75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Rio de Janeiro | 2009
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
75 anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo
CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA NACIONAL
C912s Crea-RJ.
75 anos Crea-RJ: a invenção de um novo tempo / organizadores:
Cláudia Mesquita, Olinio Gomes P. Coelho.
Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2009.
160p, : il. ; 21cm.
Bibliografia: p. 154-155
ISBN 978-85-88204-16-4
1. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do
Estado do Rio de Janeiro – História. 2. Tecnologia – ciências aplicadas.
I. Mesquita, Cláudia. II. Coelho, Olinio Gomes P. III. Título.
CDD – 620.0098153
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Organização
Cláudia Mesquita
Olinio Gomes P. Coelho
Rio de Janeiro
2009
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Apresentação
Palavra do presidente
Mensagem do Confea
página
4
7
PARTE 1
A invenção de um novo tempo:
uma história de longa duração
página
13
PARTE 2
O Crea-RJ e a construção
de um Brasil moderno
página
27
SUMÁRIO
PARTE 3
Crea-RJ: uma instituição cidadã
página
77
PARTE 4
Novos horizontes e os desafios
que atravessam o futuro
página
111
CRONOLOGIA
Cronologia
Galeria dos presidentes
página
134
FICHA TÉCNICA
Agradecimentos
Diretoria do Crea-RJ
Câmaras Especializadas
Comissões
Entidades de Classe
Instituições de Ensino
Inspetorias e Postos de Relacionamento
Referências bibliográficas
página
152
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
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Atual sede do Crea-RJ.
Rua Buenos Aires 40, Centro.
Foto: Zeca Linhares.
APRESENTAÇÃO
Apresentação
A memória institucional é hoje um dos elementos chaves para compreendermos a sociedade e reafirmarmos sua
cultura e identidade. É sabido que a instituição é feita, sobretudo, de pessoas. Portanto, a memória institucional do
Crea-RJ não transcende o indivíduo, ao contrário, sua história é feita das pessoas que estão dentro dela, da ação desses
sujeitos, no coletivo e nas suas trajetórias individuais. Portanto, a memória do Crea-RJ compreende, ao mesmo tempo,
diversidade e homogeneidade. Diversidade das ações individuais e coletivas na dinâmica interna da instituição, e
homogeneidade no que diz respeito a sua relação externa com a sociedade, vista como um corpo unívoco.
Desse modo, no momento em que o Crea-RJ completa 75 anos de existência, esse registro, além de produzir memória
e conhecimento, também se impõe como homenagem, reflexão e reafirmação da importância dos profissionais do
Conselho para a sociedade brasileira, ao longo do tempo.
Mais do que artífices de novas tecnologias, homens e mulheres, engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos,
geógrafos, meteorologistas, técnicos e tecnólogos foram, sobretudo, inventores de novos tempos e de grandes
utopias, intérpretes e construtores de uma identidade nacional. Ao lado de poetas, romancistas, artistas plásticos,
compositores, ensaístas, a nação brasileira viria a tomar corpo nos traços, projetos e construções de
Aderson Moreira da Rocha
Affonso Eduardo Reidy
Alcides Rocha Miranda
Aldary Toledo
Álvaro Vital Brazil
Ângelo Brunhs
Antônio Alves de Noronha
Artur Eugênio Jermann
Ary Garcia Roza
Atílio Corrêa Lima
Carlos Leão
Carmem Portinho
Elza Martins Osborne
Ernani Vasconcellos
Eugênio Hime
Felippe dos Santos Reis
Firmino Saldanha
Gastão da Cunha Bahiana
Hélio Uchoa Cavalcanti
Henrique Mindlin
Hermínio Andrade e Silva
Jerônimo de Souza Monteiro Filho
Jorge Machado Moreira
José de Oliveira Reis
José Furtado Simas
Lúcio Costa
Marcello Roberto
Milton Roberto
Nestor Egydio de Figueiredo
Octavio Cantanhede Almeida
Odair Grillo
Oscar Niemeyer
Paulo Antunes Ribeiro
Paulo de Camargo e Almeida
Paulo Rodrigues Fragoso
Raymundo Barbosa de Carvalho Netto
Roberto Burle Marx
Roberto Magno de Carvalho
Sergio Marques de Souza
Sidney Gomes dos Santos
Ubi Bava
Wladimir Alves de Souza
e tantos outros herdeiros e discípulos dessa geração que ajudou a delinear o perfil de um Brasil moderno na primeira
metade do século XX(1).
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Desse modo, é na relação dialética entre indivíduos, instituição e sociedade, que a memória do Crea-RJ se constitui
como elemento essencial da cultura brasileira, cujo pioneirismo em diferentes aspectos, desde a sua criação, em
1934, é a marca registrada do Crea-RJ no âmbito do Sistema Confea/Crea.
Esta publicação visa também prestar uma justa homenagem a todos os funcionários que ajudaram a construir
essa história. Considerados a “joia permanente” do Crea-RJ(2) – pois atravessando diferentes conselhos e mandatos
são os responsáveis pela continuidade necessária às transformações –, esses funcionários vêm disponibilizando
seus talentos às mais variadas atividades, confundindo, muitas vezes, suas trajetórias individuais, com a da própria
instituição.
Sob um enfoque não passadista, mas de valorização do elemento humano, da tradição e da estreita relação do
Crea-RJ como tempo presente, a evocação do passado tem aqui o papel de condução explicativa e de reflexão
sobre desafios futuros, a fim de prospectar dias melhores para os profissionais, funcionários e para todos os cidadãos
brasileiros, razão de ser do Conselho em 75 anos de serviços prestados à sociedade.
A todos uma boa leitura e parabéns, pois você, caro leitor, é também parte dessa história.
Cláudia Mesquita
Olinio Gomes P. Coelho
Organizadores
(1) Este livro registra em destaque – Laboris Causa – 75 nomes de profissionais já desaparecidos que podem ser considerados representantes dos
muitos profissionais – de nível superior, técnicos e tecnólogos – que com competência e responsabilidade contribuíram para o progresso da
engenharia, da arquitetura, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia no Brasil.
(2) Palavras do presidente Agostinho Guerreiro ao se referir aos funcionários do Crea-RJ. Depoimento. Projeto Memórias&História do Crea-RJ. Rio de
Janeiro, 19 de outubro de 2009.
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PALAVRA DO PRESIDENTE
Palavra do presidente
História de presentes e futuros
Há 75 anos, ao presidir a primeira sessão Plenária do Conselho da 5ª Região, o engenheiro civil
Dulphe Pinheiro Machado acreditava ser protagonista de um acontecimento histórico. Diante
do papel que desempenhava e do notável ciclo de desenvolvimento econômico e industrial no
país, iniciado na década de 1930, ele, ao anunciar a criação do que viria a se tornar o atual CreaRJ, afirmou: “[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos integrá-las no ritmo de
renovação que ora agita todas as camadas sociais”.
Visionário, Dulphe também queria a instituição com visão de futuro, preparada para as sucessivas
mutações da tecnociência que viriam a influenciar o exercício profissional ao longo do século XX.
Presidente do Crea-RJ
Engenheiro agrônomo
Agostinho Guerreiro
“Os membros deste Conselho hão de firmar, nos seus julgados e decisões, a jurisprudência de
nossa lei que, em futuro, permita ao legislador ajustá-la aos progressos da arte, da técnica ou das
especializações profissionais”, afirmou em seu discurso.
Sete décadas e meia passadas, nosso presente é a concretização do futuro esperado pelo então
presidente. Vivemos uma era de renovação. A produção de conhecimento científico e tecnológico
em larga escala gerou especializações e exige do profissional, além de novas qualificações e
ferramentas, compromisso ético na sua aplicação. Nesse sentido, os procedimentos do Crea-RJ
e a legislação do Sistema têm também procurado acompanhar a evolução e as necessidades do
dia a dia de seus profissionais.
O conhecimento científico é o principal insumo para o desenvolvimento econômico e social de
uma nação. Entretanto, ele deve ser traduzido em tecnologias que não agridam os princípios
da sustentabilidade, ambiental e social, sob pena de contribuir para a rápida degradação das
condições de vida no planeta. Nada mais necessário que um sistema profissional organizado,
que defenda a sociedade, fiscalizando o exercício legal das profissões da área tecnológica.
Assim como colhemos o que foi plantado, ao longo desses últimos 75 anos, por todos os gestores,
conselheiros, entidades de classe, instituições de ensino, funcionários e demais colaboradores,
também as gerações futuras serão impactadas por nossas ações realizadas nesse presente. Por
isso, o conteúdo deste livro sobre a história do Crea-RJ não está restrito ao que foi realizado até
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
então. Ele apresenta a história de nosso país, principalmente dos últimos 75 anos, situando o
cenário e a dinâmica pelos quais trilharam nossas profissões até os dias atuais, mas sem deixar
de mirar o amanhã.
Como o presidente Dulphe, na década de 1930, queremos pensar o presente e enxergar o
futuro, mas conscientes de que conhecer e valorizar o passado é fundamental para avaliar os
avanços, conhecer as limitações e construir essa jornada do ser humano, na qual os profissionais
e empresas da área tecnológica têm responsabilidades sem fim.
Agostinho Guerreiro
Presidente do Crea-RJ
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MENSAGEM DO CONFEA
Mensagem do Confea
Presidente do Confea
Marcos Túlio de Melo
Profissões a serviço do país. Essa deve ser a principal atribuição de um sistema que congrega
mais de 800 mil profissionais e se propõe a “Pensar o Brasil para Construir o Futuro da Nação”.
E olhar para o futuro significa planejar, definir metas e traçar objetivos. Condições que passam,
necessariamente, pela Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia
– profissões consideradas vetores do desenvolvimento humano, social e econômico de um
país. Mas como materializar esse projeto de desenvolvimento? É preciso conhecer o passado de
lutas, desafios, sucessos e realizações de cada uma das profissões – de nível superior, técnicos
e tecnólogos, do Conselho Federal e dos 27 Conselhos Regionais, para analisarmos o que foi
alcançado e o muito que ainda se tem por fazer.
Nesse sentido, a década de 30 pode ser considerada um marco histórico, tanto para o país, quanto
para o nosso sistema profissional, que foi criado e teve as profissões de engenheiro, arquiteto e
agrimensor regulamentadas em 1933. A política desenvolvimentista da Era Vargas fez despontar
no mercado fortes setores da Engenharia, como a Siderurgia e a Mineração. Em consequência,
na década seguinte, foram criadas grandes empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional
(1941) e a então Vale do Rio Doce (1942), que hoje são referências no cenário mundial. Nos anos
50, com Juscelino Kubitschek, até a década de 70, o Brasil viveu um período de desenvolvimento
econômico e inovação. A concretização da construção de Brasília e o Plano de Metas de JK – focado
na expansão de cinco setores: Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de Base e Educação
–, ratificaram a importância da valorização dos setores tecnológicos para posicionar o país no
contexto mundial. Foi nesse período que se estruturou o setor das telecomunicações e nasceram
a Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, a Eletrobrás, a Embrapa.
E hoje, após duas décadas de estagnação, a globalização impôs novas preocupações. Com
transformações significativas na sociedade, conter a urbanização desenfreada, minimizar o impacto
das mudanças climáticas e preservar a biodiversidade se tornaram desafios que o mundo precisa
enfrentar. Nesse contexto o setor tecnológico tem resgatado sua importância. O conhecimento
técnico e científico voltou a ser valorizado. Integrando esses esforços, o Sistema Confea/Crea
cumpre sua missão perante os profissionais e a sociedade. Por isso, na comemoração dos 75 anos
do Crea-RJ devemos celebrar nossas conquistas com os olhos voltados para o futuro.
Marcos Túlio de Melo
Presidente do Confea
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PARTE 1
A invenção de um novo tempo:
uma história de longa duração
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
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CARLOS DELGADO DE CARVALHO
Paris, FR, 1884
Geógrafo
École Libre de Sciences Politiques, Paris, 1908
PARTE 1
Engenheiros e arquitetos:
criadores de um conhecimento milenar
Pode-se dizer que o início da edificação da cultura humana se deu quando
o homem conseguiu ultrapassar a simples ocupação de abrigos dados
pela natureza, transformando-os, concebendo espaços e projetandoos para determinadas funções. Muitos séculos foram dedicados às
observações e análises dos abrigos oferecidos pela natureza, sobretudo
os edificados pelos animais – e da escolha de materiais in natura, ou de
sua produção, adequados à realização de suas obras. Resultaram em
elaborações científicas, tecnológicas e conceituais que possibilitaram o
homem conceber, antecipadamente, ou melhor, projetar, os diferentes
tipos de espaços, necessários às diversas funções originárias de sua
vivência em sociedade.
A apropriação do termo engenheiro, pessoa que tinha engenho,
inteligente, criador de artefatos, aquele que “aprende as ciências e artes
mais dificultosas, inventa e obra muitas cousas”, tal qual Arquimedes
foi qualificado por Tito Lívio como exímio engenheiro (BLUTEAU, 1717),
resolveu o problema salarial e de inserção no serviço público das
monarquias europeias, já que havia o quadro de militares com soldos
definidos, aos quais era acrescido o correspondente valor da especialização
como engenheiro.
Em Paris, no final do século XVII foi criado o curso regular de Arquitetura
Civil na Escola de Belas-Artes, com dominante na formação artística. No
século XVIII, três outros cursos foram fundados, porém mais técnicos, a
Antiga Escola Politécnica, atual Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais /IFCS/ UFRJ. Largo de São Francisco,
Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.
partir de 1747, na École Nationale des Ponts et Chaussés e na École Nationale
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GASTÃO DA CUNHA BAHIANA
Teresópolis, RJ, 1874
Engenheiro civil
École des Hautes Études Industrielles de Lille, França, 1893
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Supérieure des Mines. Posteriormente, em 1795, foi criada a École Polytechnique. Essas escolas
que ensinavam Arquitetura Civil, com ênfase nas matérias técnicas, científicas e de construção,
adotaram o termo engenharia civil para seus cursos. Assim passaram a ser qualificados os
alunos formados na Escola de Belas-Artes como arquitetos e os alunos das outras escolas como
engenheiros civis. Os cursos militares mantiveram o título de seus formados como engenheiro
militar. Os países que criaram cursos juntando matérias dos cursos franceses diferenciados para
arquiteto e para engenheiro civil, titularam seus formados como engenheiros-arquitetos.
Os técnicos
A construção de um projeto era entregue a um conjunto de profissionais especializados:
pedreiros, canteiros, cavouqueiros, ladrilheiros, estucadores, carpinteiros, marceneiros, ferreiros,
pintores, etc. Dependendo da obra, participariam, ainda, outros artistas, como entalhadores,
escultores, muralistas, pintores etc. Cada área profissional possuía três níveis de especialização,
cada qual contando com salários diferenciados: o mestre, o oficial e o aprendiz. Os serventes não
se incluíam nas categorias acima.
Cabia ao mestre a responsabilidade sobre a qualidade do serviço de sua especialização e o direito
de manter cursos particulares sobre a sua arte. O certificado de oficial ou de mestre, dependendo
da organização profissional e das regras da sociedade, poderia ser outorgado pelo próprio
mestre-professor, ou por banca formada por outros mestres.
Esses profissionais da construção se organizaram em Corporações de Ofícios verdadeiros sindicatos
profissionais, fortes na Idade Média, e garantiram a reserva de mercado para seus filiados, além de
espaço na sociedade e na política. Tornaram-se preocupação para os governantes de monarquias
católicas que as extinguiram, substituindo-as por Irmandades, vinculadas à Igreja e ao Estado, que
aprovavam, ou não, os seus estatutos. Essas Irmandades registravam-se na Câmara de Vereadores
de cada vila ou cidade e indicavam o mestre que as representava durante o período estabelecido
pelos vereadores. Qualquer obra só poderia ser iniciada com o seu registro na Câmara e ter como
responsável um mestre filiado à Irmandade.
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PARTE 1
As Irmandades e a defesa de um Brasil português
Chegando ao Brasil, os colonizadores portugueses trouxeram essa estrutura de organização
dos técnicos em Irmandades, e os profissionais da construção, já definidos como arquitetos,
engenheiros militares, cartógrafos, desenhistas e mestres da ribeira. Os dois primeiros profissionais
atuavam em qualquer área da Arquitetura Civil e Militar e, os mestres da ribeira, na Arquitetura
Naval.
Na estrutura colonial no Brasil, não havia cargo para arquiteto ou engenheiro, o que levava os
profissionais a se filiarem ao Exército para exercerem suas funções técnicas, formando o Real
Corpo de Engenheiros. Cabia a esses profissionais servir ao governador da capitania, ou ao vicerei no caso da capital, e às Câmaras de Vereadores, projetando e construindo todas as obras
realizadas com recursos públicos.
Fortaleza de Santa Cruz, Niterói, Rio de
Janeiro. Cartão-postal. Arquivo particular.
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ADOLFO MORALES DE LOS RIOS FILHO
San Sebastian, Espanha, 1887
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, 1914
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Nesse período colonial, tivemos algumas exceções, como o caso da equipe que, em 1750, a Corte
mandou, para o trabalho de demarcação das fronteiras do Brasil, da qual participou Antonio
José Landi, arquiteto bolonhês, que fixou residência em Belém do Pará e assumiu o posto de
arquiteto régio. Ou o caso do arquiteto Antonio Gomes Mendes Adler, que projetou o palácio do
governador da capitania de Pernambuco e, ao voltar para Lisboa levando o “risco”, em 1784, não
se apresentara com título militar.
A função de arquiteto civil no serviço público administrativo na cidade do Rio de Janeiro só
ocorreu quando da instalação, em 1808, do governo do príncipe regente d. João. Como a cidade
passou a ser sede do Império português, isto é, a Corte, foram criadas, à semelhança de Lisboa, a
função de Arquiteto da Cidade e a Real Casa das Obras. O arquiteto português José Joaquim de
Santa Anna foi o primeiro profissional a ocupar esse importante cargo. A Real Casa das Obras foi
dirigida por Antônio de Azevedo Santos, mestre-pedreiro e arquiteto das Obras Reais do Rio de
Janeiro, já morador da cidade, e João da Silva Muniz, arquiteto vindo de Lisboa.
O ensino da Arquitetura Militar realizava-se, inicialmente, através dos engenheiros militares que
vinham servir no Brasil e recebiam um adicional salarial para ensinar a sua arte na capitania em
que estivessem atuando. Assim, o capitão-engenheiro Gregório Gomes Henriques foi nomeado
para servir no Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1694, com obrigação de também lecionar, o
mesmo ocorrendo com o capitão-engenheiro José Paes Estevens, nomeado em 3 de dezembro
de 1686 para servir em Pernambuco, e que, em 1696, encontrava-se em Salvador, na Bahia. Em
carta patente de 4 de dezembro de 1696, o rei de Portugal d. Pedro II, promovendo-o a sargentomor, destaca: “[...] além de proceder com zelo e assistência às fortificações e mais obras de que
foi encarregado e atualmente estar lendo e ensinando a sua profissão na Aula que se instituiu da
fortificação naquela cidade”.
Em 24 de abril de 1709, o engenheiro militar José Paes Estevens foi transferido para o Rio de
Janeiro e assumiu a Aula de Fortificação carioca, criada em 15 de janeiro de 1699 pelo rei
d. Pedro II. Esse curso funcionou ininterruptamente até meados do século XIX, quando deu
lugar à Escola Central, criada em 1858, voltada para o ensino da Engenharia Civil, sendo que
o de Engenharia Militar foi transferido para o âmbito exclusivo do Exército. Depois, aquela
18
PARTE 1
Portada da antiga Academia Imperial de Belas Artes.
Arquiteto Grandjean de Montigny. 1826.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Arquivo particular.
Escola passou a se denominar Escola Politécnica, e hoje pertence à Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Portanto, neste ano de 2009, a Escola Politécnica está completando 310 anos de
existência.
O ensino regular de Arquitetura começa com a chegada do arquiteto Grandjean de Montigny,
integrante da Missão Artística Francesa, em 1816, com ensino semelhante ao do curso da Escola
de Belas-Artes de Paris. Inicialmente, Grandjean lecionou em seu ateliê até 1827, quando é dado
início ao curso na Imperial Academia de Belas Artes, em edifício projetado por ele e inaugurado
em 5 de novembro de 1826.
Esse curso pioneiro tornou-se independente da Escola Nacional de Belas Artes em 31 de agosto
de 1945, passando a ser ministrado na recém-criada Faculdade Nacional de Arquitetura, da então
Universidade do Brasil. Esta, por sua vez, foi transformada em Universidade Federal do Rio de
Janeiro, sendo o curso atualmente oferecido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
No final do século XVIII, o sargento-mor engenheiro, segundo arquiteto das Obras Reais, de Lisboa,
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ANGELO BRUNHS
Rio de Janeiro, 1896
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, 1917
José Manoel de Carvalho e Negreiros propôs, em abril de 1797, a constituição de uma entidade
laica congregando os arquitetos, os engenheiros e os técnicos da construção civil. A entidade
teria sua sede em Lisboa e departamentos em várias cidades do reino e nas colônias. Além da
fiscalização profissional, Negreiros propôs que a entidade fosse responsável pela formação dos
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ.
Arquiteto Jorge Machado Moreira e equipe.
Cidade Universitária, Ilha do Fundão,
Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.
20
20
profissionais das “Artes Mecânicas e Fabris, e de todas as mais Artes em geral”. A proposta de
Negreiros, encaminhada ao rei em 1798, não foi aprovada pela administração monárquica.
ALBERTO MARTINS FONTES
Rio de Janeiro, 1958
Engenheiro florestal
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1984
PARTE 1
O pioneirismo do Instituto Politécnico Brasileiro e o papel dos engenheiros e
arquitetos na invenção de uma cultura nacional
No contexto da chamada segunda revolução industrial, a arquitetura e a engenharia brasileiras, a partir da
segunda metade do século XIX, precisavam legitimar-se, buscando a articulação com empresas estrangeiras
recém-instaladas no país, investindo, porém, na criação de instituições públicas que promovessem o
desenvolvimento de um “modelo” nacional. Com base no desenvolvimento educacional e tecnocientífico,
através da iniciativa governamental na abertura de escolas politécnicas, surgiram a indústria têxtil, a
indústria do ferro, a construção de estradas de ferro, a construção naval e a produção química.
Até a criação do Instituto Politécnico Brasileiro, em 17 de dezembro de 1862, apesar da existência de
cursos regulares de arquitetura e de engenharia e do significativo aumento do número desses profissionais
formados no Brasil ou no exterior, não havia entidade que defendesse os interesses e valorizasse essas
profissões. O Instituto era uma sociedade que tinha “por objetivo o estudo e a difusão dos conhecimentos
teóricos e práticos dos diferentes ramos da engenharia, e das ciências e artes acessórias”.
O Instituto Politécnico estava organizado em 11 seções temáticas, e cada sócio poderia pertencer a
duas delas, conforme a especialidade de cada um. Eram essas seções: a) administração, estatística e
economia política aplicada à engenharia; b) arquitetura civil; c) arquitetura naval; d) ciências físicas e
naturais; e) geografia, geodesia e topografia; f ) máquinas e aparelhos; g) matemática – pura e aplicada;
h) minas e metalurgia; i) navegação e hidrografia; j) obras hidráulicas e vias de comunicação fluvial; k) vias
de comunicação terrestre.
O desenvolvimento da Escola Politécnica em seus primórdios se deu pela experiência francesa do período
napoleônico, modelo para diversas instituições de ensino no Brasil como na Europa e na Rússia. Houve
avanços na biologia e na matemática, predominadas pelas ideias positivistas e pelo empirismo. A construção
civil teve importância fundamental na materialização dessas ideias, pois era importante para o país uma
infraestrutura que garantisse o abastecimento de água e saneamento para a população, aproximando-a da
ideia de progresso.
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ARCHIMEDES MEMÓRIA
Ipú, CE, 1893
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, 1917
Antiga Escola Politécnica. Cartão-postal. Arquivo particular.
Atual Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/IFCS/UFRJ.
Foto Zeca Linhares.
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PARTE 1
Antiga sede do Clube de
Engenharia. Avenida Central, hoje
Rio Branco, 124. Cartão-postal.
Arquivo particular.
O Clube de Engenharia
A aprovação dos Estatutos do Clube de Engenharia, em 10 de
dezembro de 1881, pelo decreto imperial nº 8.253, foi um grande,
e decisivo, passo para a organização dos profissionais do Sistema. A
nova entidade nasceu com o objetivo de “[...] promover e estreitar
relações entre as classes de engenharia e as dos vários ramos
industriais, no que diz respeito aos interesses recíprocos das suas
profissões [...]”. A partir de então, o Clube de Engenharia vem
cumprindo essa determinação, destacando-se, desde o decreto nº
23.569 de 11 de dezembro de 1933, na luta pela regulamentação
profissional da Engenharia e piso salarial mínimo, na defesa das
políticas públicas na área da energia, construção civil, legislação
e desenvolvimento urbano, transportes, como a implantação do
metrô na cidade do Rio de Janeiro, entre tantas outras conquistas.
Referência do mundo associativo profissional, o Clube de Engenharia
tem sido palco de importantes debates e ações públicas em defesa
das liberdades e dos rumos do desenvolvimento do país. Sempre
em prol de um projeto de desenvolvimento soberano e justo para
o Brasil e para o estado do Rio de Janeiro, suas diretorias e divisões
técnicas promoveram estudos e debates em torno de questões
fundamentais para a sociedade brasileira.
O edifício sede do Clube de Engenharia recebeu o nome do
engenheiro Edison Junqueira Passos, presidente da instituição
entre 1943 e 1946, grande incentivador da obra. Em 2011, o Clube
de Engenharia irá festejar 130 anos de existência, comemorando
a tradição de se constituir na entidade de classe mais longeva das
profissões integrantes do Sistema Confea-Crea.
Atual sede do Clube
de Engenharia.
Arquiteto Jacques
Pilon. Avenida
Rio Branco,124, Rio de
Janeiro, RJ.
Foto: Zeca Linhares
23
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
O Instituto de Arquitetos do Brasil
No dia 26 de janeiro de 1921, na sala de História e Teoria da Escola Nacional de Belas
Artes, foi realizada a assembleia de fundação do Instituto Brasileiro de Arquitetos,
com a presença de 27 engenheiros arquitetos, sendo eleito como seu presidente
Gastão da Cunha Bahiana. Ocorrendo desavenças entre os membros da diretoria
e fundadores da entidade, os estatutos não foram registrados e do rompimento
entre eles surgiu outra entidade: a Sociedade Central de Arquitetos, presidida por
Adolfo Morales de los Rios. Essa última aprovou um novo estatuto em 1 de agosto
de 1921, cujo artigo 1º registrava ser “uma associação composta de engenheirosarquitetos e de todos aqueles que se dedicam à arquitetura”.
Se nos discursos na primeira assembleia de fundação os oradores referiam-se
exclusivamente a arquitetos, após a separação passaram a enfatizar o engenheiroarquiteto. Os Estatutos da Sociedade Central de Arquitetos admitiam como sócios os
“não diplomados”, desde que fosse formulado parecer favorável por cinco membros
diplomados, e o candidato apresentasse “uma obra arquitetônica de valor, construída
ou projetada” pelo próprio.
