Intervenções, Técnicas e Atividades Cognitivas Comportamentais • Rita Amorim • Psicóloga - Neuropsicologa • • 8363-3210 [email protected] 1. Estrutura de uma sessão com TCC 1. Avaliação do humor 2. Retomada da sessão anterior 3. Revisão das tarefas de casa 4. Estabelecimento de agenda 5. Processamento do conteúdos da sessão 6. Prescrição de tarefas para casa 7. Resumo da sessão pelo terapeuta – Síntese das principais questões abordadas na sessão, favorecendo a memória de habilidades desenvolvidas na consulta e sugestões; 8. Feedback da sessão É importante que as técnicas e atividades utilizadas sejam adaptadas aos objetivos que serão trabalhados durante o tratamento; e Utilizar instrumentos de intervenção que já façam parte do cotidiano da criança de alguma forma, como por exemplo um desenho animado que a criança goste, um jogo ou brinquedo. Isso pode hiperativar esquemas . motivacionais mais facilmente, além de aumentar a possibilidade de que a criança se lembre daquilo que foi trabalhado na sessão psicoterápica no momento em que se deparar com o jogo ou o desenho em seu dia-a-dia 2. ALIANÇA TERAPÊUTICA Colaboração entre paciente e terapeuta aumenta aliança terapêutica As intervenções constroem bons relacionamentos, e fortes alianças estabelecem intervenções efetivas. A curiosidade do terapeuta muitas vezes pode estimular a colaboração dos jovens a experimentação comportamental é dependente da curiosidade Revelar aspectos de suas vidas pessoais na terapia, desde que apropriados, poderá aumentar o rapport com o paciente e definir o terapeuta como um modelo. Aplicar as técnicas no contexto da estimulação emocional dos pacientes quando pacientes estão experimentando emoções problemáticas. Desafio da TCC fazer uso de momentos intensamente carregados de emoções no presente “Aprender com a experiência significa: ser afetado pelo aqui e agora” 3. Psicoeducação Busca ensinar conceitos e orientar de maneira gradual às crianças e familiares. Busca educar quanto ao transtorno e ao modelo de tratamento da TCC, principalmente mostrando a ligação entre os 3 modos: como pensamos, sentimos e fazemos. Pode ser utilizado livros, histórias, anedotas, metáforas, uso de fantoches ou bonecos, brincar de professor e aluno e outros.... porém com linguagem clara, didática e específica. Ambiente/ Situações Pensamentos Comportamentos Emoções/ Sentimentos Reações corporais 4. Registro do humor ou do sintoma: Serve para: a. Fornecer ao terapeuta preliminares sobre emoções e sintomas atuais da criança e lhe dá uma chance de verificar sua “temperatura psicológica”; b. Forçar a criança a refletir sobre seu próprio estado de humor e sobre seu comportamento, fazendo a identificar sentimentos e classificá-los em uma escala Ex: T: Como você se sentiu a semana passada? P: “encolhendo os ombros” Não muito bem T: Você pode descrever este “não muito bem” um pouco mais? P: Eu apenas me senti mal. T: Parece que você teve uma semana difícil. Quando você estava se sentindo mal, era mais raiva, tristeza ou medo? P: Era tristeza T: Como você sabe que era tristeza e não raiva ou medo? P: Eu chorei muito e saiu tudo errado. T: Se você tivesse que classificar sua tristeza, o quanto você se sentiu triste – avalie de 0 a 10. P: A maior parte do tempo era um 8. Na mudanças de humor, as perguntas clássica: “O que está passando pela sua cabeça nesse momento? “O que passou voando em sua cabeça”? “O que você disse agora para si mesmo”? Uso do Farol de sentimentos Verde = baixa intensidade do sentimento Amarelo (alerta) = média intensidade do sentimento Vermelho (perigo) = alta intensidade emocional IDENTIFICAR E ASSOCIAR PENSAMENTOS A