André Antonio da Silva Rafael Barreto Ribeiro ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A FISIOPATOLOGIA, O DIAGNÓSTÍCO E O TRATAMENTO DA EPICONDILITE LATERAL E SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL. Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Orientador: Prof. Ms. Leonardo Oliveira Pena Costa Belo Horizonte 2003 6 André Antônio da Silva Rafael Barreto Ribeiro ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A FISIOPATOLOGIA, O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DA EPICONDILITE LATERAL E SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL. Trabalho de conclusão de curso apresentato ao departamento de fisioterapia da Pontíficia Universidade Católica de Minas Gerais, para obtenção do Título de bacharel em fisioterapia. Belo Horizonte, 2003 -----------------------------------------------Leonardo Oliveira Pena Costa (Orientador) -----------------------------------------------Daniel Câmara Azevedo (Examinador) 7 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - COMPARAÇÃO ENTRE EPICONDILITE LATERAL E SINDROME DO TÚNEL RAIAL..............................32 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO________________________________________________________________________________9 2 ANATOMIA DO COTOVELO ___________________________________________________________________ 11 2.1 ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA APLICADA À EPICONDILITE LATERAL ____________________ 13 2.2 ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA APLICADA À SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL _______________ 18 3 EXAME CLÍNICO APLICADO À EPICONDILITE LATERAL________________________________________ 22 3.1 MOVIMENTOS ATIVOS ___________________________________________________________________ 23 3.2 MOVIMENTOS PASSIVOS _________________________________________________________________ 24 3.3 MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS ________________________________________________ 24 3.4 TESTES ESPECÍFICOS PARA DIAGNÓSTICO DE EL: ________________________________________ 26 Teste de Cozen (Método 1). __________________________________________________________________ 26 3.4.2 Teste de Mill (Método 2). _______________________________________________________________ 27 3.4.3 Teste de Extensão do Terceiro Dedo (Método 3). _____________________________________________ 28 4 EXAME CLÍNICO APLICADO À SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL __________________________________ 28 5 TRATAMENTO APLICADO À EL _______________________________________________________________ 33 5.1 5.2 PRICÍPIOS GERAIS _______________________________________________________________________ 33 5.1.1 IDENTIFICAR E REMOVER TODOS OS FATORES / FORÇAS NEGATIVAS: ___________________ 33 5.1.2 ESTIMAR A FASE DA LESÃO (ESTÁGIO DA TENDINOPATIA) _____________________________ 34 5.1.3 DETERMINAR O FOCO APROPRIADO PARA O TRATAMENTO INICIAL ____________________ 34 5.1.4 INSTITUIR UM PROGRAMA APROPRIADO PARA A MELHORIA DA FORÇA TÊNSIL _________ 34 5.1.5 CONTROLAR DOR E INFLAMAÇÃO ____________________________________________________ 35 O PAPEL DO EXERCÍCIO NO TRATAMENTO DA EL ________________________________________ 35 5.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO NA EL____________________________________________ 36 5.3 PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EXCÊNTRICOS ______________________________________________ 37 5.4 SUCESSO OU FALÊNCIA DO PROGRAMA __________________________________________________ 39 6 PRINCÍPIOS GERAIS PARA TRATAMENTO DA SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL ____________________ 42 7 CONCLUSÃO ________________________________________________________________________________ 44 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________________________________________ 46 9 1 INTRODUÇÃO O principal papel do cotovelo no complexo do membro superior é ajudar a posicionar a mão na localização apropriada para executar sua função. Uma vez que o ombro tenha posicionado a mão de modo grosseiro, o cotovelo possibilita ajustes em altura e comprimento do membro para posicionar a mão corretamente. Além disso, o antebraço roda em parte no cotovelo para colocar a mão na melhor posição para executar sua função com maior eficácia (MAGGE, 2002). O cotovelo consiste em um conjunto complexo de articulações que exigem cuidadosa avaliação para o tratamento adequado, o que deve ser dirigido para a patologia da condição, uma vez que a articulação responde mal ao trauma, tratamento grosseiro ou inadequado (MAGGE, 2002). A dor na face lateral do cotovelo é motivo cada vez mais frequente de procura aos ortopedista e fisioterapeutas, causando rotineiros afastamentos do trabalho (NETO et al, 1997). A epicondilite lateral (EL) e a síndrome do túnel radial (STR) confundem-se, sendo tratadas como “epicondilites” na maioria das vezes. A EL atinge cerca de 1% a 3% da população como um todo, sendo que em trabalhadores manuais a incidência é cerca de três vezes maior do que na população em geral (COELHO et al, 1995; ERNST, 1992). Frequentemente o membro superior acometido é o lado dominante, sendo rara a bilateralidade (COELHO et al, 1995; WADSWORTH, 1997). Embora a incidência de EL seja maior em indivíduos do sexo masculino acima de 30 anos de idade estudos, relatam que a lesão pode ocorrer em mulheres, sendo comum entre 40% e 50% das que realizam atividades repetitivas, principalmente em tarefas domésticas (COELHO et al, 1995; 10 ROETERT et al, 1995; WADSWORTH, 1997). Já a STR não apresenta estudos que relatam a incidência e prevalência desta patologia na população geral mas pode-se observar que o membro acometido geralmente é o dominante. Se, por um lado, a vinculação desta síndrome ao uso excessivo da musculatura envolvida dificulta sua visão mais abrangente, por outro lado, a fisiopatologia da STR sugere que vários casos passem sem diagnóstico e que muitos casos de dor no terço proximal radial do antebraço são catalogados com diagnóstico etiológico genérico de EL. Há a necessidade de exame criterioso nesses casos para a obtenção de um diagnóstico anatomo-funcional, consequentemente, tratamento adequado (SOUZA, 1997). O pouco conhecimento da fisiopatologia e da propedêutica torna difícil o diagnóstico. Hagert et al, (1977) já faziam distinção entre a EL e STR e Lister et al (1979) relataram casos tratados com EL que evoluíram com insucesso por tratar-se na verdade de STR. Motivados por tais questionamentos, buscamos no presente trabalho, alertar para a existência da STR como causa de dor na face lateral do cotovelo, bem como para a descompressão do nervo interrósseo posterior (NIP) como método terapêutico eficaz no tratamento desses casos. 