Diario de Pernambuco - PE 29/11/2012 - 07:40 Hospitais: negros mal atendidos SES realizou levantamento para implantar políticas de combate ao racismo nas unidades públicas Carolina Braga O agricultor Joacir da Silva Santos, 30 anos, é negro. Trabalha em uma plantação de cana-de-açúcar em Alagoinha, Agreste do estado. Segunda-feira passada, estava cortando cana quando o facão escorregou e quase cortou um de seus dedos do pé. Foi atendido primeiramente em um posto de saúde em Pesqueira, também no Agreste, e transferido para o Hospital Getúlio Vargas ontem pela manhã. “A assistência social que recebi aqui foi muito precária. Ninguém consegue sequer chamar uma ambulância para eu voltar para casa”, lamentou. Para melhorar o atendimento a essas pessoas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realizou um estudo que servirá como base para a implantação de políticas públicas nos hospitais voltadas à população negra. Os dados foram revelados por meio de um perfil epidemiológico da população pernambucana, com recorte dado aos negros. Realizado pela SES, os dados abordam o racismo, preconceito, intolerância e discriminação dentro dos hospitais públicos do estado. Fatos que favorecem as desigualdades sociais. “O estudo é como um mapeamento dos pontos que estão sensíveis na saúde pública do estado para podermos melhorar o atendimento e reduzir as desigualdades sociais e históricas”, afirmou a coordenadora estadual de Atenção à Saúde da População Negra, Miranete Arruda. Ao final de cada ano, adiantou, será realizado um balanço comparativo para checar se as ações estão surtindo efeito. Segundo o levantamento realizado pela SES, os negros representam 74% dos usuários dos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Foram 442 mil internamento contra 146 mil brancos internados entre os anos de 2008 e 2010. De acordo com a SES, homicídios, acidentes e suicídios estão entre os principais motivos de morte dos negros no estado. As doenças circulatórias e neoplasias também fazem parte da lista. As mulheres Josefa dos Santos, 81 anos, está se preparando para amputar o pé direito. Seu primeiro atendimento foi realizado na UPA de Paulista, no Grande Recife. De lá foi encaminhada para o Hospital Getúlio Vargas. Passou a noite da terça para quarta-feira no corredor. Josefa está sendo acompanhada pelo filho, o cozinheiro José Barbosa, 39. “Não sei se a cor dela influenciou. Mas, por ela ser idosa, eu achava que iria receber um tratamento mais adequado do que dormir em uma maca no meio do corredor do hospital”, reclamou José Barbosa. Dados do Ministério da Saúde apontam que as mulheres negras têm tratamento diferenciado. Na hora do parto, por exemplo, enquanto 47% das brancas foram acompanhadas pelo marido ou alguém da família, apenas 27% das negras tiveram o mesmo direito respeitado. Além disso, elas encontram dificuldade no acesso às consultas de pré-natal, à anestesia e aos cuidados puerperais. Saiba mais 62% dos pernambucanos são negros e pardos 74% dos usuários dos hospitais públicos de Pernambuco são negros 24,6% são brancos 69,7% dos negros foram atendidos por conta de casos de violência em serviços de emergência público no Brasil, no ano de 2010 26,2% dos brancos foram atendidos no mesmo período As taxas de mortalidade materna em mulheres negras são sete vezes maior do que em brancas O perfil epidemológico dos pernambucanos baseados no quesito raça/cor foi realizado a fim de identificar as desigualdades sociais existentes para atuar no combate do preconceito racial Fonte: Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. Folha de Pernambuco - PE 29/11/2012 - 08:36 Atendimento aos negros é debatido Segundo dados do Censo do IBGE 2010, a população negra e parda do Estado representa 62% da população total de Pernambuco Mayra Cavalcanti Discutir as políticas públicas na área da saúde voltadas para a população negra do Estado, assim como abordar temas como o racismo institucional e apresentar o primeiro perfil epidemiológico pernambucano baseado no quesito raça/cor, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Foi com esse objetivo que gestores do SUS, integrantes de secretarias estaduais e de movimentos sociais, universitários e profissionais da área da saúde participaram do I Encontro Sobre Saúde da População Negra, com o tema “Vida longa, com saúde e sem racismo”. Segundo dados do Censo do IBGE 2010, a população negra e parda do Estado