SENTIMENTOS: Balões de pensamentos Jardim de Flor de Pensamento – A criança desenha uma situação, representada pelo jardim onde: o solo significa o evento precipitante, a situação os talos indicam os pensamentos As flores – indicam sentimentos Modelo ABC A = acontecimento B = Pensamentos (crenças, suposições básicas/erros cognitivos) C= consequências (sentimentos e comportamentos) Frases incompletas: O que neste momento desejaria era...; A maioria das pessoas que conheço...; Lamento que...; Sinto muita raiva quando...; O meu objetivo...; Tenho medo de...; Sinto Orgulho em...; Uma boa coisa que me aconteceu esta semana foi que..." 5. Técnicas e Atividades Acesso às Resolução de Problemas emoções do Acesso às cognições: Psicoeducação: (desenvolver pensamento produtivo): paciente: Baralho das Caixa de problemas Modelo dos 4 elementos Terapeuta e paciente Cartões de Enfrentamento Livros infantis com escolhem situações alternativas Folha de Criar balões de pensamentos linguagem clara no assunto: e em seguida, seleciona as cinco Monitoramento Ilustrações de revistas com – TCC e principais sintomas que lhe parece mais atraente. Semanal expressões que indicam algum – Como enfrentá-los no (Pode ser aplicada com A forma do tipo de pensamento a ser cotidiano; familiares) descoberto Locomotiva do medo Rede de relações Mudanças nos Brincadeira de professor e Caixa de Ferramentas aluno; A máscara do Herói O que estava pensando? Estátua! Semáfaro – vermelho – O que está passando pela sua Utilização de fantoches e cabeça? Ou bonecos. Emoções corpo Relógio de sentimentos Questionamentos: O que você disse para si mesmo? ou O que pipocou na sua cabeça? amarelo – verde Estrada e caminhos (vantagens e desvantagens) Treinamento Reestruturação Cognitiva: de Dessensibiliza- Relaxamento ção Treinamento em Controle de contingências e Respiração: sistemática: habilidades sociais (Reforçar positivamente comporta mentos alvos) Monitoramento das emoções e RPD Respiração diafragmática, Role-play Modelação – Representa o relacionamento entre Desenhos Ensiná-lo a ser assertivo, comportamentos e conseqüências, o questionamento socrático, Biofeedback utilizando componentes lecha descendente desde o olhar, expressão alcançar a partir de certas respostas RPD – Verdadeiro ou facial, tom de voz, comportamentais: falso postura do corpo, Uso de pontuação Óculos quebrados conteúdo na Estabelecimento de O Explicador comunicação de idéias recompensas que pode empregar....... tipo de recompensas que se pode Custo da resposta retirar pontos diante de comportamentos indesejados Psicoeducação - Pensamento automático disfuncional Psicoeducação – Comportamento e prejuízos futuros Reconstrução cognitiva Reconstrução cognitiva A Hora de fazer a lição de casa B Ah... Não vou conseguir fazer esta lição. C Durmo e não faço a lição Sinto raiva de É muito difícil ter que e não estudar.... consigo. Odeio estudar É Chata (GANHOS / PREJUÍZOS) Resposta adaptativa Na escola, vou ganhar NS Vou estudar para ficar esperta Ficar de castigo Vou ficar burra porque não estudei Ficando burra, moro na rua Eu vou pegar e fazer minha lição de casa Eu vou dar uma chance para mim Eu não vou tirar NS E fico Feliz Psicoeducação – RPD – Registro de Pensamentos Disfuncionais RPD – Registro de Pensamentos Disfuncionais Data Situação O que sentiu? Avalie o quanto você acreditava neste sentiment o de 0 a 10 Quais mudanças sentiu no seu corpo? 