11 2 ANATOMIA DO COTOVELO A articulação do cotovelo é composta por três articulações: úmero-ulnar, úmero-radial e rádio-ulnar proximal, e são envolvidas por uma cápsula articular e ligamentos. As estruturas palpáveis da articulação são os epicôndilos lateral e medial, proeminências distais do úmero, o processo do olécrano e a cabeça do rádio (DÂNGELO & FATTINI, 1997; KISNER & COLBY, 1998; SMITH et al, 1997; VIEIRA & CAETANO, 1999). A articulação úmero-ulnar, do tipo gínglimo, uniaxial permite o movimento de flexo-extensão. A tróclea do úmero possui forma de ampulheta e sua superfície é envolvida por uma cartilagem articular e se articula com o sulco troclear da ulna. Na porção distal do úmero encontra-se o epicôndilo medial, local onde se inserem os músculos flexores e pronadores do antebraço e o ligamento colateral ulnar (DÂNGELO & FATTINI, 1997; KISNER & COLBY, 1998; SMITH et al, 1997; VIEIRA & CAETANO, 1999). A articulação úmero-radial é do tipo dobradiça-pivô, a saliência distal do úmero é metade de uma esfera, chamado de côndilo ou capítulo e é convexo em relação à cabeça do rádio que é côncava. Quando a cabeça do rádio desliza ou gira sobre capítulo ocorre a flexo-extensão ou a prono-supinação. O ligamento colateral radial se estende entre o epicôndilo lateral e o ligamento anular, ligamento que se encontra na cabeça do rádio, que o une à ulna. No epicôndilo lateral inserem-se os músculos supino-extensores e o anconeu, além do ligamento colateral radial (DÂNGELO & FATTINI, 1997; KISNER & COLBY, 1998; SMITH et al, 1997; VIEIRA & CAETANO, 1999). A articulação radio-ulnar proximal é do tipo pivôaxial, a borda convexa da cabeça do úmero articula com a incisura radial da ulna, permitindo a prono-supinação juntamente com a rádio-ulnar distal (DÂNGELO & FATTINI, 1997; KISNER & COLBY, 1998; VIEIRA & CAETANO, 1999). 12 O cotovelo pode ser dividido em dois complexos ligamentares: o medial e o lateral. No medial encontramos o ligamento colateral ulnar, que é dividido em três porções: o fascículo anterior, o posterior oblíquo e a transversa, sendo que a banda anterior é a porção do ligamento colateral ulnar mais importante na estabilização do stress em valgo (RETTING,1998; VIEIRA & CAETANO, 1999). No lateral encontramos, o ligamento colateral radial, o ligamento colateral lateral ulnar, o ligamento colateral acessório e o ligamento anular (SMITH et al, 1997). O complexo lateral exerce um grande efeito de estabilização resistindo tanto a subluxação póstero-lateral rotatória do cotovelo como o stress em varo (RETTING,1998). Os grupos musculares da articulação do cotovelo constituem a primeira linha de defesa aos diferentes tipos de traumas, agudos ou crônicos (CAETANO, 1999). Os músculos que atuam sobre o cotovelo são divididos em quatro grupos: os flexores (bíceps, braquial e o braquiorradial); os extensores (tríceps e anconeu); os supino-extensores (braquiorradial, extensor radial curto e longo do carpo, extensor ulnar do carpo, extensor dos dedos e extensor do quinto dedo); e os flexopronadores (pronador redondo, pronador quadrado, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor ulnar do carpo e flexor superficial dos dedos) (DÂNGELO & FATTINI, 1997; SMITH et al, 1997; VIEIRA & CAETANO, 1999). Alguns dos músculos que originam no cotovelo possuem grande atuação sobre o punho. Eles são responsáveis na realização do movimento de flexo-extensão e no desvio ulnar e radial do punho. Estes músculos formam duas massas, medial e lateral. Os medias são músculos flexores do punho, que se originam no epicôndilo medial, representado pelo flexor radial do carpo, palmar longo e flexor ulnar do carpo. Os laterais são músculos extensores do punho, que se inserem no epicôndilo lateral, representados pelo extensor radial curto do carpo (ERCC), extensor radial 13 longo do carpo (ERLC) e extensor ulnar do carpo (EUC). O músculo flexor ulnar do carpo e extensor ulnar do carpo atuam conjuntamente para que ocorra o movimento de desvio ulnar. O desvio radial ocorre pela ação conjunta do flexor ulnar do carpo, extensor radial curto do carpo e o extensor longo do carpo (DÂNGELO & FATTINI, 1997). 2.1 ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA APLICADA À EPICONDILITE LATERAL As lesões tendíneas podem ser divididas em várias categorias baseadas na natureza de sua lesão e nos tecidos envolvidos. As lesões agudas são de natureza traumática, já as lesões crônicas são o resultado de múltiplos eventos microtraumaticos que causam uma disfunção da estrutura interna do tendão, degeneração celular, degeneração de matriz, o que resulta nas tendinoses (LEADBETTER, 1990). A tendinose é pouco compreendida. Apesar do termo tendinite ser freqüentemente usado, estudos histopatológicos tem mostrado que feixes de tendões de áreas crônicas não contem grandes números de macrófagos, linfócitos, neutrófilos (JÓSZA & KANNUS, 1997; LEADBETTER, 1990; REGAN et al, 1992). No entanto, a tendinose parece ser um processo degenerativo que é caracterizado pela presença de fibroblastos, hiperplasia vascular, e colágeno desorganizado (NIRSCHL, 1995). Não é claro o porque do surgimento de dor na tendinose, visto que não há presença de células inflamatórias agudas e porque as células colagenosas não se maturam (CLANCY, NEIDHART & BRAND, 1990; JÓSZA & KANNUS, 1991 e 1997; LEADBETTER, 1992; NIRSCHL, 1988 e 1992; PUDDU, IPPOLITO & POSTACCHINI, 1976; TEITZ et al, 1997). O termo tendinose 14 angiofibroblástica refere a mudanças degenerativas que ocorrem quando o tendão falha na sua tentativa de regenerar após uma lesão ou microtraumas repetitivos. Os tendões envolvidos na locomoção e na performance balística estão sujeitos a lesões (CURWIN & STANISH, 1984; LEADBETTER, 1992; NIRSCHL, 1990; TEITZ et al, 1997; WOO et al, 1982; WOO et al, 1994). O cotovelo de tenista ou epicondilite lateral (EL) é um exemplo dessas lesões. Cyriax (1936) notou que a origem do extensor radial curto do carpo (ERCC) foi o primeiro local dessa lesão, com a presença de mudanças patológicas (COONRAD & HOOPER, 1973; GOLDIE, 1964; NIRSCHL, 1995; PUDDU, IPPOLITO & POSTACCHINI, 1976). Um terço dos pacientes tem o envolvimento da origem do extensor comum dos dedos (CYRIAX, 1936; NIRSCHL, 1995; REGAN et al, 1992). Enquanto que os termos epicondilite e tendinite são geralmente usados para descrever o cotovelo de tenista, estudos histopatológicos têm demonstrado que a EL não é uma condição inflamatória, e sim uma resposta fibroblástica e vascular chamada degeneração angiofibroblástica ou tendinose (NIRSCHL, 1992) (figura 1). 