1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS CEFET MG Heloísa Costa Pacheco Diório O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES Belo Horizonte Novembro/2008 2 HELOISA COSTA PACHECO DIÓRIO O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES Monografia apresentada como exigência para finalização do Curso de Especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, sob a orientação do Prof. Heli Santos de Oliveira Belo Horizonte Novembro/2008 3 DEDICATÓRIA: Dedico este trabalho a meu marido, meu filho, minhas irmãs e irmãos que sempre me apoiaram com amor, carinho, compreensão e estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida. 4 AGRADECIMENTOS: Agradeço primeiramente a Deus pela luz divina que norteia meus caminhos e pela oportunidade de participar de mais esse desafio. A minha Gerente Marina Gomide, que com sua habilidade e competência me fez perceber a importância da Liderança na Organização. Ao DER/MG pelo convênio com a FAPEMIG/PCRH que me possibilitou a bolsa integral, para concretização dessa Pós-graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos. “O mais precioso capital das empresas nos dias atuais é seu quadro de pessoa, organizações que sabem como descobrir e cultivar talentos, que saem na frente e se mantêm competitivas por mais tempo”. José Pastore, Prof. de Relações do Trabalho na USP “Finalmente as empresas brasileiras estão se conscientizando de que são as pessoas que constroem suas maiores vitórias e suas piores derrotas”. Roberto Shinyashiki, Escritor e Consultor Organizacional “As pessoas na organização proporciona um vôo panorâmico pelos picos e vales da área de recursos humanos”. Thomas Wood Jr., FGV.ZAESP 5 RESUMO A transformação é uma das características mais marcantes do ambiente empresarial no Brasil e no mundo nos dias de hoje. A competitividade tem imposto às organizações uma busca incessante por melhores resultados a fim de garantir o crescimento e perpetuação no mercado. Este fato tem levado as companhias a buscar o aprimoramento da gestão de pessoas e a identificação/formação de líderes pró-ativos. Diante disso, a GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS nas organizações tornou-se um fator de competitividade e excelência. Este trabalho trata de pesquisar o papel dos lideres nas Organizações e as qualidades necessárias para que se consiga uma liderança eficiente das equipes de trabalho dentro das Organizações. A liderança é uma habilidade notória e de suma importância para os chefes e gerentes de empresas no desenvolvimento de suas atividades diárias. Nos últimos anos, o conceito de liderança vem passando por significativas transformações, evoluindo em conjunto com as mudanças tecnológicas por que passam as organizações. As últimas décadas foram caracterizadas pela aplicação da liderança como gestão, como uma liderança para fazer acontecer. A idéia do líder autoritário (chefe) foi deixada de lado, A liderança é intrínseca a cada um, e deve ser aplicada ao longo de sua carreira, evidentemente, cada qual dentro de suas responsabilidades. A liderança para uma vida sustentável deve ser eficaz, organizada e de acordo como o meio social em questão. A liderança como forma de aplicar a experiência prática e o conhecimento administrativo é um fator fundamental e determinante para que os gerentes obtenham êxito e o conseqüente sucesso dentro das organizações. Este trabalho apresenta de forma co-relacionada, conceitos teóricos e suas transformações com o passar dos anos, com casos reais de sucesso de liderança, que servem de exemplo até hoje às organizações, de pesquisadores, escritores e dirigentes, grandes pesquisadores e estudiosos também nos ajudam a conhecer e desenvolver um pouco mais da habilidade de como colocar em prática este tema tão instigante e discutido. 6 1- Organizações 2 - Pessoal 3 - Liderança 4 - Competências 5 - Conflitos 7 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 2. JUSTIFICATIVAS 3. 3.1 3.2 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4. METODOLOGIA 5. 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.3.4 5.3.5 5.4 5.5 5.5.1 5.5.2 5.5.3 5.6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL O CONHECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO INSTRUMENTO PARA CONHECER A ORGANIZAÇÃO A CULTURA ORGANIZACIONAL O CAPITAL INTELECTUAL DAS ORGANIZAÇÕES CONCEITO DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL FOCO DA ANÁLISE ORGANIZACIONAL ENFOQUES DA ANÁLISE ORGANIZACIONAL ANÁLISE ORGANIZACIONAL E A FUNÇÃO DE COMANDO OS OBJETIVOS DO GRUPO ORGANIZACIONAL AS METAS ORGANIZACIONAIS OS PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ORGANIZAÇÕES E COMPETÊNCIAS GESTÃO POR COMPETÊNCIAS O ELO ENTRE AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES A ERA DO CONHECIMENTO E O MOMENTO GESTÃO DO CONHECIMENTO OBJETIVOS DE CONHECIMENTO GESTÃO DE TALENTOS HUMANOS O CONCEITO DE PODER E COMANDO DE PESSOAS 6 6.1. 6.1.1 6.1.2 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES O LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES ASPECTOS DA PERSONALIDADE DO LÍDER PODER E INFLUÊNCIA 8 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.6.1 6.6.2 6.7 ABORDAGEM SITUACIONAL O GRUPO COMO CENTRO DE LIDERANÇA FATORES QUE INFLUENCIAM O EXERCÍCIO DO COMANDO CULTURA DA ORGANIZAÇÃO TIPOS DE LÍDERES E ESTILOS DE LIDERANÇA MODELOS DE LIDERANÇA COMPARAÇÃO ENTRE ESTILOS DE LIDERANÇA ANÁLISE DE CONFLITOS 7 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9 1 APRESENTAÇÃO O processo de gestão nas Organizações, sejam elas públicas ou privadas, vem sofrendo rápidas mudanças em função da necessidade de adequação às exigências atuais do mercado. A globalização, a queda de fronteiras econômicas, a fragilidade dos limites políticogeográficos, o ritmo frenético das inovações tecnológicas e as bruscas mudanças de todos os aspectos empresariais, tem desafiado as organizações, em nível mundial, a responder rapidamente, com eficiência e eficácia, as necessidades do mercado, sob pena de perderem competitividade e por em risco as sobrevivências das organizações. A excelência na gestão de pessoas seja de funcionários, colaboradores e ou parceiros, vem se tornando fator diferencial de competitividade de sucesso entre as empresas, Isto porque estamos vivendo a era do conhecimento, as quais privilegiam o intelecto, através da busca e da retenção de profissionais competentes, pró-ativos e que saibam trabalhar em equipe. Por mais que a tecnologia avance, o ser humano sempre estará na linha de frente, decidindo o que, quando e onde aplicar o conhecimento adquirido. Neste contexto, o capital humano, ou seja, os profissionais da empresa passam a ter grande peso – as inovações tecnológicas, mesmo mantendo sua importância, tendem a perder impacto diante da freqüência e rapidez das mudanças. Desta forma, reconhecendo a importância da gestão estratégica de pessoas nas organizações, este trabalho propõe-se a discutir e refletir os aspectos relevantes das lideranças nas organizações, o novo perfil dos lideres, a administração de conflitos e os agentes desmotivadores das equipes de trabalho. Toda e qualquer organização depende, em maior ou menor grau, do desempenho humano para o seu sucesso. Por esse motivo desenvolve-se e organiza uma forma de atuação sobre o comportamento que se convencionou chamar de modelo de Gestão de Pessoas. 10 O conceito de Gestão de Pessoas foi construído sobre as bases da otimização dos recursos, quando as pessoas eram vistas como parte do funcionamento da engrenagem. “otimizar máquinas, equipamentos, materiais, recursos financeiros e "pessoas” sempre foi seu grande objetivo” (Fischer, 2001:19). A emergência do termo “gestão de pessoas", segundo Fischer, envolve transformações significativas e estruturais. O tema Gestão de Pessoas é que se tenha a oportunidade de se desenvolver, uma vez que sabemos que o adulto é agente do seu próprio desenvolvimento (VERGARA, 2007:09). Embora os conceitos de administração e de gestão sejam utilizados como sinônimos, em geral considera-se a ‘gestão’ uma ação para a qual há menor grau de previsibilidade sobre o resultado do processo a ser gerido. Isso acontece porque gestão implica considerar o caráter humano, ou seja, uma relação em que se admite que ambas as partes sejam conscientes e possuem vontade própria. O termo “gestão de pessoas” não é um modismo ou um jargão do dicionário administrativo. Na verdade, ele implica no reconhecimento dos interesses e valores tanto da instituição quanto do grupo e relaciona-se ao modelo sistêmico de relações menos diretivas. Que prevê senso ético, autonomia e responsabilidade nas decisões. Desta forma, a gestão estratégica de pessoas passou a ser um importante foco diferencial para obtenção de resultados pelas empresas estatais e do setor privado, constituindo fato importantíssimo no desenvolvimento e crescimento das organizações em geral. Gerir equipes de trabalho significa constantemente ter que interagir com pessoas, significa conciliar, ou pelo menos tentar a mediação entre interesses dissidentes, percepções divergentes, necessidades especificas, relações incongruentes, gastos e estilos peculiares, emoções ambíguas e expectativas diversas. Enfim, gerir pessoas implica em administrar conflitos, competências, qualidades pessoais e potenciais humanos. 11 2 JUSTIFICATIVAS Nos tempos globalizados, de processos informatizados e concorrência acirrada, as organizações públicas e privadas passaram a necessitar ainda mais de sistemas de gestão eficientes e lideranças competentes, para extrair o melhor de suas equipes e competências. Desta forma, torna-se necessário mostrar o papel dos líderes dentro das organizações, sua fundamental importância no contexto atual, o perfil das lideranças, a administração de conflitos e os aspectos comportamentais para obter a excelência na gestão estratégica das equipes de trabalho. 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Identificar as principais qualidades dos gestores de pessoas, principalmente a liderança, incluindo aspectos de competências, negociação, administração de conflitos, criatividade e ética profissional. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Mostrar a importância das lideranças dentro das Organizações e os modelos atuais de liderança, suas qualidades e características. Ampliar a percepção e a consciência dos dirigentes das organizações para a importância dos líderes na gestão estratégica de pessoas. 12 4 METODOLOGIA O capítulo 1 trata da apresentação da monografia, abordando aspectos da administração atual, a rápida evolução da tecnologia e da informatização e a necessidade atual de gerir de forma estratégica as pessoas, buscando atingir o topo de suas potencialidades e capacitação. No capítulo 2 faz-se a justificativa do trabalho. O capítulo 3 descreve os objetivos da monografia. O capítulo 4 discorre sobre a apresentação da monografia. O capítulo 5 descreve sobre a fundamentação teórico-conceitual destacando-se os aspectos das organizações produtivas nos dias atuais, seus objetivos e características. A ação comunicativa no contexto organizacional e os problemas de comunicação que normalmente ocorrem nas organizações. O capítulo 6 descreve sobre o papel e a importância do líder nas organizações, aspectos comportamentais e a personalidade do líder, o poder, a influência e a abordagem situacional. Os tipos de líderes e estilos de liderança, descrevendo os estilos de liderança estratégica, gerencial, visionária e a análise e administração de conflitos pela liderança. O capítulo 7 trata das conclusões sobre gestão estratégica de pessoas quanto aos aspectos da liderança de Equipes de Trabalho e as considerações finais. 