LOGISTICA NO BRASIL, SUA HISTORIA E TRAJETÓRIA
Ane Caroline Possamai Goulart1
Jacira Aparecida de Souza Wagner Zanatta2
Resumo: Após caracterizarmos o conceito de logística, o artigo apresenta como a
logística surgiu no Brasil, descreve sobre Sistemas de Informação e tecnologias, o papel
da logística na Economia e nas Empresas e Também apresenta a Gestão da Cadeia de
Suprimentos no Brasil. A Logística leva os administradores a melhorar cada vez mais a
eficácia, que vem tornando-se um sinônimo de eficiência, critério normativo pelos quais
as organizações são avaliadas pelo mercado. Por isso é necessário destacar a
importância da logística nas empresas, enfatizando seus principais impactos sobre a
economia.
Palavras chaves: Informação, Tecnologia e Qualidade.
Abstracts: After characterizing the concept of logistics, the paper shows how the
logistics emerged in Brazil, describes about information systems and technologies, the
role of logistics in Economics and Business and also presents the Management of
Supply Chain in Brazil. The logistics leads managers to constantly improve the
efficieney, which has became a byword for efficieney, normative standard by which
organizations are evaluated by the market. Therefore it is necessary to highlight the
importance of logistics in business, emphasizing its main impacts on the economy.
Key words: Information, Technology and Quality.
1
Acadêmica da quinta fase do curso de Administração de Empresas do UNIBAVE. Email:
[email protected]
2
Professora de Logística Empresarial do UNIBAVE, especialista em didática e Metodologia do Ensino
Superior e de Administração estratégica de pessoas e Doutoranda em ciências da educação. E-mail:
[email protected]
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Introdução (Armando Oscar Cavanha Filho, 2001).
Desde o início, no século III a.C, na Grécia, conceituava-se que Logística é a arte de
calcular (aritmética aplicada). Há milhares de anos, o conceito tem tudo haver com o
principal propósito da Logística, nos conceitos atuais (redução de custo sem perdas de
eficiência no atendimento e qualidade do produto). No inicio do século XVII, na França,
foi introduzida pela primeira vez no mundo, o conceito logístico na guerra, em função
dos crescentes problemas operacionais, criando assim a patente de General de Lógis (do
verbo francês lôger, que significa alojar). “Parte da arte da guerra que trata do
planejamento e organização do alojamento, equipamento, transporte de tropas,
produção, distribuição, manutenção e transporte de material bélico”. Um dos primeiros
homens da história a utilizar bem as estratégias da Logística foi Alexandre o Grande,
que com um exército de 35.000 homens, chegava á abater os exércitos inimigos de até
60.000 homens, perdendo apenas 110 homens, usando as estratégias Logísticas. Só no
início do século XIX, a Logística foi reconhecida do ponto de vista acadêmico,
passando a ser estudada como ferramenta estratégica e introduzida nas organizações,
após algumas modificações, do conceito original. (arte de guerra).
1. Surgimento da Logística no Brasil
No Brasil, a Logística surgiu no início da década de 80, logo após a explosão da
Tecnologia da Informação. Surgiram algumas entidades dando enfoque a Logística
como: ASBRAS (Associação Brasileira de Supermercados), ASLOG (Associação
Brasileira de Logística), IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem), entre
outras, que tinham a difícil missão de disseminar este novo conceito voltado para as
organizações. Segundo á ASLOG, o conceito de Logística é definido como o “Processo
de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e
armazenagem de matéria-prima, estoque durante a produção e produtos acabados, desde
do ponto de origem até o consumidor final, visando atender os requisitos do cliente.”
(FILHO,2001.p.26).
“Atualmente a Logística está bem servida de tecnologias no Brasil. O ponto ainda
vulnerável na Logística é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo
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no Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido, que as tecnologias. As
organizações chegam a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes
profissionais.” (FILHO,2001,p.86).
Somente ao final da década de 90 surgiram as graduações, especializações e até
mesmo os cursos de aperfeiçoamentos na área específica. Ainda hoje são mais utilizadas
as experiências práticas que o conhecimento científico, o que não é suficiente para
atender o mercado competitivo e exigente que busca sempre a excelência e a eficácia no
atendimento, essa mão-de-obra, busca o conhecimento e especialização neste novo
conceito, o que facilitará bastante em função da experiência prática, mas a existência de
entidades para esse fim ainda não é suficiente e fica limitado aos grandes centros.
Uma boa novidade foi á alteração da grade curricular de ensino de algumas
graduações voltado para gestão de negócios, que possibilitou a inclusão da matéria de
Logística. Enfim, a Logística por ser uma unidade de “despesas” é ainda a principal
iniciativa de redução de custo de uma organização. Não se pode pensar em otimização
dos recursos (produtividade), redução de custo, sem que não se pense em Logística
antes. Daí a necessidade de aliar conhecimento, habilidade e atitude ao capital humano.