representa 62% da população total de Pernambuco. De acordo com a coordenadora da Atenção à Saúde da População Negra, Miranete Arruda, o encontro encerra as comemorações do mês da consciência negra e tem como enfoque principal combater o racismo como determinante de desigualdades na área da saúde. “O perfil epidemiológico serviu para que nós pudéssemos conhecer melhor as necessidades das pessoas de cor negra para que, a partir daí, possamos discutir o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para eles”. Folha de Pernambuco - PE 29/11/2012 - 08:08 Folha Política Ouvido de mercador Gustavo Negromonte estava em plenário, quando Daniel Coelho foi à tribuna, na terçafeira, repudiar a resposta do Lafepe. Daniel, então, dirigiu-se para ao peemedebista: “O governo não pode mais utilizar o discurso da herança maldita, até porque o PMDB faz parte da base do Governo, não é, Gustavo Negromonte, representante do PMDB nesta Casa?!”. Gustavo, no telefone estava, e assim continuou. Nada de aparte ou defesa. O Lafepe para lá... Em 2010, ao tratar da incineração de medicamentos vencidos pelo Lafepe, Jarbas Vasconcelos, então, candidato ao Governo, registrou: “Pegamos (o Lafepe) falido, quebrado, restauramos”. O peemedebista referia-se à herança do antecessor, Miguel Arraes. E, naquele momento, ainda era adversário de Eduardo Campos. ...e para cá Esta semana, Daniel Coelho foi à tribuna lamentar informações da direção do Lafepe, enviadas a ele, dando conta de um passivo fiscal de cerca de R$ 15 milhões, referente à administração Jarbas Vasconcelos. Ontem, a direção do Lafepe, em nota, advertiu que “a campanha eleitoral encerrou-se”. Mas resquícios ainda rendem. Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 07:29 Pinga-Fogo Partido unido Na Câmara do Recife, ontem, Josenildo Sinésio (PT) cobrou explicações à PCR pela intoxicação alimentar em uma escola. Jairo Britto (PT) foi defender a gestão petista, mas teve sua fala limitada por Jurandir Liberal (PT). Com a palavra, o leitor Escolha seletiva Os hospitais do Imip não têm a porta aberta para todos. Escolhem pacientes mais jovens, com menos patologias associadas, que ficam menos tempo internados e custam menos. Felipe Maia [email protected] Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 09:01 Voz do Leitor Pelópidas Silveira O acesso ao Hospital Pelópidas Silveira é péssimo! Não há qualquer tipo de sinalização horizontal. Quem vai ao local à noite não enxerga praticamente nada. Se não conhecer bem o local, perde a entrada. O acesso fica difícil apenas com uma placa, a alguns metros da entrada. A área, que é urbana, deveria ter sinalização e segurança. O único posto policial fica na metade do caminho, entre o hospital e a BR, não favorecendo nem quem está dentro nem quem está fora do hospital. Nicélio Araújo, por telefone Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 09:23 Negros sofrem mais infarto que brancos Perfil traçado pela Secretaria de Saúde revela que grupo também é maior alvo da violência: 92,1% das vítimas de homicídios em 2010 eram pretas ou pardas Pernambuco ainda é um Estado cheio de desigualdades, sejam elas raciais, de gênero ou regionais. Na saúde, o cenário não é muito diferente. Morrem mais pretos e pardos de infarto do miocárdio do que brancos. Enquanto no primeiro grupo o índice é de 64,1%, no segundo é 35,5%. A estatística de óbitos decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC) também é elevada entre a população negra. Estas e outras informações integram o primeiro perfil epidemiológico com recorte étnico racial do Estado. O material foi divulgado, ontem, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). A violência também é vivenciada de forma mais intensa por esse grupo populacional. Do total de homicídios registrados em 2010, 92,1% das vítimas eram pretas ou pardas. Os dados da pesquisa foram colhidos, entre 2008 e 2010, com base no sistema de informação da SES. Analisou-se desde o atendimento pré-natal até as causas de óbito entre a população pernambucana, dando o enfoque racial. "Com essa precisão é possível traçar políticas de saúde específicas para a população negra. Sabemos que ela padece de vários problemas no nascer, viver e morrer, por isso o perfil vai nos ajudar a qualificar e melhorar o padrão de assistência", explica a coordenadora de atenção à saúde da população negra da SES, Miranete Arruda. Durante o evento, os participantes