Os sócios não diplomados e os engenheiros não arquitetos não poderiam
exceder um terço do total dos sócios diplomados. Foram considerados “sócios
aderentes”, sem direito a voto e a serem votados, os “desenhistas, ornamentistas ou
decoradores e aquarelistas”, que trabalhassem em arquitetura e fossem propostos
por três sócios efetivos. Em 1924, as duas entidades se fundiram, sob a influência
de José Marianno Carneiro da Cunha Filho, o mecenas do movimento neocolonial,
dando origem ao Instituto Central de Arquitetos, presidido por Fernando Nereu de
Sampaio. Em 1934, o Instituto faz sua primeira reforma estatutária, passando a se
denominar Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
24
Sede do Instituto de Arquitetos do Brasil - RJ. Rua do Pinheiro, 10,
Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.
WALDEMIR JOÃO HORA
São Paulo, SP, 1950
Engenheiro florestal
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1973
PARTE 1
Senge-RJ: vanguarda do “novo sindicalismo” brasileiro
A história do atual Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) se inscreve na
conjuntura de ascensão da engenharia nacional, nas décadas de 1930 e 1940, quando são
criadas diversas entidades de classe, entre as quais o Sindicato Central dos Engenheiros, em 1931.
Nesse mesmo ano, o Governo Vargas, através do decreto nº 19.790, reconhece legalmente essas
associações e sindicatos, impondo a necessidade de regulamentação do exercício profissional,
baseada no imposto sindical e na vinculação dos sindicatos ao Ministério do Trabalho.
Rompendo com essa estrutura sindical, herdada do fascismo italiano, a história do Sindicato dos
Engenheiros do Rio de Janeiro se inscreve, sobretudo, na criação do chamado “novo sindicalismo”
brasileiro, ocorrido na segunda metade dos anos de 1970 e início dos anos 80, no contexto do
movimento de resistência à ditadura militar e de luta pelas liberdades democráticas.
Na liderança do movimento de retomada dos sindicatos, das associações profissionais e demais
entidades representativas da sociedade, o Senge-RJ estimulou a organização sindical pela base,
ajudando a construir um novo sindicalismo mais atuante, mais combativo, mais representativo dos
próprios trabalhadores. Nessa perspectiva, a atuação do Senge-RJ pela renovação do movimento
sindical foi tão profunda que conseguiu alcançar engenheiros das empresas privadas e estatais,
tornando-se uma das maiores lideranças políticas sindicais no estado do Rio de Janeiro, a tal
ponto que, junto com o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, liderou o processo de fundação
da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio de Janeiro, em 1983.
Sem abrir mão dos grandes temas da engenharia, do desenvolvimento tecnológico nacional,
e das negociações dos engenheiros assalariados, o Senge-RJ, ao lado do Clube de Engenharia
e outras entidades de classe, participou de todos os movimentos em favor das liberdades
democráticas e contra a ditadura, sendo protagonista de muitas lutas importantes, entre elas a
das Diretas Já.
Uma vez restabelecido o Estado de Direito, nas últimas décadas o Senge-RJ vem atuando nas
jornadas contra as privatizações das empresas estatais e dos serviços públicos, nos movimentos
ecológicos e dos Sem-Terra, na campanha contra a ALCA – entre tantas outras –, se consolidando,
ao longo da sua existência, como um dos pólos aglutinadores da vida associativa dos profissionais
da engenharia e da sociedade brasileira como um todo.
25
PARTE 2
O Crea-RJ e a construção
de um Brasil moderno
27
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
PEDRO PAULO BERNARDES BASTOS
Livro do Mérito, 1958. Rio de Janeiro, 1900
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1924
Heitor da Silva Costa (Rio de Janeiro, 1873-1947). Engenheiro arquiteto e professor
de desenho de arquitetura, foi projetista e construtor de muitos edifícios no
Rio de Janeiro e no interior. Destacou-se, sobretudo, na arquitetura religiosa
pela construção de igrejas e capelas – a ele se deve a conclusão da Catedral de
Petrópolis – e na arte monumental, tendo feito estátuas e monumentos. Entre
eles, as estátuas de Pasteur e d. Pedro II, no Rio de Janeiro, o monumento à Nossa
Senhora de Fátima, em Petrópolis, e os do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro e em
São João del Rey (MG).
Cristo Redentor, 1931. Cartão-postal.
Arquivo particular.
28
Cristo Redentor em construção.
Arquivo Isabel Noronha.
JOSÉ RICARDO NEVES FACRE
Rio de Janeiro, 1963
Engenheiro florestal
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1987
PARTE 2
Com o fim da Primeira Guerra Mundial e sua consequente devastação humana e material, a
crença no futuro da civilização baseada nos padrões da cultura europeia entra em declínio, e a
fé na velha Europa é substituída pela crença no progresso da nova América, então vista como
um mundo jovem e promissor. No rastro dessa descrença com o velho modelo de civilização
e com o entusiasmo provocado pela redescoberta da América e do Brasil, surge o movimento
modernista, propondo uma nova maneira de pensar o Brasil, experimentando novas linguagens,
valorizando a memória nacional a partir de nossas raízes étnicas e culturais.
Nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, aconteceu um dos momentos de maior
efervescência cultural do movimento modernista. A Semana de Arte Moderna, em fevereiro de
1922, foi apenas o estopim da criação artística e intelectual ao longo do século. Ao contrário
de São Paulo, o modernismo no Rio de Janeiro não nasceu de um movimento pioneiro de um
grupo de intelectuais, mas da dinâmica cultural da cidade e suas redes de sociabilidade, tais
como os salões, cafés, clubes, livrarias, escolas, incluindo também as festas populares e as ruas.
Exposição Internacional de 1922. Pavilhões
em construção. Foto Augusto Malta. Arquivo
Fundação Museu da Imagem e do Som.
29
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Hotel Copacabana Palace. Arquiteto Joseph Gire. Rio
de Janeiro, 1923. Cartão-postal. Arquivo particular.
A revista Estética, lançada em 1924, dirigida por Sérgio Buarque de Holanda e Prudente de Moraes,
é considerada um dos porta-vozes do Modernismo no Rio de Janeiro. Publicações humorísticas –
como a D. Quixote (1917-27), dirigida por Bastos Tigre, foram expressões dessas novas ideias.
O início da Primeira Guerra Mundial deu impulso a todos os setores da vida nacional e a
construção civil não deixou de acompanhar o ritmo desse crescimento. Na capital federal era
intenso o movimento nos canteiros de obras, e data dessa época a maior produção de Adolfo
Morales de los Rios Filho, Ângelo Brunhs, Archimedes Memória, Emilio Baumgart, Edison Passos e
outros arquitetos e engenheiros.
O movimento modernista de 1922 compreendeu, no campo das letras e das artes, uma afirmação
da brasilidade. Representou o desejo de fazer de diversas linguagens artísticas uma expressão da
nacionalidade. Heitor Villa-Lobos causa impacto quando incorpora à sua orquestra elementos
musicais das culturas indígena e negra, tais como instrumentos de congada, tambores e uma
folha de zinco vibratória. Identificado com a idéia da utilização da cultura como mecanismo de
integração social, Villa-Lobos realiza intensa campanha pela educação musical, promovendo o
canto orfeônico nas escolas e realizando monumentais apresentações nas quais reunia, durante o
Estado Novo, milhares de alunos e professores em amplos espaços abertos.
30
ATILIO CORRÊA LIMA
Livro do Mérito, 1958. Roma, Itália, 1901
Arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1925
PARTE 2
A Revolução de 30 e a modernização do país
A Revolução de 30 marcou uma importante mudança
no que diz respeito à centralização de poder e ao
intervencionismo econômico, bem como ao papel do
Estado na formação de uma identidade nacional. A nova
estrutura política não seria mais a expressão imediata da
hierarquia social e econômica das oligarquias. O chefe do
executivo, Getúlio Dornelles Vargas, promoveu a abertura
do Estado à participação dos diferentes grupos nele
integrados, não mais como blocos regionais, mas como
participantes de campos específicos de interesse.
A questão da educação esteve no centro das preocupações
dos vencedores de 1930, cujo objetivo era formar uma
elite intelectualmente bem preparada para esse novo
empreendimento. Com esse propósito, foi criado o
Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, em
14 de novembro de 1930, integrado por duas correntes
opostas de intelectuais: a dos reformadores liberais e a dos
pensadores católicos. Coube aos educadores liberais, como
Fernando Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho, o
papel primordial do ensino público gratuito, sem distinção
de sexo, expresso no Manifesto da Escola Nova.
Estação D. Pedro II. Arquiteto Roberto Magno de Carvalho.
Rio de Janeiro, 1943. Cartão-postal. Arquivo particular.
31
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
PAULO FERREIRA SANTOS
Rio de Janeiro, 1904
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1926
Antigo Ministério da Educação e Saúde Pública, hoje Palácio Gustavo Capanema.
Arquitetos Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado
Moreira, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, com consultoria de Le Corbusier e engenheiro
Emílio Baumgart. Rio de Janeiro, 1945. Arquivo particular.
Esse novo modelo de Estado se vinculou paulatinamente à influência das ideias
autoritárias, culminando com a implantação do Estado Novo em 1937. Os apelos
simbólicos e as concessões econômicas às massas trabalhadoras seriam a tônica do
getulismo no primeiro governo Vargas. O favorecimento à burguesia também não
correspondeu a choque aberto com o setor dominante no campo.
O Estado Novo empreendeu uma política de substituir importações pela
produção interna e de estabelecer uma indústria de base, com grande incentivo à
industrialização, associada ao nacionalismo. A Constituição de 1937 reservava aos
brasileiros a exploração das minas e quedas d’água. Determinava que a lei regulasse a
sua nacionalização progressiva, assim como a das indústrias consideradas essenciais
à defesa econômica ou militar. Estabelecia também que só poderiam funcionar no
país bancos e companhias de seguros cujos acionistas fossem brasileiros. Concediase às empresas estrangeiras um prazo, a ser fixado por lei, para que se transformassem
em nacionais. A produção do aço e a exploração do petróleo são particularmente
significantes para se compreender a política de investimentos estatais nas indústrias
de base, tendo, cada uma delas, um tratamento diverso por parte do governo.
Marcas da Era Vargas foram deixadas na paisagem urbana da cidade do
Rio de Janeiro, principalmente nos palácios construídos para abrigar os
ministérios e órgãos públicos da nova administração.
32
PARTE 2
O concreto armado revoluciona
a construção civil
A utilização industrial do concreto armado nos primeiros anos do século
XX revolucionara a construção civil em todo o mundo. O concreto
possibilitava uma plasticidade e uma durabilidade que rapidamente
mudou paradigmas seculares presentes na construção. Sem ele, como seria
possível erguer grandes edifícios industriais e residenciais? Misturando-se
argamassa (baseada em cimento), agregados e armadura de ferro, chegase ao concreto armado, que possibilita inúmeras vantagens, entre elas, a
resistência a efeitos térmicos e à compressão.
O edifício do jornal À Noite, projeto do arquiteto Joseph Gire, com estrutura de concreto
armado do engenheiro civil Emílio Baumgart, além de ser um ícone do uso pioneiro dessa
tecnologia na engenharia nacional, sediou a Rádio Nacional, inaugurada em 1936. A Rádio
Nacional teve uma função exemplar na divulgação da ideologia do Estado Novo, com a
pioneira utilização deste tipo de mídia por Getúlio Vargas, bem como respondeu pela
uniformização de um padrão cultural nacional a partir dos elementos da cultura popular.
Edifício À Noite. Arquiteto Joseph Gire e engenheiro
Emílio Baumgart. Praça Mauá, Rio de Janeiro, RJ, 1930.
Cartão-postal. Arquivo particular.
33
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
GREGORI WARCHAVCHIK
Odessa, Rússia, 1896
Arquiteto
Regio Istituto Superiore di Belle Arti, Roma, 1920
O primeiro edifício construído sobre pilotis
foi projetado pelo arquiteto Stélio Alves de
Souza, no Rio de Janeiro, em 1931.
Em 22 de outubro de 1931, é inaugurada a exposição da primeira
casa modernista do Rio de Janeiro, projetada e construída pelo
arquiteto Gregori Warchavchik, na rua Tonelero, 138, Copacabana.
Edifício Hotel Serrador. Arquiteto Stélio Alves de Souza.
Rio de Janeiro, RJ, 1944. Cartão-postal. Arquivo particular.
34
Primeira casa modernista do Rio de Janeiro.
“Alguma coisa de novo para se ver!”
(O Jornal, Rio de Janeiro, 23 out. 1931)
Compareceram ao curioso acontecimento, o arquiteto Frank
Lloyd Wright, o escultor Celso Antônio, o pintor Cândido
Portinari, o poeta Manuel Bandeira, o arquiteto Lúcio Costa,
os srs. Herbert Moses, Renato Villela, Jorge Machado Moreira e
os membros do Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes,
arquitetos, engenheiros, pintores, escultores e muitas outras
pessoas. (Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 out. 1931).
CELSO FRANCO
Rio de Janeiro, 1950
Engenheiro eletricista
Escola de Engenharia, Universidade Gama Filho, 1975
PARTE 2
As mudanças na capital federal e no interior
do estado do Rio de Janeiro
A partir de 1930, a intervenção do Estado se faz presente na capital federal, por meio de importantes reformas urbanas realizadas
na gestão dos prefeitos Pedro Ernesto e Henrique Dodsworth. O traçado urbano é modificado, ocorre um surto de crescimento e a
ocupação da zona sul da cidade do Rio de Janeiro se torna uma realidade. A construção de grandes edifícios públicos foi uma das marcas
desse período na paisagem urbana, com a sede do Ministério do Trabalho, na avenida Presidente Antonio Carlos, recém-inaugurada.
No interior do estado do Rio de Janeiro, a construção de estradas de rodagens, hidrelétricas, como a de Macabu, a criação da
Companhia Nacional de Álcalis, em Arraial do Cabo, e a da Fábrica Nacional de Motores, em Duque de Caxias, marcam a expansão dos
investimentos públicos no território fluminense. A Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, projetada durante os tempos
de guerra e inaugurada no segundo Governo Vargas (1951/1954) foi um ícone desse período, pois que, uma construção arrojada,
representou a possibilidade de barateamento de vários tipos de aço utilizados na construção civil.
Ministério do Trabalho. Arquiteto
Mário dos Santos Maia.
Rio de Janeiro. Inaugurado em
1938. Arquivo particular.
35
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Volta Redonda,
Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.
A história da implantação da grande indústria siderúrgica é obra do Estado Novo – a criação da
Usina de Volta Redonda e a sua constituição ficaram definidas em julho de 1940, sendo que a
questão do petróleo encontra um desfecho somente no segundo governo Vargas, com a criação
da Petrobras, em outubro de 1953.
Em 9 de abril de 1941, é fundada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que inicia suas
operações em 1 de outubro de 1946, tendo sido privatizada em abril de 1993.
36
HELIO CREDER
Medalha do Mérito, 2001. Livro do Mérito, 2006. Santa Bárbara, MG, 1926
Engenheiro eletricista e militar
Escola Técnica do Exército, 1958
PARTE 2
Engenheiros, arquitetos e agrônomos
na invenção de uma nova ordem nacional
A realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada, tornando-se imperativo
investir na educação. Em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, responsável
pela organização do ensino secundário e criação das primeiras universidades brasileiras, medidas
conhecidas por “Reforma Francisco Campos”, nome do então ministro da Educação de Getúlio
Vargas. Nesse período, Lúcio Costa, como diretor da Escola Nacional de Belas Artes, realiza a iniciativa
pioneira de introduzir o ensino da arquitetura moderna no Brasil, através da contratação do arquiteto
russo, graduado em Milão, Gregori Warchavchik. Em 29 de dezembro de 1929, Lúcio Costa concede
entrevista ao arquiteto Gerson Pompeu Pinheiro, recém-formado e doublé de repórter e caricaturista,
publicada no jornal O Globo, em que declara:
Embora julgue imprescindível uma reforma em toda a Escola,
aliás como é do pensamento do governo, vamos falar um pouco
de arquitetura. Acho que o curso de arquitetura necessita de uma
transformação radical. Não só o curso em si, mas os programas
das respectivas cadeiras e principalmente a orientação geral
do ensino. A atual é absolutamente falha. A divergência entre
a arquitetura e a estrutura, a construção propriamente dita, tem
tomado proporções simplesmente alarmantes. Em todas as
grandes épocas as formas estéticas e estruturais se identificaram.
Nos verdadeiros estilos, arquitetura e construção coincidem
[...] Fazemos cenografia, “estilo”, arqueologia, fazemos casas
espanholas de terceira mão, miniaturas de castelos medievais,
Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais – “Pedregulho”. Arquiteto
Affonso Eduardo Reidy. Rio de Janeiro, RJ, 1958. Arquivo particular.
falsos coloniais, tudo, menos arquitetura.
37
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Presidente Getúlio Vargas visita a obra de construção da garagem subterrânea do Ministério
da Fazenda, na Esplanada do Castelo. Rio de Janeiro, RJ, 1941. Arquivo CPDOC/FGV.
Para a engenharia e a arquitetura nacionais, esses tempos foram marcados por novos postulados, uma nova estética, valorização do
princípio associativo e de militância classista, criação de escolas e entidades, e a luta pela regulamentação profissional. A realização,
em 1930, do IV Congresso Pan-americano de Arquitetos, na cidade do Rio de Janeiro, expressa a efervescência da arte e arquitetura
nacionais iniciada nos anos 1920, em que se destacam a visita do arquiteto modernista Le Corbusier, em 1929, bem como o embate
entre as correntes neocolonial, proposta por José Marianno Carneiro da Cunha Filho, e a modernista, conduzida por Gregori
Warchavchik, com a vitória da segunda sobre a primeira, durante esse Congresso.
O esforço pela modernização industrial, a ampliação de novos cursos de nível superior, com diversificada formação técnica, e a criação
de instituições vinculadas ao Estado, ampliaram consideravelmente o mercado de trabalho dos arquitetos e engenheiros nas áreas
públicas – ministérios e órgãos de assessoramento do governo federal –, como também na esfera privada. No pós-30, os profissionais
do Sistema assumiram uma posição de liderança na modernização da sociedade, pois atrelados ao setor urbano-industrial, o prestígio
e espaço de atuação dos engenheiros era proporcional ao crescimento das indústrias e das cidades brasileiras no século XX.
O desenvolvimento da engenharia, da arquitetura e demais modalidades profissionais, as mudanças nos processos de construção
com os quais se implantavam as novas estruturas metálicas, o concreto armado, além de muitos outros novos processos, exigiam
definido grau de especialização. Àquela época, os profissionais formados ainda sofriam forte concorrência de leigos e profissionais
estrangeiros, formados ou não. Era preciso, portanto, disciplinar o mercado de trabalho e valorizar o profissional brasileiro.
38
GILDA MARIA TEIXEIRA UFLAKER
Rio de Janeiro, 1927
Engenheira eletricista e engenheira civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1951
PARTE 2
A luta pela regulamentação das profissões
A partir de 1930, lideradas pelas mais atuantes entidades de classe, surgiram movimentos
em prol da regulamentação das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor. Em
1932, o ministro do Trabalho recebeu do Sindicato Nacional de Engenharia o “Anteprojeto
de lei regulamentando o exercício da profissão de engenheiro, arquiteto e agrimensor”. O
documento – publicado com poucas modificações no Diário Oficial de 14 de abril desse ano,
resultou da participação de outras entidades de classe, entre as quais o Clube de Engenharia
do Rio de Janeiro e de Pernambuco, o Instituto de Engenharia de São Paulo, a Sociedade
Mineira de Engenheiros, a Associação de Engenheiros Civis da Bahia, o então Instituto Central
dos Arquitetos e o Instituto Mineiro de Arquitetura.
Nos anos subsequentes, os debates sobre a forma da nova lei prosseguiram através de
comissões integradas por renomados profissionais, entre os quais: o diretor geral do
Departamento Nacional do Povoamento do Ministério do Trabalho, Engenheiro Dulphe
Pinheiro Machado; Adolfo Morales de los Rios Filho, do Instituto Central dos Arquitetos;
Augusto Varella Cursino, da Associação dos Construtores Civis; Cezar do Rego Monteiro
Filho, do Sindicato Nacional dos Engenheiros; Domingos José da Silva Cunha, da Sociedade
Brasileira dos Engenheiros; José Cezário Monteiro Lins, do Instituto de Engenharia de São
Como resultado das ações das entidades
profissionais de então: Clube de Engenharia,
Sindicato Central dos Engenheiros, Instituto
Central de Arquitetos, todos sediados no Rio
de Janeiro, capital da República, foi criado,
através do decreto federal nº 23.569 de 11 de
dezembro de 1933, o Sistema Confea/Crea,
regulamentando o exercício das profissões
de engenheiro, arquiteto e agrimensor.
As profissões de geólogo, geógrafo,
meteorologista, tecnólogo e técnico, foram
regulamentadas posteriormente.
Paulo; José Furtado Simas, da Associação Brasileira de Concreto; José Luiz Mendes Diniz, do
Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; e Luiz Simões Lopes, pela classe dos agrônomos, cuja
profissão foi regulamentada em 12 de outubro de 1933, pelo decreto nº 23.196. A partir desse
marco histórico, além dos cursos superiores serem exigidos para o exercício profissional, as
profissões técnicas são também reconhecidas pelo Ministério da Educação e Saúde Pública.
39
STÉLIO ALVES DE SOUZA
Belém, PA, 1905
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Como resultado da conjugação de esforços entre o governo e o espírito associativo das entidades
de classe, em 11 de dezembro de 1933, o decreto nº 23.569 regulamentava o exercício das
profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor e dispunha sobre a fiscalização dos serviços
desenvolvidos por engenheiros, arquitetos e agrimensores, a cargo do Conselho Federal de
Engenharia e Arquitetura (Confea) e dos Conselhos Regionais (Creas), criados por esse mesmo
decreto.
Datas comemorativas dos profissionais do Sistema
Dia do Engenheiro Cartográfico – 6 de maio
Dia do Geógrafo – 29 de maio
Dia do Geólogo – 30 de maio
Dia do Engenheiro Agrimensor – 4 de junho
Dia do Engenheiro Florestal – 12 de julho
Dia do Engenheiro Sanitarista – 13 de julho
Dia do Engenheiro Químico – 20 de setembro
Dia do Técnico Industrial – 23 de setembro
Dia do Engenheiro Agrônomo – 12 de outubro
Dia do Meteorologista – 14 de outubro
Dia do Engenheiro Agrícola – 27 de outubro
Dia do Técnico em Eletrônica e do Técnico Agrícola – 5 de novembro
Dia do Engenheiro Eletricista – 23 de novembro
Dia do Eng. de Segurança e do Técnico de Segurança do Trabalho – 27 de novembro
Dia do Engenheiro, do Arquiteto e do Agrônomo – 11 de dezembro
Dia do Eng. de Pesca, do Eng. Avaliador e do Perito em Engenharia – 14 de dezembro
40
PARTE 2
A representação do Sistema na Assembleia
Nacional Constituinte de 1933
Em 23 de abril de 1934 é realizada a sessão solene de instalação do Conselho Federal de
Engenharia e Arquitetura, com sede na capital federal, cujo presidente seria indicado pelo
presidente da República. Coube ao Confea a organização e disposição dos primeiros Conselhos
Regionais de Engenharia e Arquitetura. Os Conselhos Regionais foram inicialmente divididos
em oito grandes regiões – 1a. Região: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e território do Acre,
sede em Belém; 2a Região: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, sede em Recife;
3a Região: Bahia, Sergipe e Alagoas, sede em Salvador; 4a Região: Minas Gerais e Goiás, sede em
Belo Horizonte; 5a Região: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal, sede no Distrito Federal;
6a Região: São Paulo e Mato Grosso, sede em São Paulo; 7a Região: Paraná, sede em Curitiba;
8a Região: Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sede em Porto Alegre.
A participação dos engenheiros na Assembleia Nacional Constituinte, oficialmente instalada em
15 de novembro de 1933, revela a importância dessa categoria profissional. Como representante
classista dos engenheiros, o presidente do Confea, Pedro Demóstenes Rache, foi eleito deputado
federal e, nessa condição, foi outorgante da Constituição de 1934, passando a Presidência do
Conselho, ao vice-presidente, Adolfo Morales de los Rios Filho, que permaneceu no cargo de
1934 a 1960. Primeiro, como interino, e a partir de 1935, por escolha do presidente Getúlio Vargas,
com mandatos trienais renovados até 1960.
41
42
MAURICIO JOPPERT DA SILVA
Medalha do Mérito, 1961. Rio de Janeiro, 1890
Engenheiro civil e geógrafo
Escola Politécnica, 1915
PARTE 2
Nasce o Crea-RJ sob o signo da modernidade
e do espírito associativo
[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos
integrá-las no ritmo de renovação que ora agita todas as
camadas sociais.
Dulphe Pinheiro Machado.
No mesmo edifício projetado pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios para a Escola Nacional
de Belas Artes, na antiga avenida Central, hoje, Rio Branco, na sala dos professores, seria
instalado o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da 5ª Região, no dia 5
de junho de 1934.
Na ata dessa primeira sessão do Conselho, que compreendia o Distrito Federal e os estados do
Rio de Janeiro e Espírito Santo, podemos destacar a posição dos profissionais, no discurso de seu
presidente, engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado:
Escadaria da antiga Escola Nacional de Belas Artes,
hoje, Museu Nacional de Belas Artes. Avenida Rio
Branco, 199, Rio de Janeiro, RJ. Local da primeira sessão
de instalação do Crea-RJ, em 1934. Foto: Zeca Linhares.
O Conselho Regional, nesta fase inicial de atividades, nesta vertiginosa evolução da
classe do engenheiro e do arquiteto, terá, a meu ver, que esforçar-se bastante e de
agir, dentro da autonomia que lhe é própria, [...] orientado sempre por uma ação de
equilíbrio verdadeiramente organizadora de controle coletivo, terá de revelar o mais
sincero espírito de solidariedade e de coesão.
[...] A lei que vamos fazer cumprir resume a média das aspirações gerais sem
exclusivismos descabidos e sem transigências indefensáveis [...] nova era se abriu
para nossas classes. Vamos integrá-las no ritmo de renovação que ora agita todas
as camadas sociais [...], de modo a deixá-las desafogadas e livres num ambiente de
verdadeira confiança e de inabalável fé no futuro.
[...] O Governo Provisório cercou o Conselho de grande soma de prestígio, facultandolhe prerrogativas de maior valia e proporcionou às profissões de engenheiro e de
arquiteto, elementos novos de incontestável vitalidade.
43
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Nessa ocasião foram eleitos o vice-presidente, o
secretário e o tesoureiro do conselho, tendo tomado
posse os conselheiros: arquitetos Salvador Duque
Estrada Batalha, Affonso Eduardo Reidy e Fernando
Nereu de Sampaio; e os engenheiros Antonio H.
Marcolino Fragoso, Dulcídio de Almeida Pereira,
Jeronymo Monteiro Filho, João Gonçalves Pereira,
Ruy Maurício de Lima e Silva e Maurício J. da Silva. A
diretoria era composta pelo presidente, engenheiro
civil Dulphe Pinheiro Machado, vice-presidente,
engenheiro civil João Gonçalves Pereira Lima,
secretário, arquiteto Fernando Nereu de Sampaio, e
tesoureiro, arquiteto Salvador Duque Estrada Batalha.
Fachada do Museu Nacional de Belas Artes. Foto: Zeca Linhares.
Ata da instalação e eleição da
Diretoria do Crea 5ª Região.
Cedoc/Crea-RJ.