28/05 Estava Raiva Doming ajudando 10 o a Tia a Meu coração cuidar começou a dos bater rápido bebês e o Felipe passou perto de mim xingando minha mãe O que passou na sua cabeça? (Pensam ento automáti co (ruim) disfuncio nal) O que você fez (Compor tamento) Evidências que confirmam seu pensamento? Evidências Como será E agora, o que não seu novo que confirmam comportamen sentirá? seu to Avalie o pensamen quanto to passará a acreditar no seu novo sentiment o de 0 10 Me deu vontade de quebrar a cara dele, Ele é muito chato Fui na cozinha, peguei a faca e apontei para ele e disse que eu ia furar o olho dele Ele xingou minha mãe de viciada e ficou dando risada da minha cara “não encontrou” Ele sempre xinga minha mãe e ele sabe que eu não gosto, mas ele sempre quer Se ele xingar novamente vou matar ele. Odeio ele. RPD-sistema-verdadeiro ou falso – Medo de dormir Quando aparece? O que sinto? O que fiz? Pensamentos Ruins O que senti No meu corpo? Às vezes, quando Medo Tentei dormir, Vai aparecer Tremores; Apaga a luz do quarto Nota - 7 mas Monstros; Dor chorando O bicho papão vai me barriga; até minha mãe pegar Coração vir Posso não acordar; bateu fiquei de forte Verdadeiro ou falso para o pensamento: Vai aparecer monstros É verdadeiro Vejo uma sombra escura perto da janela (Evidências que Meu amigo me disse que a noite tem vários bichinhos no quarto dele apóiam o pensamento) Minha mãe diz que criança que responde o bicho papão vem a noite visitar É falso? (Evidências que não apóiam o pensamento) Quando vou para o quarto da minha mãe, o monstro não vai até lá. Sempre acordo igual todos os dias A sombra fica sempre parada no mesmo lugar Meu pai disse que pode ser que a sombra é reflexo da luz da rua Quando meu primo ou algum amigo meu dorme em casa, não vejo nada. RPD-sistema-verdadeiro ou falso – Brincar em casa O que aconteceu? O que O que fiz? senti? Pensamentos O que senti Ruins No meu corpo? Eu tinha lição para Raiva Fiz pirraça Minha mãe não Gosta Vontade de fazer, mas Eu queria Nota 10 Chorei, de mim, Chorar, gritar gritei Eu só quero brincar e espernear brincar – Minha Mãe não deixou porque Eu tinha que ir no Jiu-Jitsu de manhã Verdadeiro ou falso para o pensamento É verdadeiro É falso? Ela sempre faz isso comigo, ela é muito chata Eu nunca posso fazer o que quero A lição era para o dia seguinte No planejamento, eu poderia brincar a noite, mas ela já tinha dito que tinha uma aula extra do Jiu-Jitsu, então eu tinha que deixar a lição pronta. Se eu tivesse feito a lição antes, nem teria que falar para ela que eu queria brincar, era só ir para o quarto. Minha mãe sempre fala que me ama. RPD – Registro de Pensamentos Disfuncionais Da ta Situa ção Num encontr o no parque com a Mônica O que O que sentiu? passou na Avalie o sua cabeça? quanto (Pensament você o acredita- automático va neste (ruim) sentiment disfuncioo de 0 a nal) 10 Quais mudanças sentiu no seu corpo? Medo 10 Meu coração começou a bater rápido Ela vai me bater Ela vai me acertar um “direto” na cara O que você fez (Comportament o) Comecei a chorar Evidência Evidências Como será seu s que que não novo confirma confirmam comportament m seu seu o pensapensament mento? o Aprontei com ela Escrevi no muro da rua que ela é dentuça e bobona Ela estava com uma flor na mão, sorridente e querendo conversar comigo Não chorarei mais antes da nossa conversa, e vou deixar ela primeiro falar o que quer, assim não preciso me “entregar” Ou Não vou mais ficar escrevendo nos muros coisas feias sobre ela , assim ela não me bate E agora, o que sentirá? Avalie o quanto passará a acredita r no seu novo sentimento de 0 10 Ficarei somente com um pouco de medo 5 Qual é o sentimento expresso pelo desenho do rosto dos dois personagens? É ressentimento ou raiva que está simbolizado nos traços do Cebolinha? O Louco demonstra dúvidas por quais motivos? Quais seriam os sentimentos contrários aos que estão simbolizados nos rostos deles? O que significa ter raiva? - Estar indignado? Demonstrar perplexidade? - Aparentar dúvida? Revelar inocência através dos traços e expressões de nosso rosto? 6. Orientação para resolução de problemas Orientação geral do terapeuta diante da queixa e/ou de uma série de dilemas que podem surgir durante o tratamento Comportamento consequências diretas avaliação de vantagens e desvantagens COPER C = captar o problema O = escutar as opções P = prever as consequências E = examinar os resultados e agir baseado nesta revisão R = auto-recompensa por seguir os passos e tentar uma ação produtiva 7. Treinamento de habilidades sociais ajuda o paciente a encontrar uma maneira socialmente habilidosa, ou seja assertiva, de expressar-se diante de uma situação ansiogênica (desde o olhar, expressão facial, tom de voz, postura do corpo até conteúdos de ideias que pode empregar através de role-play, materiais de psicoeducação, feedback...); Instrumento: Instrução direta e Modelagem 8. Avaliação de vantagens e desvantagens Estimula as crianças a examinar ambos os lados de uma questão e a agir de forma que atenda a seus melhores interesses. Passo 1. Definir a questão sobre a qual a criança que obter maior perspectiva (ex. fazer a lição de casa na frente da TV) Passo 2. Listar o máximo de vantagens e desvantagens que a criança possa pensar. Passo 3. Terapeuta e criança revisam as vantagens e desvantagens Passo 4. A criança deve chegar a uma conclusão após considerar as vantagens e desvantagens. Recompensas - Reforçador: O acordo envolve incentivos (reforços) para intensificar a motivação e a estrutura na manutenção dos objetivos. Custo da resposta Exclui uma recompensa previamente recebida a um comportamento indesejável e pode-se incluir tarefas a cumprir (punição) Deve-se tomar cuidado para que o custo da resposta não invalide o estímulo reforçador, pois pode desmotivar a criança. Tarefa de casa A tarefa de casa ocupa um lugar central em cada sessão e resulta do conteúdo da sessão. Crianças precisam ensaiar as novas habilidades fora da terapia. Crianças podem reagir negativamente frente a tarefa de casa deve ser habilmente planejadas para envolver as crianças. Deve ser combinada com a criança e sempre associada a queixa atual – tornando-se propriedade das crianças, aumenta o nível de responsabilidade e possibilidade de aderência; Explicar a ligação entre a tarefa de casa e os problemas da criança para que ela entenda claramente a associação é uma questão terapêutica fundamental; As tarefas de casa precisam ser dividas em passos graduais, que levem a um objetivo possível de ser realisticamente alcançado. Tarefas simples são mais preferidas; Se possível faça um ensaio em consultório. RESUMINDO......... Objetivos da primeiras sessões: a) estabelecer uma aliança terapêutica com os pais e a criança, para um bom desfecho terapêutico; b) acessar as emoções e representações cognitivas do paciente relacionadas à questão principal; c) acessar os pensamentos relacionados às interações com a mãe, com o pai, demais familiares e professora (escola); d) avaliar seus esquemas cognitivos em processo de construção e/ou consolidação e; f) psicoeducar o paciente quanto ao problema e com relação ao modelo de tratamento e, principalmente junto aos pais. g)Utilizar também DSM4 para o para o diagnóstico. Atividades práticas Estudo de Caso B – Prática da formulação provisória • Definir, justificar e sugestionar resultados de testes, escalas e/ou inventários, se necessário. • Fazer formulação provisória • Preencher o resumo de conceitualização cognitiva Rita Amorim [email protected] 8363-3210