reforçaram a importância do preenchimento do quesito racial nas fichas de entrada dos pacientes atendidos nas unidades de saúde. "Se a anemia falciforme (doença genética e hereditária que acomete, principalmente, a população negra) for diagnosticada precocemente, através do teste do pezinho, é possível evitar futuras sequelas", exemplifica Miranete, mostrando uma das formas de como o perfil poderá ajudar na elaboração das políticas públicas. No Estado, a cada 1.200 recém-nascidos, um tem a doença falciforme. "O profissional de saúde deve orientar o paciente sobre a importância de preencher a lacuna informando a etnia, porque ainda é elevada a taxa de pacientes não declarados", destaca o médico sanitarista Romildo Assunção, que fez o levantamento com a equipe da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Segundo o perfil, a elevada taxa de mortalidade da população negra é justificada pelas condições sociais na qual grande parcela das pessoas está inserida. "Condições de moradia, uso inadequado de medicamento, baixa escolaridade materna. Todos esse fatores deixam a população mais vulnerável ao adoecimento", afirma Miranete. Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 09:23 JC nas ruas Desfalque Médicos do Hospital Pediátrico Helena Moura denunciaram o déficit nas escalas de plantão, em reunião no Sindicato dos Médicos. É preciso mais nove médicos, no mínimo, para funcionar bem. Por que a prefeitura não chama os aprovados no último concurso? Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 09:23 Mais Saúde Dengue e outras pragas Pernambuco está longe de uma condição confortável em matéria de dengue, mostrou levantamento divulgado terça-feira pelo Ministério da Saúde. São dez cidades em situação de risco imediato de surto e outras 44, inclusive Recife, não muito distantes do mesmo prognóstico. Para complicar o cenário, a seca no Semiárido e as frequentes interrupções no fornecimento d água na RMR só estimulam a população a fabricar criadouros de mosquito em casa, usando baldes, galões e mesmo garrafas destampadas como reservatórios. Aliando o tímido investimento em saneamento ao desmonte que prefeituras têm feito em fim de mandato, o combate à endemia fica mais fragilizado justamente num momento importante, de verão, em que se sente na pele a proliferação de muriçocas. São muitas pragas esperando o milagre da ética e do bom senso. Quem comenta JC - Como avalia políticas de combate à dengue? SIDNEY FARIAS - Se a dengue não for enfrentada por uma política que integra setores além da saúde, for apenas centrada no combate ao mosquito, o adoecimento vai se repetir. JC - O que defende? SIDNEY FARIAS - Ações que integrem todos os entes federativos, com melhoria do abastecimento d água, coleta de lixo, educação e mobilização social. Confira a entrevista com o especialista em avaliação de programas de saúde, da Fiocruz, no jconlineblogs.ne10.uol.com.br/maissaude/ Atualize-se – ACS do campo Termina amanhã, no Assentamento Normandia, em Caruaru, o III Encontro Estadual de Agentes Comunitários de Saúde das Áreas de Reforma Agrária. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está oferecendo formação técnica e política. Residência Já saiu o edital para seleção aos cursos de residência em saúde do Estado. São 430 vagas para médicos e 222 para outras áreas. As inscrições vão até 15 de dezembro e as provas estão previstas para 13 de janeiro de 2013. Inscreva-se no site www.upenet.com.br. Espera por exame genético A Aduseps quer ampliação da cota estadual contratada a serviço particular. Crianças em estado grave estão sem previsão de atendimento. Farmácias da PCR sucateadas A denúncia do desmonte é feita pelo Sindicato dos Farmacêuticos. A falta de remédios e de pessoal teria se agravado nesse fim de mandato. Participe – Próstata Amanhã, a partir das 7h, o Hospital Português fará gratuitamente exames preventivos de câncer de próstata. Serão distribuídas 400 senhas por ordem de chegada ao Ambulatório de Beneficência Maria Fernanda. Raiva Neste sábado haverá campanha de prevenção da raiva animal nos postos de saúde. Em Paulista, até escolas públicas receberão cães e gatos para vacinação. Em Olinda, o principal posto será o Cevao, km 11 da PE-15. Quero saber "Não consigo marcar mamografia no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, onde sou paciente. Por quê?"