1.1 Evolução da Logística
Na década de 80, existia apenas o foco nas metodologias e modais de
transportar, e armazenar. Na década de 90, começaram a se fazer cálculos, pois daí
iniciou o conhecimento cientifico, estudos das relações, dispersões, movimentos etc.,
com foco em Administração de Matérias, Distribuição, Movimentação e Armazenagem
de Matérias. Hoje muito mais complexo e amplo, com foco em Controle, Planejamento,
Tecnologia da Informação, Finanças e Serviço ao Cliente. Todas essas evoluções,
aliadas ao processo de globalização, trouxeram novos desafios para as organizações,
que é a competitividade no mercado globalizado. Daí surge á necessidade de se produzir
e distribuir á custos mais adequados, sem perda de eficiências e qualidades do produto.
A nova realidade exigiu uma mudança de comportamento nas organizações, chegando á
fusão de algumas.
A logística moderna engloba vários fatores imprescindíveis para o melhor
desempenho e competitividade das empresas no mundo globalizado. A busca constante
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de redução de custos e de tempo de entrega bem como trajetos diferentes otimizam o
serviço da logística. Por consequência, ou não, há um aumento da qualidade no
cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos, programação das
entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de
longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio,
novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios. Apesar
dessa evolução, até a década de 40 havia poucos estudos e publicações sobre o tema.
Mas este crescimento da logística começou a ser visto apenas na década de 60
em diante, quando o controle de qualidade e satisfação do cliente foram colocadas em
primeiro plano, na procura da preferência pelos clientes. A partir daí, e também se
moldando à clientes mais motivados e que sabem o que querem, empresas
especializadas em logística começaram a surgir. Até que na década de 70 houve a
explosão da procura por transportadoras especializadas em dar ao cliente preços e
prazos competitivos.
“Com a globalização e o nascimento da Internet no mundo moderno, a logística
se mostrou muito mais que necessária. Com isso, as pessoas passaram a adquirir
produtos no conforto de suas próprias casas, aparecendo cada vez mais campo para a
logística crescer. As empresas de hoje em dia devem estar preparadas para a competição
logística a nível mundial, prontas para fazer entregas ao outro lado do mundo em menos
de 24 horas, mesmo dentro de seu território local, mudando, assim, o foco de empresas
multinacionais”. (LARRANAGA, 2003,p.27)
1.2 Sistema de Informação e as Tecnologias
O comércio eletrônico tem transformado as operações e o gerenciamento
logístico com maior velocidade que os próprios novos conceitos de administração,
engenharia e logística. Produzem variação de escopo e de processos de negócio, com
uma logística própria. Os tempos dos processos físicos não acompanham a velocidade
das soluções, trazendo grandes desafios notavelmente na logística. Os clientes possuem
ferramentas rápidas e seguras de pedidos, rastreamento de pedidos e pagamentos. A
logística ainda transporta por terra, mar ou ar, com velocidades limitadas por diversos
motivos físicos, geográficos, políticos e sociais.
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Na logística aparecem novos termos como o-procurement, servindo á aquisição
de materiais, equipamentos, serviços e empreendimentos, de forma eletrônica.
Catálogos e fornecedores aparecem na telas dos empregados das companhias e itens
podem ser adquiridos por um simples click, sem perda de tempo. Ocorrem menores
estoques de quem compra, maior velocidade e de quem vende. Aparece o e-commerce,
no lado da venda de produtos acabados, adiantando-se em fazer novos negócios,
expondo a empresa a novos clientes, colocando produtos a onde anteriormente não se
acessava. Torna a produção rapidamente sensível a flutuações e mudanças de linha, de
forma, cada vez menos planejável.
Novos softwares aparecem no mercado para monitorar a produção e interligar o
cliente ligado ao sistema produtivo e logístico. Marketplaces são uma realidade mais do
que apenas virtual. São, enfim, um novo mercado. Os sistemas internos das corporações
deixam de ser uma coleção de interfaces estáticas com aplicativos diversificados e
passam a ser do tipo de ERP, como os oferecidos pelas empresas, SAP, ORACLE e
tantas outras de dimensão mundial reconhecida.