15 Carga Mecânica Superior a Força Tênsil do Tendão Submáxima Máxima Microrupturas Reabilitação Falha Macrorupturas Resposta Inflamatória Perpetuação da Lesão Alterações Degenerativas no Inflamação e Alterações Tendão Degenerativas no Paratendão Paratendinite Tendinose Disfunção Progressiva Com carga reduzida Função reduzida Figura 1: Tendinite X Tendinose (ZACHAZEWSKI, 1996). Com carga contínua 16 A epicondilite lateral (EL) é uma das causas mais comuns de dor no antebraço encontrado na prática clínica. Desde que a patologia foi descrita pela primeira vez em 1873, várias técnicas de tratamento tem sido propostas (ROUGE, 1873). A patologia começa como uma microrede tendínea originada dos músculos extensores do punho e resulta em degeneração e formação de tecido reativo granular (COONRAD & HOOPER, 1973; GROPPEL & NIRSCHL, 1986; LEACH & MILLER, 1987). Atividades envolvendo movimentos prolongados ou repetitivos, de extensão do punho, supinação ou pronação do antebraço, causam uma falha eventual que afeta uma porção do tendão. A falha mecânica do tendão resulta em uma tendinite e os sintomas normais da epicondilite lateral, como uma dor referida para o epicôndilo lateral do úmero (CYRIAX, 1936; LEACH & MILLER, 1987; ROETERT et al, 1995). Leach e Miller, (1987); relatam que a epicondilite lateral é uma lesão por uso excessivo, que acomete habitualmente a origem do extensor radial curto do carpo (ERCC) e, em menor grau, o extensor radial longo do carpo e a porção anterior do extensor comum. Segundo Nirschl (1979), a patologia é precisamente na origem do extensor comum, especialmente o tendão do ERCC adjacente ao epicôndilo lateral e as mudanças freqüentemente encontradas são proliferação vascular, degeneração hialina e mucóide. Apesar do local preciso desta patologia não ser universal, essa hipótese foi confirmada por outros estudos eletromiográficos. A sobrecarga músculo-tendínea, é para alguns, provavelmente o termo mais comum para descrever a causa de uma tendinopatia. Essa carga excessiva e contínua causa micro-rupturas nas fibras levando à lesão (CURWIN et al, 1996). Outros autores afirmam que uma força repentina, súbita, envolvendo uma contração 17 excêntrica da musculatura, pode levar á lesão. A força aplicada de modo súbito causa mais danos á estrutura do tendão do que a gradual com a mesma carga (CURWIN et al, 1996). Para Blackwell e Cole (1994); Nirschl, (1973), a sobrecarga no ERCC pode ser o principal fator etiológico para EL e segundo Morris et al (1989) a EL ocorre devido a microtraumas na inserção do músculo ERCC. O ERCC é susceptível a um maior estresse quando o punho é flexionado, com a ulna desviada, o cotovelo em extensão e o antebraço em pronação, pois o músculo ERCC terá que sofrer um alongamento de 1,1 cm para permitir a flexão e pronação plenas do punho (BERNHANG et al, 1974). Esse é o mesmo princípio biomecânico que vigora com o “backhand” no tênis predispondo assim o tenista para a dor epicondiliana lateral. A predisposição mecânica do cotovelo associada à sobrecarga seria então, o principal fator etiológico no cotovelo de tenista (ILFELD, 1992). A EL poderia ser considerada em qualquer paciente com história de dificuldade de supinação e extensão da articulação do cotovelo. Vários mecanismos de lesão devem ser distinguidos. Grande parte dos tenistas irão exibir os sinais e sintomas da patologia. Trabalhadores cuja função envolve movimentos rápidos e sucessivos de supinação e pronação do antebraço, como carpinteiros, estão igualmente expostos á patologia. A fisiopatologia atual da doença foi descrita por Kushner e Reid, (1986) sendo relacionada á extensão repetitiva do punho associada com rotação, gerando microtraumas por repetição de movimento no músculo extensor comum dos dedos em sua origem, apresentando mudanças histológicas no local. 18 2.2 ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA APLICADA À SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL Alguns pacientes com sintomas de cotovelo de tenista apresentam dor localizada à pressão sobre o nervo radial profundo anterior ao colo do rádio. A dor pode ser secundária a uma tensão ocupacional, uma desordem postural, uma síndrome costoescapular, ou uma afecção da coluna espinhal cervical; o tratamento da causa irá aliviar estas dores irradiantes (CAMPBELL, 1996). O nervo radial, uma continuação do cordão posterior do plexo braquial, consiste de fibras de C6, C7 e C8, e algumas vezes de T1. Este é primariamente um nervo motor, inervando o tríceps, os supinadores do antebraço, e os extensores do punho, dedos e polegar. As síndromes de encarceramento do nervo radial podem ocorrer quando o nervo ou um de seus ramos é comprimido em algum ponto ao longo de seu curso (CAMPBELL, 1996). O túnel radial se divide em três estágios: o superior, que se estende da goteira bicipital externa ao cume do epicôndilo; o médio, deste ponto à borda superior do músculo supinador; e o estágio inferior, situado entre os feixes profundo e superficial deste músculo, tendo como limite inferior sua borda distal (BONNEL, 1990). É ao nível do estágio médio que ocorre a divisão do nervo radial em seu ramo anterior, sensitivo, e seu ramo posterior, motor; e é apenas o trecho do estágio médio que é considerado o túnel radial (ROLES & MAUDSLEY, 1972). Entretanto, as variações podem ocorrer e esta divisão dar-se-á cerca de 4 cm acima do epicôndilo ou justo ao nível da borda proximal do supinador. É no estágio médio do túnel onde está o ponto crítico de compressão do nervo. Nessa região o nervo é cruzado pela artéria recorrente radial anterior, por cinco a oito feixes 19 vasculares (leque de Henry) e lâminas fibrosas; póstero-lateralmente se encontram a articulação radioumeral e o ligamento anular do rádio; também aí a borda súperomedial do extensor radial curto do carpo se relaciona com o nervo interósseo posterior (PIN) e pode comprimi-lo nos movimentos de prono-supinação (BROWN & GELBERMAN, 1996). O encarceramento do PIN pode assumir dois tipos. Em um dos tipos, todos os músculos inervados pelo nervo ficam completamente paralisados; estes músculos são o extensor comum dos dedos, extensor próprio do indicador, extensor do quinto dedo, extensor ulnar do carpo, abdutor longo do polegar, e extensor curto do polegar. No segundo tipo, apenas um, ou poucos destes músculos ficam paralisados (SPINNER, 1978). O encarceramento do PIN pode ser uma causa do “cotovelo de tenista” crônico e refratário. Tal encarceramento é denominado síndrome do túnel radial (STR), (ROLES & MAUDSLEY, 1972) Segundo Prasartritha, Liupolvanish e Rojanakit, (1993); Travell e Simons (1999) o túnel radial começa onde o nervo radial encaminha em um tubo entre os músculos braquiorradial e braquial na porção distal do braço. Em 1,3 cm proximamente à articulação rádio-umeral, o nervo radial se divide em um feixe superficial e outro profundo (figura 2). Figura 2: Túnel Radial (EKSTROM, 2002). 