1 P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O V O L U ME1 V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO Dissertação de Mestrado NATAL-RN, 2012 1 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO Dissertação submetida ao Mestrado Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do Título de MESTRE. Orientadora: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso. Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, PhD. NATAL-RN 2012 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Arquitetura Monteiro, Verner Max Liger de Mello. Por uma moradia termicamente confortável: proposta de habitação de interesse social com ênfase no conforto térmico. / Verner Max Liger de Mello Monteiro. – Natal, RN, 2012. 127 f.: il. Orientador (a): Maísa Dutra Veloso. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Habitação – Dissertação. 2. Interesse Social – Dissertação. 3. Conforto térmico – Dissertação. I. Veloso, Maísa Dutra. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/BSE-ARQ CDU 728 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO BANCA EXAMINADORA: ________________________________________________________ Profª Drª. Maísa Dutra Veloso - PPGAU/UFRN (Presidente) ________________________________________________________ Prof. Aldomar Pedrini, PhD – PPGAU/UFRN (Examinador Interno) ________________________________________________________ Prof. Dr. Rubenilson Brazão Teixeira – PPGAU/UFRN (Examinador Interno) ___________________________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Salazar Bittencourt – UFAL (Examinador Externo) 3 Este trabalho é dedicado à minha esposa. Sua presença ao meu lado foi simplesmente o fator que me possibilitou o cumprimento desta jornada. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, por mais essa conquista na minha vida. Aos meus pais, por investirem na base da minha educação, e pelo acompanhamento constante. À minha avó, pelo carinho e presença intensiva dos últimos 12 anos. À minha orientadora Maísa Veloso pela amizade, ensinamentos, paciência e acompanhamento constante durante o desenvolvimento deste trabalho. Ao meu co-orientador Aldomar Pedrini, pelo incentivo à reflexão e disponibilização de recursos que viabilizaram o desenvolvimento da pesquisa. Ao professor Rubenílson Teixeira pelas constantes “dicas”, presentes desde os primeiros passos do Mestrado. À equipe do LabCon, em especial ao colega Giovani Pachêco, pelo grande apoio e dedicação em etapa decisiva da pesquisa. 5 RESUMO Esta pesquisa abrange a temática da habitação de interesse social e sua relação com o conforto térmico, de forma aplicada a uma intervenção urbanística e arquitetônica em terreno situado na região central da zona urbana de Macaíba/RN. Refletir sobre o papel do projeto e da utilização de materiais construtivos alternativos na busca por melhores resultados de desempenho é um dos seus principais objetivos. A hipótese é que, através da mudança de parâmetros de projeto e de escolha de materiais, é possível obter melhores resultados de desempenho térmico, sem ultrapassar os limites orçamentários impostos pelos programas habitacionais. Para tanto, foram realizadas simulações computacionais de desempenho térmico e de ventilação natural através de dinâmica dos fluidos computacional ou CFD (Computacional Fluid Dynamics). A apresentação dos dados de simulação térmica seguiu a metodologia proposta na dissertação de Negreiros (2010), que visa encontrar o percentual da quantidade de horas de conforto obtidas em todo o ano, enquanto que a análise dos dados de ventilação natural foi feita a partir das imagens geradas pelas imagens extraídas do CFD. A partir do modelo de edificação projetado, foi montado um quadro analítico que tem como resultado um comparativo entre três diferentes propostas de habitações modelo de conjuntos habitacionais, no qual é avaliada a questão do desempenho térmico das edificações, e também são abordadas as variáveis espaciais de projeto, materiais construtivos e custos. Conclui-se que o trabalho final confirmou as hipóteses gerais estabelecidas no início da pesquisa, tendo sido possível quantificar os resultados e identificar que a importância do projeto e dos materiais construtivos são equivalentes, e que, se somados, levam a ganhos de desempenho térmico em potencial. Palavras-chave: Habitação de Interesse Social; Conforto Térmico; Projeto de Arquitetura e Urbanismo. 6 ABSTRACT This research covers the topic of social housing and its relation to thermal comfort, so applied to an architectural and urban intervention in land situated in central urban area of Macaíba/RN, Brazil. Reflecting on the role of design and use of alternative building materials in the search for better performance is one of its main goals. The hypothesis is that by changing design parameters and choice of materials, it is possible to achieve better thermal performance results. Thus, we performed computer simulations of thermal performance and natural ventilation using computational fluid dynamics or CFD (Computational Fluid Dynamics). The presentation of the thermal simulation followed the methodology proposed in the dissertation Negreiros (2010), which aims to find the percentage of the amount of hours of comfort obtained throughout the year, while data analysis was made of natural ventilation from images generated by the images extracted from the CFD. From model building designed, was fitted an analytical framework that results in a comparison between three different proposals for dwellings housing model, which is evaluated the question of the thermal performance of buildings, and also deals with the spatial variables design, construction materials and costs. It is concluded that the final report confirmed the general hypotheses set at the start of the study, it was possible to quantify the results and identify the importance of design and construction materials are equivalent, and that, if combined, lead to gains in thermal performance potential. Key-words: Social housing; Thermal Confort; Architectural Design and Urban Planning. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Zonas de conforto representadas pelo nomograma de temperatura efetiva (esquerda) e pela carta Bioclimática (direita). .......................................................................... 25 Figura 2 – Campos de pressão em um cubo. ............................................................................ 26 Figura 3 – Simulação computacional mostrando o escoamento dos ventos em torno de edifícios com diferentes arranjos. ............................................................................................. 27 Figura 4 – Variação de coeficientes de pressão em função da direção do vento, em relação à normal da abertura, e da densidade do assentamento. .............................................................. 27 Figura 5 – Corpo submetido a corrente de vento e sua respectiva esteira. ............................... 28 Figura 6 – Esquema elucidativo com sequência das etapas da construção das habitações. ..... 32 Figura 7 – Propostas para ampliação na parte lateral nas edificações. ..................................... 33 Figura 8 – Propostas para ampliações na parte posterior das edificações. ............................... 34 Figura 9 – Tipos de edificações relacionando suas ampliações às densidades das áreas nas quais serão implantadas. ........................................................................................................... 35 Figura 10 – Desenho esquemático de sustentabilidade. ........................................................... 36 Figura 11 – Implantação do projeto vencedor do Concurso do CDHU-SP, 2010.................... 37 Figura 12 – Perspectiva de dois sobrados conjugados. ............................................................ 38 Figura 13 – Implantação do projeto Menção Honrosa do Concurso CDHU-SP, 2010. ........... 39 Figura 14 – Foto dos painéis pré-moldados de alvenaria prontos para a montagem. .............. 41 Figura 15 – Foto de um painel recém-montado, escorado após fixação da base. .................... 41 Figura 16 – Esquema conceitual de partido urbanístico. .......................................................... 42 Figura 17 – Tipologia geminadas em fita com dois e três pavimentos. ................................... 43 Figura 18 – Conjunto habitacional completo: todas as tipologias existentes. .......................... 43 Figura 19 – Panorama geral do conjunto Morada da Fé, entregue em 2010. ........................... 48 Figura 20 – Implantação do conjunto habitacional Morada da Fé. .......................................... 49 Figura 21 – Planta baixa da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. .... 50 Figura 22 – Corte transversal da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. .................................................................................................................................................. 50 Figura 23 – Implantação do conjunto de 60 casas da prefeitura. ............................................. 51 Figura 24 – Planta baixa de habitação modelo para conjunto habitacional de 60 casas. ......... 51 Figura 25 – Cronograma físico-financeiro com custos por habitação. ..................................... 53 Figura 26 – Mapa do Rio Grande do Norte, com destaque ao município de Macaíba. ............ 54 Figura 27 – Mapa de integração global do sistema viário de Macaíba. ................................... 55 8 Figura 28 - Mapa do loteamento Nova Macaíba, com destaque para as áreas públicas. ......... 56 Figura 29 – Mapa do entorno, com destaque para a área de intervenção, em vermelho. ......... 57 Figura 30 – Usos existentes e previstos para a área institucional do loteamento Nova Macaíba. .................................................................................................................................................. 58 Figura 31 – Topografia do terreno. ........................................................................................... 59 Figura 32 – Árvores frutíferas do terreno. ................................................................................ 60 Figura 33 – Massa arbustiva presente no terreno, com a presença do ginásio ao fundo. ......... 60 Figura 34 – Indicação da Zona Bioclimática 8, com destaque para a localização de Macaíba/RN. ............................................................................................................................. 60 Figura 35– Carta Bioclimática com recomendações para climas quentes e úmidos. ............... 61 Figura 36 – Insolação incidente sobre as divisas do terreno. ................................................... 62 Figura 37 – Comportamento dos ventos na Região Metropolitana de Natal............................ 62 Figura 38 – Implantação de casas isoladas. Sem escala. .......................................................... 69 Figura 39 – Planta baixa da proposta de casa isolada. Sem escala. .......................................... 69 Figura 40 – Implantação com casas geminadas em fita. Sem escala. ...................................... 70 Figura 41 – Planta baixa da proposta de unidade geminada em fita. Sem escala. ................... 71 Figura 42 – Implantação com casas duplex. Sem escala. ......................................................... 72 Figura 43 – Planta baixa da proposta de unidade geminada a duas. Sem escala. .................... 73 Figura 44 – Implantação com casas geminadas duas a duas. Sem escala. ............................... 74 Figura 45 – Trecho da quadra-tipo. Sem escala. ...................................................................... 74 Figura 46 – Primeiro estudo volumétrico do conjunto habitacional. ....................................... 75 Figura 47 – Primeiro estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 75 Figura 48 – Segundo estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 76 Figura 49 – Implantação versão final. Sem escala. .................................................................. 76 Figura 50 – Terceiro estudo volumétrico da unidade habitacional. ......................................... 77 Figura 51 – Planta baixa da edificação. .................................................................................... 78 Figura 52 – Sequência construtiva das unidades habitacionais. ............................................... 78 Figura 53 – Implantação do conjunto habitacional e ginásio existente. Sem escala. ............... 80 Figura 54 – Perspectiva isométrica de duas habitações. ........................................................... 81 Figura 55 – Planta baixa das unidades habitacionais geminadas duas a duas. ......................... 82 Figura 56 – Perspectiva a partir da via pública de duas unidades habitacionais. ..................... 82 Figura 57 – Perspectiva a partir dos fundos do lote de duas unidades habitacionais. .............. 83 Figura 58 – Detalhes de fixação do Painel Wall na laje radier e face a face. .......................... 87 Figura 59 – Esquadrias do tipo tabicão, com mecanismo de controle. .................................... 88 9 Figura 60 – Telha Isotelha, fabricante Isoeste. ......................................................................... 89 Figura 61 – Vista explodida de duas habitações geminadas. ................................................... 90 Figura 62 – Detalhes da planilha de predição de desempenho térmico. ................................... 96 Figura 63 – Exemplo de gráfico para análise de avaliação de desempenho térmico. .............. 96 Figura 64 – Quadro de edição das informações de simulação CFD. ...................................... 101 Figura 65 – Processo de construção do modelo para simulação térmica. .............................. 105 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Lista de áreas e dimensões mínimas de ambientes para Macaíba. ......................... 64 Tabela 2 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento proposto pelo autor................ 65 Tabela 3 – Densidades normais em diferentes tipologias habitacionais. ................................. 67 Tabela 4 – Relação entre densidades e aparecimento de problemas na urbanização. .............. 67 Tabela 5 - Orçamento unitário do modelo de habitação proposta do tipo “C”. ....................... 91 Tabela 6 – Modelo proposto de avaliação do desempenho térmico. ........................................ 97 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Possibilidades de ampliação da UH proposta. ....................................................... 84 Quadro 2 – Análise dos materiais aplicáveis à envoltória dos modelos de edificação. ........... 86 Quadro 3 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH convencional. ................. 99 Quadro 4 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 90º. ....... 102 Quadro 5 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 135º. ..... 103 Quadro 6 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 180º. ..... 104 Quadro 7 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH Tipo “B”. ..................... 106 Quadro 8 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 90º. .............. 107 Quadro 9 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 135º. ............ 108 Quadro 10 - Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 180º. .......... 109 Quadro 11 – Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH proposta. ................... 110 Quadro 12 – Avaliação comparativa dos três tipos de habitação em estudo. ......................... 113 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS TCC: Trabalho de Conclusão de Curso. HIS: Habitação de Interesse Social. UH: Unidade Habitacional. FCP: Fundação Casa Popular. IAP: Instituto de Aposentadorias e Pensões. BNH: Banco Nacional da Habitação. SEAC: Secretaria Especial de Ação Comunitária. PAIH: Plano de Ação Imediata para Habitação. CEF: Caixa Econômica Federal. PAC: Programa de Aceleração do Crescimento. PAR: Programa de Arrendamento Residencial. MCMV: Minha Casa, Minha Vida. PSH: Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social. CDHU-SP: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado de São Paulo. CFD: Dinâmica de Fluidos Computacional, do inglês Computacional Fluid Dynamics. ACH: Trocas de Ar por Hora, do inglês Air Changes per Hour. RTQ-C: Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviço e Públicos. RTQ-R: Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Residenciais. CAERN: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. BIM: Modelo de Informação da Edificação, do inglês Building Information Modeling. 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ............................................................. 20 2.1 A PROBLEMÁTICA DA HABITAÇÃO NO BRASIL .............................................. 20 2.2 CONFORTO TÉRMICO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ...................... 23 3 ESTUDOS EMPÍRICOS ................................................................................................ 30 3.1 VENCEDOR DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS ......................................................................................................................... 30 3.2 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS ................................................................................................. 38 3.3 CONJUNTO HABITACIONAL EM SÃO JOSÉ DO MIPIBÚ/RN ........................... 40 3.4 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “10º PRÊMIO JOVENS ARQUITETOS”41 4 A SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO DE MACAÍBA ....................... 45 4.1 O CONTEXTO ATUAL .............................................................................................. 45 4.2 OS PROJETOS DA PREFEITURA ............................................................................. 48 5 CONDICIONANTES PROJETUAIS ........................................................................... 54 5.1 A ÁREA DE INTERVENÇÃO.................................................................................... 54 5.2 ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS ..................................................................... 59 5.3 ASPECTOS LEGAIS ................................................................................................... 63 5.3.1 Lei de Parcelamento do Solo (1.222/2005) ........................................................ 63 5.3.2 Plano Diretor de Macaíba (01/2008) ................................................................. 63 5.3.3 Código de Obras e Edificações de Macaíba (149/1983)................................... 64 5.4 ASPECTOS FUNCIONAIS ......................................................................................... 64 5.5 ASPECTOS ORÇAMENTÁRIOS ............................................................................... 66 6 CONCEPÇÃO E EVOLUÇÃO DO PARTIDO ........................................................... 67 6.1 CASAS ISOLADAS .................................................................................................... 68 6.2 CASAS GEMINADAS EM FITA ............................................................................... 70 6.3 CASAS DUPLEX (TIPO SOBRADO) ........................................................................ 71 6.4 CASAS GEMINADAS DUAS A DUAS ..................................................................... 72 6.4.1 7 Evolução da Proposta ......................................................................................... 75 PROPOSTA PROJETUAL ............................................................................................ 80 7.1 IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................... 80 14 7.2 UNIDADE HABITACIONAL ..................................................................................... 81 8 7.2.1 Opções de Ampliação ......................................................................................... 83 7.2.2 Seleção de materiais e sistemas construtivos .................................................... 85 7.2.3 Quantificação e Orçamento da Unidade Habitacional ................................... 90 SIMULAÇÕES ................................................................................................................ 94 8.1 MODELO DE HABITAÇÃO CONVENCIONAL - TIPO “A” .................................. 97 8.1.1 Desempenho térmico .......................................................................................... 97 8.1.2 Ventilação natural ............................................................................................ 100 8.2 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “B” ........................................... 105 8.2.1 Desempenho térmico ........................................................................................ 105 8.2.2 Ventilação natural ............................................................................................ 107 8.3 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “C” ........................................... 110 9 8.3.1 Desempenho térmico ........................................................................................ 110 8.3.2 Ventilação natural ............................................................................................ 111 ESTUDO COMPARATIVO ........................................................................................ 112 10 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 116 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 119 GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 122 APÊNDICES ......................................................................................................................... 124 15 1 INTRODUÇÃO A importância do projeto de habitação de interesse social é um tema recorrente no Brasil, que vem sendo discutido enfaticamente há pelo menos 80 anos. Em função da condição crítica em que se encontravam as moradias que vinham sendo produzidas aceleradamente desde a última década do século XIX, particularmente no estado de São Paulo, acontece, durante o Estado Novo, sob a iniciativa do então presidente Getúlio Vargas, a intervenção do Estado brasileiro na questão habitacional. Foram então tomadas as primeiras iniciativas governamentais para a produção de moradias para a população de baixa renda, e durante o I Congresso de Habitação no Brasil (1931), discutem-se pela primeira vez itens relacionados à racionalização construtiva, simplificação dos materiais de construção, redução dos padrões de acabamento, mudança dos códigos de obras, padronização das unidades, normatização de materiais e viabilização de acessos à periferia, aspectos que permanecem no centro do debate até os dias atuais. Dessa forma, os itens que recebem maior importância nas discussões relacionadas ao tema em questão são quase sempre aqueles que trazem à tona a máxima de se construir o maior número de unidades com o mínimo de recursos, visando, sobretudo, a redução do déficit de moradias. Ou seja, as preocupações giram mais em torno de itens relacionados à quantidade, deixando muitas vezes de lado a questão qualitativa. Itens de qualidade como os que levam em conta a satisfação do usuário são quase sempre deixados em segundo plano, em razão da forte preocupação com a geração de ótimos resultados quantitativos, o que, para a política, tem um cunho bastante apelativo. As questões relacionadas ao conforto térmico em habitação de interesse social são na grande maioria das vezes esquecidas, pelo que se observa na histórica trajetória brasileira de produção de habitação para a população de baixa renda. Talvez a explicação para essa questão seja que a adoção de um projeto de bom desempenho térmico está equivocadamente relacionada ao aumento significativo de custos unitários na habitação. O projeto de arquitetura tem um papel muito importante nesse contexto. Tratando-se de um tema no qual os recursos são tão escassos, é na etapa de planejamento do projeto em que se podem obter maiores ganhos do ponto de vista de desempenho térmico. A simples adoção de diretrizes considerando as normas atuais de desempenho térmico em edificações já seria o suficiente para obter ganhos significativos em projetos de baixo custo. Indo além dessa estratégia, testar as certificações por métodos prescritivos e de simulação subsidiaria ainda 16 mais o desenvolvimento da ideia, embasando cada vez mais a tomada de decisões por parte dos arquitetos projetistas. Portanto, a questão problema que fomentou este trabalho foi como desenvolver um projeto de um Conjunto Habitacional de Interesse Social com ênfase no conforto térmico, considerando as diversas técnicas construtivas existentes no mercado, bem como as restrições orçamentárias inerentes a esta categoria habitacional. A proposta arquitetônica partiu de preceitos da norma NBR 15.220-3, que define o Zoneamento bioclimático brasileiro e as diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, sempre tendo em vista o aspecto do controle orçamentário. Dessa forma, o objetivo geral do trabalho foi demonstrar que é possível alcançar níveis de desempenho térmico adequados em uma habitação de interesse social sem ultrapassar o limite orçamentário imposto pelo programa habitacional. Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram considerados: - Compreender a conceituação, definição e aplicação dos princípios de conforto térmico em uma habitação de interesse social; - Realizar estudo de materiais e sistemas construtivos disponíveis no mercado e seus custos, para uma aplicação viável e exequível na obra; - Desenvolver estudos empíricos de edificações de interesse social que se destaquem pelo seu desempenho ambiental e pela aplicação de materiais e sistemas construtivos pouco convencionais; - Elaborar projeto arquitetônico de um conjunto de habitações unifamiliares de interesse social com ênfase no conforto térmico para ser executado pela Prefeitura Municipal de Macaíba/RN. A área escolhida para o desenvolvimento desse projeto está localizada na zona urbana do município, bairro São José, em um terreno situado em uma área institucional remanescente, doada ao poder público pelo loteamento Nova Macaíba. Além de ter sido apontada pela prefeitura como área de potencial concretização da ideia, o local apresenta boa localização em relação a acessos e infraestrutura da cidade. Alguns procedimentos metodológicos foram adotados para a elaboração do projeto em questão. Inicialmente, foi realizada pesquisa bibliográfica e eletrônica em livros, trabalhos acadêmicos, anais de eventos e periódicos relacionados aos temas da Habitação de Interesse Social e Conforto Térmico, além de sítios eletrônicos detentores de informações relacionadas aos programas habitacionais do governo federal, aplicados pelo município de Macaíba. 17 Foram realizadas visitas de campo a dois diferentes conjuntos habitacionais do município: o “Morada da Fé”, entregue pelo poder municipal em setembro de 2010, integrante do programa habitacional PSH, onde foram extraídas fotografias e feitas entrevistas aos usuários para uma breve avaliação da percepção deles em relação ao ambiente construído em que moram; o segundo conjunto visitado, o “PAR” do bairro São José, adjacente à área de intervenção, em que foram feitos fotografias, estudo cartográfico e entrevistas aos usuários, conforme ocorreu na primeira visita. Posteriormente, foram estudadas a legislação urbanística e ambiental incidente na área, bem como as normas e regulamento de desempenho térmico de edificações. Na seqüência, pesquisaram-se materiais e sistemas construtivos, e suas possíveis aplicações. O processo de projeto daí resultante procurou considerar todas as variáveis pesquisadas, priorizando o desempenho térmico, a qualidade espacial e estética e o custo total de construção das Unidades Habitacionais. Concluído o processo de projetação do conjunto habitacional proposto, procedemos à etapa do trabalho que representa talvez sua maior contribuição: o estudo comparativo entre três tipos de habitação, denominadas “A”, “B” e “C”. O primeiro corresponde a um tipo utilizado de forma recorrente pela prefeitura de Macaíba, aplicado a um conjunto habitacional de 60 casas, e atualmente em fase de execução. Os dois outros tipos são resultados do estudo proposto por este trabalho, em que foi projetado um conjunto habitacional de 50 casas, aplicando ao segundo tipo de habitação o sistema construtivo tradicional ao munícipio, enquanto que o terceiro conta com sistema construtivo alternativo ao que costumeiramente se aplica em edificações dessa categoria. Através da montagem de um quadro comparativo, foram levantadas e comparadas, para cada UH, as seguintes variáveis: Implantação no terreno; Organização espacial; Área construída; Materiais das envoltórias; Custo total; Ventilação natural; Desempenho térmico; Para a implantação, foram avaliados itens relativos à orientação e ao espaçamento entre as edificações. No item seguinte, organização espacial, avaliaram-se as propriedades 18 espaciais propriamente ditas da edificação, estudando-se desde questões de distribuição do programa, possibilidades de ampliações futuras e solução formal adotada. Os materiais construtivos da envoltória foram resultado de levantamento de possibilidades, seguido de escolha daqueles que mais se adequaram a questões de custos, tempo de execução e mão-deobra. Para finalizar, como forma de avaliar o desempenho térmico e de ventilação natural, foram realizadas simulações computacionais para cada tipo habitacional. Os dados dessas simulações alimentaram tabelas quantitativas que deram origem a gráficos elucidativos, nos quais foi possível aferir o desempenho dos modelos comparados. Vale salientar que, neste trabalho, o traçado urbano foi estudado de forma a viabilizar a melhor implantação das casas no terreno escolhido para implantação , considerando essencialmente os itens relativos à espacialidade e ao conforto térmico das habitações (melhor orientação notadamente). Não constituiu objetivo deste trabalho verificar as possíveis variações de custos de diferentes organizações espaciais urbanas, ficando este aspecto orçamentário centrado na unidade habitacional. Este Trabalho de Conclusão de Curso de Mestrado Profissional é composto por dois volumes, sendo o Volume 01 pelo presente memorial, e o Volume 02, pelo caderno de pranchas e perspectivas do projeto arquitetônico. O Volume 01 está estruturado da seguinte maneira: após a Introdução, apresenta-se o referencial teórico-conceitual que aborda dois temas principais, sendo o primeiro relacionado à problemática da habitação no Brasil e o segundo, ao conforto térmico na habitação de interesse social. No capítulo 3, são apresentados os estudos empíricos realizados para referenciação do projeto, fazendo-se uma análise crítica dos pontos que possam ter rebatimento na nossa proposta. O quarto capítulo é dedicado à situação habitacional Município de Macaíba, no qual é feito um panorama atual da problemática na cidade, considerando os principais programas habitacionais implementados pelo poder público local. O capítulo 5 é destinado à exposição dos condicionantes projetuais. Nele são apresentados a área de intervenção, os aspectos físicos e ambientais, as normas e regulamentos de desempenho térmico de edificações, além dos aspectos legais, funcionais e orçamentários referentes à realidade do município e à população usuária dos conjuntos habitacionais. 19 No capítulo 6, são apresentados o processo de concepção e a evolução do partido arquitetônico e urbanístico, registrando os diferentes tipos arquitetônicos e implantações testadas e os fatores responsáveis pela tomada de decisões. O sétimo capítulo trata da proposta projetual propriamente dita, detalhando-a sob o ponto de vista dos aspectos relacionados à implantação do Conjunto e à Unidade Habitacional. O capítulo 8 é reservado para as simulações do projeto do Conjunto Habitacional São José e do Conjunto Morada da Fé, utilizando o software Design Builder 2.2. No nono capítulo, propõe-se um estudo comparativo entre os três modelos de casa estudados no trabalho, com a finalidade de atingir o último objetivo específico traçado. Na sequência, chegam-se às considerações finais do trabalho, onde de forma conclusiva são expostas todas as etapas do trabalho, as dificuldades que foram enfrentadas no decorrer da pesquisa e desenvolvimento do projeto, além da análise geral dos resultados e apontamentos para futuros trabalhos. A parte relativa aos elementos Pós-textuais deste Volume 01 é composta das Referências e dos Apêndices. No Volume 02, além das perspectivas, estão contidas dez pranchas de projeto, assim sequenciadas: Prancha 01: Planta de situação; Prancha 02: Implantação-Coberturas; Prancha 03: Implantação-Unidades Habitacionais em Planta Baixa; Prancha 04: Plantas da Unidade Habitacional Proposta; Prancha 05: Cortes e Fachadas da Unidade Habitacional Proposta; Prancha 06: Opção de Ampliação 01; Prancha 07: Opção de Ampliação 02; Prancha 08: Opção de Ampliação 03; Prancha 09: Detalhes Construtivos de Esquadrias; Prancha 10: Perspectivas. 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO -CONCEITUAL O referencial teórico-conceitual deste estudo contempla dois temas principais. O primeiro, mais geral, discorre sobre a problemática da habitação no Brasil, traçando um breve panorama histórico acerca de como foi e como é tratada essa questão no país. Essa é uma reflexão importante para que se possa entender as diferentes posturas relativas à habitação, e as principais razões do sucesso ou insucesso de cada uma delas. Maior ênfase será dada aos programas atualmente voltados para a Habitação de Interesse Social (HIS). A segunda parte trata de aspectos relacionados ao conforto térmico de edificações em clima quente e úmido, apresentando os principais conceitos e variáveis arquitetônicas a eles relacionadas, destacando principalmente a importância da ventilação natural como estratégia de obtenção de conforto. 2.1 A PROBLEMÁTICA DA HABITAÇÃO NO BRASIL Através de uma análise histórica, Gohn (1991, p.165) deixa claro que a questão da habitação para população de baixa renda no Brasil não pôde ser resolvida pelo simples jogo do mercado ou pelas políticas públicas. Apesar de inúmeras iniciativas, os problemas persistem. O resultado da conjuntura histórica de déficit habitacional está em todas as cidades do país, não havendo, em muitos casos, outra solução que não seja a busca por diferentes alternativas, na maioria das vezes precárias, para a população de baixa renda. De acordo com Bonduki (1998), os primeiros indícios de segregação espacial em habitação surgem no final do século XIX, com a crescente vinda de imigrantes ao estado de São Paulo e a consequente necessidade por habitações. É nesse contexto que surgem as legislações de controle de uso do solo e de controle sanitário. A questão habitacional passou a ser enxergada como um problema de saúde pública, pois o crescimento desordenado começou a gerar situações insustentáveis de ocupação. Enquanto foi possível autoconstruir nos terrenos clandestinos – à custa de enorme esforço familiar –, invadir áreas, levantar barracos, alugar cortiços e pardieiros, a situação ia “se ajeitando” (GOHN, 1991, p.165). Até a década de 1930, a questão da habitação social não sofre intervenção por parte do Estado, a não ser pela criação das leis de controle de ocupação e condições sanitárias. A ação resumiu-se em “incentivar a iniciativa privada para a construção de vilas para operários”. (BONDUKI, 1998, p. 41). 21 O governo de Vargas, entre os anos de 1930 e 1945, representa o que pode se chamar de primeira fase da intervenção do Estado na questão habitacional, marcando o surgimento da gestão pública da habitação social no Brasil. A iniciativa privada revela-se incapaz de lidar com a questão, e o governo populista lança os primeiros programas habitacionais do país: os Institutos de Aposentadorias e Pensões - IAP’s - e a Fundação Casa Popular - FCP. O primeiro, lançado nos anos 1930, surge com o propósito de promover planos de aposentadorias e pensões, não tendo o tema habitação como foco principal. Mesmo assim, de acordo com Soares (2006), os IAP’s constituíram o mais bem sucedido programa habitacional do século XX no que se refere à qualidade da construção. Instituída pelo Decreto-lei n. 9.218 de 1º de maio de 1946, a Fundação da Casa Popular foi o primeiro órgão, de âmbito nacional, voltado exclusivamente para a provisão de residências às populações de pequeno poder aquisitivo (AZEVEDO e ANDRADE, 1982, p.19). O embrião do programa político lançado na época e por outros que o sucederam possuía falhas estruturais em diversos pontos. Um dos principais era o de deixar a Fundação encarregada do papel de assumir atividades de infra-estrutura urbana que proporcionassem a viabilidade de conjuntos habitacionais. Isso era um reflexo do forte indício de um ideal paternalista, muito comum nos governos populistas. Era preciso fortalecer o próprio mercado – estimulando a produção de materiais –, modernizar as prefeituras, através de treinamento e qualificação de pessoal, e estudar o processo de “morar” das classes populares, para se tirar partido da prática comunitária de construir, das técnicas e dos materiais regionais utilizados. (AZEVEDO e ANDRADE, 1982, p.21). A iniciativa do FCP pode ser considerada como uma tentativa frustrada dos anos 1940. De acordo com Bonduki (1998), o programa supracitado, que se estruturou como órgão de âmbito federal exclusivo para questões habitacionais, produziu somente 18.132 moradias, enquanto que os IAP’s, surgidos com o propósito inicial de cuidar de aposentadorias e pensões, produziram 123.995 unidades habitacionais. Da forma como historicamente tem sido implementada no Brasil, a política habitacional, de uma maneira geral, tem a prática de beneficiar a população de baixa renda construindo habitações de interesse social. Porém, essa produção sempre esteve atrelada à lógica de mercado, tendo em vista o retorno de investimentos no setor. Segundo Azevedo e Andrade (1982, p.38), o modelo da casa integralmente subsidiada, nos momentos em que foi implementado, era um “poço sem fundo”. Sem retorno, por maiores 22 que fossem as inversões, não se lograria ampliar significativamente o atendimento de casa própria. Durante a época em que o Brasil foi governado pelo regime militar, a política habitacional foi retomada e vista como oportunidade de aproximação do governo repressivo à população de baixa renda. É nesse encadeamento que emerge, de acordo com Azevedo e Andrade (1982, p.58), o Plano Nacional de Habitação, e com este o BNH, que surge em um momento crucial para o novo regime dar provas de que é capaz de atacar problemas sociais. A produção habitacional na época populista representada pela Era Vargas, especificamente pelos programas IAP’s e FCP, foi insignificante e inexpressiva considerando as necessidades do país e a produção que foi realizada durante o período do regime militar, que se iniciou no ano de 1964, por meio do programa do BNH. De acordo Bonduki (1998), a habitação recebeu maiores investimentos em função da necessidade de legitimação do regime militar perante as classes populares. A iniciativa habitacional do governo financiou cerca e 4,5 milhões de unidades habitacionais, e se sustentou até o ano de 1986, quando abriu falência, na mesma época da transição que marcou o fim do regime militar no país. O problema quantitativo da unidade habitacional foi ligeiramente amenizado, contudo, a qualidade da maior parte destes conjuntos habitacionais, principalmente os destinados às classes populares, não conseguiam garantir plenamente o direito à habitabilidade e à própria noção subjetiva e objetiva da casa. (SOARES, 2006, p.4) Remetendo-se a um histórico recente, Gohn (1991, p.56) destaca, na busca de alternativas por moradia no Brasil, as invasões de áreas ocorridas na década de 1980: São invasões de áreas públicas e privadas, mantidas à espera por valorização, ou como estoque de terras públicas. Os invasores não construíram barracos de lata, papelão e pedaços de madeira. Fizeram a demarcação da área em lotes e iniciaram as construções em alvenaria. Tudo Planejado. E eles não estavam sozinhos. Tinham o apoio de lideranças políticas ligadas a partidos políticos oposicionistas. Com o fim do BNH, é a Caixa Econômica Federal que assume o financiamento de moradias populares no país. Durante o período de governo do presidente José Sarney, a Secretaria Especial de Ação Comunitária – SEAC é instituída, e surge, então, o Programa Nacional de Mutirões Habitacionais. Posteriormente, o governo sucessor, de Fernando Collor de Melo, lança o Plano de Ação Imediata para Habitação - PAIH. De acordo com Soares (2006), só em 1995, com a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, desenhou-se a implantação de um novo sistema financeiro, com novos esquemas de captação de capitais, priorizando a concessão de créditos diretamente à população. 23 A produção habitacional do país se mantém estável até o ano de 2009, quando surge o programa “Minha casa, minha vida”, lançado pelo governo federal como uma das iniciativas do Programa de Aceleração do Crescimento1. O programa habitacional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de forte apelo populista, envolve construtoras e órgão financiador – Caixa Econômica Federal – como os principais atores da implementação do programa. As parcerias relativas ao Estado são dispostas entre governo federal e prefeituras, ficando o primeiro representado pela CEF e o poder municipal responsável pelo cadastramento da população que será beneficiada. Esse processo será descrito de maneira mais precisa no capítulo relativo à Situação Habitacional do Município de Macaíba, nosso universo de intervenção. 2.2 CONFORTO TÉRMICO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Um dos principais aspectos de Sustentabilidade que pode ser incorporado a uma Habitação de Interesse Social em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, é o do Conforto Térmico. Essa premissa pode ser levada em consideração partindo do princípio que construções dessa natureza apresentam, na maioria dos casos, orçamentos bastante restritos. Nessa perspectiva, as estratégias mais eficientes são o recurso à ventilação natural e a escolha de materiais construtivos de bom desempenho térmico, especialmente se considerado o clima quente-úmido, que caracteriza o município de Macaíba. Nesse contexto, é importante destacar as principais características climáticas das regiões quentes e úmidas, quais sejam: Alta umidade do ar Baixas flutuações diárias e sazonais da temperatura Intensa luminosidade Nessas regiões, o desconforto é causado pela alta temperatura associada à alta umidade do ar, que dificultam as trocas de calor entre a pele do ser humano e o ar, deixando a pele úmida. O efeito da velocidade do ar no conforto térmico depende da temperatura e umidade do ar ambiente, assim como da vestimenta e das características fisiológicas do usuário. Dessa maneira, somente se pode obter alívio do desconforto em função da pele úmida através da desumidificação da mesma, o que pode ser alcançado através da manutenção de uma velocidade do ar suficiente sobre o corpo (GIVONI, 1998, p.18). 1 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u540229.shtml> 24 De acordo com Bittencourt (2005), as edificações devem evitar ganhos de calor provenientes da radiação solar que atinge o envelope da construção e dissipar o calor produzido internamente. Nesses casos, o resfriamento é a principal meta do projeto arquitetônico, enquanto que o aquecimento é muito raro. O conforto térmico depende em alto grau do movimento do ar e da alta prevenção de ganhos de calor. Segundo Szokolay (apud TRINDADE, 2006), o projetista deve procurar aproximar ao máximo a temperatura interna da externa, promovendo o resfriamento fisiológico da pele através da ventilação natural. No que diz respeito à absorção de carga térmica por parte da edificação, Givoni destaca que: A radiação solar incidente em uma edificação pode ser controlada por sombreamento eficiente das aberturas e pela cor de paredes opacas, além da escolha de materiais de bom isolamento térmico. Uma parede branca, ou uma parede sombreada por vegetação, absorve uma quantidade consideravelmente menor de radiação, mesmo que esteja voltada para o leste ou oeste. (GIVONI, 1998, p.387) Além dos aspectos relacionados à edificação propriamente dita, há de se considerar a interferência que o entorno exerce sobre o seu desempenho térmico. As edificações próximas, assim como a vegetação, desempenham um papel fundamental nesse contexto. Dessa forma, Parker (apud Bittencourt, 2005) considera que o uso adequado da vegetação pode contribuir significativamente para a redução dos ganhos externos de calor. Contudo, os elementos paisagísticos de um projeto devem observar a não formação de barreiras às brisas dos períodos mais quentes, para que a ventilação natural possa ocorrer no interior da edificação. Em conjunto às estratégias de sombreamento e uso de materiais de bom desempenho térmico, Bittencourt (1993) considera que o resfriamento por ventilação aparenta ser a solução de melhor custo/benefício para o contexto de regiões quentes e úmidas. Com relação ao papel desenvolvido pela ventilação natural, Bittencourt (2010) destaca que ela pode ser usada com três finalidades complementares: Manter a qualidade do ar nos ambientes internos; Remover a carga térmica adquirida pela edificação, em decorrência dos ganhos de calor externos e internos; Promover o resfriamento fisiológico dos usuários. Ainda segundo Bittencourt (2010), para uma mesma combinação de temperatura do ar e umidade relativa, as zonas de conforto podem ser ampliadas em função do aumento na velocidade do ar, conforme expresso na Figura 1, em que estão relacionadas variáveis de Temperatura de Bulbo Úmido, Velocidade do ar, Temperatura de Bulbo Seco e Umidade 25 relativa do ar. A mancha azul de cada gráfico aponta onde está situada a zona de conforto, considerando o cruzamento das variáveis. Figura 1 – Zonas de conforto representadas pelo nomograma de temperatura efetiva (esquerda) e pela carta Bioclimática (direita). Fonte: Bittencourt, 2010. Em locais onde o vento é estável em direção e possui razoável intensidade (>3,0 m/s), a ventilação proporcionada pela força do vento é a estratégia de refrigeração mais simples e eficiente (GANDEMER apud BITTENCOURT, 2005, p.27). Considerando essa afirmativa, é importante destacar a importância da estratégia de resfriamento das edificações utilizando o recurso ventilação natural. Bittencourt (2005) afirma ainda que o Nordeste do Brasil apresenta significativo potencial para alcançar condições de conforto térmico com velocidades do ar interno relativamente baixas (em torno de 1,0 m/s). Para proporcionar altas taxas de ventilação, as janelas em regiões quentes e úmidas devem ser amplas, mas sombreadas. Contudo, por mais bem ventilada que seja uma região, nela ocorrem períodos de calmaria em determinadas épocas do ano, e o município de Macaíba não se isenta dessa característica. Por ser potencialmente a estratégia de resfriamento principal para edificações de interesse social, segundo a revisão de literatura, verificou-se também que é necessária a previsão de ventilação mecânica como mecanismo auxiliar, para garantir a velocidade do ar nos dias em que haja calmarias na ventilação natural (DUTT et al, apud BITTENCOURT, 2005). Spain (apud BITTENCOURT, 2010) afirma que o movimento turbulento produzido por ventiladores de teto é bastante eficaz para elevar a temperatura preferida. O funcionamento 26 desse equipamento foi observado nesse contexto por Clark (apud BITTENCOURT, 2010), o qual constatou que a sensação de uma pessoa exposta a uma corrente de ar com velocidade de 1 m/s e temperatura de 29°C, foi equivalente a 24°C sem o ventilador de teto. No que diz respeito ao comportamento da ventilação no exterior das edificações, é importante destacar que um corpo exposto a uma determinada corrente de vento terá suas superfícies submetidas a diferentes campos de pressão, conforme Figura 2. Figura 2 – Campos de pressão em um cubo. Fonte: Bittencourt, 2010. As superfícies submetidas à zona de pressão positiva são aquelas que estão aproadas para o vento, enquanto aquelas que não recebem o vento de frente ou de forma oblíqua estão em zona de pressão negativa. Bittencourt (2005) afirma que o diferencial de pressão através de uma construção é força motriz para que ocorra a ventilação no interior dela. Nessas condições, o tecido urbano deve ser considerado, pois ele pode reduzir drasticamente a velocidade do vento em razão de uma determinada rugosidade existente. Bittencourt (2010) cita pesquisa realizada para dois tipos de arranjos tradicionais, o do tipo grelha e do tipo tabuleiro de xadrez. Este último apresentou uma área de sombra de vento, também denominada esteira, menor quando comparado ao primeiro tipo pesquisado. 27 Figura 3 – Simulação computacional mostrando o escoamento dos ventos em torno de edifícios com diferentes arranjos. TABULEIRO XADREZ GRELHA ORTOGONAL GRELHA OBLÍQUA Fonte: Bittencourt, 2010. Figura 4 – Variação de coeficientes de pressão em função da direção do vento, em relação à normal da abertura, e da densidade do assentamento. Fonte: Lee, Hussain, Solliman (1980 apud BITTENCOURT, 2010). Bittencourt (2005) conceitua esteira como área demarcada pela zona de separação entre o fluxo livre do vento e a região turbulenta localizada a sotavento dos corpos, caracterizada pela formação de vórtices e recirculação de ar. Em outras palavras, é uma sombra de vento na qual o fluxo de ar não tem regularidade o suficiente para se recuperar e recircular através de um novo corpo que esteja logo a seguir. O tamanho da esteira é caracterizado como a distância em que será possível haver uma recuperação da ventilação natural, de modo que se considere a ventilação chegando ao próximo corpo. 28 Figura 5 – Corpo submetido a corrente de vento e sua respectiva esteira. Fonte: Evans (1979 apud BITTENCOURT, 2010). Avaliando as características do clima em questão e suas principais estratégias, é importante destacar a influência que o arquiteto pode imprimir a um projeto nas fases de concepção. As decisões iniciais do arquiteto caracterizam-se como elemento-chave, tanto no que diz respeito a aspectos genéricos das custas de uma obra, quanto em relação a aspectos de relativos ao desempenho térmico de uma edificação. Sobre essa condição, Oliveira (2006) afirma que: Embora as principais decisões relacionadas com o desempenho da edificação sejam tomadas pelo projetista, a rotina desse profissional tem mostrado negligência para com o desempenho térmico e energético. Como uma das causas, pode-se apontar a falta de entendimento do impacto das decisões sobre os fenômenos físicos que ocorrem entre o clima, a edificação e o seu usuário. (OLIVEIRA, 2006, p.23). Considerando os aspectos decisórios durante o processo criativo de um projeto, os ganhos de resultado no ambiente construído podem ser determinantes para classificar uma edificação como confortável ou não confortável. De forma objetiva, para se chegar um bom resultado de conforto térmico em regiões quentes e úmidas, Givoni (1998) aponta os principais objetivos de projeto a serem seguidos, conforme listados a seguir: Minimização de ganhos de radiação solar por parte da edificação; Maximização da taxa de resfriamento durante as noites; Promoção de ventilação natural efetiva, mesmo durante períodos de chuva; Prevenção de penetração da chuva nos ambientes da edificação, mesmo durante as tempestades; Prevenção da entrada de insetos enquanto as janelas estiverem abertas para ventilação Criação de espaços semi-abertos se integrando aos espaços de estar fechados. 