44
WLADIMIR ALVES DE SOUZA
Belém, PA, 1908
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930
PARTE 2
Mulheres entram em cena e fazem a diferença
Desde o movimento sufragista brasileiro do início do século XX, liderado pela bióloga e zoóloga
Berta Lutz, fundadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, ao lado de Carmem Portinho,
Stela Guerra Duval, Maria Amália Bastos, as mulheres brasileiras vêm conquistando o seu direito
à cidadania e colocando-se na vanguarda dos principais movimentos sociais, com destacada
importância nos movimentos em prol da democracia e dos direitos humanos. No campo do saber
tecnológico, o lugar da liderança feminina é também uma realidade em nosso país, personificado
nas figuras emblemáticas da engenheira agrônoma Johanna Döbereiner, a brasileira mais citada pela
comunidade científica mundial, da engenheira civil Carmem Velasco Portinho, primeira mulher a
receber o título de urbanista no Brasil, entre tantas outras que fizeram a história do Sistema ConfeaCrea e da autonomia tecnológica brasileira.
Johanna Döbereiner nasceu em 28 de novembro de 1924, na Tchecoslováquia. Estudou Agronomia
na Universidade de Munique, emigrando para o Brasil em 1951, quando começou a trabalhar no
Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA do Ministério da Agricultura, localizado em
Seropédica. Tornou-se cidadã brasileira em 1956, e completou sua pós-graduação na Universidade
de Wisconsin, em 1963. Em 1979, Johanna Döbereiner tornou-se Cidadã Honorária do Rio de Janeiro,
e em 1997 foi indicada para o Prêmio Nobel de Química, entre outros prêmios e distinções. Além
da sua enorme contribuição científica, sua liderança e entusiasmo têm sido muito importantes,
não somente para o Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, que é um produto direto da
sua liderança, mas também para todos os cientistas que ela treinou, muitos dos quais também
alcançaram posições de destaque na comunidade científica.
45
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
AFFONSO EDUARDO REIDY
Paris, França, 1909
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930
As pioneiras do Crea-RJ
A história da conquista do direito da mulher brasileira à cidadania é um
capítulo importante da trajetória do Crea-RJ, e vice-versa. No mesmo
período da criação do Conselho fluminense, as mulheres conquistam o
direito ao voto, participando, pela primeira vez, das eleições em 1934. Data
desse mesmo ano, o ingresso das primeiras mulheres no Crea-RJ, cujo
registro pioneiro cabe à engenheira civil Elza Osborne, então Elza Martins
Gomes de Pinho.
Engenheira civil ELZA PINHO OSBORNE
Escola Politécnica, 26.06.1934
Registro em 21.09.1934
Arquiteta RUTH FIGUEIREDO R. DA LUZ
Escola Nacional de Belas Artes, 08.01.1934
Registro em 16.11.1934
Engenheira civil CARMEN VELASCO PORTINHO
Escola Politécnica, 30.04.1926
Registro em 06.12.1934
Arquiteta DULCE VIANNA DE ANDRADE
Escola Nacional de Belas Artes, 31.12.1932.
Registro em 19.2.1935
Arquiteta DEA TORRES DE PARANHOS
Escola Nacional de Belas Artes, 22.12.1934.
Registro em 10.6.1935
Engenheira civil GALBA DE BOSCOLI
Escola Politécnica, 03.08.1934
Registro em 25.6.1935
Arquiteta HELENA MAYERHOFER
Escola Nacional de Belas Artes, 06.12.1934
Registro em 01.10.1940
Arquiteta DANUZIA PINHEIRO RIBEIRO
Escola Nacional de Belas Artes, 15.03.1929
Registro em 28.12.1946
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FRANCISCO DE PAULA LOPES BOLONHA
Belém, PA, 1923
Arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1945
PARTE 2
Lona Cultural Elza Osborne, Campo Grande,
Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.
Elza Osborne foi a primeira mulher engenheira a administrar
quadros do funcionalismo da Prefeitura do Distrito Federal. Foi
a responsável por diversas obras na zona oeste, então zona
rural, como a construção do viaduto Engenheiro Alim Pedro,
Teatro de Arena, Teatro Arthur Azevedo, o anfiteatro da Praça
Filomena, entre outras. No teatro, escreveu inúmeras peças,
entre elas Zé do Pato, que deu ao Teatro Rural do Estudante 11
prêmios em disputa no I Festival Nacional de Teatro.
O Crea-RJ foi também pioneiro na manifestação formal
da questão de gênero no Sistema Confea/Crea, por
meio da assinatura do Programa Pró-Equidade, firmado
com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres,
em 12 de novembro de 2009.
47
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
MARCELLO ROBERTO
Rio de Janeiro, 1908
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930
Carmen Velasco Portinho nasceu em 1903, em Corumbá, Mato Grosso. Ingressou no curso de
Engenharia da Escola Politécnica da Universidade do Brasil, pelo qual concluiu a graduação em
1925, sendo a terceira mulher a se formar em engenharia no país. Começou a vida profissional na
Diretoria de Obras e Viação da prefeitura do Rio de Janeiro, e ao longo da vida foi uma das mais
notáveis defensoras dos direitos das mulheres no país, fundando em 1929 a União Universitária
Feminina, e em 1937, a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas. Em 1936, concebeu o
anteprojeto para a construção de Brasília e foi a primeira mulher a receber o título de urbanista no
Brasil, pela extinta Universidade do Distrito Federal, com diploma assinado por Mário de Andrade.
Durante a década de 1940 chefiou o Departamento de Habitação Popular. Posteriormente, dirigiu
o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Escola Superior de Desenho Industrial, de 1967 a
1988. Carmen Portinho faleceu em 2001, aos 98 anos.
48
LÚCIO COSTA
Livro do Mérito, 1998. Marselha, França, 1902.
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1931.
PARTE 2
A força crescente das mulheres no Crea-RJ
A inserção das mulheres no Conselho desde 1934 vem seguindo uma trajetória ascendente, com lugares
cada vez maiores ocupados pelas mulheres técnicas e profissionais da engenharia, arquitetura, agronomia,
geologia, meteorologia e geografia no mercado de trabalho. O reconhecimento da mulher profissional, e o
seu papel decisivo na soberania tecnológica brasileira, bem como na construção de uma sociedade melhor,
é hoje um marco da atuação do Crea-RJ, através do seu GT Mulher. Criado em 1986, esse Grupo de Trabalho
tem como principais objetivos promover a consciência participativa das mulheres do sistema Confea/Crea
pelo seu reconhecimento como agentes comprometidas com os interesses sociais e humanos, incentivar a
sua participação em todas as esferas do Conselho, assim como garantir formação qualificada e continuada
no exercício profissional. O Fórum da Mulher, promovido por esse grupo de trabalho, é um exemplo do
grande potencial da participação feminina nos destinos do Crea-RJ no século XXI.
Clara Steinberg: abrindo caminho para novas gerações
Clara Perelberg Steinberg nasceu em 15 de Janeiro de 1924. Ingressou na Escola
Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, na qual concluiu os cursos
de Engenharia Civil e Engenharia Industrial (modalidade Química) em 1946 e
Engenharia Econômica em 1963. Desenvolveu muitos projetos nas empresas
do Grupo Servenco, do ramo da construção civil, e participou ativamente de
diversas associações profissionais e culturais, entre elas a Associação Brasileira
para o Desenvolvimento da Mulher, da qual foi fundadora em 1984, Academia
Nacional de Engenharia, Clube de Engenharia do Rio de Janeiro. Em 1997, criou
o Instituto Rogerio Steinberg para dar apoio especializado às crianças carentes e
desenvolver talentos. Vem recebendo distinções ao longo de sua vida, entre elas
a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, concedida em 1995, o prêmio Ao Eminente
Engenheiro do Ano, em dezembro 1999, pelo Clube de Engenharia, e a Medalha
do Mérito Profissional, homenagem do Crea-RJ, em 2002.
49
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Tempos de guerra e tempos de paz
Após o fim da Segunda Guerra, o Brasil passaria por mudanças significativas em
sua estrutura produtiva. Houve uma maior diversificação da atividade industrial,
que sofreu um impulso ao longo do conflito mundial devido à necessidade
de substituição das importações. Ao mesmo tempo em que a indústria se
fortalecia, o Estado passava a assumir um papel fundamental, implementando
políticas de desenvolvimento econômico. Esse processo, iniciado no governo
Vargas (1951-1954) e acelerado no governo JK, correspondeu ao surgimento
de novos segmentos intelectuais com perfil diferente daqueles de formação
essencialmente humanística. Surgiam novos grupos de influência constituídos
por profissionais com conhecimentos tecnocientíficos, muitos deles engajados
na formulação de políticas de desenvolvimento. Paralelamente, intensificavase o processo de formação de uma sociedade que reclamava não só bens de
consumo, mas também bens culturais.
Os anos compreendidos entre o fim do Estado Novo (1945) e o segundo
governo Vargas (1951) representaram um interregno para as tendências
estatizantes até então vigentes no campo da política econômica, em nome da
euforia “democratizante” que se opunha a todos os vestígios de autoritarismo.
Nesse momento, rearticulam-se as forças conservadoras partidárias do
arrefecimento da industrialização pesada e da reintegração do país ao “livre
comércio” internacional. Porém, o retorno de Vargas ao poder pelo voto
popular, em 1951, correspondeu à tentativa de implantação de um projeto
nacional popular de desenvolvimento econômico.
50
FIRMINO SALDANHA
Santana do Livramento, RS, 1906
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1931
HELOISA FRAENKEL
Livro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1923
Engenheira civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1948
Chegada dos primeiros aviões a jato ao Brasil. Campo
de aviação de Santa Cruz, 1953. Arquivo CPDOC/FGV.
PARTE 2
51
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Indústria têxtil. Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/ data.
52
PARTE 2
Refinaria da Petrobras, Duque de Caxias,
Rio de Janeiro, 1977. Arquivo Crea-RJ.
No segundo Governo Vargas (1951-1954), a industrialização acelerada como condição de
progresso social era a meta. Com essa finalidade, o Estado armou-se de novas instituições e
instrumentos capazes de viabilizá-la, calcado em quatro elementos básicos: 1) elaboração de
um plano de desenvolvimento, integrando agricultura, indústria pesada e a emergência das
massas; 2) afirmação da empresa pública como fator de dinamização do desenvolvimento;
3) fundação de um banco de investimento, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDE), constituído como agente do Tesouro para as operações financeiras de longo prazo;
4) articulação entre empresários e Estado, não mais nos moldes corporativistas.
53
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Plataforma de Macaé, Rio de Janeiro.
Arquivo Crea-RJ, s/ data.
O petróleo é nosso!
Em dezembro de 1951, Getúlio Vargas concebeu um projeto para estabelecer o monopólio estatal
do petróleo, gerando a campanha nacional “O petróleo é nosso”, da qual participaram diversos
setores da sociedade – militares, intelectuais, estudantes universitários, imprensa, Congresso
Nacional e sindicatos, resultando na criação da Petrobrás em outubro de 1953, empresa brasileira
de exploração e refino de petróleo.
Plataforma na baía de Guanabara,
Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.
54
FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES
Rio de Janeiro, 1906
Engenheiro geógrafo e civil. Licenciado em Geografia e História
Escola Politécnica, Univ. do Brasil, 1928. Faculdade Nacional de Filosofia, Univ. do Brasil, 1940
PARTE 2
Na comemoração do Primeiro de Maio de 1951, Vargas proferiu um discurso em
que explicitava sua intenção de se apoiar nos trabalhadores para realizar uma
política nacionalista, que priorizasse a industrialização do país. Tal associação entre
o trabalhismo e o nacionalismo econômico foi expressa na campanha “O Petróleo é
Nosso” e na criação da Petrobras.
55
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
56
JORGE MACHADO MOREIRA
Paris, França, 1904
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1932
O presidente Juscelino Kubitschek na
capa da revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 7
de maio de 1960. Arquivo particular.
PARTE 2
Um novo Crea-RJ nos Anos JK
Os Anos JK (1956-1960) foram de estabilidade política e de otimismo, marcados por altos índices de
crescimento econômico e pelo sonho realizado da construção de Brasília. Os “cinquenta anos em
cinco” da propaganda oficial repercutiram em amplas camadas da população. Foi sob a égide do
Plano de Metas, lançado na segunda metade dos anos 1950, que o país ingressou em sua fase de
economia industrial avançada, concretizando-se uma estrutura monopolista específica que articulou,
de modo peculiar, a empresa multinacional, a empresa privada nacional e a empresa pública.
O governo JK promoveu uma ampla atividade do Estado tanto no setor de infraestrutura
como no incentivo direto à industrialização, mas assumiu também abertamente a
necessidade de atrair capitais estrangeiros, concedendo-lhes inclusive grandes facilidades.
A expressão nacional-desenvolvimentismo, em vez de nacionalismo, sintetizava uma política
econômica que tratava de conciliar o Estado, a empresa privada nacional e o capital estrangeiro
para promover o desenvolvimento, com ênfase na industrialização. Uma industrialização calcada
na produção de bens de consumo duráveis, em que a instalação da indústria automobilística foi
a marca indelével desse projeto desenvolvimentista.
Os anos 1950 foram particularmente favoráveis ao florescimento das artes e da literatura,
principalmente para as classes médias urbanas que viviam o boom de desenvolvimento industrial
e de otimismo pós-guerra, iniciado no segundo governo Vargas, e acelerado no governo JK,
no período de 1956 à 1960. Esse processo correspondeu ao surgimento de novos segmentos
intelectuais, com perfil diferente daqueles de formação essencialmente humanística, com
novos grupos de influência constituídos por profissionais com conhecimentos tecnocientíficos,
muitos deles engajados na formulação de políticas de desenvolvimento. A produção cultural
caracterizou-se pela valorização do popular como o fundamento mais genuíno da nacionalidade
brasileira, sintonizado com o espírito nacionalista que crescia na época e com a crença nas
possibilidades de desenvolvimento e transformação do país.
57
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Criação da indústria automobilística nacional nos
Anos JK. Linha de montagem de automóveis, 1960.
Arquivo Nacional.
Como nos primeiros anos republicanos, quando a cidade do Rio de Janeiro fora remodelada para
sediar uma capital federal que se pretendia “europeia”, Brasília pode ser considerada a cidadesíntese do período áureo do nacional-desenvolvimentismo e da estética modernista. No governo
de Juscelino Kubitschek, o automóvel tornou-se um dos ícones do seu projeto desenvolvimentista,
sinônimo de sucesso e de um estilo de vida que correspondia à inserção definitiva das capitais
brasileiras nos moldes das sociedades urbano-industriais. Emblemático do modelo sociocultural
dos anos JK, o automóvel passou a exercer um verdadeiro fascínio, alimentando no imaginário
coletivo da sociedade brasileira expectativas de crescimento pessoal e de realização.
Com o aceleramento do nacional-desenvolvimentismo dos Anos JK, aumentava a demanda
por engenheiros especializados em diversos e novos setores, acarretando ao Sistema
Confea-Crea inúmeras deliberações voltadas para a fiscalização do exercício profissional.
58
HENRIQUE EPHIM MINDLIN
São Paulo, SP, 1911
Engenheiro arquiteto
Escola de Engenharia Mackenzie, 1932
PARTE 2
Belacap versus Novacap: Brasília e Guanabara
como ícones da modernidade nacional
A transferência da capital para Brasília ocorreu em 21 de abril de 1960, data em que também foi
criado o estado da Guanabara, em substituição ao antigo Distrito Federal. Porém, desde o início do
governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, essa foi a principal meta do seu governo, expressa na
realização do concurso nacional para a escolha do plano piloto da capital e a criação da Companhia
Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Metáfora das disputas partidárias entre Carlos Lacerda e
JK, Brasília, chamada Novacap, era acusada pelos udenistas como responsável por todas as mazelas
nacionais, o que era rebatido pelos petebistas, que colocavam a antiga capital, apelidada Velhacap,
como a vilã de todos os vícios de um Brasil arcaico que exigia mudanças. Contagiada por essa falsa
dualidade, a intelligentzia carioca, defensora da força do Rio de Janeiro como base formadora da
cultura nacional, investiu como nunca na imagem da “cidade maravilhosa cheia de encantos mil”,
para além das inúmeras mazelas que assolavam o Rio de Janeiro na época.
Tanto em oposição à Novacap, como também ao desprestigioso título de Velhacap, nasceu a Belacap,
versão idealizada de cidade cordial e amorosa construída nas areias de Copacabana, em oposição à
terra vermelha do Planalto Central. Espelhada na decantada beleza natural da cidade, musa eterna do
poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade:
59
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
60
Minha cidade do Rio,
meu castelo de água e sol,
a dois meses de mudança
dos dirigentes de prol;
minha terra de nascença
terceira, pois foi aqui,
em êxtase, alumbramento,
que o mar e seus mundos vi;
...................................
cidade que tantos bens
deste a todos, e tão pouco,
em gratidão e carinho,
agora te dão em troco;
...................................
Rio antigo, Rio eterno,
Rio-oceano, Rio amigo
O governo vai-se? Vá-se!
Tu ficarás e eu contigo.
(Carlos Drummond de Andrade.
“Canção do fico”, 21-2-1960)
Parque do Flamengo. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy.
Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ALVARO VITAL BRAZIL
S. Paulo, SP, 1909
Eng. arquiteto - Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934
Engenheiro - Escola Politécnica da Universidade Técnica Federal, 1934
Em meio à grande polarização da Guerra Fria, os
últimos anos do governo de JK foram marcados
por grande agitação política e social, por forte
mobilização das camadas populares no campo
e nas cidades, crescimento das atividades
sindicais, movimento estudantil e agitação da
baixa oficialidade no interior das Forças Armadas.
Correspondeu também ao esgotamento do
modelo nacional-desenvolvimentista e ao
abandono final do plano de estabilização, com
Juscelino declarando rompimento do Brasil
com o Fundo Monetário Internacional.
O fato é que antiga capital, repaginada como a cidade-estado da Guanabara,
foi objeto de profundas intervenções urbanas e melhoramentos, entre os anos
de 1960 e 1965, com a construção de túneis, aterros, escolas, estações de água
e esgoto e o Parque do Flamengo, inaugurado em 12 de outubro de 1965, com
1.200 km2, à beira-mar. Obra emblemática do moderno paisagismo brasileiro, com
projeto do arquiteto Affonso Eduardo Reidy e jardins de Roberto Burle Marx, atribuise a Carlota de Macedo Soares (Lota) a ideia de ter levado ao governador Carlos
Lacerda a proposta da criação desse grande parque, junto às pistas de rolamento
da ligação centro-sul.
62
ALCIDES DA ROCHA MIRANDA
Rio de Janeiro, 1909
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1932
PARTE 2
Técnica e ciência a serviço
da sociedade
Na virada para o século XX, a vida nas cidades fluminenses, especialmente
nas capitais, foi vertiginosamente alterada por novas tecnologias. O
advento da luz elétrica, o bonde elétrico, o fogão a gás canalizado, o
telefone, entre tantas outras inovações, alteraram profundamente o dia a
dia das pessoas. O aceleramento da urbanização e da industrialização, na
segunda metade do século passado, fez crescer a demanda por serviços
de infraestrutura, levando a criação de empresas públicas para esse fim,
entre as quais a superintendência de Urbanização e Saneamento (Sursan),
inaugurada em 1957. No ano de 1961, em decorrência do caos da falta
d’água na cidade do Rio de Janeiro, a administração pública recorreu a
vultosos empréstimos externos para a construção de novos reservatórios,
e criou a Companhia Estadual de Águas da Guanabara (Cedag). Com
a fusão ao estado do Rio de Janeiro, em 1975, ocorreu a integração
das empresas de saneamento dos dois lados da baía, dando origem à
Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae).
O Instituto de Geotécnica do Rio de Janeiro (Geo-Rio), criado em 1966 pelo
então governador do estado da Guanabara, Francisco Negrão de Lima, é
também um exemplo da ação positiva da engenharia pública na resolução
dos graves problemas urbanos, como os provocados pelos temporais de
1966 e 1967. As maiores enchentes e deslizamentos de terras e pedras
aconteceram em 11 de janeiro de 1966 e 23 de janeiro de 1967, causando
mais de 1.900 óbitos nos dois eventos, atingindo principalmente a cidade do
Rio de Janeiro, então estado da Guanabara, e municípios vizinhos da Baixada
Fluminense e da Serra das Araras e Serra dos Órgãos, na área metropolitana.
Obras da Geo-Rio. Lagoa Rodrigo de Freitas,
Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.
63
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
A falta de água na cidade do Rio de Janeiro
na década de 1960. Arquivo Crea-RJ.
PARTE 2
A Adutora do Rio Guandu foi uma das maiores
e mais importantes obras de engenharia de
sua época. Inaugurada em 16 de dezembro
de 1965, com um reservatório de 73 metros
de profundidade cravado na rocha, esta obra
resolveu a crônica falta d’água na cidade do
Rio de Janeiro, tendo com meta abastecer a
população carioca até o ano 2000.
Obras de ampliação da Adutora do
Rio Guandu, 1975. Arquivo Crea-RJ.
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ERNANI MENDES DE VASCONCELLOS
Livro do Mérito, 2005. Rio de Janeiro, 1912
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934
Desabamento de pedras de 20
toneladas durante enchente em
1966. Realengo, Rio de Janeiro, RJ.
Agência JB.
Os movimentos de terra se devem a razões topográficas e geológicas, mas o principal agente de
sua ocorrência é a ação da água, fazendo com que a maioria dos acidentes ocorra em períodos
de chuvas. Na ocasião, não havia órgãos municipais com estrutura e corpo de profissionais,
principalmente engenheiros e geólogos, para solução de problemas dessa natureza, bem como
não havia recursos orçamentários disponíveis.
A gravidade da situação traumatizou a população, resultando na implantação de uma nova política
de enfrentamento de problemas dessa natureza. Foram então tomadas medidas estruturais, com
realização de obras emergenciais, utilizando-se as técnicas tradicionais com base nos conceitos
vigentes e medidas não estruturais, através da criação do Instituto de Geotécnica, com vistas a
disciplinar, coordenar e fiscalizar a realização de obras em encostas, exercer maior controle sobre
exploração de pedreiras, saibreiras e areais, e elaborar um mapeamento de áreas de risco, entre
outras ações não menos importantes.
66
PARTE 2
O Crea-RJ em ritmo de
“Brasil Grande”
As diferenças políticas entre o regime representativo, vigente
entre 1945 e 1964, e o regime militar são claras. Com o golpe
militar, o Congresso Nacional deixa de ser uma instância decisória
importante, cabendo à alta cúpula do Exército, aos órgãos
de informação e repressão e à burocracia técnica estatal, a
responsabilidade sobre os destinos da nação. O regime, que após o
AI-5 conheceu sua feição mais dura, implantou a censura e reprimiu
duramente os movimentos sociais. Os sindicatos, porém, apesar da
forte repressão, não foram materialmente destroçados. O imposto
sindical permaneceu em vigor, garantindo a sobrevivência, e, com
o passar do tempo, a expansão dos organismos sindicais.
No campo da política econômica, permanências e rupturas
ocorreram em relação aos padrões anteriores de desenvolvimento.
Permaneceu o princípio da forte presença do Estado na atividade
econômica e na regulação da economia, representados pelos
todo-poderosos ministros da economia de então, formuladores
do chamado “milagre brasileiro”. O período compreendido
entre os anos de 1969 e 1973 foi caracterizado por altas taxas
de crescimento econômico e baixa inflação. Reconhecendo as
profundas desigualdades socioeconômicas do país, mas com uma
política de concentração de renda, a justificativa era “fazer crescer
o bolo para depois distribuir”.
Carlos Alberto Torres com a Taça Jules Rimet,
em Guadalajara, México, 1970.
67
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
68
MILTON ROBERTO
Petrópolis, RJ, 1914
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934
PARTE 2
Ponte Rio–Niterói: mérito da engenharia nacional
Desde o final do século XIX se desejava uma ligação entre a antiga província fluminense e a
capital federal. Antes da ponte, para se chegar a Niterói era preciso contornar a baía de Guanabara
até Magé, num percurso de mais de 100 km, tomar as barcas ou as balsas de carro. Em 1963, foi
instalado um grupo de trabalho para realizar esse sonho antigo da engenharia nacional que, entre
outras opções, decidiu-se pela construção da ponte. Com investimentos vultosos, as obras da
ponte começaram em janeiro de 1967 e ela foi inaugurada em 4 de março de 1974, cinco anos e
três meses depois. Projetada pelo escritório do engenheiro Antonio Alves Noronha e por Howard
Needles Tammen and Bergendoff International, Inc. (New York), foi construída pelo consórcio
formado pelas empresas Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Rabello S.A. e Sociedade de Engenharia
e Comércio, representando o mais extenso conjunto estrutural do mundo em obras desse tipo.
Tem 13.290 m de extensão, 8.836 m sobre a baía de Guanabara, 26,60 m de largura, com seis faixas
de rolamento e dois acostamentos de 1,80 m e altura de 72 m acima do mar.
Primeiros veículos atravessando a Ponte Rio–Niterói,
Rio de Janeiro, 1974. Agência JB.
Montagem do vão central da Ponte Rio–Niterói,
Rio de Janeiro. Agência JB.
69
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ARY GARCIA ROZA
Itapemirim, ES, 1911
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil. 1937
Em defesa do profissional brasileiro
e da soberania da nação, o Crea-RJ
participou ativamente da seleção dos
projetos e acompanhou, com rigor,
a construção da ponte Rio–Niterói
e da Usina Nuclear de Angra dos
Reis, fiscalizando e obrigando os
técnicos estrangeiros a transferir os
conhecimentos tecnológicos para os
profissionais brasileiros (Depoimento
Carlos Prestes. Memórias & História
do Crea-RJ. 19/09/2009).
Esse traço intervencionista não foi sempre igual, variando com os governos, sendo, por exemplo, mais típico no governo Geisel
do que no governo Castelo Branco. O II Plano Nacional de Desenvolvimento do governo Geisel buscava completar o processo de
substituição de importações iniciados há décadas, mudando o seu conteúdo. Já não se tratava agora de substituir a importação
de bens de consumo, mas de avançar no caminho da autonomia da indústria de bens de capital.
O modelo que se esboçara no período Juscelino tomou ampla dimensão. Os empréstimos externos e o estímulo ao ingresso do
capital estrangeiro tornaram-se elementos essenciais para financiar e promover o desenvolvimento econômico. Esse modelo
– chamado de desenvolvimento associado – privilegiou as grandes empresas, certamente as multinacionais, mas também as
nacionais, tanto públicas quanto privadas. Desse modo, o regime rompeu claramente com a prática do governo de João Goulart
(1961-1964), que incluía a tentativa de promover o desenvolvimento autônomo, a partir da burguesia nacional.
Apesar da crise internacional do petróleo, o governo Geisel continuou a apostar na vocação do Brasil para o crescimento, na tese
do “Brasil Grande”. Porém, esse modelo viria a se esgotar inexoravelmente a partir de 1980, com aumento galopante da inflação
e da dívida externa, mergulhando o país numa das mais profundas recessões da sua história.
