudo, aulas
mobilizadoras de aprendizagem, nas quais a prioridade pedagógica para o aluno não seja
decorar conceitos científicos, mas compreender o mundo que lhe cerca e atuar nele com mais
consciência e senso crítico.
2.5 Utilizar meios tecnológicos como recurso para os processos ensino-aprendizagem
Partindo do princípio que na sociedade contemporânea a maioria das crianças, cada vez
mais cedo, tem acesso às tecnologias da informação e comunicação (TIC) no meio cultural
que estão inseridas, e que na sociedade atual com os avanços advindos dos meios
tecnológicos são alteradas as formas de viver e de aprender das pessoas (KENSKI, 2003), as
escolas não podem ficar a parte destes avanços tecnológicos. Portanto, as instituições de
ensino precisam oportunizar que os estudantes tenham acesso a esses meios como recursos
para os processos ensino-aprendizagem. Isso significa utilizar esses meios como mais um
instrumento para a aprendizagem dos conteúdos escolares e para maior autonomia dos
estudantes na busca de informações e a construção do conhecimento. “Portanto, as
tecnologias devem ser aproveitadas pelas escolas para impulsionar a educação, de acordo com
as necessidades sociais da época, encontrando a melhor forma de explorar as atualizações
tecnológicas em direção a um ensino de qualidade” (NAKASHIMA & AMARAL, 2006,
p.46).
Para que os meios tecnológicos, como computadores, lousas digitais, e outros, façam
parte da escola, como um recurso pedagógico, é importante que os professores sejam
preparados para operacionalizar estas máquinas, e que compreendam estes recursos como
importantes instrumentos para desenvolver os conteúdos voltados para o ensino de Ciências.
O computador poderá ser um recurso utilizado para realização de simulações referentes a
conteúdos de Ciências, para pesquisas na Internet voltadas a temas atuais, para divulgação de
materiais produzidos pelos alunos a partir de um trabalho com determinado tema. Por
exemplo, se o professor desenvolveu o tema: “Importância da alimentação para a saúde das
pessoas”, o resultado desse estudo poderia ser divulgado no blog da escola, como por
exemplo, as “dicas de uma alimentação saudável”.
Dessa maneira, o ensino com recursos tecnológicos contribuem para que os estudantes
reorganizem suas formas de pensar e de produzir conhecimentos. Neste sentido, como o
professor irá desenvolver estes saberes escolares, irá depender de sua concepção de ensino e
de aprendizagem. Kenski (2003, p.05, grifo nosso) ressalta que não é necessário apenas
conhecer e operacionalizar a máquina, os meios tecnológicos, mas é importante que:
[...] a apropriação dessas tecnologias para fins pedagógicos requer um amplo
conhecimento de suas especificidades tecnológicas e comunicacionais e que devem
ser aliadas ao conhecimento profundo das metodologias de ensino e dos
processos de aprendizagem.
O trabalho pedagógico com a utilização de tecnologias deverá ser baseado na concepção
de que o aluno aprende por meio de desafios, do diálogo, de situações que sugerem
investigação, enfim na compreensão de que o aluno constrói seu conhecimento. Pois, se o
professor acredita que o aluno aprende por meio de transmissão de conhecimentos, por
memorização de atividades, e que quanto mais atividades oferecer aos alunos melhor é sua
aula, ele utilizará os recursos tecnológicos para realizar apenas repasses de informações, para
cópias ou como um recurso lúdico, sem propósitos educativos voltados para a produção do
conhecimento. No entanto, se o professor considera que a aprendizagem do aluno ocorre por
meio de interações, por meio de atitudes investigativas, por meio do respeito à fala do
estudante e pela escuta sensível, este utilizará os recursos tecnológicos como um meio
pedagógico voltado para a produção do conhecimento, criando dessa forma aulas de ciências
desafiadoras, empolgantes e mobilizadoras de aprendizagens.
3
Considerações finais
Neste trabalho buscou-se discutir as cinco competências consideradas relevantes para os
professores desenvolverem durante sua ação profissional, para que de fato contribuam para a
alfabetização científica e tecnológica dos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental.