29 Ainda segundo Givoni (1998), os principais detalhes de projeto que efetivamente interferem no alcance desses objetivos são: Leiaute da edificação; Orientação dos ambientes principais e das aberturas; Tamanho e detalhamento das janelas e portas; Organização e subdivisão do espaço interno; Sombreamento das aberturas e paredes; Provisão de varandas e balcões; Tipo de coberta e seus detalhes; Propriedades térmicas e estruturais das paredes e da coberta; Paisagismo do entorno; Enquanto que o papel climático dos materiais é minimizar ganhos de radiação solar do interior da edificação durante o dia e maximizar a taxa de resfriamento durante o início da noite e as demais horas da madrugada, a função da ventilação cruzada é de atingir índices suficientes para promover renovações do ar na edificação, na busca de maximizar a desumidificação da pele dos usuários, buscando situa-los na zona de conforto sem a necessidade da utilização de estratégias ativas. Assim sendo, para habitações de interesse social situadas em climas quentes e úmidos, o conforto térmico é função da ação combinada de várias estratégias e detalhes de projeto, os quais podem ser resumidos em três grandes ações às quais as demais estão condicionadas: uso correto de materiais e sistemas construtivos da envoltória, sombreamento das fachadas/aberturas e resfriamento passivo dos ambientes internos por meio da ventilação cruzada. 30 3 ESTUDOS EMPÍRICOS Este capítulo apresenta os estudos diretos e indiretos realizados em projetos de conjuntos habitacionais de interesse social, do tipo unifamiliar. Os critérios técnicos utilizados para a escolha dos projetos foram, principalmente, o bom desempenho térmico/ambiental das propostas, além da utilização de materiais e sistemas construtivos alternativos aos que usualmente são utilizados nas obras de habitação de interesse social. Os dois primeiros estudos empíricos, que compõem este trabalho como itens 3.1 e 3.2, foram resultado de um concurso de arquitetura publicado na segunda metade do ano de 2010, e tratam-se de propostas de habitação de interesse social sustentáveis e de baixo custo, com a utilização de materiais e sistemas construtivos alternativos. Foram escolhidos com o propósito de subsidiar as escolhas do sistema construtivo do trabalho final, bem como utilizados como critério de avaliação de bons resultados de desempenho ambiental, adequados à Zona Bioclimática 3, local de implementação das propostas. O terceiro estudo empírico é um conjunto habitacional em fase de execução no município de São José do Mipibú, escolhido por utilizar uma nova proposta de sistema construtivo. Como não foi encontrado um projeto de habitação unifamiliar devidamente enquadrado à Zona Bioclimática 8, utilizou-se como quarto estudo empírico um projeto titulado com menção honrosa no concurso “10º prêmio jovens arquitetos – categoria HIS”, realizado no ano de 2011. Não foi possível estabelecer critérios idênticos de análise para os quatro estudos empíricos, em virtude de se tratarem de projetos que se destacam por qualidades diferentes. Enquanto os dois primeiros interessam-nos pela ênfase ao sistema construtivo e soluções de sustentabilidade, o terceiro vem contribuir pela introdução de uma técnica construtiva inovadora. Já o quarto estudo, destaca-se pela sua localização e pelas estratégias de conforto térmico adotadas na fase do desenho urbano. 3.1 VENCEDOR DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS A proposta da equipe de projetistas vencedores do concurso “Habitação para todos” é a construção de habitações compostas por elementos industriais pré-fabricados, como pode ser observado através da Figura 6. Destaca-se a importância do processo de concepção de um conjunto habitacional com ênfase no sistema construtivo e na rapidez de sua execução. 31 A produção industrial em larga escala demonstrada no projeto objetiva a diminuição dos custos e a maior eficiência dos sistemas construtivos utilizados, com uma menor quantidade de resíduos produzidos na etapa de fabricação. O projeto explora uma tipologia de duas águas, sem beirais, apresentando esquadrias e elementos vazados marcantes. O projeto conta com dimensões moduladas do sistema de alvenaria estrutural, podendo ser adaptável ao sistema de painéis pré-fabricados de concreto (Figura 3). O sistema também apresenta algumas desvantagens, como a impossibilidade de reforma das paredes estruturais, demanda de maior perícia e acompanhamento na execução das obras, e outras questões de ordem técnica. Considerando o rigor construtivo inerente aos materiais pré-fabricados, os autores do projeto propõem a utilização de opções de ampliação laterais e de fundos, direcionando e ordenando os acréscimos posteriores de área conforme a proposta tipológica original de cada geometria proposta no projeto (Figura 8). 32 Figura 6 – Esquema elucidativo com sequência das etapas da construção das habitações. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ 33 Figura 7 – Propostas para ampliação na parte lateral nas edificações. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ 34 Figura 8 – Propostas para ampliações na parte posterior das edificações. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ No que tange à escala das edificações, as propostas do embrião e as previsões de ampliações futuras das edificações estão relacionadas a duas necessidades: às densidades das áreas que irão ocupar e às características de famílias hipotéticas que venham a ocupar os imóveis. A figura a seguir mostra a configuração espacial das habitações para pequena, média e alta densidade do contexto urbano. 35 Figura 9 – Tipos de edificações relacionando suas ampliações às densidades das áreas nas quais serão implantadas. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ O sistema construtivo apresentado pelo projeto ainda vai além, ao propor a utilização de placas de concreto com camadas isolantes térmicas, a incorporação de coletores de energia solar, um sistema de aproveitamento de água da chuva e outras estratégias voltadas para um bom desempenho da edificação no que se refere às questões térmicas (Figura 10). Não há comentários quanto às estratégias de sustentabilidade relacionadas ao projeto, como utilização de dispositivos para promover sombreamento de fachadas/aberturas e a orientação das edificações (Figura 11). De acordo com as diretrizes recomendadas pela NBR 15220-3, que classifica a região do projeto na Zona Bioclimática 3, o projeto deveria apresentar mecanismos de controle que permitissem a entrada do sol durante o inverno, sombreando as aberturas durante o verão. Além disso, no verão, deveria ser prevista a ventilação cruzada, o que não pôde ser verificado, em função da representação apontar para aberturas de alumínio e vidro sem elemento de proteção. A cobertura não possui beirais e não há informações quanto à forma de escoamento das águas pluviais pelas fachadas, visto que não há saliência dos planos de coberta com relação aos elementos de vedação verticais da edificação. 36 Figura 10 – Desenho esquemático de sustentabilidade. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ 37 Figura 11 – Implantação do projeto vencedor do Concurso do CDHU-SP, 2010. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ O custo por unidade habitacional, incluindo custos de implantação, fixado pelas bases do concurso foi o intervalo de R$ 60.400,00 a R$ 69.000,00. Já que não foi encontrada a informação do custo exato por unidade habitacional e implantação do projeto vencedor do concurso, se for considerado que esse custo se enquadra no preço mínimo (R$60.400,00), pode-se fazer uma avaliação do custo por metro quadrado comparando-se esse valor à área construída da habitação, que é de 69,66m². Assim, chegou-se ao custo unitário de R$ 867,06 / 38 m². Porém, fica difícil mensurar qual o custo de implantação, pois é variável que depende da complexidade do projeto. Avaliando o valor por metro quadrado das unidades habitacionais do projeto em questão, percebe-se que a realidade de investimento em habitações de interesse social na região sudeste é bem diferente da praticada no nordeste do país. A faixa de custo de R$350,00 a R$500,00 por metro quadrado demonstra ser, para a região do Nordeste brasileiro - como no caso do conjunto habitacional Morada da Fé, em Macaíba/RN – o investimento financeiro usual. Além disso, há de se destacar que o estudo empírico supracitado apresenta total de área construída bem acima do que se costuma ver em nossa região. Portanto, de uma maneira geral, pressupõe-se que as habitações projetadas nesse concurso apresentam melhor qualidade de acabamento, em razão do maior investimento por metro quadrado, além de apresentar quantitativamente mais espaço. 3.2 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “HABITAÇÃO PARA TODOS” – CATEGORIA SOBRADOS O projeto agraciado com menção honrosa, premiado na mesma categoria do projeto avaliado no item anterior, apresenta uma solução de projeto de sobrados geminados dois a dois, implantados no terreno em três orientações diferentes. O projeto também apresenta a aplicação de materiais pré-fabricados, seguindo a exigência das bases do concurso, e incorpora como elemento marcante a chapa reaproveitada de container, colorida, que é a componente externa das vedações da envoltória da edificação. Figura 12 – Perspectiva de dois sobrados conjugados. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ 39 As edificações são distribuídas no terreno sem a inserção de vias internas de circulação de veículos para contorná-las. Os automóveis estacionam como em um sistema condominial, linearmente e nas margens das vias de circulação. A implantação de uma mesma unidade habitacional em orientações variadas (Figura 13) pode implicar em perdas na adoção de estratégias que visam o bom desempenho térmico da edificação. A exemplo do projeto avaliado no item anterior, a região onde está implantado este projeto está enquadrado na Zona Bioclimática 3, e as estratégias recomendadas pela NBR 15220-3 estão aplicadas apenas de forma parcial no projeto. As aberturas para ventilação são de porte médio, atendendo à norma, porém não existe mecanismo de controle que impeça o sol de entrar durante o verão. Apesar de a parede ser leve e refletora, e a cobertura isolada, atendendo a norma, não há potencial de ocorrência de ventilação cruzada, havendo comprometimento do desempenho térmico. Figura 13 – Implantação do projeto Menção Honrosa do Concurso CDHU-SP, 2010. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ 40 O valor de cada habitação propriamente dita, no caso desse projeto, foi de R$ 52.000,00 por unidade habitacional, sem considerar os custos de implantação. Como a unidade habitacional possui uma área de 67,01m², o custo unitário por metro quadrado é de R$ 776,00. Este valor unitário de custo do metro quadrado construído segue a mesma faixa do estudo empírico anterior. Mesmo não sendo um projeto exemplo a ser seguido no tocante à adaptação à sua realidade climática, os itens de maior valia desse estudo foram o sistema construtivo adotado e a volumetria/forma final das edificações, que apresenta um jogo cromático de volumes bem articulados. 3.3 CONJUNTO HABITACIONAL EM SÃO JOSÉ DO MIPIBÚ/RN Um conjunto habitacional de oito casas, situado no município de São José do Mipibú/RN, próximo à divisa com o município de Parnamirim/RN, apresenta forma inovadora de utilização de materiais tradicionais da construção civil local. Trata-se da préfabricação de painéis estruturais verticais, denominados pela empresa fabricante de “Painéis pré-moldados de argamassa armada e tijolo de oito furos”, que também cumprem a função de vedação, utilizando o tijolo cerâmico local de oito furos, estruturado por uma malha de aço e argamassa. De acordo com informações fornecidas pela Radier Fundações e Engenharia Ltda., idealizadora da solução, nos painéis já estão previstas todas as instalações, aberturas para fixação de janelas e fixação das caixas de porta, além de alças de aço que possibilitam o içamento das peças para transporte e montagem na obra. O processo de fabricação é realizado em um pequeno galpão, onde os painéis são moldados em fôrmas que variam de acordo com o projeto apresentado. Concluída a confecção do painel, que passa por tempo de cura da argamassa, este é transportado à obra e essas peças pré-moldadas são nela inseridas com o auxílio de guindastes. Porém, antes do transporte das placas à obra, é necessário que a fundação esteja executada. Esta é moldada no local em forma de radier, e são deixadas valas de 15 cm de largura por 20 cm de profundidade que recebem as placas pré-moldadas de envoltória e divisórias internas. Esse método de trabalho poupa tempo de execução e reduz o número de operários no canteiro de obras, sem prejuízos ao resultado final de acabamento, apresentando aparência idêntica à forma tradicional de assentamento do tijolo cerâmico de oito furos. A contribuição deste estudo se dá pela possibilidade de uso de um material préfabricado, que ao mesmo tempo possibilita ampliações futuras da unidade habitacional, além 41 de poder ser fabricada em placas com formatos de empenas personalizadas, gerando possibilidades formais e estéticas diferenciadas ao projeto. Figura 14 – Foto dos painéis pré-moldados de alvenaria prontos para a montagem. Fonte: Acervo do autor. Figura 15 – Foto de um painel recém-montado, escorado após fixação da base. Fonte: Acervo do autor. 3.4 MENÇÃO HONROSA DO CONCURSO “10º PRÊMIO JOVENS ARQUITETOS” Trata-se de um conjunto habitacional de interesse social com proposta de implantação mais adensada que as vistas nos estudos anteriores, e o propósito de sua escolha foi a 42 localização na Zona Bioclimática 8, particularmente na cidade de João Pessoa/PB, mesma zona do projeto deste TCC. Apesar da tipologia verticalizada, o projeto foi o único, considerando os demais estudos pesquisados, que se preocupou em incorporar estratégias gerais de implantação que favorecessem o bom desempenho térmico das unidades habitacionais. O partido urbanístico adotado pelos projetistas visa orientar os edifícios com as maiores fachadas voltadas para Norte e Sul, evitando assim ganhos excessivos de calor, conforme destacado na Figura 16. Figura 16 – Esquema conceitual de partido urbanístico. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2011/10/08/10%C2%BA-premio-jovens-arquitetos-mencao-honrosa-habitsocial-pb/ Com relação à captação da ventilação natural como estratégia de resfriamento passivo, com a finalidade de redução da carga térmica das edificações, percebe-se que o grande comprimento dos blocos edificados gera, de acordo com o que foi revisado no referencial teórico-conceitual, extensas sombras de vento, prejudicando as unidades habitacionais localizadas na porção oeste de cada bloco. Outro fator que não favorece uma boa utilização da ventilação natural é o tamanho das aberturas, que conforme observado nas Figura 17 e Figura 18, poderiam ser maiores, proporcionando maiores velocidades de vento e taxas de renovação de ar mais elevadas. Apesar disso, há um ponto positivo a ser considerado 43 no projeto das aberturas, que é a possibilidade de controle de ventilação, proporcionado pelas venezianas móveis. Figura 17 – Tipologia geminadas em fita com dois e três pavimentos. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2011/10/08/10%C2%BA-premio-jovens-arquitetos-mencao-honrosa-habitsocial-pb/ Figura 18 – Conjunto habitacional completo: todas as tipologias existentes. Fonte: http://concursosdeprojeto.org/2011/10/08/10%C2%BA-premio-jovens-arquitetos-mencao-honrosa-habitsocial-pb/ Em linhas gerais, este estudo empírico traz sua contribuição na forma como apresenta seu esquema conceitual de partido urbanístico, dando a devida importância ao grande potencial contido na proposta de desenho urbano, do ponto de vista de captação de ventilação natural e da orientação em função ao percurso percorrido pelo sol. Como conclusão acerca dos estudos empíricos realizados, pode-se afirmar que revelaram algumas estratégias diferenciadas na busca por melhores desempenhos de conforto, 44 além de materiais e sistemas construtivos alternativos para HIS. Mesmo não sendo as referências mais adequadas para nossa zona bioclimática, em razão da dificuldade de se encontrar melhores exemplos nas pesquisas, os estudos realizados permitiram alguns rebatimentos no projeto proposto, sobretudo no que diz respeito a soluções formais e detalhes construtivos, os quais devem ser cuidadosamente adequados à realidade física, econômica e social do município de Macaíba. 45 4 4.1 A SITUAÇÃO HABITACIO NAL NO MUNICÍPIO DE MACAÍBA O CONTEXTO ATUAL Como evidenciado no item 2.1, a habitação para a população de baixa renda é um problema histórico que ainda se faz presente nos dias atuais em diversos municípios brasileiros. Este também é o caso do município de Macaíba/RN. Tal conjuntura aponta para a presença de políticas habitacionais de cunho populista, que levam, em sua essência, a máxima do assistencialismo como um mecanismo remediador dessa e de outras situações vividas pela população menos abastada. A administração pública – Prefeitura Municipal -, através da Secretaria de Trabalho e Ação Social, em parceria com os Governos Estadual e Federal - o último representado pelo Ministério das Cidades -, contempla cidadãos inscritos em programas habitacionais com imóveis de interesse social. As obras em Macaíba são fruto de convênio com o governo federal e com a Prefeitura. Os governos estadual e federal aplicam os recursos financeiros. A Prefeitura fica encarregada por disponibilizar os terrenos onde as casas serão construídas, pelo acompanhamento social dos beneficiários e pela infra-estrutura necessária (ligações de água e luz). (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 2010, p.1). Dentre os programas habitacionais atualmente praticados pela Prefeitura de Macaíba estão o “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) e o “Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social” (PSH). O programa MCMV, lançado pelo governo federal em 25 de março de 20092 como uma das iniciativas do pacote governamental composto pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), surgiu com a pretensão de beneficiar um milhão de famílias em todo o país. De acordo com a Portaria do governo federal de nº 93, datada de 24 de fevereiro de 2010 que dispõe sobre a aquisição e alienação de imóveis sem prévio arrendamento no âmbito do Programa de Arrendamento Residencial – PAR e do programa “Minha Casa, Minha Vida” – MCMV, são atribuídos os papéis de cada ator ou participante do programa, no qual os principais agentes diretos pela concretização do programa são: o poder público municipal, que é responsável pelo cadastro e contemplação das famílias; a Caixa Econômica Federal (CEF), como órgão financiador, aprovador e fiscalizador das obras e projetos; e as empresas de 2 http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Economia&newsID=a2452694.x ml 46 construção civil, encarregadas de apresentar à CEF projetos de produção de empreendimentos para alienação dos imóveis e executar os projetos aprovados. Ainda de acordo com a referida Portaria, o valor máximo para uma casa produzida pelo programa MCMV no estado do Rio Grande do Norte é de R$ 37.000,00. Os benefícios para o município de Macaíba são estimados em 4.000 habitações, correspondente ao déficit atual de moradias, mas, nos dias atuais, o número de beneficiários chega a apenas 640 famílias, em função de ter havido um único projeto, o Residencial Francisco Alípio, localizado na região do Ferreiro Torto, aprovado habilmente nos âmbitos da CEF e da Prefeitura de Macaíba. Para que uma família possa se cadastrar no programa, a renda bruta familiar comprovada deve ser de até três salários mínimos mensais. O subsídio do governo federal é de até R$ 17.000,00, sendo o restante do valor financiado diretamente com o beneficiário, com parcelas mensais não inferiores a R$50,00. Ainda como fator limitador do programa, está o fato de o empreendedor ter que atender à Cartilha Minha Casa, Minha Vida, fornecida pela CEF, a qual prescreve que a casa deve ser térrea e ter área construída de 35,00m². Destaca-se que todos esses limites referem-se à modalidade de financiamento enquadrada na faixa de renda familiar de até três salários mínimos. Contudo, no programa MCMV, o papel da prefeitura municipal é de mero cadastrante das famílias, não tendo influência sobre o projeto, a não ser no que diz respeito ao atendimento dos parâmetros legais estabelecidos pela legislação urbanística municipal no momento do licenciamento da obra. As amarras impostas ao custo total e à área construída do projeto da unidade habitacional do programa MCMV não contribuem para a busca de melhores soluções espaciais, estéticas e de conforto, resultando em produtos praticamente idênticos um país de regiões de climas tão diversificados. Caberia uma reflexão, por parte do poder público federal, acerca da real necessidade da imposição de tais limites. Em função da maior quantidade de agentes envolvidos na implementação do MCMV, existe maior rigor nesse programa do que no PSH. Não se sabe até que ponto esse aspecto é positivo, pois a cartilha do programa MCMV estabelece muitas restrições ao exercício projetual das unidades habitacionais. Por outro lado, o programa PSH aponta para liberdades na aplicação de normas questionáveis por parte do poder público municipal, por ser este o órgão que projeta as unidades habitacionais, as fiscaliza e também as licencia. O programa habitacional PSH, uma iniciativa também do governo federal, foi regulamentado pela Medida Provisória (MP) n° 2.212, datada de 31 de agosto de 2001, posteriormente revogada pela Lei nº 10.998, de 15 de dezembro de 2004, e tem como 47 objetivo, por meio da ação e apoio do poder público para construção habitacional para famílias de baixa renda, viabilizar o acesso à moradia adequada aos segmentos populacionais de renda familiar mensal bruta mínima de R$ 150,00 e máxima de R$ 900,00 para localidades urbanas e rurais3. Os subsídios são concedidos no momento em que o cidadão assina o contrato de crédito habitacional junto às instituições financeiras habilitadas a operar no programa. Os cidadãos são beneficiados em grupos organizados pelos governos do Distrito Federal (DF), estados e municípios. O PSH oferece subsídio destinado diretamente à complementação do preço de compra/venda ou construção das unidades residenciais, o que varia basicamente de acordo com a localização do imóvel e com o projeto apresentado. O valor máximo de financiamento é de R$ 10.861,12, tendo o imóvel valor de venda máximo de R$ 28.000,00. Dessa forma, de acordo com a regulamentação do programa, o restante do valor é subsidiado pelo poder público municipal e/ou estadual, de forma a viabilizar a construção das habitações. Essa realidade se faz presente no último pacote representativo de habitações, lançado em agosto 2010, em que 200 habitações foram autorizadas e que até o momento se encontram em fase de construção. A atual prefeita do município, Marília Dias, considera que beneficiar a população de baixa renda com habitação é a principal ação desenvolvida atualmente por sua gestão, conforme depoimento (abaixo transcrito) a respeito das 200 unidades habitacionais lançadas: Este é um grande avanço social que estamos conseguindo empreender em apenas doze meses de governo. Representa algo em torno de 30% do déficit habitacional do nosso município. Até o último dia desta gestão trabalharemos para chegar perto de uma solução real para esta injustiça social que acomete quase todo o país. Não podemos continuar buscando apenas ações paliativas. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÍBA, 2010, p.1). Apesar disso, ainda verifica-se no município a ocorrência de invasão de áreas públicas e privadas, especificamente na zona de expansão urbana, em loteamentos onde a ocupação do solo ainda não está consolidada. Fenômenos como este, fazem com que o poder municipal tome providências para conter a ocupação desordenada do território, acelerando a requisição por moradias. 3 http://www.caixa.gov.br/pj/pj_social/mp/habitacao_social/psh/saiba_mais.asp 48 4.2 OS PROJETOS DA PREFEITURA O processo de construção dessas edificações utiliza um projeto padrão, comumente adotado por prefeituras do estado4. Esse procedimento traz sérios problemas de implantação relativos principalmente a aspectos de conforto térmico, no que tange a quesitos como a captação de ventilação natural e a absorção de calor da edificação. As edificações são construídas nos locais determinados pela prefeitura, seja em áreas onde normalmente existe uma maior carência por moradias, seja por estratégia política. O fato é que não existem muitas reservas de áreas públicas, ficando o município obrigado a realizar obras em áreas reservadas para o uso institucional ou promovendo a desapropriação de terrenos privados. Com base em visita feita ao conjunto de 40 casas da localidade Morada da Fé, parece haver, por parte do poder público, certo comodismo em aplicar um projeto que vem “funcionando” para eles pelos benefícios apresentados em obra, sem que necessariamente seja o melhor produto que poderia ser extraído das possibilidades orçamentárias disponíveis, sobretudo em termos de conforto e de qualidade estética das habitações. A Figura 19 ilustra claramente esta situação. Figura 19 – Panorama geral do conjunto Morada da Fé, entregue em 2010. Fonte: Acervo do autor. 