70
PARTE 2
O avanço das telecomunicações
e da propaganda governamental
A ditadura militar não se limitou à repressão e à censura. O regime
se dedicou também a conquistar a adesão de uma parcela da
população, que vivia a esperança do crescimento econômico do
período Médici. Nessa empreitada, o governo contou com o grande
avanço das telecomunicações no país, utilizando-a como veículo
de divulgação de mensagens políticas e persuasão ideológica. A
propaganda governamental passou a ter um canal de expressão
como nunca existira na história do país. O Brasil do “Ame-o ou
deixe-o” era divulgado em cadeia nacional em defesa do banimento
político dos adversários do governo, tomados como inimigos da
nação. Outro momento áureo do marketing político da ditadura
militar compreendia a criação de slogans de cunho ufanista, como
“Ninguém segura esse país” e da marchinha “Pra frente Brasil”, que
embalou a vitória da Copa do Mundo de 1970.
Antena parabólica Embratel. Itaboraí,
Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.
71
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Usina Termelétrica de Macaé,
Rio de Janeiro, 2001. Agência JB.
72
Subestação de energia elétrica. Rio de
Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.
ALDARY HENRIQUES TOLEDO
Rio de Janeiro, 1915
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1939
PARTE 2
A Guanabara desaparece do mapa do Brasil
A cidade-estado da Guanabara foi extinta em 1974, quando
o Congresso Nacional aprovou a lei complementar nº 20,
de 1 de julho desse ano, que determinava a sua fusão
com o estado do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março
de 1975. Assim, a Guanabara daria lugar ao município do
Rio de Janeiro, capital do novo estado do Rio de Janeiro,
desaparecendo do mapa do Brasil, como também da mídia,
do debate parlamentar, dos currículos escolares, e pouco a
pouco da memória dos cariocas e fluminenses, deixando
para trás uma rara experiência de autonomia políticoadministrativa da cidade do Rio de Janeiro e um período de
grandes intervenções urbanas e projetos culturais.
Centro Administrativo São Sebastião. Sede da Prefeitura da
Cidade do Rio de Janeiro. Arquiteto Marcos Konder Netto.
Rio de Janeiro, RJ, 1973. Foto: Antônio Agenor Barbosa.
73
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
74
ORLANDO VALVERDE
Medalha do Mérito, 2003. Rio de Janeiro, 1917
Licenciado em Geografia e História
Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1940
PARTE 2
A criação do Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
do Estado do Rio de Janeiro
Com a fusão da cidade-estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, ficam
extintas a 5ª e a 13ª regiões. Em 16 de dezembro de 1977, através da resolução nº 251,
do Confea, foi estabelecido, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro e com
jurisdição sobre todo o estado, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ).
Antiga sede do Crea-RJ.
Avenida Rio Branco, 133.
Rio de Janeiro, RJ.
Foto: Zeca Linhares.
Sede do antigo Crea 13ª Região,
atual Inspetoria de Niterói.
Avenida Roberto Silveira, 245, Icaraí,
Niterói, RJ. Foto: Zeca Linhares.
75
PARTE 3
Crea-RJ: uma instituição cidadã
77
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
78
DONATO MELLO JÚNIOR
Alfenas, MG, 1915
Engenheiro arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1941
PARTE 3
Democracia, sinônimo de desenvolvimento
Seguindo a tendência mundial, a acelerada industrialização e a urbanização da primeira metade
do século XX avançaram sobre o mundo rural, invertendo a secular predominância do campo
sobre a cidade. A economia, conduzida por um Estado forte com funções cada vez mais
ampliadas e sustentada pelo aumento do consumo de massa cresceu a taxas elevadas. Sob a
bandeira do nacionalismo, os diferentes governos, democráticos ou autoritários, perseguiram
o desenvolvimento, até chegar a um resultado paradoxal: oitava economia do mundo, o
Brasil tornou-se campeão da concentração de renda. A partir de 1980, o modelo político e
econômico vigente se esgotou. As taxas de crescimento, bem como o tamanho e o poder do
Estado diminuíram, a abertura econômica ao capital estrangeiro se acentuou, e uma certeza se
consolidou: a de que a democracia é a única via capaz de levar ao desenvolvimento.
Ao longo dos seus 75 anos, o Crea-RJ, como órgão fiscalizador do exercício
profissional, vem contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população,
atuando sensivelmente em prol da inclusão social, da capacitação para o mercado
de trabalho e da redução da degradação do meio ambiente. Está ao lado dos
profissionais do Sistema e de toda a sociedade na invenção de novos tempos.
Cidadão brasileiro exercendo seu direito ao voto.
Arquivo Crea-RJ, s/data.
79
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
80
MAURÍCIO ROBERTO
Livro do Mérito, 1964. Rio de Janeiro, 1921
Arquiteto
Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1944
PARTE 3
Democracia e movimentos sociais
Aqueles de nós, que estivemos nas escolas de engenharia
nos anos 50, 60 e 70, não fizemos nossa opção profissional
apenas por um gosto da matemática ou um desejo de
construir obras físicas; por trás da opção de muitos de
nós, da maior parte, certamente estava um novo espírito
com um Brasil diferente. Nossa vocação profissional
tinha quase sempre uma elevada dose de vontade social.
Engenheiro, educador e senador Cristovam Buarque.
O Rio de Janeiro, como “laboratório da nação” brasileira foi palco de grandes mobilizações e
movimentos sociais que marcaram a história brasileira no século XX. Mulheres, operários, jovens,
estudantes, sindicatos e escolas abriram caminho para novos costumes, novas formas de
comportamento, uma nova ética e importantes conquistas sociais e políticas. O marinheiro negro
João Cândido desafiou os laços de opressão, abrindo um século de consciência e de mobilização
pelos direitos de cidadania no Brasil. Os operários fizeram a primeira greve geral em 1917. Os
jovens conquistaram um lugar de vanguarda, atuando em movimentos que mudaram o século,
alguns a favor da guerra contra o nazifascismo e muitos em defesa da paz. A participação dos
jovens estudantes, e professores, das faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia das
instituições de ensino superior da cidade e do estado do Rio de Janeiro, bem como das entidades
de classe ligadas ao Sistema, como o Clube de Engenharia, o Instituto de Arquitetos do Brasil,
entre tantas outras, foi decisiva nos movimentos pela soberania e redemocratização do país.
Movimento pela anistia ampla, geral e irrestrita.
Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, 1979. Agência JB.
81
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Movimento pela anistia e Diretas Já
O movimento pela anistia surgiu em meados dos anos
de 1970, teve abrangência nacional e reivindicava a
liberdade dos presos e perseguidos políticos, o retorno
ao país dos exilados, a recuperação dos direitos políticos
e a restauração das liberdades democráticas. No início da
década de 1980, os presos políticos foram libertados e os
exilados tiveram permissão para retornar ao país. Em 1981,
A revista Módulo, editada por Oscar Niemeyer,
circulou de 1955 a 1965, quando foi proibida
pela censura militar. Voltou a circular em 1975,
até 1989, e nessa edição, de 1978, apoia o
movimento pela Anistia, nos primeiros anos da
abertura política. Revista Módulo, Rio de Janeiro,
Editora Avenir, 1978.
as primeiras manifestações em favor da redemocratização
surgiram dentro dos movimentos sindicais, sociais e
partidários. Em 1984, o presidente seria eleito novamente
pelo colégio eleitoral, em um contexto no qual o regime
militar completaria 20 anos e a sociedade civil, insatisfeita,
mobilizou-se para reivindicar as eleições diretas. O
deputado federal e engenheiro Dante de Oliveira, autor da
emenda constitucional pelas Diretas Já, batizada com seu
nome, estimulou a organização de diversas manifestações
em todo o país, que tornaram essa emenda pública. No Rio
de Janeiro, em 10 de abril de 1984, cerca de 1 milhão de
pessoas mobilizaram-se no centro da cidade, e menos de
uma semana depois cerca de 1,7 milhão manifestaram-se
em São Paulo. Apesar de toda a mobilização da sociedade,
a emenda não foi aprovada por 2/3 dos parlamentares do
Congresso Nacional, adiando o sonho do voto direto para as
eleições presidenciais de 1989.
82
Comício pelas Diretas Já. Avenida Presidente Vargas,
Rio de Janeiro, RJ, 1984. Agência JB.
PARTE 3
83
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
O teatro do engenheiro químico e dramaturgo Augusto Boal (1931-2009) em manifestação
de rua pelo impeachment do Collor. Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, RJ, 1992. Agência JB.
84
SERGIO WLADIMIR BERNARDES
Rio de Janeiro, 1919
Arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949
PARTE 3
Diretas Já no Crea-RJ
Nos anos de 1980, os ventos da democracia começaram a soprar no Crea-RJ, com a adoção de
O engenheiro agrônomo Arciley
Alves Pinheiro foi eleito nesses dois
momentos-chave da experiência
democrática no Crea-RJ: para os
mandatos de 1985 a 1987 e 1994
a 1996.
uma série de medidas e inovações que asseguraram maior participação dos conselheiros e dos
profissionais do Sistema no processo eleitoral. Como resultado da mobilização dos profissionais
da engenharia, arquitetura e agronomia, bem como da sociedade em geral, o plenário do CreaRJ teve um papel preponderante na ratificação da primeira consulta prévia aos profissionais do
Conselho na eleição do seu presidente, pela via indireta, em 1985. No ano de 1991, a lei nº 8.195
garantiu a escolha dos presidentes do Sistema Confea/Crea pelo voto direto, concluindo esse
ciclo de conquista democrática, do qual o Crea-RJ foi pioneiro.
85
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ACÁCIO GIL BORSOI
Medalha do Mérito, 1998. Rio de Janeiro, 1924
Arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949
Sob o comando do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães (PMDB/SP), a
“Constituição Cidadã”, como ele a chamou, foi promulgada em 1988. Na ocasião, Ulysses pronunciou as palavras
históricas: “Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da justiça social do Brasil”.
86
PARTE 3
A Constituição Cidadã de 1988
A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai
mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade
política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação
seja o nosso grito. Mudar para vencer. Muda Brasil.
Ulysses Guimarães.
O momento verdadeiramente democrático pelo qual o Brasil atravessa hoje se deve à luta do
povo brasileiro, cujas conquistas foram inscritas na Constituição de 1988. Os direitos políticos
dos cidadãos foram ampliados, pondo fim à restrição que valera por toda a República, a
proibição do voto do analfabeto, regra que provavelmente contribuiu para associar o enorme
desenvolvimento econômico à manutenção de altas taxas de desigualdade ao longo do século
XX. Consagrar essa mudança no texto constitucional foi fundamental para garantir um sufrágio
universal, reforçado pela possibilidade do voto aos 16 anos e pela criação de novas formas de
participação política, como os instrumentos de democracia semidireta (plebiscito e referendo) e
os conselhos de políticas públicas. A Constituição de 1988 permitiu a ampliação do número de
atores institucionais capazes de influenciar o jogo político, ficando para o presente e o futuro o
fortalecimento dos direitos civis.
87
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ULYSSES PETRONIO BURLAMAQUI
Rio de Janeiro, 1925
Engenheiro arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1950
Ouvidoria Crea-RJ: de portas abertas
para a sociedade
A Lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços.
Parágrafo 3º do art. 37 da Constituição Federal de 1988.
A Constituição Federal de 1988 veio afirmar os valores da ética e da transparência na sociedade
brasileira. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990,
torna-se um novo paradigma nas relações de consumo no país. Nesse cenário de fortalecimento
da cidadania, foram criadas no Brasil inúmeras ouvidorias em diversas instituições e empresas –
públicas e privadas – prestadoras ou fornecedoras de serviços aos cidadãos.
Em sintonia com os anseios da sociedade, a Ouvidoria constitui-se numa referência, interna
e externa, na busca da qualidade dos serviços prestados pela organização. A criação de uma
ouvidoria significa um ato de coragem de um gestor, demonstrando transparência e aceitação
de apreciações sobre o trabalho da instituição.
A Ouvidoria é, pois, um eficaz instrumento da busca da melhoria da
qualidade dos serviços, ao manter um canal no qual o público pode
expressar diretamente suas criticas, insatisfações e reclamações. Ao
exercer a sua função, a Ouvidoria não faz um simples atendimento,
mas procura identificar as causas dos problemas e não apenas atacar
os seus efeitos. Contribui, assim, para apresentar soluções amplas e
duradouras. É isso que faz a diferença.
Engenheiro Antonio Martins, primeiro Ouvidor Geral do Crea-RJ.
88
PARTE 3
Crea-RJ: uma instituição cidadã.
Arquivo Crea-RJ.
Acompanhando o movimento das ouvidorias
no Brasil, a do Crea-RJ foi criada em 1998,
inicialmente integrada à Secretaria Geral do
Conselho. Em março de 1999, com o apoio da
Associação Brasileira dos Ouvidores, Seção Rio
de Janeiro (ABO/RJ), foi oficialmente lançada e
estruturada.
Em 2000, com a reestruturação organizacional
do Crea-RJ, a Ouvidoria passou a ter a dedicação
exclusiva do ouvidor, mantendo-se diretamente
ligada ao presidente do Conselho. Primeira
ouvidoria do Sistema Confea/Crea, a do Crea-RJ
tornou-se referência para os demais Conselhos.
Em 2005, o Colégio de Presidentes recomendou
a criação de ouvidorias nos Creas, ampliando
consideravelmente o seu número, desde então.
Em 2006, foi criada a Ouvidoria do Confea.
89
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ANTÔNIO PEDRO GOMES DE ALCÂNTARA
Livro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1926
Arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1955
Fiscalização-ART: valorização
profissional e respeito à cidadania
Na qualidade de uma “autarquia profissional” e não a de uma “autarquia corporativa”, o
Crea-RJ tem por objetivo precípuo a defesa da sociedade, e não somente a dos interesses
gerais da respectiva categoria. Quando ordena e disciplina as profissões integrantes do
Conselho, e desempenha a fiscalização do exercício e atividades dos seus profissionais,
o Crea-RJ aspira proteger a sociedade do leigo e zelar para que os empreendimentos
tenham qualidade e segurança, garantidas por um profissional habilitado e registrado
como responsável pela sua execução. A fiscalização do Crea-RJ nesta trajetória de seus 75
anos vem se aproximando cada vez mais do interesse público ao realizar programas como
a Fiscalização Preventiva e Integrada, que faz um trabalho preventivo e orientativo voltado
para os chamados espaços públicos, no que se refere ao meio ambiente, patrimônio
cultural, saúde e alimentos, segurança e coletividade.
Fiscalização de construções irregulares. Recreio dos Bandeirantes.
Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.
A Anotação de Responsabilidade Técnica valoriza o exercício profissional,
confere legitimidade documental e assegura, com fé pública, a autoria e os
limites da responsabilidade e participação técnica em cada obra ou serviço.
Com o registro da ART, todo profissional constrói seu Acervo Técnico, como
um espelho de suas realizações, de sua carreira, constituindo um documento
indispensável em licitações e grande diferencial de sucesso individual. Porém,
mais do que assegurar o campo profissional para engenheiros, agrônomos e
arquitetos, e distingui-los no mercado profissional, a fiscalização orientativa
e preventiva em obras prediais é uma obrigação legal dos profissionais do
Crea-RJ e razão da existência do Conselho em sua missão de zelar pelo direito
do cidadão-consumidor, e pelo bem-estar da sociedade como um todo.
90
Em 2009, pela primera vez no Crea-RJ, as
Câmaras Especializadas produziram Manuais
de Fiscalização, a fim de uniformizar os
procedimentos administrativos relativos à
verificação do exercício das profissões.
PARTE 3
Funcionários do Crea-RJ:
uma trajetória de independência
e cidadania
Parte atuante da história do Conselho, os funcionários têm a sua própria
trajetória associativa na instituição. A Associação dos Servidores do Crea-RJ
(AsCrea), vem desde a sua fundação, em 1977, atuando em defesa dos
interesses dos funcionários do Crea-RJ e da sociedade como um todo.
Inicialmente, de caráter essencialmente recreativo, com os anos, a Associação
também mudou, passando a refletir o crescimento dos movimentos sociais
e da redemocratização do Brasil. Assumiu a reivindicação e a negociação
de melhorias salariais e outros benefícios, conquistando muitas vitórias e
direitos que se consagraram ao longo do tempo. Em seu percurso histórico,
a AsCrea buscou a valorização dos servidores, lutando por condições dignas
de trabalho e salário. Com a marca da independência, a Associação chega
aos 32 anos como uma instituição respeitada e reconhecida junto aos
servidores e sucessivas gestões do Conselho.
Funcionários mais antigos
nos 75 Anos do Crea-RJ
Edir Ferreira (admissão em 22.10.1965),
Joaquim Reis Ramos (admissão em
01.04.1968), Vania Maria Seabra de Andrade
(admissão em 22.04.1968), Marilete Bastos
Alves da Silva (admissão em 12.11.1969),
José da Fonseca Chaves Irmão (admissão
em 21.01.1970), Alda de Carvalho Neves
(admissão em 20.04.1970), Sérgio Luis
Ribeiro Soares (admissão em 02.05.1972).
O Crea-RJ para mim é minha casa [...] pois, em toda
minha vida, setenta por cento passei aqui [... ] comecei
tímido, nunca havia trabalhado numa empresa de tão
grande porte, foi aí que ganhei o apelido de Zezinho
[...] agradeço a todos que fizeram parte dessa minha
história nesses 39 anos de Crea-RJ.
José da Fonseca Chaves Irmão. (Responsável pela sonorização
do plenário).
91
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS
Livro do Mérito, 1999. Rio de Janeiro, 1943
Arquiteto
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1967
Segurança alimentar: um direito de todos
Quando lançou, em 1993, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, o
sociólogo Herbert de Souza, Betinho, defendia a concepção de que fome e democracia
eram incompatíveis. Sua chamada foi ouvida pelo governo e a sociedade civil, por meio da
criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, em 1994, entre outras iniciativas.
No Brasil, houve um esforço de se construir uma visão de segurança alimentar que fosse
além da questão do acesso aos alimentos e que incorporasse outras dimensões como
a inocuidade do alimento à saúde humana. Neste sentido, o Crea-RJ teve uma atuação
histórica na luta pela implantação do Receituário Agronômico, instrumento de controle
do uso dos agrotóxicos previsto na chamada Lei dos Agrotóxicos, e mesmo na própria
promulgação da lei, fruto da luta do movimento social no qual a autarquia teve uma
destacada participação. Este movimento se deu em conjunto com a Associação dos
Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro (AEARJ), a Associação Profissional dos
Engenheiros Florestais do Estado do Rio de Janeiro (APEFERJ) e a Federação das Associações
dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (FAEAB).
O Crea-RJ, além da fiscalização do uso do receituário agronômico no estado, vem editando
publicações educativas sobre agrotóxicos, transgênicos e defensivos alternativos (agentes
de controle de pragas e doenças na agricultura inócuos à saúde humana). Atualmente, a
Revista do Crea-RJ e a Folha Crea-RJ Ambiente dão especial atenção aos temas relacionados
à segurança alimentar.
Segurança alimentar é garantir a todos as condições de acesso a alimentos
básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente
e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com
base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma
existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa
humana. Cúpula Mundial de Alimentação (Roma, 1996).
92
ANTÔNIO ARLINDO LAVIOLA
Rio de Janeiro, 1906
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1932
PARTE 3
O Crea-RJ apoia os projetos de incentivo à agricultura familiar,
como alternativa a um modelo de agricultura produtivista
ainda predominante no Brasil, que desemprega e provoca
o êxodo rural, além de comprometer o meio ambiente.
Apesar de representar apenas 0,5% do território do país, o
estado do Rio de Janeiro concentra o maior adensamento
de agricultores familiares do Brasil, com crescimento da
produção de alimentos orgânicos.
Segundo a lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, que
estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional
de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais,
os critérios que definem uma propriedade de base familiar
são: aquela que é praticada por mão de obra da própria
família, que extrai sua renda de uma mesma propriedade, de
gerenciamento famíliar, praticada em área de, no máximo,
quatro módulos (8 hectares, ou 80 mil metros quadrados, em
média, dependendo do estado).
Com o objetivo de expressar o reconhecimento às
personalidades, instituições e entidades que tenham se
distinguido por suas posições, ações, trabalhos, estudos e
projetos na área da agronomia, o Prêmio Johanna Döbereiner
é concedido anualmente pelo Crea-RJ e Associação dos
Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro (Aearj).
A iniciativa permite a identificação de valores morais e éticos
que contribuem para a melhoria da qualidade de vida e de
comportamentos, servindo de exemplo para nortear as
ações da sociedade e das organizações. Desde 2001, já foram
premiados oito profissionais e uma empresa de agronomia.
93
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
94
Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro - UFRRJ. Arquiteto
Ângelo Alberto Murgel. Seropédica,
RJ, 1947. Foto: Zeca Linhares.
EDMON NIMER
Carangola, MG, 1931
Geógrafo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1961
PARTE 3
O Ensino agrícola no Brasil e a Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro
O ensino agrícola no Brasil teve sua primeira regulamentação pelo decreto nº 8.319, de 20 de
outubro de 1910, assinado pelo presidente Nilo Peçanha, quando já existiam quatro cursos em
funcionamento no país: São Bento das Lages (BA), 1877, Pelotas (RS), 1883, Piracicaba (SP), 1901, e
Lavras (MG), 1908. Esse decreto estabeleceu as bases fundamentais do ensino agrícola, criando a
Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária, sendo instalada no Rio de Janeiro.
A Universidade Rural nasce com o decreto-lei nº 6.155, de 30 de dezembro de 1943, que
reorganiza o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA). Pelo decreto nº 1.984,
de 10 de janeiro de 1963, a Universidade Rural passou a ser denominada Universidade Federal
Rural do Brasil, integrando a Escola Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, as
Escolas de Engenharia Florestal, Educação Técnica e Educação Familiar, além dos cursos técnicos
de nível médio dos Colégios Técnicos de Economia Doméstica e Agrícola Ildefonso Simões
Lopes. Com a lei nº 4.759, de 20 de agosto de 1965, passa a se denominar Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro.
“Numa relevante contribuição para a segurança alimentar brasileira, a
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro desenvolve em parceria com
a Embrapa (Agrobiologia e Solos) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO), o Sistema Integrado de Produção
Agroecológica, conhecido como a “Fazendinha Agroecológica km 47”. O
projeto funciona como um espaço motivador de pesquisas e do exercício
da agroecologia. Acumula desde 1993 dezessete anos de experiência no
manejo de sistema orgânico de produção com ações de pesquisa, ensino
e capacitação, atraindo e estimulando estudantes e pesquisadores para a
avaliação dos componentes inter-relacionados da produção agroecológica.
95
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
HÉLIO RIBAS MARINHO
Rio de Janeiro, 1924
Arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949
O Crea-RJ em defesa do patrimônio público
e da soberania nacional
A década de 1990 marcou uma mudança radical do papel do Estado brasileiro no que diz respeito a sua intervenção nas áreas
econômica e social. A lei de implantação do Plano Nacional de Desestatização, de 12 de abril de 1990, cumprindo determinação
do Fundo Monetário Internacional (FMI), inaugurou um intenso processo de privatização das empresas nacionais brasileiras, sob
o argumento de que o governo precisaria de mais recursos para reduzir o déficit público, investir em áreas sociais e tecnologia
e universalizar os serviços essenciais. Entretanto, a venda das estatais não provocou o declínio da dívida pública, ou sequer a
melhoria dos serviços públicos e redução das desigualdades sociais. Por outro lado, grande parte dos investimentos nas empresas
privatizadas vieram de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), isto é, do próprio Estado.
Esse modelo de privatização fechou milhares de postos de trabalho, equipes técnicas de excelência foram desmanteladas,
diminui-se a ação do Estado nas atividades básicas essenciais para garantia de desenvolvimento econômico-social com justiça,
e a população passou a receber serviços de pior qualidade, uma vez que as demissões em massa geraram sérias lacunas na
execução dos serviços, ocupadas com mão-de-obra mais barata e sem treinamento adequado.
96
Movimento contra a privatização
do setor elétrico. Centro do Rio de
Janeiro, 2001. Arquivo Crea-RJ.
PARTE 3
Essa política tornou-se referência para diversas administrações estaduais. No Rio
de Janeiro, o Programa Estadual de Desestatizações (PED), lançado em novembro
de 1995, transferiu para a iniciativa privada a infraestrutura de desenvolvimento
econômico-social do Estado, desestatizando, entre os anos de 1996 e 1998, o
Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro); a Conerj (Companhia de Navegação do
Estado do Rio de Janeiro); a Cerj (Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro); o
Metrô (Companhia do Metropolitano); a Coderte (Companhia de Desenvolvimento
Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro); a Via Lagos; a Flumitrens
(Transporte Ferroviário de Passageiros do Rio de Janeiro); parte da Cedae (Companhia
de Águas e Esgoto do Estado); a CEG (Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro)
e a Riogas S/A, primeiras empresas do setor de gás canalizado privatizadas no Brasil.
Junto ao Clube de Engenharia, Senge-RJ, Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas (Sarj)
e movimento sindical em geral, entidades de classe e da sociedade civil, o Crea-RJ
tem se posicionado bravamente na defesa do nosso patrimônio público e contra
o desmantelamento das equipes técnicas de excelência de nossas ex-empresas
estatais. Como marco dessa luta, em dezembro de 2000, ao lado da Comissão Pro-
Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas
do Rio de Janeiro
O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de
Janeiro (Sarj) descende da Associação de Profissionais
de Arquitetura, fundada em 1971. Desde sua criação
tem lutado pelos legítimos interesses dos arquitetos e
urbanistas, desenvolvendo notáveis campanhas, entre
elas, a da garantia do salário-mínimo profissional e
participação em acordos coletivos, a do programa de
construção de habitações populares, com a aplicação
da lei que estabelece a Assistência Técnica para a
Habitação de Interesse Social, a da real implantação
do Estatuto das Cidades, como cumprimento da
função social da propriedade e da cidade, a da luta
pela preservação do patrimônio cultural e natural de
nossas cidades fluminenses e a da campanha contra
a privatização de empresas estatais, em parceria com
o Clube de Engenharia, Sindicato dos Engenheiros no
Rio de Janeiro e Crea-RJ.
Revisão Privatizações no Estado do Rio de Janeiro, o Crea-RJ promoveu o Fórum de
Debate “A Verdade Sobre as Privatizações – O Processo de Privatização das Empresas
Estatais no Estado do Rio de Janeiro”, voltado para a defesa do patrimônio público e
dos direitos dos usuários e consumidores.
Especialmente para os engenheiros e para a engenharia do Estado do Rio de Janeiro,
as privatizações da década de 1990 representaram um golpe, pois as estatais foram
abolidas com o parque de consultoria existente, levando muitos profissionais a
abandonarem a profissão. Porém, com a crise do império neoliberal e a retomada
do crescimento nacional, a engenharia, e as profissões tecnológicas em geral,
recuperaram espaço. Já é possível vislumbrar um futuro melhor para os profissionais
do Sistema Confea/Crea, na medida em que o atual crescimento econômico
do país tornou a valorizar o engenheiro como o profissional, por excelência, do
desenvolvimento e da soberania nacional.
97
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
EDISON JUNQUEIRA PASSOS
Carangola, MG, 1893
Engenheiro civil
Escola Politécnica, 1917
Comunicação, cidadania e memória:
você é parte dessa história
A comunicação tornou-se ferramenta estratégica no mundo contemporâneo. Produzir e selecionar
informações qualificadas, potencializando as vantagens de cada uma das mídias disponíveis, são
desafios permanentes numa sociedade em mudança, que fez do conhecimento o elemento-chave
em todas as dimensões da vida social.