13 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL Nas décadas de 1970 e 80, um novo critério de efetividade foi introduzido na modelagem dos sistemas de gestão de recursos humanos; seu caráter estratégico na visão de Tichy, Fombrum e Devanna, era que a gestão de recursos humanos deveria buscar o melhor encaixe possível com as políticas empresariais e os fatores ambientais. Para isso, os planos estratégicos dos vários processos de gestão de recursos humanos seriam derivados das estratégicas corporativas da empresa. É imprescindível que a instituição tenha clareza de sua missão e que esta possa ser compartilhada por todos os membros e parceiros e compreendida por eles. A gestão de pessoas deve estar inserida na gestão do próprio negócio e para isso é preciso pensar a Empresa como um Sistema Integrado em todas as suas instâncias. Isso traz à empresa uma nova forma de gerenciar diversas forças. Para melhor esclarecer a importância de se ter uma visão geral da empresa é importante definir todos os seus bens tangíveis e intangíveis seguindo a classificação de Moggi (1999), há quatro níveis de valores qualitativamente diferentes que são: Os recursos: São os contingentes físicos, materiais e humanos. Este nível é tangível e pode ser medido. Os processos: Compreendem os fluxos vitais da empresa, como fluxos de matériaprima, peças semi-acabadas, peças prontas, documentos, informações, pessoas, dinheiro. O nível dos processos tem as seguintes características: os fluxos são racionais, lógicos, calculáveis e previsíveis. 14 As relações: acontecem entre as pessoas. A estrutura informal terá os seus elementos neste nível como: expectativa, esperança, decepções, harmonia e conflitos, estilos de liderança, poder e comunicação. Não são visíveis como os recursos, nem lógicos ou racionais como os processos. São sensíveis, sutis, não racionais e não podem ser sistematizados como nos primeiros níveis. A identidade: considera a história, a cultura, os valores e missão da empresa. Seus paradigmas e princípios perante o mundo enquadram-se neste nível. Não ocupa espaço ou tempo. Está no nível da consciência e intuição. É a essência da organização. Nesta abordagem construtiva e integradora – embasada na visão holística – estes níveis fazem parte do todo organizacional e a gestão do negócio considera tais níveis partes integrantes do mesmo sistema. As empresas excelentes são aquelas que, além de cuidar de recursos, processo e desenvolvimentos das pessoas, também conseguem trabalhar as competências básicas dos ambientes de negócios. Isso, contudo, leva-nos a ressaltar a importância de se ter em mente que cada nível vai exigir das pessoas habilidade diferentes. Saber lidar com as novas informações, estar comprometido com o auto desenvolvimento e com a constante captação de técnicas, são as bases de uma empresa que valoriza o aprendizado – das empresas que aprendem. Este é um processo de mudanças com a perspectiva da identidade, de onde vêm as transformações mais profundas. “As empresas mais lucrativas são as que utilizam o talento humano, em vez de suprimí-lo com controles estúpidos”. Stephen Escritor Covey – Consultor e 15 Nesse sentido, a organização que aprende, promove as ações que permeiam a vida organizacional, não só no que tange ao desenvolvimento do próprio negócio – responsabilidade de todos – como também o desenvolvimento das pessoas, tais como: Comunicação e colaboração: a comunicação flui em todas as direções, trabalha-se em grupo, existe colaboração da equipe. Solução de Problemas: sabe-se reconhecer, definir e implementar soluções criativas aos problemas, gerando novas idéias e checando resultados. Conhecimento Tecnológico: utiliza-se tecnologia para que haja conexão com a equipe, através de pesquisas e benchmarking. Desenvolvimento de Liderança: promove-se uma atitude pró-ativa do desenvolvimento da carreira, o que extrapola apenas um plano de treinamento. Na empresa que aprende, existe uma cultura baseada na mudança, tem-se a preocupação em tornar o centro de referência, ou seja, um lugar de construção de conhecimento, onde há espaço para as inovações. A visão holística possibilita que a empresa como um todo tenha integrados sentimentos, missões, percepções que definem a identidade da Empresa. Alguns conceitos sintetizam e regem a empresa com visão holística como: A estrutura é baseada em pessoas. O cliente é o centro do negócio. O trabalho do grupo prevalece. O espírito de cooperação rege a empresa. A transparência permite que as pessoas conheçam e participem das estratégicas e das metas da empresa. A gerência tem habilidades técnicas, humanas e conceituais. A comunicação flui em todos os sentidos. 16 A motivação vem do atendimento às necessidades. Os talentos são valorizados. Lucratividade e meio-ambiente são compatíveis. As oportunidades são potencializadas. 5.1 O CONHECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO A estrutura ou modelo organizacional delineia as características do modelo de gestão de pessoas dominante na empresa. Para gestores profissionais de tomada de decisões, o conhecimento da organização – principalmente daquela em que atuam – é mais do que um exercício teórico. Para eles, conhecê-la e orientá-la é requisito essencial de sobrevivência. 5.1.1 Instrumentos para conhecer a organização Uma estrutura departamental, explicitamente orientada para cadeia de comando e controle, implica um modelo igualmente segmentado e restritivo. À iniciativa limitada, à ordem superior, ao manual de procedimentos, à ação voltada para os objetivos setoriais sem perspectiva sistêmica nem do conjunto da empresa corresponde determinada forma de remunerar, capacitar e recrutar pessoas. Por outro lado, uma estrutura matricial, por unidades de negócios ou em rede, demanda práticas de recursos humanos através das quais se perceba a empresa como uma totalidade. A remuneração não pode estar vinculada exclusivamente ao cargo ocupado, o processo de treinamento deve incentivar a visão sistêmica da organização e o recrutamento deve ser feito dentro de um perfil de competências que atendam ao conjunto da corporação, e não são as demandas da unidade em que a pessoa irá atuar. 17 De uma maneira genérica, os instrumentos de trabalho de uma organização são denominados ANÁLISE ORGANIZACIONAL. 5.1.2 A cultura organizacional A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da organização. Ela refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e refere-se a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas. Parece evidente também quanto à cultura organizacional interfere e, ao mesmo tempo, recebe a influência do modelo de gestão de pessoas de uma organização. Edgar Schein, um dos autores mais citados nessa área, define a concepção de trabalho e o valor conferido ao ser humano como pressupostos nucleares e fundamentais da cultura de um grupo. Um dos principais papéis do modelo de gestão é reforçar e reproduzir esses pressupostos na cultura organizacional, diferenciando e moldando padrões de comportamento. É relativamente fácil perceber isso no dia-a-dia das organizações. Nas empresas, aqueles que trabalham em determinadas áreas ou profissões são considerados seres humanos diferentes dos outros. É assim que engenheiros são valorizados que profissionais de escritório em empresas metalúrgicas e de mineração – como 18 demonstrou Fleury (1986) em seu estudo sobre a cultura organizacional de uma das maiores empresas brasileiras desse setor de atividade. A cultura organizacional vai estar presente de maneira explicita através da missão, objetivos, visão da empresa, por exemplo, ou de forma implícita no modo de vestir, na maneira de comunicar, no layout dos escritórios, etc. Wagner III (2000) aponta quatro importantes funções da cultura organizacional: dar aos membros uma identidade organizacional, facilitar o compromisso coletivo, promover a estabilidade organizacional e moldar o comportamento ao ajudar os membros a dar sentido a seus ambientes. Assim a cultura organizacional irá determinar grande parte dos comportamentos intraorganizacionais como: as relações interpessoais, a comunicação, processo produtivo, a busca da qualidade, entre outros e passando a exercer a função de “manter, resguardar e engrandecer a organização” (FISCHER, 1996 P.68). 5.1.3 O Capital intelectual das organizações Desde os primórdios, o capital intelectual manifesta-se em todas as ações da vida, nas decisões e até mesmo na sobrevivência da espécie humana, e é a partir de bem pouco tempo que as organizações e seus administradores vêm percebendo a sua influência e suas implicações nos resultados empresariais. Os ativos intangíveis, como as qualificações das pessoas, a tecnologia da informação e os incentivos à inovação, por exemplo, podem desempenhar papel preponderante na criação de valor para a empresa. Os sistemas tradicionais de mensuração não foram concebidos para lidar com a complexidade desses ativos, cujo valor é potencial, indireto, dependente do contexto. Os ativos baseados no conhecimento devem ser avaliados com extrema cautela, porque seu impacto sobre o destino de qualquer negócio é tremendo. Para Sveiby (2000) muito mais do que contribuir para a valorização total da empresa, o conhecimento é a base da sua estrutura interna e externa. Para poder competir e 19 enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais exigente, as empresas têm que investir em recursos humanos. Drucker (1996) diz que os meios de produção, a base tradicional do capitalismo, estavam, agora, nas cabeças e mãos dos trabalhadores. O capital humano é a capacidade necessária para que os indivíduos ofereçam soluções aos clientes. Este capital é necessário a uma organização, pois ela é a fonte de inovação e renovação Quanto maior for a qualidade do seu capital humano, maior tenderá a ser a eficácia da empresa frente aos seus clientes e concorrentes. O capital estrutural é o valor que pertence à empresa. Fruto da inteligência humana e baseia-se em pessoas dispostas a compartilhar, que é um ato voluntário. A liderança é fundamental para o sucesso de sua gerência. Quanto mais se coloca capital intelectual no capital estrutural, a organização tende a viver mais. É uma forma de socializar o talento. O capital de cliente é o valor dos relacionamentos de uma empresa com as pessoas as quais negocia. STEWART (1998) acrescenta que é o capital de cliente que valoriza os relacionamentos de uma empresa com as pessoas com as quais faz negócios e conclui que o capital intelectual não é criado a partir de partes distintas dos vários capitais, mas do intercâmbio entre eles. O conceito de capital intelectual parece pecar pela inadequação da expressão, pois parece paradoxal ligar-se o que por natureza é inerte e objeto de sofrer ação (o capital) com o que por natureza é imaterial e agente de movimento (o intelecto), mesclando-se fatores que de fato convivem nas células sociais, mas que possuem naturezas diferentes. O que na realidade existe é uma influência intelectual sobre o capital, não parecendo adequado, pois o uso da expressão “capital intelectual” como um conceito científico ou até mesmo empírico. 