20 O feixe profundo continua no túnel radial e na maioria dos casos passa através da fáscia extensora da origem do extersor radial curto do carpo (ERCC), inervando-o, e liberando uma pequena parte que se projeta lateralmente no epicôndilo lateral (PRASARTRITHA, LIUPOLVANISH & ROJANAKIT, 1993 & WERNER et al, 1979). O nervo então ruma sob a arcada de Frohse (arco semicircular com limite proximal formado pelo músculo supinador) e a 2,3 cm distalmente à articulação rádio-umeral (PRASARTRITHA, LIUPOLVANISH & ROJANAKIT, 1993). Para Roles e Maudsley (1972) o nervo passa através do corpo do músculo supinador, inervando-o, e sai a mais ou menos 6,4cm distalmente da articulação rádio-umeral, onde o túnel radial termina. Como a parte profunda do nervo radial sai no músculo supinador, ele é chamado nervo interósseo posterior (PIN) (TRAVELL & SIMONS, 1999; MOORE & DALLEY 1999). Os locais comuns de compressão são na margem tendinosa da origem do ERCC (ROLES & MAUDLSLEY, 1972; LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979), na arcada de Frohse no músculo supinador (ROLES & MAUDLSLEY, 1972); (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979; WERNER et al, 1979; SÍNNER 1968) e na borda distal do músculo supinador (PORTILLA et al, 1998). Prasartritha, Liupolvanish e Rojanakit, (1993), demonstraram um arco bem desenvolvido e fibroso na arcada de Frohse em 34 de 60 cadáveres e finas fibras limitantes na borda distal do supinador em 39 das espécimes. Tem sido implicado que o tecido fibroso é a razão para a compressão nervosa (WERNER et al, 1979). Campbell (1996) descreve que o encarceramento pode ocorrer em quatro estruturas anatômicas potencialmente compressivas: a origem do extensor radial curto do carpo, aderências ao nível da cabeça radial, o “leque” arterial recidivante radial, e a arcada de Froshe, quando o nervo interrósseo posterior penetra no 21 supinador. Ocasionalmente, a compressão ocorre na borda distal do supinador, quando o nervo deixa este músculo. Há dor na região do nervo radial por debaixo da massa extensora e num ponto imediatamente distal à cabeça radial; há dor com a resistência à supinação do antebraço. Quando os sintomas e sinais de compressão do nervo radial no braço ocorrem apenas após um esforço muscular, pode-se antecipar uma recuperação espontânea. Entretanto quando o encarceramento é causado por outras situações, especialmente no antebraço, comumente serão benéficas a exploração cirúrgica e a descompressão do nervo (LOTEM et al, 1971). 22 3 EXAME CLÍNICO APLICADO À EPICONDILITE LATERAL Os pacientes com EL apresentam dor na região lateral ou póstero-lateral do cotovelo, que freqüentemente refere para o antebraço. Os sintomas podem ser exacerbados pelo uso do punho e da mão. Esta condição pode estar associada freqüentemente a um início insidioso agravado pelo uso repetitivo da extremidade superior, especialmente o punho e a extensão digital contra resistência ou um episódio agudo de trauma. Casos crônicos e severos podem causar dor incapacitante e freqüente mesmo em repouso. Durante a palpação é observada hipersensibilidade sobre o epicôndilo lateral ou no tendão do extensor comum imediatamente distal ao epicôndilo (RAYAN, 2002; MORRIS et al, 1997). O exame físico do indivíduo com EL, pode apresentar dor ao longo da musculatura extensora ou na face dorsal do antebraço durante a preensão da mão, a fraqueza da preensão está relacionada com a dor e os sintomas são reproduzidos pela extensão persistente do punho contra resistência (MORRIS et al, 1997). Se no histórico estiver indicado um início insidioso dos sintomas do cotovelo e se o paciente tiver se queixando de fraqueza e dor, o examinador pode considerar a realização de um exame da coluna cervical, o que inclui a exploração das articulações periféricas do membro superior e o teste dos miótomos. A avaliação cervical é essencial em virtude do potencial de referência dos sintomas a partir da coluna cervical e da necessidade de diferenciar sintomas das raízes nervosas de lesões de nervos periféricos (MAGEE, 2002). 23 3.1 MOVIMENTOS ATIVOS O exame é efetuado com o paciente na posição sentada. Como sempre, os movimentos ativos são feitos primeiro, sendo importante lembrar que os movimentos mais dolorosos são feitos por último (MAGEE, 2002). A flexão ativa do cotovelo é 140º a 150º o movimento geralmente é impedido pelo contato do antebraço com os músculos do braço. A extensão ativa do cotovelo é 0º, embora até uma hiperestensão de 10º possa ser exibida, especialnemte em mulheres (MAGEE, 2002). A supinação ativa deve ser 90º de modo que a palma da mão fique voltada para cima. O examinador deve assegurar que o ombro não seja ainda mais aduzido em uma tentativa de dar o aspecto de supinação aumentada ou para compensar uma falta de supinação suficiente. (TARR, GARFFINKEL & SARNIENTO, 1984). Para pronação ativa a amplitude de movimento (ADM) é aproximadamente a mesma (80 a 90º), de modo que a palma da mão fique voltada para baixo. O examinador deve assegurar-se de que o paciente não abduza o ombro em uma tentativa de aumentar a quantidade de pronação, ou para compensar uma falta de pronação sufiente (TARR, GARFFINKEL & SARNIENTO, 1984). Entretanto para supinação e pronação, apenas cerca de 75º de movimento ocorre nas articulações do antebraço. Os restantes 15º são resultado da ação do punho (MAGEE, 2002). Se, no histórico, o paciente tiver se queixado de que movimentos combinados, movimentos repetitivos ou posições sustentadas causam dor, estes movimentos específicos devem também ser incluídos na avaliação do movimento ativo. Se o paciente tiver dificuldade ou não conseguir completar um movimento, mas ele for indolor, o examinador deve admitir a presença de uma lesão grave do 24 tecido contrátil (ruptura) ou de uma lesão neurológica, e um teste adicional é necessário. O paciente também poderá sentir dor durante a movimentação ativa de extensão e flexão de punho (MAGEE, 2002). 