Em tempos de globalização, aceleração tecnológica e de perda de identidade nacional e
regional, a questão da memória surge como um dos elementos estratégicos na preservação da
nossa identidade e soberania. A engenharia civil, a arquitetura e a agronomia são reconhecidas
internacionalmente, quer pela qualidade e importância de sua produção de alta tecnologia, quer
pela beleza e plasticidade de suas obras arquitetônicas. Nesse sentido, o resgate e a apresentação
dessa memória para a sociedade é importante no sentido de valorizar a produção tecnológica
brasileira e seus profissionais, bem como oferecer um exemplo da fascinante experiência da ação
transformadora do homem sobre a natureza e a sociedade.
Para ampliar o raio de alcance de suas diretrizes político-administrativas, o Crea-RJ tem disponível
múltiplas ferramentas de comunicação. É inegável, porém, a amplitude do meio impresso, que
além de especialmente voltado para o público alvo do Conselho, aborda temas de interesse geral
da sociedade.
98
PARTE 3
Debate em revista:
periódicos que fazem história
A comunicação entre os profissionais da abrangência do Sistema
Confea/Crea de engenharia e arquitetura sempre foi uma
importante ferramenta para a produção de informações técnicas
e reivindicações de classe, sendo prática que se realizava desde
Arquitetura e
Urbanismo. Rio de
Janeiro, IAB, 1936.
a antiga Escola Nacional de Belas Artes e Escola Politécnica.
Inúmeros periódicos foram publicados por entidades associativas
e acadêmicas ao longo do exercício da profissão no Brasil, muitas
delas verdadeiros clássicos sobre a produção intelectual dos
profissionais da área.
ARQUITETURA E URBANISMO
Primeira revista oficial do IAB. Lançada em 1936 sob a direção do
Revista Municipal
de Engenharia. Rio
de Janeiro, 1998.
arquiteto Cyprianno Lemos e editada até 1938. Rio de Janeiro.
Revista Municipal de Engenharia
Revista oficial da Prefeitura do Distrito Federal, lançada em janeiro
de 1932 com o nome de Revista da Diretoria de Engenharia e
circulando até hoje. Rio de Janeiro.
MÓDULO
Editada de 1955 até 1965 e de 1975 até 1989, sob a supervisão do
arquiteto Oscar Niemeyer. Rio de Janeiro.
Módulo. Rio de
Janeiro, 1960.
99
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
EMILIO HENRIQUE BAUMGART
Blumenau, SC, 1890
Engenheiro civil
Escola Politécnica, 1918
A Casa
Revista bi-mensal de Arquitetura e Arte Decorativa. Lançada em
outubro de 1923 sob a direção do arquiteto Ricardo Wriedt e
editada até setembro de 1938. Rio de Janeiro.
ARQUITETURA REVISTA
Publicada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/UFRJ,
A Casa. Rio de Janeiro, RJ, 1923.
sob a supervisão do arquiteto Ulysses Burlamaqui e editoria
do arquiteto Jorge Czajkowski. Lançada em setembro de 1983,
Arquitetura Revista. Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, FAU/UFRJ,
Rio de Janeiro, 1983.
circulou até 1989. Rio de Janeiro.
Revista do Clube de Engenharia
Editada em janeiro de 1887, sob a direção dos engenheiros Pedro
Betim Paes Leme, André Gustavo Paulo de Frontin e Manoel Maria
de Carvalho, circulando até hoje. Rio de Janeiro.
JORNAL DO ENGENHEIRO
A partir de 1979, com a vitória do novo sindicalismo, o SengeRJ passou a publicar uma série de periódicos modernos, de
conteúdo que reflete a proximidade do Sindicato com os
movimentos sociais e sua preocupação com as políticas públicas
governamentais voltadas para a população de baixa renda. Em
maio de 1995, lança o Jornal do Engenheiro, em formato tablóide.
Revista do Clube de Engenharia.
Edição Comemorativa do Centenário
do Clube fundado em 1880. Rio de
Janeiro, ano 95, n. 423, fev. 1981.
Jornal do Engenheiro. Sindicato
dos Engenheiros no Estado do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro, ano XIV,
n. 136, set. 2009.
100
PARTE 3
Revista do Crea-RJ: uma tradição renovada
Nesse sentido, a Revista do Crea-RJ, lançada em maio de 1996,
é uma tradição renovada, cujo projeto editorial tem como
objetivos principais reforçar a imagem institucional do Conselho
junto ao seu público-alvo, difundir informações de interesse dos
profissionais e da sociedade em geral, contribuir para reforçar
os valores da cidadania, da solidariedade e da ética no exercício
das profissões do Sistema, além de estreitar os laços entre as
entidades de classe e as instituições de ensino.
O atual projeto editorial busca acompanhar a evolução do
conhecimento científico-tecnológico e o surgimento de novos
campos de atuação profissional, com o objetivo primordial de
fazer da Revista a expressão – a mais autêntica possível – do
conjunto de demandas não apenas de profissionais e empresas,
mas também da sociedade.
A Revista do Crea-RJ, pioneira dentro do Sistema Confea/Crea,
hoje fala pela instituição. O aperfeiçoamento do seu modelo
editorial e gráfico tem sido um processo ininterrupto, cujo alvo
é a eficácia da comunicação institucional do Conselho. O veículo,
hoje com 130 mil exemplares por edição, é uma referência para
os profissionais e empresas de todo país.
101
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Fac-símile dos documentos do CDOC.
FELIPPE DOS SANTOS REIS
Rio de Janeiro, 1895
Engenheiro civil, mecânico e eletricista
Escola Politécnica, 1918
Centro de Documentação: informação de valor histórico
Preservar e organizar os arquivos institucionais significa produzir e
assegurar o uso da informação social nelas produzida, realizando o apoio
gerencial necessário às administrações e servindo como manancial de
informações que integram a memória social. A unidade de documentação,
denominada arquivo, sempre existiu no Conselho, desde a sua fundação,
porém a informação não era vista como fonte histórica, o arquivo apenas
guardava os documentos e processos administrativos que estavam em
tramitação ou aqueles que já estavam encerrados.
O descarte da documentação obedecia tão-somente o critério da
temporalidade, colocando em risco a perda de valiosa documentação
sobre a história recente de nosso país. A partir do ano de 2006, o novo
organograma do Crea-RJ implantou a Coordenação de Documentação,
estruturada pelas atividades de protocolo, arquivo e biblioteca. A nova
estruturação disciplinou o tratamento do acervo documental do Conselho,
através de uma nova mentalidade arquivística e a implantação de um
sistema de informação integrado, no qual o documento administrativo é
potencialmente reconhecido como de valor histórico.
102
NILO BERNARDES
Livro do Mérito, 2002. Lavrinhas, SP, 1922
Geógrafo
Pontifícia Universidade Católica, RJ, 1945
PARTE 3
O Crea-RJ na vanguarda da comunicação
e da informação eletrônica
Concebida em 2003 e lançada em 2004, a Web TV Crea-RJ é a pioneira no
Sistema Confea/Crea e em TVs corporativas, alcançando destacada posição
de vanguarda. O Centro de Mídia Eletrônica (CME), criado em 2002, converge
Web Rádio, Web TV e o jornalismo eletrônico em um mesmo espaço,
marcando a entrada do Conselho na era da comunicação e da informação
eletrônica. Com a integração de novas tecnologias em um polo de produção
multimídia, a instituição passou a contar com uma poderosa ferramenta de
relacionamento com seus profissionais, colaboradores e com a sociedade.
O CME foi concebido com o objetivo de agilizar o fluxo de informações do
Conselho de forma dinâmica e testemunhal, cobrindo as ações institucionais
em tempo real. Por outro lado, todo esse material fica também disponível
Web TV. Arquivo Crea-RJ.
como arquivos de vídeos para futuros acessos. Tanta agilidade cria um conceito
de transparência extremamente eficaz para os interesses corporativos, já que
alia um diferencial com altíssimo valor institucional: a credibilidade.
Web Rádio. Arquivo Crea-RJ.
103
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
JERONIMO DE SOUZA MONTEIRO FILHO
Livro do Mérito, 1962. São Paulo, SP, 1899
Engenheiro civil
Escola Politécnica, 1919
Portal do Crea-RJ: transparência e democracia
www.crea-rj.org.br
O Portal do Crea-RJ, criado em 1996, disponibiliza os serviços prestados pelo Crea-RJ, via web, gratuitamente, para uso
tanto dos profissionais quanto da sociedade; inclui o Centro de Mídia Eletrônica (CME), site de apresentação de vídeos
institucionais e técnicos, contando ainda com a apresentação em tempo real das sessões plenárias. O Portal Crea-RJ
destaca-se pela sua apresentação moderna, de fácil navegação, tornando-se referência do segmento. Ferramenta
importante para gestão transparente do Conselho, na qual a sociedade pode acompanhar a prestação de contas,
acessar as licitações em andamento, saber a inspetoria mais próxima de si, bem como ter acesso direto ao canal da
Ouvidoria do Conselho, agilizando o contato da sociedade com a instituição. A partir de 2009, o Portal passou a priorizar
a democratização da informação e sua utilização na questão da inclusão social.
104
PARTE 3
Centro de Cultura e Memória do Crea-RJ: um lugar de memória, encontro e reflexão
O Centro de Cultura e Memória da Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (CCM), situado no
Espaço Oscar Niemeyer, na sede do Crea-RJ, inclui o Café Memória e o Centro de Referência e Documentação,
e vem paulatinamente constituindo o acervo da memória tangível e intangível dos profissionais, servidores e
colaboradores do Sistema, bem como do seu legado simbólico e material para a memória cultural fluminense.
Trata-se de uma reconceitução do anterior Espaço Cultural Crea-RJ, inaugurado em 21 de junho de 1999.
Aberto ao público, voltado para ações educativas e valorização das manifestações artístico-culturais dos
servidores do Crea-RJ, as linhas de ação do CCM também compreendem o registro, preservação e difusão
do exercício profissional das ciências tecnológicas no estado do Rio de Janeiro; da trajetória institucional do
Conselho; e a dos indivíduos que construíram e constroem essa história.
Em comemoração aos 75 anos do Crea-RJ e 78 de
construção da estátua do Cristo Redentor, o Centro de
Cultura e Memória (CCM) do Crea-RJ recebeu a exposição
Christo Redemptor, da cineasta Bel Noronha, bisneta de
Heitor da Silva Costa, autor do projeto e construtor do
monumento. Apresentada em 32 painéis, vasto material
iconográfico e documentário dirigido pela curadora, a
exposição recupera a verdadeira história da construção
do Cristo Redentor, demovendo muitas lendas que
a envolvem. Segundo Bel Noronha, o trabalho de
pesquisa para o documentário e exposição revelou o
quanto existe de desinformação sobre o maior ícone da
cidade do Rio de Janeiro, uma das sete Maravilhas do
Mundo Moderno, e orgulho da engenharia brasileira.
Visita dos alunos da Escola Municipal Santa Catarina à Exposição
sobre o Cristo Redentor , em 23 de novembro de 2009.
105
JOÃO CARLOS VITAL
Porto Alegre, RS, 1900
Engenheiro Civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1924
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
A “Constituição Verde” e o meio ambiente
A Constituição Federal de 1988 trouxe também grandes inovações na esfera ambiental, sendo
tratada por alguns como “Constituição Verde”. Diferentemente das constituições anteriores,
procurou dar efetiva tutela ao meio ambiente, trazendo mecanismos para sua proteção e
controle, e, por conseguinte, valorizando o ambientalismo como direito fundamental do homem,
não como simples aspecto da atribuição de órgãos ou de entidades públicas. A Constituição de
1988 trata as questões ambientais como fundamentais para a continuidade da vida na Terra.
Sustentabilidade é a palavra de ordem para o presente e para o futuro. Ao longo dos anos, o CreaRJ vem participando de análises, reflexões, estudos e debates sobre temas ambientais como água,
florestas, cidades sustentáveis, saneamento, agroecologia, agrotóxicos, transgênicos, reforma
agrária, entre outros. E, no espírito de uma nova cultura institucional voltada para as questões
socioambientais do nosso tempo, implantou o seu Programa de Coleta Seletiva Solidária, que
tem como fundamento o conceito dos 3 Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Lançado em 2009, informativo
mensal eletrônico do Crea-RJ
sobre questões ambientais.
106
Separação para reciclagem na Riocoop –
Cooperativa de Coleta Seletiva e Reciclagem
de Materiais Plásticos e Resíduos Ltda, uma das
cooperativas parceiras do Crea-RJ no Programa de
Coleta Seletiva Solidária. Arquivo Crea-RJ, s/data.
PARTE 3
Memórias & História do Crea-RJ
A história oral é hoje um importante recurso utilizado por centros acadêmicos, arquivos públicos
e privados, no sentido de recuperar, registrar e difundir a memória dos indivíduos, grupos sociais
e instituições. O projeto Memórias & História do Crea-RJ, além de lançar o programa de história
oral, com vistas à constituição de um arquivo de depoimentos orais do Centro de Cultura e
Memória do Crea-RJ, vem prestar uma justa homenagem a todos que fizeram e fazem a história
do Sistema. Nesse projeto, memórias individuais entrelaçam-se com a história da instituição, da
ciência e da cultura brasileiras, e com momentos-chave da história recente do nosso país.
O projeto Memórias & História do Crea-RJ está legando às futuras gerações, a vivência e a
experiência de homens e mulheres que construíram e constroem grande parte do saber
acadêmico e tecnológico brasileiro nos séculos XX e XXI.
107
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
PAULO RODRIGUES FRAGOSO
Recife, PE, 1904
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925
Memórias de quem faz a história: depoimentos orais
“Bem, eu entrei para a universidade num ano que foi muito marcante; foi em 1964. Eu tinha vindo fazer vestibular no Rio e
no início de março estavam começando as aulas. Nós morávamos nos alojamentos da Universidade Rural. Para quem não
conhece, é uma universidade que fica no interior, em Itaguaí, hoje Seropédica. Então, 30 dias depois, nós acordamos e a
universidade estava tomada por tanques e caminhões do exército, soldados armados e, enfim, nós todos, muito assustados,
fomos obrigados a entender que alguma coisa tinha mudado.”
Agostinho Guerreiro
“Outra obra importante que nós tivemos, como presidente do Crea, a oportunidade de acompanhar, foi a usina nuclear de
Angra dos Reis, onde começamos a autuar os técnicos estrangeiros, obrigando que eles passassem os seus ensinamentos e as
suas técnicas aos profissionais brasileiros. Nós começamos a autuar, quer dizer, multar, e querer mandá-los embora. Chegamos
a isso. Fomos até chamados à Brasília, no Itamarati, numa reunião de vários presidentes de Crea [...] na verdade era eu, era o
Crea do Rio de Janeiro, que estava apertando muito os profissionais estrangeiros. Nós também fazíamos expediente cobrando,
autuando, multando, para obrigá-los a passar o seu ensinamento aos profissionais que estavam em Angra e eram da nossa
jurisdição. Então nós estávamos procurando defender o profissional e defender a nação brasileira.”
Carlos Prestes Cardoso
“O sonho não acabou, não acaba nunca, se acabar a gente morre. Acho que o sonho continua cada vez mais intenso e
a gente atua com mais experiência. Meu trabalho hoje, no Incra, que é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, é totalmente fundamentado nas teses de estudantes, na defesa da reforma agrária. [...] O que eu faço hoje
é completamente ligado com o que eu sempre defendi na minha profissão, [...] a defesa de um desenvolvimento social
sustentável, valorizando o coletivo, as cooperativas, num modo de produção social, mais próximo possível do socialismo
dentro do capitalismo, que é o sistema econômico predominante. Quer dizer, a luta continua, não mudou, eu acredito em
tudo em que eu acreditava.”
Mario Lucio Machado Melo Jr.
A primeira sessão, realizada em 19 de outubro de 2009, teve como entrevistados o atual do presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, o ex-presidente Carlos Prestes Cardoso e o exconselheiro Mario Lucio Machado Melo Jr., tendo como entrevistadores os arquitetos Lucia Helena Pereira da Silva e Olinio Coelho, com coordenação da historiadora Cláudia Mesquita.
108
ALBERTO FINKELSTEIN
Rio de Janeiro, 1939
Engenheiro geólogo
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1964
PARTE 3
“Vim parar no Crea representando a Universidade, na época era a Faculdade de Arquitetura, vim pra cá e aqui fiquei
quase como um “filho do Crea”, nasci aqui e continuei minha vida dentro do Crea por vários anos. [...] Nós aqui fazíamos
muitas palestras, conferências, provocávamos vindas ao Crea de com reuniões de três dias para formação, organização de
universidades. [...] Porque nós temos que atuar mais lá fora, porque o nosso papel não é fazer com que o engenheiro faça, a
obrigação é deles, mas aqui ele recebe as luzes da experiência que o Conselho tem, que o passado tem.”
Mauro Ribeiro Viegas
“Na minha primeira gestão, de 1985 a 1987, nós estávamos vivendo um período de redemocratização do país, e da mesma
forma que se estava lutando pela redemocratização do país, se estava lutando pela redemocratização das nossas entidades.
Eu participei ativamente desse processo no Sindicato dos Engenheiros, e em seguida esse vento de redemocratização chegou
até o Clube de Engenharia e depois ao Crea. Esse movimento de redemocratização e renovação foi ganhando forças e, em
1984, nós aprovamos em Plenário que o presidente do Crea sairia de uma consulta prévia de todos os profissionais. Da
mesma forma que existia um movimento pela Constituinte e pelas Diretas Já, aqui no Crea nós queríamos que o presidente
fosse eleito diretamente pelos profissionais registrados.”
Arciley Alves Pinheiro
“Eu cheguei no Crea através de concurso , em 1972, na antiga 13ª. Quando houve a fusão da 13ª com 5ª região e criou-se a
21ª região, lá no 133 da Rio Branco, fui uma das últimas pessoas de Niterói a vir para o Rio. Na reorganização do CREA me
mantive com a função de Chefe da Unidade de Protocolo. [...] Me marcou muito, eu muito jovem, ter ascendido a posição
de chefia. [...] O grande aprendizado foi conviver a cada três anos com um novo presidente, a cada ano com uma nova
diretoria. [...] A Ascrea, Associação de Servidores do Crea, teve a sua participação política no movimento pelas Diretas Já.
Estávamos lá segurando a faixa.”
Márcia da Silva Tavares
Participaram da segunda sessão, realizada em 17 de novembro de 2009, os ex-presidentes do Crea-RJ, Mauro Ribeiro Viegas e Arciley Alves Pinheiro e a servidora Márcia da Silva Tavares, tendo
como entrevistadores o arquiteto e conselheiro do Crea-RJ, Cláudio Lima, e o jornalista e ex-servidor do Conselho, Fernando Campos Lopes, com coordenação da historiadora Cláudia Mesquita.
109
PARTE 4
Novos horizontes e os desafios
que atravessam o futuro
111
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
CÉZAR REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA
Medalha do Mérito, 1961. Rio de Janeiro, 1903
Engenheiro civil, mecânico e elétrico
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925
O futuro começa hoje:
o coletivo na construção
do amanhã
Calcado no binômio tradição e vanguarda, e no coletivo
como força motriz na construção do amanhã, o Crea-RJ está
inserido nas discussões acerca de um novo projeto de nação,
alicerçado no desenvolvimento nacional sustentável com
justiça social. O grande desafio dos profissionais do Sistema
é aliar a tecnociência aos princípios da sustentabilidade
ambiental com progresso social, buscando equacionar
problemas que atravessam o tempo, como a fome e a falta
de moradia digna para as populações de baixa renda, e
outros que se impõem cada vez mais no presente, como o
agravamento da questão ambiental.
Em meio à atual era de renovação e de ampliação dos campos
do conhecimento e das especializações profissionais, colocar
esse conhecimento científico-tecnológico como principal
insumo para o desenvolvimento nacional sustentável com
justiça social, é a missão do Crea-RJ no presente, e o seu
compromisso assumido com o futuro, através da valorização
da educação, do patrimônio cultural e, sobretudo, do ser
humano como patrimônio maior.
112
15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), realizada de 7 a 18 de dezembro de 2009,
em Copenhague, Dinamarca. UNFCCC.
PARTE 4
15ª Conferência das Partes sobre o
Clima (COP-15), realizada de 7 a 18 de
dezembro de 2009, em Copenhague,
Dinamarca. UNFCCC.
José Geraldine (conselheiro
Federal), Carlos Minc (ministro
do Meio Ambiente), Agostinho
Guerreiro (presidente do Crea-RJ)
e Alfredo Silveira (representante
da Sociedade Brasileira de
Meteorologia - Sbmet) fizeram
parte da delegação brasileira na
COP-15. Acervo Crea-RJ.
O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, na
Plenária da COP-15. Ao fundo, a ministra Dilma
Roussef, que chefiou a delegação brasileira, e o
embaixador Luiz Alberto de Figueiredo
113
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
114
Arquivo Crea-RJ, s/data.
PARTE 4
O campo e a urbe: crescimento e desigualdades
No início da década de 1960, o Brasil deixou de ser um país eminentemente rural para se transformar em um
país com a maioria da sua população vivendo em grandes aglomerados urbanos litorâneos. Esse processo
de urbanização acelerado e desigual, sem planejamento urbano, vem acarretando uma série de problemas
ambientais e sociais, constituindo um grande desafio para o futuro das grandes cidades brasileiras e para a
sociedade como um todo. O texto final da Constituição de 1988 estabelece os pilares da reforma urbana, com
um capítulo específico da política urbana, garantindo a função social da cidade e da propriedade e a gestão
democrática das cidades brasileiras. A regulamentação destes princípios constitucionais seria feita muito mais
tarde, em 2001, com a lei federal nº 10.257 do Estatuto das Cidades.
O processo de verticalização das cidades, alavancado pelo acesso ao avanço tecnológico e associado a
interesses imobiliários, foi desenhando a paisagem de quase todas as capitais brasileiras. Nos últimos anos, o
crescimento vertical dos centros urbanos é ilustrado por construções cada vez mais audaciosas, inspiradas nas
metrópoles estrangeiras. Por outro lado, a construção civil encontrava-se impulsionada por programas sociais,
facultando o acesso à moradia de classes econômicas mais baixas, e, por isso, o desenvolvimento de novos
materiais de construção que possibilitassem a redução de custos.
Maior referência dos estudos sobre as relações campo e cidade no
Brasil, Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, BA, 3 de maio
de 1926 – São Paulo, SP, 24 de junho de 2001) foi um dos grandes
nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de
1970. Sua militância permanente em prol da cidadania e da ética
extrapolou os muros acadêmicos. Produziu um obra numerosa e
complexa, uma verdadeira teoria geográfica do espaço, alcançando
reconhecimento internacional com Prêmio Vautrin Lud (conferido
por universidades de 50 países), recebido em 1994. Sua obra
O espaço dividido, de 1979, é um clássico, na qual desenvolve teoria
sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos. Suas
ideias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse
o mundo estão reunidas em Por uma outra globalização, no qual faz
uma abordagem crítica do processo perverso de globalização na
lógica do capital, apresentado como um pensamento único.
115
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Engarrafamento de veículos: caos do transporte urbano na cidade do Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.
116
SPERIDIÃO FAISSOL
Livro do Mérito, 2002. Ituiutaba, MG, 1923
Geógrafo
Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1940
PARTE 4
O transporte urbano constitui um dos
maiores problemas das grandes cidades
fluminenses, como o Rio de Janeiro, e é
também um problema de longa data,
que a chegada e expansão do metrô
não conseguiu resolver, tornandose necessário um eficiente projeto
articulado entre transportes ferroviários
com o sistema rodoviário.
Usuários do Metrô
em trens lotados.
Filas enormes, tumulto, calor, atraso nas embarcações
e recorrentes acidentes vêm atrapalhando a vida de
milhões de cidadãos cariocas e fluminenses, usuários
das conduções marítimas que cruzam a baía de
Guanabara. No estrito cumprimento da sua missão
de defender a sociedade, e fiscalizar a atuação dos
profissionais do Sistema, o Crea-RJ vem atuando
como um importante aliado da CPI das Barcas da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro –
presidida pelo deputado estadual Gilberto Palhares –,
no sentido de fiscalizar o quadro técnico e melhorar
a qualidade dos serviços prestados à população pela
concessionária Barcas S/A.
117
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Luz, ar e som: conforto ambiental
em habitações populares
O conforto é uma sensação de bem-estar físico e mental do ser humano,
percebido em todos os nossos sentidos. Como principal provedor das
habitações populares, o Estado deve proporcionar os índices de conforto
determinados pelo modo como o ambiente é servido de luz, ar e som. O
Crea-RJ vem se destacando na pesquisa e fiscalização do cumprimento
das normas estabelecidas para as tipologias adotadas pelas moradias
populares, entendendo que esses aspectos interferem na qualidade da
moradia e, por conseguinte, na qualidade de vida das populações de
baixa renda.
Na defesa de um desenvolvimento social sustentável, valorizando o
coletivo, o Crea-RJ compartilha de uma visão nova de gestão na qual,
em parceria com as redes públicas, é o coletivo que constrói. Hoje a
construção civil se encontra alavancada por programas sociais, o que
tem facultado o acesso à moradia de classes econômicas mais baixas, e
o desenvolvimento de novos materiais de construção que possibilitem a
redução de custos. O Crea-RJ está na liderança, junto a outras entidades
de classe, na Campanha Nacional pela Moradia Digna, em prol da
reserva de fundos dos estados, Distrito Federal e municípios, destinados
à habitação de interesse social. São iniciativas que, de um lado, podem
enfrentar com êxito o problema da sub-habitação e, de outro, abrir
um mercado de trabalho para os profissionais através dos governos
estaduais e das prefeituras.
118
RICARDO BATALHA MENESCAL
Vitória, ES, 1930
Arquiteto
Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1955
LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDES
Livro do Mérito, 2004. Rio de Janeiro, 1924
Licenciada em Geografia e História
Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1944
PARTE 4
O modelo habitacional adotado hoje no Brasil,
defendido pelo Confea e Crea-RJ, é baseado
na premissa da acessibilidade, mobilidade e
melhoria habitacional.
Em busca de uma cidade sem obstáculos
A Lei da Acessibilidade, regulamentada pelo decreto federal nº 5.296,
de 2 de dezembro de 2004 em conformidade como Estatuto da
Cidade, estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção
de ações voltadas para a inserção e a qualidade de vida das pessoas
com necessidades especiais. Em abril de 2006, o Plenário do Confea
aprovou por unanimidade a recomendação aos Creas do cumprimento
das normas de acessibilidade estabelecidas na legislação federal, a fim
de que realizem ações fiscalizatórias e em casos de irregularidades
recorram ao Ministério Público. O Crea-RJ vem trabalhando em várias
frentes para difundir e intensificar a aplicação da lei.
Em 2005, o Crea-RJ criou o Grupo de Trabalho de Acessibilidade,
com o objetivo de estabelecer os procedimentos de fiscalização nas
atividades de projeto arquitetônico e urbanístico e desenvolver ações
de conscientização e capacitação voltadas para os profissionais do
Sistema. Em uma ação pioneira, assinou um Termo de Cooperação
Técnica com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com
a finalidade de criar o Programa de Certificação de Conformidade com
a Acessibilidade. O referido decreto obriga os Conselhos Regionais
a exigirem a responsabilidade profissional declarada na Anotação de
Responsabilidade Técnica, no que diz respeito ao atendimento às regras
de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT.