20 Ainda hoje existem empresas, pessoas e organizações que escolhem produzir com ações individuais, mas isso deve ser alterado com urgência, para que o conhecimento e a informação não fiquem nas mãos de uma única pessoa, pois a saída desta pessoa da organização pode implicar em amnésia organizacional. Por isso, as organizações não devem deixar que o conhecimento fique nas mãos de uma única pessoa e vai embora quando esta sair da empresa, causando prejuízo frente aos seus clientes e investidores. Hoje o que está em moda é a palavra “time”. Muitas empresas estão adotando e investindo nisso, pois um time possui objetivos comuns para atingir um resultado. E, para isso, seus componentes precisam ter afinidades e competências que se complementam. Um time de trabalho é fundamentado em um conjunto de indivíduos, que associados buscam uma ação comum, com um determinado fim. As características do time estão relacionadas à sua maneira conjunta de visualizarem objetivos e a produção de trabalho, seguindo sólidos atributos de: - Mecanismo de trabalho – conduzindo discussões para chegar a um acordo sobre como serão organizadas e realizadas tarefas específicas; - Liderança afetiva – usado o senso de propósito e atitudes assegurando os objetivos, e se compartilhada entre os membros, todos estarão comprometidos com o resultado final; - Relacionamento interpessoal – usando princípios primordiais e básicos (confiança, cooperação e participação no processo de troca de informação, sentimentos e opiniões) para um grupo que estará se pactuando, informalmente e abertamente por todos: a manutenção permanente do bom relacionamento interpessoal; - Relacionamento com a Empresa – usando a visão macro organizacional (conhecimento geral da atividade da empresa) fundamental e necessária para qualquer 21 time, é que procurará conhecer como e onde sua tarefa especifica comprometem e cooperam com objetivos de outros times e com a organização. A empresa é como uma árvore: se as suas raízes (o capital intelectual) forem fortes e bem estruturados, onde haja junção do conhecimento de todos os que formam uma organização, esta empresa irá dar bons frutos, ou seja, sua copa, suas folhas serão bonitas e com isso atrairá clientes e fornecedores. A Empresa voltada para o futuro deve manter-se atenta às mudanças internas e externas que afetam seu ambiente. Portanto deve adaptar-se rapidamente a estas mudanças de ambiente, possuindo a capacidade de alterar estratégias, planos de marketing e produção, além da própria estrutura, garantindo que sua gestão mantenhase sempre atualizada para enfrentar os desafios, incertezas e instabilidades dos cenários competitivos futuros. Esta dinâmica constitui-se na essência do aprendizado organizacional. Em algumas empresas isto implica em mudanças profundas, passando a ser um enorme desafio quando nos deparamos com organização de sucesso, porém, os cenários ensinam que o sucesso de hoje não garante a sobrevivência da Empresa no futuro. Capital intelectual é a soma de capital estrutural e humano, indica a capacidade de ganhos futuros de um ponto de vista humana, capacidade de criar continuamente e proporcionar valor de qualidade superior. Isto abrange todos os conhecimento de uma empresa, relacionados às pessoas, projetos, patentes (registros) metodologias sistemáticas, políticas e relacionamentos. O Capital Estruturado é riqueza que existe na Empresa, quando os funcionários (capital humano) vão para casa. Inclui marcas, manuais, estruturas organizacionais e listas de clientes. O Capital Intelectual alia as competências individuais ao conhecimento coletivo, interligado para o desenvolvimento da organização. Diferentemente de outros recursos, o Capital Intelectual apresenta dificuldades de quantificar, medir ou classificar o seu valor, sendo um desafio para a gestão do conhecimento. Por que isto? O conhecimento tem relação direta com a experiência das pessoas e com as informações adquiridas ao 22 longo do tempo. Complicado será garantir a utilização do conhecimento armazenado, e a consciência do papel do capital humano e sua importância como participante afetivo nos processos de Gestão do Conhecimento. Em uma Organização existem algumas variáveis pertinentes ao tipo de negócio e o respectivo setor da economia para compor o seu Capital Intelectual, tais como: • Variáveis para o cumprimento de suas metas e missão; • Variáveis relacionadas de modo a se obter um conjunto finito e priorizado; Variáveis de uma análise crítica desta seleção de varáveis quanto à viabilidade de mensuração, que inclui a avaliação das fontes de informação. Esta mensuração do Capital Intelectual pode ser útil para a gestão de uma Organização que trata o conhecimento como principal recurso de seu negócio. 5.2 CONCEITO DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL Trata-se de um processo de coleta, sistematização e interpretação de dados para se obter o conhecimento de uma Organização. 5.2.1 Análise e diagnóstico organizacional Estes dois conceitos guardam, entre si, a relação de processo-produto, isto é: o Diagnóstico Organizacional é o próprio resultado da Análise Organizacional. Na prática, é impossível se fazer tal separação, que, aliás, tem cunho meramente didático e formal. 5.2.2 Foco da análise organizacional A Análise Organizacional conduz ao estudo dos conteúdos das mais relevantes para a compreensão de seu objetivo; 23 Os mais importantes são: - o histórico das organizações; - os seus valores grupais; - os seus esquemas de poder; - as regras de conduta vigentes no seu interior; - a estrutura e o funcionamento da organização. 5.2.3 Enfoques da análise organizacional Atualmente têm-se três formas de abordagem à Organização: - Grupo humano; - Teoria dos Sistemas; - Processos compostos por funções que harmonizam dentro de uma Estrutura. Uma parte substancial daquilo que tem refletido, pesquisado e escrito sobre as Organizações, tem como foco principal o fato de serem elas os Grupos Humanos. A “Organização” não existe em si mesma, mas é formada a partir de pessoas, sem as quais ela se reduz a uma simples coleção de móveis, máquinas, e documentos arquivados. Enquanto Grupos Humanos, as Organizações assumem características bastante especiais. Uma das tendências encontradas na literatura sobre a Análise Organizacional caracteriza-se pela aplicação do “modelo dos sistemas” às Organizações. Uma Organização pode ser definida como um conjunto estruturado de componentes autônomos e independentes que interagem de acordo com um plano para atingir um determinado fim. Toda Organização produz seus bens ou serviços combinando e processando insumos, sejam eles tangíveis ou intangíveis. Ao fim do processo Analítico, deve-se chegar ao conhecimento: 24 - Dos rumos da organização; - Das suas necessidades gerais; - Das suas forças e fraquezas, e, - Das suas prioridades. 5.3 ANÁLISE ORGANIZACIONAL E A FUNÇÃO DE COMANDO Na verdade, a função de comando exercida dentro das organizações produtivas cumpre a finalidade de definir rumos e estabelecer prioridades para o atendimento das necessidades gerais do negócio. Daí resulta que todo gestor é, necessariamente, um Analista Organizacional que, mesmo sem saber, utiliza-se – bem ou mal – de instrumentos de compreensão e previsão do negócio em que trabalha. 5.3.1 Os objetivos do grupo organizacional Na maioria das vezes os objetivos do Grupo Organizacional são fixados sem levar em conta as expectativas e desejos individuais ou coletivos dos seus componentes. Em uma organização, o processo decisório do qual surgem os objetivos é sempre uma clara manifestação de exercício do Poder, no qual as opções são tomadas ou por ato e vontade daqueles que tem condições de controlar o comportamento das demais, ou por simples reação forçada pelas contingências às quais a Organização está submetida. Caso o Empreendimento seja gerido por alguma preocupação de envolvimento dos que dele participam, depois de fixados os objetivos e definidas as metas a alcançar no tempo, faz-se um trabalho de comunicação e persuasão, de forma a comprometer o maior número possível de pessoas no atingimento do estado organizacional desejado. O grupo organizacional hierarquicamente caracteriza-se em linhas gerais da seguinte forma: 25 • Finalidade da Estrutura Hierárquica Encontra-se aqui uma das grandes contradições do grupo organizacional, pois todos eles procuram conferir um caráter de funcionalidade e serviço à sua hierarquia. Na verdade, porém, encontra-se com extrema freqüência casos de utilização da estrutura hierárquica como forma de amortecimento de tensões interpessoais, acomodação de interesses, ou ainda, aproveitamento de oportunidades. • Rigidez O grupo organizacional classifica-se como rígido na sua estrutura hierárquica, funciona como o chamado “princípio-do-chefe”. • Renovação O grupo organizacional tem uma hierarquia auto-renovada, cujo “lócus” decisório encontra-se nela mesma, ainda que os seus pontos superiores situem-se fora da Organização, como por exemplo, acontece nas burocracias estatais e multinacionais. 5.3.2 As metas organizacionais Possivelmente, a exigência de objetivos não garante à Organização a passagem de seu estado atual para seu estado desejado. É preciso que o atingimento destes objetivos as faça paulatinamente, pela condução do grupo a estágios intermediários e sucessivos no tempo. Esses estágios intermediários e sucessivos no tempo são as Metas Organizacionais. A função de comando se expressa de maneira crítica na fixação as metas que, sucessivamente atingidas no tempo, garantirão a sobrevivência e o desenvolvimento do negócio. 26 Porém, fixar metas e orientar esforços para seu atingimento é uma das maiores dificuldades do gestor. As metas são permanente fonte de conflitos, posto que sua concepção entram fortemente os estilos de gestão, as expectativas individuais, bem como a percepção individual de prioridades. Acontece que, o exercício da função de relacionamento interpessoal, isto é, em uma intricada rede de Comportamentos Humanos. A comunicação em sentido lato abrange não somente a verbalização, mas qualquer forma de transmissão de informação, como a escrita, o silêncio, a música, a arte, a pintura, os gestos, a postura, entre outros. Aristóteles quando ensinava sobre a retórica apontava a necessidade de olharmos para três dimensões: quem fala, o discurso e a audiência. A comunicação já é um processo muito complexo, mas quando explorada sob a perspectiva organizacional, o número de variáveis interferentes multiplica-se e algumas ganham uma maior relevância como a cultura da organização e a relação entre o emissor e o receptor ou como também é comum nas organizações se vêem no imperativo de reestruturarem sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um padrão moderno aproximando suas ações e o discurso empresarial, em busca de um patrimônio de caráter simbólico constituído pela imagem, reputação, credibilidade, legitimidade e aceitação. 5.3.3 Os problemas da comunicação nas organizações Diante da comunicação organizacional, emerge os problemas de comunicação. Habermas (1989) propõe que os problemas de comunicação surgem por uma situação de fala distorcida, onde os participantes do ato comunicativo encontram-se em posições desiguais de poder e conhecimento de informações, onde no âmbito prático encontrarse-á a complacência a idéias errôneas e falsas opiniões. 27 Freud, baseado a teoria psicanalítica, demonstra que, através de mecanismos inconscientes (como condensação e deslocamento), os desejos dos indivíduos são transmitidos no ato comunicativo através dos lapsos, tiradas espirituosas, chistes, piadas, esquecimentos e troca (de nome, horário, etc.). Uma Organização de grande porte utiliza pelo menos 10 meios de comunicação, com a intenção de se complementarem e podem-se dividir, em três dimensões, uma virtual, indireta e de surgimento recente através de meios de comunicação como e-mail, chats e intranet; pelo ambiente hierárquico, formal e burocrático, utilizando-se como meios: reuniões, quadros de aviso, memorandos e telefone e através da dimensão simbólica, autêntica e velada da comunicação informal dos comportamentos contraditórios e da sexualidade no trabalho. 