- Elisângela Soares, moradora do Vasco da Gama, Recife Resposta O Huoc explica que o setor de mamografia conta com apenas uma profissional do sexo feminino, que está de licença médica. Com os plantões extras ou contratações temporárias autorizados pelo governo, espera resolver o problema. Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 07:33 Eduardo: R$ 33 bi no orçamento 2013 LOA é aprovada sem emendas. E apenas seis parlamentares atendem ao pedido de Geraldo Julio e destinam emendas para Upinhas da saúde no Recife Ayrton Maciel O governador Eduardo Campos (PSB) vai ter um orçamento estadual para cumprir em 2013 de R$ 33,5 bilhões, um aumento de 22,26% em relação ao orçamento deste ano, que ficou em R$ 27,4 bilhões. O valor está definido na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013, aprovada ontem pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Pernambuco e que vai agora à aprovação em plenário, antes da devolução para a sanção do Executivo. Nenhuma ementa de deputado foi aprovada na proposta original do governo, exceto no contingente de R$ 49,4 milhões de reserva orçamentária para as emendas parlamentares. Cada um dos 49 deputados teve R$ 1 milhão para destinar para ações e obras em suas bases, acrescido em R$ 100 mil para cada a pedido da Assembleia atendido pelo governo. Compromissados com suas regiões e áreas de atuação, poucos deputados atenderam ao pedido do prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), de que destinassem parte de suas emendas para a construção das Upinhas da saúde, promessa de campanha do socialista. Apenas seis deputados concordaram, perfazendo R$ 1,67 milhão. O líder foi Francismar Pontes (PSB), com atuação na Capital, que destinou R$ 1 milhão para duas RPA’s, sendo R$ 500 mil para cada Upinha. Em segundo, Aloísio Lessa (PSB) com R$ 350 mil, Waldemar Borges, líder do governo, com R$ 100 mil, Cleiton Collins (PSC, R$ 90 mil), João Fernando Coutinho (PSB) e Raimundo Pimentel (PSB), ambos com R$ 50 mil, e Zé Maurício (PP, R$ 30 mil) fecharam a relação. A LOA, apresentada anualmente, estima a receita e fixa a despesa do governo para o ano seguinte. Ao anunciar a aprovação da redação final dos projetos pela Comissão de Finanças e Orçamento e a conclusão da revisão do Plano Plurianual 2012/2015, o presidente da Comissão e redator Clodoaldo Magalhães (PTB) destacou a municipalização como o fato novo no orçamento do Estado. "Até 2012, a LOA era regionalizada. Os deputados podiam remanejar na região. A partir de 2013, a LOA está municipalizada, com detalhamento de ações por município, o que dificultou emendas de deputados. Para remanejar para um município, teriam de tirar de outro", disse. Com a mudança, o governo amarrou os deputados. Tirar de um município para destinar a outro seria um constrangimento. Das 7.460 emendas, 7.092 foram rejeitadas, mas três fatores levaram à exclusão: atingiam áreas específicas (saúde, educação), esgotamento de fonte de recursos (5.641 emendas) e comprometiam a execução do PPA 2012/2015. Com isso, foram aprovadas apenas 368 emendas, todas nos R$ 49,4 milhões para as emendas parlamentares. PORTAL A Assembleia lançou, ontem, o portal Alepe Legis, disponibilizando na internet um acervo inicial de quatro mil leis atualizadas, aprovadas de 1995 para cá. O banco de dados tem, ainda, o cadastro de leis estaduais do período 1988 a 1994, com os textos originais que serão gradualmente atualizados. Na terceira etapa, virá a atualização de todas as leis desde 1947. O endereço de acesso é www.alepe.pe.gov.br/legislacao. Jornal do Commercio - PE 29/11/2012 - 08:32 Mulheres adiam maternidade Inserção no mercado de trabalho fez brasileiras postergarem decisão de ter filhos, reduzindo a taxa de fecundidade na última década Em uma década, as mulheres ampliaram sua presença no mercado formal de trabalho, mas também aumentaram sua jornada. Estudaram mais e passaram a chefiar um número maior de famílias. Mas, como consequência, também passaram a ter menos filhos e postergaram a maternidade - o que contribuiu para o envelhecimento da população do País. Esse novo perfil feminino e suas implicações na demografia brasileira estão na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Simultaneamente ao crescimento de 43,2% para 54,8% no número de mulheres ocupadas formalmente entre 2001 e 2011, elas adiaram a maternidade, o que ocorreu em todas as faixas etárias da fase reprodutiva. Na de 25 a 29 anos, 31% não tinham filhos em 2001. Dez anos mais tarde, o percentual subiu para 40,8%. Quanto maior o nível de estudo, mais tardia é a maternidade, segundo o IBGE. Tal comportamento rebateu na taxa de fecundidade do País, que caiu para 1,95 filho por mulher em 2011, menos do que o necessário para repor a população (2,1 filhos) e evitar o decréscimo de habitantes no futuro. Gabriel Ulyssea, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz ser natural que a maior participação feminina no mercado de trabalho leve ao adiamento da decisão de ter filhos. "Ocorreu já em países desenvolvidos e estamos vivendo agora no Brasil de modo mais intenso." Para Márcio Salvato, professor do Ibmec, os dois fenômenos (recuo da fecundidade e inserção no mercado de trabalho) ocorreram em paralelo, decorrentes da urbanização do País e do avanço da escolaridade da mulher. Outro dado revelado pela pesquisa é que o mercado matrimonial está mais restrito para elas: faltavam quase 6 homens para cada de 100 mulheres em 2011. Em Salvador e no Rio, o problema era mais grave. As regiões metropolitanas com menor déficit de homens eram de Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. CRECHES Apesar do avanço no acesso à creche no Brasil, o País ainda tem apenas 55,2% de suas crianças de 4 anos matriculadas em algum estabelecimento de ensino, sexta pior taxa numa comparação com 34 países. No México, a cobertura escolar nessa faixa etária é de 99% e no Chile, de 75%. A média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fica em 80%. Ainda assim, o Brasil apresentou um avanço nesse quesito na última década. Entre as crianças de até 3 anos, 20,8% frequentavam instituições de ensino em 2011, o dobro das 10,6% de 2001. Na faixa etária de 4 a 5 anos, a taxa subiu de 55% para 77,4%. Em 2011, havia 48.642 creches para 10,5 milhões de crianças até 3 anos, das quais 20.048 (ou 41,2%) eram privadas e 28.594 (58,7%), públicas. Folha de Pernambuco - PE 29/11/2012 - 08:03 Redução dos casos de dengue Vale registrar que a tendência de queda deve-se a diversos fatores, como a organização da rede pública e uma maior conscientização da população na adoção hábitos de prevenção O número de casos graves de dengue caiu, este ano, 64% em comparação a 201, segundo dados recentes do balanço epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. A queda foi muito maior se forem considerados os números de 2010 - percentual de redução de 78%. Enquanto de janeiro ao início de novembro em 2010, os casos graves da doença chegaram a 17.027, no mesmo período de 2012, o número caiu para 3.774. A tendência de queda já havia sido percebida em 2011 quando foram registrados 10.507 casos graves. Os dados constam no balanço epidemiológico divulgado nesta terça-feira (27) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Vale registrar que a tendência de queda deve-se a diversos fatores, como a organização da rede pública e uma maior conscientização da população na adoção hábitos de prevenção. E grande parte da redução de casos e óbitos pode ser creditada a uma estratégia de enfrentamento da dengue: não apenas ir atrás do mosquito, mas ainda uma melhoria da assistência básica, capacitação dos profissionais, aprimoramento das ações e informatização dos dados de vigilância epidemiológica. Dos 26 Estados, 23 e mais o Distrito Federal apresentaram reduções importantes de casos graves em 2012, com exceção de Alagoas, Mato Grosso e Goiás, onde houve aumento. O Estado que apresenta maior redução é o Amazonas com queda de 96% em relação ao mesmo período do ano passado, seguido pelo Acre (94%), Roraima (94%) Paraná, (93%), São Paulo (83%), Espírito Santo (78%) e Rio de Janeiro (76%). Em números absolutos, o Estado do Rio de Janeiro foi o que apresentou a maior redução de casos graves, registrando 891 casos graves de janeiro ao início de novembro de 2012, contra 3.783 no mesmo período do ano passado. Folha de Pernambuco - PE 29/11/2012 - 08:13 Folha da Cidade Déficit de... Os médicos do Hospital Pediátrico Helena Moura denunciaram, ao Simepe, o déficit de profissionais nas escalas de plantão da unidade de saúde. Atualmente, o hospital, referência em pediatria, precisa, no mínimo, de mais nove médicos. ...médicos De acordo com os profissionais, o serviço funciona com desfalque de funcionários, sobrecarregando a equipe médica e comprometendo o fluxo de atendimento aos pacientes. Os médicos e o Simepe voltarão a se reunir, no dia 18 de dezembro, às 11h.