Parte-se do princípio que quando o ensino é baseado no pensamento crítico, percebendo a
função social da educação, o ensino de ciência contribui para a ACT do aluno. Possibilita,
dessa maneira, que o aluno desde os anos iniciais do ensino fundamental, compreenda o
mundo do qual faz parte, perceba as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, entenda as
informações que recebe dos meios de comunicação, interprete-as e as relacione, a fim de
construir o seu conhecimento, e que atuem na sociedade com a perspectiva de transformação
social, constituindo-se como cidadãos conhecedores de seus direitos e deveres.
No entanto, para que os professores contribuam para a ACT dos estudantes nos anos
iniciais do ensino fundamental, considera-se importante que os professores desenvolvam
competências específicas a fim de alcançar este objetivo. A primeira é que o professor
conheça e compreenda o componente curricular Ciências atrelado a outros conhecimentos que
são importantes para os processos ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento das
crianças dos anos iniciais. A segunda que respeite seus alunos, no sentido de conhecer as
características da faixa etária e compreenda como eles aprendem e constroem seu
conhecimento, e mediante este entendimento, proporcione atividades que contribuam para a
problematização e a investigação, como atividades de campo, projetos, visitas à museus,
participação em feiras de ciências, contato com jornais, revistas científicas, etc.;
A terceira competência é que o professor seja conhecedor da sociedade, de seus direitos e
deveres, e que perceba que a educação é uma forma de intervenção no mundo, que se formam
indivíduos para transformar a ordem social vigente ou para mantê-la. E que, portanto, o
professor necessita de um posicionamento político, que busque a transformação social,
mediante aulas que contribuam para a reflexão sobre problemas e questões reais que são
encontrados na sociedade, permitindo que os alunos também façam estas relações e tenham
um posicionamento político. A quarta competência: que seja um intelectual crítico diante da
sociedade, assumindo uma posição política diante do ensino e da aprendizagem,
reconhecendo a ciência como não neutra e não a-histórica, e que faça reflexão de sua prática
pedagógica, mas também de fatores sociais, políticos, econômicos e culturais que atingem a
escola. A última competência refere-se ao professor conhecer e utilizar os meios tecnológicos
como recursos pedagógicos para os processos ensino-aprendizagem, mas que esse uso seja
fundamentado na concepção de que o aluno constrói seu conhecimento.
Neste sentido, defende-se que a partir dessas competências o professor terá condições
para planejar suas ações educativas no ensino de Ciências visando à ACT de seus alunos.
Enfim, o professor instrumentalizará seus estudantes para que tenham uma melhor leitura de
mundo, interpretando-o com maior sabedoria e tomada de decisões frente às contradições da
sociedade, e que assim possam atuar no contexto social de forma mais segura, mais efetiva e
buscando melhor qualidade de vida.
4
Referências bibliográficas
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1997.
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais de Educação Básica. Ministério da
Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integra.
Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
BONATTO, F. R. de O.; SILVA, A. F.; LISBOA, P. Tecnologias nas atividades escolares:
perspectivas e desafios. In: VALE, Luiza Elena L. Ribeiro do. MATTOS, Maria José V.
Marinho de. COSTA, José Wilson da. Educação digital:a tecnologia a favor da inclusão.
Porto Alegre: Penso, 2013.
CARVALHO, A. M. P. de. O ensino de Ciências e a proposição de sequências de ensino
investigativas. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. (org.) Ensino de Ciências por
investigação. São Paulo: Cengage Learnig, 2013.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista
Brasileira
de
Educação.
n.22.
p.
89-100,
2003.
Disponível
em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf> Acesso em: 27 agos. 2014.
CONTRERÁS, J. Autonomia de professores. Tradução de Sandra Trabucco Valenzuela. São
Paulo: Cortez, 2002.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de ciências:
fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996
_____________. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
KENSKI, V. M. Aprendizagem mediada pela tecnologia. Revista Diálogo Educacional,
Curitiba, v.04, n.10, p.47-56, set./dez. 2003.