5.3.4 Organizações e Competências O conceito de competência no contexto organizacional começou a ser elaborado sob a perspectiva do individuo. McClelland (1973), publicou o artigo: Testing for Competence rather than Inteligence que, de certa forma, iniciou o debate sobre competências entre os psicólogos e administradores nos Estados Unidos. A competência segundo este autor, é uma característica subjacente a uma pessoa que pode ser relacionada com desempenho superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação. Ele diferencia, assim, competência da tríade aptidões/habilidades/conhecimentos. Há também a confirmação de que o sentido da palavra competência tem a sua origem associada às mudanças ocorridas a partir da década de 80, que levaram ao aumento da complexidade do trabalho e à necessidade crescente de se lidar com as contingências. Conforme Dutra e Hipólito e Silva (1998), competência é um conjunto de qualificações que permite que um indivíduo tenha um desempenho superior em situação de trabalho. Levy-Leboyer (1997), defende que as competências estão vinculadas a uma tarefa, uma atividade determinada ou a um conjunto de atividades. Elas são conseqüências da 28 experiência e constituem saberes articulados, integrados entre elas e, de alguma forma, automatizados, na medida em que a pessoa competente mobiliza este saber no momento oportuno, sem ter necessidade de consultar regras básicas nem de perguntar sobre as indicações de tal ou qual conduta. Buscando uma síntese para o conceito, pode-se observar no trabalho de Bitencourt (2001), que as competências estão relacionadas basicamente a um dos aspectos seguintes: desenvolvimento de conceitos, habilidades e atitudes (formação); capacitação (aptidão); práticas de trabalho, capacidade de mobilizar recursos (ação); articulação de recursos (mobilização); busca de melhores desempenhos (resultados); questionamento constante (perspectiva dinâmica); processo de aprendizagem individual no qual a responsabilidade maior desse processo deve ser atribuída ao próprio indivíduo (auto-desenvolvimento). Relacionamento com outras pessoas (interação). Dentro dessa perspectiva, entende-se competência como um conceito que engloba o auto-desenvolvimento, práticas voltadas ao ambiente externo da empresa e autorealização. 5.3.5 Gestão por competências A gestão de competências tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo. A tríade formada por Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (C.H.A.) abrange o profissional em todos os aspectos de sua atuação. Quando a empresa consegue entender quais elementos da tríade CHA necessita para atingir suas metas, ela tem em mãos um poderoso ferramental para promover a melhoria de seus colaboradores, em função destas competências. O sucesso na implementação deste tipo de gestão depende de uma metodologia de estudos de processos, aliada a um mapeamento das competências que estes exigem. Só assim é possível definir a tríade CHA que cada funcionário (ou grupo destes) 29 necessita, estabelecendo critérios claros para avaliação, promoções e bonificações, além de treinamentos específicos, que visem melhorar a performance individual. Saber os requisitos de competências para cada posição nos processos da empresa possibilita entender a adequação de cada colaborador a sua função. Neste escopo, a Avaliação 360º mostra-se como a ferramenta mais adequada, pois ela obtém informações sobre um funcionário, de diversas fontes internas e externas, tornando possível mapear as pessoas da organização. A gestão de competências permite o contínuo aperfeiçoamento dos Conhecimentos, Habilidades e Atitudes de cada colaborador, alinhando isto aos requisitos de suas funções, dentro do processo da empresa. Ela leva em conta o fator humano, que permeia todas as atividades organizacionais. A introdução de novos conceitos de gestão surge como exigência de renovação das técnicas de realização e controle sobre o trabalho em um contexto em crise de eficiência, evidenciada por conflitos de modernidade em alguns aspectos (por exemplo: uso intenso de tecnologias modernas de processo de produção) e de atraso em outros (por exemplo: sistema de gestão de recursos humanos criados há meio século). Neste sentido, o sucesso e a sobrevivência das organizações, são funções de seu comportamento em relação às mais diversas forças, tanto de seu ambiente interno quanto externo e, para ajudá-las a serem bem sucedidas nestas relações, a gestão eficaz de pessoas torna-se imprescindível. Em resposta a esse cenário e considerando os conceitos de competência, surge o modelo de gestão empresarial por competência para a gestão das Organizações, com um grande apelo retórico de seus defensores. Para Fleury e Fleury (2000), o conceito de competências organizacional tem suas raízes na abordagem da Organização como um portfólio de recursos (recurse based view of the firm). Esta abordagem considera que toda empresa tem um portfólio: físico 30 (infra-estrutura), financeiro, intangível (marca, imagem, etc.). organizacional (sistemas administrativos, cultura, organizacional) e recursos humanos. Nessa ótica, a definição das estratégias competitivas deve começar com um entendimento profundo das possibilidades estratégicas dadas por esses recursos. Aqui a vantagem competitiva é derivada da exploração das oportunidades e tendências encontradas no mercado e nos competidores. A competitividade da organização é determinada pela inter-relação dinâmica entre as competências organizacionais e a estratégia competitiva. Dessa forma, as competências são formadas a partir de recursos e as estratégias são elaboradas a partir de grupos de recursos (competências essências); a implantação da estratégia gera novas configurações de recursos e novas competências que, por usa vez, irão influenciar novamente a formulação de estratégia. Zarfian (2000) distingue diversos conteúdos em relação às competências organizacionais que acabam por configurar áreas de desenvolvimento de competências para as pessoas: a) competência sobre processos, que são conhecimentos sobre o processo de trabalho; b) competências técnicas, que são os conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser realizado; c) competências sobre a organização, que dizem respeito, a saber, organizar os fluxos de trabalho; d) competências de serviço, que buscam aliar a competência técnica a avaliação do impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor; e) competências sociais, que dizem respeito ao saber ser, incluindo atitudes que sustentam o comportamento das pessoas. 31 Podemos então, dizer que a organização possui diversas competências organizacionais, localizadas em diversas áreas. 5.4 O ELO ENTRE AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES Como já vimos, todos os processos presentes na empresa deve ter foco no processo de mudanças. Segundo Boog (1999), as pessoas criam elos de identificação com a Empresa. Isso acontece quando a essência do individuo encontra-se com a essência da Empresa, nos valores, na cultura ou no caráter da empresa, o que permite ao individuo se ver cumprindo sua missão de vida através da empresa. Com isso, têm-se das pessoas – sejam funcionários ou colaboradores da Empresa: Motivação: há a sensação de bem-estar no ambiente de trabalho. O indivíduo sente-se respeitado como ser humano e pode expressar seus sentimentos. Dedicação: É resultado do primeiro fator na esfera do fazer e do agir. Sentimentos de Segurança: é a relação que existe com a segurança de salários e benefícios. E também o que insere a Empresa dentro do contexto do mercado dando uma perspectiva real. Ainda, considerando dificuldades e complexidades envolvidas nesse processo, uma visão estratégica de treinamento e comunicação prevê o desafio de se desenvolverem ações conjuntas para promover motivação, dedicação e empregabilidade. 32 5.5 A ERA DO CONHECIMENTO E O MOMENTO EMPRESARIAL A competitividade exige a preparação organizacional para o novo cenário global. Depois das últimas duas décadas de desenvolvimento do potencial da informática e de ferramentas técnicas, desfrutamos de todas as vantagens e recursos. A agilidade ou maior eficiência de um equipamento não traz mais mudanças como já fizeram e as próximas grandes diferenças irão ficar sob responsabilidade dos profissionais. Além disso, hoje os consumidores têm fácil acesso aos produtos e opções ilimitadas de escolha e alternativas. Avaliam-se facilmente vantagens e desvantagens dos produtos num mercado aberto e transparente. As empresas precisam desenvolver sua capacidade de inovação e da geração de novas idéias, que passa a ser, então, um dos maiores ativos da Empresa. Desenvolver o pensamento estratégico, pesquisar o ambiente, a concorrência e todas as fontes de informação, serão determinantes para a Empresa entender e se impor nos mercados em que atua. Isso deve ser responsabilidade de todos e deve motivar a Empresa a buscar a parceria entre áreas de recursos humanos, especificamente através de suas estratégias de treinamento, e da área de comunicação, uma vez que são áreas relacionadas ao clima e às mudanças organizacionais. 5.5.1 Gestão do conhecimento Hoje em dia, o mundo globalizado nos oferece milhares de informações divulgadas e acessíveis através de diversos meios. Ter controle, facilidade de acesso e manter um gerenciamento integrado sobre essas informações passou a ser um diferencial para 33 que se possa atingir objetivos desejados e atualmente, gerenciar as informações passou a não ser mais suficiente, e de uma maneira integrada e relacionada, passouse a falar de gerenciamento ou Gestão de Conhecimento. Entende-se por conhecimento a informação interpretada, ou seja, o que cada informação significa e que impactos no meio cada informação pode causar, de modo que a informação possa ser utilizada para importantes ações e tomadas de decisões. Sabendo como o meio reage às informações, pode-se antever as mudanças e se posicionar de forma a obter vantagens e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe. Em uma definição resumida pode-se dizer que Gestão do Conhecimento é um processo sistemático, articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional. 5.5.2 Objetivos do conhecimento Tornar acessíveis grandes quantidades de informação corporativa, compartilhando as melhores práticas e tecnologias; Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e informações ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos (Memória Organizacional); Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de vantagens competitivas; Dar vida aos dados, tornando-os utilizáveis e úteis, transformando-os em informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário. Organiza e acrescenta lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis. - Conhecimento explícito: trata da experiência profissional de cada pessoa, somada ao seu histórico de aprendizado e formação, etc. Pode ser medido e identificado e principalmente difundido e divido. 34 - Conhecimento implícito: associados à personalidade, não é facilmente medido. Está relacionado a habilidades, atitudes, talento individual e é de difícil e complexa transmissão. 5.5.3 Gestão de talentos humanos A Gestão do conhecimento, ou como algumas Empresas preferem a Gestão de Talentos Humanos, inclui gerir as competências, a motivação, criatividade, posturas e atitudes, educação e todas as outras questões organizacionais. Cabe a essa liderança desenvolver ambientes em que haja clareza de expectativas, acesso aos recursos necessários para a realização do trabalho, uso das melhores habilidades de cada profissional, reconhecimento, estimulo ao desenvolvimento, sintonia com a missão de Empresa, compromisso com a qualidade, espaço aberto ao crescimento e aprendizado. Os líderes devem ser como consultores que facilitam o acesso às metodologias de aprendizado e não ao conteúdo. Lideram, na verdade, o processo do aprender a aprender, dando ênfase aos aspectos comportamentais e disponibilizando as pessoas para as mudanças, o que é em si mais importante do que as soluções técnicas. O cerne da questão do conhecimento organizacional é que ele deve ser compartilhado e institucionalizado. O importante é atrair, reter e maximizar a equidade intelectual disponível dentro da Empresa como acredita Boog (1999). Sensibilizar e estimular as Empresas a trabalhar de forma integrada é um dos grandes desafios, pois valores e serviços tornam-se fundamentais. Outro desafio é influenciar as pessoas a colocarem o seu conhecimento, as experiências de trabalho disponível na rede interna. Isso somente será possível se os funcionários não se sentirem ameaçados. 35 À liderança cabe identificar os elementos que geram conhecimento, incentivar a criar valores. Cabe ainda multiplicar estas práticas, criando um ambiente aberto ao desenvolvimento de idéias ou a reorganização das que já se tem há tempo. A inovação é um empreendimento, e como tal, demanda ser inspirada, protegida, nutrida com autonomia e recursos como: tempo, pessoas e capital. 