4 De acordo com a arquiteta e urbanista Larissa Leiros, integrante do corpo técnico da Secretaria Municipal de infra-estrutura de Macaíba. 49 Figura 20 – Implantação do conjunto habitacional Morada da Fé. N Fonte: Adaptado da base da Secretaria de Infraestrutura de Macaíba, 2010. O conjunto habitacional “Morada da Fé”, que à sua época teve um custo unitário por habitação de aproximadamente R$10.000,00, trilha pela via oposta ao que é recomendado como boas estratégias de conforto térmico para uma habitação situada em clima quente e úmido. Sua orientação, de acordo com a Figura 20, segue azimute de 135 graus em relação ao norte, e o formato de planta é compacto, enquanto que o mais recomendado para a obtenção de melhores resultados de conforto térmico é o formato alongado. Em relação ao quesito sombreamento das fachadas e aberturas, o que se percebe é que a dimensão do beiral, de 30 cm (Figura 21 e Figura 22), praticamente não permite que seja exercida a função desejada. Com relação à captação de ventilação natural do exterior da edificação, as esquadrias constantes no projeto são bastante pequenas e não possuem ao menos regulagem para permitir passagem de ventilação e controle de privacidade. Essas deficiências do projeto são reflexo direto do valor que se emprega na obra. 50 N Figura 21 – Planta baixa da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. Fonte: Secretaria de Ifraestrutura de Macaíba, 2007. Figura 22 – Corte transversal da residência modelo do conjunto habitacional “Morada da Fé”. Fonte: Secretaria de Ifraestrutura de Macaíba, 2007. No tocante à solução espacial da planta, o projeto, possui dimensão de 6,00 x 6,00 metros, com dois quartos, um banheiro social e uma pequena cozinha. Todos os ambientes da casa, com exceção da sala, estão com áreas menores que as mínimas exigidas pelo Código de Obras e Edificações do Município de Macaíba. Seus 36,00m² de área construída reduzem a cozinha a uma pequena área de circulação, que é tida como principal ponto de insatisfação, de acordo com relato dos usuários das residências. 51 Os conjuntos habitacionais atualmente executados pela prefeitura de Macaíba seguem o projeto modelo aplicado para o Conjunto “Morada da Fé”, ou o modelo do novo conjunto habitacional de 60 casas que está sendo atualmente executado pela prefeitura. Figura 23 – Implantação do conjunto de 60 casas da prefeitura. N Fonte: Secretaria de Ifraestrutura de Macaíba, 2007. Figura 24 – Planta baixa de habitação modelo para conjunto habitacional de 60 casas. N Fonte: Secretaria de Ifraestrutura de Macaíba, 2007. 52 Praticamente todas as características não recomendáveis de projeto presentes no conjunto habitacional de 40 casas são encontradas naquele que utiliza o projeto modelo da Figura 24. Isso significa que os equívocos persistem de um projeto para o outro, havendo uma clara necessidade de sofrer uma alteração e adequação a um novo conceito de projeto. O único benefício encontrado foi o aumento da área construída, que passou a ser 46,67m², um aumento que representa de mais de 27%. O modelo nitidamente despreza aspectos de conforto, tomando como objetivo principal a construção de uma edificação que considera estritamente o alcance de custos muito baixos (R$ 14.835,79 por unidade habitacional, em uma unidade habitacional com 46,67m² de área construída, conforme Figura 25, representados pela utilização de materiais e aplicação de técnicas construtivas tradicionais. Tal valor representa, à época, uma proporção de R$ 317,88/m² de área construída. Como os terrenos constituem, na maioria das habitações executadas pelo programa PSH, contrapartida dos poderes municipal e estadual (há poucos casos em que a contrapartida pode ser do beneficiário), o custo do imóvel acaba sendo apenas o valor da obra. Se comparados o valor da obra da unidade habitacional executada pelo programa PSH com o valor praticado pelo programa MCMV, tem-se que o valor deste último, R$ 1.057,00/m², equivalente a três vezes o valor do primeiro. Apesar desse valor considerar a compra do terreno, ainda assim o valor destinado a cada unidade habitacional é muito baixo no caso do PSH, o que limita o projeto ao deixar de incorporar importantes itens de qualidade no resultado final da habitação. A Figura 25, apresentada a seguir, mostra cronograma físico-financeiro do final do ano de 2008 para a construção de um novo conjunto de 60 casas em que cada UH possui área de 46,67 m² de área construída, que já está sendo executado, e representa o custo mais recente que se tem de uma habitação de interesse social promovida pela Prefeitura Municipal de Macaíba. 53 Figura 25 – Cronograma físico-financeiro com custos por habitação. Fonte: Secretaria Municipal de Infraestrutura do Município de Macaíba, 2008. Vale salientar que na época em que o orçamento da casa modelo do conjunto de 60 casas da prefeitura foi elaborado, a quantia de R$ 14.835,79 representava um valor menor que o dos dias atuais em razão da inflação acumulada no intervalo de três anos. A variação percentual ocorrida de dezembro de 2008 a dezembro de 2011 do Custo Unitário Básico da construção civil (CUB), para categoria de Habitação de Interesse Social, foi de 40,96 pontos percentuais5. Essa correção corresponde a um valor atualizado de R$ 20.912,52. 5 De acordo com o Sinduscon-RN. Disponível em: www.cub.org.br 54 5 5.1 CONDICIONANTES PROJ ETUAIS A ÁREA DE INTERVENÇÃO A escolha da área em que está inserido o projeto do conjunto habitacional de interesse social ocorreu por apontamento da Prefeitura Municipal de Macaíba/RN, especificamente pelo então Secretário Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Pedro Galvão do Amaral Filho, que informou os anseios da Prefeitura em utilizar uma “sobra” de área institucional para a construção de novas habitações. O terreno pertencente à prefeitura, é parte integrante de área institucional do Loteamento Nova Macaíba, zona urbana, e está localizado no bairro São José, município de Macaíba/RN. Figura 26 – Mapa do Rio Grande do Norte, com destaque ao município de Macaíba. N Fonte: Adaptado de base cartográfica do IBGE, 2010. Os acessos à zona urbana do município podem ser feitos através de São Gonçalo, por meio da Rua Elói de Souza; de Natal, por meio das rodovias BR-304 e BR-226 e Mossoró, pela rodovia BR-304. Partindo-se da via mais conectada do município, a Rua Dr. Pedro Matos, marcada em vermelho à Figura 27, e posicionada no centro da malha urbana da cidade, a variável espacial mostra que o acesso mais integrado ao terreno, que está delimitado no mesmo mapa por um ponto vermelho, ocorre através da Rua Elói de Souza. Essa constatação coincide com a variável de infraestrutura, pois é uma via provida de pavimentação, serviços, comércio e transporte público. 55 Figura 27 – Mapa de integração global do sistema viário de Macaíba. N Fonte: Elaborado com base no software Mindwalk e base cartográfica do Google Earth, 2011. A partir da escolha do terreno para a implantação do projeto, foi realizado diagnóstico no âmbito da escala urbana, no qual foram considerados fatores como acessos, infraestrutura e uso do solo da malha urbana do loteamento, do bairro e do núcleo urbano de Macaíba. O terreno escolhido para a implantação do projeto representa cerca de 40% do total da área institucional do loteamento, que é concentrada em uma grande porção e possui um formato bastante alongado (Figura 29), e que já possui ginásio, posto de saúde, além de espaços reservados para a construção de mais dois equipamentos de uso comunitário. Avaliando a área indicada pela Prefeitura, existe o óbvio questionamento sobre a utilização de áreas institucionais para fins habitacionais. Porém, essa postura também pode ser vista como a intenção de se utilizar uma área mais integrada ao núcleo urbano, promovendo maior inclusão social do projeto do conjunto habitacional, ao invés de localizá-lo em periferias desprovidas de infraestrutura, como é mais comum na conjuntura da maior parte das cidades brasileiras. 56 Figura 28 - Mapa do loteamento Nova Macaíba, com destaque para as áreas públicas. N Fonte: Elaborado a partir de base cartográfica do Google Earth, 2011. A proposição do projeto nessa região apresenta, como ponto positivo, integração social com mais dois conjuntos ali existentes: o “Residencial Aquarela”, que surgiu a partir de iniciativa do Programa de Arrendamento Residencial – PAR, onde foram edificadas 256 casas de aproximadamente 45,00 m² cada uma; e as casas construídas pela empresa “Brasil House Empreendimentos Imobiliários Ltda.”, onde até o momento 48 unidades foram edificadas, com padrão de área construída girando em torno dos 75,00 m². A etapa que se seguiu aos estudos do entorno foi um mapeamento da área de intervenção, que será considerada como sendo toda a área institucional do loteamento, devidamente marcada na Figura 28. Porém, somente foi alvo de desenho urbano a área específica do conjunto habitacional e a faixa de terreno que se integra ao ginásio poliesportivo adjacente. Para as outras áreas, foram feitas indicações de equipamentos comunitários, cujas 57 necessidades foram identificadas a partir de questionários aplicados nos conjuntos habitacionais “Morada da Fé” e no “Residencial Aquarela”. Figura 29 – Mapa do entorno, com destaque para a área de intervenção, em vermelho. N Fonte: Elaborado a partir de base cartográfica do Google Earth, 2011. Foi identificado, através da consulta a uma amostragem de 20% do número de domicílios dos conjuntos habitacionais citados acima, que as maiores necessidades, além do posto de saúde e da quadra poliesportiva, seriam, por ordem de prioridade, uma creche, uma escola e uma praça. Considerando, os espaços configurados como vazios urbanos da área institucional existente e já descrita, foi proposta, conforme indicação de legenda, a localização de cada um desses equipamentos no futuro. 58 Figura 30 – Usos existentes e previstos para a área institucional do loteamento Nova Macaíba. N Fonte: Elaborado a partir de base cartográfica do Google Earth, 2011. Através da indicação dos futuros equipamentos comunitários, evita-se que tais espaços sejam utilizados para outras finalidades, que não sejam aquelas realmente necessárias para a população residente no local e para a população que futuramente ali irá residir. 59 5.2 ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS A faixa de terreno destinada ao projeto conta com uma área de superfície de 11.067,67m², tendo como confrontantes três ruas. O quarto confrontante está adjacente ao equipamento esportivo, situado na continuidade da área institucional (Figura 31). Figura 31 – Topografia do terreno. N Fonte: Elaborado com o auxílio do equipamento GPSmap 62s, Garmin, 2011. De acordo com dados do levantamento planialtimétrico, o terreno possui desnível de aproximadamente dez metros, ao longo de 163,78 metros de projeção horizontal. Isso representa uma inclinação média aproximada de 6%. A cobertura vegetal existente em todo o terreno é basicamente composta por uma grande massa arbustiva, com a presença de poucas árvores frutíferas, conforme apontam a Figura 32 e a Figura 33. 60 Figura 32 – Árvores frutíferas do terreno. Figura 33 – Massa arbustiva presente no terreno, com a presença do ginásio ao fundo. Fonte: Acervo do autor. Fonte: Acervo do autor. Avaliando o quesito climático da região, foi detectado que o município de Macaíba, de Latitude -5,86º e Longitude 35,35º, está enquadrado na Zona Bioclimática 8, conforme expresso na Figura 34. Os dados expostos apresentam as recomendações que devem ser aplicadas ao zoneamento bioclimático proposto pela NBR-15220-3, norma brasileira que trata do zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Figura 34 – Indicação da Zona Bioclimática 8, com destaque para a localização de Macaíba/RN. Fonte: Software ZBBR 1.1, considerando dados da NBR 15.220-3/2003. 61 Figura 35– Carta Bioclimática com recomendações para climas quentes e úmidos. Fonte: Givoni, 1992. De acordo com a norma, para que bons resultados de desempenho térmico sejam alcançados, devem ser atendidas as seguintes diretrizes: grandes aberturas para ventilação, sombreamento das aberturas, vedações externas leves e refletoras, utilização de ático ventilado e ventilação cruzada permanente. Apesar da combinação e utilização de todas das estratégias passivas de resfriamento das edificações unifamiliares de interesse social, segundo a norma, ainda haverá momentos de desconfortos nas horas mais quentes. Nesses casos, somente estratégias ativas de resfriamento poderão fazer frente aos momentos de desconforto. A trajetória solar incidente nas divisas do terreno ocorre a um ângulo aproximado de 45º em todas as condições, estando as divisas lateral esquerda e superior voltadas para o sol poente, enquanto que as demais divisas estão orientadas predominantemente para o sol nascente. 62 Figura 36 – Insolação incidente sobre as divisas do terreno. N Fonte: Elaborado a partir de cartas solares extraídas do programa SOL-AR. Quanto ao comportamento dos ventos, observando os dados expressos na Figura 37, é possível constatar que a ventilação predominante ocorre a sudeste, com velocidades mais ocorrentes entre 2,0 e 10 m/s. Figura 37 – Comportamento dos ventos na Região Metropolitana de Natal. Fonte: INPE, 2009. 63 Apesar de predominantemente oriundos do sudeste, os ventos podem vir em grande parte do sul, particularmente nas madrugadas. Os dados apontam que a segunda orientação corresponde a cerca de 50% das incidências. 5.3 ASPECTOS LEGAIS As diretrizes legais que nortearam a elaboração da proposta arquitetônica e urbanística final levaram em consideração todo o conteúdo da legislação urbanística municipal de Macaíba, deixando o projeto apto às condições legais de um futuro licenciamento ambiental e urbanístico, passo necessário antes de sua implantação. Foram consideradas a Lei de Parcelamento do Solo, o Plano Diretor e o Código de Obras e Edificações de Macaíba. 5.3.1 Lei de Parcelamento do Solo (1.222/2005) As exigências da Lei de Parcelamento do Solo que se aplicam ao projeto aquelas relativas ao tamanho mínimo do lote e do arruamento. O lote mínimo exigido é de 104,00m², cabendo uma crítica e sugestão de possível reformulação do valor, uma vez que o Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, é de 125,00 m². A via de circulação de veículos e pedestres mínima deve ter 8,00m. Vale salientar que a via de circulação se estende de testada a testada de lote, estando inclusas calçadas e faixas de rolamento veiculares. A lei também especifica percentuais de terra que devem ser destinados a áreas verdes e institucionais, porém, como a proposta de desenho urbano foi desenvolvida a partir de uma área institucional existente, essas exigências foram desconsideradas, por se tratar de um projeto de interesse da prefeitura e com fins sociais. 5.3.2 Plano Diretor de Macaíba (01/2008) O Plano Diretor determina, além de área mínima do lote, já citado pela lei anterior, que as construções residenciais devem ter recuos mínimos obrigatórios, a saber: Recuo lateral/fundos: 1,50 metros quando houver aberturas, ou dispensado, quando da não existência delas; Recuo frontal: 3,00 metros; Quanto à questão paisagística, o bairro de São José, onde se encontra o terreno alvo do parcelamento, possui restrição de construções em altura. Por se tratar de um bairro inserido na zona especial de interesse paisagístico, as construções são limitadas à altura máxima de 7,50 metros. 64 Por fim, quanto ao aproveitamento do lote, a ocupação máxima das construções deve ser de 70%, e a taxa de infiltração do solo deve atingir mínimo de 30% da área total do terreno de cada unidade habitacional. 5.3.3 Código de Obras e Edificações de Macaíba (149/1983) A obrigatoriedade dos recuos é também determinada pelo Código de Obras, assim como ocorre no Plano Diretor. Além disso, os parâmetros de maior relevância que devem ser considerados são aqueles relativos ao dimensionamento interno dos ambientes de uma residência unifamiliar, conforme apontado na Tabela 1, a seguir. Tabela 1 – Lista de áreas e dimensões mínimas de ambientes para Macaíba. Fonte: Macaíba, 2008. 5.4 ASPECTOS FUNCIONAIS Para este item foi reservado o programa de necessidades e o pré-dimensionamento, que foram construídos baseados nas informações fornecidas pela Secretaria de Ação Social de Macaíba, nas visitas de campo realizadas a dois conjuntos habitacionais e na experiência da prática profissional. A partir disso, foi estabelecida comparação entre o exigido pela legislação e a necessidade real dos usuários. Durante as entrevistas realizadas para a confecção desta dissertação de mestrado profissional, foram identificadas pelos usuários as seguintes necessidades: Banheiro maior e mais privativo; Cozinha maior; Fechamento da cozinha, gerando mais privacidade; 65 Área de ampliação disponível na lateral e nos fundos; Área de serviço coberta; Elemento de vedação para o perímetro do terreno. Além dos itens acima mencionados, relativos à unidade habitacional, foram solicitadas também melhorias relativas ao entorno, como melhores acessos e um maior número de equipamentos comunitários. Em entrevista realizada com assistente social da Secretaria de Ação Social, responsável pelo cadastro de famílias beneficiadas pelos programas habitacionais de Macaíba, foi dito que a composição padrão das famílias beneficiadas é composta principalmente por mães solteiras com pelo menos dois filhos. Comparando os dados de tamanho de lote, dimensionamento dos ambientes internos estabelecidos pela legislação urbanística, em face às exigências detectadas na pesquisa, percebe-se que deve existir uma mudança radical no dimensionamento da cozinha, alterando também a maneira como ela irá se relacionar com o restante dos ambientes. Com isso, sua área deve ser pelo menos dobrada de tamanho, e sua relação com espaços como sala e área livre para ampliação do terreno, interligada por acesso mais direto possível. Esse é um fato que pode ser comumente observado em áreas rurais e cidades pequenas do interior. Tabela 2 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento proposto pelo autor. Ambiente/espaço Área Lote 115,00m² Sala única 10,00m² Cozinha 9,00m² Banheiro social 2,40m² Dormitório 01 8,00m² Dormitório 02 8,00m² Área de Serviço 1,20m² Área construída total da UH 45,00m² Fonte: Elaborado pelo autor. Com relação às ampliações futuras, estas devem ser previstas de maneira a não gerar interferências à qualidade espacial existente na unidade habitacional, estando preferencialmente localizadas nas laterais e fundos do lote, em espaço de maior privacidade. 66 5.5 ASPECTOS ORÇAMENTÁRIOS Apesar do custo unitário por habitação ser de, no máximo, R$ 28.000,00, conforme destacado no item 4.1, o orçamento de uma unidade habitacional atualmente construída pela prefeitura de Macaíba está na faixa dos R$ 20.000,00, aplicada a correção monetária, conforme apresentado no item 4.2 deste trabalho. É um valor equivalente a cerca de 70% do teto orçamentário do PSH, permitindo à prefeitura construir praticamente três casas com o valor de duas. Se por um lado existe a vantagem de se beneficiar mais famílias, por outro, há de se avaliar a qualidade de cada unidade. Com a finalidade de proporcionar aos beneficiários do PSH de Macaíba uma habitação de maior qualidade espacial, estética e sobretudo ambiental, por meio de um melhor desempenho térmico, propõe-se, para este projeto, estabelecer que o valor não seja superior a R$ 28.000,00 por unidade habitacional. Mais adiante, serão feitos estudos comparativos para a verificação de ganhos de qualidade com a proposta apresentada, em função do aumento orçamentário. 67 6 CONCEPÇÃO E EVOLUÇÃO DO PARTIDO Este capítulo destina-se à descrição do processo de projetação do conjunto habitacional, que teve como principais determinantes os conceitos apreendidos, os estudos tipológicos e de conforto térmico realizados, e as possibilidades oferecidas pelos recursos tecnológicos disponíveis. O processo de projetação passou por uma fase sequencial de amadurecimento que compreendeu quatro estudos tipológicos, nos quais foram ponderados os aspectos envolvidos em cada uma das soluções. A sequência de evolução do partido inicia-se com a proposta de casas térreas individualmente isoladas; a segunda proposta aponta para um partido de casas térreas geminadas em fita; a terceira a possibilidade de casas duplex geminadas duas a duas, e por fim, a proposta de casas térreas geminadas duas a duas. Pesquisas feitas por Lynch (apud MASCARÓ, 1989) na realidade habitacional norteamericana apontam parâmetros genéricos que podem ser considerados de maneira análoga ao caso estudado, tratando a relação de densidade com respectivas implicações. O estudo retrata que a densidade líquida refere-se ao número de famílias divididos exclusivamente pela área privada dos quarteirões, enquanto que a bruta é o número de famílias dividido pela área total da região ocupada pelo conjunto habitacional, incluindo todas as áreas públicas e privadas. Tabela 3 – Densidades normais em diferentes tipologias habitacionais. DENSIDADE EM FAMÍLIAS (hectare) TIPO DE HABITAÇÃO Líquida Bruta (bairro) 20 12 Geminadas a dois 25 a 30 18 Geminadas em fita 40 a 50 30 Bloco de 3 plantas 100 a 110 50 Bloco de 10 plantas 200 a 210 70 Unifamiliares isoladas Fonte: Lynch (apud. MASCARÓ, 1989). Tabela 4 – Relação entre densidades e aparecimento de problemas na urbanização. DENSIDADE LÍQUIDA APARECIMENTO DE PROBLEMA 30 famílias por hectare ou mais Aparecem problemas com ruído e com perda de intimidade. 100 famílias por hectare ou mais Perde-se o sentido da intimidade nos espaços verdes. 200 famílias por hectare ou mais Aparecem dificuldades para arranjar espaço para estacionamento e recreio. 450 famílias por hectare ou mais O espaço público congestiona-se totalmente. Fonte: Lynch (apud. MASCARÓ, 1989). 68 Considerando os dados acima e o parâmetros utilizados em projetos de casas pela CDHU-SP, foi definido, para efeito de aproveitamento da área de intervenção, que o conjunto habitacional deveria apresentar densidade líquida entre 60 e 90 famílias por hectare, para evitar a perda do sentido de intimidade dos espaços verdes. Com a definição da tipologia, baseada nos conceitos estudados e nos dados de densidade, chega-se a uma nova fase de trabalho, inerente à evolução da ideia, no qual são ensaiadas as escolhas dos materiais e a proposição da volumetria. 6.1 CASAS ISOLADAS Tipologia atualmente adotada no Município de Macaíba e em praticamente toda a região metropolitana de Natal quando se trata de casas feitas por prefeituras, o partido de casas isoladas representa o reflexo cultural da utilização do lote individualizado, tendo como características a utilização de terreno livre em todas as faces da casa, além da preservação da individualidade de cada família, indício do padrão burguês de habitação. Aliado a esse aspecto, vem o dilema do aproveitamento da gleba destinada ao projeto do conjunto habitacional. A adoção dessa tipologia está fadada a um menor aproveitamento em termos de unidades habitacionais, inviabilizando muitas vezes a escolha de terrenos estrategicamente melhor localizados. Não faz sentido utilizar glebas da prefeitura com maior visibilidade se o aproveitamento não é satisfatório. Do ponto de vista da ventilação, a casa isolada no lote pode ser mais vantajosa. Pode não ser do ponto de vista da insolação e, principalmente, dos custos. Além desses aspectos acima mencionados, devem ser considerados outros fatores como formato e orientação ideal das edificações para o seu melhor desempenho térmico, pois estas estratégias certamente intercedem no desenho urbano do conjunto e em geral reduzem ainda mais a potencialidade do terreno. A proposta de casas isoladas pensadas para a área de intervenção (Figura 38) é reflexo do formato e da orientação ideal que cada edificação deveria ter, considerando que as menores fachadas devem estar voltadas para o sentido Leste-Oeste, correspondente à trajetória do sol e às faces onde se tem a maior carga de radiação. 69 Figura 38 – Implantação de casas isoladas. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. A unidade habitacional (Figura 39) foi projetada sobre uma grelha modulada (1.35m x 1.35m), para facilitar a escolha do futuro material e sistema construtivo, e a estabelecer um formato alongado de planta, justamente para minimizar as faces voltadas para o sentido LesteOeste. Vale salientar que o formato alongado, em contrapartida, gera maiores custos de obra, uma vez que delimita uma mesma área construída com perímetros maiores, gerando mais áreas de fachadas. Figura 39 – Planta baixa da proposta de casa isolada. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. 70 Porém, esse partido de casas isoladas, com 40 casas no terreno, foi considerado insatisfatório, dada a subutilização da área de intervenção (densidade líquida de apenas 61 famílias/ha), considerando que as imediações possuem vários equipamentos comunitários e que essa é uma oportunidade de se gerar a inclusão do maior número de habitações possível, sem perder de vista as questões qualitativas, principalmente aquelas inerentes ao conforto térmico. Outro fator determinante para a sua eliminação enquanto partido foi que as possibilidades de ampliação não foram possíveis de serem previstas, ficando o futuro morador sem possibilidade de fazer a expansão planejada. 