3.2 MOVIMENTOS PASSIVOS Se a ADM for completa em movimentos ativos, uma sobrecarga pode ser delicadamente aplicada para testar a sensação final em cada direção. Se o movimento não for completo, movimentos passivos devem ser efetuados para testar a sensação final (MAGEE, 2002). Deve ser salientado que embora a sensação final normal da flexão do cotovelo em pacientes magros a sensação final pode ser osso-com-osso, como resultado o processo coronóide bate na fossa coronóidea. Do mesmo modo, em indivíduos magros, a pronação pode ser osso-com-osso (MAGEE, 2002). Além dos testes de sensação final durante movimentos passivos, o examinador deve observar se um padrão capsular está presente. O padrão capsular do complexo do cotovelo é mais limitação de flexão que extensão, e na avaliação do punho, o paciente poderá sentir dor durante a flexão passiva (MAGEE, 2002). 3.3 MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS Para testar adequadamente os músculos do complexo do cotovelo, o movimento deve ser resistido e isométrico. A força muscular de flexão em torno do cotovelo é máxima na faixa de 90 a 110, com o antebraço supinado. A 45 e 135, a força de flexão é apenas 75% do máximo (KAPANDJI,1970). Isometricamente, foi 25 mostrado que os homens são duas vezes mais fortes que as mulheres no cotovelo; a extensão é 60% da flexão, e a pronação é cerca de 85% da supinação (ASKEW & MORREY,1987). Para efetuar os testes isométricos resistidos, o paciente fica sentado. Também é importante executar extensão e flexão de punho, porque um grande número de músculos atua sobre ele, bem como sobre o cotovelo (MAGEE, 2002). Se, no histórico, o paciente tiver se queixado de que movimentos combinados, movimentos repetitivos ou posições sustentadas sob carga causam dor, o examinador deve examinar cuidadosamente esses movimentos isométricos resistidos e posições também, mas somente depois que os movimentos básicos tenham sido testados isometricamente. Se o histórico tiver indicado que os movimentos concêntricos, excêntricos ou excêntrico-concêntricos causaram sintomas, estes movimentos também devem ser testados com ou sem carga, conforme necessário (MAGEE, 2002). Se a contração isométrica resistida for fraca e sem dor, o examinador deve considerar uma lesão importante do tecido contrátil (estiramento de 3 grau) ou lesão neurológica. Se não houver nenhum histórico de trauma, a causa mais provável é neurológica, lesão de raiz nervosa ou de nervo periférico. Testando seletivamente os músculos e a distribuição sensitiva e tendo um conhecimento dos locais de compressão nervosa, o examinador deve ser capaz de determinar o tecido neurológico lesado e onde a lesão ocorreu (MAGEE, 2002). Outros problemas que podem causar epicondilite lateral dolorosa são patologias da articulação rádio-umeral e disfunção da raiz espinhal em C5-6 ou C67, na qual causa dor referida na área lateral do cotovelo (POTTER et al, 1995; JOHNSTON et al, 1996; MAIGNE, 1972). Os extensores radiais do punho estão no 26 miótomo de C6, e o epicôndilo lateral é considerado ser do esclerótomo de C7 (GRIEVE, 1979). Manobras irritativas para EL produzem dor na região lateral do cotovelo. Todas essas manobras devem ser feitas enquanto o cotovelo está completamente extendido, senão irão resultar em testes falso negativos. Essas manobras são: supinação resistida do antebraço, extensão resistida do dedo longo, extensão resistida do punho e extensão ativa do punho. O último teste de irritação com extensão ativa do punho sem resistência é sugestivo de uma severa condição (RAYAN, 2002). 3.4 TESTES ESPECÍFICOS PARA DIAGNÓSTICO DE EL: 3.4.1 Teste de Cozen (Método 1). O cotovelo do paciente é estabilizado pelo polegar do examinador, o qual repousa sobre o epicôndilo lateral do paciente. O paciente é então solicitado a cerrar o punho, pronar o antebraço, e desviar radialmente e estender o punho enquanto o examinador resiste ao movimento (Figura 3). Figura 3: Teste de Cozen. 27 Um teste positivo é indicado por dor intensa súbita na área do epicôndilo lateral do úmero. O epicôndilo pode ser palpado para indicar a origem da dor (MAGEE, 2002) (Tabela 1). 3.4.2 Teste de Mill (Método 2). Enquanto palpa o epicôndilo lateral, o examinador prona o antebraço do paciente, flexiona o punho completamente e estende o cotovelo. Um teste positivo é indicado por dor sobre o epicôndilo lateral do úmero (Figura 4). Figura 4: Teste de Mill. O examinador pode palpar simultaneamente o epicôndilo. Esta manobra também exerce estresse sobre o nervo radial e presença de compressão do nervo radial, causa sintomas muito semelhantes aos do cotovelo de tenista (ROLES e MAUDSLEY, 1972). Para diferenciar as duas condições, foi criada neste estudo uma tabela comparativa entre EL e STR (Tabela 1). 28 3.4.3 Teste de Extensão do Terceiro Dedo (Método 3). O examinador resiste a extensão do 3 dedo da mão distal á articulação interfalângica proximal, forçando o músculo e tendão extensor dos dedos (Figura 5). Um teste positivo é indicado por dor sobre o epicôndilo lateral do úmero (MAGEE, 2002). Figura 5: Teste de Extensão do Terceiro Dedo. 4 EXAME CLÍNICO APLICADO À SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL Os sintomas da STR podem ser mascarados pela epicondilite lateral. O exame para STR dever incluir uma completa história. Os sintomas podem incluir dor profunda e difusa no lado lateral do cotovelo, no lado dorsal do antebraço que algumas vezes irradia para a mão e dor agudizada quando o túnel radial é palpado (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979; WERNER et al, 1979; SARHADI, KORDAY & BAINBRIDGE, 1998; CRAWFORD,1984). A dor é iniciada e intensificada por movimentos repetitivos de pronação e supinação do antebraço (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979). Tem sido observado que a pronação repetitiva ou supinação 29 podem causar fibrose da arcada de Frohse, levando a uma grande chance de compressão (WERNER et al, 1979). Prasartritha, Liupolvanish e Rojanakit (1993) acreditam que o exame também poderia incluir palpação para tensão anormal sobre o túnel radial. O antebraço é colocado em pronação/supinação neutra e é palpada a linha anterior da articulação rádio-umeral no ponto médio entre o rádio e a ulna no aspecto posterior do antebraço sobre o músculo ERCC relaxado (Figura 6). Figura 6: Palpação do Túnel Radial. O túnel tem o comprimento de mais ou menos 4 dedos (5-6cm). Sobre o túnel radial deve ser esperada uma maior tensão que no epicondilo lateral, indicando a presença da STR (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979; SPINNER, 1968). A compressão do nervo radial profundo é outra parte do exame. O nervo pode ser comprimido devido ao tencionamento do músculo supinador por pronação do antebraço até a amplitude final com o cotovelo estendido (PORTILLA et al, 1998). Acredita-se também que a pronação comprime a origem fascial do músculo ERCC junto ao nervo (ROLES & MAUDLSLEY, 1972). Uma resistência em supinação com 30 o supinador e o ERCC na posição de maior tensão causará uma