5.6 O CONCEITO DE PODER E COMANDO DE PESSOAS Existem múltiplas e inúmeras tentativas de verbalização sintética do conceito de poder. Para os propósitos da Análise Organizacional, e ainda que ocorrendo o risco de simplificar demasiadamente a abordagem, pode-se dizer que: Poder é a capacidade que um indivíduo possui de controlar o comportamento de outrem, independemente da vontade deste. Factualmente, nas organizações produtivas, todo poder emana do subgrupo que detém o controle sobre os meios de produção: os donos do capital nas sociedades capitalistas; a facção que o controla o Estado nas sociedades coletivistas. Uma forma alternativa de exercer, indiretamente o poder é a detenção de conhecimentos técnicos necessários à operação e à administração do empreendimento. O exercício de poder pela detenção de conhecimentos técnicos não requer que o indivíduo receba qualquer tipo de delegação pelos que controlam os meios de produção. Outra forma de controlar o comportamento de pessoas no interior da organização é estar próxima daqueles que detêm o poder. 36 O exercício de poder por proximidade é o que mais conturba a vida da Organização, posto que, obviamente trata-se de uma forma não explicita e, freqüentemente, camuflada, de deter controle sobre o comportamento de terceiros. O exercício de poder pelo controle de informação freqüentemente deriva para a formação de subgrupos mais ou menos secretos, os quais, para manter seu esquema de influenciação sobre os tomadores de decisão, apelam para comportamentos antisociais ou para a supervalorização de informações pouco relevantes, ou, ainda, para a pura e simples manipulação dos dados aos quais têm acesso privilegiado. Dada à extrema instabilidade de seus arranjos sociais, há também uma grande mobilidade nos Centros decisórios das Organizações Produtivas. Mesmo nas Empresas Privadas em que o poder emana do controle sobre os meios de produção, a capacidade do mercado de sancionar a organização faz com os Centros Decisórios estejam em permanente atenção a seus desejos e manifestações. Sendo assim, a única garantia de estabilidade é a capacidade de perceber, compatibilizar e atender expectativas. Vale dizer: Toda a estabilidade no exercício do poder deriva de quem o exerce e presta ao grupo organizacional. Em seu sentido genérico, “comando é o atributo, ou potencialidade de quem tem Poder”. Significa, portanto, algo que distingue os membros da organização que têm a capacidade de controlar, formal e diretamente, o comportamento dos demais. No sentido mais restrito, “comando designa o atributo efetivo de determinados postos dentro da estrutura organizacional”. 37 A idéia central que orienta qualquer estudo sobre comando na Organização Moderna é a articulação de pessoas nos processos. A organização tem em seu interior um conjunto claro de atividades, sem as quais seus produtos não são produzidos. De cada uma desta atividades, deriva uma série de tarefas afins, as quais devem necessariamente ser executadas, para que todo o Sistema Organizacional funcione conforme seus padrões. Ocorre que tarefas são executadas por pessoas que necessitam de orientação para fazê-lo. E, daí, a função do comando: Um conjunto de trabalhos voltados para orientar os esforços das diversas pessoas que intervêm ao longo do processo produtivo. Para que tal conteúdo de trabalho tenha êxito àquele que o exerce é dada à autoridade sobre os que lhe são subordinados. O comando de pessoas significa levar os subordinados a emitirem na situação de trabalho apenas os comportamentos que são considerados adequados pela organização. Sendo assim, a ação de comando trata de persuadir, ou obrigar, os integrantes de uma dada força de trabalho a fazerem, respectivamente o que a Organização espera que façam, no momento oportuno e conforme o padrão de desempenho. 6 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES Os modelos de Organizações mudaram pouco em um século, os indivíduos eram anteriormente vistos como peças de engenharia passíveis de perfeição, exatidão e eficiência total. Administração implicava no controle respaldado no poder da autoridade. Assegurava que os erros jamais acontecessem. Este modelo tornou-se caro em termo de controle e inibidor da criatividade por desprezar o conhecimento explicito. 38 Em outro momento, as constantes e rápidas mudanças sociais e econômicas procuravam nas pessoas, a busca de respostas e soluções nas suas habituais fontes de liderança, sem, contudo, obtê-las satisfatoriamente , posto que o Líder não é o todo poderoso, dono da única verdade, nem tão pouco um mago ou sábio com fórmulas prontas e respostas a todas as perguntas, porém dele se exige compreender que a formação não esta no poder e sim onde esta a consciência (CHIAVENATO, 2002) Durante várias décadas os especialistas em Comportamento Humano investiram tempo, talento e dinheiro procurando identificar quais os trações dominantes na personalidade do Líder, com o objetivo de ter um quadro de forma a identificar com clareza o “líder nato”, bem como treinar aqueles que tivessem potencial para a liderança. A liderança, por sua vez, consiste na capacidade de influenciar as pessoas em diferentes situações e contextos. Ocorre em grupos de diversos segmentos, onde o processo de comunicação entre as pessoas funciona como norte para consecução dos objetivos almejados. De acordo com Guimarães (2002), o papel da liderança nas organizações fundamenta-se, em síntese, em articular as necessidades demandadas das orientações estratégicas em harmonia com as necessidades dos indivíduos, orientando as necessidades de ambas as partes na direção do desenvolvimento institucional e individual. Quando exercida com excelência a liderança estimula o comprometimento dos indivíduos, conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera resultados positivos crescentes para a organização. A liderança exerce influência direta sobre as pessoas, quando da sua aceitação. Impulsiona o grupo liderado aos objetivos da Empresa, o que certamente promoverá ações para tornar a equipe eficaz e preparada para o desafios. Neste contexto, os lideres devem sempre buscar dar assistência e orientação à sua equipe, preocupando- 39 se com seu desenvolvimento, com a auto-estima do grupo, com o senso de realização das pessoas, escolhendo os melhores caminhos e melhores soluções para o bem estar daqueles que nela trabalham e colaboram. Na busca da excelência empresarial, verdadeiros lideres estão adotando um novo modelo de gestão, através da prática de filosofias de trabalho, que preconizam levar os indivíduos a um estado de alta motivação no ambiente organizacional. 6.1 O LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES Garantir o funcionamento de uma estratégia competitiva é tornar todos os colaboradores da organização seus donos. É colocar em prática as ações que muitas vezes só exprimem valor no papel ou nas apresentações pirotécnicas. Para isso a liderança tem papel fundamental na construção da missão organizacional, disseminação dos objetivos, metas e meios para se atingir os resultados esperados, cabendo ao principal líder da empresa, o presidente, assumir tal responsabilidade. É o presidente da empresa quem deve ter a disposição para efetuar escolhas e enfrentar os conflitos decorrentes das mesmas. Como toda estratégia está baseada em escolhas e estas sempre carregam restrições, é preciso que o líder entenda e defina quem fica de fora do jogo e como a empresa irá lidar com essa condição, inclusive no caso de clientes. A estratégia exige comando e para liderá-la é preciso ter a capacidade de atrair e conduzir seguidores. Por isso, o líder carrega o peso de definir e tornar executáveis as estratégias de competitividade que a empresa irá utilizar para garantir a sustentação de seus resultados ao longo do tempo. Cabe-lhe a incumbência de influenciar seus colaboradores e de alinhar seus respectivos processos com os objetivos propostos pela organização. Daí é fácil 40 compreendermos a importância do líder como agente de direcionamento organizacional e das pessoas como executoras dos processos principais decorrentes deste posicionamento. Alinhar os processos aos objetivos da empresa, juntamente com o desenvolvimento das competências essenciais é a base para a implementação bem sucedida de uma estratégia. Trata-se de liderança, alinhada a ações educacionais eficazes que incorporarão a estratégia à cultura organizacional. Duas habilidades básicas devem estar presentes nos líderes para tornar eficaz a implementação de estratégias: as habilidades humanas e as habilidades conceituais. As habilidades humanas representam a capacidade de interagir com as pessoas, comunicar-se de forma clara, motivando os colaboradores e valorizando os resultados obtidos. As habilidades conceituais referem-se à capacidade de olhar o todo, ter uma visão sistêmica dos processos e de suas interações com o meio externo (mercado, clientes, governo...). A transição entre as visões da alta direção e sua realização tem sido o principal desafio das empresas. Se por um lado diretores e presidentes de empresas estão sensíveis à fazer algo diferente mediante as pressões do mercado, as mudanças ou novos posicionamentos ficam estancados apenas no discurso inicial, às vezes inflamado, mas sem nenhuma eficácia. O mesmo pode acontecer com as estratégias: tudo muito bonito nas primeiras reuniões, mas pouco efeito prático sobre os processos. Existem duas características nas lideranças que devem ser combinadas para que a implementação da estratégia competitiva seja efetiva. A primeira é a característica do líder de idéias, cuja capacidade de articulação e de carisma é muito alta. Tem grande poder de mobilização das pessoas, mas encontra dificuldade em executar as ações, em estabelecer os “comos”. 41 Em contrapartida, existem líderes com extrema capacidade de executar projetos, mesmo que não sejam inspirados ou tenham o melhor discurso. Sua principal habilidade é a de “pôr a mão na massa”, “fazer acontecer”. Estas duas características são importantes na implementação de uma estratégia, porém, a predominância do estilo “pôr a mão na massa” é a mais eficaz neste caso. Nesta óptica a liderança é um processo contínuo de escolhas que permitem a Organização, atingir os seus objetivos, num ambiente interno e externo hostil e em constante mutação. 6.1.1 Aspectos da personalidade do líder Esta abordagem enfatiza os atributos pessoais dos líderes. Alguns traços individuais que parecem estar relacionados ao sucesso da liderança são alto nível de energia, tolerância ao stress, maturidade emocional, integridade e autoconfiança. A maturidade emocional significa que um líder é menos autocentrado, tem mais autocontrole, tem emoções mais estáveis e é menos defensivo. A integridade significa que o comportamento da pessoa é mais compatível com os valores expressos e que a pessoa é honesta e digna de confiança. A autoconfiança torna um líder mais persistente na conquista de objetivos difíceis, apesar de problemas e reveses iniciais. A motivação é um aspecto da personalidade relacionada à eficácia do líder. Segundo McClelland e Boyatzis (1982) identificam três motivos para a liderança: 42 • Necessidade de poder – gosto de influenciar as pessoas e eventos, procura de disposições de autoridade; • Necessidade de realização – gosto por alcançar um objetivo desafiador ou realizar uma tarefa difícil, ambicionar sucesso a carreira; • Necessidade de aplicação – gosto por atividades sociais e procura por relacionamentos próximos das pessoas. 