6.2 CASAS GEMINADAS EM FITA Tentando gerar um aproveitamento maior do terreno, foi testada uma proposta de transição que não considera a melhor orientação indicada e utiliza um partido de casas geminadas em fita (Figura 40). A ocupação de 70 casas no terreno passa um pouco da densidade prevista de projeto, ficando ligeiramente densa (densidade líquida de 93,3 famílias/ha). Além desse aspecto, o partido de casas geminadas em fita gera um problema de circulação de ventilação no exterior das edificações, uma vez que corta a permeabilidade do tecido urbano, gerando esteiras de vento maiores e comprometendo a continuidade da ventilação natural. Figura 40 – Implantação com casas geminadas em fita. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. 71 Foi na unidade habitacional dessa tipologia, porém, que se observaram muitos aspectos positivos. Dentre eles estão a modulação construtiva, a integração dos ambientes sala e cozinha, sendo o segundo ambiente com dimensionamento privilegiado, rebatimento de questões culturais constatadas na pesquisa com moradores de conjuntos habitacionais de Macaíba. Há também espaço posterior voltado para a ampliação, demarcado na cor laranja (ver Figura 41). Figura 41 – Planta baixa da proposta de unidade geminada em fita. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. 6.3 CASAS DUPLEX (TIPO SOBRADO) Voltando a considerar a orientação das edificações como estratégia imprescindível de projeto, foi realizada uma tentativa de se projetar casas de dois pavimentos, com implantação em forma de edificações geminadas a duas (Figura 42), considerando o lote mínimo de 104,00m² determinado pelo Plano Diretor de Macaíba. Dessa vez, além da orientação correta das edificações, foram atendidos itens como permeabilidade de ventilação, interferências das esteiras de vento e possibilidades de futuras ampliações das unidades habitacionais. 72 Figura 42 – Implantação com casas duplex. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. Porém, os pontos negativos apresentados fizeram com que fosse pensada uma nova proposta de projeto. As desvantagens apresentadas pela adoção dessa tipologia foram, primeiramente, a questão do custo, pois obrigatoriamente teria de se fazer no mínimo uma laje de piso, entre os dois pavimentos, carregando as fundações, que precisariam ser mais robustas. A segunda desvantagem, também relacionada ao custo, foi detectada através da simulação de ocupação da edificação, que em função da necessidade da escada, demanda uma área de circulação de, pelo menos, cinco metros quadrados. Isso se reflete em um aumento na área final da edificação, aumentando também seu orçamento final. Outro fator desfavorável foi a constatação de que este tipo habitacional não faz parte da cultura local no que diz respeito a moradias populares, principalmente. 6.4 CASAS GEMINADAS DUAS A DUAS Essa tipologia foi determinada pela junção da solução de partido urbanístico da proposta de casas duplex com a solução de partido arquitetônico da proposta de casas 73 geminadas em fita. Considerando as vantagens de cada uma, foi possível reduzir consideravelmente os problemas de projeto encontrados até então. Na proposta, foi adotada a mesma planta baixa da unidade habitacional da solução geminada em fita, do item 6.2, tomando como eixo de simetria a longa parede que se prolonga da sala à cozinha. As paredes dos quartos, geminadas na proposta anterior supracitada, foi descolada e apresenta afastamento de 1,50m em relação à divisa lateral do terreno. Na parte posterior, também foi deixado recuo de 1,50m. Figura 43 – Planta baixa da proposta de unidade geminada a duas. Sem escala. N Fonte: Elaborado pelo autor. O partido urbanístico dessa proposta, assim como o da anterior, conta com sistema viário no sentido Leste-Oeste, e lotes no sentido norte-sul. Apesar da orientação dos lotes não ser a mais recomendada, as edificações estão orientadas no sentido transversal, adquirindo assim a orientação ideal. A porção de terreno de formato triangular localizada a norte trata-se de área pública, oriunda do traçado urbano oblíquo ao existente (Figura 44), conecta-se ao ginásio existente e cria uma esplanada que desafoga o pequeno terreno no qual o referido equipamento esportivo foi inserido. 74 Figura 44 – Implantação com casas geminadas duas a duas. Sem escala. N GINÁSIO EXISTENTE ESPLANADA Fonte: Elaborado pelo autor. Outra estratégia adotada visando uma melhor distribuição dos ventos no conjunto urbanizado foi o desencontro entre os alinhamentos verticais dos lotes. Dessa forma, as esteiras de vento de cada edificação se distribuem de uma forma a não interferir as edificações adjacentes, contribuindo para a recuperação da incidência e velocidade do vento originais da região (Figura 45). Figura 45 – Trecho da quadra-tipo. Sem escala. Fonte: Elaborado pelo autor. N 75 6.4.1 Evolução da Proposta Uma vez definida a tipologia, na etapa seguinte houve a evolução desta idéia inicial, tendo sido feitos alguns ajustes no traçado urbano do conjunto habitacional, estudadas as possibilidades de materiais e sistemas construtivos, além dos estudos volumétricos, da relação de cheios e vazios, e outros. O primeiro estudo volumétrico reflete a implantação gerada na Figura 44, com a utilização de três níveis de cobertura e empenas retangulares regulares arrematando as laterais (Figura 47). As esquadrias em madeira, com grandes aberturas, sombreadas, e com mecanismo de controle, visam atender ao recomendado na literatura pesquisada e pela NBR15.220-3. O reservatório superior de água, em fibra de vidro, foi idealizado como aparente e apesar de inicialmente gerar aspecto estético duvidoso, facilita a sua inspeção e lavagem, sendo delimitado apenas por duas alvenarias de fechamento das laterais Leste-Oeste. Figura 46 – Primeiro estudo volumétrico do conjunto habitacional. GINÁSIO EXISTENTE ESPLANADA Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 47 – Primeiro estudo volumétrico da unidade habitacional. Fonte: Elaborado pelo autor. O segundo estudo volumétrico considera alguns elementos do primeiro, testando a possibilidade da utilização de beirais ao invés das empenas laterais (Figura 48), e é incorporada empena de 50cm de altura entre as duas unidades habitacionais, como exigência da norma estadual de combate à incêndio e pânico do Rio Grande do Norte. A composição do 76 fechamento do reservatório superior de água é alterada em relação à primeira volumetria, sendo os fechamentos feitos em material mais leve e em orientação norte-sul, contando também com fechamento superior para melhor arremate volumétrico. Figura 48 – Segundo estudo volumétrico da unidade habitacional. Fonte: Elaborado pelo autor. Outra alteração feita foi em relação ao traçado urbano. As casas foram concentradas em apenas três quadras, ficando a área da esplanada orientada para o ginásio completamente livre de edificações. Figura 49 – Implantação versão final. Sem escala. N GINÁSIO EXISTENTE ESPLANADA Fonte: Elaborado pelo autor. A terceira versão, mais consolidada, é aquela em que foram incorporados planos e empenas em ângulos inclinados (Figura 50), para gerar maior dinamismo à volumetria, que 77 até então contava com bastante regularidade, gerada pelo excesso de ortogonalidade. Essa idéia é aplicada também ao fechamento do reservatório superior de água. Essa nova linguagem volumétrica de planos recortados faz com que sejam descartadas as possibilidades de utilização de materiais pré-fabricados como a alvenaria estrutural, o tijolo patenteado tecleve e o sistema wood framing. A alternativa pré-fabricada viável para essa solução geométrica é a de painéis pré-moldados de argamassa armada e tijolo de oito furos, apresentada no item 3.3 deste trabalho. As paredes de vedações direcionadas no sentido nortesul utilizam essa solução de alvenaria, cuja espessura aproximada é de 14 cm. Figura 50 – Terceiro estudo volumétrico da unidade habitacional. Fonte: Elaborado pelo autor. Para as demais vedações foram adotados painéis pré-fabricados do tipo PainelWall, do fabricante Eternit, de espessura igual a 4 cm. A razão da escolha e posicionamento desses materiais de vedação está ligado à previsão de possíveis reformas e/ou ampliações, assim como da facilidade de montagem da construção. O material PainelWall gera uma grande facilidade de remoção, enquanto que a alvenaria pré-moldada é armada e permite que, futuramente, os moradores possam erguer mais um pavimento na edificação (Figura 51). A planta baixa da unidade habitacional, assim como o formato do terreno, foram determinados por exigências legais, além de outras de razão técnica. Porém, as dimensões finais são resultantes do material e sistema construtivo adotado. 78 Figura 51 – Planta baixa da edificação. N Fonte: Elaborado pelo autor. A Figura 52, a seguir, explicita a seqüência construtiva proposta para as unidades habitacionais, da locação à execução do muro, considerando a última versão do partido adotado em nível de estudo preliminar. Figura 52 – Sequência construtiva das unidades habitacionais. 01 – Locação do terreno 02 – Execução da fundação em radier 79 03 – Montagem das alvenarias pré-moldadas 04 – Instalação das vedações em Painel Wall 05 – Instalação das esquadrias 06 – Instalação das linhas de madeira 07 – Instalação das telhas 08 – Execução do muro Fonte: Elaborado pelo autor. A proposta de partido apresentada até então, considerada neste capítulo como solução final em nível de estudo preliminar, será detalhada ao seu nível executivo no próximo capítulo, no qual será apresentado o memorial descritivo e justificativo. 80 7 PROPOSTA PROJETUAL O capítulo atual é de descrição das propostas urbanística e arquitetônica do conjunto habitacional. Em um primeiro momento, é descrita a proposta definitiva de implantação, com os principais aspectos a ela inerentes, e posteriormente será detalhada a proposta de unidade habitacional final do trabalho, que irá contemplar descrição espacial, opções de ampliação, materiais e sistemas construtivos escolhidos. É importante destacar que as pranchas do projeto do conjunto habitacional proposto, assim como as perspectivas, estão contidas no Volume 02 deste trabalho. 7.1 IMPLANTAÇÃO A partir do que foi trabalhado na evolução do partido urbanístico, em itens como orientação, sintaxe espacial e tipologia das edificações, chegou-se ao resultado definitivo de implantação do projeto. O desenho final é de um conjunto habitacional que contém 50 unidades habitacionais, geminadas duas a duas, distribuídas em três quadras conforme se observa a seguir, na Figura 53. A área privada final totaliza 6.566,00 m², correspondente a aproximadamente 60% da área total destinada ao conjunto habitacional, que é de 11.067,00 m². Isso dá uma densidade líquida final de 76,92 famílias por hectare, número que está dentro do intervalo estabelecido no capítulo 6 deste trabalho. As áreas públicas ocupam 4.501,00 m² da área total, e estão distribuídas em duas praças, nas extremidades norte e sul do terreno, além de uma porção de terra a leste adjacente à quadra 03, que está sendo destinada à doação para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN para a perfuração de um novo poço, em razão da necessidade de consumo de água que as novas habitações irão demandar. Figura 53 – Implantação do conjunto habitacional e ginásio existente. Sem escala. Fonte: Elaborado pelo autor. N 81 Foi proposto o desenho urbano das praças e conexão da esplanada com o ginásio existente através de uma praça arborizada com um totem de identificação do conjunto habitacional e de um estacionamento destinado ao equipamento esportivo. Ainda relativo ao espaço público, acessibilidade a portadores de necessidades especiais foi contemplada em todas as calçadas e praças através de rampas e faixas de pedestres nas esquinas. 7.2 UNIDADE HABITACIONAL O resultado final do modelo de habitação a ser aplicado no conjunto habitacional é o de casas geminadas duas a duas, com apenas um pavimento, distribuídas linearmente na quadra. A casa ocupa um lote padrão de formato 9,30m de frente por 12,50m de fundo, totalizando 116,25 m² de superfície ortogonal, valor intermediário entre 104,00 m² mínimos sugeridos pela Lei de Parcelamento do solo de Macaíba e 125,00 m² sugeridos pelo Estatuto da Cidade. Alguns lotes possuem dimensão um pouco menor, em razão da não ortogonalidade do desenho urbano, mas nunca inferiores a 104,00 m², área mínima exigida pela Lei de Parcelamento do Solo de Macaíba. Os recuos são de 3,00 metros de frente, e 1,50m de lateral/fundos, estando uma das laterais geminada. Figura 54 – Perspectiva isométrica de duas habitações. Fonte: Elaborado pelo autor. A execução dos muros está limitada às laterais e fundos do lote, fazendo com que seja possível a utilização da vaga de garagem em forma de baia, onde o veículo possa ser estacionado em sentido paralelo ao da via. A proposta é que seja maximizada a interação com 82 o meio urbano, tal como ocorre no Conjunto Habitacional “Morada da Fé”, fazendo com que os moradores tenham acesso direto do espaço privado para o espaço público. Figura 55 – Planta baixa das unidades habitacionais geminadas duas a duas. N Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 56 – Perspectiva a partir da via pública de duas unidades habitacionais. Fonte: Elaborado pelo autor. 83 Figura 57 – Perspectiva a partir dos fundos do lote de duas unidades habitacionais. Fonte: Elaborado pelo autor. Cada habitação possui área construída total de 44,78 m², onde estão dispostos os seguintes cômodos: sala/cozinha, área de serviço, banheiro social, dois dormitórios e circulação. A distribuição espacial definitiva foi definida de maneira a gerar possibilidades de ampliações futuras, além de se contemplar outros itens de ordem técnica e cultural, já abordados em capítulos anteriores do trabalho. 7.2.1 Opções de Ampliação Foram desenvolvidas três propostas de ampliação para a unidade habitacional, considerando as possíveis tendências identificadas nos questionários aplicados, levando em consideração a adoção de soluções que menos comprometam a exequibilidade da futura obra e os resultados de conforto térmico. Por se tratarem de obras que serão feitas pelos próprios usuários, muitas vezes pelo processo da autoconstrução, ficou determinado que o material utilizado para as paredes será o mais simples encontrado na região, que é a alvenaria de tijolo de oito furos, devido apresentar coeficientes de transmitância térmica praticamente idênticos aos do Painel Wall e da alvenaria armada pré-moldada. Para a coberta, é importante que a prefeitura forneça os meios para que os beneficiários possam ter acesso à compra da telha sanduíche de poliuretano, material de transmitância térmica bastante inferior ao sistema de coberta tradicional de telha cerâmica. A primeira opção de ampliação apresentada considera a utilização do espaço remanescente no terreno, na área posterior e formato predominantemente quadrado, para a criação de uma suíte. Dessa forma, a habitação modelo passaria a abrigar três dormitórios, elevando assim a taxa de ocupação do terreno ao seu nível máximo, de 70%. A segunda, por sua vez, acresce à habitação uma área de lazer voltada para a parte posterior do lote, com acesso feito pela cozinha, para que seja haja uma socialização e integração entre os ambientes sala/cozinha e área de lazer. 84 Conciliando parte de cada uma das duas propostas de ampliação anteriores, a terceira opção apresenta os acréscimos de área no térreo em um pavimento superior, que poderá ser criado pelo proprietário da UH apoiadas nas paredes armadas já existentes, que deverão ser dimensionadas com o intuito de receber novo pavimento. Quadro 1 – Possibilidades de ampliação da UH proposta. PLANTAS VOLUMETRIA FINAL Indicações das áreas ampliadas DO PÓS-AMPLIAÇÃO OPÇÃO 01 PAV. TÉRREO - Acréscimo de suíte ÁREA AMPLIADA TOTAL: 12,94m² OPÇÃO 02 PAV. TÉRREO - Acréscimo de área de lazer ÁREA AMPLIADA TOTAL: 12,94m² PAV. TÉRREO - Acréscimo de área de lazer OPÇÃO 03 PAV. SUPERIOR - Acréscimo de suíte ÁREA AMPLIADA TOTAL: 27,52m² Fonte: Elaborado pelo autor. Avaliando a opção 01 de ampliação, é perceptível que a nova suíte gerada não possuirá ventilação cruzada, sem falar que compromete o escoamento de saída dos ventos 85 provenientes dos dormitórios 01 e 02. A opção 02 distribui sua área ampliada de maneira menos prejudicial à circulação dos ventos, uma vez que se trata de uma varanda completamente vazada. É necessária a criação de uma janela na fachada posterior da habitação para iluminar indiretamente o banheiro, uma vez que foi criado um ambiente de circulação interno. A terceira opção traz as mesmas implicações em nível de pavimento térreo que a segunda, e o surgimento do pavimento superior faz com que a sombra de vento seja maior, comprometendo de certa maneira a captação de ventos por parte da fileira de casas da quadra seguinte, na distribuição do partido urbanístico. Não faz parte do escopo deste trabalho elaborar simulação de ventilação natural e térmica do conjunto habitacional considerando as ampliações. Porém, é possível estimar que todas as ampliações sugeridas afetam o desempenho térmico que se deseja atingir, considerando que algumas diretrizes de afastamento entre edificações não são mais as mesmas, causando certo comprometimento ao escoamento da ventilação natural externa. Ao final da instalação do conjunto habitacional proposto por este trabalho, propõe-se que seja criado um banco de dados com as possíveis ampliações do projeto da UH no âmbito da Secretaria de Ação Social de Macaíba, e que haja uma campanha educativa por parte deste órgão, perante a população, incentivando reformas e ampliações que atendam o rigor exigido pelas normas e leis municipais, levando em conta também os aspectos técnicos propostos durante o estudo projetual exposto neste trabalho. 7.2.2 Seleção de materiais e sistemas construtivos A escolha dos materiais foi feita a partir de levantamento de materiais realizado e foi determinada pela influência dos seguintes fatores, em ordem de importância variável de acordo com o material e sua localização: propriedade térmica, propriedade geométrica (o caso das portas e janelas, por exemplo, que podem trazer, em razão de sua geometria, resultado térmico bom ou ruim), custo/interferência no resultado orçamentário, qualidade estética e segurança. A partir dos materiais de envoltória presentes no tipo “A” de habitação e de materiais existentes no mercado passíveis de serem aplicados aos modelos de habitação tipos “B” e “C”, foi elaborado um quadro analítico no qual são expostas as principais vantagens e desvantagens de cada material, como maneira de justificar a adoção de cada um. 86 Quadro 2 – Análise dos materiais aplicáveis à envoltória dos modelos de edificação. PAREDE PRINCIPAIS VANTAGENS ALVENARIA ESTRUTURAL (Não utilizada) - Minimização de resíduos na obra; - Resistência estrutural; TECLEV (Não utilizada) - Minimização de resíduos na obra; - Resistência estrutural; - Transmitância térmica baixa; ALVENARIA PRÉ-MOLDADA ARMADA (Utilizada na casa tipo “C”) - Minimização de resíduos na obra; - Grande economia de tempo com a montagem; - Possibilita a execução de paredes com empenas inclinadas; - Pré-fabricação; - Instalações elétricas embutidas; ALVENARIA CONVENCIONAL (Presente do tipo “A” e utilizada na casa tipo “B”) - Possibilita a execução de paredes com empenas inclinadas; PAINEL WALL (Utilizada na casa Tipo “C”) COBERTURA ISOTELHA (Utilizada no tipo “C”) TELHA COLONIAL (Presente no tipo “A” e aplicada ao tipo “C”) FUNDAÇÃO PLACA RADIER DE CONCRETO (Aplicada aos tipos “B” e “C”) BALDRAME DE TIJOLO DEITADO (Presente no tipo “A”) - Pré-fabricação; - Grande economia de tempo; - Minimização de resíduos na obra; - O próprio representante da placa é o responsável por sua instalação; - Pode ser aplicada diretamente sobre o piso com aparafusamento; PRINCIPAIS VANTAGENS - Utilização de pouca estrutura de madeiramento para recebimento das telhas; - Baixa transmitância térmica; - Superfície branca, gerando alto índice de refletância; - Baixo tempo para montagem; - Espaçamento entre telhas gera convecção do ar quente; - Material facilmente aceito pela população; PRINCIPAIS VANTAGENS PRINCIPAIS DESVANTAGENS - Não possibilita a execução de paredes com empenas inclinadas; - Necessita de mão-de-obra especializada; - Grande espessura; - Impossibilidade de reformar; -Alto custo; - Mão-de-obra especializada; - Não possibilita a execução de paredes com empenas inclinadas; - Transmitância térmica intermediária; - Fundação tem que ser geometricamente projetada para a ancoragem das alvenarias; - Alto índice de resíduos na obra; - Alto índice de desperdício de materiais; - Alto tempo de execução; - Aceitação cultural devido à pouca espessura; - Alto custo; PRINCIPAIS DESVANTAGENS - Alto custo; - Logística de fornecimento; - Aceitação cultural da população; - Utilização de muitos elementos estruturais de madeira para o recebimento das telhas; - Alta transmitância térmica; - Cor escura, alto índice de refletância; - Baixo tempo para montagem; PRINCIPAIS DESVANTAGENS - Rapidez na execução; - Demanda pouca de mão-de-obra; - Alto custo do concreto maciço; - Baixo custo; - Alto tempo de execução; - Alta produção de resíduos ; - Demanda muita mão-de-obra; Fonte: Elaborado pelo autor. Como estratégia de agilidade de execução da obra e de redução dos resíduos produzidos nela, foi escolhido como sistema de fundação o radier, que tem a função de 87 fundação e contra piso, proporcionando uma rápida locação da obra e preparação para recebimento da superestrutura, que é compreendida pelas vedações e paredes estruturantes da edificação. O processo executivo desta solução de embasamento estrutural compreende na locação e definição de seu perímetro, colocação da forma no solo com tábuas, colocação da tubulação de instalações elétricas e hidrossanitárias, seguido de compactação do solo e posterior concretagem. Durante esse processo, ainda são determinados os espaços ocupados pelas paredes de alvenaria pré-moldada, que serão encaixadas no segundo momento da construção. Depois de concluída a fundação, é dada sequência à concepção da superestrutura. Para as paredes foram escolhidos os painéis pré-moldados de argamassa armada e tijolo de oito furos, para as vedações externas situadas no sentido norte-sul, para as demais foi escolhido o material Painel Wall, da Eternit, por motivos já mencionados no capítulo seis que, entre outros, estão a rapidez de execução e o formato das paredes, por questões formais. É importante destacar que as alvenarias pré-fabricadas já contemplam todo o encaminhamento das instalações hidrossanitárias e elétricas, incluindo conduítes e caixas de interruptores e tomadas, assim como o quadro elétrico de disjuntores, de onde o usuário poderá controlar os circuitos elétricos. O processo executivo acontece com o auxílio de guindastes, onde são montadas as alvenarias pré-moldadas, que se encaixam na fundação de concreto. O restante da vedação da edificação, em Painel Wall, é aparafusado diretamente na fundação e em perfis metálicos verticais auxiliares já inclusos pelo fabricante Eternit, conforme ilustrado pela figura a seguir. A propriedade transmitância térmica do Painel Wall é 2,54 W/(m2.K), enquanto que a dos painéis de alvenaria pré-moldadas em tijolo de oito furos é 2,48 W/(m2.K), se aproximando bastante, gerando uniformidade de coeficientes térmicos da envoltória da edificação. Figura 58 – Detalhes de fixação do Painel Wall na laje radier e face a face. Fonte: Catálogo técnico da Eternit, 2011. Disponível em: <www.eternit.com.br> 88 O momento posterior da obra é a instalação das esquadrias e estrutura de madeira de suporte da coberta, onde também é feita toda a instalação elétrica (fiação) e hidráulica (tubulação, registros de gaveta, reservatório superior, sanitário, tanque e bancadas). As esquadrias escolhidas foram de geometria do tipo Tabicão (venezianas horizontais móveis de 10cm de altura), feitas em madeira do tipo Jatobá. Refletem os preceitos da norma NBR 15.220-3 e da literatura pesquisada no capítulo 2.2, que recomendam a utilização de grandes aberturas para ventilação, com a utilização de mecanismo de controle, para gerar o máximo de renovações de ar no ambiente ao mesmo tempo em que gera proteção solar e contra chuvas, quando necessário. Figura 59 – Esquadrias do tipo tabicão, com mecanismo de controle. Fonte: Acervo do autor. Para a fase seguinte, de instalação da cobertura, foi escolhida a telha do tipo sanduíche de poliuretano de 30 mm com revestimento de alumínio, do tipo Isotelha, fabricante Isoeste, material que dispensa laje e forro por ter revestimento da parte inferior em alumínio branco. Os principais critérios para a escolha dessa telha foram a baixa transmitância térmica e a alta refletância, em razão da coberta ser o elemento que mais interfere na captação de carga térmica da edificação, em razão de Macaíba estar situada em latitude próxima à linha do equador. A transmitância térmica apresentada pelo fabricante da telha é de 0,97 W/(m2.K), enquanto que a da telha colonial de barro, de acordo com a NBR 15.220-3 é de 4,60 W/(m2.K). Na sequência, foi avaliado o quesito velocidade de execução, considerando que são telhas grandes, de dimensão 1,00x7,00 metros, que podem ser instaladas em uma habitação desse porte em questão de poucas horas, barateando assim o custo da mão-de-obra. 89 Figura 60 – Telha Isotelha, fabricante Isoeste. Fonte: Catálogo técnico da Isoeste, 2011. Disponível em: <www.isoeste.com.br> A última fase é a pintura e acabamento do piso, em cimento queimado, trazendo regularidade - uma vez que é feito em cima da fundação radier - baixo custo e rapidez, além de não gerar desperdício de material, como quando se utiliza pisos, que geram trinchos em demasia. 