“As tecnologias melhoraram bastante as relações entre fornecedores e empresas
varejistas, distribuidores e atacadistas, tornando possível interface na comunicação de
dados, a ponto dos fornecedores controlarem on-line (tempo real) a necessidade do
mercado, através do monitoramento dos estoques. Aliado as ferramentas de marketing
de relacionamento que tem como finalidade principal controlar o consumo de cada
cliente final”.( CHRISTOPHER, 1997, p,54)
2. O Papel da Logística na Economia e nas Empresas
A logística está muito em voga ultimamente porque é considerada a última
fronteira ainda não explorada para redução de custos de qualquer produto. Existem
várias definições para logística e uma das mais resumidas diz que a logística é a rede de
facilidades montada para movimentar materiais ou produtos acabados. Outra definição
interessante e mais abrangente diz o seguinte: Trata-se do processo de planejamento,
implementação e controle do fluxo e armazenagem de matérias prima, inventário em
processo, produtos acabados e informações correlatas do ponto de origem ao ponto de
consumo em conformidade com os requisitos do cliente. Investir em logística é uma
estratégia na qual as empresas de transportes de carga no Brasil estão apostando pra
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enfrentar a virada do milênio. Em outras partes do mundo como EUA, Europa e alguns
países da Ásia, a logística já se encontra num processo bastante avançado.
A logística é vital para a economia e para a empresa, sendo ainda um fator
fundamental para incrementar o comércio regional e internacional. Sistemas logísticos
eficientes e eficazes, ao permitir a redução do custo final dos produtos, significam um
melhor padrão de vida para toda a sociedade. A logística empresarial tem como objetivo
prover ao cliente os níveis de serviços desejados, o que é possível administrando
adequadamente as atividades já mencionadas. O tamanho das operações logísticas em
diferentes países e sua relação com os respectivos PIB, permite entender qual é o papel
que a logística tem na economia e nas empresas.
3. Gestão da Cadeia de Suprimentos no Brasil
“O objetivo da Gestão da Cadeia de Suprimentos é fazer a ligação entre o
mercado, a rede de distribuição, o processo de fabricação e a atividade de aquisição de
tal modo que os clientes recebam um serviço de alto nível com baixo custo”.
(CHRISTOPHER,1997,p, 94)
Estes últimos anos do século XX parecem estar acompanhados de níveis cada
vez maiores de turbulência no ambiente dos negócios. Companhias que eram líderes de
mercado há algumas décadas, em muitos casos, estão enfrentando sérias dificuldades.
As fusões e as transferências de controle mudaram o perfil de muitos mercados, o
advento da concorrência global e internamente na própria Europa também mudou
completamente a regras do jogo. Além de tudo isto, tem ocorrido uma demanda
crescente por níveis cada vez mais altos de serviços e qualidade. Estas pressões
combinadas criaram um novo imperativo para as organizações: a necessidade de serem
ágeis.
A organização ágil não somente procura colocar o cliente no centro do negócio,
mas projeta todos os seus sistemas e procedimentos, com o objetivo principal de
melhorar a velocidade e a confiabilidade da resposta. As organizações tradicionais
ficaram muito pesadas com níveis sobre níveis de gerentes e muita burocracia. Estas
companhias têm poucas chances de continuarem competitivas no novo mercado.
Também não será suficiente confiar na reestruturação dessas organizações através da
exclusão destes níveis de gerência, “achatando” o organograma - como muitas
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companhias estão procurando fazer-, se esta remoção de camadas não for acompanhada
de uma mudança equivalente nas redes e sistemas que prestam serviço ao cliente.
Conclusão
Sem dúvida, a Logística ao ser aplicada pela primeira vez, envolve altos custos,
porém ocorre um menor risco de perda dos produtos. Ela nos impulsiona cada vez mais as
mudanças que estão acontecendo muito rápido a cada dia que passa, por isso é importante
que estejamos sempre atentos a tudo e a todos para nos manter atualizado.
Felizmente, a Logística começa a ocupar o espaço merecido nas organizações e
principalmente no Brasil, em função da atual conjuntura econômica. A Atividade
Logística está inserida em diversos pontos da organização e a sua correta aplicação se
faz necessária para o bom andamento das atividades. Para as Universidades
Acadêmicas, a palavra logística é uma nova forma de explicar os procedimentos
envolvidos na linha de produção e também pode caracterizar-se como um novo tipo de
estratégias para as empresas atualmente.
Referências
NOGUEIRA, Amarildo. A importância da logística.
<http:/www.ogerente.com.br>.Acesso em 23 maio.2010.
CHRISTOPHER, Martin.
Logística e
Supriementos.1.ed.São Paulo: Pioneira, 1997.
Gerenciamento
Disponível
da
Cadeia
em:
de
LARRANAGA, Félix Alfredo. A Gestão Logística Global. 3.ed. São Paulo: Aduaneiras
, 2003.
FILHO, Armando Oscar Cavanha. Logística: Novos Modelos. 2.ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2001.
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