6.1.2 Poder e influência O poder de um líder é importante, não apenas para influenciar subordinados, mas também para influenciar colegas, superiores e pessoas fora da organização. A liderança surge pelo uso de poder e de influência exercidos por uma pessoa num grupo. Esta abordagem se respalda em duas teorias imprescindíveis para a pesquisa de uma liderança eficaz e são elas: • O Poder e a Eficácia do Líder – French e Raven (1960) distinguem 05 tipos de poder: 1. Poder de recompensa: que é a capacidade de uma organização oferecer incentivos positivos para um comportamento desejado. O poder de recompensar um funcionário é definido por sanções formais inerentes a um papel de superior; 2. Poder de coerção: onde a organização pode punir um funcionário por comportamento indesejado. Essa capacidade de punir é também por sanções formais inerentes a uma organização; 3. Poder legítimo ou da posição: está ligado ao conceito de autoridade, isso significa que o funcionário acredita que o poder que a organização tem sobre ele é legítimo; 43 4. Poder do especialista ou do conhecimento: toda a fonte de poder está relacionada com a experiência percebida, o conhecimento ou a habilidade de uma pessoa; 5. Poder pessoal ou referente: é um poder mais abstrato, que tem como fonte as qualidades pessoais de referência, um funcionário pode admirar o outro, pode querer ser como essa pessoa e pode querer que ela goste dele. • Teoria da Relação Líder-Membro – essa teoria postula que os líderes diferenciam seus subordinados em termos de: 1. Competência e habilidade; 2. Grau de confiança que eles merecem; 3. Motivação para assumir maior responsabilidade na unidade. 6.2 ABORDAGEM SITUACIONAL A abordagem situacional enfatiza a importância de fatores contextuais, tais como a autoridade e o discernimento do líder, a natureza do trabalho realizado pela unidade do líder, as atitudes em termos de fatores situacionais que promovem a ocorrência da liderança. A teoria do Caminho-Meta, de House (1971), vem dizer que os líderes motivam um melhor desempenho dos subordinados agindo de maneira que os influencie a acreditar que os resultados importantes podem ser alcançados por meio de um esforço concentrado. Aspectos da situação, como a natureza da tarefa, o ambiente de trabalho, os atributos subordinados determinam a quantidade de otimização de cada tipo de comportamento do líder para melhorar a satisfação e o desempenho dos subordinados. A teoria afirma que um líder precisa ser capaz de manifestar quatro estilos de comportamento: 44 1. Diretivo, o líder fornece diretrizes específicas aos subordinados sobre como eles realizam suas tarefas, devem fixar padrões de desempenho e dar expectativas explicitas de desempenho; 2. Prestativo, o líder deve demonstrar interesse pelo bem-estar dos subordinados e mostra-se acessível a eles como indivíduos; 3. Participativo, o líder deve solicitar idéias e sugestões dos subordinados e incentivar sua participação em decisões que os afete diretamente; 4. Orientado para realizações: O líder deve fixar objetivos desafiadores e atrativos para assim promover o desempenho no trabalho e encorajar altos níveis de realização. Estas abordagens, embora todas elas expliquem o processo de liderança diferentemente, têm pontos em comum, ou seja, têm características que convergem Segundo Yuki (1994), as diferentes linhas de pesquisa têm em comum: A importância de influenciar e motivar, pois um líder tem como atividade principal, tentar influenciar as atitudes e comportamentos das pessoas que envolvem na organização, motivando-as a dar o seu melhor na realização das tarefas; A importância de manter relacionamentos eficazes, ou seja, a importância de estabelecer relacionamentos cooperativos por altos níveis de confiança e lealdade mútua; A importância de tomar decisões, o líder momentaneamente toma decisões, estas não implicam só a própria pessoa como todo o grupo, é necessário, portanto que ao tomar decisões sejam as mais acertadas e que implique correr menos riscos possíveis. 45 6.3 O GRUPO COMO CENTRO DE LIDERANÇA Contudo, o apreciável investimento em pesquisas para compreender o fenômeno da liderança permitiu que se disfocasse o centro de observação para o grupo. No instante em que as pesquisas passaram a enfocar àquele membro do grupo que faz a proposta mais plausível para a satisfação das necessidades individuais e coletivas ali presentes. Assim, o líder é aquele que consegue: - Captar as necessidades individuais; - Equacionar a satisfação das necessidades individuais dominantes; - Visualizar objetivos e estratégias para a satisfação das necessidades individuais dominantes; - Comunicar ao grupo os objetivos e estratégias; - Estimular o grupo a perseguir tais objetivos segundo as estratégias propostas. Tão logo os objetivos tenham sido atingidos e as necessidades individuais satisfeitas cessam as condições antecedentes ao exercício da liderança. Normalmente não existe nenhuma relação entre liderança e comando. Como a liderança emerge do grupo e o comando é designado discricionário dos que controlam os meios de produção, o mais freqüente é se encontrar situações em que estes dois papéis se confrontam. No âmbito das relações interpessoais, que ocorrem no ambiente de trabalho e à margem da organização, prevalece muito mais os objetivos pessoais do que os organizacionais posto que, no referido território, os segundos somente serão considerados se não prejudicarem o alcance dos primeiros. 46 É aqui que cessa todas as formas de exercício de poder via a influenciação dos tomadores de decisão, para emergir em alternativa o controle do comportamento através da liderança. A liderança é essencialmente, um conjunto de fenômenos de natureza grupal, onde o “líder” nada mais é do que aquele que consegue orientar o Grupo na busca de satisfação para as suas necessidades. Como tais necessidades se alteram no tempo segundo as contingências que afetam a vida e o Grupo, o exercício da liderança é algo de situacional e, portanto, transitório. Assim, a liderança flutua de uma pessoa para outra, mais segundo as necessidades do Grupo e menos em decorrência de características firmes e definidas das pessoas. De qualquer forma, o líder, até mesmo por força de suas funções, controla efetivamente, o comportamento de seus liderados. Aí está, usualmente, uma fonte de “conflito de poder” dentro da Organização, pois nele se tem, de fato, o potencial confronto entre duas exigências bastante distintas: a dos Detentores dos Meios de Produção (comando) e as do Grupo Humano (liderança). Quando estas duas exigências se contradizem e chegam ao impasse, somente a negociação, envolvendo, necessariamente, a concessão de ambas as partes, consegue superar o conflito. 6.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O EXERCÍCIO DO COMANDO O exercício efetivo do comando varia substancialmente em função de que o exerce. Nota-se em qualquer organização que algumas formas de exercício de comando são melhores e mais bem sucedidas de que outras. 47 Sendo assim, tem-se que tal exercício é também resultado de estilos pessoais que são aceitos, ou, rejeitados, a depender: - Da personalidade do comandante; - Da cultura da organização; - Do momento presente da organização; - Do conteúdo de trabalho dos subordinados; - Do perfil dos subordinados. 6.5 CULTURA DA ORGANIZAÇÃO A evolução histórica do Grupo Organizacional através dos tempos vai cristalizando um Quadro de Comportamentos Básicos que é, explícita ou implicitamente, exigido de todos que queiram viver produtivamente no Grupo. Particularmente, quando o Estilo Individual de Comando afronta valores e tradições do Grupo, têm-se a emergência de uma situação permanente do conflito que compromete toda a eficácia da Ação de Comando. “Para encontrar a paixão no trabalho é necessário líderes capazes de criar um sonho”. Robert Roldan – Sócio da Accenture e Especialista em Perfomace Humana A cada instante de sua vida, a Organização está submetida a dois conjuntos distintos de pressões: As de origem externa e a origem interna. Estes dois conjuntos de influências se conjugam para apresentar ao Grupo Organizacional, obstáculos e desafios que devem, necessariamente, ser superados. 48 Quanto maiores forem as suas restrições sócio-econômicas e educacionais, maiores serão as exigências de controle, bem como de orientação direta por parte dos que exercem o comando. A utilização das habilidades de supervisão tem como meta permanente o ajuste das realidades organizacionais e individuais, dentro da faixa de limite assumida pelo grupo organizacional. Cabe ao supervisor, de forma contínua e dinâmica, compatibilizar interesses e obter resultados significativos para ambos os pólos da relação de trabalho. Dessa forma, o supervisor utiliza-se de dois grandes instrumentos: - De seu próprio estilo de comando; - De sua capacidade de negociação. 6.6 TIPOS DE LÍDERES E ESTILOS DE LIDERANÇA Os tipos de lideres e os estilos de liderança são peças fundamentais no estudo dos comportamentos do líder independentemente das suas características pessoais relativamente aos seus subordinados. Pode-se dizer que a tipologia do líder está mais ligada a traços da personalidade enquanto que os estilos de liderança estão mais ligados ao que o líder faz. Existem três tipos de líderes: • Líder autocrático – é o líder que decide tudo, sem dar qualquer liberdade ao grupo de intervir. Fixa com rigidez todo o processo de organização do trabalho desde a distribuição de tarefas até os resultados. O líder é dominador, considera as pessoas como unidades de trabalho. 49 • Líder democrático – todas as diretrizes são debatidas pelo grupo até que se chegue à decisão. É o grupo que decide autonomamente os procedimentos e tarefas a realizar vem com a sua forma de organização para que os objetivos sejam atingidos. • Líder liberal – é aquele que dá liberdade completa nas decisões grupais e individuais. A participação do líder é mínima e incide sobre a sua sugestão e poder Acrescentar algo ao grupo, dando liberdade ao grupo para controlar as tarefas e participação dos seus elementos. A liderança está ligada às competências de inteligência e a sua relação causal sobre o clima de trabalho e o desempenho; o que permite categorizá-lo em seis estilos de liderança, quatro deles ressonantes e dois dissonantes. - Ressonantes: o visionário, o conselheiro, o relacional, o democrático; - Dissonantes: o pressionador e o dirigista. • Estilo Visionário – canaliza as pessoas para visões e sonhos partilhados, tem um efeito fortemente positivo e é apropriado quando ocorrem mudanças que exigem uma nova visão ou quando é necessária uma orientação clara; • Estilo Conselheiro – relaciona os desejos das pessoas com os objetivos da Organização, tem efeito muito positivo e apropriado quando é necessário ajudar um empregado a ser mais eficiente, melhorando suas capacidades de longo prazo; • Estilo Relacional - cria harmonia melhorando o relacionamento entre as pessoas, tem efeito positivo e é útil para resolver conflitos no grupo, motivar nos períodos difíceis e melhorar o relacionamento entre as pessoas; 50 • Estilo Democrático – valoriza o contribuo de cada um e obtém o empenho das pessoas através da participação, tem um efeito positivo e é apropriado quando o intuito é conseguir a adesão ou consenso; • Estilo Pressionador – facilita em atingir os objetivos difíceis e estimulantes, tem um efeito muito negativo, pois freqüentemente mal executado, é bastante útil quando se pretende levar uma equipe competente e motivada a produzir resultados de elevada qualidade. • Estilo Dirigista – acalma os receios dando instruções claras em situações de emergência, tendo um efeito muito negativo, porém é imprescindível em situações de crise, pois facilita a solução de determinado conflito quando se trata de subordinados difíceis. 