119
MAURICIO AMOROSO TEIXEIRA DE CASTRO
Rio de Janeiro, 1910
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1934
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Agenda esportiva e novas especializações
A agenda esportiva para a cidade do Rio de Janeiro nos próximos anos cria uma
especificidade no cenário contemporâneo para a engenharia e a arquitetura brasileiras.
Com os Jogos Militares de 2011, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,
dar-se-á um grande investimento na formação acadêmica, na busca por especialização
em equipamentos esportivos e novas tecnologias. Fato que anuncia bons ventos para
os profissionais do Sistema e para a sociedade fluminense, onde o Crea-RJ tem um
Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão).
Arquitetos Carlos Porto, Gilson Santos, Geraldo Lopes e
José Raymundo Ferreira Gomes. Rio de Janeiro, RJ, 2007.
importante papel a cumprir.
Para voltar a realizar o sonho de realizar uma Copa do Mundo, o Brasil, além de melhorar
a infraestrutura das cidades-sede dos jogos, deve garantir a segurança nos estádios de
futebol. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a segurança do torcedor, e assegurando
a efetiva participação de profissional devidamente habilitado na elaboração e execução
de laudos técnicos de engenharia e arquitetura, um convênio de Cooperação Técnica foi
firmado entre o Ministério do Esporte (ME), o Confea e os 27 Creas. Por esse convênio, os
Conselhos Regionais passam a organizar cadastramento de profissionais interessados e
legalmente habilitados para a prestação de serviços de emissão de laudos de vistoria em
engenharia e laudos de estabilidade estrutural nos estádios de futebol.
O setor de transportes do Rio de Janeiro é um dos maiores desafios para a realização
dos Jogos Olímpicos em 2016. Problemas como ônibus cheios e em mau estado de
conservação, paralisação no sistema ferroviário e a falta de pontualidade nas barcas e
metrô preocupam e fazem sofrer os que dependem diariamente dos transportes públicos.
A par dos avanços e investimentos no setor (linha 1 do Metrô, ramais ferroviários), é certo
que o Rio de Janeiro tem um longo caminho a percorrer e muitos desafios a serem
superados. O Crea-RJ vem cumprindo seu dever de fiscalizar o dia a dia dos transportes
Estádio Mário Filho (Maracanã), inaugurado em 1950.
Arquitetos Antonio Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro
Paulo Bastos e Raphael Galvão, com projeto estrutural dos
engenheiros Alberto Rodrigues da Costa, Antonio Alves de
Noronha, Paulo Fragoso e Sergio Marques de Souza.
Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.
120
públicos e promover um ampla reflexão sobre o tema. A solicitação constante do Crea-RJ
pela mídia e o reconhecimento da sociedade tem servido de estímulo ao desdobramento
desses trabalhos.
PARTE 4
A partir da iniciativa pioneira dos Creas do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, foi assinado
um convênio com o Ministério dos Esportes e a CBF, através do qual o Crea-RJ e
demais Conselhos de todo o país irão realizar treinamentos e estimularão profissionais
para vistorias, além das fiscalizações relativas às obras e serviços de recuperação dos
estádios brasileiros sedes dos torneios da Copa do Mundo em 2014.
Cedoc/Crea-RJ.
121
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
O futuro na educação
A velocidade das novas tecnologias – como nanotecnologia,
robótica, telecomunicações e engenharia esportiva – vem
exigindo formação específica e novos cursos para atender
o mercado de trabalho. Reforçar os laços com os futuros
profissionais tem sido uma ação permanente desenvolvida
pelo Crea-RJ, a fim de ampliar a formação técnica, as atividades
acadêmicas, o empreendedorismo e o conhecimento dos
estudantes sobre o papel do Conselho. Os cursos, congressos,
seminários oferecidos aos estudantes abrangem uma ampla
diversidade temática a partir da necessidade específica de
cada região. A integração do Crea-RJ com os estudantes
compreende informações sobre o mercado de trabalho,
as atribuições do Conselho, a importância da Anotação de
Responsabilidade Técnica, o Código de Ética. Para o CreaRJ, a dignidade da profissão implica em ser contemporâneo
sem esquecer a linha do tempo, em encontrar soluções
de harmonia entre o homem e o meio ambiente em que
vive, sem esquecer que dele não prescinde, em atender às
demandas da profissão sem esquecer da natureza como
paisagem cultural, em estar atento ao avanço tecnológico
sem esquecer que ele está a seu serviço. E, principalmente,
não esquecer jamais a responsabilidade social de qualquer
projeto e todas as implicações éticas que ele trará.
122
ANTONIO ALVES DE NORONHA
Livro do Mérito, 1962. Teresina, PI, 1904
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1926
PARTE 4
Crea-RJ: um espaço de formação continuada
Em face das rápidas transformações tecnológicas, o mercado
cada vez mais exige um profissional atualizado e capaz
de ajustar seu desempenho às realidades da sociedade e
do conhecimento. Atuando em conjunto com entidades
representadas no Conselho, o Crea-RJ oferece programas
Cursos de Capacitação
Programa de Capacitação e Desenvolvimento dos Profissionais do Sistema Confea/
Crea (Progredir) promove cursos de curta duração, seminários e palestras técnicas,
buscando atender às necessidades de atualização dos profissionais registrados no
Sistema Confea/Crea, e atua nas seguintes áreas de interesse: produção, gestão,
eletrotécnica, elétrica, mecânica, geologia, arquitetura, telecomunicações, civil,
segurança do trabalho, química, eletrônica, agronomia e geografia.
permanentes de qualificação e atualização dos profissionais,
através de cursos e palestras: gerenciamento de projetos,
legislação urbanística, impactos ambientais, iluminação
industrial,
geoprocessamento,
saneamento.
recuperação
estrutural,
Crea-RJ Estudante
Crea-RJ Estudante compreende a integração dos futuros profissionais das áreas
tecnológicas com o Sistema Confea/Crea, através de ações destinadas a divulgar e
facilitar o acesso aos programas de fomento em pesquisas, estágios e publicações.
As ações abrangem os estudantes, os docentes, a direção das escolas, o setor
governamental e as empresas registradas no Crea-RJ.
Vitória da geologia fluminense: a descoberta do vulcão de Nova Iguaçu
Em 1977, os geólogos André Calixto Vieira e Victor de Carvalho Klein desenvolviam
estudos sobre a geologia do estado do Rio de Janeiro quando, num certo dia
de trabalho na UFRRJ, analisando fotos aéreas de Nova Iguaçu, constataram
ocorrências de rochas vulcânicas que, dispostas de forma circular, cobriam uma
extensa área da Serra de Madureira, no Maciço do Gericinó. De 1977 a 1979
realizaram mapeamentos geológicos e, em 1980, publicaram os resultados dos
seus estudos. Assim, foi descoberto no município de Nova Iguaçu, estado do
Rio de Janeiro, o único vulcão brasileiro. Esse fato relevante foi notícia, em 19 de
dezembro de 1979, em sessão extraordinária na Academia Brasileira de Ciências
do Rio de Janeiro: a descoberta do Vulcão de Nova Iguaçu.
123
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Centro de Pesquisas da
Petrobras (Cenpes) na Cidade
Universitária/UFRJ: construção
do maior centro de pesquisa
em tecnologia de petróleo
da América Latina. Foto: Zeca
Linhares.
Matriz do conhecimento, inovações
tecnológicas e atribuições profissionais
Em vigor desde 1º de julho de 2007, a resolução do Confea nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, estabelece novas
regras para atribuições de títulos profissionais, atividades e competências no âmbito da atuação profissional, para
efeito de fiscalização do exercício das profissões integradas no Sistema Confea/Crea: engenheiro, arquiteto e
urbanista, engenheiro agrônomo, geólogo, geógrafo, meteorologista, tecnólogo e técnico.
Esta resolução nasceu da necessidade de se conceder novas atribuições aos profissionais, em vista da grande
flexibilidade das matrizes curriculares de seus cursos de formação, impulsionada pelo atual desenvolvimento da
ciência e das inovações tecnológicas. Por esta resolução, os profissionais, uma vez atualizados, poderão desenvolver
novas atribuições dentro do seu grupo e nível profissionais.
Por outro lado, essa resolução conduziu à maior integração entre as instituições de ensino e o Sistema Confea-Crea,
na medida em que o Sistema passa a ser consultado quando da criação de novos cursos de formação profissional.
Com efeito, esta integração permite hoje um trabalho conjunto entre o Sistema e o Ministério da Educação, que
recentemente assinou um convênio com o Confea para a criação de comissões de especialistas junto ao Ministério,
destinadas a analisar a abertura de novos cursos e a adequação de suas grades curriculares ao sistema produtivo.
124
JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CANINÉ
São Paulo, SP, 1943
Geólogo
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1968
PARTE 4
Preservação do patrimônio cultural
fluminense: um compromisso com
as futuras gerações
O patrimônio cultural – material e imaterial – constitui um dos principais reflexos
e vetores da identidade nacional. Preservar essa riqueza é garantir às gerações
vindouras o direito à sua memória e identidade, é projetar para o futuro o nosso
passado recomposto, isto é, a memória da nossa sociedade. Por outro lado, a
conscientização da defesa e preservação de bens culturais é um terreno cada
vez mais promissor para os profissionais do Sistema Confea/Crea, balizado pelo
estudo e investigação nas áreas histórico-artística e arquitetônica, bem como no
campo do restauro e da conservação do patrimônio cultural.
Movimento popular pelo tombamento do Castelinho da Praia do
Flamengo, 158. Rio de Janeiro, 1982. Arquivo particular.
Na sociedade brasileira, o poder público, nos níveis federal, estadual e municipal,
participa desse processo cultural através de mecanismos formais que induzam e
possibilitem a permanência da integração social e a identidade cultural brasileira.
No Brasil, o início da preservação cultural institucionalizada também ocorreu
no bojo da construção de um Brasil moderno, através da criação do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), em 1937, órgão responsável
pelo estabelecimento de critérios de tombamento ou classificação dos bens, que,
na visão da burocracia cultural então vigente, deveriam, ou não, ser preservados.
A legislação do estado da Guanabara iniciou uma política de tombamento mais
participativa, na qual os moradores dos bairros cariocas tinham o poder de uma
vontade própria no processo seletivo de preservação dos bens culturais. A então
Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, conduzida em seu primeiro
momento por Marcelo de Ipanema, foi a primeira experiência como órgão de
preservação cultural de âmbito estadual criado no Brasil, também pioneira na
implantação de uma política de identificação dos bens culturais a preservar,
atendendo ao anseio das camadas sociais.
125
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
JOSÉ OCTACÍLIO DE SABOYA RIBEIRO
Fortaleza, CE, 1903
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1929
O Sphan, na administração Aluísio Magalhães, no final dos anos 1970 até o princípio da década
de 1980, inicia um processo de socialização do patrimônio cultural, trazendo à tutela oficial não
somente as preciosas igrejas barrocas e os solares neoclássicos de nossas cidades, mas também
edificações do século XX e bens imateriais, como os meios de produção de práticas artesanais
e comportamentos religiosos, por exemplo, ainda vivos na sociedade brasileira. Não se tratava
apenas do tombamento de bens pretéritos, mas de representações sociais contemporâneas.
A partir desse momento, são vários os exemplos em que o povo reivindica a preservação de um
bem, como o Castelinho da Praia do Flamengo, tombado pelo município do Rio de Janeiro depois
de um excepcional movimento popular contra a sua demolição, como ainda o calçamento de
pedras pé-de-moleque de uma ladeira de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, cujo tombamento foi
solicitado pelos moradores locais.
No entanto, sem uma política em nível nacional que pudesse se espraiar nos estados e municípios,
perdemos bens muito significativos, como um singular sítio natural habitado por garças brancas,
na ilha do Governador, ou uma cava na pedra do Arpoador, onde fora implantado um dos marcos
das sesmarias da cidade do Rio de Janeiro, pois a inflexibilidade dos dispositivos do diploma legal
de 1937 não contemplava os tombamentos de tais bens.
Memória da destruição
O Palácio Monroe, demolido em 1978, é um
marco da destruição do patrimônio cultural
nacional e fluminense. Destacam-se também
como parte dessa memória os seguintes
edifícios: a Embaixada da Argentina, o Solar
de Monjope, o Magazin À Torre Eiffel, a
Embaixada da Itália, o Solar do Marquês de
Inhambupe, o Solar do Marquês de Itanhaém,
o Solar da Baronesa de Sorocaba, a Casa
Martinelli e o edifício do antigo Laboratório
do Elixir de Nogueira.
126
Palácio Monroe, antigo Senado Federal.
Rio de Janeiro, RJ. Cartão-postal. Arquivo particular.
PARTE 4
Fazenda Conceição do Mato Dentro, Vassouras,
RJ, séc XIX. Arquivo particular.
Municípios fluminenses que contam a história do Brasil
O governo do estado e a iniciativa privada têm investido no mapeamento e na restauração dos
circuitos da maior importância para o estado do Rio de Janeiro. No Vale do Paraíba, em plena
Serra do Mar, é possível encontrar cidades que se destacaram no século XIX, nos tempos do
Segundo Reinado, e hoje vêm à tona como grandes atrativos de um crescente turismo histórico
e rural. Ainda hoje o chamado “ciclo do café” pode ser vivenciado nessa região, que ocupa 250
km2 no sul do estado, e é formada principalmente pelos municípios de Vassouras, Valença e seu
distrito Conservatória, Barra do Piraí, Miguel Pereira e Paty do Alferes.
As fazendas do Vale do Paraíba e o turismo rural
Turismo rural. Mais do que revelar a diversidade do patrimônio cultural e a riqueza dos atrativos
naturais locais, o fomento do turismo rural pretende identificar potencialidades, valorizar a
qualidade da agroindústria artesanal, consolidando seus produtos como fonte da diversificação
da economia regional, buscando a integração entre o campo e a cidade.
127
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Nos últimos anos, com os incentivos fiscais
instituídos pela lei nº 8.313, de 23 de dezembro
de 1991 – a chamada Lei Rouanet –, as empresas
estatais e até as empresas privadas estão
investindo na restauração e revitalização do
patrimônio cultural brasileiro.
O grandioso complexo arquitetônico do
Convento e Igreja de Santo Antônio, no Rio de
Janeiro, está sendo restaurado e revitalizado com
recursos financiados pelo Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Petrobras e diversas empresas privadas, com
apoio institucional do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem sua
restauração financiada pelo BNDES, Petrobras,
Eletrobrás, Embratel e Vale, com apoio
institucional do Iphan e do Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural (Inepac).
Revitalização e restauração do complexo arquitetônico
do Convento e Igreja de Santo Antônio. Largo da Carioca,
Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.
128
Restauração do Theatro Municipal do
Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.
CELSO SUCKOW DA FONSECA
Medalha do Mérito, 1960. Rio de Janeiro, 1905
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1929
PARTE 4
Das pedras pisadas do cais
ao porto do futuro
Na condição de cidade-capital do Império colonial português, da Monarquia e da República,
a cidade do Rio de Janeiro ocupou um lugar emblemático na trajetória da sociedade
brasileira. O Porto destaca-se nessa história, pela importância estratégica no estabelecimento
do Rio de Janeiro como cidade mercantil e cosmopolita, cuja cultura popular urbana é
constituída, em grande parte, pela herança cultural dos descendentes de escravos negros
que aqui chegaram. A história do Porto do Rio é também parte importante da história da
engenharia e da arquitetura, vetor de crescimento da cidade que, no limiar do século XX
passou por profundas reformas urbanas e de saneamento, com destaque para a reforma
do Porto do Rio de Janeiro. Ruas e avenidas foram abertas para escoar os produtos que
aqui chegavam e saíam, e o crescimento urbano alterado em sua função. Hoje, no limiar
do século XXI, o Porto volta a sofrer uma das maiores intervenções da sua história, por meio
do projeto da Prefeitura Municipal, intitulado Porto Maravilha, no qual se valoriza, além da
pujança econômica, o grande potencial do Porto do Rio como polo cultural. Mais uma vez, o
Porto abre as portas para o futuro.
Revitalização da área portuária do Rio de Janeiro.
Arquivo Instituto Pereira Passos.
Projeto de revitalização do Porto do Rio de Janeiro.
Foto: Instituto Pereira Passos.
129
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
130
PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA
Rio de Janeiro, 1910
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1932
JOSÉ DE OLIVEIRA REIS
Ribeirão Preto, SP, 1903
Engenheiro civil e geógrafo
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925
PARTE 4
Tradicional corrida
em homenagem aos
75 anos do Crea-RJ.
Arquivo Crea-RJ.
O espírito associativo na corrida para o futuro
Ao lado das associações de classe, dos servidores, colaboradores, profissionais do Sistema e toda a
sociedade, o espírito associativo que marcou a constituição do Crea-RJ nos anos 1930, atravessou
o futuro, chegando ao século XXI com a mesma vitalidade de outrora, fazendo ecoar as palavras
inaugurais do engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado, em seu discurso de inauguração do
Conselho: “[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos integrá-las no ritmo de renovação
que ora agita todas as camadas sociais”.
Seaerj a serviço da sociedade
A Sociedade de Engenheiros e
Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro
(Seaerj), fundada em 19 de julho de
1935, congrega esses profissionais
para o aprimoramento da engenharia
e arquitetura públicas do estado do Rio
de Janeiro e respectivos municípios.
Tem como objetivos principais
promover o aperfeiçoamento técnico e
cultural dos associados, como também
a tecnologia e as boas práticas da
engenharia e arquitetura, colaborando
com a administração do estado do Rio
de Janeiro. É um exemplo do espírito
associativo a serviço do bem público.
131
131
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Crea-RJ: uma instituição
cada vez mais jovem
Os 75 anos do Crea-RJ foram comemorados com eventos e homenagens, promovidas pelo Conselho
e recebidas de outras entidades representativas da sociedade fluminense. No dia 5 de junho, dia
do aniversário do Conselho, com a participação de colaboradores, conselheiros e servidores, um
grande bolo foi simbolicamente cortado pelo presidente Agostinho Guerreiro e pelos funcionários
mais antigos, Silvio Continentino e Edir Ferreira, ao som do Coral Crea-RJ, interpretando músicas
populares de autores brasileiros. No mesmo mês, o Conselho recebeu homenagem da Assembleia
Legislativa do estado do Rio de Janeiro, proposta pelo deputado Gilberto Palmares, cujo discurso
enalteceu a atuação marcante do Crea-RJ no processo de democratização da sociedade brasileira.
Na oportunidade, profissionais destacados na área tecnológica do estado do Rio de Janeiro foram
homenageados, e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lançou selo personalizado e
carimbo comemorativo dos 75 anos do Conselho, inspirado na imagem do Cristo Redentor.
Em outubro foi inaugurado, pelo seu Centro de Cultura e Memória (CCM), o projeto Memórias & História
do Crea-RJ, com o intuito de registrar e difundir a memória da Instituição, reunindo depoimentos de
profissionais, colaboradores, e funcionários de diferentes gerações. Também no CCM do Crea-RJ foi
inaugurada a exposição Christo Redemptor, da curadora Bel Noronha, atraindo um grande número de
escolas e visitantes em geral, inserindo, em grande estilo, o Crea-RJ no circuito cultural da cidade.
O tradicional evento de encerramento anual dos trabalhos do Crea-RJ ganhou destaque em 2009,
sendo ampliado para uma grande confraternização pelos 75 anos da Instituição. Mil pessoas,
entre colaboradores, diretores, conselheiros, inspetores, reuniram-se na casa de espetáculos Viva
Rio, no mês de dezembro, encerrando um ano marcado por eventos e homenagens. Na ocasião,
os vencedores do projeto “Trocando Idéias” – voltado para contribuição dos funcionários do
Crea-RJ sobre temas da atualidade – foram agraciados com premiações.
A presente edição do livro 75 anos Crea-RJ: a invenção de um novo tempo completa este
significativo conjunto de atividades comemorativas pelo aniversário de um Conselho cada vez
mais jovem e renovado pela vitalidade de seus profissionais, funcionários e colaboradores, e pelo
compromisso incessante com o bem-estar social de todos os cariocas e fluminenses.
132
PARTE 4
133
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
ADHEMAR DA CUNHA FONSECA
Belo Horizonte, MG, 1912
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1933
Cronologia
Datas comemorativas e fatos históricos pertinentes à engenharia,
arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia
1930
Le Corbusier publica o livro Précisions sur un état présent de l’Architecture et de
l’Urbanisme. Paris: Les Éditions G. Crès et Cie, 1930. Esse livro é resultante das
dez conferências que pronunciara em Buenos Aires, em outubro, acrescido de
dois capítulos em que descreve sua experiência no Brasil, Prologue Américain et
corollaire Brésilien, e de um anexo em que analisa o estágio da arquitetura em
Paris e Moscou, em 1929.
Março, 20
Abertura da “Exposição de uma Casa Modernista”, pelo arquiteto Gregori
Warchavchik, realizada na rua Itápolis, 119, Pacaembú, S. Paulo. A exposição
permanece aberta até 20 de abril. Afirma Geraldo Ferraz: “A partir desta
‘exposição’ estava dado o grande impulso à renovação arquitetônica brasileira.
O acontecimento foi transcendente na quietude provinciana, inaugurando
uma nova fase nas preocupações da vanguarda, tornando-se uma referência,
e o completamento da revolução assinalada pela Semana de Arte Moderna de
1922.”
Março, 27
É publicado no jornal Diário da Noite, em S. Paulo, artigo de Carlos Pinto Alves com
o título “Uma casa modernista”, em que o autor registra a importância da casa
da rua Itápolis, 119, em S. Paulo, em exposição pública. Assinala o artigo: “A casa
que Warchavchik está mostrando ao público na rua Itápolis deve ser considerada
o marco inicial da fundação de uma cidade nova, que logo se espraiará pelos
arredores ondulados de São Paulo. [...] Naquele quadrado de alvenaria do
Pacaembú – simples como um teorema euclidiano –, o arquiteto russo conseguiu
principalmente integrar o paulista no ambiente de sua terra. Depois da taba
indígena, temos, afinal, a primeira habitação que se harmoniza com a natureza do
Brasil. Agora, o imigrante não precisará trazer mais nos bolsos a sua casa exótica”.
134
Abril, 5
É publicado no jornal Diário Nacional, em S. Paulo, artigo do crítico de arte e
escritor Mário de Andrade, com o título “Exposição duma casa modernista”,
enaltecendo o acontecimento que foi a exposição da casa projetada pelo
arquiteto Gregori Warchavchik, na rua Itápolis, 119, no Pacaembú, S. Paulo.
Junho
Realização do IV Congresso Pan-americano de Arquitetos, no Rio de Janeiro. O
arquiteto Flávio de Rezende Carvalho apresenta duas teses: “A cidade do homem
nu” e “Antropofagia no século XX“.
Junho, 26
Início do curso de Engenharia Cartográfica e Engenharia de Fortificação e
Construção no Instituto Militar de Engenharia (IME), Rio de Janeiro, RJ.
Agosto, 26
Início dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e de Armamento
e Engenharia Química no Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro.
Outubro, 24
Inauguração do edifício da Escola Normal, hoje, Instituto de Educação, situado
na rua Mariz e Barros, nº 273, Rio de Janeiro, projetado pelos arquitetos Angelo
Brunhs e José Cortez, no denominado estilo neocolonial brasileiro.
Dezembro, 8
O presidente Getúlio Vargas nomeia o arquiteto Lúcio Costa diretor da Escola
Nacional de Belas Artes, onde este propõe a modernização do ensino da
arquitetura, tomando posse a 12 desse mês.
Dezembro, 29
O arquiteto Lúcio Costa concede uma entrevista ao arquiteto Gerson Pompeu
Pinheiro, recém-formado e doublé de repórter e caricaturista, publicada no jornal
O Globo, em que declara:
CRONOLOGIA
“Embora julgue imprescindível uma reforma em toda a Escola, aliás, como é do
pensamento do governo, vamos falar um pouco de arquitetura. Acho que o curso
de arquitetura necessita de uma transformação radical. Não só o curso em si, mas os
programas das respectivas cadeiras e principalmente a orientação geral do ensino.
A atual é absolutamente falha. A divergência entre a arquitetura e a estrutura, a
construção propriamente dita, tem tomado proporções simplesmente alarmantes.
Em todas as grandes épocas, as formas estéticas e estruturais se identificaram. Nos
verdadeiros estilos, arquitetura e construção coincidem. [...] Fazemos cenografia,
‘estilo’, arqueologia, fazemos casas espanholas de terceira mão, miniaturas de
castelos medievais, falsos coloniais, tudo, menos arquitetura”.
1931
Primeiro edifício construído sobre pilotis, projetado pelo arquiteto Stélio Alves de
Souza, professor de Teoria de Arquitetura da Faculdade Nacional de Arquitetura,
hoje, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (UFRJ).
Abril, 1
Início do curso de Engenharia Mecânica e Engenharia Metalúrgica na atual
Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado por
Carta Régia de 4 de dezembro de 1810, Rio de Janeiro, RJ.
Abril, 11
Início do curso de Geografia na Universidade Federal Rio de Janeiro (UFRJ), Rio
de Janeiro.
Setembro, 1
Inauguração da 38ª Exposição Nacional de Belas Artes, sob a direção do arquiteto
Lúcio Costa, com a participação do arquiteto Flávio de Rezende Carvalho, Rio de
Janeiro.
Setembro,18
O arquiteto Lúcio Costa pede demissão da direção da Escola Nacional de Belas
Artes, em consequência das pressões de alguns professores que não aceitavam
as suas reformas.
Setembro, 22
Fundação do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge/RJ).
Outubro
Chegam ao Rio de Janeiro, para o julgamento da segunda etapa do Concurso do
Farol de Colombo, os arquitetos Frank Lloyd Wright, representando a América do
Norte, Eliel Saarinen, a Europa, e Acosta y Lara, a América do Sul.
Um grupo de estudantes de arquitetura procura Frank Lloyd Wright para
pronunciar conferências, em que Wright foi quase carregado em triunfo pelo
grupo, informa o professor Paulo F. dos Santos.
F. L. Wright visita a casa “moderna” que o arquiteto Gregori Warchavchik estava
construindo na rua Tonelero, no Rio de Janeiro, e fica impressionado com o
arrojo do balanço da varanda como solução arquitetônica, “seu geometrismo
desnudo”, como diz Paulo Santos, e certamente a toma como modelo em sua
famosa Casa da Cascata, opinião da qual não compartilhava Warchavchik.
Outubro, 12
Inauguração do Monumento ao Cristo Redentor, projetado pelo arquiteto Heitor
da Silva Costa, classificado em concurso público, Rio de Janeiro.
1933
A Associação dos Artistas Brasileiros, que, desde 1931, sob a presidência do
arquiteto Nestor de Figueiredo propugnava por um plano integral de educação
artística, promove o Salão de Arquitetura Tropical, publicando um catálogo
em que colaboram Ana Amélia Carneiro de Mendonça e San Tiago Dantas,
entre outros, cada qual dizendo como desejaria a sua casa ideal, e com uma
apresentação do professor Celso Kelly, então presidente dessa Associação.
Nesse Salão expõem os arquitetos Affonso Eduardo Reidy e Gerson Pompeu
Pinheiro com o projeto do Abrigo da Boa Vontade, no Rio de Janeiro; Marcelo
Roberto com uma residência em Laranjeiras; e Lúcio Costa com duas residências,
também no Rio de Janeiro.