compressão adicional ao nervo (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979). A resistência aplicada na extensão do dedo médio com a extensão do cotovelo e o punho em extensão neutra podem causar aumento da dor tanto com epicondilite quanto com STR (ROLES & MAUDLSLEY, 1972; LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979; MOSS & SWITZER, 1983). Acredita-se que a chave é determinar a localização do aumento da dor durante o teste. A dor sobre o epicôndilo lateral poderia ser indício de STR ou EL. Uma explicação para o aumento da dor na RTS é que a resistência para a extensão do dedo médio indiretamente causa uma contração do ERCC, fraqueza da origem fascial, na sobrecarrega o nervo radial profundo (ROLES & MAUDLSLEY, 1972; LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979). A resistência similar para extensão dos outros dedos pode causar dor na STR, mas não é severa (LISTER, BELSOLE & KLEINERT, 1979). Durante o teste de força muscular dos músculos inervados pelo PIN, os extensores dos dedos e do punho podem estar fracos (KOTANI et al, 1995). O nervo radial obstruído é usado para diagnosticar a STR (BRACKER & RALPH, 1995). No entanto, o bloqueio nervoso também pode reduzir a dor na epicondilite lateral, realizando um teste não discriminativo. Recomenda-se que o exame também inclua o que foi chamado de “ teste de tensão neural”, que é um procedimento usado para detectar compressão neural. (BUTLER & GIFFORD, 1989; BUTLER, 1991). Pesquisas têm demonstrado que o nervo normalmente se move em relação aos tecidos conectivos (MACLELLAN & SWASH, 1976; WILGIS & MURPHY, 1986). A compressão nervosa poderia restringir seu movimento, colocando tensão no nervo durante alguns movimentos da extremidade superior. A tensão anormal produzida no nervo tem sido chamada de tensão mecânica adversa (BUTLER & GIFFORD, 1989; 31 BUTLER, 1991). Além disso, a compressão pode causar isquemia, inflamação, e dor, ou até uma degeneração axonal do nervo (BUTLER, 1991). Lesão ou inflamação dos nervos periféricos usualmente tem aumentado a sensibilidade mecânica (CALVIN, DEVOR & HOWE, 1982; KUSLICH, ULSTROM; MICHAEL, 1991). No teste de tensão neural, onde se coloca tensão mecânica no nervo, é esperado um aumento da dor sobre o nervo (EKSTROM & HOLDEM, 2002). Butler (1991) descreveu a posição do teste de tensão neural e técnicas de mobilização para a extremidade superior. Elvey (1986) e Butler (1991) acreditam que a mobilização do nervo que tem o movimento longitudinal restrito freqüentemente pode ser restabelecido usando o que denominam de “técnicas de mobilização neural” que são usadas para liberar o movimento do nervo. O nervo radial deve ser testado usando cinco movimentos diferentes e seqüenciais. Com o paciente deitado em decúbito dorsal deve-se realizar uma depressão do ombro com cotovelo fletido a 90º, pronação do antebraço, extensão do cotovelo, flexão dos dedos e punho, seguido de abdução do ombro; para aumentar ainda mais a tensão sobre o nervo e consequentemente à possível reprodução dos sintomas uma inclinação lateral oposta da cabeça pode ser usada (BUTLER, 1991) (Figura 7). Figura 7: Teste de Mobilização Neural (ULTT 3); Mobilização do Nervo radial. 32 Yaxley e Jull (1993) avaliaram a tensão neural em 20 pacientes com o diagnóstico de cotovelo de tenista encontram uma tendência para reduzir a amplitude passiva durante os testes. Outros autores têm proposto que, se o movimento do nervo está restrito em relação aos tecidos em volta, sinais de tensão neural adversos podem ser produzidos no nervo durante os testes (BUTLER & GIFFORD, 1989; BUTLER, 1991). Os sinais mais prevalentes são: redução da amplitude de movimento e reprodução dos sintomas (BUTLER & GIFFORD, 1989). Os testes para o nervo radial podem reproduzir sintomas para STR e epicondilite lateral, pois o teste não põe em tensão apenas o nervo radial, mas também colocam em tensão as origens musculares presas no epicôndilo lateral (EKSTROM & HOLDEM, 2002). Tabela 1: Comparação Entre EL e STR EL STR Teste de Cozen + +/- Teste de Mill + +/- Teste de Extensão do + +/- + +/- +/- + ULTT 3 +/- + Eletroneuromiografia - - Terceiro Dedo Palpação do Epicondilo Lateral Palpação do Sulco Radial 33 5 TRATAMENTO APLICADO À EL 5.1 PRICÍPIOS GERAIS Existem muitos princípios, fisiológicos e mecânicos que devem ser considerados nos tratamentos das tendinoses. Curwin (1984) propôs um modelo de tratamento que se aplicaria a lesões de tendões, sejam estas de origem intrínseca ou extrínseca. Segue abaixo os passos propostos por este modelo: 5.1.1 IDENTIFICAR E REMOVER TODOS OS FATORES / FORÇAS NEGATIVAS: Em casos de tendinopatias extrínsecas, forças externas podem sobrecarregar o tendão, no caso específico da EL, se aplicariam ao fisioterapeuta detectar gestos de trabalho e gestos esportivos que poderiam impor carga excessiva nos tendões extensores do punho e esta correção é essencial na medida que estes fatores podem ser os principais causadores desta tendinopatia. Provavelmente o fator mais comum em tendinopatias é o déficit de flexibilidade da unidade músculo-tendínea. Por esta razão, deve ser conduzido no tratamento da EL um programa de flexibilidade como parte do programa de reabilitação; apesar de uma inconsistência na literatura sobre a prevenção de lesões através de exercícios de flexibilidade, permitir uma amplitude de movimento fisiológica parece lógico em tratamento de fisioterapia em atletas com déficit de ADM. 34 5.1.2 ESTIMAR A FASE DA LESÃO (ESTÁGIO DA TENDINOPATIA) Este é um processo altamente impreciso, e muitas vezes requer experiência do examinador para julgar e tratar o indivíduo. Como já descrito anteriormente, a EL na grande maioria dos casos se comporta como uma lesão degenerativa (tendinose), mas em alguns casos podem surgir casos de EL com manifestações típicas de lesões agudas e devem ser tratadas como tal. 5.1.3 DETERMINAR O FOCO APROPRIADO PARA O TRATAMENTO INICIAL A base inicial para a determinação do foco de tratamento é a identificação da fase da lesão. Em casos de EL crônica, a remodelação do tendão deve ser enfatizada, e neste caso, a aplicação de trabalhos baseados em força muscular tem se mostrado como os mais efetivos. Em casos mais severos de EL, o tratamento deverá ter como meta a diminuição do foco inflamatório por medidas físicas como crioterapia, repouso relativo e início de exercícios progressivos de força e flexibilidade. 