51 Líderes Líderes Visionários Estratégicos • Combinam, em sinergia, liderança gerencial e liderança visionária. • Enfatizam o Líderes Gerenciais • São pró-ativos, moldam idéias, • mudam o que as pessoas adotam atitudes passivas pensam ser desejável, possível em e necessário. metas metas; surgem na estratégias e novas abordagens desejos e sonhos; metas valores. para são para problemas antigos; baseadas no passado. Supervisionam • Preocupam-se com idéias; • Consideram o relacionam-se com as pessoas um e de que envolve a integração estratégicas (longo maneira intuitiva e e facilitador de idéias e pessoas que compreensiva. Formulam processo trabalho operacionais (rotineiras) prazo) interagem • Sentem-se alienados de seu definir estratégias. ambiente para impacto imediato e trabalham nas organizações, manutenção de metas de mas não fazem parte delas; a pessoas segundo as longo prazo. percepção funções delas no expectativas próprios grandes e otimistas em trabalho. Possuem de seus pares superiores, subordinados e deles próprios. Valem-se de de para implementam estratégias relação à performance • às decisões baseadas em responsabilidades • relação necessidade, e não de • Trabalham ocupam cargos de alto risco. • conservadores, aprimorar comportamento ético e • São que não trabalho, têm de vinculados si pessoas dentro da desenvolvimento gerenciamento de pessoas. e e do status quo; a percepção que têm de si próprio é vinculada a organização, dando ao ser reguladores principalmente por meio de ênfase Acreditam conservadores da estratégico e financeiro, estratégico. • organização. futuro com decisão. • Preocupam-se em garantir o controle Relacionam-se processo de tomada de ao • Influenciam atitudes e opiniões das • organização. • Influenciam os atos e as decisões das pessoas com que trabalham. 52 • Utilizam e alternam o uso lidados à • Envolvem-se em complexidade, à ambigüidade e situações e contextos Explícito em relação ao à sobrecarga de informações; característicos de indivíduo comprometidas atividade do dia-a-dia e à Usam com tarefas multifuncionais e integradoras padrões pensamentos linear de e não linear • mais de conhecimento tácito e organização • • São • Sabem menos especialistas do de que sua os Preocupam-se e sentemse área bem com áreas funcionais funcional. de responsabilidade. Acreditam na adoção de • São mais propensos a tomar estratégias, isto é suas decisões baseadas em valores. decisões • • São especialistas na sua área funcional. estratégicas • Estão mais dispostos a investir fazem diferença em suas em inovações e em capital tomar decisões baseados organizações e ambiente humano e a criar e manter uma em valores. de trabalho. cultura eficiente assegurar a a fim de viabilidade em • • tácito Apóiam e adotam postura de preço mínimo em curto longo prazo. • Enfatizam Estão menos propensos a prazo a fim de aumentar a o conhecimento e desenvolvem perfomance financeira. • Concentram-se em estratégias como uma forma gerenciar a troca e a comum de conhecimento tácito combinação que incentiva a realização de conhecimento explícito e um objetivo. garantem o cumprimento de • Valem-se de pensamento não linear. na estratégias, diferença procedimentos de operação. • Acreditam decisões de adoção isto de é, suas estratégicas fazem em • Valem-se de pensamento linear. • Acreditam em suas determinismo, isto é, as organizações e ambiente de escolhas que fazem são trabalho. determinadas ambiente interno. externo pelo e 53 6.6.1 MODELOS DE LIDERANÇA Diretiva: Quando há a concentração das tomadas de decisão em um único líder. Em geral esse modelo de líder tem dificuldade de nomear o sucessor ou definir a sucessão e tem perfil paternalista. Participativa: É aquele líder que faz do serviço do poder uma liderança itinerária ou itinerante. É provisoriamente diretivo porém não definitivo. Delegativo: Quando se elege um substituto, se está delegando o poder da liderança. Transfere-se só a função e não a personalidade. Coaching: É quando o líder faz a liderança como um treinador, definindo as estratégias da equipe. Influenciar funcionários a tomar, voluntariamente decisões, que ajudem a organização é o aspecto mais importante da liderança estratégica. A palavra grega ‘Strategos’ refere-se a um general no comando de um exército. Estratégia relaciona-se às habilidades psicológicas e comportamentais que motivam um general: a arte do general. Até 450 a.C., essa definição evolui, a fim de incluir habilidades gerenciais, como administração, liderança, oratória e autoridade. Por volta de 330 a.C., o termo strategos passou a significar a capacidade de empregar forças para vencer forças inimigas e desenvolver um sistema unificado de governança global (EVERED, 1980; QUINN, 1980; MINTZBERG e QUINN, 1996). Neste artigo, a liderança estratégica é definida como a habilidade de influenciar outras pessoas a tomar, de forma voluntária e rotineira, decisões que aumentem a viabilidade em longo prazo. 54 A definição de liderança estratégica pressupõe a habilidade de influenciar subordinados, pares e superiores. Também presume que o líder entenda o processo de estratégia emergente, que alguns autores consideram mais importante do que o processo de planejamento estratégico. (MINTZBERG, 1987a, 1987b). As decisões e as atitudes tomadas voluntariamente por gerentes e funcionários todos os dias acabam por determinar a estratégia emergente. Lideres estratégicos entendem esse processo e valem-se dela para garantir a viabilidade futura de suas organizações. A liderança estratégica pressupõe uma visão comum do que uma organização deve ser, para que a tomada de decisões rotineiras ou o processo de estratégica emergente sejam coerentes com essa visão. Isso implica a existência de um acordo entre os gerentes corporativos e os gerentes de decisões sobre as oportunidades e ameaças, dados os recursos e capacidade da organização (BARNEY, 1997). A Liderança estratégica pressupõe que a liderança visionária e a gerencial podem coexistir e que estão unidas, em sinergia, pela liderança estratégica. Grande parte dos executivos exerce a liderança gerencial. Por diversas razões, as organizações treinam seus funcionários implícita e explicitamente para serem líderes gerenciais. Governos treinam ainda mais seus funcionários para serem líderes gerenciais do que as empresas, devido à prestação de contas, ao grau de diversificação, à questão da reeleição e, para a maioria dos governos, ao enorme volume da dívida. Esses fatores levam à importância de um sistema de controle financeiro que estimula a liderança gerencial e desestimula as lideranças estratégica e visionária. Líderes gerenciais adotam atitudes impessoais e passivais em relação às metas. Metas surgem da necessidade, e não de desejos e sonhos, baseiam-se na origem das organizações e estão intimamente ligadas à história e à cultura da organização (ZALZNIK, 1997). Segundo Jack Welch e Robert Goizueta, já falecido, a insensibilidade em relação ao passado é necessária (MORRIS, 1995). Lideres gerenciais são sensíveis ao passado. 55 Líderes gerenciais consideram o trabalho um processo que permite a interação de idéias e pessoas a fim de definir estratégias e tomar decisões. Durante esse processo, negociam, barganham e usam recompensas, punições ou outras formas de coerção. Eles relacionam-se com pessoas de acordo com seus papéis no processo de tomada de decisão e com a maneira pelas quais as coisas são feitas. Líderes gerenciais podem não ter empatia e podem procurar envolver-se com outras pessoas, mas matem um baixo comprometimento emocional nesses relacionamentos. Precisam de ordem, e não de caos potencialmente inerente às relações humanas. Eles vêem-se como reguladores e conservadores do status quo de suas organizações e identificam-se pessoalmente com ele. Fortalecer e perpetuar suas instituições faz bem ao ego desses gerentes. Por exemplo: Se as pessoas sentem que fazem parte de uma instituição e que contribuem para o bem estar desta, podem achar que uma missão em sua vida foi cumprida e sentir-se gratificada por terem atingido um objetivo. No entanto, ser um líder gerencial não é ruim e que as organizações necessitam desse tipo de liderança. É possível que um número excessivo de organizações seja comandado por esses lideres e que não criem valor. Líderes gerenciais vão, na melhor das hipóteses, conservarem o valor. Podem, porém, provocar redução no valor em longo prazo, se o seu estilo predomina na organização. Idalberto Chiaventato cita que: A liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. A liderança é uma forma de influência e uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional. Mais que um gerente de pessoal, o administrador deve desempenhar o papel de um líder, é necessário que as pessoas se vejam mais como colaborador e não como subordinados, pois se requer sua adesão aos objetivos. Políticas e missão da Empresa, 56 por isso tornam-se necessários que os gestores atuem com líderes, já que a liderança nada mais é do que a forma de direção no prestígio pessoa e na aceitação dos subordinados. A liderança visionária é voltada para futuro e preocupa-se em correr risco, além disso, liderem visionários não dependem de suas organizações para conceber uma percepção sobre si própria. Sob a liderança de visionários, o controle organizacional é mantido por meio da socialização do compartilhamento de visões e da conformidade com um conjunto de normas, valores e opiniões em comum. De certa forma, a liderança visionária é parecida com um componente inspirador da liderança transformacional (BASS, 1985; YUKI, 1994). As organizações precisam da liderança visionária para garantir a viabilidade em longo prazo; Entretanto, organizações lideradas por visionários, sem a influência restritiva de líderes gerenciais, correm mais riscos de fracassar em curto prazo. Lideres visionários estão dispostos a arriscar: assim, podem criar valor. Visionários podem, porém investir mais em seus objetivos do que a garantia de retorno e, dessa forma, destruir valor se não tiverem suas ações moderadas por lideres gerenciais. Líderes visionários buscam criatividade, inovação, desordem e a mudança do status quo. Líderes gerenciais acham difícil aceitar o fato de que uma organização possa passar por uma fase transitória impelida por uma visão de futuro. A organização que esses líderes ajudaram a construir e que é parte da sua identidade está sendo reconstruída como algo que as desagrada, pois o futuro é incerto. Sob o prisma de líderes visionários, a instabilidade seria mais normal do que a estabilidade proposta pela liderança gerencial. Na verdade, o ambiente que está sendo criado pelas forças globais e tecnológicas de hoje é de mudança e complexidade. Hotter (1990) sugere que as organizações precisam de líderes para introduzir mudanças e de gerentes para lidar com a complexidade. 57 6.6.2 Comparação entre estilos de liderança Líderes estratégicos diferem dos gerenciais e dos visionários. Os estratégicos sonham e tentam concretizar seus sonhos, sendo uma combinação do líder gerencial, que nunca pára para sonhar, e do visionário que apenas sonha. Um líder estratégico provavelmente criará mais valor que a combinação de um líder visionário e de um gerencial. Os gerenciais buscam a estabilidade financeira da organização em curto prazo. A integração desses dois tipos de liderança estratégica é criar valor para a organização. Contudo, um só individuo que combine, em sinergia, as qualidades de um visionário e de um gerencial realizará o máximo de criação de valor para a organização. Os líderes estratégicos destacam o comportamento ético. São raros na maioria das organizações. Supervisionam responsabilidades operacionais rotineiras e estratégicas em longo prazo (HAMBRICH, 1989, SCHENDEL, 1989). Formulam e implementam estratégias para impacto imediato e preservação de metas de longo prazo a fim de aumentar a evolução, a sobrevivência e a viabilidade organizacionais. As organizações desenvolvem as habilidades necessárias ao exercício da liderança estratégica (MINTZBERG, 1945), isto é, líderes gerenciais devem mostrar-se tolerantes em relação aos líderes visionários e estratégicos quando estes criam o caos. Acabam com a ordem, correm riscos e até quando, sem querer, destroem coisas importantes para os lideres gerencias. Por sua vez, os líderes estratégicos precisam entender o que os visionários e os gerenciais podem trazer para a organização e tirar proveito das habilidades e do conhecimento de ambos. 