KRASILCHIK, M. Ensino de Ciências: um ponto de partida para a inclusão. In: WERTHEIN,
Jorge; CUNHA, Célio da.( org.). Ensino de Ciências e Desenvolvimento: o que pensam os
cientistas. Brasília: UNESCO, Instituto Sangari, 2009.
LIMA, E.C. de C.; MAUÉS, E. Uma releitura do papel da professora das séries iniciais no
desenvolvimento e aprendizagem de ciências das crianças. Ensaio: Pesquisa em educação
em
Ciências.
v.
8,
n.
2,
p.
161-175,
2008.
Disponível
em:
<http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/view/115/166> Acesso em: 27
agos. 2014.
LONGHINI, M. D. O conhecimento do conteúdo científico e a formação do professor das
séries iniciais do ensino fundamental. Investigações em Ensino de Ciências, v. 13, n. 2, p.
241-253,
2008.
Disponível
em:
<
http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID184/v13_n2_a2008.pdf> Acesso em: 27 agos
2014.
LORENZETTI, L. Alfabetização científica no contexto das séries iniciais. 2000. 133f.
Dissertação de mestrado. Universidade de Santa Catarina: Florianópolis. 2000.
LORENZETTI, L.; DELIZOICOV, D. Alfabetização científica no contexto das séries iniciais.
Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências. v. 03, n.01, p.01-17, 2001. Disponível em: <
http://nutes2.nutes.ufrj.br/coordenacao/textosapoio/tap-si-04.pdf> Acesso em: 27 agos 2014.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
ROCHA, M. B.; NETO, J. M.. Práticas de formação de professores para o ensino de ciências
nos anos iniciais. Ensino em Revista, Uberlândia, v. 17, n.1, p. 155-176, 2010. Disponível
em <http://www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/view/8189> Acesso em 08 jul. 2014.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P.. Almejando a alfabetização científica no ensino
fundamental: a proposição de indicadores do processo. Investigações em Ciências, v. 13, n.3,
333-352,
2008.
Disponível
em:
<
www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID199/v13_n3_a2008.pdf> Acesso em: 27 agos. 2014
TARDIF, M. Saberes docente e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2014.
VIECHENESKI, J. P.; LORENZETTI, L.; CARLETTO, M. R. Desafios e práticas para o
ensino de ciências e alfabetização científica nos anos iniciais do ensino fundamental. Atos
de Pesquisa em Educação- PPGE/ME. v.07, n.3, p. 853-876, 2012
THE COMPENTENCIES OF THE INITIAL YEARS TEACHERS IN
ELEMENTARY SCHOOL TO THE SCIENCE TEACHING
VISUALIZING
THE
SCIENTIFIC
AND
TECHNOLOGICAL
ALPHABETIZATION.
Abstract: The subject-matter of this paper refers to the Science teaching and its role in the
initial years of teaching in the elementary school. Stands out that the Science teaching
contributes to the scientific and technological alphabetization of the students. Therefore, it is
considered that by means of the Science teaching the students understand better your reality,
and realize on a critical and contextualized way, contributing, on this way, participating more
aware and active in society. On this process it is considered that the teacher role is
primordial in order to achieve this purpose with the teaching of Science in the early years of
elementary school. Thus, the aim of this paper is to discuss about what skills are needed to
the Science teachers in the early years of elementary school to develop, so these actually
contribute to the scientific and technological alphabetization. However, it is considered that it
is needed that the faculty develops certain competencies to realize oriented pedagogical
practices to the scientific and technological alphabetization of the students. On this
perspective will be explained five competencies, that is important evaluate, by reflection in
literature, these are: To know the curricular component: Sciences; To know your students and
specificities; Have critical thought before society; Be a critical intellectual and Use
technological means as resource for teaching-learning processes.
Key-words: Science Teaching; Scientific and Technological Alphabetization; Competencies.
Download

as competências dos professores dos anos iniciais do ensino