5.1.4 INSTITUIR UM PROGRAMA APROPRIADO PARA A MELHORIA DA FORÇA TÊNSIL A remodelação tendínea necessita de síntese de colágeno, com correto alinhamento e maturação deste via cross-links, desta forma o tendão terá maior capacidade de dissipação de energia cinética sem sofrimento para o paciente. Quanto maior a severidade da lesão, menor serão as cargas aplicadas sobre este no 35 tratamento, mas alguns fatores devem ser observados, como por exemplo, que exercícios passivos e de flexibilidade aumentam de modo muito discreto a força tênsil e assim que haja melhoria da lesão, um programa progressivo de força concêntrica e principalmente excêntrica deve ser instituído para a melhoria da força tênsil. 5.1.5 CONTROLAR DOR E INFLAMAÇÃO Mesmo o uso apropriado de carga pode gerar aumentos transitórios de focos inflamatórios durante o processo de reabilitação e este fator deve ser controlado por modalidades acessórias como crioterapia, medicamentos e outras modalidades eletrotermoterápicas. 5.2 O PAPEL DO EXERCÍCIO NO TRATAMENTO DA EL Nos estudos de Curwin (1984) pode se observar que o tratamento da EL baseado modalidades físicas são inadequados. Isto não quer dizer que estes fatores devem ser ignorados, mas incorporados ao trabalho de flexibilidade e principalmente, ao trabalho de força muscular, uma vez que o aumento apropriado e progressivo de cargas aumenta a força tênsil e por sua vez, aumenta a força mecânica de dissipação de cargas impostas ao tendão. “Problemas mecânicos, exigem soluções mecânicas” cita o artigo. 36 5.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO NA EL Especificidade do Treinamento: O tratamento deve ser baseado na especificidade de cada atividade que este paciente faz, se o paciente por exemplo, apresenta uma EL pelo fato de ser tenista, o treinamento deve enfatizar exercícios de alta velocidade, o que não se aplicaria em uma secretária. Os exercícios terapêuticos devem simular as especificidades das atividades de vida diária do indivíduo. Carga Máxima: Exercícios de carga máxima são essenciais para induzir adaptação no tecido músculo-esquelético (MICHNAH, 1984). Clinicamente, a carga máxima é determinada pela tolerância do tendão, a qual será julgada pelo paciente através da dor percebida e pelas experiências dolorosas que este indivíduo já sofreu. Tem sido determinado empiricamente que o paciente deve sentir alguma dor e fadiga entre a vigésima e trigésima repetição do movimento (CURVIN, 1984). Se ocorrer antes deste período geralmente ocorrerá piora dos sintomas e caso não haja dor durante as trinta repetições provavelmente não haverá alterações da sintomatologia, sugerindo que o estímulo seria inadequado para induzir mudanças histológicas no tendão. Progressão da Carga: Com a adaptação da carga pelo tendão, a magnitude da carga deve ser aumentada, este fato reforça a idéia que cargas máximas criam estímulos para adaptação. Este progresso pode ser realizado por mudanças de velocidade (ativação excêtrica) ou aumentando a resistência interna / tipo de contração (isométrica/concêntrica/excêntrica), e esta progressão será determinada pelos sintomas apresentados durante o exercício. 37 5.3 PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EXCÊNTRICOS Baseado nas informações acima,foi desenvolvido o “programa de exercícios excêntricos” para tratamento de tendinopatias crônicas. Estes princípios podem ser utilizados em qualquer tendinopatias, entre estas a EL. O programa é dividido em passos que estão listados abaixo: Aquecimento Exercícios gerais como ciclismo ou caminhada são utilizados para aumentar a temperatura corporal e circulação. Esta fase não deveria causar dor ou desconforto local. Este aquecimento também pode ser realizado com modalidades físicas, como bolsas aquecidas ou ultra som. Flexibilidade Como já foi dito anteriormente, déficits de flexibilidade é um achado comum em EL. É recomendável ao paciente a realização de no mínimo duas séries de trinta segundos de alongamentos estáticos, um número maior de séries pode ser realizado se o déficit de flexibilidade for definido como a maior causa dos sintomas do paciente, ou seja, se a ADM estiver muito restrita. 38 Exercícios Específicos Estes serão realizados em acordo com a figura 8, baseados nos princípios já mencionados. Sugere-se que o paciente realize três séries de 10 repetições cada, com repouso ou alongamento leve entre as séries. Os sintomas devem surgir após 20 repetições. O nível de desconforto deve ser similar ao nível de dor atual do paciente, mas não deveria ser maior que isto. Se a dor ocorrer antes de 20 repetições, deve-se reduzir a velocidade do movimento ou a carga, se a dor não ocorrer após 30 repetições, deve-se aumentar a velocidade ou a carga. Na primeira sessão de exercícios, a carga deve ser aumentada progressivamente até que os sintomas apareçam entre a vigésima e trigésima repetição. A resposta a este tratamento vai determinar se a próxima sessão será mais ou menos vigorosa. Não pode ser desprezado períodos de recuperação entre as séries e entre as sessões. Repetir os Exercícios de Flexibilidade Aplicação de Crioterapia Crioterapia deve ser aplicada entre 10 a 20 minutos no epicôndilo lateral e tendões extensores do punho. Esta ação é útil na medida que previne a formação inflamatória que pode ocorrer pelas lesões microscópicas em resposta ao exercício, além da diminuição da dor. 39 Comece com movimentos lentos e com pouca resistência Não Doloroso? Aumente Sim velocidade (moderada) Mantenha Doloroso? Não o mesmo nível Aumente velocidade Não (rápida) Doloroso? Aumente resistência Doloroso? Não Figura 8: Progressão do programa de exercícios excêntricos de acordo com os sintomas do paciente. (Adaptado de Curwin SL, Stanish WD: Tendinitis: Its Etiology and Treatment. Lexington, MA, DC Health, 1984.) Espera-se melhora dos sintomas após 6 a 8 semanas que podendo estender até 12 semanas. 5.4 SUCESSO OU FALÊNCIA DO PROGRAMA Curwin & Stanish (1984) monitoraram mais de 200 pacientes com tendinopatias patelar, Aquiles e EL que se submeteram ao programa de exercícios excêntricos, estes pacientes estavam com no mínimo 6 semanas de dor. O tratamento durou entre 6 e 16 semanas, e os resultados foram muito bons, 40 importante ressaltar que o maior índice de insucesso foi para EL, se comparado com outras tendinopatias (figura 9). Figura 9: Respostas ao programa de exercícios excêntricos (Fonte: Curwin SL, Stanish WD: Tendinitis: Its Etiology and Treatment. Lexington, MA, DC Health, 1984.) Se o programa de exercícios excêntricos não atingiu sucesso, os autores atribuíram uma série de explicações possíveis: Diagnóstico incorreto O paciente pode não ter tendinopatia. Os problemas podem ser articulares, dor referida ou no caso da EL, pode se relacionar o diagnóstico a STR. Através de uma história detalhada e um exame cuidadoso, pode-se diminuir a chance destes possíveis diagnósticos incorretos. 41 Não foram reconhecidos fatores externos negativos O profissional fisioterapeuta falhou em identificar as causas externas que causaram a tendinopatia, no caso da EL é fundamental a readequação ergonômica, das atividades de trabalho e esportivas (gesto), além de erros de treinamento e equipamentos de trabalho e esportivos inadequados. Se estes fatores externos não forem identificados, dificilmente o programa de exercícios excêntricos terá sucesso isoladamente. Falta de aderência ao tratamento fisioterapêutico Um problema que pode ocorrer no processo de reabilitação pode ocorrer se o paciente não seguir corretamente as orientações do fisioterapeuta, por exemplo, ao invés de fazer 30 repetições, o paciente faz 10 ou 300! Isto mostra a importância de um programa cuidadosamente supervisionado. Progressão incorreta do programa Erros na seqüência da progressão do tratamento podem ocorrer, cuidados devem ser tomados na escolha inicial da carga e se as cargas forem altas ou baixas demais, não haverá supercompensação e existirá a tendência a persistir os sintomas. Atenção deve ser dada a períodos de recuperação e bom posicionamento articular para a execução dos exercícios. 42 6 PRINCÍPIOS GERAIS PARA TRATAMENTO DA SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL Elvey (1986) e Butler (1991) ralataram que os nervos restritos por excursão podem ser mobilizados. Segundo Elvey (1986), a mobilização poderia não chegar ao final da amplitude podendo ter menor duração. Outros autores acreditam que os procedimentos do teste e as técnicas de intervenção podem não ser suficientemente eficazes quando os sintomas estão exacerbados. Se a dor e o desconforto fossem produzidos, a amplitude de movimento passiva na mobilização é reduzida e apenas tensão é sentida. A amplitude de movimento articular aumenta rapidamente se os tecidos moles estão sendo alongados. (EKSTROM & HOLDEM, 2002). Ekstrom e Holdem (2002) proporam o seguinte tratamento para pacientes que apresentavam o sintoma de STR: inicialmente o paciente poderá ser tratado com ultra-som (3MHz, 0.5w/cm², 8min) sobre o túnel radial gerando um aquecimento profundo para aumentar a flexibilidade tecidual e em seguida técnicas de mobilização neural para reduzir a compressão nervosa. Essas técnicas devem ser feitas nas extremidades superiores, sendo no lado não acometido apenas como caráter preventivo e como base de comparação de dados. Para a mobilização com o objetivo de alcançar o nervo radial, a seqüência deve ser ligeiramente mudada, dando ênfase na flexão do punho e dedos, com o cotovelo estendido. A mobilização é feita lentamente, estendendo o cotovelo apenas na amplitude que o paciente sente uma tensão, mas não dor; então flexiona-se o cotovelo até o ponto que o paciente deixa de sentir a tensão, com a repetição das manobras por 6 a 7 vezes para o nervo radial. A resposta do paciente dita o grau de extensão do cotovelo durante a manobra. O paciente pode ser instruído a fazer exercícios de mobilização neural 43 uma vez por dia em casa de uma forma igual à feita no ambulatório. Ele deve ser instruído a fazer a mesma seqüência de posicionamento das extremidades e então como usar a extensão ativa do cotovelo como movimento de mobilização. Após a primeira semana de fisioterapia, a amplitude ativa de movimento da extremidade superior lesada deverá aumentar, mas a dor poderá permanecer. Durante a palpação, o paciente indicará uma leve melhora da tensão ou da dor sobre o epicôndilo e o túnel radial assim podemos evoluir para um programa de fortalecimento e alongamento além das mobilizações. O fortalecimento consiste em exercícios resistidos para extensores do punho com o cotovelo fletido em 90º. O paciente começa, com séries de 10 repetições, com 30seg de alongamento dos extensores do punho após cada série. Com o fluir do tratamento a dor do paciente pode variar dependendo das atividades realizadas. Ekstrom e Holdem (2002) observaram que a amplitude e a força de pressão aumentavam gradualmente e em números significativos. O objetivo dessa intervenção é dar ao paciente a liberdade de dor em todas as suas atividades e aumentar o progresso com seu programa de exercícios domiciliares. Ao fim do tratamento o paciente deve ter a mínima sensação de tensão ou dor à palpação sobre o epicôndilo lateral, túnel radial, ventres musculares do extensor radial curto e longo do carpo. 44 7 CONCLUSÃO Observamos através deste estudo que a dor na face lateral do cotovelo pode ser difícil de diagnosticar, pois há diferentes patologias que possuem tal sintomatologia. A STR e a EL são enfermidades de diagnóstico eminentemente clínico, sendo de grande importância uma avaliação criteriosa para obtenção de sucesso na reabilitação tendo pouco valor o diagnóstico de exames radiológicos e eletroneuromiográficos. Uma das principais características que pode ajudar a distinguir as patologias é a sensibilidade local junto ao nervo radial na região da arcada de Frohse cerca de 5 cm distais ao epicôndilo lateral e o teste de mobilização neural (ULTT 3) evidenciando o diagnóstico de STR. Muitas vezes o insucesso no tratamento da EL pode estar relacionado há um diagnóstico incorreto que poderá estar mascarando uma STR. A STR radial pode ser diagnosticada erradamente como EL. Se STR é associada com EL e não reconhecida, o tratamento cirúrgico direcionado para a EL sozinho não trará resultados satisfatórios (RAYAN, 2002). O tratamento da EL e outras tendinopatias é um dilema para muitos profissionais e um tratamento ideal deve ser baseado na descoberta das causas e intervenção direta sobre as mesmas. O programa de exercícios excêntricos têm se mostrado eficaz para a EL e outros tipos de tendinopatias, mas o sucesso deste depende de um diagnóstico correto, eliminação das causas externas, aderência do paciente e progressão correta dos exercícios, já a STR é uma patologia que envolve em seu tratamento técnicas de mobilização neural associada a ganho de flexibilidade e força. 45 Com este estudo nota-se a necessidade de mais pesquisas envolvendo EL e STR para facilitar o diagnóstico obter um tratamento adequado. 46 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASKEW, LJ.; MORREY, BF.; CHAO, EY. Isometric elbow strengh in normal individuals. Clin. Orthop. v. 222. p. 261 – 266, 1987. BLACKWELL, JR.; COLE, KJ. Wrist kinematics differ in expert and novice tennis players performing the backhand stroke: implications for tennis elbow. Journal Biomechanics. v. 27. nº 5. p. 509 – 516, 1994. BONNEL, F.; “Nerf radial”, in BONNEL, F. & MANSAT, M.; Nerfs périphériques. 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