6.7 ANÁLISE DE CONFLITOS A definição de conflito presume a existência de objetivos não compartilhados ou o desejo de atingir objetivos em tempos diferentes, pelos grupos “diferenciados” e a ação 58 efetiva no sentido de qualquer um desses grupos atingirem o seu objetivo e/ou impedir que outro o faça. Como o mundo da administração é o mundo da ação, o conflito, intrinsecamente ligado, à vida organizacional, só pode ser considerado instalado caso haja interferência real. Se não ocorrer esse tipo de reflexo, trata-se de “clima”, “hostilidades” etc.; conflito, não. Gerir organizações significa interagir com pessoas a todo o momento, significa conciliar, ou pelo menos tentar a mediação entre interesses dissidentes, percepções divergentes, necessidades específicas, relações incongruentes, gostos e estilos peculiares, emoções ambíguas e expectativas diversas. Enfim, gerir organizações implica gerir conflitos. Segundo Wagner & Hollenbek (2002), o conflito é um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações, geralmente decorrente de relações de poder e competição. Para esses autores, o conflito não é necessariamente prejudicial, podendo ser benéfico nas seguintes situações: 1. Quando é resolvido de forma a permitir discussão, ajudando a estabilizar e integrar as relações interpessoais. 2. Quando permite a expressão de reivindicações, ajudando a reajustar recursos valorizados. 3. Pode ajudar a manter o nível de motivação necessária para busca de motivações e mudanças. 4. O conflito ajuda a identificar a estrutura de poder e as interdenpendências da organização. 5. O conflito pode auxiliar na delimitação das fronteiras e as interdependências das organizações. 59 Os conflitos aumentam e tornam-se mais complexos conforme a organização social cresce e se defronta com maior diversidade de opiniões e idéias. A diversidade de percepções e opiniões pode ser um dos principais fatores desencadeadores de conflitos, porem a intensificação destes decorre muitas vezes, de disputas e distorções perceptivas. Por outro lado, a diversidade pode também contribuir para o desenvolvimento de soluções criativas no ambiente organizacional, desde o comportamento do líder e dos membros do grupo seja positivo em relação às diferenças. “Para facilitar este comportamento de apoio por parte do grupo, o líder pode encorajá-los a criar deliberadamente um clima em que se coloque a diversidade, a discordância e a diferença como valores positivos”(LINHERT, 1979:144) As estratégias de mediação de conflitos podem indicar caminhos facilitadores, porém necessitam de adaptações de acordo com a situação específica. A gestão de pessoas envolve aspectos subjetivos e até mesmo inconscientes, portanto é importante considerar os elementos sutis envolvidos nesse processo. 60 07 CONCLUSÕES Poucas são as tarefas mais difíceis ou mais árduas, mas ao mesmo tempo tão fascinantes como o comando de pessoas. É uma tarefa que exige muita habilidade, bom senso, imaginação, bom humor e de certo a mesma dose de inteligência como qualquer outro tipo de trabalho. A parte mais fascinante dessa tarefa é sem dúvida, aquela que todos os gestores devem se propor – desprendimento, ensinamento, ajuda, compreensão, sacrifício, etc..., em benefício de seu pessoal O gestor de Pessoas, tenha ele o cargo de Supervisor, Chefe, Encarregado, Gerente ou até mesmo Diretores deve ter qualidades e conhecimentos para o desempenho da função, tais como: - Capacidade de liderança; - Capacidade de ensinamento; - Integridade moral - Capacidade de detectar pontos débeis do pessoal; - Conhecimento de relações humanas; - Conhecimentos específicos da função; - Capacidade de discernimento. Por mais complicados que sejam os subordinados, o gestor deve saber lidar com eles. Para o gestor, não deve existir “porta fechada” no relacionamento com seu pessoal. É obvio que o gestor pode não ter a aceitação da unanimidade da equipe, ou seja, um ou outro pode fazer restrições em tê-lo como superior imediato, porém o gestor deve sempre se impor como tal, buscando sempre se tornar um verdadeiro “espelho” para a equipe, até que não ocorram mais problemas de aceitação e todos passem a compreendê-lo e aceitá-lo na posição de comando. 61 E como podemos dar bons exemplos e conseguir a aceitação da equipe? - Tomando decisões corretas; - Não fazendo discriminação; - Não fazendo pré-julgamento; - Não abusando de nossa autoridade; - Não desenvolvendo falsidade; - Não discutindo e nem abordando nossos problemas pessoais; - Definindo claramente o que a organização espera do subordinado; - Avaliando-o e detectando suas necessidades como profissional; - Buscando a evolução profissional dos subordinados e da equipe. Motivação para o trabalho é o impulso que leva as pessoas a trabalhar com prazer ou satisfação, realizando-se plenamente. Acreditamos que todas as empresas devem proporcionar as condições ideais de trabalho, para que os funcionários mantenham-se sempre motivados, tais como: salários condizentes, programas de benefícios, condições de trabalho, segurança, meio ambiente, plano de carreira, sistema de comunicação eficiente, etc. Cabe ao Gestor de Pessoas, seja ele supervisor, chefe ou líder, cuidar para que todos esses pontos citados estejam em sintonia e harmonia em relação às equipes de trabalho. É importante citar que cada pessoa merece uma atenção especial e o Líder tem que ter percepção e flexibilidade necessária para impedir que agentes desmotivadores não prejudiquem o ritmo, o resultado e o ambiente de trabalho. Citamos abaixo alguns agentes desmotivadores: Políticas de administração da Organização ineficientes; Supervisão Técnica dos trabalhos deficiente; Salários, promoções e Plano de Carreira sem uma política clara e justa; Supervisão de Pessoa muito severa ou muito solta, privilegiando alguns e penalizando outros; 62 Condições de Trabalho inadequadas, insegura ou insalubres (saúde, Segurança, Higiene e Meio Ambiente); Dificuldades de comunicação nos vários níveis da Organização; Desorganização interna, aumentando a carga de trabalho devido aos retrabalhos e ordens desencontradas, sobrecarregando os funcionários. Para que tenhamos êxito na Gestão e Comando de Equipes, devemos seguir os seguintes princípios: 1º As pessoas devem entender claramente o que desejamos delas; 2º As pessoas necessitam de orientação na realização de seu trabalho; 3º As pessoas devem ser elogiadas quando executam um bom trabalho; 4º As pessoas devem receber criticas construtivas quando executam um trabalho deficiente; 5º As pessoas devem ter oportunidade de demonstrar que podem aceitar responsabilidades maiores; 6º As pessoas devem ser estimuladas a se aperfeiçoarem; 7º As pessoas devem trabalhar em ambiente limpo e saudável. Sempre que fizemos uma critica construtiva, devemos tomar alguns cuidados; 1º Ser impessoal (corrigir uma situação, não a pessoa); 2º Concentra-se nos fatos; 3º Escolher a hora e o lugar apropriados; 4º Ser claro e específico ao fazer crítica; 5º Ser bastante claro, calmo e buscar evitar mal entendidos; 6º Após a crítica, o ambiente de trabalho deve ficar melhor do que antes. Sempre que recebermos uma reclamação de um funcionário, devemos; 1º Ouvi-lo atentamente; 2º Analisar os fatos, conversar com outras pessoas, se informar sobre o assunto; 3º Buscar a solução para a reclamação; 63 4º Dar “feedback” para o funcionário, após a tomada de providências; 5º Fazer acompanhamento do desfecho do problema até a completa solução; 6º Caso a reclamação não possa ser solucionada ou atendida (por exemplo: aumento de salário, promoção, transferência, ajuda de custo, etc.), deve se conversar com o funcionário e explicar claramente e detalhadamente o motivo do não atendimento para a reclamação e, após a conversa, estar certo de que ele compreendeu a situação. Cada vez torna-se mais necessário identificar os diversos fatores e indicadores de modernidade organizacional e compreender o verdadeiro conceito de Gestão Estratégica de Pessoas e a posição do Líder dentro das organizações privadas e governamentais. Os tempos atuais exigem que se reconheça a necessidade de inovações nas políticas e nas práticas de gestão de pessoas, com vistas a se estabelecer uma ambiência organizacional favorável à atração, ao desenvolvimento e à retenção dos talentos dotados das novas competências individuais requeridas. Na verdade, fala-se muito em inovações organizacionais que provocam o achatamento de estruturas,democratizam relações, enriquecem trabalhos, envolvem e comprometem trabalhadores até então alijados de todo o processo decisório, transformando culturas arcaicas em culturas de vanguarda. Cabe, no entanto, compreender até que ponto essas mudanças tem resultado em uma modernidade das práticas e políticas de gestão que privilegie a real valorização do trabalho humano e estimule relações organizacionais mais modernas e saudáveis, favorecedoras da competência e da competitividade. Neste contexto, são os gestores os grandes responsáveis pela efetiva implementação de mudanças nas organizações. Esses gestores devem exercer seu papel de líder, despertando a motivação das pessoas em direção ao alcance das metas organizacionais. Para tanto, as Organizações necessitam de Líderes capacitados a 64 desempenhar um papel transformador no momento de transição que as mesmas enfrentam. (CAVALCANTI, 2006). Cada vez que defende uma idéia, age no sentido de melhorar a sorte alheia ou luta contra a injustiça, a pessoa põe em movimento uma pequenina onda de esperança; e, cruzando o caminho, uma das outras, advindas de um milhão de centros diferentes de energia e de ousadia, essas ondas formam uma corrente que pode arrebatar as mais fortes muralhas de opressão e de resistência. Robert F. Kennedy Habilidades de liderança, relacionamento humano, administração de conflitos, conciliação e coordenação de grupos de trabalhos são indispensáveis à condução das atividades numa Organização e poder definir o sucesso ou o fracasso de muitos empreendimentos. Um gestor de pessoas trabalha, fundamentalmente, liderando equipes. Portanto, pessoas com pouca habilidade de relacionamento interpessoal não são bons candidatos a exercerem esse papel. Muitos gestores de empresas chegam a este cargo por se destacarem em suas especialidades, mas são escolhidos também e principalmente por se destacarem como bons articuladores e bons gestores de pessoas. A importância de se definir as habilidades para exercer a função de liderança tem aumentado na mesma proporção da necessidade de sobrevivência das empresas e do ritmo de competitividade gerado pela globalização dos mercados. Hoje, diante dos fatos que descrevemos, as instituições públicas e privadas precisam de líderes que saibam apontar a melhor direção, inspirem pelo seu exemplo e caráter, desenvolvam e mobilizem pessoas para alavancar prosperidade. Dessa forma, as Instituições, as Organizações e a sociedade de maneira geral, necessitam de líderes pró-ativos, fortes pela sua autenticidade, pelos seus princípios e pelo seu compromisso e preocupação com a melhoria das condições de vida dos seus semelhantes. 65 Líderes assim estabelecem uma plataforma de relacionamento para compartilhar ideais e realizações, estendem a colaboração além das fronteiras de seu ambiente ou organização, fazem acreditar que grandes sonhos são possíveis de acontecer. Afinal, continuamos precisando de homens e mulheres que tragam e sustentem esperança de resultados significativos, cultivando valores interiores capazes de gerar grande valor exterior. “A medida final de um homem não é onde ele fica nos momentos de conforto e conveniência, mas onde fica em fases de desafio e controvérsias”. Martin Luther King Jr. 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS o BENNIS, Warren. Líderes: Estratégia para assumir a verdadeira liderança. 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