Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como objeto — CartaCapital
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Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como
objeto
Sexismo
Pesquisa realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão também revela que 70% da
população defende punição aos responsáveis por propagandas ofensivas
por Intervozes — publicado 30/09/2013 19:42, última modificação 30/09/2013 20:12
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* Por Bia Barbosa
A pesquisa "Representações das mulheres nas
propagandas na TV", realizada pelo Data
Popular e Instituto Patrícia Galvão e lançada
nesta segunda-feira (30), em São Paulo, revela
que uma das principais bandeiras do
movimento feminista e dos defensores da
democratização da mídia agora também é
abraçada pela maioria da população brasileira.
O estudo, que ouviu 1.501 homens e mulheres
maiores de 18 anos, em 100 municípios de
todas as regiões do país, mostrou que 56% dos brasileiros e brasileiras não acreditam que as propagandas de TV
mostram a mulher da vida real. Para 65%, o padrão de beleza nas propagandas é muito distante da realidade da
nossa população, e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não conseguem ter o corpo e a
beleza das mulheres mostradas nos comerciais.
http://www.cartacapital.com.br/...s/intervozes/maioria-dos-brasileiros-acha-que-publicidade-trata-a-mulher-como-objeto-sexual-1821.html/view[01/10/2013 13:53:13]
Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como objeto — CartaCapital
A pesquisa mostrou ainda que 84% da população - 84% dos homens também! - acham que o corpo da mulher é
usado para promover a venda de produtos. Para 58%, as propagandas de TV mostram a mulher como um objeto
sexual, reduzida a bunda e peito. Um dos dados mais interessantes do estudo, no entanto, é o que aponta que
70% da população defendem algum tipo de punição para os responsáveis por propagandas que mostram a mulher
de forma ofensiva. Ou seja, de maneira semelhante ao dado da pesquisa da Fundação Perseu Abramo, que
revelou que 71% dos brasileiros e brasileiras defendem a regulação dos meios de comunicação de massa, agora,
percentual equivalente também defende a regulação da propaganda, com responsabilização pela veiculação de
conteúdos machistas e que violem os direitos das mulheres.
Na avaliação da diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a pesquisa será uma ferramenta
importante para levar este debate ao conjunto da população do país. "Uma coisa são nossos argumentos, do
movimento feminista. Outra é uma pesquisa que mostra uma percepção contundente e coerente da população
sobre este tema", disse.
No Brasil, a regulação da publicidade cabe ao CONAR, conselho de autorregulação do setor, que atua com base
no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.O Código, em seus artigos 19 e 20, afirma que "toda
atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana" e que "nenhum anúncio
deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de
nacionalidade". As críticas à atuação do CONAR, no entanto, são inúmeras, da lentidão à não aplicação efetiva do
Código.
É por isso que países como a França e a Inglaterra adotam mecanismos de corregulação da publicidade. Ou seja,
se a autorregulação não funciona, o Estado - através da aplicação de leis e do funcionamento de órgãos
reguladores - tem o direito e o dever de agir. E a pesquisa do Data Popular/Instituto Patrícia Galvão é a prova de
que as mulheres seguem sendo desrespeitadas nas propagandas de TV no Brasil.
Falta diversidade
A pesquisa lançada nesta segunda-feira também apresenta uma série de dados que mostram a brutal ausência
de diversidade na representação da mulher nos comerciais de televisão. Na percepção da sociedade, as mulheres
nas propagandas são majoritariamente jovens, brancas, magras e loiras, têm cabelos lisos e são de classe alta. O
problema é que não é assim que as mulheres querem se ver representadas.
Enquanto 80% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres brancas, 51% gostariam de ver
mais mulheres negras. Não coincidentemente, a população negra no Brasil é muito próxima deste percentual.
Enquanto 73% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres de classe alta, 64% gostariam de
ver mulheres de classes populares nas propagandas. Enquanto 87% veem mais mulheres magras nas
propagandas na TV, 43% gostariam de ver mais mulheres gordas. Enquanto 78% veem mais mulheres jovens,
55% gostariam de ver mais mulheres maduras.
Há quem possa argumentar: "mas a publicidade nunca trabalhou com representação; sempre vendeu um
http://www.cartacapital.com.br/...s/intervozes/maioria-dos-brasileiros-acha-que-publicidade-trata-a-mulher-como-objeto-sexual-1821.html/view[01/10/2013 13:53:13]
Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como objeto — CartaCapital
determinado padrão". A novidade é que isso não está mais colando!
Para Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, a pesquisa mostra que há uma crise de identidade na
publicidade e uma incompetência do mercado em relação à mulher. Enquanto as mulheres querem se ver e se
reconhecer nas propogandas, os comerciais continuam trabalhando com um padrão aspiracional. "A questão é que
a lógica da frustração não serve mais para vender produtos no Brasil. A mulher quer algo que está ao seu
alcance, e não o impossível", afirma.
Ou seja, nem com toda a overdose massacrante dos padrões de beleza, que transformaram o Brasil no país da
cirurgia plástica e dos lucros bilionários da indústria dos cosméticos, a mulher brasileira deixou de considerar
importante se sentir representada na TV. Isso ficou muito claro na pesquisa. E certamente será um importante
instrumento de luta para deixar a televisão brasileira com a nossa cara.
A partir dos dados da pesquisa, o Instituto Patrícia Galvão lançará um concurso de vídeos que discutam o tema da
imagem da mulher na publicidade. A íntegra do estudo pode ser acessada aqui.
* Bia Barbosa é jornalista, membro do Conselho Diretor do Intervozes e militante feminista.
registrado em: intervozes
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Comunidade
Glauco Roberto Pinto
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4 horas atrás
Não sou contra o uso de modelos para vender um determinado produto na mídia e sim contra
propagandas ofensivas, a qualquer ser humano, classe social ou religiosa.
△ ▽
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23 comentários • um dia atrás•
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Lula ou odeia. Difícil acreditar numa maturidade
democrática no Brasil, se as pessoas tratam
1 comentário • 2 dias atrás•
castro carvalho — Esse Silvio Berlusconi ainda
não foi preso? Essa justiça Italiana tem uma
semelhança com a brasileira, só condena e
http://www.cartacapital.com.br/...s/intervozes/maioria-dos-brasileiros-acha-que-publicidade-trata-a-mulher-como-objeto-sexual-1821.html/view[01/10/2013 13:53:13]
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