Julho, 28
Início do curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Setembro, 3
Fundação da Associação Comercial, Industrial e Agro Pastoril de Barra Mansa, RJ.
Outubro, 12
Decreto nº 23.196: regula o exercício da profissão agronômica.
Outubro, 24
Lançamento da pedra fundamental da cidade de Goiânia, atual capital do estado
de Goiás, projetada pelo arquiteto Atílio Correia Lima.
135
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Dezembro, 11
Decreto nº 23.569: cria o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (Confea) e os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura (Creas)
e regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor,
alterado pelo decreto-lei nº 8.620 de 10/01/1946.
Dezembro, 12
O arquiteto Archimedes Memória recebe o prêmio como vencedor do concurso
para o projeto arquitetônico do edifício sede do Ministério da Educação e Saúde,
no Rio de Janeiro.
1934
É instituído o concurso para o projeto de construção do edifício sede da
Associação Brasileira de Imprensa, sob a presidência de Herbert Moses, um
entusiasta da arquitetura moderna e que tinha sido o tradutor das conferências
pronunciadas por Frank Lloyd Wright, quando de sua vinda ao Rio de Janeiro,
em 1931. Concorrem, entre outros, os arquitetos Oscar Niemeyer, Jorge
Machado Moreira com Ernani de Vasconcellos e Marcelo Roberto e Milton
Roberto, vencedores do concurso, cujo projeto, por sua originalidade e ousadia,
colocava seus autores no primeiro plano do movimento moderno da arquitetura
brasileira.
Março, 25
O ministro Gustavo Capanema, da Educação e Saúde, envia carta ao arquiteto
Lúcio Costa convidando-o a elaborar um projeto arquitetônico para construção
da sede desse Ministério, depois de concedido o prêmio ao vencedor do
concurso, o arquiteto Archimedes Memória.
Maio
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) edita sua primeira revista: Arquitetura e
Urbanismo, maio e junho de 1936 – órgão oficial do Instituto de Arquitetos do
Brasil.
Julho, 13
Chegada de Le Corbusier ao Rio de Janeiro, a bordo do Zepellin, onde
permaneceu até 18 de agosto, a convite do ministro da Educação e Saúde
Gustavo Capanema, a fim de prestar consultoria à equipe brasileira, coordenada
pelo arquiteto Lúcio Costa, para a elaboração do projeto arquitetônico do edifício
sede desse Ministério e proferir seis conferências sobre arquitetura moderna.
Também elaborou estudos para a construção da Cidade Universitária para a
então Universidade do Brasil.
Agosto, 18
Le Corbusier parte para a França a bordo do navio Lutetia.
A Revista Engenharia e Arquitetura publica o decreto nº 24.515, referente à
demarcação da área do bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, com planta e
perspectiva.
Abril, 23
Sessão solene de instalação do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, na
Escola Nacional de Belas Artes, na avenida Central, hoje Rio Branco, Rio de Janeiro.
Maio, 29
Reunião do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura da 5ª Região, que
compreendia o Distrito Federal e os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo,
para a eleição de três membros desse Conselho.
Junho, 5
Realização da primeira sessão do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura
da 5ª Região, na sala dos professores da Escola Nacional de Belas Artes, com o
objetivo de eleger o vice-presidente, o secretário e o tesoureiro desse Conselho.
Julho, 12
Decreto-lei nº 24.693: regula o exercício da profissão de químico.
1935
Março, 23
Publicação no Diário Oficial do edital do concurso para a elaboração do projeto
de arquitetura para a sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de
Janeiro.
Julho, 19
Fundação da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de
Janeiro (Seaerj).
Dezembro, 7
Fundação da Federação Brasileira de Engenheiros.
136
SIDNEY MARTINS GOMES DOS SANTOS
Rio de Janeiro, 1912
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1935
1936
CRONOLOGIA
Novembro, 14
Fundação da Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos
(Anfea).
Dezembro, 19
Os arquitetos Wladimir Alves de Souza e Enéas Silva são classificados em primeiro
lugar no concurso para o projeto do Ministério da Fazenda, a ser construído na
avenida Passos, Rio de Janeiro, onde existira a Academia de Belas Artes. Este
projeto pioneiro de linhas contemporâneas não é executado. O ministro da
Fazenda decidiu fazer a sede em outro terreno na avenida Presidente Antonio
Carlos, com um projeto executado pela equipe desse Ministério sob a direção do
arquiteto Luiz Eduardo Moura.
1937
Projeto da Obra do Berço, de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, na avenida
Epitácio Pessoa, Rio de Janeiro.
Março, 24
Decreto federal nº 1.527 cria o Conselho Nacional de Geografia.
Junho, 14
Decreto federal nº 1.713 cria o Parque Nacional do Itatiaia, Itamonte, RJ, e Bocaina
de Minas, MG.
Junho, 19
Fundação da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer).
Junho, 29
Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE).
Julho, 1
Decreto nº 6.000: o interventor no Distrito Federal, Olympio de Mello, institui o
Código de Obras do Distrito Federal.
Julho, 5
Lei nº 452: cria a Universidade do Brasil, antiga Universidade do Rio de Janeiro,
pelo decreto nº 14.343, de 7/09/1920, hoje Universidade Federal do Rio de
Janeiro, pela lei nº 4.831, de 5/11/1965.
Julho, 10
Inauguração do trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil, entre D.
Pedro II e Madureira, Rio de Janeiro.
Julho, 19
Fundação da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (Abea).
Novembro, 30
Decreto-lei nº 25: organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.
1938
É aberto o concurso para o projeto do Pavilhão do Brasil na Feira de Nova York.
O arquiteto Lúcio Costa é o primeiro colocado, ficando em segundo lugar o
arquiteto Oscar Niemeyer. Lúcio protesta dizendo que o primeiro lugar deveria
ser de Oscar Niemeyer. O ministro decide contratar os dois arquitetos. Do projeto
original de Oscar Niemeyer nasce o projeto definitivo em que ângulos e curvas
se contrapõem. Integram ainda o pavilhão painéis de Cândido Portinari e uma
réplica da estátua de Celso Antônio para o Ministério de Educação e Saúde,
como também jardins do paisagista americano Thomas Price e mostruários do
arquiteto americano Paul Lester Wiene.
Março, 14
Início do curso de Engenharia Metalúrgica no Instituto Militar de Engenharia
(IME).
Novembro, 23
Criação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ).
1939
Março, 14
Início do curso de Engenharia de Comunicações no Instituto Militar de
Engenharia (IME), Rio de Janeiro.
Março, 28
Decreto federal nº 3.871: cria a Universidade Santa Úrsula (USU).
Abril, 4
Início do curso de Meteorologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
1940
Dezembro, 28
Decreto nº 6.897: prefeito do Distrito Federal, Henrique Dodsworth, aprova o
137
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
plano de urbanização da área atingida pelo prolongamento da avenida do
Mangue, para a abertura da avenida Presidente Vargas.
Outubro, 30
Decreto federal nº 6.409: cria a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio).
1941
Por indicação de Rodrigo de Melo Franco de Andrade, é confiada ao arquiteto
Oscar Niemeyer, pelo prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o projeto
para o conjunto arquitetônico da Pampulha, compreendendo o Cassino, o
Restaurante, o Iate Clube e a Capela de S. Francisco, com suas formas parabólicas
e os azulejos de Cândido Portinari.
Janeiro, 20
Abertura do I Congresso Brasileiro de Urbanismo, no Rio de Janeiro.
Fevereiro, 20
Criação do Correio Aéreo Nacional.
Março, 1
Início do curso de Geografia e Meio Ambiente na Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Abril, 9
Fundação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que inicia suas operações
em 1 de outubro de 1946, tendo sido privatizada em abril de 1993, em Volta
Redonda, RJ.
Maio, 2
Criação do curso de bacharelado em Geografia na Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj).
Maio, 13
Início do curso de Geografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),
Rio de Janeiro.
Dezembro, 26
Decreto nº 7.197: o prefeito do Distrito Federal, Henrique Dodsworth, aprova
o Plano de Urbanização da área atingida pelo prolongamento da avenida
Presidente Vargas, no trecho compreendido entre as praças da República e da
Bandeira.
138
ARTUR EUGÊNIO JERMANN
Livro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1914
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1935
1942
Janeiro, 22
Decreto-lei nº 4.048: cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai),
oficializando o ensino industrial e técnico no Brasil.
1943
Março, 1
Inauguração da Escola Técnica Nacional, hoje, Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro.
Maio, 1
Decreto-lei nº 5.452: aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Novembro, 10
Inauguração do edifício sede do Ministério da Fazenda, projetado pelo arquiteto
Luis Eduardo Moura.
1944
Setembro, 7
Inauguração da avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro.
1945
Junho, 14
Inauguração da eletrificação da Linha Auxiliar, no trecho de D. Pedro II a Honório
Gurgel, Rio de Janeiro.
Agosto, 31
Decreto-lei nº 7.918: organiza a Faculdade Nacional de Arquitetura da
Universidade do Brasil, criada pela lei nº 452, de 5/07/1937, hoje, Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Outubro, 3
Inauguração do edifício do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio
Capanema, projetado pelos arquitetos Lucio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Jorge
Machado Moreira, Ernani Vasconcellos, Carlos Azevedo Leão e Oscar Niemeyer,
seguindo risco de Le Corbusier.
Outubro, 24
Abertura da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 26 de junho de 1945.
CRONOLOGIA
1946
1953
Janeiro, 10
Decreto-lei nº 8.620: dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões
de Engenheiro, de Arquiteto e de Agrimensor, regida pelo decreto nº 23.569, de
11/12/1933.
Agosto, 15
Decreto-lei nº 9.585: concede o título de Engenheiro Agrônomo aos diplomados
por estabelecimento de ensino superior de Agronomia.
Março, 10
Fundação do Instituto de Engenharia Legal (IEL).
Maio, 31
Criação da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis.
Outubro, 3
Lei nº 2.004: estabelece o monopólio da União Federal sobre as atividades de
indústria do Petróleo e autoriza a criação da Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras),
que foi constituída em 12/03/1954 e aprovada pelo decreto nº 35.308, de
2/04/1954.
Novembro, 25
Fundação da Associação Fluminense de Engenheiros de Arquitetos (Afea).
1948
Janeiro, 21
Criação dos cursos de Engenharia Elétrica e Civil na Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
1949
Abril, 11
Fundação da Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina
(AEEFL).
1950
Julho, 10
Inauguração do Estádio Municipal do Maracanã, hoje Estádio Mário Filho,
projetado pelos arquitetos Antonio Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro
Paulo Bastos e Raphael Galvão, com projeto estrutural dos engenheiros Alberto
Rodrigues da Costa, Antonio Alves Noronha, Paulo Fragoso e Sergio Marques de
Souza.
Dezembro, 4
Lei municipal nº 547: cria a Universidade do Distrito Federal (UDF), depois
Universidade do Estado do Rio e Janeiro (Uerj).
1951
Janeiro, 19
Inauguração da rodovia Presidente Dutra ligando as cidades do Rio de Janeiro
e São Paulo.
1956
Junho, 18
Lei nº 2.800: cria os Conselhos Federal e Regionais de Química, dispõe sobre a
profissão do químico e dá outras providências
1957
Fevereiro, 1
Inauguração da rodovia Rio de Janeiro–Belo Horizonte.
Setembro, 17
Fundação da Associação de Engenheiros de Volta Redonda (AEVR).
Dezembro, 6
Fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (IHGRJ).
1958
Outubro, 28
Fundação da Sociedade Brasileira de Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e
Sensoriamento Remoto (SBC).
Dezembro, 29
Fundação da Sociedade Brasileira de Meteorologia.
139
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
1960
Abril, 21
A capital federal é transferida para Brasília e é criado o estado da
Guanabara.
Dezembro, 18
Lei nº 3.848: cria a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, passando
a se denominar Universidade Federal Fluminense (UFF), com a lei nº 4.831, de
5/11/1965.
1961
Abril, 7
Criação do curso de Engenharia Mecânica na Universidade Católica de
Petrópolis (UCP).
Maio, 16
Decreto federal nº 50.599: cria a Faculdade de Engenharia da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
Julho, 6
Decreto nº 50.923: cria o Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, alterado pelo
decreto nº 70.186, de 23/02/1972.
Julho, 26
Lei nº 3.924: dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.
Novembro, 21
Fundação da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE).
Dezembro, 20
Decreto nº 383: cria a Universidade Católica de Petrópolis (UCP).
1962
Junho, 23
Lei nº 4.076: regula o exercício da profissão de Geólogo, alterada pela
lei nº 7.399, de 4/11/1985 e regulamentada pelo decreto nº 85.138, de
15/09/1980.
Novembro, 17
Fundação da Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos (Apea).
140
OCTÁVIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA
Medalha do Mérito, 1998. Livro do Mérito, 2005. Rio de Janeiro, 1913
Engenheiro geógrafo e engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1933 e 1936
1964
Março, 31
Golpe militar depõe o governo do presidente João Goulart (1919-1976).
1965
Maio, 28
Fundação do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda (Senge-VR).
Maio, 31
Lei nº 4.643: determina a inclusão da especialização de Engenheiro Florestal na
enumeração do art. 16 do decreto-lei nº 8.620, de 10/01/1946.
Setembro, 15
Lei federal nº 4.771: institui o Novo Código Florestal, revogando o decreto nº
23.793, de 23/01/1934.
Outubro, 12
Inauguração do Parque do Flamengo, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo
Reidy, com a participação do paisagista Roberto Burle Marx.
1966
Abril, 22
Lei nº 4.950-A: dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em
Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária.
Outubro, 22
Criação do curso de Engenharia Elétrica na Universidade Católica de Petrópolis
(UCP).
Dezembro, 24
Lei nº 5.194: regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro Agrônomo, alterada pela lei nº 6.619, de 16/12/1978 e pela lei nº
8.195, de 26/06/1991.
1967
Fevereiro, 28
Decreto-lei nº 241: inclui entre as profissões cujo exercício é regulado pela lei nº
5194, de 24/12/1966, a profissão de Engenheiro de Operação.
CRONOLOGIA
Fevereiro, 28
Decreto-lei nº 243: fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira e dá
outras providências, entre elas, regulamenta o funcionamento da Comissão de
Cartografia (Cocar).
Outubro, 3
Inauguração do Túnel Rebouças, Rio de Janeiro.
Novembro, 9
Criação da Faculdade de Engenharia das Faculdades Integradas Geraldo Di Biase
(FIGB, antiga FERP), Volta Redonda, RJ.
1968
Março, 29
Criação do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Santa Úrsula
(USU), Rio de Janeiro.
Março, 24
Criação da Escola de Engenharia da Fundação Oswaldo Aranha (FOA), Volta
Redonda, RJ.
Abril, 11
Decreto-lei nº 2: define os bens integrantes do patrimônio histórico, artístico e
paisagístico do estado da Guanabara e institui medidas para sua proteção.
Julho, 17
Fundação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Friburgo
(Aeanf ).
Julho, 20
Pousa na superfície da Lua a nave americana tripulada Apollo XI. Neil Armstrong
é o primeiro homem a pisar no solo lunar.
Novembro, 7
Fundação da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Iguaçu (Seani).
Junho
É realizada a Passeata dos Cem Mil, manifestação popular de oposição ao regime
militar (1964-1985), percorrendo a avenida Rio Branco até a Cinelândia, no Rio
de Janeiro.
Novembro, 5
Lei nº 5.524: dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico Industrial de nível
médio, regulamentada pelo decreto nº 90.922, de 6/02/1985 e alterada pelo
decreto nº 4.560, de 30/12/2002.
Dezembro, 4
Lei nº 5.550: dispõe sobre o exercício da profissão de Zootecnista.
Dezembro, 13
O governo militar decreta o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que concedia poder
irrestrito aos governantes, incluindo a censura aos meios de comunicação,
o fechamento do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras
Municipais, a cassação de parlamentares, entre outras medidas.
1970
1969
1971
Militantes do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR8) e da Ação
Libertadora Nacional (ALN) sequestram o embaixador dos Estados Unidos da
América, Charles Burke Elbrick. Em troca de sua libertação, foram libertados e
Março, 23
Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos (Abec), Rio de
Janeiro.
banidos para o México quinze presos políticos.
Maio, 6
Fundação da Associação de Profissionais de Arquitetura (APA), hoje, Sindicato de
Arquitetos e Urbanistas do Estado do Rio de Janeiro (Sarj).
Abril, 3
É firmado o Compromisso de Brasília no I Encontro de Governadores,
estabelecendo recomendações para a preservação do patrimônio histórico,
artístico, arqueológico e natural nacional.
Abril, 13
Decreto-lei estadual nº 250: cria o Parque Estadual do Desengano, Santa Maria
Madalena, São Fidelis e Campos, RJ.
141
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Junho, 26
Decreto estadual nº 15.273: cria o Parque Estadual da Ilha Grande, Angra dos
Reis, RJ.
Julho, 1
Criação do curso de Arquitetura e Urbanismo no Instituto Metodista Bennett.
Setembro, 30
Resolução nº 205: adota o Código de Ética Profissional, alterado pela resolução
nº 1.002, de 26/11/2002.
Outubro, 22
Criação das Faculdades Integradas Silva e Souza, Rio de Janeiro.
Outubro, 29
É firmado o Compromisso de Salvador, no II Encontro de Governadores,
estabelecendo recomendações para a preservação do patrimônio histórico,
artístico, arqueológico e natural nacional.
Dezembro, 22
Criação do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia do Centro
Universitário Augusto Motta (Unisuam), Rio de Janeiro.
1972
Março, 24
Decreto federal nº 70.330: cria o Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro.
Junho, 19
Decreto nº 70.725: cria o Centro de Operações Cartográficas do Exército, na
Fortaleza da Conceição, Rio de Janeiro.
Julho, 13
Criação do curso de Engenharia Elétrica na Universidade Veiga de Almeida (UVA),
Rio de Janeiro.
Julho, 28
Criação da Faculdade de Engenharia da Fundação Técnico-Educacional Souza
Marques (FTESM), Rio de Janeiro.
NATHAN FEFERMAN
Moguilhov Podolsky, Bessarabia, 1905
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade Rio de Janeiro, 1936
1973
Junho, 29
Resolução nº 218: discrimina as atividades das diferentes modalidades
profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
1974
Março, 4
Inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva – Ponte Rio-Niterói, projeto
do engenheiro Antonio Alves Noronha e de Howard Needles Tammen and
Bergendoff International, Inc. (New York).
Março, 11
Decreto federal nº 73.791: cria a Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva
Jardim, RJ, destinada a assegurar a sobrevivência do mico-leão-dourado e da
preguiça-de-coleira.
Junho, 28
Lei estadual nº 2.377: cria o Parque Estadual da Pedra Branca, onde se encontra
o ponto mais alto da cidade, o Pico da Pedra Branca, com 1.204 m de altura, Rio
de Janeiro.
Julho, 1
Lei complementar nº 20: determina a fusão dos antigos estados da Guanabara
e do Rio de Janeiro.
Agosto, 29
Resolução nº 221: dispõe sobre o acompanhamento pelo autor, ou pelos
autores ou coautores, do projeto de execução da obra respectiva de Engenharia,
Arquitetura ou Agronomia.
Novembro, 20
Decreto estadual nº 7.549: cria a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba,
Rio de Janeiro, alterado pelo decreto estadual nº 5.415, de 31/03/1982 e pelo
decreto estadual nº 32.365, de 10/12/2002.
1975
Janeiro, 22
Criação dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica na Universidade
Santa Úrsula (USU), Rio de Janeiro.
142
NESTOR DE OLIVEIRA JÚNIOR
Rio de Janeiro, 1915
Engenheiro civil
Escola Politécnica, Universidade do Brasil, 1937
Janeiro, 29
Fundação da Associação Profissional dos Geólogos do Estado do Rio de Janeiro
(APG-RJ).
Março, 24
Decreto-lei estadual nº 39: cria a Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (Feema).
Outubro, 9
Resolução nº 235: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Produção.
1976
Janeiro, 1
Criação do curso de Engenharia Química na Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (Uerj).
Janeiro, 2
Criação dos cursos de Engenharia Civil/Construção Civil, Engenharia Cartográfica
e Engenharia de Produção e do curso de Geologia na Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj).
Abril, 27
Criação dos cursos de Engenharia Civil - Estruturas, Engenharia Civil - Sanitária
e Engenharia Civil - Transportes, do curso de Engenharia Elétrica - Eletricidade
Industrial, Engenharia Elétrica - Sistemas de Potência, Engenharia Elétrica Sistemas e Computação e Engenharia Elétrica - Sistemas Eletrônicos, e do curso
de Engenharia Têxtil, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Julho, 31
Resolução nº 241: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Materiais.
Agosto, 16
Fundação da Sociedade de Engenharia de Segurança do Trabalho do Estado do
Rio de Janeiro (Sobes-RIO).
1977
Janeiro, 20
Inauguração do Aeroporto Internacional do Galeão, ao lado do antigo, construído
em 1952, hoje denominado Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, Rio
de Janeiro.
CRONOLOGIA
Junho, 21
Fundação da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos
(Asaerla).
Dezembro, 7
Lei nº 6.496: institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação de
serviços de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia; autoriza a criação, pelo
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), de uma
Mútua de Assistência Profissional.
Dezembro, 16
Resolução n º 251: altera a denominação do Crea 5ª Região para Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ).
Dezembro, 17
Decisão normativa nº 252: cria a Mútua de Assistência dos Profissionais da
Engenharia, Arquitetura e Agronomia
1978
Fevereiro
É fundado no Rio de Janeiro o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), com a
realização de ato público na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Maio, 27
Resolução nº 256: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro Agrícola.
Junho, 22
Decreto estadual nº 1.921: cria a Reserva Florestal do Grajaú, Rio de Janeiro, que
passa a ser denominada Parque Estadual do Grajaú, pelo decreto estadual nº
32.017, de 15/10/2002.
Setembro, 4
Realização do I Congresso Nacional pela Anistia, no Teatro Ruth Escobar, São Paulo.
Dezembro, 1
Fundação da Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Estado do
Rio de Janeiro (Apeferj).
Dezembro, 31
O presidente Ernesto Geisel sanciona a revogação do Ato Institucional nº 5
(AI-5), aprovada pelo Congresso Nacional em 28 de dezembro de 1978, principal
instrumento de arbítrio da ditadura militar, que durou 10 anos e 18 dias.
143
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
1979
Março, 5
Inauguração do Sistema Metroviário na Cidade do Rio de Janeiro.
Junho, 22
Resolução nº 261: dispõe sobre o registro de Técnicos de 2º Grau nos Conselhos
Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Junho, 26
Lei nº 6.664: disciplina a profissão de Geógrafo, alterada pela lei nº 7.399, de
4/11/1985.
Julho, 28
Resolução nº 262: dispõe sobre as atribuições dos Técnicos de 2º Grau, nas áreas
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Agosto, 28
O presidente João Figueiredo sanciona a Lei de Anistia, nº 6.683, de iniciativa do
governo e aprovada pelo Congresso, anistiando todos os cidadãos punidos por
atos de exceção desde 9 de abril de 1964, data da edição do AI-1. O benefício
incluiu estudantes, professores e cientistas afastados das instituições de ensino e
pesquisa nos anos anteriores.
Novembro, 27
Lei nº 7.410: dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em
Engenharia de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do
Trabalho, regulamentada pelo decreto nº 92.530/86.
1980
Maio, 5
Lei nº 161: dispõe sobre o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio
Cultural do Rio de Janeiro, complementada pela lei nº 166 de 27/05/1980, que
dispõe sobre o processo de tombamento.
Maio, 6
Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc-RJ).
Junho, 12
Fundação da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de
Janeiro (Aearj).
144
HÉLIO MELLO DE ALMEIDA
Medalha do Mérito, 1963. Livro do Mérito, 2002. Rio de Janeiro, 1919
Engenheiro civil e eletricista
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil. 1943
Setembro, 15
Decreto nº 85.138: regulamenta a lei nº 6.664, de 26/06/79, que disciplina a
profissão de Geógrafo.
Outubro, 14
Lei nº 6.835: dispõe sobre o exercício da profissão de Meteorologista.
Dezembro, 19
Os geólogos André Calixto Vieira e Victor de Carvalho Klein anunciam, em sessão
extraordinária da Academia Brasileira de Ciências do Rio de Janeiro, a descoberta
de um vulcão extinto na Serra de Madureira, Maciço de Gericinó, Nova Iguaçu, RJ.
1981
Março, 20
Resolução nº 269: dispõe sobre o registro de Meteorologista nos Conselhos
Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Abril, 7
Decreto nº 85.877: estabelece normas para execução da lei nº 2.800, de
18/06/1956, sobre o exercício da profissão de Químico, e dá outras providências.
1982
Março, 15
Inauguração da Usina Angra I, primeira usina nuclear brasileira, Angra dos Reis, RJ.
Junho, 9
Fundação da Associação dos Técnicos da Light (Atel).
Novembro, 4
Resolução nº 277: inclui o Técnico em Celulose e Papel e o Técnico em Siderurgia
entre as habilitações de Técnicos de 2º Grau, constantes da resolução nº 262, de
28/07/1979.
1983
Março, 30
Fundação da Associação Duque Caxiense de Arquitetos e Engenheiros (Adae).
Maio, 27
Resolução nº 278: dispõe sobre o exercício profissional dos Técnicos Industriais e
Técnicos Agrícolas de nível médio ou de 2º Grau.
SERGIO MARQUES DE SOUZA
Livro do Mérito, 2006. Rio de Janeiro, 1918
Engenheiro civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1940
Junho, 15
Resolução nº 279: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de
Pesca.
Dezembro, 7
Resolução nº 288: designa o título e fixa as atribuições das novas habilitações em
Engenharia de Produção e Engenharia Industrial.
1984
Abril, 10
No Rio de Janeiro, cerca de 1 milhão de pessoas mobilizaram-se no centro da
cidade, e menos de uma semana depois cerca de 1,7 milhão manifestaram-se
em São Paulo, no comício da campanha pelas “Diretas Já”.
1985
Fevereiro, 6
Decreto nº 90.922: regulamenta a lei nº 5.524, de 5/11/1968, que dispõe sobre
o exercício da profissão de Técnico Industrial e Técnico Agrícola de nível médio
ou de 2º Grau.
Outubro,25
Fundação da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET) - Núcleo Regional
do Rio de Janeiro.
Novembro, 4
Lei nº 7.399: altera a redação da lei nº 6.664, de 26/06/1979, que disciplina a
profissão de Geógrafo.
Novembro, 27
Lei nº 7.410: dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em
Engenharia de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do
Trabalho, regulamentada pelo decreto nº 92.530, de 9/04/1986.
1986
Janeiro, 10
Decreto nº 92.290: regulamenta a lei nº 7.399, de 4/11/1985, que altera
a redação da lei nº 6.664, de 26/06/1979, que disciplina a profissão de
Geógrafo.
CRONOLOGIA
Março, 21
Resolução nº 308: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro Químico
– modalidade Têxtil.
Abril, 9
Decreto nº 92.530: regulamenta a lei nº 7.410, de 27/11/1985, que dispõe sobre
a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do
Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.
Julho, 23
Resolução nº 310: discrimina as atividades do Engenheiro Sanitarista.
Setembro, 26
Resolução nº 313: dispõe sobre o exercício profissional dos Tecnólogos das
áreas submetidas à regulamentação e fiscalização instituídas pela lei nº 5.194,
de 24/12/1966.