90 Figura 61 – Vista explodida de duas habitações geminadas. Fonte: Elaborado pelo autor. Através da vista explodida, pode-se ter uma leitura completa de todos os materiais aplicados, assim como é possível entender como dar-se-á a sequência de montagem. 7.2.3 Quantificação e Orçamento da Unidade Habitacional Baseado no modelo virtual construído na plataforma BIM (Building Information Modeling), foram quantificados todos os materiais aplicados na unidade habitacional modelo, para posterior extração do orçamento. Considerando o teto orçamentário por habitação imposto pelo programa PSH, que é de R$28.000,00, ficou definido que o custo da unidade habitacional proposta não poderia ultrapassar esse limite. Com a finalidade de buscar igualdade de condições de quantificação e orçamento, utilizou-se como base a planilha orçamentária praticada pela Secretaria de Infraestrutura, porém com os preços atualizados à realidade dos dias de hoje e aos novos materiais incorporados. 91 Para a infraestrutura urbana do conjunto habitacional, foram considerados apenas os valores corrigidos dos itens que foram especificados pela planilha base da Secretaria de Infraestrutura, referentes somente à ligação de água e energia. Essa decisão foi tomada para que o valor referente às obras de urbanização seja uma contrapartida da Prefeitura, sem que os valores interfiram no limite orçamentário tão baixo imposto pelo PSH. A tabela a seguir mostra, em números absolutos e em percentuais, o orçamento total por unidade habitacional que foi cotado para o projeto proposto para o Conjunto Habitacional São José. Tabela 5 - Orçamento unitário do modelo de habitação proposta do tipo “C”. ITEM 1.0 1.1 HABITAÇÃO TIPO “C" ÁREA CONSTRUÍDA (m²): ESTIMATIVA DE CUSTOS DA OBRA 44,78 DESCRIÇÃO SERVIÇOS PRELIMINARES DESMATAMENTO MANUAL DO TERRENO PREÇO DO ITEM (R$) QUANT. m2 116,25 0,53 61,61 m2 8,00 56,00 448,00 1,64% 0,21% 1.2 CANTEIRO DE OBRAS 2.0 INFRAESTRUTURA 2.1 LIMPEZA DO TERRENO ATERRO COM EMPRÉSTIMO APILOADO m3 116,25 0,50 58,13 m3 10,00 33,60 336,00 LOCAÇÃO DA OBRA LAJE DE CONCRETO DO TIPO RADIER m3 48,09 2,66 127,92 m3 5,56 1.300,00 7.228,00 2.2 2.3 2.4 3.0 PAREDES E PAINÉIS 3.1 ALVENARIA ARMADA m2 57,76 45,00 2.599,20 3.2 PAINEL WALL unid 16,50 270,00 4.455,00 m2 3,84 295,00 1.132,80 m2 4,20 72,00 302,40 m2 12,60 295,00 3.717,00 m2 2,40 26,88 64,51 m 38,56 6,00 231,36 4.0 4.1 4.2 4.3 ESQUADRIAS E COBOGÓS PORTAS EXTERNAS TIPO TABICÃO PORTAS INTERNAS MADEIRA LAMINADA JANELAS DO TIPO TABICÃO 4.4 COBOGÓ 5.0 COBERTA ESTRUTURA DE MADEIRA COM LINHAS 3X6" PARA SUSTENTAÇÃO DAS TELHAS TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO 5.1 5.2 PREÇO PARCIAL (R$) PORC. DO ITEM (%) PREÇO UNITÁRIO (R$) UNIDADE 509,61 7.750,05 0,23% 1,23% 61,40 56,00 3.438,40 1,87% 28,44% 0,47% 26,52% 7.054,20 9,54% 16,35% 25,88% 4,16% 5.216,71 1,11% 19,14% 13,64% 0,24% 3.669,76 13,47% 0,85% m2 PORC. PARCIAL (%) 12,62% 92 6.0 PINTURA 6.1 CAIAÇÃO DAS PAREDES DE ALVENARIA ARMADA 7.0 INSTALAÇÕES 7.1 348,69 m2 162,18 2,15 348,69 ELÉTRICA-Pontos de luz ELÉTRICA-Pontos de tomada ELÉTRICA-Caixa de ligação ortavada 4x4 unid 7,00 17,95 125,65 unid 6,00 17,95 107,70 unid 7,00 5,28 36,96 7.4 ELÉTRICA-Entrada de energia monofásica unid 1,00 61,11 61,11 7.5 ELÉTRICA-Caixa para disjuntor monofásico ELÉTRICA-Disjuntor monofásico 20A ELÉTRICA-Entrada de energia unid 1,00 7,91 7,91 unid 1,00 14,00 14,00 unid 1,00 26,00 26,00 7.8 HIDRÁULICA-Entrada unid 1,00 30,00 30,00 0,11% 7.9 HIDRÁULICA-Pontos unid 5,00 20,25 101,25 0,37% 7.10 HIDRÁULICA-Registros HIDRÁULICAReservatório unid 2,00 13,20 26,40 unid 1,00 153,60 153,60 HIDRÁULICA-Chuveiro SANITÁRIA-Pontos de esgoto unid 1,00 14,00 14,00 unid 5,00 14,05 70,25 7.14 SANITÁRIA-Caixa unid 3,00 22,20 66,60 0,24% 7.15 SANITÁRIA-Fossa SANITÁRIA-Sumidouro d=1,00m APARELHOS-Vaso sanitário unid 1,00 222,74 222,74 0,82% unid 1,00 189,00 189,00 unid 1,00 123,30 123,30 7.18 APARELHOS-Lavatório unid 1,00 50,89 50,89 0,19% 7.19 APARELHOS-Tanque APARELHOS-Pia de cozinha APARELHOS-Caixa de descarga unid 1,00 46,41 46,41 0,17% unid 1,00 58,66 58,66 unid 1,00 41,72 41,72 7.2 7.3 7.6 7.7 7.11 7.12 7.13 7.16 7.17 7.20 7.21 8.0 COMPLEMENTAÇÃO DA OBRA 8.1 MURO H=1,50m m2 29,13 38,00 1.106,94 8.3 LIMPEZA FINAL unid 39,46 0,60 23,68 VALOR TOTAL ESTIMADO (R$) 27.253,79 1,28% 1,28% 0,46% 0,40% 0,14% 0,22% 0,03% 0,05% 0,10% 1.574,15 0,10% 5,78% 0,56% 0,05% 0,26% 0,69% 0,45% 0,22% 0,15% 1.130,62 4,06% 4,15% 0,09% 100,00% Fonte: Elaborado a partir de base da Secretaria de Infraestrutura de Macaíba, 2012. Os insumos que tiveram mais peso na formação do preço final do orçamento foram: fundação do tipo radier, painéis de Painel Wall, e telha do tipo sanduíche de poliuretano. Estes materiais apresentaram valores unitários relativamente altos em comparação a um orçamento de casas populares regularmente construídas pela prefeitura. Outro item que provocou o aumento do valor final do orçamento foi a quantidade e o tipo das esquadrias utilizadas. As esquadrias do tipo tabicão possuem valor por metro quadrado três vezes mais caro que esquadrias convencionais de veneziana fixa, e no caso do projeto proposto, a área 93 total de esquadrias é mais que o dobro daquela utilizada no modelo de habitação da prefeitura. No entanto, estas especificações contribuem para uma maior qualidade e conforto do ambiente construído. 94 8 SIMULAÇÕES A hipótese levantada no início do trabalho foi que, através da mudança de parâmetros de projeto e de escolha de materiais, seria possível obter melhores resultados de desempenho térmico, sem extrapolar os limites orçamentários dos programas habitacionais implementados no munícipio de Macaíba. A partir dela e considerando todas as variáveis contempladas por esta pesquisa, foi elaborada uma classificação em três tipos de habitação. Os modelos a serem simulados estão listados a seguir, com sua respectiva caracterização: Tipo “A”: Projeto de edificação executada pela prefeitura em seu último programa de conjunto habitacional de 60 casas, que possui uma área construída de 46,67 m², de distribuição predominantemente compacta, com a aplicação de materiais e sistemas construtivos tradicionalmente aplicados na região. Seu custo atual é estimado em R$ 20.912,52, considerando o valor de R$14.835,39 devidamente corrigido aos dias atuais. Tipo “B”: Projeto de edificação proposta para este TCC, que está contemplada em conjunto habitacional de 50 casas, com área construída de 44,78 m², de distribuição predominantemente alongada, em formato de “L”, com a aplicação de materiais e sistemas construtivos tradicionalmente aplicados na região. Há uma particularidade em relação à cobertura, considerando que as perspectivas ilustram inclinação de 10%. É necessário pequeno ajuste de geometria das empenas para que se adaptem à uma inclinação de 25%, necessária para a correta montagem de cobertura de colonial de barro. O valor total de construção orçado ficou em R$ 23.424,99. Tipo “C”: Projeto de edificação proposta para este TCC, que está contemplada em conjunto habitacional de 50 casas, com área construída de 44,78 m², de distribuição predominantemente alongada, em formato de “L”, com a aplicação de materiais e sistemas construtivos não tradicionais aplicados na região. Seu orçamento foi apresentado através da Tabela 5, estando em R$27.253,79. 95 Este capítulo apresenta as simulações térmicas e de ventilação natural, nas quais serão expostos dados de simulação da habitação dos Tipos “A”, “B” e “C”, considerando desde já que há muitas semelhanças entre os Tipos “B” e “C”. As análises de todos os tipos de edificação bem como as diferenças contidas entre os dois últimos tipos serão apresentadas no capítulo relativo ao Estudo Comparativo. Antes de serem apresentados os resultados e análises das simulações, é preciso esclarecer como normalmente é mensurado o desempenho térmico de edificações. Em localidades de clima frio ou temperado, como nos casos da Europa e América do Norte, o método de análise de consumo de energia para a avaliação de desempenho térmico é o mais frequente na literatura, pois as edificações, inclusive as habitações, são climatizadas artificialmente. No Brasil, o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R), desenvolvido pelo programa da Eletrobrás/Procel Edifica, estabelece critérios de medição do desempenho térmico de edificações residenciais, baseados em resultados que medem escalas de consumo de energia, traduzidas em etiquetas que vão das letras “A” a “E”, sendo a primeira mais eficiente e a última menos eficiente. Isso vale também para as edificações que não utilizam qualquer tipo de estratégia de resfriamento ativo. No caso da avaliação de desempenho térmico em climas quentes e úmidos, especificamente em habitações de interesse social, onde não se utilizam estratégias de resfriamento ativo, torna-se necessária, de acordo com Negreiros (2010), a aplicação de outro critério porque não há consumo de energia diretamente relacionado ao desempenho térmico da edificação. Portanto, como forma de mensurar o desempenho térmico de cada UH presente nesta pesquisa, foi aplicado o modelo de avaliação desenvolvido pela dissertação de Negreiros (2010), que faz análise de métodos de predição de desempenho térmico de habitação em clima quente e úmido, com condicionamento passivo. O método consiste em extrair resultados obtidos em simulação ou medição, hora a hora, durante todo o ano, da temperatura radiante média e da temperatura do ar, para um determinado ambiente da edificação. Estas temperaturas alimentam uma planilha (Figura 62) elaborada por Negreiros (2010), que resulta em um gráfico (Figura 63) no qual pode visualizar, ao longo do dia durante todo o ano, a distribuição das faixas de temperatura, onde 96 são apresentadas as seguintes sensações: desconforto ao frio, conforto, conforto com ventilação e desconforto ao calor. Figura 62 – Detalhes da planilha de predição de desempenho térmico. Fonte: Negreiros, 2010. Figura 63 – Exemplo de gráfico para análise de avaliação de desempenho térmico. Fonte: Negreiros, 2010. As faixas de temperatura que refletem as sensações apresentadas no gráfico acima são rebatimento da dissertação de Oliveira (2006) e de pesquisa realizada por Pedrini (2007) para 97 cidades do nordeste do Brasil, onde foram adotadas quatro zonas, identificadas na Tabela 6 a seguir. Tabela 6 – Modelo proposto de avaliação do desempenho térmico. INTERVALOS DE CONDIÇÕES REFERÊNCIAS TEMPERATURA Desconforto ao frio T < 19ºC Givoni (1992) Conforto térmico sem ventilação Conforto térmico com ventilação de até 1 m/s Desconforto ao calor 19ºC < T < 29ºC 29ºC < T < 33ºC T > 33ºC Givoni (1992) Humphreys (NICOL, 2004) e Szokolay e Docherty (1999) Humphreys (NICOL, 2004) e Szokolay e Docherty (1999) Fonte: Negreiros, 2010. As simulações computacionais foram realizadas no software Design Builder 2.2 e seus dados foram transferidos para a planilha-base que dá origem aos gráficos nos quais são apresentados os resultados. Como complementação dos resultados de desempenho térmico, foi necessário realizar simulações de CFD para verificação de como será a movimentação de ar interna de cada ambiente submetido à simulação térmica, uma vez que uma das zonas propostas na metodologia de Negreiros (2010) é que, entre as temperaturas de 29ºC e 33ºC deve haver velocidade de vento de até 1m/s. Os resultados são apresentados por meio de imagens onde são apresentadas a distribuição do fluxo de ar e os campos de pressão, ambos à altura das janelas das edificações. A escala de ventilação é medida por meio da coloração, no qual as cores mais quentes representam valores mais altos de velocidade e pressão absoluta, enquanto que as mais frias apontam para menores valores velocidades e pressão absoluta. Associado à apresentação das imagens de CFD, é apresentado um gráfico de estimativa da taxa de ventilação e velocidade interna do ar, desenvolvido pelo Laboratório de Conforto e Eficiência Energética da UFRN, que é gerado através de uma planilha onde são alimentados dados relativos aos tamanhos das aberturas de entrada e saída do ar, direção da incidência de ventos, tamanhos do ambiente e da diferença do coeficiente de pressão obtida através da simulação de CFD. 8.1 MODELO DE HABITAÇÃO CONVENCIONAL - TIPO “A” 8.1.1 Desempenho térmico Para realizar a simulação térmica, foi necessário construir o modelo virtual através do software Design Builder 2.2, inserindo a geometria da edificação, conforme o projeto. Além 98 da edificação propriamente dita, são consideradas as casas de seu entorno imediato, para que possa haver a verificação da interferência de vento e de sombreamento da vizinhança. Após a conclusão da modelagem, foram alimentadas no modelo informações relativas aos materiais construtivos aplicados no projeto, como transmitância térmica e absortância, além das rotinas de utilização da edificação. As rotinas utilizadas no processo modelagem foram as seguintes: Aberturas de janelas: 100% das horas, apesar de as janelas não possuírem mecanismo de controle da entrada do ar. Somente assim é possível ter uma equiparação na avaliação do potencial de ventilação, já que nos tipos “B” e “C” foram aplicadas janelas com grandes venezianas móveis, do tipo Tabicão; Aberturas de portas: Para aquelas situadas no interior da edificação, foi considerado na rotina que estaria aberta 100% das horas, estando as portas externas fechadas durante o período da madrugada. Densidade de potência: 15 W/m2, referente a todos os equipamentos da edificação, que somam 675 W, divididos pela área construída da edificação. Após a rodagem e conclusão da simulação, foram extraídas as temperaturas radiantes médias e as temperaturas do ar de cada ambiente, que alimentaram a planilha de predição de desempenho térmico, a partir da qual foram extraídos os resultados, que são apresentados a seguir através de um quadro. 99 Quadro 3 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH convencional. AMBIENTE DESEMPENHO TÉRMICO SALA/COZINHA Frio: 0,00% Conforto com ventilação: 26,13% Conforto: 69,82% Calor: 4,05% Frio: 0,00% Conforto com ventilação: 26,67% Conforto: 68,55% Calor: 5,78% Frio: 0,00% Conforto: 68,08% DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 Conforto com ventilação: 26,67% Calor: 4,25% Fonte: Elaborado pelo autor. Percebe-se, através da análise dos gráficos expostos no quadro anterior, que as horas de calor apresentadas se iniciam a partir das 10hs da manhã e se estendem até o final da tarde, deixando a edificação em zona de desconforto ao calor durante uma quantidade razoável de horas. Ainda durante a tarde, é possível perceber que em torno de 25% dos dias do ano, às 13hs, os ambientes da UH estão em zona de desconforto, sendo necessária a utilização de 100 sistema de condicionamento ativo. Esse período corresponde a praticamente toda a estação de verão. Outra constatação é que a habitação da prefeitura precisa ser ventilada durante praticamente todo o dia e a noite, pois as horas de pleno conforto somente ocorrem em intervalo de horas que vai das 23h às 7hs da manhã. Particularmente em relação ao desempenho individual de cada ambiente, nota-se que os desempenhos térmicos dos dormitórios foram piores do que o da sala, talvez em razão de o último ambiente possuir algumas aberturas a mais, permitindo maiores trocas de ar com o exterior. 8.1.2 Ventilação natural A partir da implantação projetada pela Secretaria de Infraestrutura de Macaíba, foi modelado o conjunto habitacional de 60 casas da prefeitura, com as simplificações de geometria necessárias, para possibilitar a rodagem da simulação CFD. A simulação de ventilação natural é realizada pelo mesmo software responsável pela simulação térmica, porém utiliza dois modelos diferentes. Como as máquinas dos dias atuais não possibilitam a rodagem de uma simulação de CFD em que estejam presentes as dezenas de casas dos conjuntos habitacionais deste estudo, construídas internamente parede a parede, a simulação foi dividida em duas partes: uma referente ao conjunto como um todo, onde cada casa é um componente sólido completamente fechado e simplificado, sendo que, após a rodagem, são verificados os campos de pressão absoluta em cada face do modelo; e outra de uma casa isolada, em que é possível a modelagem das paredes para verificação do escoamento do ar interno. Conforme afirma Bittencourt (2005), a diferença de pressão é a força motriz para a ventilação. Com essa constatação, é possível predizer que onde ocorrer essa diferença haverá movimento de ar no interior daquele ambiente. A partir disso, encontradas as diferenças de pressão a partir dos resultados extraídos pelo Design Builder 2.2, é possível entender como funcionará o movimento de ar no projeto. Para cada simulação de CFD realizada são alimentadas as seguintes informações: tipo de grid, espaçamento do grid, tolerância admitida no espaçamento do grid, velocidade dos ventos, direção dos ventos, característica do entorno e dimensões do domínio da simulação, conforme mostra a seguir. 101 Figura 64 – Quadro de edição das informações de simulação CFD. Fonte: Design Builder, 2012. Como as condições de ventilação de nossa região apontam para basicamente três direções de vento (90º, 135 e 180º), foram feitas três simulações diferentes, considerando os ângulos mencionados. Os dados de campo de pressão obtidos com a simulação do conjunto habitacional foram cadastrados em planilha que gerou um gráfico de taxa de ventilação e velocidade interna do ar para cada ambiente, em que são apresentadas taxas de renovação do ar para cada hora do dia, durante todo o ano. Os resultados para cada direção de vento são apresentados no quadro a seguir, no qual o gráfico de taxa de ventilação apresentado refere-se ao ambiente sala/cozinha, de maior área e onde haverá, supostamente, maior permanência dos usuários da edificação. Não serão expostos os dados relativos aos quartos, mesmo sendo ambientes de considerável permanência, já que os resultados foram muito próximos. 102 Quadro 4 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 90º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Distribuição do fluxo do ar na altura de Campos de pressão na altura de 1,00 metro Direção 1,00 metro Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha do vento 90º Fonte: Elaborado pelo autor. 103 Quadro 5 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 135º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Campos de pressão na altura de 1,00 metro Distribuição do fluxo do ar na altura de Direção 1,00 metro do vento Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha 135º Fonte: Elaborado pelo autor. 104 Quadro 6 - Resultados da simulação da UH convencional com direção do vento a 180º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Campos de pressão na altura de 1,00 metro Distribuição do fluxo do ar na altura de Direção 1,00 metro do vento Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha 180º Fonte: Elaborado pelo autor. É perceptível uma gradação positiva dos resultados à medida em que eles são apresentados. Como a ventilação mais ocorrente e de maior velocidade ocorre na faixa dos 135º de incidência, o resultado apresentado pelo Quadro 5 reflete a taxa de renovações de ar mais recorrente durante o ano que estará ocorrendo no ambiente considerado. De forma clara, avaliando e comparando as simulações de CFD, constata-se que os melhores resultados de ventilação natural foram aqueles do modelo de UH proposta, 105 resultando em maior certeza no atendimento às horas de conforto com ventilação, que giram em torno dos 20% da quantidade de horas. Para o modelo de habitação convencional, executado pela prefeitura, o percentual médio de horas de conforto com ventilação é de 30%, e mesmo sendo um percentual maior que o do modelo proposto, os resultados de CFD direcionam para taxas de renovação de ar pequenas, havendo potenciais chances de condução dessa faixa para a zona de desconforto. 8.2 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “B” 8.2.1 Desempenho térmico Durante o processo de modelagem (Figura 65), ocorreram algumas simplificações geométricas que buscam abstrair algumas representações, com o objetivo de gerar um modelo mais leve e fácil de simular, sem perder, objetivamente, itens que pudessem interferir no resultado final. Figura 65 – Processo de construção do modelo para simulação térmica. Fonte: Acervo do autor. Finalizada a modelagem da edificação, foram alimentados os mesmos parâmetros de modelagem e simulação aplicados ao modelo anterior, para que houvesse uma igualdade no critério de uma comparação futura. A partir das informações alimentadas no modelo Tipo “B”, surgiram os resultados apresentados no quadro a seguir. 106 Quadro 7 - Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH Tipo “B”. AMBIENTE DESEMPENHO TÉRMICO SALA/COZINHA Frio: 2,18% Conforto com ventilação: 23,78% Conforto: 71,21% Calor: 2,83% Frio: 3,05% Conforto com ventilação: 22,59% Conforto: 71,57% Calor: 2,79% Frio: 2,48% Conforto: 70,67% DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 Conforto com ventilação: 24,43% Calor: 2,42% Fonte: Elaborado pelo autor. Percebe-se que do modelo anterior para o atual existe uma diminuição drástica nos horários em que se tem conforto com o auxílio de ventilação. A geometria do projeto 107 proposto, principalmente em razão de suas grandes aberturas, sombreamento e orientação, respondem por esse ganho qualitativo. 8.2.2 Ventilação natural As mesmas condições de ventilação natural simuladas no Tipo “A” de habitação foi aplicada ao Tipo “B”, quais sejam, as três direções de vento (90º, 135 e 180º), que são expostas a seguir: Quadro 8 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 90º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Distribuição do fluxo do ar na altura de Campos de pressão na altura de 1,00 metro em 1,00 metro todo o conjunto habitacional Direção Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha do vento 90º Fonte: Elaborado pelo autor. Durante a maior parte das horas, o gráfico aponta para taxas de renovação de ar de 01 até 60 Ac/h. Isso ocorre porque a ventilação está orientada paralelamente ao sentido das 108 aberturas. Se fossem criadas aberturas no sentido leste/oeste da edificação, devidamente protegidas contra a insolação, as taxas seriam mais elevadas. Porém, como o valor do orçamento atual aponta que a habitação está muito próxima ao limite estabelecido pelo programa habitacional PSH, optou-se pela não incorporação da abertura, uma vez que essa atitude deixaria o valor total cerca de R$100,00 acima do teto orçamentário. Através dos estudos das condicionantes do entorno, conforme mostra a Figura 37, apresentada do capítulo 5.2, o intervalo de 135º representa a maior tendência de direção de vento durante o ano na região de Natal. Considerando esta característica, são apresentados no quadro a seguir os resultados da simulação para essa direção de vento. Quadro 9 – Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 135º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Distribuição do fluxo do ar na altura Campos de pressão na altura de 1,00 metro Direção de 1,00 metro Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha do vento 135º Fonte: Elaborado pelo autor. 109 A quadra 01 do conjunto habitacional, situada mais acima e à esquerda do conjunto, é a mais prejudicada do conjunto, apresentando menores diferenças de pressão entre entrada e saída de ventos. Os resultados apresentados mostram altas taxas de renovação de ar, que se mantém entre 60 e 120 trocas de ar por hora na maior parte das horas do ano. Com resultado muito próximo, a partir de ângulo de incidência de vento de 180º em relação ao norte, estão os dados apresentados no Quadro 10. Quadro 10 - Resultados da simulação da UH proposta com direção do vento a 180º. Resultado de CFD para a implantação Resultado de CFD para a UH Campos de pressão na altura de 1,00 metro Direção Distribuição do fluxo do ar na altura de do vento 1,00 metro 180º Distribuição horária das trocas de ar do ambiente Sala/Cozinha Fonte: Elaborado pelo autor. 110 O comportamento padrão frente à ventilação natural do partido urbanístico adotado, para as três direções de vento consideradas, deixa mais desprivilegiadas as casas situadas na porção leste da quadra 01. Apesar disso, observando-se as simulações de fluxo de ar na parte interna das habitações há de se considerar que, em razão da alta permeabilidade das esquadrias ao vento, o resultado real pode ser melhor do que foi apresentado, considerando a retomada de velocidade e penetração dos ventos na malha urbana projetada. 8.3 MODELO DE HABITAÇÃO PROPOSTA - TIPO “C” 8.3.1 Desempenho térmico Através da incorporação da telha do tipo sanduíche de poliuretano, a partir de uma mesma base de projeto do modelo anterior, é possível visualizar progressos nos gráficos de predição de desempenho térmico. Os resultados do desempenho térmico são expostos no quadro a seguir. Quadro 11 – Resultados da simulação térmica dos ambientes da UH proposta. AMBIENTE DESEMPENHO TÉRMICO SALA/COZINHA Frio: 1,46% Conforto com ventilação: 20,07% Conforto: 78,34% Calor: 0,13% Frio: 2,63% Conforto com ventilação: 19,99% Conforto: 77,15% Calor: 0,24% DORMITÓRIO 01 111 DORMITÓRIO 02 Frio: 2,13% Conforto: 76,62% Conforto com ventilação: 20,73% Calor: 0,51% Fonte: Elaborado pelo autor. Como os resultados foram bastante parecidos para a casa geminada do lado direito, foi apresentado apenas o resultado da casa do lado esquerdo. De uma maneira geral, os resultados da simulação de desempenho térmico apontaram zona de desconforto ao calor em apenas menos de 0,5% das horas, estando o restante das horas compreendidas em zona de conforto, em média 78%, e em conforto com ventilação, em aproximadamente 20% das horas. Com relação às horas de frio, podem ser sanadas com um tipo de vestimenta mais adequado à temperatura, sem a necessidade do gasto de energia para aquecimento. 8.3.2 Ventilação natural Os resultados obtidos pelas simulações do Tipo “B” são aplicados para o do Tipo “C”, por se tratar de dois projetos com a mesma geometria. Nesse caso, a variável do sistema construtivo não interfere nos resultados. 112 9 ESTUDO COMPARATIVO Este capítulo foi destinado ao estudo comparativo entre três modelos de habitação, derivados dos estudos realizados por este trabalho, com a finalidade de fazer uma verificação de desempenho geral de cada edificação. O objetivo é comparar os três tipos de habitação, verificando individualmente quais são os pontos mais relevantes em um projeto de HIS, principalmente aqueles relativos ao conforto térmico, estabelecendo conclusões acerca de cada critério que está sendo avaliado. Os critérios utilizados para compor o estudo comparativo são: projeto, materiais da envoltória, custo, desempenho térmico e desempenho de ventilação natural. Chegou-se à determinação dessas variáveis através do que foi estudado no referencial teórico e na problemática do tema HIS no município de Macaíba, que destacaram fatores importantes como redução de custos, rapidez de execução e desempenho térmico na Zona Bioclimática 8. Foi criado um quadro comparativo com todos os critérios avaliados e o desempenho de cada um dos três tipos de habitação, expostos a seguir: 113 Quadro 12 – Avaliação comparativa dos três tipos de habitação em estudo. UNIDADE HABITACIONAL IMPLANTAÇÃO N MATERIAIS DA ENVOLTÓRIA CUSTO TOTAL DA U.H. DESEMPENHO TÉRMICO VENTILAÇÃO NATURAL Considerando ambiente sala/cozinha Considerando vento a 135º, no ambiente sala/cozinha COBERTURA: N Telha cerâmica TIPO “A” PAREDES: R$ 20.912,52 14.835,39x40,96% (R$448,09 por m²) ÁREA CONSTRUÍDA: 46,67 m² LOTE PADRÃO: 104,00 m² DENSIDADE LÍQUIDA: Alvenaria moldada in loco 76,92 famílias/ha. Frio: 0,00% Conforto com ventilação: 26,13% Conforto: 69,82% Calor: 4,05% Frio: 2,18% Conforto com ventilação: 23,78% Conforto: 71,21% Calor: 2,83% Taxa de renovação de ar dominante: 01 a 60 ACH N N COBERTURA: Telha cerâmica TIPO “B” R$ 23.424,99 PAREDES: (R$523,77 por m²) ÁREA CONSTRUÍDA: 44,78 m² LOTE PADRÃO: 116,25 m² DENSIDADE LÍQUIDA: Alvenaria moldada in loco 76,92 famílias/ha. N Taxa de renovação de ar dominante: 60 a 120 ACH COBERTURA: N Telha de Poliuretano PAREDES: R$ 27.253,79 TIPO “C” (R$608,61 por m²) ÁREA CONSTRUÍDA: 44,78 m² LOTE PADRÃO: 116,25 m² DENSIDADE LÍQUIDA: 76,92 famílias/ha. Alvenaria armada + Frio: 1,46% Conforto: 78,34% Taxa de renovação de ar dominante: 60 a 120 ACH Conforto com ventilação: 20,07% Calor: 0,13% Painel Wall Nota 01: O custo total da U.H do Tipo “A” reflete atualização de 40,96% no valor da construção da UH, a partir do valor apresentado pela Prefeitura de Macaíba, no mês de dezembro de 2008. Nota 02: Os gráficos de desempenho térmico consideram o ambiente definido pela zona térmica da sala/cozinha, onde se prevê a maior ocupação por parte dos usuários das edificações. Os resultados dos demais ambientes estão apresentados nos Apêndices. Nota 03: As imagens inseridas na coluna “Unidade Habitacional” para os Tipos “B” e “C” representam a planta de duas unidades geminadas, sendo a área construída apresentada de apenas uma unidade. 114 Coincidentemente, as densidades líquidas das implantações apresentadas no quadro foram idênticas, inclusive nas casas decimais. A implantação do tipo “A” alcançou tal índice, mesmo com um partido de casas isoladas, por não obedecer ao que o Plano Diretor determina em sua seção de recuos laterais, pois o projeto apresenta 1,00 metro ao invés de 1,50 metro de afastamento lateral, como recomenda o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 1.301. Se fossem aplicados os recuos regulares exigidos, o lote padrão seria mais largo e teria mais área de superfície, e certamente essa densidade líquida seria significativamente menor que 76,92 famílias por hectare, como foi apresentada. Observando-se o custo de cada habitação, pode se perceber que, de uma maneira geral, o modelo de projeto de habitação proposto por este trabalho (Tipo “C”) é, de fato, mais caro que o Tipo “A”, chegando a uma variação orçamentária de aproximadamente 23%. Os principais fatores que causaram a alta no preço final foram também aqueles que propiciaram, em grande parte, aumento na eficiência térmica da edificação. As esquadrias, por exemplo, foram itens que tiveram quantidade mais do que dobrada quando se comparam o Tipo “A” aos Tipos “B” e “C”. A elevação da metragem quadrada de janelas no projeto até se atingir a taxa de 40% da área de piso propiciou alto índice de renovação de ar nos ambientes e manutenção de uma velocidade do ar suficiente para o aumento da sensação de conforto térmico nos ambientes. Porém, é importante destacar que o custo suplementar que está sendo gerado pelos projetos de Tipos “B” e “C” se reflete em altos ganhos de desempenho térmico, reduzindo consideravelmente as horas de calor que o usuário da habitação terá durante o ano, reduzindo também a quantidade de horas em que se é necessário utilizar a ventilação natural ou artificial no interior da edificação, para que dessa forma possa se alcançar condições de conforto adequadas ao usuário. Comparando-se os resultados gerais apresentados no quadro comparativo para as habitações do Tipo “B” e “C”, pôde-se perceber que a utilização de materiais tradicionais impulsionou a alteração de duas outras variáveis: o custo e o desempenho térmico. O Tipo “B” ficou R$ 3.799,16 mais barato, se comparado com o Tipo “C”. Essa diferença de custo representou, de forma direta, uma grande diferença de desempenho térmico em favor da última, resultando em uma edificação melhor adaptada à Zona Bioclimática 8, ligada à escolha dos materiais. Isso se reflete em maior satisfação dos usuários, como também um menor consumo de energia na unidade habitacional, seja pelo uso de mecanismos de resfriamento ativos, ou pela maior utilização de luz artificial, através do acendimento de lâmpadas. 115 Uma constatação importante que pôde ser verificada durante a elaboração dos orçamentos e simulações foi a de que, criando um modelo derivado do Tipo “B”, denominado de “B-1”, substituindo-se a cobertura de telha cerâmica pela telha tipo sanduíche de poliuretano, resulta em custo global da edificação de R$ 23.568,55. Este valor representa uma economia de 13,5% no valor total se comparado com o Tipo “C”, mantendo o mesmo desempenho térmico, uma vez que a alvenaria possui a mesma transmitância térmica do Painel Wall, adotado pelo Tipo “C”. Porém, destaca-se que há uma grande perda em relação à rapidez da execução e à limpeza do canteiro de obras, uma vez que a alvenaria executada no local produz mais resíduos que o Painel Wall e a alvenaria armada pré-fabricada. No que diz respeito à ventilação natural, tem-se que os resultados dos tipos “B” e “C” são iguais, por se tratar de projeto com mesma geometria, orientação e esquadrias, não tendo a alteração dos materiais da envoltória interferência na ventilação natural. Enquanto que a casa Tipo “A” apresenta, na maioria das horas do ano, taxa que varia entre 1 e 60 trocas de ar por hora, nos Tipos de habitação “B” e “C” esse número é maior que 120 na maior parte do ano. Em face aos dados expostos e ao que foi analisado, cabe a este estudo concluir que os valores globais da casa “B” e “C”, mesmo sendo mais elevados, se justificam por estarem dentro dos limites orçamentários do programa do governo. A diferença de custo representada pelos dois últimos modelos de projeto é de fundamental importância na temática de HIS, e deve ser considerada como extremamente positiva pelo poder público, para que possa tomar decisões em razão do aumento das horas de conforto que podem ser oferecidas, reduzindo quase que completamente as horas de calor sentidas pelo usuário, onde seria necessária a utilização de Condicionadores de Ar. Além do ganho na qualidade térmica desses tipos de edificação, é notável o progresso da qualidade espacial e de aproveitamento dos espaços internos, gerando possibilidades de várias opções de ampliação. O resultado final não só apresenta uma edificação mais eficiente termicamente e espacialmente, mas também uma HIS com qualidade estética mais apurada. 116 10 CONCLUSÕES O trabalho apresentado reflete o rebatimento dos conteúdos ministrados nas disciplinas cursadas no decorrer do Curso de Mestrado Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente. Os conteúdos de teoria e metodologia, responsáveis pela organização e sistematização do trabalho; os de morfologia, e a sua importância tanto no âmbito da aplicação de diretrizes como na verificação de propriedades da sintaxe espacial, por meio de softwares específicos; os de sustentabilidade, como a principal fonte de reflexão proposta pelo curso, trazendo a aplicação de conceitos indispensáveis e de aplicação de normas específicas e regulamentos técnicos; e por fim, os conhecimentos relacionados à tecnologia BIM, que possibilita total interação com simulações de desempenho térmico das edificações e como ferramenta aceleradora de documentação projetual, de quantificações e orçamentos. A pesquisa se originou com a intenção de se investigar o peso representado pelas variáveis de projeto e de materiais construtivos nos resultados de desempenho térmico de três modelos de Habitação de Interesse Social. O questionamento de ordem era saber quais dessas duas variáveis mais iriam interferir e possibilitar os melhores resultados de desempenho térmico em uma edificação modelo, a ser utilizada pela Prefeitura de Macaíba. De acordo com a ideia inicial, a edificação Tipo “A” seria a menos eficiente, a Tipo “B”, que teria resultado intermediário e a Tipo “C” a mais eficiente. Como o tema é bastante complexo, e sua história apresenta discussões intermináveis acerca de diversos condicionantes e variáveis a serem consideradas, foi necessário estudar, em âmbito nacional, um resumido panorama da questão habitacional a partir de 1930. A problemática do tema da habitação, especificamente no Município de Macaíba, foi mais detalhada e apresentou os entraves e falhas existentes na produção de habitações que não atendem aos preceitos da norma NBR 15.220-3, que dispõe sobre o desempenho térmico de edificações de interesse social. Através do desenvolvimento deste trabalho foi possível ter uma visão panorâmica da problemática habitacional do Município de Macaíba e, utilizando como ferramenta de suporte a pesquisa que foi realizada, foi possível encontrar soluções projetuais adequadas para o problema. No contexto desses estudos partimos para a escolha de um terreno onde se pudesse aplicar o projeto de um Conjunto Habitacional, e daí surgiram os primeiros estudos projetuais. 117 A partir de diversas tentativas, registradas no capítulo 6 deste trabalho, foi possível registrar todo o caminho e fatores que influenciaram a tomada de decisões, considerando aspectos que vão desde a análise da densidade urbana possível para o futuro conjunto habitacional, passando pela escolha do tipo arquitetônico, materiais e sistemas construtivos, até chegar-se a detalhes como o tipo de janela, mecanismos de abertura e posicionamento de instalações das áreas molhadas do futuro modelo de habitação. Depois de desenvolvida a proposta projetual, foi possível realizar simulação computacional térmica e de CFD da habitação executada pela prefeitura e da habitação proposta por este trabalho, extraindo as informações necessárias para a composição dos principais elementos que dariam corpo à análise comparativa. Através da utilização da metodologia de Negreiros (2010), foi possível quantificar, através de percentual do número de horas do ano, se o usuário estaria em estado de conforto, conforto com ventilação ou sentindo calor. Os resultados de cada habitação, expostos através de um gráfico, apontaram para a confirmação do que se buscava investigar. Durante o desenvolvimento do trabalho, dentre outras dificuldades, foram três as principais. A primeira foi encontrar projetos de conjunto habitacional de casas de tipologia horizontal adequados à realidade da Zona Bioclimática 8 para um melhor embasamento a partir de soluções projetuais anteriores, o que talvez seja um reflexo de como a questão ainda não é priorizada pelo Estado. Essa falta de aprofundamento na questão se reflete economicamente nas quantias que são destinadas unitariamente a cada habitação, sem mencionar o não atendimento ao que a norma brasileira preconiza em termos de desempenho térmico. A dificuldade seguinte se deu durante a fase das simulações computacionais. Durante a simulação térmica do modelo Tipo “B”, primeiro a ser modelado no computador, problemas de configuração do arquivo climático de Natal (mais próximo possível à área de estudo) demandaram tempo para serem resolvidos, como também foi identificado que durante a rodagem da simulação térmica, ambientes que possuíam entrada de ventilação através de outro ambiente, apresentavam taxa de renovação de ar tendendo a zero. A solução foi considerar que a captação de ventilação externa estava sendo feita diretamente através do ambiente adjacente, de modo a sanar o problema. Conciliar bom aproveitamento no número de unidades habitacionais a bons resultados térmicos foi a terceira dificuldade encontrada no decorrer do trabalho. Atingir aos níveis de densidade satisfatórios em um terreno que, apesar de ser de propriedade da prefeitura, está rodeado por terrenos de relativa especulação imobiliária. Por essa razão, o conjunto 118 habitacional proposto deveria atingir o número máximo de habitações, considerando as recomendações de orientação e afastamento entre as edificações. Ainda relativo a essa questão, não se pôde proporcionar desempenho igualitário de ventilação natural às unidades habitacionais do conjunto, conforme análise dos resultados de ventilação natural externa. Este trabalho buscou um enfoque que resgatasse questões ligadas à inserção urbana, espacialidade, estética, sistemas construtivos e orçamento relativos a projetos de HIS unifamiliares aplicadas a um caso específico, enfatizadas em discussão de resultados de conforto térmico adaptado adaptados ao clima do local. A natureza comparativa do estudo foi de grande importância no desenvolvimento do trabalho, uma vez que permitiu a verificação, em um quadro resumido, de como está a situação atual das habitações modelo e como esta pode ser alterada, por meio de novos projetos, novos materiais e um aumento orçamentário dentro dos limites previstos pelos programas habitacionais, para uma alternativa mais eficiente do ponto de vista de vários aspectos, estando entre os principais o melhor rendimento de conforto térmico, a melhor qualidade espacial e um resultado estético mais refinado. Ao final da avaliação do trabalho, chegamos à conclusão de que para se chegar a melhores resultados quantitativos e qualitativos em HIS é necessário que o arquiteto tenha a liberdade de associar soluções de projeto aos materiais mais recomendados para cada situação, a fim de se possibilitar uma busca por resultados de desempenho térmico mais adequados à condição climática do local, naturalmente sem deixar de considerar aspectos orçamentários e de infraestrutura urbana das cidades que estão recebendo conjuntos habitacionais de interesse social. É de nosso anseio que esta investigação e projeto possibilitem novas linhas de estudo relativas ao tema, que mesmo tão discutido em nosso país ainda não é encarado com a atenção necessária. Esperamos também que a nossa proposta de projeto possa abrir novas possibilidades de trabalho em HIS, concretizando-se em projetos mais adequados às realidades do clima em que estão sendo implantados na região. 119 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220-1 - Desempenho térmico de edificações. Parte 1: Definições, símbolos e unidades. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 15220-2 - Desempenho térmico de edificações. Parte 2: Método de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 15220-3 - Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro, 2005. AZEVEDO, Sérgio de e ANDRADE, Luis Aureliano Gama. Habitação e Poder. Da Fundação da Casa Popular ao Banco Nacional da Habitação. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1982. 135 p. BITTENCOURT, Leonardo Salazar; CÂNDIDO, C. Introdução à ventilação natural. Maceió: EDUFAL, 2005. ______. Ventilação Natural em Edificações. Rio de Janeiro: ELETROBRAS PROCEL, 2010. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. Estação Liberdade /FAPESP, São Paulo: [s. n.], 1998. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Cartilha do programa “Minha casa, minha vida”. Disponível em: <http://www1.caixa.gov.br/download/index.asp>. Acesso em: 05 out. 2011. CARVALHO, M. T. M. Metodologia para Avaliação de Sustentabilidade de Habitações de Interesse Social com Foco no Projeto. 2009. 241 p. Tese (Doutorado em Estruturas e Construção Civil) – Universidade de Brasília / Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental. Brasília: EnC/FT/UnB, 2009. CUNHA, Leonardo. Anteprojeto de uma Habitação de Interesse Social segundo as recomendações de Conforto Térmico. Trabalho Final de Graduação. Natal: 2005. DESIGNBUILDER SOFTWARE LTD. DesignBuilder. 2000-2005. 120 EDUARDO CUCOLO. Governo investirá R$ 34 bilhões para construir 1 milhão de casas. Folha.com. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u540229.shtml>. Acesso em: 13 dez., 2010. FONTENELLE, Tâmara Batista. Anteprojeto de uma habitação segundo os parâmetros do Programa de Arrendamento Residencial – PAR. Trabalho Final de Graduação. Natal, 2007. GIVONI, B. Climate considerations in buildings and urban design. New York: John Wiley e Sons, 1998. GOHN, Maria da Glória. Movimentos Sociais e Luta pela Moradia. São Paulo: Ed. Loyola, 1991. 190 p. GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Macaíba receberá 200 novas casas populares até dezembro. Agência RN. Disponível em: <http://www.rn.gov.br/imprensa/noticias/macaiba-recebera-200-novas-casas-populares-atedezembro/5655/>. Acesso em: 10 dez., 2010. HOLANDA, A. D. Roteiro para construir no Nordeste. Recife: UFPE. 1976. 48 p. MACAÍBA. Código de Obras do Munícipio de Macaíba - Lei Nº 149, de 03 de outubro de 1983, alterada pela Lei nº 1.401 de 14 de outubro de 2008: Diário Oficial, 2008. ________. Lei de Parcelamento do Solo - Lei Complementar Nº 1.222, de 07 de julho de 2005: Diário Oficial 2005. ________. Plano Diretor Participativo do Município de Macaíba - Lei Complementar Nº 01, de 19 de dezembro de 2008: Diário Oficial, 2008. NEGREIROS, Bianca de Abreu. Análise de métodos de predição de desempenho térmico de habitação em clima quente-úmido, com condicionamento passivo. (2010). Mestrado Programa de Pósgraduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010. OLIVEIRA, A. G. D. Proposta de método para avaliação do desempenho térmico de residências unifamiliares em clima quente-úmido. (2006). Mestrado - Programa de Pós- 121 graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006. PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÍBA. Prefeitura e parceiros constroem casas populares. Disponível em: <http://www.prefeiturademacaiba.com.br/noticias.php?id=160>. Acesso em: 11 dez., 2010. RORIZ, Maurício. ZBBR. Versão 1.1. Universidade Federal de São Carlos, Programa de PósGraduação em construção Civil. 2004. SILVA, Elvan. Uma Introdução ao projeto arquitetônico. 2. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2000. TRINDADE, Cileno Cirne. Simulação computacional como ferramenta de auxílio ao projeto: aplicação em edifícios naturalmente ventilados no clima de Natal/RN. 2006. 136 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Natal: CT/PPGAU, 2006. VARGAS, Júlio Celso. Densidade, paisagem urbana e vida da cidade: jogando um pouco de luz sobre o debate porto-alegrense. Arquitextos, n. 039.07, ano 04, Ago 2003. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.039/663>. Acesso em: 10 jan. 2012. 122 GLOSSÁRIO Abertura: Todas as áreas da envoltória do edifício, com fechamento translúcido ou transparente (que permite a entrada da luz), incluindo janelas, painéis plásticos, clarabóias, portas de vidro (com mais da metade da área de vidro) e paredes de blocos de vidro. Exclui vãos sem fechamentos e elementos vazados como cobogós. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Absortância à radiação solar (a): Quociente da taxa de radiação solar absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar incidente sobre esta mesma superfície. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Ambiente: Espaço interno de um edifício, fechado por superfícies sólidas tais como paredes ou divisórias, teto, piso e dispositivos operáveis tais como janelas e portas. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Área de projeção da cobertura (m²): Área da projeção horizontal da cobertura, incluindo terraços cobertos ou descobertos. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Área de projeção do edifício (m²): Área da projeção horizontal do edifício (quando os edifícios são de formato uniforme) ou área de projeção média dos pavimentos, excluindo subsolos (no caso de edifícios com formato irregular). (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Área total de piso (m²): Soma das áreas de piso fechadas de construção, medidas externamente. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Área Útil (m²): Para uso neste regulamento, a área útil é a área realmente disponível para ocupação, medida entre os paramentos internos das paredes que delimitam o ambiente, excluindo garagens. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Brise: Elemento arquitetônico de sombreamento originado da expressão francesa brise-soleil, composto geralmente por várias lâminas fixas ou móveis. Capacidade térmica (C): Quantidade de calor necessária para variar em uma unidade a temperatura de um sistema, [J/K]. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Capacidade térmica de componentes (CT): Quociente da capacidade térmica de um componente pela sua área, [J/m2 K]. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Carga térmica: Calor que deve ser removido ou adicionado para um ambiente para atingir conforto térmico.(COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Cobogós: Elemento perfurado ou vazado de concreto, cerâmica ou similar, para favorecer ventilação e iluminação naturais. 123 Condicionamento de ar: processo que objetiva controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a movimentação, a renovação e a qualidade do ar de um ambiente. Em certas aplicações controla também o nível de pressão interna do ambiente em relação aos ambientes vizinhos (ABNT, 2008 ). Diagrama Solar: Representação gráfica da trajetória do Sol durante todo o ano (BITTENCOURT, 2004). Envoltória: Planos externos da edificação, compostos por fachadas, empenas, cobertura, brises, marquises, aberturas, assim como quaisquer elementos que os compõem. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Equinócio: data em que os hemisférios Sul e o Norte ficam igualmente expostos geometricamente ao Sol. A data varia: dia 20 ou 21 de março, 22 ou 23 de setembro. Fachada oeste: Fachada cuja normal à superfície está voltada para a direção de 270º em sentido horário a partir do norte geográfico. Fachadas cuja orientação variar de +45º ou - 45º em relação a essa orientação serão consideradas como fachadas oeste para uso neste regulamento. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) Fachada: Superfícies externas verticais ou com inclinação superior a 60o em relação à horizontal. Inclui as superfícies opacas, translúcidas, transparentes e vazadas, como cobogós e vãos de entrada. (COMITÊ GESTOR DE INDICADORES E NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA et al., 2009) 124 APÊNDICES Apêndice A – Orçamento da casa Tipo “B” HABITAÇÃO TIPO "B" ÁREA CONSTRUÍDA (m²): ESTIMATIVA DE CUSTOS DA OBRA 44,78 QUANT. PREÇO UNITÁRIO (R$) PREÇO DO ITEM (R$) PREÇO PARCIAL (R$) m2 116,25 0,53 61,61 509,61 m2 8,00 56,00 448,00 m3 116,25 0,50 58,13 ATERRO COM EMPRÉSTIMO APILOADO m3 10,00 33,60 336,00 2.3 LOCAÇÃO DA OBRA m3 48,09 2,66 127,92 2.4 LAJE DE CONCRETO DO TIPO RADIER m3 5,56 1.300,00 7.228,00 3.0 PAREDES E PAINÉIS 3.1 ALVENARIA MOLDADA NO LOCAL m2 105,28 32,00 3.368,96 4.0 ESQUADRIAS E COBOGÓS 4.1 PORTAS EXTERNAS TIPO TABICÃO m2 3,84 295,00 1.132,80 4.2 PORTAS INTERNAS MADEIRA LAMINADA JANELAS DO TIPO TABICÃO m2 4,20 72,00 302,40 m2 12,60 295,00 3.717,00 4.4 COBOGÓ m2 2,40 26,88 64,51 5.0 COBERTA 5.1 ESTRUTURA DE MADEIRA m 61,40 31,31 1.922,43 5.2 TELHA COLONIAL DE BARRO m2 61,40 26,12 1.603,77 6.0 PINTURA 6.1 CAIAÇÃO DAS PAREDES DE ALVENARIA ARMADA m2 162,18 2,15 348,69 ITEM 1.0 1.1 1.2 2.0 2.1 2.2 4.3 7.0 7.1 7.2 DESCRIÇÃO SERVIÇOS PRELIMINARES DESMATAMENTO MANUAL DO TERRENO CANTEIRO DE OBRAS INFRAESTRUTURA LIMPEZA DO TERRENO INSTALAÇÕES ELÉTRICA-Pontos de luz ELÉTRICA-Pontos de tomada UNIDADE PORC. DO ITEM (%) 0,26% PORC. PARCIAL (%) 2,18% 1,91% 0,25% 7.750,05 1,43% 33,08% 0,55% 30,86% 3.368,96 14,38% 14,38% 4,84% 5.216,71 1,29% 22,27% 15,87% 0,28% 3.526,20 8,21% 15,05% 6,85% 348,69 1,49% 1,49% unid 7,00 17,95 125,65 unid 6,00 17,95 107,70 1.574,15 0,54% 0,46% 6,72% 125 7.3 ELÉTRICA-Caixa de ligação ortavada 4x4 unid 7,00 5,28 36,96 7.4 ELÉTRICA-Entrada de energia monofásica unid 1,00 61,11 61,11 7.5 ELÉTRICA-Caixa para disjuntor monofásico ELÉTRICA-Disjuntor monofásico 20A unid 1,00 7,91 7,91 unid 1,00 14,00 14,00 7.7 ELÉTRICA-Entrada de energia unid 1,00 26,00 26,00 7.8 HIDRÁULICA-Entrada unid 1,00 30,00 30,00 0,13% 7.9 HIDRÁULICA-Pontos HIDRÁULICARegistros unid 5,00 20,25 101,25 0,43% unid 2,00 13,20 26,40 HIDRÁULICAReservatório HIDRÁULICAChuveiro unid 1,00 153,60 153,60 unid 1,00 14,00 14,00 SANITÁRIA-Pontos de esgoto unid 5,00 14,05 70,25 7.14 SANITÁRIA-Caixa unid 3,00 22,20 66,60 0,28% 7.15 SANITÁRIA-Fossa unid 1,00 222,74 222,74 0,95% 7.16 SANITÁRIASumidouro d=1,00m APARELHOS-Vaso sanitário APARELHOSLavatório unid 1,00 189,00 189,00 unid 1,00 123,30 123,30 unid 1,00 50,89 50,89 APARELHOS-Tanque APARELHOS-Pia de cozinha unid 1,00 46,41 46,41 unid 1,00 58,66 58,66 7.21 APARELHOS-Caixa de descarga unid 1,00 41,72 41,72 8.0 COMPLEMENTAÇÃO DA OBRA 8.1 MURO H=1,50m m2 29,13 38,00 1.106,94 8.3 LIMPEZA FINAL unid 39,46 0,60 23,68 7.6 7.10 7.11 7.12 7.13 7.17 7.18 7.19 7.20 VALOR TOTAL ESTIMADO (R$) 23.424,99 0,16% 0,26% 0,03% 0,06% 0,11% 0,11% 0,66% 0,06% 0,30% 0,81% 0,53% 0,22% 0,20% 0,25% 0,18% 1.130,62 4,73% 4,83% 0,10% 100,00% 126 Apêndice B – Orçamento da casa Tipo “B-1” HABITAÇÃO TIPO "B-1" ÁREA CONSTRUÍDA (m²): ESTIMATIVA DE CUSTOS DA OBRA 44,78 QUANT. PREÇO UNITÁRIO (R$) PREÇO DO ITEM (R$) PREÇO PARCIAL (R$) m2 116,25 0,53 61,61 509,61 m2 8,00 56,00 448,00 m3 116,25 0,50 58,13 ATERRO COM EMPRÉSTIMO APILOADO m3 10,00 33,60 336,00 2.3 LOCAÇÃO DA OBRA m3 48,09 2,66 127,92 2.4 LAJE DE CONCRETO DO TIPO RADIER m3 5,56 1.300,00 7.228,00 3.0 PAREDES E PAINÉIS 3.1 ALVENARIA MOLDADA IN LOCO m2 105,28 32,00 3.368,96 4.0 ESQUADRIAS E COBOGÓS 4.1 PORTAS EXTERNAS TIPO TABICÃO m2 3,84 295,00 1.132,80 4.2 PORTAS INTERNAS MADEIRA LAMINADA JANELAS DO TIPO TABICÃO m2 4,20 72,00 302,40 m2 12,60 295,00 3.717,00 4.4 COBOGÓ m2 2,40 26,88 64,51 5.0 COBERTA 5.1 ESTRUTURA DE MADEIRA COM LINHAS 3X6" PARA SUSTENTAÇÃO DAS TELHAS m 38,56 6,00 231,36 TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO m2 ITEM 1.0 1.1 1.2 2.0 2.1 2.2 4.3 5.2 DESCRIÇÃO SERVIÇOS PRELIMINARES DESMATAMENTO MANUAL DO TERRENO CANTEIRO DE OBRAS INFRAESTRUTURA LIMPEZA DO TERRENO 6.0 PINTURA 6.1 CAIAÇÃO DAS PAREDES DE ALVENARIA ARMADA 7.0 7.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICA-Pontos de luz UNIDADE 56,00 0,26% PORC. PARCIAL (%) 2,16% 1,90% 0,25% 7.750,05 1,43% 32,88% 0,54% 30,67% 3.368,96 14,29% 14,29% 4,81% 5.216,71 1,28% 22,13% 15,77% 0,27% 3.669,76 61,40 PORC. DO ITEM (%) 0,98% 15,57% 3.438,40 14,59% m2 162,18 2,15 348,69 348,69 1,48% 1,48% unid 7,00 17,95 125,65 1.574,15 6,68% 0,53% 127 ELÉTRICA-Pontos de tomada ELÉTRICA-Caixa de ligação ortavada 4x4 unid 6,00 17,95 107,70 unid 7,00 5,28 36,96 ELÉTRICA-Entrada de energia monofásica ELÉTRICA-Caixa para disjuntor monofásico unid 1,00 61,11 61,11 unid 1,00 7,91 7,91 7.6 ELÉTRICA-Disjuntor monofásico 20A unid 1,00 14,00 14,00 7.7 ELÉTRICA-Entrada de energia unid 1,00 26,00 26,00 7.8 HIDRÁULICA-Entrada unid 1,00 30,00 30,00 0,13% 7.9 HIDRÁULICA-Pontos HIDRÁULICARegistros unid 5,00 20,25 101,25 0,43% unid 2,00 13,20 26,40 HIDRÁULICAReservatório HIDRÁULICAChuveiro unid 1,00 153,60 153,60 unid 1,00 14,00 14,00 7.13 SANITÁRIA-Pontos de esgoto unid 5,00 14,05 70,25 7.14 SANITÁRIA-Caixa unid 3,00 22,20 66,60 0,28% SANITÁRIA-Fossa SANITÁRIASumidouro d=1,00m unid 1,00 222,74 222,74 0,95% unid 1,00 189,00 189,00 APARELHOS-Vaso sanitário APARELHOSLavatório unid 1,00 123,30 123,30 unid 1,00 50,89 50,89 7.19 APARELHOS-Tanque unid 1,00 46,41 46,41 7.20 APARELHOS-Pia de cozinha unid 1,00 58,66 58,66 7.21 APARELHOS-Caixa de descarga unid 1,00 41,72 41,72 8.0 COMPLEMENTAÇÃO DA OBRA 8.1 MURO H=1,50m m2 29,13 38,00 1.106,94 8.3 LIMPEZA FINAL unid 39,46 0,60 23,68 7.2 7.3 7.4 7.5 7.10 7.11 7.12 7.15 7.16 7.17 7.18 VALOR TOTAL ESTIMADO (R$) 23.568,55 0,46% 0,16% 0,26% 0,03% 0,06% 0,11% 0,11% 0,65% 0,06% 0,30% 0,80% 0,52% 0,22% 0,20% 0,25% 0,18% 1.130,62 4,70% 4,80% 0,10% 100,00% 2 P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O P O RU MAMO R A D I AT E R MI C A ME N T EC O N F O R T Á V E L P R O P O S T AD EH A B I T A Ç A OD EI N T E R E S S ES O C I A LC O MÊ N F A S EN OC O N F O R T OT É R MI C O V O L U ME2 V E R N E RMA XL I G E RD EME L L OMO N T E I R O 2 escala 1:45.000 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE NG NQ NM LEGENDA DATUM OFICIAL - SAD 69 d c 01 06 02 07 03 08 CASAS DA "BRASIL HOUSE" 04 09 RESIDENCIAL AQUARELA (P.A.R) Data: 16/05/2011 1 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO escala 1: 2.000 Orientadora: Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Prancha: 01 /10 05 Arquivo: HIS-01-SITUACAO-R00.DWG Data: FEVEREIRO / 2012 Escala: INDICADAS 47 R U A M A R I A M E D E I R O S RAMPA TIPO "A" 2.50 VAGA 28 2.50 VAGA 29 P 2.50 VAGA 9 2.50 VAGA 31 VAGA 13 2.50 2.50 2.50 R RAMPA TIPO "A" O A E A 0 UH-04 UH-15 0 9.3 0 9.3 UH-03 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 38 VAGA 17 2.50 VAGA 39 UH-01 .20 R7 .20 0 0 9.3 UH-23 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 20 2.50 2.50 VAGA 42 VAGA 21 2.50 2.50 VAGA 43 0 2.5 .00 12 0 9.3 UH-49 0 9.3 0 9.3 0 9.3 UH-48 9.3 0 9.3 0 9 4.2 R 0 9.3 T A 40.00 .32 33 UH-46 40.00 6 .20 0 9.3 A E D 4 0 9.3 9.0 6 0 U O J A UH-47 8 5.6 UH-28 .2 R1 0 R P .30 UH-38 UH-29 0 0 9.3 UH-39 0 4.0 0 9.3 0 9.3 UH-40 9.0 .50 3.11 0 9.3 0 9.3 0 9.3 0 1 4.9 UH-41 UH-50 UH-32 0 9.3 UH-18 2 R1. Q.03 6 2.1 10 UH-21 UH-30 UH-08 0 9.3 UH-43 A U 40.00 0 9.3 0 9.3 UH-19 RAMPA TIPO "A" J UH-44 UH-31 0 9.3 UH-09 O T A A UH-42 UH-11 0 9.3 P R E D 0 9.3 0 9.3 UH-20 25 VAGA 41 R UH-34 UH-12 .50 VAGA 19 UH-24 0 9.3 3 UH-33 10 12 VAGA 40 A 9.3 A 0 0 9.3 UH-35 UH-10 VAGA 18 3.11 U O E UH-36 0 9.3 0 9.3 0 9.3 VAGA 36 VAGA 16 P R J T A D 2 UH-22 VAGA 35 VAGA 37 UH-45 0 9.3 0 9.3 0 9.3 2.50 2.50 2.50 R UH-14 0 9.3 R13 VAGA 15 0 0 9.3 R6.00 VAGA 14 0 9.3 UH-13 VAGA 32 VAGA 34 0 9.3 0 9.3 UH-25 UH-02 VAGA 33 2.50 2.50 VAGA 12 2.50 VAGA 11 2.50 VAGA 10 VIA PARTICULAR 2.50 VAGA 30 2.50 VAGA 8 UH-37 0 9.3 0 9.3 2.50 VAGA 7 U R J T A D 8 1.8 5 3.1 UH-16 9.3 CAERN 6 UH-26 UH-05 1 42.20 70.91 2.50 VAGA 6 0 40.00 6.1 UH-17 9.3 41.00 42.30 0 9.3 2 3.8 +48.20 42.30 99.9.599 2.50 VAGA 27 8 5.6 14.08 43.00 Q.02 UH-27 0 9.3 7.00 E 240695.8795 N 9353346.7512 22.01 VAGA 5 2.50 VAGA 26 PARA PLAYGROUND Q.01 7.76 44.00 0 9.3 UH-06 +48.10 0 40 25.33 UH-07 RAMPA TIPO "A" LIMITE DO TERRENO DO CONJUNTO HABITACIONAL 2.50 1.20 2.50 2.50 VAGA 25 2.50 VAGA 4 2.50 2.50 VAGA 3 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 24 22.91 44.80 .04 10 VAGA 2 41 V-02 26.75 6 9.0 +49.00 .50 12 VAGA 23 42 RAMPA TIPO "B" .50 0 9.3 .20 VAGA 1 R O C H A 24.41 R1 VAGA 22 D A +47.00 +48.20 5.00 43 11.72 18.17 LIMITE DO TERRENO DO CONJUNTO HABITACIONAL FAIXA ELEVADA PARA PEDESTRES (VER DETALHE NA PRANCHA 03) 44 163.78 R1.20 +50.00 45 RAMPA PARA PESSOA RAMPA TIPO "A" BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 41.50 BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 46 RAMPA TIPO "B" BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm E 240571.8137 N 9353453.6743 48 R1.2 0 V-01 49 .50 50 0 9.3 R1 R1.20 R1.2 0 V-03 V-04 E 240526.1154 N 9353400.6492 1.20 6.00 9.46 1.92 17.79 7.12 1.84 24.41 17.79 7.12 1.84 24.41 9.83 E 240641.5860 N 9353301.1336 21.70 152.44 R U A P R O J E T A D A (origin ria do loteamento nova maca ba) 49 48 47 46 45 44 1 BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 43 42 41 40 39 escala 1: 300 +0.10 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE LADRILHO=25cm RA MP A SO B EI = RAMPA SOBE I=8,33% LADRILHO=25cm 10 +0.10 RAMPA SOBE I=8,33% 0.00 RAMPA SOBE I=8,33% +0.10 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO A MP % BE SO % 10 I= Orientadora: Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. RA 0.00 Prancha: 2 DETALHE RAMPA TIPO "A" escala 1: 25 3 DETALHE RAMPA TIPO "B" escala 1: 25 02 /10 DETALHE DE RAMPAS Arquivo: HIS-02E03E09-IMP-R01.DWG Data: FEVEREIRO / 2012 Escala: INDICADAS 47 R U A M A R I A M E D E I R O S RAMPA TIPO "A" 2.50 VAGA 29 0 9.3 P 2.50 VAGA 9 2.50 VAGA 31 VAGA 13 R RAMPA TIPO "A" 2.50 2.50 2.50 VAGA 34 O A E 0 A UH-04 UH-15 0 9.3 0 9.3 UH-03 2.50 2.50 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 17 2.50 2.50 VAGA 39 U O A E R7 .20 0 9.3 0 9.3 UH-23 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 20 2.50 2.50 VAGA 42 VAGA 21 2.50 2.50 VAGA 43 .00 12 0 9.3 UH-49 0 9.3 0 9.3 0 9.3 UH-48 9.3 0 9.3 0 9 4.2 R 0 9.3 T A 40.00 .32 33 UH-46 40.00 6 .20 0 9.3 A E D 4 0 9.3 9.0 6 0 U O J A UH-47 8 5.6 UH-28 .2 R1 0 R P .30 UH-38 UH-29 0 0 9.3 UH-39 0 4.0 0 9.3 0 9.3 UH-40 9.0 .50 3.11 0 9.3 0 9.3 0 9.3 0 1 4.9 UH-41 UH-50 UH-32 0 9.3 UH-18 2 R1. Q.03 6 2.1 10 UH-21 UH-30 UH-08 0 9.3 UH-43 A U 40.00 0 9.3 0 9.3 UH-19 RAMPA TIPO "A" J UH-44 UH-31 0 9.3 UH-09 O T A A UH-42 UH-11 0 9.3 P R E D 0 9.3 0 9.3 UH-20 25 VAGA 41 R UH-34 UH-12 .50 VAGA 19 UH-24 0 2.5 10 12 VAGA 40 A 0 9.3 3 UH-33 UH-01 .20 0 0 9.3 UH-35 UH-10 VAGA 18 UH-36 0 9.3 0 9.3 0 9.3 VAGA 36 VAGA 38 P R J T A D 2 UH-22 VAGA 35 VAGA 16 UH-45 0 9.3 0 9.3 0 9.3 VAGA 37 3.11 R UH-14 0 9.3 R13 VAGA 15 0 0 9.3 R6.00 VAGA 14 0 9.3 UH-13 VAGA 32 VAGA 33 0 9.3 0 9.3 UH-25 UH-02 2.50 2.50 VAGA 12 2.50 VAGA 11 2.50 VAGA 10 VIA PARTICULAR 2.50 VAGA 30 2.50 VAGA 8 UH-37 0 9.3 0 9.3 2.50 VAGA 7 U R J T A D 8 1.8 5 3.1 UH-16 9.3 CAERN 6 UH-26 UH-05 1 42.20 6.1 UH-17 +48.20 40.00 70.91 2.50 VAGA 28 PARA PLAYGROUND 41.00 42.30 0 9.3 2 3.8 UH-06 42.30 99.9.599 2.50 VAGA 6 8 14.08 43.00 Q.02 UH-27 5.6 7.00 E 240695.8795 N 9353346.7512 22.01 2.50 VAGA 27 Q.01 7.76 44.00 0 9.3 0 9.3 +48.10 0 40 25.33 UH-07 RAMPA TIPO "A" LIMITE DO TERRENO DO CONJUNTO HABITACIONAL 2.50 1.20 2.50 2.50 VAGA 5 2.50 VAGA 26 2.50 VAGA 4 VAGA 25 2.50 2.50 VAGA 3 2.50 2.50 2.50 2.50 VAGA 24 22.91 44.80 .04 10 VAGA 2 41 V-02 26.75 6 9.0 +49.00 .50 12 VAGA 23 42 RAMPA TIPO "B" .50 0 9.3 .20 VAGA 1 R O C H A 24.41 R1 VAGA 22 D A +47.00 +48.20 5.00 43 11.72 18.17 LIMITE DO TERRENO DO CONJUNTO HABITACIONAL FAIXA ELEVADA PARA PEDESTRES (VER DETALHE NA PRANCHA 03) 44 163.78 R1.20 +50.00 45 RAMPA PARA PESSOA RAMPA TIPO "A" BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 41.50 BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 46 RAMPA TIPO "B" BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm E 240571.8137 N 9353453.6743 48 R1.2 0 V-01 49 .50 50 0 9.3 R1 R1.20 R1.2 0 V-03 1.20 V-04 E 240526.1154 N 9353400.6492 6.00 9.46 1.92 17.79 7.12 17.79 7.12 1.84 24.41 9.83 E 240641.5860 N 9353301.1336 21.70 152.44 R U A P R O J E T A D A (origin ria do loteamento nova maca ba) 49 48 0.00 47 46 45 PINTURA BRANCA NO PISO .05 1 44 BANCO CORRIDO AO LONGO DE ENCOSTO DE ALVENARIA H=45cm 43 42 41 40 39 escala 1: 300 .95 1.00 1.84 24.41 .50 R3 .0 0 .25 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE .50 .50 .50 .50 .50 .50 .50 .50 .50 .50 .50 .76 PINTURA BRANCA NO PISO 3.00 3.00 +0.10 2.50 JARDIM ELEVADO 25cm R.0 Orientadora: Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. 1.39 .95 .05 1.00 .25 .50 5 PINTURA BRANCA NO PISO .45 .20 05 R. VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO R.05 .10 .80 .20 .80 .20 .80 .20 .80 .20 .80 .20 .80 .10 0.00 3 2 Prancha: DETALHE BANCO CORRIDO DE ALVENARIA 03 /10 escala 1: 50 DETALHE FAIXA ELEVADA escala 1: 50 Arquivo: HIS-02E03E09-IMP-R01.DWG Data: FEVEREIRO / 2012 Escala: INDICADAS PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 05 4 1 05 PAINEL WALL DE ENVOLTÓRIA DA CAIXA D'ÁGUA A B C TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" 3 05 D E F PAINEL WALL DE ENVOLTÓRIA DA CAIXA D'ÁGUA G BARROTES DE MADEIRA 3X6", PARA SUSTENTAÇÃO DA CX. D'ÁGUA N BARROTES DE MADEIRA 3X6", PARA SUSTENTAÇÃO DA CX. D'ÁGUA LINHA DE MADEIRA 3X6", APOIADA NAS ALVENARIAS ARMADAS PROJEÇÃO DO LIMITE DA EDIFICAÇÃO 7 4.39 1 8.00% CX. DAGUA DE FIBRA CAP=500L 1.664 LINHA DE MADEIRA 3X6", APOIADA NAS ALVENARIAS ARMADAS LINHA DE MADEIRA 3X6", APOIADA NAS ALVENARIAS ARMADAS CX. DAGUA DE FIBRA CAP=500L TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" QUADRO DE ESQUADRIAS - JANELAS QT LARGURA ALTURA PEITORIL AREA CÓD CB-106 JM-90 JM-120 JM-240 JM-240b RUFO DE CONCRETO 5X20cm 6 921 1.708 RUFO DE CONCRETO 5X20cm 1.444 2 2 2 4 4 2 05 5 05 2.40 0.60 1.50 1.50 0.60 0.00 m 1.80 m 0.90 m 1.00 m 2.40 m 2.54 m² 0.54 m² 1.80 m² 3.60 m² 1.44 m² Cimento farofado De correr do tipo tabicão De correr do tipo tabicão De correr do tipo tabicão De correr do tipo tabicão QUADRO DE ESQUADRIAS - PORTAS QT LARGURA ALTURA ESPECIFICAÇÃO CÓD PM-60 PM-70 PM-81 2 4 4 0.66 0.76 0.70 2.10 2.10 2.35 De giro em madeira laminada De giro em madeira laminada PORTA DE FERRO 6 1.444 10.00% 6 6 1.06 0.90 1.20 2.40 2.40 ESPECIFICAÇÃO 1.444 ÍNDICES E TAXAS 5 449 6 3 RÉGUA DE MADEIRA PARA ARREMATE DE COBERTURA 2X6" 14 2.40 14 2.41 14 ÁREA DO TERRENO ÁREA CONSTRUÍDA APROVEITAMENTO 116.25 m² 44.78 m² 0.39 2.50 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT DE COBERTURA 1 PLANTA ESCALA 1 : 75 7 05 1 05 3 05 05 4 1 05 3 05 9.30 D 1.57 40 14 1.20 14 1 E 2.65 2.65 2.51 2.51 PM-81 JM-120 14 1.20 2 05 N G 2.54 14 1.57 40 JM-120 4 4 1.17 +0.17 F 2.54 1.57 C 2.54 1.17 B 2.54 PM-81 A 1.57 9.30 2 05 77 projeção da coberta BANHO 2.61 m² 905 PM-60 4 50 4 SALA/COZINHA 17.73 m² +0.17 17.73 m² +0.17 2.24 m² +0.17 12.50 DORMITÓRIO 02 8.07 m² +0.17 PM-81 8.07 m² +0.17 PM-81 DORMITÓRIO 02 JM-120 JM-120 3.78 m² 14 2.40 14 2.41 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE 1.66 VARANDA 3.78 m² JM-240 70 60 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: projeção da coberta 25 25 70 projeção da coberta VARANDA 60 4 JM-240 4 1.66 4 JM-240 4 JM-240 3 05 4.40 8.40 m² +0.17 6 3.50 PM-70 DORMITÓRIO 01 8.40 m² +0.17 3.35 DORMITÓRIO 01 3.35 3.50 4.40 PM-70 CIRCULAÇÃO PM-70 12.50 JM-240b CB-106 4 2.24 m² +0.17 SALA/COZINHA 4 CIRCULAÇÃO 92 CB-106 PM-70 94 JM-240b 0 4 2 4 2.60 2.60 4 2.41 14 2.40 POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL 14 3.07 GARAGEM EM FORMATO DE BAIA 2.20 2.20 3.07 PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO GARAGEM EM FORMATO DE BAIA Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: 90 REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO 1 05 7 05 3 05 BAIXA 2 PLANTA ESCALA 1 : 50 1.20 PASSEIO PÚBLICO 30 30 PASSEIO PÚBLICO 1.20 1.20 90 RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN 1.20 05 5 50 PM-60 905 68 2.61 m² +0.17 2.37 BANHO 68 projeção da coberta 2.35 77 3.46 JM-90 3.46 JM-90 Conteúdo: Prancha: PLANTAS DA UNIDADE HABITACIONAL Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ EXECUTIVO\HIS-04e05e10-UH-R04.rvt T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 7.59 04 /10 Data: FEVEREIRO / 2012 Escala: As indicated PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 1 2 3 G 1.10 TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" RUFO DE CONCRETO 20X5cm E D C B A ALVENARIA ARMADA TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" RUFO DE CONCRETO 20X5cm 26 10 RUFO DE CONCRETO 20X5cm 2.55 86 LINHA DE MADEIRA 3X6", APOIADA NAS ALVENARIAS ARMADAS 2.55 60 20 14 22 14 F TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" COBERTURA COBERTURA 2.40 2.40 2.38 1.70 2.40 3.36 COBOGÓ DE CIMENTO FAROFADO 2.544 COBOGÓ DE CIMENTO FAROFADO 3.26 50 JANELA DO TIPO TABICÃO BANHO CIRCULAÇÃO DORMITÓRIO 02 2.61 m² 2.24 m² 8.07 m² 15 PAV. TÉRREO 92 92 PEITORIL EM PAINEL WALL BANHO SALA/COZINHA SALA/COZINHA BANHO 2.61 m² 17.73 m² 17.73 m² 2.61 m² 15 PAV. TÉRREO 0 0 TERRENO TERRENO B-B 2 CORTE ESCALA 1 : 50 A-A 1 CORTE ESCALA 1 : 50 1 2 3 20 G 1.041 TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" E D C B A PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS RUFO DE CONCRETO 20X5cm PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS 14 LINHA DE MADEIRA 3X6", APOIADA NAS ALVENARIAS ARMADAS 2.55 36 F 2.55 COBERTURA ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL 2.60 PAINEL WALL APARENTE OU PINTADO NA TONALIDADE MARROM PAINEL WALL APARENTE OU PINTADO NA TONALIDADE MARROM 90 2.40 1.50 ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT SALA/COZINHA VARANDA 17.73 m² 3.78 m² 15 15 PAV. TÉRREO PAV. TÉRREO 0 0 TERRENO TERRENO NORTE 4 FACHADA ESCALA 1 : 50 C-C 3 CORTE ESCALA 1 : 50 1 PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS 2 3 3 TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS 2 TELHA TIPO SANDUÍCHE DE POLIURETANO, FAB. ISOESTE, REF. "ISOTELHA" 2.55 2.55 COBERTURA ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL 1 COBERTURA ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL 15 15 PAV. TÉRREO PAV. TÉRREO 0 0 TERRENO TERRENO LESTE 5 FACHADA ESCALA 1 : 50 A PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS B C OESTE 6 FACHADA ESCALA 1 : 50 D E F G MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE PAINEL WALL COMO ENVOLTÓRIA DA CX. D'ÁGUA DE FIBRA DE 500 LITROS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL 2.55 PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO COBERTURA ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL ALVENARIA ARMADA PINTADA COM DUAS DEMÃOS DE CAL VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso PAINEL WALL APARENTE OU PINTADO NA TONALIDADE MARROM PAINEL WALL APARENTE OU PINTADO NA TONALIDADE MARROM Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN 15 Conteúdo: PAV. TÉRREO 0 Prancha: CORTES E FACHADAS DA UNIDADE HABITACIONAL TERRENO SUL 7 FACHADA ESCALA 1 : 50 Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT COBERTURA EXECUTIVO\HIS-04e05-UH-R03.rvt Data: FEVEREIRO / 2012 05 /10 Escala: 1 : 50 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 06 5 2 06 A B C 2.54 D 2.54 E F 5.30 G 2.54 2.54 1.57 1.57 1.57 14 14 BANHO CIRCULAÇÃO PM-70 PM-70 2.55 CIRCULAÇÃO 2.987 17.73 m² PM-70 2.40 17.73 m² 3 06 4 SALA/COZINHA 4.00 68 14 COBERTA PM-70 3.44 m² PM-70 DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 01 8.40 m² 8.40 m² DORMITÓRIO 02 DORMITÓRIO 02 8.07 m² 8.07 m² 3.35 4.40 3.50 06 4 8.13 m² 3 PM-60 2.61 m² 4 3.44 m² SALA/COZINHA 92 4 50 PM-60 4 PM-70 50 68 14 93 3 06 DORMITÓRIO 03 2.35 2.61 m² 2.50 m² 2 2.40 PM-60 2.25 BANHO 77 8.13 m² 1 JM-240 BANHO 02 JM-90 77 DORMITÓRIO 03 JM-90 PM-81 JM-90 2.50 m² 14 1.60 PM-81 4 BANHO 02 2.25 3.32 3.46 2.45 14 JM-90 1.17 JM-240 2 4 93 1 1.11 JM-120 14 14 JM-120 14 1.11 3.32 4 BANHO 02 CIRCULAÇÃO DORMITÓRIO 02 2.50 m² 3.44 m² 8.07 m² 15 PAV. TÉRREO 0 3.50 2.45 PM-60 14 TERRENO A-A 2 CORTE ESCALA 1 : 75 4 4 PM-81 PM-81 JM-120 JM-120 4 96 JM-240 96 JM-240 60 3 VARANDA VARANDA 3.78 m² 3.78 m² B C D E F G PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 2.55 1.20 COBERTA REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO 2 06 6 06 BAIXA 1 PLANTA ESCALA 1 : 75 DORMITÓRIO 03 CIRCULAÇÃO BANHO 8.13 m² 3.44 m² 2.61 m² SALA/COZINHA SALA/COZINHA BANHO CIRCULAÇÃO DORMITÓRIO 03 17.73 m² 17.73 m² 2.61 m² 3.44 m² 8.13 m² 15 PAV. TÉRREO 0 TERRENO 1 2 B-B 3 CORTE ESCALA 1 : 75 3 2.55 COBERTA G F E D C B A 2.55 15 COBERTA PAV. TÉRREO 0 TERRENO OESTE 4 FACHADA ESCALA 1 : 75 15 PAV. TÉRREO 0 TERRENO NORTE 5 FACHADA ESCALA 1 : 75 A B C D E F G 2.55 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE COBERTA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO 15 PAV. TÉRREO 0 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO TERRENO SUL 6 FACHADA ESCALA 1 : 75 Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN VOLUMETRIA DA OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 01 Conteúdo: Prancha: OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 01 06 /10 ÁREA AMPLIADA= 12,94 m2 Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ EXECUTIVO\UH Data: AMPLIACAO 01.rvt T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 2.45 A FEVEREIRO / 2012 Escala: 1 : 75 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 07 5 1 07 N A 1.57 B C 2.54 2.54 3.595 14 1.57 D E F 5.30 1.195 15 14 2.51 2.54 14 2.51 JM-120 JM-90 G 1.195 14 JM-120 2.54 3.595 15 1 77 2 3 JM-90 PM-80 2.55 1.48 1.48 1.60 1 PM-80 BANHO BANHO CIRCULAÇÃO PM-70 DORMITÓRIO 01 12.44 m² 8.40 m² 15 PAV. TÉRREO 0 TERRENO 2.25 m² PM-70 DORMITÓRIO 01 8.40 m² 8.40 m² DORMITÓRIO 02 DORMITÓRIO 02 8.07 m² 8.07 m² 3.35 4.40 ÁREA DE LAZER PM-70 CIRCULAÇÃO DORMITÓRIO 01 JM-120 4 JM-240 JM-120 A-A 1 CORTE ESCALA 1 : 75 JM-240 VARANDA VARANDA 3.78 m² 3.78 m² A B C D E F G 2.45 2.55 1.20 REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO 4.141 2.40 2.411 2.40 2.411 4.00 4.141 COBERTA REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO ÁREA DE LAZER BANHO SALA/COZINHA SALA/COZINHA BANHO ÁREA DE LAZER 12.44 m² 2.60 m² 19.12 m² 19.12 m² 2.60 m² 12.44 m² 15 PAV. TÉRREO 0 6 07 2 TERRENO BAIXA 3 PLANTA ESCALA 1 : 75 B-B 2 CORTE ESCALA 1 : 75 3 2.55 COBERTA G F E D C B A 2.55 COBERTA 15 PAV. TÉRREO 0 TERRENO OESTE 4 FACHADA ESCALA 1 : 75 15 PAV. TÉRREO 0 TERRENO NORTE 5 FACHADA ESCALA 1 : 75 A B C D E F G MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE 2.55 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: COBERTA POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO 15 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO PAV. TÉRREO 0 TERRENO SUL 6 FACHADA ESCALA 1 : 75 VOLUMETRIA DA OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 02 Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN Conteúdo: Prancha: OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 02 07 /10 ÁREA AMPLIADA= 12,94 m2 Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ EXECUTIVO\UH Data: AMPLIACAO 02.rvt T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP 1 07 1 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 966 60 3 2.40 1.98 19.12 m² 2 07 CB-106 4 2.25 m² 07 4 SALA/COZINHA 19.12 m² 92 PM-70 SALA/COZINHA PM-60 50 68 4 2 50 PM-60 CB-106 68 1.98 2 07 12.44 m² 2.60 m² 2.35 2.60 m² 77 ÁREA DE LAZER 12.44 m² 77 3.46 ÁREA DE LAZER 2.987 JM-90 4.00 40 COBERTA JM-90 FEVEREIRO / 2012 Escala: 1 : 75 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 08 6 14 D 2.40 14 1.055 E 2.65 1.195 15 14 F 2.65 2.51 14 G 2.54 2.51 14 1.195 A 2.54 1.055 15 14 1.57 2.40 77 B C D F G N 14 1.64 76 14 2.51 JM-90 14 JM-120 JM-90 JM-240b DORMITÓRIO 03 DORMITÓRIO 03 4 PM-70 1 JM-240b 1.03 1.48 1 1.48 E N 65 1.50 1.57 C 2.54 65 B 2.54 14 A 1.57 3 08 1.50 3 08 08 6 2.60 m² 8.30 m² 2 SALA/COZINHA SALA/COZINHA 17.73 m² 17.73 m² BANHO 02 2.49 m² 4 08 S 4 08 2.49 m² PM-60 1.00 PM-70 JM-90 1.06 JM-90 14 S 2 JM-240 1.20 4 08 PM-60 S 14 S 8.33 m² BANHO 02 14 PM-60 4 08 14 JM-240 JM-90 JM-90 2.51 PM-70 08 5 DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 01 8.40 m² 8.40 m² 4.40 12.50 8.33 m² 2.25 2.60 m² ÁREA DE LAZER 1.98 BANHO 1.98 BANHO 3.32 3.46 8.30 m² 3.32 JM-90 ÁREA DE LAZER DORMITÓRIO 02 DORMITÓRIO 02 8.07 m² 8.07 m² 08 5 JM-120 JM-240 3 VARANDA VARANDA 3.78 m² 3.78 m² 3 REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO REBAIXO DA GUIA DO MEIO-FIO 7 08 3 08 2 A 3 B 7 08 3 08 BAIXA-PAVIMENTO TÉRREO 1 PLANTA ESCALA 1 : 75 C D E F BAIXA - PAVIMENTO SUPERIOR 2 PLANTA ESCALA 1 : 75 G 1 2 3 1.437 1.34 1.437 97 1 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 1.135 5.10 5.10 5.10 COBERTURA COBERTURA 2.55 966 1.90 2.55 1.584 40 COBERTURA 2.55 BANHO 02 DORMITÓRIO 03 DORMITÓRIO 03 BANHO 02 2.49 m² 8.33 m² 8.33 m² 2.49 m² 2.55 2.55 PAV. SUPERIOR PAV. SUPERIOR DORMITÓRIO 02 8.07 m² 15 PAV. TÉRREO 2.40 2.40 98 2.40 2.40 1.40 PAV. SUPERIOR ÁREA DE LAZER BANHO SALA/COZINHA SALA/COZINHA BANHO ÁREA DE LAZER 8.30 m² 2.60 m² 17.73 m² 17.73 m² 2.60 m² 8.30 m² 15 PAV. TÉRREO 0 E D 0 TERRENO A-A 3 CORTE ESCALA 1 : 75 F PAV. TÉRREO 0 TERRENO G 15 OESTE 5 FACHADA ESCALA 1 : 75 TERRENO B-B 4 CORTE ESCALA 1 : 75 C B A A 5.10 COBERTURA B C D E F G 5.10 COBERTURA MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE 2.55 PAV. SUPERIOR 2.55 PAV. SUPERIOR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO 15 PAV. TÉRREO 15 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO PAV. TÉRREO 0 TERRENO 0 TERRENO Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso NORTE 6 FACHADA ESCALA 1 : 75 SUL 7 FACHADA ESCALA 1 : 75 Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN Conteúdo: Prancha: OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 03 08 /10 ÁREA AMPLIADA= 27,52 m2 Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ EXECUTIVO\UH Data: AMPLIACAO 03.rvt T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT 3.07 VOLUMETRIA DA OPÇÃO DE AMPLIAÇÃO 03 FEVEREIRO / 2012 Escala: 1 : 75 1.06 .02 1.06 .13 .81 .05 .02 .06 .11 .12 .12 .12 .12 .12 .12 .11 .06 1.20 .02.13 .10 .90 2.10 2.10 2.40 2.40 1.50 DE MADEIRA 2.40 .08 .40 .08 .60 .40 1.80 2.40 1.80 2.40 1.20 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE .90 .02.13 2.40 1.50 .08 .60 .13 .08 2.40 VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO Orientadora: Co-orientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Prancha: 09 /10 Arquivo: HIS-02E03E09-IMP-R01.DWG Data: FEVEREIRO / 2012 Escala: INDICADAS PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT VISTA EXPLODIDA PLANTA PERSPECTIVADA COM ESPECIFICAÇÕES MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: POR UMA MORADIA TERMICAMENTE CONFORTÁVEL PROPOSTA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL COM ÊNFASE NO CONFORTO TÉRMICO VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO Orientadora: Co-orientador: Profa. Dra. Maísa Dutra Veloso Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Nome / Endereço do empreendimento: RUA PROJETADA, S/N, LOTEAMENTO NOVA MACAÍBA, BAIRRO SÃO JOSÉ, MUNICÍPIO DE MACAÍBA/RN Conteúdo: Prancha: CORTES PERSPECTIVADOS E VISTA EXPLODIDA CORTE PERSPECTIVADO 01 CORTE PERSPECTIVADO 02 Arquivo: C:\1. VERNER\UFRN Mestrado\TCC - PROJETO\1-PROJ EXECUTIVO\HIS-04e05-UH-R03.rvt T CUD ORP T NE DUT S KSE D OT UA NA YB DE CUD ORP PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT PRODUCT Data: FEVEREIRO / 2012 10 /10 Escala: