A.4.2 - Ensino de Química
Drogas Lícitas e Ilícitas: Ensino das Funções Orgânicas aliado a Conscientização Cidadã
Alana Kelyene Pereira1*, Helena Maria de Almeida Mattos Martins do Santos Ali2
1. Bolsista do PIBID Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro; *[email protected]
2. Professora Pesquisadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, IFTM Uberaba/MG
Palavras Chave: Funções Orgânicas, Drogas, Formação Cidadã.
Introdução
Devido à grande facilidade de acesso à informação e aos
diversos problemas sociais e educacionais existentes, é
notável a importância pela busca da formação cidadã dos
estudantes na educação básica, aliada aos conhecimentos
específicos das disciplinas. Embora os professores
reconheçam essa importância, quase nada é realmente
colocado em prática (SANTOS et al, 2005).
O ensino de química deve ser abordado associando à
contextualização social (BRASIL, 1999), com a abordagem
do cotidiano, na tentativa de despertar o interesse dos
estudantes por essa disciplina (MARTINS et al, 2003).
Para a aprendizagem significativa, é muito importante que
o professor e o estudante tenham uma visão crítica da
ciência e da sociedade, em aspectos que contribuam para
a formação do cidadão. No cenário educacional, é possível
presenciar, entre principalmente os adolescentes, o
crescente uso de drogas lícitas e ilícitas. Nessa fase de
transição física e emocional, os estudantes encontram-se
mais vulneráveis e buscam nas drogas, um alicerce para
aliviar as dificuldades do dia-a-dia (SENGIK e
SCORTEGAGNA, 2008).
Este trabalho objetiva-se relacionar o ensino e
reconhecimento das Funções Orgânicas, no ensino de
Química do 3º Ano do Ensino Médio, com a temática social
presente no cotidiano da maioria das escolas públicas, a
conscientização sobre o uso de Drogas.
A aula foi organizada com espaços para discussão das
principais drogas psicotrópicas existentes: Cigarro,
Maconha, Cocaína, Álcool, Ecstasy, LSD, Opiáceos e
outros, relacionando a droga à estrutura química de seu
principal agente ativo e as suas consequências no
organismo dos usuários. Os alunos seguiam a
apresentação de slides por meio de um material impresso,
com questões de vestibulares e opinativas relacionados ao
conteúdo apresentado e discutido.
Resultados e Discussão
Depois da realização da atividade, foi proposto aos
estudantes a montagem de um mural sobre a da imagem
negativa das drogas, buscando a conscientização da
escola em relação ao tema. Os alunos trouxeram
reportagens e frases de reflexão sobre o uso dessas
substâncias.
Os questionários dos estudantes foram analisados após a
atividade e, pode-se perceber que os alunos conseguiram
observar a grande relação entre o seu cotidiano com a
química orgânica, aprendendo sobre os efeitos das drogas
psicotrópicas mais comuns, os seus agentes ativos e a
identificação das funções orgânicas em suas estruturas
químicas. E, que, embora uma parte da sociedade
colabore para a síntese e comércio de substâncias
prejudiciais ao organismo, ainda existe uma outra parcela
que busca reverter essa situação, relacionando o grande
benefício da química para a população, como a síntese de
fármacos, alimentos de melhor qualidade, tecnologias em
geral, métodos industriais, entre outras.
Dentre as opiniões, pode-se destacar, como pontos
positivos, alguns comentários em relação a importância de
atividades como essa, que colaboraram para o
aprendizado de algo diferente, e também promoveu uma
maior interação entre alunos e professor. Os estudantes
acharam a aula interativa, dinâmica, produtiva e
descontraída, com uma abordagem de um assunto
importante socialmente, relacionando com a disciplina de
química. A atividade trouxe conhecimento em relação ao
conteúdo aprendido e, também, sobre as questões sociais.
A proposta de aprendizagens novas e diversificadas são
de grande importância para a construção cidadã do aluno,
além de aprender sobre o conteúdo de uma maneira
diferente e esclarecedora de dúvidas sobre o tema. O
único ponto negativo foi em relação à impossibilidade e
inviabilidade de demonstração das drogas reais para os
alunos as conhecerem. Como sugestões, houve pedidos
para fazer discussões sobre a cafeína, exibição de vídeos
e depoimentos dos usuários de drogas, acesso aos
compostos químicos em um laboratório especializado,
assuntos relacionados ao meio ambiente, como
aquecimento global e efeito estufa, relacionar a química
aos medicamentos, à culinária e engenharias. Outra
sugestão foi em relação à conscientização da população
sobre o problema das drogas, o que exigiria um trabalho
com maior tempo e mais voltado para a comunidade
escolar.
Conclusões
A concretização desse trabalho possibilitou a construção
de conhecimentos químicos aliados ao exercício da
cidadania dos estudantes do Ensino Médio, o que
possibilita a formação de um cidadão-aluno, atuante de
forma responsável e crítica na sociedade (MARTINS et al,
2003). A busca pela contextualização do ensino permite
uma abordagem de diversos temas importantes para os
estudantes e, por isso, o professor precisa buscar
alternativas para inovar suas metodologias de ensino,
contribuindo para um processo de aprendizagem
significativo e de maior qualidade, que consiga ir além da
memorização, e influencie a maneira de pensar a respeito
da Química e aos problemas sociais que nos cercam,
assumindo uma posição de cidadão crítico em relação à
sociedade.
Agradecimentos
Ao IFTM campus Uberaba e à CAPES.
____________________
BRASIL. MEC, SEMTEC. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.
MARTINS, A. B., MARIA, L. C. de S. e AGUIAR, M. R. M. P. As drogas no
ensino de Química. Química Nova na Escola, nº 18, novembro, 2003.
SANTOS, P. O., BISPO, J.S. e OMENA, M. L. R. A.. O Ensino de Ciências
Naturais e Cidadania sob a ótica de professores inseridos no Programa de
Aceleração de Aprendizagem da EJA. Ciência & Educação, v. 11, n. 3, p.
411-426, 2005
SENGIK, A. S. e SCORTEGAGNA, S. A. Consumo de drogas psicoativas em
adolescentes escolares. PSIC - Revista de Psicologia da Vetor Editora, v. 9, nº
1, p. 73-80, Jan./Jun. 2008.
67ª Reunião Anual da SBPC
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