Outubro, 7
Fundação da Associação Fluminense de Engenharia de Minas (Afem).
Outubro, 31
Resolução nº 317: dispõe sobre Registro de Acervo Técnico dos Profissionais da
Engenharia, Arquitetura e Agronomia e expedição de certidão.
Novembro, 18
Lei estadual nº 1.071: cria o Instituto Estadual de Florestas, depois transformado
em Fundação Instituto Estadual de Florestas, pelo decreto estadual nº 11.782, de
28/08/1988.
1987
Fevereiro, 1
É instalada a Assembleia Nacional Constituinte, presidida pelo deputado Ulysses
Guimarães.
1988
Outubro, 5
O Congresso promulga a nova Constituição da República Federativa do Brasil,
consagrando o regime presidencialista.
145
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
1989
1991
Maio, 23
Decreto federal nº 97.780: cria a Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ.
Fevereiro, 22
Lei federal nº 7.735: cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis e dá outras providências.
Julho, 11
Lei nº 7.802: dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a
embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização,
a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino
final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras
providências.
Junho, 26
Lei nº 8.195: altera a lei nº 5.194, de 24/12/1966, que regula o exercício das
profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, dispondo sobre
as eleições diretas para presidente dos Conselhos Federal e Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Julho, 31
Resolução nº 358: dispõe sobre a inclusão do Técnico em Segurança do Trabalho
entre as constantes da resolução nº 262, de 28/07/1979.
Julho, 31
Resolução nº 359: dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades
do Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Novembro, 29
Lei estadual nº 1.901: cria o Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e
Maricá, RJ, regulamentada pelo decreto estadual nº 18.598, de 19/04/1993.
Reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera da Floresta Atlântica, em
10/10/1992.
1990
Maio, 9
Decisão normativa nº 34; dispõe quanto ao exercício por profissional de
nível superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de
Engenharia.
Maio, 11
Resolução nº 342: discrimina atividades relativas a empreendimentos
agropecuários, florestais, agroindustriais e de armazenagem com ou sem
utilização de Crédito Rural ou Incentivo Fiscal, que implicam a participação
efetiva e autoria declarada de profissionais legalmente habilitados
Julho, 27
Resolução nº 344: define as categorias profissionais habilitadas a assumir a
Responsabilidade Técnica na prescrição de produtos agrotóxicos, sua aplicação
e atividades afins.
Julho, 27
Resolução nº 345: dispõe quanto ao exercício por profissional de nível superior
das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia.
Setembro, 11
Lei nº 8.078: dispõe sobre a proteção do consumidor, e dá outras providências.
146
EDGARD ALBERTO MOREIRA ROCHA
Rio de Janeiro, 1916
Engenheiro eletricista, engenheiro civil e engenheiro industrial modalidade Mecânico
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1940
1992
Março, 26
Fundação da Associação dos Engenheiros Ferroviários (Aenfer), resultante
da fusão da Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Central do Brasil,
fundada em 19/06/1937, da Associação de Engenheiros da Administração
Geral da RFFSA, fundada em 27/08/1962 e da Associação de Engenheiros da
Companhia Brasileira de Trens Urbanos, fundada em 22/02/1986.
Agosto, 21
Decisão normativa nº 43: dispõe sobre a obrigatoriedade do registro de empresas
do ramo da indústria naval nos Creas.
Agosto, 21
Decisão normativa nº 44: dispõe sobre a titulação dos Técnicos Industriais e
Agrícolas de 2º Grau.
Agosto, 25
Fundação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Angra dos Reis
(Assear).
CRONOLOGIA
Setembro, 29
A Câmara dos Deputados aprova o impeachment do presidente Fernando Collor
de Mello.
Outubro, 20
Criação do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Veiga de
Almeida (UVA).
Dezembro, 16
Decisão normativa nº 47: dispõe sobre as atividades de parcelamento do Solo
Urbano e as competências para executá-las.
Dezembro, 30
Criação do curso de Engenharia de Produção Mecânica na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
1993
Março, 3
Decisão normativa nº 50: dispõe sobre o desempenho das atividades de Técnicos
de 2º Grau em Meteorologia.
Setembro, 28
Resolução nº 377: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
dos serviços de Aviação Agrícola e dá outras providências.
Dezembro, 17
Resolução nº 380: discrimina as atribuições provisórias dos Engenheiros de
Computação ou Engenheiros Eletricistas com ênfase em Computação.
1993
Setembro, 30
Inauguração da Linha Vermelha, parte de um projeto global de circulação viária
para o Rio de Janeiro.
1995
Março, 2
Criação do curso de Engenharia Elétrica-Telecomunicações na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Março, 17
Resolução nº 392: regulamenta o parágrafo 2º do artigo 2º da resolução nº
323, de 26/06/1987, que dispõe sobre o registro dos Geógrafos nos Conselhos
Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Maio, 5
Decisão normativa nº 56: dispõe sobre o Registro, Fiscalização e Anotação de
Responsabilidade Técnica de Redes de Emissoras de Televisão, Rádio AM e Rádio
FM e dá outras providências
1996
Maio
Lançamento do primeiro número da Revista do Crea-RJ, que é publicada até hoje.
Setembro, 2
Inauguração do Museu de Arte Contemporânea, projetado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer e com projeto estrutural do engenheiro Bruno Contarini, Niterói, RJ.
Dezembro, 20
Lei nº 9.394: estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
1997
Janeiro, 8
Lei nº 9.433: institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Agosto, 6
Lei nº 9.478: dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao
monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a
Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.
Novembro, 24
Inauguração da Linha Amarela, parte integrante de um projeto global de
circulação viária para o estado da Guanabara, de autoria do arquiteto Constantino
Doxiadis, Rio de Janeiro.
1998
Dezembro, 18
Resolução nº 425: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica.
147
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
1999
Março, 5
Resolução nº 427: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de
Controle e Automação.
Março, 9
Lançada publicamente a Ouvidoria do Crea-RJ.
Julho, 20
Inauguração da ampliação do Aeroporto Internacional do Galeão, que passa
a ser denominado Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, Rio de
Janeiro.
Agosto, 13
Resolução nº 430: relaciona os cargos e funções dos serviços da administração
pública direta e indireta, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, cujo exercício é privativo de profissionais da Engenharia, da
Arquitetura ou da Agronomia e dá outras providências
Novembro, 27
Resolução nº 437: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART
relativa às atividades dos Engenheiros e Arquitetos, especialistas em Engenharia
de Segurança do Trabalho.
Novembro, 27
Decisão normativa nº 65: Dispõe sobre registro nos Creas e fiscalização de
empresas prestadoras das diferentes modalidades de Serviços de Distribuição de
Sinais de TV por Assinatura.
2000
Fevereiro, 2
Inauguração do Terminal de Contêineres da Companhia Vale do Rio Doce,
Sepetiba, Rio de Janeiro.
Fevereiro, 25
Decisão normativa nº 66: dispõe sobre o registro nos Creas de empresas
fabricantes de pólvora, explosivos, detonantes, munição para caça e esporte,
fósforos de segurança e artigos pirotécnicos.
148
Abril, 14
Resolução nº 444: dispõe sobre os procedimentos relativos ao consórcio de
empresas, participação de empresas estrangeiras em licitações e acervo técnico
de obras e serviços realizados no exterior.
Junho, 16
Decisão normativa nº 67: dispõe sobre o registro e a anotação de
responsabilidade técnica das empresas e dos profissionais prestadores de
serviços de desinsetização, desratização e similares.
Setembro, 22
Resolução nº 447: dispõe sobre o registro profissional do Engenheiro Ambiental
e discrimina suas atividades profissionais.
Setembro, 22
Resolução nº 448: dispõe sobre o registro dos cursos sequenciais de formação
específica e de seus egressos nos Creas e dá outras providências.
Dezembro, 15
Resolução nº 453: estabelece normas para o registro de obras intelectuais no
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
2001
Março, 23
Decisão normativa nº 69: dispõe sobre aplicação de penalidades aos profissionais
por imperícia, imprudência e negligência e dá outras providências
Abril, 27
Resolução nº 458: dispõe sobre a fiscalização do exercício profissional referente
à inspeção técnica de veículos, automotores e rebocados, e das condições de
emissão de gases poluentes e de ruído por eles produzidos.
Outubro, 26
Decisão normativa nº 70: dispõe sobre a fiscalização sobre os serviços técnicos
referentes aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (pararraios).
Dezembro, 14
Decisão normativa nº 71: define os profissionais competentes para elaboração
de projeto e utilização de explosivos para desmonte de rochas e dá outras
providências.
ALCINA KOENOW PINHEIRO
Livro do Mérito, 1999. Rio de Janeiro, 1919
Engenheira civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1943
2002
Novembro, 26
Resolução nº 473: institui Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea.
Novembro, 26
Resolução nº 1.002: adota o Código de Ética Profissional da Engenharia, da
Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia.
Dezembro, 13
Decisão normativa nº 72: dispõe sobre responsabilidade técnica de atividade em
projeto, execução e manutenção de estrada rural.
Dezembro, 30
Decreto nº 4.560: altera o decreto nº 90.922, de 6/02/1985, que regulamenta a
lei nº 5.524, de 5/11/1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico
Industrial e Técnico Agrícola de nível médio ou de 2º grau.
2003
Junho, 27
Resolução nº 1.004: aprova o Regulamento para a Condução do Processo Ético
Disciplinar.
Dezembro, 5
Resolução nº 1.007: dispõe sobre o registro de profissionais, aprova os modelos e
os critérios para expedição de Carteira de Identidade Profissional.
2005
Agosto, 22
Resolução nº 1.010: dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos
profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação
dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do
exercício profissional.
CRONOLOGIA
Dezembro, 8
Resolução nº 1.019: dispõe sobre a composição dos plenários e a instituição de
câmaras especializadas dos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (Creas).
Dezembro, 8
Resolução nº 1.020: aprova o Estatuto da Mútua.
2008
Maio, 30
Resolução nº 1.023: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o
Acervo Técnico Profissional e dá outras providências
Setembro, 26
Decisão normativa nº 83: dispõe sobre procedimentos para a fiscalização do
exercício e das atividades profissionais referentes a monumentos, sítios de valor
cultural e seu entorno ou ambiência.
Setembro, 26
Resolução nº 509: dispõe sobre as atividades profissionais do Engenheiro de
Exploração e Produção de Petróleo
2009
Agosto, 21
Resolução nº 1.024: dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção do Livro de
Ordem de obras e serviços de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geografia,
Geologia, Meteorologia e demais profissões vinculadas ao Sistema Confea/
Crea.
Outubro, 30
Resolução nº 1.025: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o
Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências.
2006
Abril, 28
Decisão normativa nº 79: revoga a decisão normativa nº 77, de 24/08/2005, que
dispõe sobre as atribuições do Engenheiro Florestal e Engenheiro Agrônomo no
que se refere à Silvicultura.
149
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
LEOPOLDO RODOPHO FEIJÓ BITTENCOURT
Rio de Janeiro, 1918
Engenheiro eletricista, engenheiro geógrafo e engenheiro civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1943
Galeria dos presidentes
150
1934-1936
Engenheiro civil
Dulphe Pinheiro
Machado
1963-1975
Engenheiro civil
Carlos Prestes Cardoso
(presidente da
ex-13ª região)
1973-1975
Engenheiro industrial
Annibal Alves Bastos
1937-1939
Engenheiro civil
Adroaldo Junqueira
Ayres
1964-1965
Engenheiro civil
Mário Monteiro de Abreu
Pinto (renunciou em
11.01.65)
1976-1978
Arquiteto e urbanista
e engenheiro civil
Durval Coutinho lobo
1940-1963
(7 mandatos)
Engenheiro civil
Luiz Onofre Pinheiro
Guedes
1965-1972
(3 mandatos)
Arquiteto
Mauro Ribeiro Viegas
1979-1981
Engenheiro agrônomo
Bernardino Bruno
CRONOLOGIA
1982-1984
Engenheiro civil
Darcy Aleixo
Derenusson
1991-1993
Engenheiro civil
Alberto Caruso
1985-1987
1994-1996
Engenheiro agrônomo
Arciley Alves Pinheiro
1997-1999
2000-2002
Engenheiro eletricista
José Chacon de Assis
1988-1990
Engenheiro civil
Alexandre Duarte
Santos
2003-2005
2006-2008
Engenheiro eletricista
Reynaldo Barros
2009-2011
Engenheiro agrônomo
Agostinho Guerreiro
151
PAULO PARDAL
Rio de Janeiro, 1928
Engenheiro civil
Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1951
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Ficha técnica
Coordenação editorial
Cláudia Mesquita
Ilustração
Claudio Duarte
Agradecimentos
Organização e texto
Cláudia Mesquita
Olinio Gomes P. Coelho
Secretária executiva
Marta Bandeira Maia
Ana Tereza Barrocas
Colaboradores
Antônio José Martins
Eliana Alves da Silva
Eliana Barroso Conde Leite
Lucia Helena Pereira da Silva
Maria Clara Amado Martins
Nireu Oliveira Cavalcanti
Regina Moniz Ribeiro
Ronaldo Young
Projeto gráfico
Nogueira, D.M.
Diagramação
Paula Barrenne
Revisão
Benjamin Albagli
Simone Isnard
Pesquisa
Eduardo Araujo
Fernanda Rocha
Luciano Ottino
Fotografia
Zeca Linhares
Foto da capa
Zeca Linhares
152
Bibliotecária
Ana Cristina Monteiro Mesquita
Célia Maria Leite Costa
Claudia Petrucio Salgado César
Cláudio de Souza Novaes
Assessoria de marketing
e comunicação
Fernando Fernandes
Assessores
Rodrigo Machado
Maria Dolores Bahia
Nato Kandhall
Juliene Marques
Equipe
Clarissa de Oliveira
Conceição Taborda Ferraz da Silva
Coryntho Baldez
Joceli Frias
Leonardo Minervini
Luciana Soares
Uallace Lima
Vera Monteiro
Viviane Maia
Mário Aizen
Estagiários
Ana Rosa Cruz
Fabianna Altino
Leandro Carvalho Coelho
Nathália Ronfini
Rafael de Jesus Mendes
Vinicius da Silva Azevedo
Instituto Pereira Passos
Juliana Oakim
Marcelo Landrino
Maria da Conceição de Souza
Mônica Xexéo
Paula Serrano
Pedro Eduardo Monteiro Marinho
Suelen de Mendonça Soares
Crea-RJ (aos conselheiros, servidores e colaboradores)
Clube de Engenharia
Fundação Museu da Imagem e do Som
Museu Nacional de Belas Artes / MinC
Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção
Urbana, Arquitetura e Design / Secretaria Municipal
de Cultura/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
FICHA TÉCNICA
Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro
Presidente
Eng. Agrônomo Agostinho Guerreiro
2009-2011
Diretoria 2009
1º Vice-presidente
Eng. Eletricista Luiz Antonio Cosenza
2º Vice-presidente
Eng. Mecânico Oduvaldo Siqueira Arnaud
1º Diretor administrativo
Arquiteta Sônia Azevedo Le Cocq d’ Oliveira
2º Diretor administrativo
Técnico em Eletrotécnica e Eng. Eletricista Ricardo do Nascimento Alves
3º Diretor administrativo
Eng. Mecânico Alexandre Sheremetieff Júnior
1º Diretor financeiro
Eng. Eletricista Alcebíades Fonseca
2º Diretor financeiro
Eng. Civil Eliezer Alves dos Reis
3º Diretor financeiro
Arquiteto Jefferson Roselo Mota Salazar
153
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Câmaras Especializadas
Entidades de classe representadas no Crea-RJ
Engenharia Civil (Ceec)
Engenharia Elétrica (CEEE)
Engenharia Mecânica e Metalurgia (Ceem)
Engenharia Química (Ceeq)
Geologia e Engenharia de Minas (CEGM)
Engenharia de Agrimensura (Ceagri)
Arquitetura (Cearq)
Agronomia (Ceagro)
Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST)
Abea – Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas
ABEE – Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas
Abenc – Associação Brasileira de Engenheiros Civis
ABPE – Associação Brasileira de Pontes e Estruturas
Adae – Associação Duquecaxiense de Arquitetos e Engenheiros
Aeanf – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Friburgo
AEA-RJ – Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro
AEEFL – Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina
Aenf – Associação de Engenheiros Agrônomos do Noroeste Fluminense
Aenfer – Associação de Engenheiros Ferroviários
AEVR – Associação de Engenheiros de Volta Redonda
Afea – Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos
Afem-RJ – Associação Fluminense de Engenheiros de Minas
Alfea – Associação Leste Fluminense de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos
Amega – Associação Macaense de Engenheiros, Geólogos e Arquitetos
Anfea – Associação Norte Fluminense de Engenheiro e Arquiteto
Apea – Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos
Apeferj – Associação dos Profissionais dos Engenheiros Florestais do Estado do RJ
APG-RJ – Associação dos Profissionais Geólogos do Estado do Rio de Janeiro
Asaerla – Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos
Assea – Associação de Engenheiros e Arquitetos de Três Rios e Região
Assear – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Angra dos Reis
Atel – Associação dos Técnicos Industriais do Estado do Rio de Janeiro
CE – Clube de Engenharia
IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil Dep/RJ
IEL – Instituto de Engenharia Legal
Sarj – Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro
SBMET – Sociedade Brasileira de Meteorologista
Seaerj – Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro
Seani – Sociedade de Engenheiros e Arquitetos de Nova Iguaçu
Senge-RJ – Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro
Senge-VR – Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda
Sintec-RJ – Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado do Rio de Janeiro
Sobes-Rio – Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio de Janeiro
Comissões
Permanentes
Atos Administrativos Normativos (CAN)
Educação (CED)
Ética Profissional (CEP)
Meio Ambiente (CMA)
Orçamento e Tomada de Contas (COTC)
Análise e Prevenção de Acidentes (Capa)
Relações Institucionais (CRI)
Renovação do Terço (CRT)
Especiais
Mérito - CM
Editorial - CE
Eleitoral - CER
154
FICHA TÉCNICA
Instituições de ensino representadas no Crea-RJ
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da
Fonseca (Cefet)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Faculdade de Engenharia
Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam)
Curso de Engenharia Civil
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Escola de Engenharia
Escola de Arquitetura e Urbanismo
Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP)
Unidade de Volta Redonda
Unidade de Nova Iguaçu
Faculdades Integradas Silva e Souza (Fiss)
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Centro Universitário de Volta Redonda Fundação Oswaldo
Aranha (UniFOA)
Fundação Técnico-Educacional Souza Marques (Ftesm)
Faculdade de Engenharia
Centro Universitário Metodista Bennett (Unibennett)
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Instituto Militar de Engenharia (IME)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Centro Técnico Científico
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Escola Politécnica
Instituto de Geociências
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ufrrj)
Instituto de Tecnologia
Instituto de Agronomia
Instituto de Florestas
Universidade Gama Filho (UGF)
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Universidade Santa Úrsula (USU)
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Centro de Arquitetura e Artes
Universidade Veiga de Almeida (UVA)
Universidade Católica de Petrópolis (UCP)
Escola de Engenharia
155
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Inspetorias e Postos de Relacionamento
Crea-RJ
Rio de Janeiro • Rua Buenos Aires, 40 - Centro - CEP 20070-022 - Tel:
(21) 2179-2000 - TeleCrea: (21) 2179-2007 - www.crea-rj.org.br - crea-rj@
crea-rj.org.br
Posto de Relacionamento de São João de Meriti • Av. Automóvel Clube,
nº 2384 - Sala 303 - Shopping Rio Ville - Vilar dos Teles - São João de Meriti
- CEP 25.565-172 - Tel: (21) 3752-3815 - [email protected]
Posto de Relacionamento de Jacarepaguá • Estrada do Gabinal, 313
Lj 235 A - Freguesia - Jacarepaguá - CEP 22.760-151- Tel: (21) 2443-8174
- [email protected]
METROPOLITANA
Barra da Tijuca • Av. das Américas, 700 - Bloco 8 - LJ 103 D - CEP 22640100 - Telefax: (21) 2494-7397 / 2494-9023 - [email protected]
Campo Grande • Estrada do Cabuçu, 271 LJ J – Centro - CEP 23052-230
Tel: (21) 2413-9992 - [email protected]
Duque de Caxias • Rua Marechal Deodoro, 557/406 - Bairro 25 de
Agosto - CEP 25071-190 - Tel: (21) 2671-9352 - [email protected]
Ilha do Governador • Estrada do Galeão, 2500/201-B - Cacuia - Centro
CEP 21931-003 - Tel: (21) 3393-4398 - [email protected]
Campos dos Goytacazes • Pça. S. Salvador, 41 S/7 - Centro - CEP 28010000 - Tel: (22) 2733-1474 - [email protected]
Itaocara • Rua Cel Pita de Castro, 230 Loja 102 - Centro - CEP 28570-000
Tel: (22) 3861-3090 - [email protected]
Itaperuna • Rua Tiradentes, 50 - Centro - CEP 28300-000 - Telefax: (22)
3824-3387 - [email protected]
Miguel Pereira • Av. da Paz, 115 - Sala 6 - Centro - CEP 26900-000 - Tel:
(24) 2484-5035 - [email protected]
Inspetoria de Santo Antonio de Pádua • Praça Pereira Lima, 63 sala 17 Centro - CEP 28.470-000 - Telefax: (22) 3851-0546 - santoantoniodepadua@
crea-rj.org.br
Nova Iguaçu • Rua Dom Walmor, 383 Sl 208 - Centro - CEP 26215-220
Telefax: 2669-3166 - [email protected]
SUL
Posto de Relacionamento de Itaguaí • Rua Curvelo Cavalcanti, 189
sala 311 - Centro - CEP 23810-201 - [email protected]
Angra dos Reis • Rua Professor Lima, 160/101 - Centro - CEP 23900-000
Telefax: (24) 3365-2135 / 3365-3600 - [email protected]
Posto de Relacionamento do Recreio dos Bandeirantes • Av. das
Américas, 19.019 - Recreio Shopping Center - Sala 384 - Recreio dos
Bandeirantes - CEP 22790-701 - Tel: (21) 2490-0243 - [email protected]
Barra do Piraí • Pça. Dr. Nilo Peçanha, 27 Sala 2 Anexo - Centro - CEP 27123020 - Telefax: (24) 2442-0234 / 2442-0342 - [email protected]
Posto de Relacionamento de Madureira • Estrada do Portela nº 99
sala 903 - Shopping Polo I - Madureira - CEP 21351-050 - Tel: 2450-1873
- [email protected]
156
NORTE
Posto de Relacionamento na Eletronuclear • Br 101 Km 132 - Itaorna
- CEP 23900-000 - Tel: (24) 3362-1439 - [email protected]
Paraty • Av. Roberto Silveira, 149 Sala 5 - Shopping Paraty - Portão de Ferro
II - Paraty - CEP 23970-000 - Tel: (24) 3371-2261 - [email protected]
FICHA TÉCNICA
Resende • Rua Vila Adelaide, 201 - Jd. Brasília - CEP 27514-100 - Telefax:
(24) 3354-6233 - [email protected]
Valença • Rua Rafael Januzzi, 15 - Sala 406 - Centro - CEP 27600-000
Telefax: (24) 2453-3164 - [email protected]
Volta Redonda • Rua 21 - Nº 48 - Vl. Sta Cecilia - CEP 27260-610 - Tel: (24)
3342-4570 - Fax: 3342-9820 - [email protected]
Posto de Relacionamento de Pinheiral • Rua Coronel Antônio Ribeiro,
146 - Centro - Pinheiral - CEP: 27.197-000 - Tel: (24) 3356-6223 - pinheiral@
crea-rj.org.br
LESTE
Araruama • Av. Brasil, 41 - Centro - Araruama - CEP 28970-000 - Telefax:
(22) 2665-4511 / 2665-7389 - [email protected]
Armação dos Búzios • Av. José Bento Ribeiro Dantas, 5.400 - Sala 27
Manguinhos - CEP 28925-000 - Tel: (22) 2623-3032 - buzios@crea-rj.
org.br
Cabo Frio • Av. Nilo Peçanha, 73 Lj. 05 - Centro - CEP 28901-970 - Telefax:
(22) 2645-6524 - [email protected]
Macaé • Av. Rui Barbosa, 698 Sala 602 - Centro - CEP 27910-362 - Telefax:
(22) 2762-9550 / 2772-4758 - [email protected]
Rio das Ostras • (Horário de Atendimento: 8h às 17h). Rua das Casuarinas,
595 - sala 15 - 2º andar - Centro de Cidadania - Âncora - Rio das Ostras CEP 28890-000 - Telefax: (22) 2771-2166 - [email protected]
Posto de Relacionamento de São Pedro da Aldeia • Atendimento:
2ª e 5ª de 9h às 17h - Rua Teixeira Brandão, 19 sala 4 - B. Estação - CEP
28940-000 - Tel: (22) 2627-6607 - [email protected]
LESTE METROPOLITANA
Magé • Av. Simão da Motta, 578/303 - Centro - CEP 25900-000 - Tel: (21)
2633-2563 - [email protected]
Maricá • Praça Conselheiro Macedo Soares, 206 Sala 1 - Centro - CEP
24900-000 - Tel: (21) 2637-1931 - [email protected]
Niterói • Av. Roberto Silveira, 245 - Icaraí - CEP 24230-151 - Tel: 27111317 / 2610-9832 - [email protected]
São Gonçalo • Rua Alfredo Backer, 115/204 e 205 - Mutondo - CEP 24452001 - Telefax: (21) 2602-5801 - [email protected]
Posto de Relacionamento de Piratininga • Estrada Francisco da Cruz
Nunes, 5.428 - sala 135 - Shopping Condominio Barravento - Piratininga Niterói - CEP 24.350-310 - Tel: (21) 2619-1578 - [email protected]
Itaboraí • Rua Doutor Pereira dos Santos, 130 sala 213 - Centro - CEP
24800-000 - Tel: (21) 2635-2987 - [email protected]
SERRANA
Cantagalo • Rua Getulio Vargas, 287/205 - Centro - CEP 28500-000 - Tel:
(22) 2555-5442 / 2555-4808 - [email protected]
Nova Friburgo • Praça Presidente Getulio Vargas, 105/206 - Centro - CEP
28610-170 - Telefax: (22) 2522-4890 - [email protected]
Petrópolis • Rua Barão do Amazonas, 88 - Centro - CEP 25685-070 Telefax: (24) 2242-2815 / 2237-7997 - [email protected]
Teresópolis • Av. Lucio Meira, 330/201 - Centro - CEP 25953-001 - Telefax:
2742-7179 - [email protected]
Três Rios • Praça São Sebastião, 124 - Centro - CEP 25804-080 - Telefax:
(24) 2255-1557 - [email protected]
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75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
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Fundação Biblioteca Nacional.
Fundação Getúlio Vargas – CPDOC.
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Rio de Janeiro | 2009
75 anos Crea-RJ
A invenção de um novo tempo
Este livro registra o caminho percorrido pelo
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ)
em seus 75 anos de existência. Estão assinalados os
mais importantes acontecimentos desse percurso e
também são apresentados os profissionais que, com
dignidade e competência, souberam exercer suas
atividades: engenheiros, arquitetos, agrônomos,
geólogos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos
e técnicos. O livro desvela a integração entre esse
Conselho e a sociedade à qual tem servido, por
meio de sua participação em todos os eventos
sociais, políticos, culturais, técnicos e científicos que
pontilham a vida de cariocas e fluminenses.
Realização
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75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo