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Quarta-feira, 06-05-2015
Edição às 08h30
Directora
Graça Franco
Editor
Raul Santos
Governador deve continuar? Presidente da
comissão BES acha que sim
Portas corrige biografia de
Passos
Governo trava suspensão da subconcessão da
Carris e Metro de Lisboa
Tribunal manda retirar estátua
de João Paulo II em França
Jorge Miranda:
"Governo já devia
ter optado pela
requisição civil" na
TAP
Mensagem do
Papa para o Dia das
Comunicações
apresentada aos
jornalistas
SEF identifica mais
de mil futebolistas
estrangeiros em
situação irregular
Duarte Lima pode
ser julgado à
revelia no Brasil
Mulheres salvas
descrevem um
Boko Haram
dividido e em
retirada
Estados Unidos
autorizam ligação
por "ferry boat"
com Cuba
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Quarta-feira, 06-05-2015
Governador deve
continuar?
Presidente da
comissão BES acha
que sim
Mensagem do Papa
para o Dia das
Comunicações
apresentada aos
jornalistas
Em entrevista à Renascença, Fernando
Negrão avança uma possível explicação para
ainda não terem sido instaurados inquéritoscrime no caso BES.
Apresentação esta quarta-feira, em Lisboa.
Neste Ano de Sínodo da Família, as palavras
de Francisco sobre a comunicação no seio
familiar constituem uma reflexão oportuna,
diz o director do Secretariado Nacional das
Comunicações Sociais. O Dia Mundial das
Comunicações Sociais assinala-se a 17 de
Maio.
Por Raquel Abecasis
O mandato do governador do Banco de Portugal,
Carlos Costa, deve ser renovado, defende o presidente
da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES,
Fernando Negrão, em entrevista ao programa “Terça à
Noite” da Renascença.
Em vésperas de levar o relatório final da comissão a
plenário para o debate final, Fernando Negrão defende
que Carlos Costa deve manter-se no cargo até estarem
encerrados todos os processos relacionados com o
caso BES.
“O Dr. Carlos Costa acompanhou todo o processo
desde o início. Ele está empenhado, como nós
sabemos, no que diz respeito à venda do Novo Banco,
portanto acho que deve acompanhar este processo até
ao fim."
Sobre as consequências judiciais da comissão de
inquérito ao caso BES, Fernando Negrão admite que
tem conversado “uma vez ou outra” com a procuradorgeral da República, Joana Marques Vidal, a dar conta do
andamento dos trabalhos.
O deputado do PSD reconhece que Portugal tem “um
problema grave de lentidão na justiça”, mas tem uma
possível explicação para o facto de ainda não haver
inquéritos-crime no caso BES.
"O que eu diria é que o Ministério Público,
eventualmente, estará a aguardar que a comissão de
inquérito termine. Estará à espera dos resultados das
contra-ordenações e então a parte criminal poderá
avançar. Esta pode ser a estratégia do Ministério
Público e é a única explicação para os inquéritos-crime
ainda não terem avançado como todos os portugueses
estarão à espera."
Neste entrevista à Renascença, Fernando Negrão diz
que os trabalhos da comissão emperraram nas ligações
deste caso a Angola.
"Ficámos ali com um problema no que diz respeito ao
BESA, que foi uma peça importante em toda esta
questão e não foi possível chegar a conclusões."
O deputado social-democrata manifesta, no entanto,
esperança numa articulação judiciária entre o
Ministério Público português e o Ministério Público
angolano, já que no que respeita à comissão de
inquérito "de Angola não tivemos respostas da parte
das autoridades oficiais".
“Digamos que há vários elementos presentes no diálogo na família:
falamos uns com os outros, uns dos outros e falamos com o outro", diz
Francisco. Foto: Claudio Peri/EPA
A apresentação formal da mensagem do Papa para o
Dia Mundial das Comunicações Sociais está marcada
para esta quarta-feira. O encontro com os jornalistas
pretende ser um momento de reflexão sobre o tema
central da mensagem, divulgada em Janeiro.
Em Ano de Sínodo da Família, é precisamente na
família que a mensagem se centra. “Comunicar a
família: ambiente privilegiado do encontro na
gratuidade do amor” é o tema para a 48ª jornada das
Comunicações Sociais, marcada para 17 de Maio.
A mensagem pretende reflectir sobre a família “neste
quadro de uma escola de comunicação, onde se
aprende a comunicar, onde aprendemos a socializar e
onde cada um pode ser igual a ele mesmo”, afirma o
director do Secretariado Nacional das Comunicações
Sociais, cónego João Aguiar. Por isso, sublinha o
também presidente do Conselho de Administração do
Grupo Renascença Comunicação Multimédia, para a
conferência de imprensa desta quarta-feira, foram
convidados todos os jornalistas e “não apenas os que
trabalham na comunicação social da Igreja”.
Na sua mensagem, o Santo Padre refere-se às
vantagens e desvantagens das novas tecnologias de
comunicação e destaca a importância de não nos
deixarmos arrastar por elas. “Nesta época de grande
paixão pelo digital, também é determinante aquilo que
o Papa quer: que haja uma recuperação da palavra, da
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palavra e do corpo como mediação e como lugar de
encontros uns com os outros”, lembra João Aguiar.
A família, diz o Papa, é o primeiro lugar onde
aprendemos a comunicar. “Há vários elementos
presentes neste diálogo que acontece na família:
falamos uns com os outros, falamos uns dos outros,
falamos dos outros, não no sentido da crítica, mas no
sentido de os trazermos às nossas preocupações, e
falamos com o outro, com Deus. E, para nós, crentes,
introduzimos Deus no quadro da família, aquele com
quem falamos e aquele de quem falamos é
absolutamente importante para uma família que queira
realmente apresentar-se a si própria como Igreja
doméstica”, salienta o director do Secretariado Nacional
das Comunicações Sociais
A comunicação é verdadeiramente a construção de
proximidade com o outro, afirma o Papa Francisco. E é
precisamente “nesta comunicação de proximidade que
nós comunicamos com tudo aquilo que somos e com
tudo aquilo que o outro vê em nós”, conclui o padre
João Aguiar.
A conferência de imprensa desta tarde, que contará
com as presenças do presidente da Comissão
Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações
Sociais, D. Pio Alves de Sousa, e do jornalista Paulo
Nogueira, está marcada para as 16h00, na Livraria
Paulinas Multimédia, em Lisboa.
Cavaco rejeita ter
feito previsão mais
pessimista do
crescimento
O Presidente da República volta a lembrar
que há economistas a prever um
crescimento de 2%.
Cavaco recebeu um bacalhau em Bergen. Foto: António Cotrim/Lusa
O Presidente da República reforçou esta terça-feira a
ideia de que o crescimento económico em 2015 pode
chegar aos 2%, sublinhando que os indicadores
qualitativos que vão chegando apontam nesse sentido.
"Quando faço discursos oficiais menciono as previsões
oficiais, embora de acordo com as informações
qualitativas que nos vão chegando cada vez há mais
economistas a dizer que Portugal pode registar no ano
de 2015 uma taxa de crescimento de 2%. A
Universidade Católica já avançou com esse número
numa publicação que fez", afirmou Cavaco Silva, numa
conversa com os jornalistas em Bergen, na Noruega,
país que está a visitar oficialmente até quarta-feira.
Esta manhã, o Presidente sublinhou perante
empresários noruegueses que as projecções apontam
para um crescimento da economia portuguesa de 1,7%
em 2015.
Contudo, há dois meses em Paris durante uma visita à
OCDE, o chefe de Estado tinha afirmado que a taxa de
crescimento da economia portuguesa em 2015 poderia
chegar aos 2% devido à quebra do preço do petróleo e à
depreciação do euro.
Questionado se a afirmação que tinha feito esta manhã
significava que estava mais pessimista, Cavaco Silva
insistiu que a Universidade Católica através do seu
gabinete de análise económica – "um gabinete
altamente reputado” – já "escreveu preto no branco que
esperava um crescimento económico no ano de 2015
de 2%".
"Eu compreendo essa previsão na medida em que os
indicadores qualitativos que nos vão chegando
apontam nesse sentido, mas muito em breve nós
ficaremos a conhecer os números do INE [Instituto
Nacional de Estatística] relativamente ao crescimento
económico no primeiro trimestre deste ano",
acrescentou.
Relativamente ao défice orçamental, o Presidente da
República lembrou que a previsão do Governo é de
2,7%, escusando-se a comentar o que as instituições
europeias possam dizer em relação a esse objectivo.
Esta terça-feira, a Comissão Europeia melhorou
ligeiramente a previsão do défice orçamental de
Portugal em 2015, antecipando que fique nos 3,1% do
PIB, acima dos 3% definidos pelas regras europeias e
ultrapassando a meta do Governo.
"Estamos apenas no início do segundo trimestre deste
ano, vamos aguardar os resultados que surgirão já mais
lá para o fim", declarou.
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Quarta-feira, 06-05-2015
Portas corrige
biografia de Passos
demissão deste último, é atribuída ao primeiroministro a seguinte frase dirigida ao presidente do
CDS-PP: "Ele não vai aceitar ficar e eu, no lugar dele,
também não aceitaria".
CDS nega versão da demissão por SMS
revelada pelo próprio primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho, na biografia "Somos o
que escolhemos ser", lançada esta terçafeira.
Governo trava
suspensão da
subconcessão da
Carris e Metro de
Lisboa
Empresas de transportes apresentaram
resolução que invoca o "interesse público".
Foto: Lusa
O gabinete de imprensa do CDS nega que Paulo Portas
se tenha demitido do Governo por SMS, em 2013, e
garante que a decisão foi formalizada por carta.
A versão da demissão por mensagem de telemóvel foi
revelada pelo próprio primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho, na biografia “'Somos o que escolhemos ser”,
lançada esta terça-feira.
“O Dr. Paulo Portas não comenta nem valoriza algumas
notícias hoje surgidas a propósito da publicação do
livro 'Somos o que escolhemos ser'. O gabinete de
imprensa apenas esclarece que o pedido de demissão
do então ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros aconteceu na manhã de 2 de Julho de
2013, e foi naturalmente formalizado por carta. O Dr.
Paulo Portas não falou com a autora do livro pelo que
admite que a mesma tenha incorrido num lapso a que
não atribui importância”, afirma o gabinete de
imprensa do CDS, em comunicado.
No livro da autoria de Sofia Aureliano, assessora do
grupo parlamentar do PSD, Passos Coelho revela, na
primeira pessoa, que a 2 de Julho desse ano, depois de
almoço, recebeu uma mensagem de telemóvel de
Paulo Portas "a dizer que tinha reflectido muito e que se
ia demitir".
Em causa estava a escolha de Maria Luís Albuquerque
para suceder a Vítor Gaspar no cargo de ministro das
Finanças.
Nesta biografia autoridade, da editora Alêtheia, que vai
para as bancas a cerca de cinco meses das eleições
legislativas, Passos Coelho é descrito como um homem
racional, corajoso e desapegado do poder que "levantou
Portugal do chão" na chefia do Governo PSD/CDS-PP. A
sua história pessoal e política é narrada com recurso a
declarações do próprio e de outras pessoas próximas,
destas duas esferas.
O momento mais instável desta legislatura, "a grande
crise" do Verão de 2013, é enquadrado com
"incompatibilidades" crescentes e "antipatia natural"
entre os ministros Paulo Portas e Vítor Gaspar e, sobre a
A Carris e o Metropolitano entregaram ao Tribunal
Administrativo uma "resolução fundamentada" para
travar a suspensão dos concursos de subconcessão
conseguida pela Câmara de Lisboa, anunciou o
Governo.
"A Carris e o Metro de Lisboa apresentaram hoje
mesmo em tribunal uma resolução fundamentada na
qual declaram que o diferimento do concurso é
gravemente prejudicial para o interesse público",
informou em comunicado o gabinete do secretário de
Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.
De acordo com a mesma fonte, "o concurso deixa de
estar suspenso e retomará a sua tramitação nos termos
previstos na lei e do caderno de encargos".
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina,
disse esta terça-feira que o Tribunal Administrativo de
Lisboa aceitou as providências cautelares interpostas
pela autarquia contra a subconcessão da Carris e do
Metro e que "os concursos se encontram suspensos".
No comunicado, o secretário de Estado dos
Transportes confirmou que "a Carris e o Metro de
Lisboa foram efectivamente citadas, no final de Abril,
de uma providência cautelar apresentada pelo
município de Lisboa, tendo por fim a suspensão dos
actos de lançamento do concurso público".
O Governo quer subconcessionar o Metro de Lisboa
por nove anos e a Carris por oito, prevendo a total
renovação da frota da Carris neste período. O Executivo
determinou como prazo para apresentação de
propostas a data de 14 de Maio.
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Jorge Miranda:
"Governo já devia ter
optado pela
requisição civil" na
TAP
"Esta greve é das coisas mais injustas que já
vi", defende o "pai" da Constituição, em
declarações à Renascença. Se houver nova
paralisação, o Governo não deve hesitar: a
requisição civil "justifica-se inteiramente".
Foto: Mário Cruz/Lusa
porque a greve em curso está a ser "um 'flop'" ("era para
paralisar por completo a TAP e a circulação aérea, mas
não o fez"), o Governo não terá a "necessidade de
lançar mão" dessa "bomba atómica que é a requisição
civil"
Bacelar Gouveia diz que a opinião pública está contra
esta greve. "O direito à greve não se pode exercer fora
de um contexto, de um contexto social. A opinião
pública está manifestamente em hostilidade em
relação a esta greve", diz.
"Por outro lado, os próprios serviços mínimos que
foram decretados foram bastante mais alargados.
Desse ponto de vista também o sindicato dos pilotos
foi apanhado em contrapé porque não esperava essa
decisão do tribunal arbitral. Penso que o contexto é
manifestamente desfavorável. E houve aqui um erro
estratégico enorme dos pilotos ou, sobretudo, do
sindicato. Foi um erro enorme esta greve e teve um
efeito contraproducente em relação às pretensões dos
próprios pilotos."
Nova greve?
Contactado pela Renascença, o Sindicato dos Pilotos
da Aviação Civil não excluiu a possibilidade de novos
dias de greve num futuro próximo.
De acordo com o "Diário Económico", numa sessão de
esclarecimento na sede do sindicato, a hipótese foi
colocada.
O SPAC terá dito que o fundo de greve, criado para
pagar a perda salarial, tem capacidade para suportar
mais 15 dias de paralisação.
A TAP não reagiu, afirmando não comentar notícias.
Dez perguntas e dez respostas sobre a greve da TAP
Por Henrique Cunha
GRAÇA FRANCO
O Governo já deveria ter optado pela requisição civil
para obrigar os pilotos a trabalhar, defende o
constitucionalista Jorge Miranda em declarações à
Renascença.
"O Governo já devia ter optado pela requisição civil.
Acho que esta greve é das coisas mais injustas que já
vi. Acho que devia optar pela requisição civil e era já",
defende o "pai" da Constituição.
Perante o cenário de uma nova paralisação em finais
de Maio ou nos feriados de Junho, Jorge Miranda é
peremptório. Nesse caso, "justifica-se inteiramente".
O decreto-lei 637/74, publicado em 20 de Novembro de
1974, enquadra a requisição civil, estipulando que esta
se destina a "assegurar o regular funcionamento de
certas actividades fundamentais, cuja paralisação
momentânea ou contínua acarretaria perturbações
graves da vida social, económica e até política em parte
do território num sector da vida nacional ou numa
fracção da população".
A lei prevê que este instrumento só deve ser
desencadeado em "casos excepcionalmente graves".
Legítimo, mas talvez não necessário
Também o constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia,
ex-deputado do PSD, considera legítima a possibilidade
de o Governo vir a decretar a requisição civil em caso
de nova greve, embora considere que o Executivo não
vai ter necessidade de lançar mão desse instrumento
legal.
"O período que vai estar em causa não é um período
dramático e concentrado como o que foi em Dezembro
no Natal e no fim do ano", argumenta. Por essa razão e
Nova lei eleitoral
precisa-se
O facto de o projecto de diploma ser péssimo,
não torna menos absurda a actual lei. O
mundo, a sociedade e a média mudaram
demais só na última década.
Por Graça Franco
A actual lei eleitoral é a mais “anacrónica das leis em
vigor”. A frase é de Cavaco Silva que, em boa hora,
desafiou os legisladores a revogarem-na a tempo de
assegurar por parte dos meios de comunicação social a
desejável cobertura das próximas campanhas
eleitorais, longe das imposições absurdamente
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igualitárias impostas pelo diploma de 75 na
interpretação radical e recente da actual CNE. Tomara
que a voz do Presidente se faça ouvir, porque ainda
vamos a tempo de conseguir evitar um novo desastre
em termos de cobertura mediática das próximas
campanhas.
O pior que nos poderia acontecer (e não falo só de
jornalistas, mas de todos os cidadãos) era que, no
rescaldo da discussão gerada pelo polémico projecto
PS/PSD e CDS com a peregrina ideia de criação de um
visto prévio, se acabasse a concluir que mais vale não
mexer na lei actual.
O facto de o projecto de diploma ser péssimo, não
torna menos absurda a actual lei. O mundo, a
sociedade e a média mudaram demais só na última
década. O diploma feito em plena Revolução, há mais
de 40 anos, não se compagina mais com esta
mudança.
Vale a pena pensar que o direito a informar e a ser
informado tem subjacente o principio sagrado da
liberdade de expressão, constitucionalmente
consagrada.
Os média regem-se ainda por uma série de legislação
própria, incluindo o estatuto dos jornalistas e o
respectivo código deontológico, sob vigilância dos
órgãos independentes de regulação como a ERC e a
comissão de carteira.
Toda esta panóplia de diplomas constitui quadro legal
mais do que suficiente para assegurar o respeito da
classe pela imparcialidade e pluralismo da cobertura
das várias campanhas. Tudo o mais não passa de
disfarçadas ingerências administrativas nos critérios
editoriais de cada órgão, numa intromissão inaceitável
do Estado sobre as redacções, impedindo que se trate
de forma diferente realidades políticas sem a mesma
relevância noticiosa.
Os jornalistas não têm um direito a informar, mas, pelo
contrário, tem o dever de o fazer e, esse dever, não se
compadece com cedências ao papel de pés de
microfone ou emissores disfarçados de tempos de
antena. Os públicos têm o direito a ser informados e a
exigir aos jornalistas que o façam de forma isenta,
plural, mas necessariamente crítica. Discernindo o
essencial do acessório, o relevante do marginal.
Conceder a “régua e esquadro” os mesmos tempos e os
mesmos espaços noticiosos a mais de 20 forças
políticas concorrentes, não é apenas impossível. É,
sobretudo, mediaticamente inútil e manipulador. Um
pequeno partido marginal não pode, nem deve, ter o
mesmo tratamento mediático que outro igualmente
pequeno, mas que possa servir para viabilizar um
eventual Governo.
Esta realidade impõe-se por bom senso e não impediu
que surgissem, se viabilizassem e crescessem partidos
como o Bloco de Esquerda, tal como não garantiu a
entrada no Parlamento a forças como a do ex-MEP,
mesmo depois de terem desencadeado/beneficiado da
deriva interpretativa radical da CNE que lhes conferiu
uma exposição mediática superior à de qualquer outro.
Independentemente da simpatia por uns ou da
antipatia mediática por outros, a verdade é que o
quadro partidário português deu até agora provar de
conseguir mudar.
É evidente que a actividade política continua a
evidenciar o que em economia se chama “barreiras à
entrada”, mas elas não radicam na cobertura mediática
diferenciada nem podem ser eliminadas por uma falsa
igualdade de tratamento noticioso.
Se o legislador quiser debater a questão da
desvantagem relativa dos recém-chegados (e ela
existe!) e lhe quiser por fim, pode e deve rever o
financiamento partidário (em concreto os critérios de
atribuição de subvenções públicas).
Se o legislador achar que isso melhora a qualidade da
democracia pode até discriminar positivamente as
novas formações, garantindo a sua maior visibilidade
mediática em sede de tempos de antena reforçados ou
garantindo a obrigatoriedade da passagem desses
tempos em horários nobre. Tudo isso pode ser
discutido em sede académica e/ou parlamentar, mas
nada disso tem a ver com a actividade jornalística.
Os média devem obedecer em exclusivo a critérios
editoriais, no respeito pelos estatutos dos vários meios
que em última instância prestam contas aos seus
próprios leitores, telespectadores e/ou ouvintes.
A carta de princípios subscrita pelos directores de
informação de todos os principais órgãos de
informação, na semana passada, a entregar a uma
longa série de actores políticos, dá conta destas
verdades elementares.
É urgente uma nova lei e esta não precisa de ter mais
do que cinco a seis artigos claros que salvaguardem a
independência editorial dos vários meios em período
de campanha. Se os nossos deputados não
entenderem a urgência da matéria seremos todos nós
portugueses a sair derrotados das próximas eleições.
Esta não é uma luta de jornalistas pelo dever de
informar, é sobretudo uma luta de todos pelo direito a
ser devidamente informados, sem nos vermos
reduzidos a sujeitos passivos da propaganda partidária.
Tomara que desta vez a voz de bom senso de Cavaco
Silva se faça ouvir.
PRÉMIO DIGNITAS
Distinguida
reportagem da
Renascença sobre
trabalhadores com
deficiência
Na cerimónia de entrega de prémios, a
jornalista Liliana Carona sublinhou a
importância do reconhecimento por parte da
Associação Portuguesa de Deficientes.
A edição deste ano do Prémio Dignitas distinguiu com
uma menção honrosa um trabalho da Renascença
sobre empreendedorismo social. A reportagem da
jornalista Liliana Carona, emitida em Junho de 2014,
deu a conhecer o Parque Biológico da Serra da Lousã,
onde 95% dos trabalhadores são portadores de
deficiência.
Esta terça-feira, na cerimónia de entrega de prémios,
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que decorreu na Assembleia da República, Liliana
Carona referiu que este é um importante
reconhecimento e um incentivo para continuar.
"Estou muito feliz, sobretudo pelo reconhecimento
desta área da deficiência, que para mim nunca foi uma
área nova ou diferente. Já tive na minha família
pessoas com deficiência, desde os tempos de escola
que sempre tive colegas com alguma diferença, entre
aspas. Sempre fui educada nesse sentido", afirmou.
"Este trabalho para mim significa sobretudo o
agradecimento àquelas pessoas que colaboraram e que
ali não se sentem diferentes porque têm trabalho,
remunerado, justo, e quem vai lá não vai estar a dizer
'Olha ali aquela pessoa deficiente' porque todos são",
explica Liliana Carona.
O Prémio Dignitas é uma iniciativa da Associação
Portuguesa de Deficientes. O presidente da associação,
Humberto Santos, salienta a necessidade de continuar
a premiar os jornalistas que abordam o tema da
deficiência.
"Com este reconhecimento público, [queremos] tentar
estimular o aparecimento de novos trabalhos, novos
jornalistas que peguem nestas matérias, que, como
verificamos, não são fáceis para o comum do cidadão
e também para o comum do jornalista", diz.
Católica quer
académicos
lusófonos a trabalhar
em rede
são bastante poderosas e que muitos já usam. A nossa
ideia é tentar integrar uma série de serviços e
informação que podem ser úteis para os investigadores
lusófonos.”
“Vamos ver se conseguimos convencê-los, para
participarem e fazerem crescer a plataforma, que só
será útil se tiver utilizadores”, explica o investigador,
natural de Macau, que é também consultor do Banco de
Portugal.
A ideia para este projecto partiu de Roberto Carneiro,
que lidera o CEPCEP. Segundo Fernando Chau, Roberto
Carneiro tem “muitos contactos no mundo lusófono e
ele sente a necessidade de os investigadores lusófonos
usarem tecnologia que permite de forma eficiente
trocar ideias, comunicar, investigar em conjunto, fazer
trabalhos, cooperar”.
Por enquanto, assegura o investigador, esta é uma
iniciativa liderada pela Universidade Católica, mas não
há qualquer pretensão a monopólio. “Se houver outros
interessados juntem-se a nós. Queremos que o maior
número de pessoas use a plataforma.”
Alunos do 9º ano
testam inglês em dia
de greve de
professores
A paralisação foi convocada por sete
sindicatos, entre os quais a Federação
Nacional de Professores (Fenprof).
A rede “Sete Mares & Pangeia”, como
provisoriamente se chama, tem por objectivo
ajudar os investigadores e doutorandos a
trocar ideias, investigar em conjunto e
difundir os seus trabalhos.
Por Filipe d’Avillez
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) quer colocar
os investigadores lusófonos em todo o mundo a
trabalhar em rede, potenciando assim a troca de ideias,
a investigação conjunta e a divulgação dos seus
estudos.
É nesse sentido que decorre, esta quarta-feira, no
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão
Portuguesa (CEPCEP), uma reunião de preparação para
uma rede a que se deu o nome, provisório, de “Sete
Mares & Pangeia”. A ideia é recolher ideias. “Vão-nos
dar a sua opinião sobre o que necessitariam para uma
plataforma deste género”, explica Fernando Chau, da
direcção do CEPCEP.
Os passos seguintes são a procura de financiamento e,
se tudo correr bem, em Setembro ou Outubro, já será
possível apresentar um modelo do portal final, que no
melhor cenário estará pronto em Março de 2016.
Fernando Chau reconhece que já existem várias redes
deste género, mas nenhum é especificamente dirigido
à comunidade lusófona: “Achamos que esta rede faz
falta, porque queremos oferecer funcionalidades que
podem torná-la mais atractiva que as existentes, que
Mais de dois mil professores foram convocados para classificar o PET.
Foto: DR
Mais de 110 mil alunos do ensino público e privado
realizam esta quarta-feira a prova escrita do
“Preliminary English Test” (PET) da Universidade de
Cambridge. O teste é obrigatório para todos os
estudantes do 9º ano e volta a ser realizado sob a
ameaça de greve dos professores.
Perto de 2.300 professores foram designados pelas
direcções das escolas para classificar a prova, que é
opcional para os estudantes dos restantes anos. Do
total de inscritos, 104 mil frequentam o 9.º ano.
No ano passado, mais de 100 mil alunos realizaram o
“Key for Schools”, mas este ano o nível de exigência é
superior, tal como implica o PET – um teste que inclui,
além da componente escrita, uma componente oral,
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que já está a ser decorrer em algumas escolas e termina
a 22 de Maio.
O Ministério da Educação e Ciência tem sublinhado a
importância da prova, reconhecida ao nível
internacional, mas que levou a Fenprof a fazer queixa à
Procuradoria-Geral da República, estando a Polícia
Judiciária a analisar a parceria entre Estado e empresas
para realização do teste de inglês do Cambridge.
A greve dos professores que decorre esta quarta-feira
foi convocada por uma plataforma de sete sindicatos,
entre os quais a Federação Nacional de Professores
(Fenprof). A FNE demarcou-se do protesto.
Duarte Lima pode ser
julgado à revelia no
Brasil
Antigo deputado vai a tribunal de júri
acusado do homicídio de Rosalina Ribeiro.
Especialista brasileiro explica porquê.
Silva, disse à agência Lusa que ainda não foi notificado
pelo juiz, mas mostra-se satisfeito com a decisão uma
vez que a defesa tinha pedido precisamente que o caso
fosse resolvido na justiça desta forma.
Rosalina Ribeiro, antiga companheira do milionário
Tomé Feiteira, foi assassinada em Dezembro de 2009, e
Duarte Lima, que era seu advogado, é o principal
acusado deste homicídio.
Assaltantes cortam
A1 para roubar
camião de tabaco
Grupo armado desviou pesado de
mercadorias na zona dos Carvalhos.
Cinco indivíduos encapuzados cortaram esta terçafeira de madrugada a auto-estrada A1, junto ao nó dos
Carvalhos, em Gaia, sentido sul/norte, e roubaram, com
recurso a uma arma de fogo, um veículo pesado em
circulação, informou fonte policial.
Em declarações à agência Lusa, fonte da Brigada de
Trânsito (BT) do Porto explicou que os cinco indivíduos
encapuzados ameaçaram com "arma de fogo" o
motorista do veículo pesado, que circulava junto ao nó
dos Carvalhos pelas 3h45 e que transportava,
supostamente, tabaco.
"Roubaram o veículo pesado e seguiram para parte
incerta", acrescentou a fonte da BT do Porto.
O trânsito na A1, no sentido sul/norte, esteve
interrompido das 3h45 até às 6h00 da manhã desta
terça-feira.
O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária do
Porto.
Foto: Lusa
Por Liliana Monteiro
Duarte Lima pode ser julgado à revelia no Brasil no caso
do assassinato de Rosalina Ribeiro, explica à
Renascença Chistiano Fragoso, advogado e professor
de Direito Penal da Universidade do Rio de Janeiro.
“Regra geral, o arguido tem o direito de estar presente,
independentemente de um advogado. Tem direito à
autodefesa e o direito à defesa técnica. Só que, se o
acusado não comparece e não há justificação plausível
para a ausência, ele pode, eventualmente, ser julgado à
revelia. O advogado sempre deverá estar presente”,
afirma o especialista brasileiro.
O advogado Christiano Fragoso indica ainda em que
tipo de casos é aplicável este julgamento por tribunal de
júri, muito comum no Brasil. “O tribunal de júri no
Brasil é competente para julgar delitos intencionais ou
dolosos contra a vida, como crimes de homicídio,
infanticídio, aborto ou o acto de induzir suicídio”,
explica o professor de Direito Penal.
Duarte Lima vai ser julgado por um tribunal de júri no
caso do homicídio de Rosalina Ribeiro, que decorre na
justiça brasileira.
Segundo avançou a SIC Notícias, a decisão foi tomada
pelo juiz do tribunal de Saquarema, no estado do Rio de
Janeiro.
O advogado brasileiro de Duarte Lima, João Ribeiro
Médica condenada
por assalto a
ourivesaria
Tribunal deu como provado que a mulher
tentou fugir com várias jóias, depois de atirar
gás pimenta para a cara da funcionária.
Uma médica acusada de ter tentado assaltar, em 2011,
uma ourivesaria em Lisboa, foi esta terça-feira
condenada a dois anos de prisão, com pena suspensa
por igual período, e ao pagamento de uma
indeminização superior a 2.000 euros.
A arguida, médica legista, de 51 anos, estava acusada
de um crime de roubo agravado na forma tentada, de
um crime de detenção de arma proibida e de uma
contra-ordenação.
O tribunal deu como provado que a mulher entrou na
ourivesaria, situada no Centro Comercial Roma, e,
depois de atirar gás pimenta para a cara da funcionária,
tentou fugir com várias jóias, no valor total de 7.200
euros, que tinham sido colocadas em cima do balcão.
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Quarta-feira, 06-05-2015
"A arguida estava na posse de todas as suas faculdades
mentais", disse a juíza, sublinhando que pelo
depoimento das testemunhas se provou que a médica
"estava consciente dos seus actos" e mostrava "rapidez
de raciocínio".
O tribunal condenou a médica a uma pena suspensa
de prisão de dois anos, pelo facto de não ter
antecedentes criminais, pelo crime de roubo agravado,
e ao pagamento de uma indeminização cível de 2.000
euros à funcionária agredida, por danos não
patrimoniais, e de 147 euros ao hospital que atendeu
esta vítima.
A arguida - que não esteve presente na leitura da
sentença - foi ainda condenada a uma multa de 1.500
euros pelo crime de detenção de arma proibida (gás
pimenta), a uma coima de 700 euros devido a uma
contra-ordenação (posse de uma réplica de arma de
fogo) e fica obrigada a participar num plano individual
de readaptação social.
No final da sessão, em declarações aos jornalistas, o
advogado da médica, João Martins Leitão, reconheceu
que a decisão não o deixou surpreendido e que ainda
irá ponderar se avançará ou não com recurso.
"O tribunal entendeu desta forma e há que respeitar. A
procissão ainda vai no adro e teremos de ponderar
com sensatez se iremos ou não recorrer", declarou João
Martins Leitão.
Ficar ou partir, Sr.
governador?
Neste noticiário: Carlos Costa deve
continuar à frente do Banco de Portugal,
defende presidente da Comissão de
Inquérito ao BES; Governo trava suspensão
da subconcessão do Metro e da Carris;
Duarte Lima pode ser julgado à revelia no
Brasil; greve na TAP continua e companhia
diz que garante 70% dos voos; apesar das
polémicas, "Charlie Hebdo" recebe prémio do
PEN Club.
AMI lança novos
fundos de apoio
social
Recém-empregados ou pessoas em vias de
encontrar emprego, bem como estudantes
universitários com dificuldades económicas
são os alvos dos novos apoios.
Pessoas em vias de encontrar emprego e estudantes universitários são
os destinatários dos fundos. Foto: DR
Por Ana Lisboa
A Assistência Médica Internacional (AMI) decidiu
avançar com novos fundos para apoiar pessoas em
dificuldades económicas. Foi a resposta da
organização às inúmeras solicitações junto dos centros
sociais.
O Fundo para o Desenvolvimento e Promoção Social é
uma das novas iniciativas, destinada a apoiar, “de
forma excepcional e temporária, beneficiários
desempregados em vias de empregabilidade ou
recém-empregados que frequentem os serviços sociais
da AMI”, explica Fernando Nobre, presidente da
organização.
“O objectivo são pequenas subvenções pecuniárias, até
ao máximo de 100 euros, que permitam fazer face a
despesas de água luz e gás na sua habitação”,
acrescenta.
Das 35 mil pessoas atendidas no último ano pela AMI,
mais de 15% manifestaram a necessidade de apoio em
relação a estas despesas básicas, diz ainda à
Renascença.
Além daquele fundo, foi criado um programa de
atribuição de Bolsas de Apoio Social a Estudantes
Universitários.
O “Fundo Universitário AMI destina-se exclusivamente
a apoiar jovens em formação académica que não
disponham dos recursos económicos necessários para
o prosseguimento dos estudos no ensino superior ou
que subitamente se vejam numa situação financeira
crítica que faça com que tenham que abandonar o
pagamento das propinas, o que imediatamente implica
o não reconhecimento académico”, afirma Fernando
Nobre.
“Esse fundo tem o valor máximo de 600 euros por
estudante. Pode ser complementar a uma bolsa social
que o próprio estudante tenha obtido na faculdade”,
admite o presidente da AMI.
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Quarta-feira, 06-05-2015
Os regulamentos dos dois fundos, cada um com um
orçamento de 20 mil euros, podem ser consultados no
site da organização.
Interpol alerta para
produto de
emagrecimento que
pode ser mortal
Produto é ilegal mas pode ser adquirido
através da internet.
A Interpol lançou um alerta mundial sobre um produto
para emagrecer que pode causar a morte. Trata-se do
2,4- Dinitrofenol ou DNP uma substância ilegal usada
para o emagrecimento e para auxiliar no ganho de
massa muscular.
O produto é vendido na internet sob a forma de um pó
amarelo, em cápsulas ou em creme.
O produto já causou a morte de uma mulher no Reino
Unido e graves problemas de saúde a um cidadão
francês.
Em comunicado, a organização internacional de
cooperação policial avisa que os riscos deste produto
são agravados pelas condições ilegais de produção.
O DPN – que também é usado na composição de
certos explosivos – está a ser produzido em
laboratórios clandestinos, sem normas de higiene.
Tráfico de crianças
no Nepal preocupa
Unicef após sismo
Autoridades nepalesas subiram para 7.557 o
número de mortos do terramoto registado
no passado dia 25 de Abril.
Foto: Hemanta Shrestha/ EPA
O núcleo da Unicef em Katmandu alertou para o risco
de aumento do tráfico de crianças no Nepal, na
sequência do terramoto, e para o perigo de
agravamento de problemas já existentes, como a
subnutrição.
A organização está preocupada com o movimento
ilegal de crianças "no meio do caos" associado a
qualquer emergência, pelo que continua a trabalhar
com a polícia e as autoridades fronteiriças. "As notícias
que nos chegam dos campos de deslocados não são
alarmantes nesse sentido, mas temos que estar atentos
porque sabemos que em todas as situações de
emergência os riscos são elevados", frisou a chefe da
Protecção Infantil da Unicef no Nepal, Virginia Pérez,
numa entrevista à agência noticiosa Efe.
Segundo dados de que a Organização das Nações
Unidas (ONU) dispõe, relativos a 2001, 12 mil crianças
eram traficadas por ano no Nepal.
"Não sabemos até que ponto esses números estão
actualizados", referiu Virginia Pérez, acrescentando que
o Nepal e a Índia têm uma fronteira permeável que se
pode atravessar com facilidade e sem documentação.
A mesma responsável explicou que o risco incide,
sobretudo, nas crianças que não têm quem cuide delas,
que se movem de um lado para o outro, que podem
separar-se dos pais e acabar na Índia ou noutro país.
Segundo algumas das primeiras avaliações, no distrito
de Gorkha (norte), perto de 80% das escolas estão
destruídas, pelo que continuam a trabalhar para
impedir as doenças. Já antes do terramoto de 25 de
Abril, o Nepal tinha índices de exploração infantil, de
tráfico de menores e de abuso e violência "muito altos",
referiu.
A subnutrição, o perigo da falta de alimentos e o atraso
no regresso à escola, assim como o perigo das doenças
causadas pela falta de saneamento, são também
preocupações da Unicef. O trabalho infantil é outra das
preocupações, já que agora é necessária muita mãode-obra para reconstruir o país.
Aumenta o número de mortos
As autoridades nepalesas informaram que "um
exército" de trabalhadores está finalmente a conseguir
fazer chegar a ajuda aos sobreviventes do sismo no
Nepal. Mais de 131 mil militares e polícias nepaleses
participam actualmente na massiva operação,
apoiados por mais de uma centena de equipas de
trabalhadores humanitários estrangeiros.
O Centro de Operações de Emergência Nacional
elevou, esta terça-feira, para 7.557 o número de mortes
causadas pelo forte sismo, o mais mortífero do país em
mais de 80 anos, o qual provocou também 14.536
feridos. Mas as autoridades advertiram, porém, que o
balanço final deve aumentar, atendendo a que as
equipas de resgate começam apenas agora a ter acesso
a zonas remotas da nação.
O terramoto, registado no passado dia 25 de Abril,
também fez mais de uma centena de mortos nas
vizinhas Índia e China.
O Governo do Nepal tem sido alvo de críticas pelos
atrasos na entrega de ajuda, uma situação que o
Ministério do Interior afirmou estar actualmente sob
controlo.
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Quarta-feira, 06-05-2015
PEDRO LEAL
Os mártires do
Mediterrâneo
O "discursês" está montado em
esplendorosos parlamentos. Enquadramos a
morte e a tragédia com conceitos, políticas
disto e daquilo, com palavras de indignação e
muita retórica. Mas falta o gesto – estender a
mão.
Mas, no Mediterrâneo, o que nos impede de irmos mais
além? Aqui é possível a acção.
Para lá da retórica, cada refugiado, vivo ou morto, é um
mártir. Em parte nosso. Se individualmente nos
decidirmos, a pressão sobre os governos aumentará.
Enquanto não intensificarmos a pressão sobre os
eleitos nada vai mudar. A questão do drama do
Mediterrâneo tem de passar da esfera mediática para a
esfera política – da política nacional, no mínimo, de
cada país da União Europeia.
E as perguntas são simples: além da quota anual
prevista, dr. Passos Coelho, quantos refugiados do
Mediterrâneo está Portugal disponível para acolher? Dr.
Rui Machete, que propostas Portugal apresentou nesta
área? Dr. Paulo Portas, o que pensa sobre o assunto? Dr.
António Costa, se for primeiro-ministro, quantos
refugiados do Mediterrâneo está Portugal disponível
para aceitar? E, agora, com o estatuto que detém, o que
defende ou propõe?
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
As eleições britânicas
e a UE
Por Pedro Leal
No Mediterrâneo há um olhar que perturba: o esforço
de quem não pode mais, mas tem esperança; o
desespero de quem encontra a morte, onde queria
encontrar um futuro.
Nós europeus, que nos reclamamos herdeiros da
cultura judaico-cristã, olhamos para estes mártires e
não damos o único passo obrigatório quando a vida
está em causa: estender a mão e dar abrigo.
Ninguém os quer. A Europa dá dinheiro, mas não dá
morada. E as razões são… as politicamente correctas:
"Se abrirmos as portas da Europa é um convite para
todos virem. A via para uma solução é a do controlo
fronteiriço e do repatriamento".
O "discursês" está montado em esplendorosos
parlamentos. Enquadramos a morte e a tragédia com
conceitos, políticas disto e daquilo, com palavras de
indignação e muita retórica. Mas falta o gesto –
estender a mão.
Os governos vão dar dinheiro; vão até duplicar ou
triplicar as verbas se for necessário, mas não vão dar o
passo: receber refugiados... Além de Itália, algum país
defendeu uma distribuição dos refugiados? Ou a
adopção de uma política de integração e
reagrupamento familiar?
E nós queremos isto? Que eles sejam os nossos
vizinhos? Não de região, do lado de lá do mar, mas de
rua, mesmo em frente aos nossos olhos?
Enquanto individualmente não respondermos a estas
questões, os nossos governos, desculpem a expressão,
não vão mexer uma palha.
Indignamo-nos com os cristãos mortos no
denominado Estado Islâmico. A indignação está
correcta, mas o problema é que pouco podemos. A
atitude de denúncia e os argumentos estão certos, são
a via, mas a verdade é que ainda não se encontrou uma
arma eficaz de luta contra esta nova barbárie. A
denúncia permanece quase como a única alternativa.
Receoso da concorrência que lhe tem feito o
partido anti-EU (UKIP), o primeiro-ministro,
David Cameron, prometeu um referendo
sobre sair ou não da União. A concretizar-se,
a resposta à saída deverá ser afirmativa. Mas
está tudo em aberto.
Por Francisco Sarsfield Cabral
Das eleições no Reino Unido, amanhã, não deve sair
qualquer maioria absoluta de um só partido. Será
necessária uma coligação ou um acordo parlamentar.
O mesmo aconteceu nas eleições anteriores (2010). É
curioso, dado que o sistema eleitoral britânico –
círculos uninominais, onde vence quem tiver mais
votos, sem segunda volta – está feito para facilitar
maiorias absolutas de deputados.
Estas eleições podem desencadear um processo de
saída dos britânicos da UE. Receoso da concorrência
que lhe tem feito o UKIP (partido anti-UE, que ficou em
primeiro lugar nas eleições para Parlamento Europeu
há um ano), o primeiro-ministro e líder dos
Conservadores, David Cameron, prometeu – caso
ganhasse as próximas legislativas – um referendo
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Quarta-feira, 06-05-2015
sobre sair ou permanecer na UE.
Isto, após renegociar as relações com Bruxelas. Ora, é
improvável que Cameron consiga mudanças
significativas na UE. Assim, a haver referendo, será
favorável a abandonar a UE.
Ed Milliband, líder trabalhista, rejeita o referendo. Mas,
como veremos amanhã, não é seguro que ele seja o
próximo primeiro-ministro.
Síria. "Vi crianças
sem cabeça, partes
de cadáveres por
todo o lado. É assim
que imagino o
inferno"
Em Alepo, a segunda maior cidade síria, a
vida tornou-se insustentável. Muitos
refugiam-se debaixo do solo para fugir dos
mísseis. Amnistia Internacional acusa
governo e rebeldes de cometerem crimes de
guerra e contra a humanidade.
O sobrevivente de um ataque aéreo entre as ruínas no bairro de Ma’adi,
a 11 de Julho de 2014. Foto: Amnistia Internacional
Por Filipe d'Avillez
Um barril cheio de combustível, explosivos e pedaços
de metal. É o que basta para lançar a morte e a
destruição. A arma improvisada tem sido usada
recorrentemente pelas forças leais ao Governo na Síria,
acusa a Amnistia Internacional. Num relatório
divulgado esta terça-feira, a organização pró-direitos
humanos destaca a situação em Alepo, a segunda
maior cidade do país.
Os efeitos deste tipo de bomba, lançada
frequentemente sobre bairros civis, são terríveis,
segundo os residentes ouvidos pela Amnistia. "Vi
crianças sem cabeça, partes de cadáveres por todo o
lado. É assim que eu imagino o inferno", diz um
trabalhador fabril do bairro de al-Fardous.
No relatório, intitulado "Death everywhere: War crimes
and human rights abuses in Aleppo" (Morte por todo o
lado: Crimes de guerra e abusos dos direitos humanos
em Alepo), a Amnistia diz ter razões para acusar o
Governo de crimes de guerra em Alepo.
"As atrocidades generalizadas, em particular os
selvagens e insistentes bombardeamentos de bairros
civis por forças governamentais, tornaram a vida dos
civis em Alepo particularmente insuportável", lê-se no
relatório.
"Estes actos repreensíveis e contínuos em áreas
residenciais apontam para uma política de ataques
dirigidos deliberada e sistematicamente a civis, que
constituem crimes de guerra e crimes contra a
humanidade", diz Philip Luther, director da Amnistia
para o Médio Oriente e Norte de África.
Viver debaixo da terra
Mas não são só os ataques com bombas-barril que
lançam o pânico entre os civis de Alepo, há ainda os
ataques com mísseis, também por parte do Governo, e
os levados a cabo pelas forças da oposição, com armas
convencionais ou improvisadas e que são, em muitos
casos, completamente aleatórios.
A solução, para muitos, é manter, na medida do
possível, uma existência subterrânea: "Não há sol, não
há ar fresco, não podemos ir à superfície porque há
sempre aviões e helicópteros no céu", afirma um
médico que se viu forçado a mudar o seu hospital de
campanha para debaixo do solo.
Uma médica também entrevistada pela Amnistia diz
que as pessoas vivem "sempre nervosas, sempre
preocupadas, sempre a olhar para o céu".
A organização não-governamental recorda que as
Nações Unidas passaram uma resolução "há mais de
um ano" a pedir o fim dos abusos dos direitos
humanos e em particular os ataques com bombasbarril, prometendo consequências caso o Governo não
cumprisse.
"Hoje, a comunidade internacional virou as costas aos
civis de Alepo numa mostra de indiferença para com
uma tragédia humana crescente."
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Quarta-feira, 06-05-2015
Estados Unidos
autorizam ligação
por "ferry boat" com
Cuba
Mais um sinal de reaproximação entre dois
países que estiveram de costas voltadas nas
últimas cinco décadas.
Papa encontra-se
com Presidente de
Cuba no domingo
A visita de Raul Castro é "estritamente
privada", diz a Santa Sé. Dentro de quatro
meses, o Papa vai a Cuba.
Foto: EPA
Foto: Alejandro Ernesto/EPA
O Departamento do Tesouro norte-americano emitiu
licenças para autorizar o transporte de passageiros por
“ferryboat” entre os Estados Unidos e Cuba, o que
acontece pela primeira vez em mais de 50 anos.
"Algumas licenças foram concedidas hoje [terça-feira]"
para a exploração das ligações por “ferry”, confirmou
uma porta-voz, sem quantificar o número de licenças
emitidas.
Duas empresas do Estado da Florida confirmaram ter
sido autorizadas a lançar um serviço de ligação por via
marítima entre Cuba e os Estados Unidos.
“É um momento histórico, graças ao Presidente
Obama”, escreveu a empresa Havana Ferry Partners, de
Fort Lauderdale, na rede social Facebook.
Separados por apenas 150 quilómetros, Estados Unidos
e Cuba estiveram de costas voltadas nas últimas cinco
décadas.
O embargo decretado pelos Estados Unidos na década
de 60 continua em vigor, mas os dois países reataram
as relações diplomáticas em Dezembro do ano
passado.
O Papa Francisco vai encontrar-se com o Presidente de
Cuba, Raul Castro, no próximo domingo.
A visita, que antecede a viagem do Papa a Cuba em
Setembro, é "estritamente privada", segundo o director
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Federico Lombardi.
Este será o primeiro encontro entre o Papa Francisco e
o líder cubano, mas segue-se ao histórico acordo de
restabelecimento de relações diplomáticas e
comerciais entre os Estados Unidos e Cuba, anunciado
em Dezembro.
Na altura tornou-se público que o Vaticano tinha
desempenhado um importante papel de mediação do
conflito entre os dois estados.
Bento XVI e João Paulo II visitaram Cuba durante os
seus pontificados, mas nem Raul Castro, nem Fidel, seu
irmão e antecessor na presidência cubana, visitaram
antes a Santa Sé.
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Quarta-feira, 06-05-2015
Presos, doentes e
voluntários no
centro do Jubileu da
Misericórdia
Mulheres salvas
descrevem um Boko
Haram dividido e em
retirada
O Papa Francisco diz que não quer que o ano
santo seja centrado em Roma e pede que
cada diocese tenha uma Porta da
Misericórdia na respectiva catedral ou
santuário particularmente importante.
Depois de anos de avanço e a espalhar o
terror, o grupo terrorista islâmico poderá
estar perto de ser derrotado pelo avanço
conjunto de forças da Nigéria, Camarões,
Níger, Chade e Benim.
Foto: EPA
Por Aura Miguel
O Vaticano anunciou esta terça-feira algumas
iniciativas para o próximo Jubileu da Misericórdia.
A iniciativa foi proclamada recentemente pelo Papa
Francisco e a abertura oficial marcada para 8 de
Dezembro deste ano, encerrando a 20 de Novembro de
2016.
Francisco não quer um ano santo concentrado em
Roma e pede a cada diocese especial atenção às
exigências locais e que haja uma Porta da Misericórdia
em cada catedral ou santuário particularmente
importante.
O calendário das celebrações inclui, no entanto,
algumas datas significativas, com destaque para o
jubileu dos voluntários (a 4 de Setembro), dos
adolescentes crismados (a 24 de Abril), dos doentes (a
12 de Junho) e dos presos (a 6 de Junho).
Neste último caso, por exemplo, o Vaticano está a
estudar a hipótese de alguns reclusos saírem das
prisões para celebrar o Ano da Misericórdia,
pessoalmente junto do Papa Francisco.
Durante todo o Jubileu prevê-se, da parte de Francisco,
múltiplas iniciativas de misericórdia, com um particular
enfoque junto das "periferias existenciais". O mesmo se
pede aos bispos e sacerdotes nos contextos em que se
encontram.
O grupo terrorista Boko Haram está em retirada e
dividido, com os soldados no terreno a queixarem-se
de falta de armas, munições e combustível, segundo
relatos feitos à Reuters por algumas das mulheres que
recentemente foram resgatadas pelas forças armadas
da Nigéria.
Durante vários anos o grupo aumentou o território que
ocupava, chegando a tomar capitais de distrito no
Norte do país, maioritariamente muçulmano. O rapto,
em Abril de 2014, de perto de 200 raparigas de uma
escola no Chibok colocou o grupo firmemente no
mapa do terrorismo mundial. Nessa altura, no auge da
sua força, o Boko Haram atacou também países
vizinhos, motivando uma resposta concertada entre
cinco países que virou finalmente a situação.
Os ataques conjuntos das forças da Nigéria, Camarões,
Níger, Chade e Benim obrigaram os militantes do Boko
Haram a refugiarem-se no mato, nomeadamente na
grande floresta do Sambisa.
Foi de um campo nesta floresta que o exército
nigeriano libertou recentemente algumas centenas de
mulheres. O cenário testemunhado pelas mulheres
revela um grupo dividido e com falta de bens
essenciais para a guerra, como armas, munições e
combustíveis.
"Certa noite em Abril, os militantes do Boko Haram
puseram-se à nossa frente e disseram: 'Os nossos
líderes não nos querem dar combustível, nem armas e
agora os soldados estão a aproximar-se de nós no
Sambisa. Vamos abandonar-vos'", refere.
Depois de algumas tentativas de as obrigar a seguir
com eles, ou de as vender a outros combatentes, os
terroristas fugiram do campo perante o ataque das
forças do Governo. Dezoito mulheres morreram
durante esse ataque, referem as sobreviventes, mas
centenas foram salvas.
Outras sobreviventes dizem que até a mulher do líder
do grupo que os raptou fugiu do campo e que os
militantes se queixavam que tinham sido enganados
para se juntarem ao Boko Haram, mostrando-se
claramente desiludidos.
Estes dados podem ser um bom indicador para os
governos dos países que combatem o Boko Haram e
que procuram agora acabar de vez com o grupo.
Contudo, segundo a Reuters, o avanço das forças
governamentais até ao interior da floresta está a ser
mais lenta do que o esperado, devido às minas
colocadas pelo grupo.
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Quarta-feira, 06-05-2015
Tribunal manda
retirar estátua de
João Paulo II em
França
U2 regressam a
Portugal em 2016
O dia e o local do concerto ainda não são
conhecidos.
A Federação Nacional do Livre Pensamento
já tinha conseguido mandar remover uma
imagem de Nossa Senhora, na região de
Sabóia, há poucos meses.
Foto: DR
A estátua de João Paulo II que alegadamente impede o livre
pensamento em Rennes. Foto: DR
O tribunal administrativo de Rennes, em França,
decretou a remoção de uma estátua de São João Paulo
II, por ter uma cruz "demasiadamente ostensiva" e por
considerar que o seu significado religioso contraria a
laicidade do Estado.
O município tem seis meses para desmontar o
monumento em honra do Papa Wojtyla e colocá-lo "em
lugar menos ostensivo", decreta o tribunal. A sentença
invoca a lei da separação Igreja-Estado de 1905.
O processo foi desencadeado pela Federação Nacional
do Livre Pensamento que, há poucos meses, também
conseguiu remover uma imagem de Nossa Senhora de
um parque público na região da Sabóia.
A banda irlandesa U2 vai voltar a actuar em Portugal,
em 2016, disse à agência Lusa o promotor musical
Nuno Brancaamp, adiantando que será a meio do ano.
Nuno Brancaamp disse que o local e a data do concerto
estão ainda por acertar.
Em 2010, o grupo deu dois concertos no Estádio Cidade
de Coimbra.
A banda já actuou também em Vilar de Mouros e em
Lisboa.
Em Coimbra, foi a primeira vez que os U2 deram dois
concertos seguidos em Portugal, dada a procura de
bilhetes para a primeira das actuações, que esgotaram
ao fim de cerca de sete horas.
O grupo, formado por Bono, The Edge, Adam Clayton e
Larry Mullen Jr, foi fundado há mais de 30 anos.
O artista português Alexandre Farto, que assina como
Vhils, criou um vídeo para o projecto "Films of
Innocence", uma colecção de filmes artísticos
inspirados em "Songs of Innocence", o mais recente
álbum dos U2.
16
Quarta-feira, 06-05-2015
SEF identifica mais
de mil futebolistas
estrangeiros em
situação irregular
"Fenómeno desportivo é um chamariz para
esse tipo de situações", diz secretário de
Estado. Foram abertos 17 processos-crime.
inteira.
A 5 de Fevereiro, o SEF tinha identificado 250 cidadãos
estrangeiros, dos quais 157 estavam em situação
irregular.
Das acções de fiscalização, maioritariamente a clubes
de futebol dos distritos de Coimbra, Aveiro, Leiria,
Viseu, Guarda e Castelo Branco – mas sem especificar
o nome dos envolvidos – resultaram três detenções de
cidadãos estrangeiros e a notificação de 105 para
deixarem o país no prazo de 20 dias.
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Reforços para a Luz e
outras novas do
mercado
Foto: Lusa
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) identificou
até ao momento mais de mil futebolistas estrangeiros
em situação irregular em Portugal, revelou esta terçafeira o secretário de Estado da Administração Interna.
"O SEF identificou 1.304 ocorrências de cidadãos
estrangeiros em situação ilegal, não só menores, tendo,
posteriormente, sido abertos 17 processos-crime",
afirmou João Almeida durante uma audição na
Comissão de Educação, Ciência e Cultura, na
Assembleia da República, sem especificar o período de
fiscalização.
Em análise esteve a fiscalização levada a cabo pelo SEF
a clubes e associações desportivas, que permitiu
identificar um número elevado de cidadãos
estrangeiros que não possuem título de residência ou
visto adequado à prática desportiva.
"O fenómeno desportivo é um chamariz para esse tipo
de situações. Há muitos casos de cidadãos que nunca
foram jogadores de futebol e que são trazidos por
intermediários, que depois desaparecem", disse João
Almeida, manifestando a intenção de assinar um
protocolo com a Federação Portuguesa de Futebol
(FPF), que vise precaver situações idênticas.
Jogadores "turistas"
No início do ano, a FPF anunciou que, até Abril, iria
introduzir no regulamento do estatuto da inscrição e
transferência de jogadores a obrigatoriedade de
apresentação de documentação que ateste a legalidade
da permanência de estrangeiros em solo luso.
Há cerca de um mês, na mesma comissão, o
presidente da FPF, Fernando Gomes, disse que vários
jogadores são inscritos com vistos de turista, válidos
por três meses, e que a federação não tem forma de
saber se foi renovado ou não.
Para Fernando Gomes, a solução passa pela atribuição
de vistos de residência válidos para o período em que o
atleta está a ser inscrito, por exemplo, uma época
"Benfica ataca Bakkali" é o título maior do Record desta
quarta-feira. Trata-se de um extremo belga, de 19 anos,
que joga no PSV.
No jornal O Jogo, edição Sul, outro alvo: "Luka Jovic
negociado pelo Benfica".
A edição Norte de O Jogo escreve: "Herrera blindado".
O jornal sublinha que se trata do mais produtivo
jogador do plantel do FC Porto, a seguir a Jackson.
Ainda sobre Herrera: "Gold Cup vai deixar mexicano
sem pré-época".
"Nascido para ganhar", lê-se na manchete de A Bola.
Destaque para Fejsa, que é campeão há sete anos
consecutivos: três vezes pelo Partizan, outras três pelo
Olympiakos e uma pelo Benfica. O jornal do Bairro Alto
antevê o oitavo título.
De volta ao Record, sobre o FC Porto: "Nolito por 10
milhões".
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Quarta-feira, 06-05-2015
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Meia meia
Em Turim, não aconteceu o jogo que se
esperava. Esperava-se bem mais da equipa
espanhola e talvez menos de uma “vechia
signora” que agora passou a sonhar também
com a final da Champions.
Taça. Bilhetes para a
final à venda a partir
de 9 de Maio
Anúncio feito pela Federação Portuguesa de
Futebol. Ingressos para o Sporting-Sporting
de Braga variam entre os 15 e os 30 euros.
Final da Taça está marcada para 31 de Maio.
Por Ribeiro Cristóvão
As meias-finais da Liga dos Campeões abriram
caminho com um excelente espectáculo em que a
Juventus averbou uma importante mas escassa vitória
por ter sido capaz de produzir futebol de qualidade
superior ao do Real Madrid.
Em Turim, não aconteceu o jogo que se esperava. Um
Real Madrid surpreendido e por vezes confuso terá
agora de se transcender daqui por uma semana no seu
próprio estádio se não quiser morrer à vista da meta,
numa altura em que toda a família merengue sonha
com a conquista da décima-primeira Taça super
milionária.
Num contraste deveras curioso, esperava-se bem mais
da equipa espanhola e talvez menos de uma “vechia
signora” que tenta agora voltar aos tempos áureos.
Coroada já com o título de campeã da Itália, a Juventus
passou a sonhar também com a final da Champions,
mesmo reconhecendo que há ainda pela frente um
grande obstáculo a remover.
Carlo Ancelotti não poderá repetir no Santiago
Barnabéu alguns dos erros que estiveram na base da
derrota com que regressou a casa. Por isso, o sempre
truculento Sérgio Ramos, o pior em campo, jamais
deverá voltar a ser encarregado de tarefas para as quais
não tem condições, mínimas sequer.
Para se completar a meia-final, vamos ter hoje a
felicidade de poder assistir a um desafio que mesmo
antes do pontapé de saída pode ser considerado
fascinante. Barcelona e Bayern de Munique são, por
esta altura, seguramente, as duas melhores equipas do
mundo, servidas por um conjunto de estrelas que vão
iluminar Camp Nou durante noventa minutos e
deslumbrar milhões espalhados por todos os
continentes.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou, esta
terça-feira, que a venda de bilhetes para a final da Taça
de Portugal, entre Sporting e Sporting de Braga, será
iniciada a 9 de Maio [sábado].
"Estarão à venda 35.890 bilhetes, variando o seu valor
entre os 15, os 20 e os 30 euros", pode ler-se numa nota
colocada no site da FPF, na qual se acrescenta que os
ingressos "serão vendidos directamente" pelos dois
finalistas da "prova rainha" do futebol português. Os
interessados em assistir à partida de 31 de Maio
poderão ainda efectuar a compra de bilhetes através do
site oficial da FPF.
De acordo com os regulamentos da Taça de Portugal,
cada clube terá direito a 30% da lotação do Estádio
Nacional, no Jamor. A própria Federação reserva para
si 25% dos bilhetes. Por fim, as associações de futebol
dos emblemas finalistas - Lisboa e Braga - ficarão,
cada uma, com direito a 5% das entradas. A AF Lisboa,
por ser a anfitriã, recebe ainda mais 5% da capacidade
do recinto.
O Sporting-Sporting de Braga está marcado para as
17h00 de 31 de Maio. Jogo com relato na antena da
Renascença e acompanhamento ao minuto em
rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
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Quarta-feira, 06-05-2015
QUALIFICAÇÃO EURO 2016
LIGA DOS CAMPEÕES
Alvalade recebe o
Portugal-França
Uma Real lição de
humildade
Particular de selecções disputa-se a 4 de
Setembro.
Juventus 2-1 Real Madrid. Jogo intenso e
bem disputado no Norte de Itália premeia
objectividade e foco na vitória do tricampeão
transalpino. "Merengues" voltam a registar
exibição sofrível e sem soluções para a já
esperada organização defensiva da Juve.
Ainda assim, tudo em aberto para a segunda
mão, dentro de uma semana.
A Federação Portuguesa de Futebol anunciou, esta
terça-feira, que o encontro de carácter particular entre
Portugal e França, agendado para 4 de Setembro, terá
lugar no Estádio de Alvalade, em Lisboa.
Através do site oficial, a FPF define o local da recepção
aos gauleses. Em Novembro de 2014, os "bleus",
orientados por Didier Deschamps, bateram a equipa
das quinas por 2-1, na estreia oficial de Fernando
Santos como seleccionador nacional "AA" de Portugal.
Portugal lidera o Grupo I de qualificação para o Euro
2016 e o próximo compromisso, com a Arménia, está
agendado para 13 de Junho.
Morata "traiu" a antiga equipa e abriu activo para a Juventus
A Juventus venceu o Real Madrid (2-1), esta terça-feira,
em jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos
Campeões, colocando-se em vantagem na corrida pela
final de Berlim.
O resultado, contudo, é escasso e o golo apontado fora
pelos "merengues" promete dificultar a tarefa dos
tetracampeões italianos no Santiago Bernabéu,
aquando da segunda partida da eliminatória, na
próxima semana. Ainda assim, a vantagem é italiana.
O triunfo transalpino é igualmente inquestionável.
Apesar do relativo equilíbrio estatístico, num desafio
digno de uma meia-final de Champions, a equipa de
Massimo Allegri foi sempre mais objectiva e
concentrada do que os espanhóis, dedicados, esta
época, a oscilações inusitadas e que põem a nu um
grupo recheado de estrelas mas igualmente de "egos"
difíceis de complementar.
A lição de humildade que o campeão europeu em título
recebeu, esta noite, começou logo aos 9'. Riscado pelos
responsáveis madrilenos, Alvaro Morata rumou ao
Norte de Itália e vai consolidando o estatuto e
importância na "vecchia signora". Apontou o 1-0.
Cristiano Ronaldo empatou o desafio, aos 27' mas, na
segunda metade, Carlos Tévez, de grande penalidade,
fixou o resultado em 2-1 (58'). Até ao fim, a Juventus
apostou na consistência defensiva e na exploração dos
espaços concedidos pelo adversário para garantir a
vitória.
Para além do CR7, Pepe foi igualmente titular na equipa
inicial escalada por Carlo Ancelotti, que voltou a
reencontrar uma equipa que já chegou a orientar.
Na próxima quarta-feira [13 de Maio], o "mata-mata"
arranca às 19h45, na capital espanhola.
Quarta-feira, 06-05-2015
Conheça os números
da sorte do
Euromilhões
Ninguém acertou no primeiro prémio. Na
próxima sexta-feira vai estar em jogo um
"jackpot" de 40 milhões de euros.
Ninguém acertou na chave completa do sorteio desta
terça-feira do Euromilhões. Na sexta-feira vai estar em
jogo um "jackpot" de 40 milhões e euros.
O segundo prémio também não foi atribuído, mas
quatro apostadores com boletim registado no
estrangeiro arrecadam o terceiro prémio, a rondar os
340 mil euros.
O sorteio desta terça-feira do Euromilhões é composto
pelos números 1 - 10 - 17 - 20 - 42 e pelas estrelas 8 e 9,
indica o departamento de Jogos da Santa Casa.
Os prémios atribuídos de valor superior a 5 mil euros
estão sujeitos a imposto do selo, à taxa legal de 20%,
nos termos da legislação em vigor.
[notícia actualizada às 23h37]
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propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa
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Governador deve continuar? Presidente da comissão BES acha que