17 ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE Mielopatia cervical espondilótica - tratamento com laminoplastia e artrodese com sistema de fixação de massa lateral Cervical spondylotic myelopathy - treatment with laminoplasty and arthrodesis with system of fixation of lateral mass Mielopatía cervical espondilolítica-tratamiento con laminoplastia y artrodesis con sistema de fijación de masa lateral Wilson Eloy Pimenta Junior1 Sérgio Daher2 Zeno Augusto de Souza Junior3 André Luiz Passos Cardoso3 Frederico Barra de Moraes3 RESUMO ABSTRACT RESUMEN Objetivo: apresentar os resultados e a eficácia do método de tratamento da mielopatia cervical espondilótica com laminoplastia, associada à artrodese da massa lateral. Métodos: oito pacientes, sendo cinco do sexo masculino e três do feminino foram submetidos ao tratamento cirúrgico por via posterior com laminoplastia e descompressão dos níveis acometidos e com artrodese com um sistema de fixação da massa lateral. Resultados: no pós-operatório houve melhora da dor radicular e axial com estabilização do quadro neurológico; a seguir ocorreu a melhora progressiva do déficit motor. Não ocorreu cifose ou pseudartrose no pósoperatório. O diâmetro médio do canal vertebral passou de 5 a 8mm no préoperatório para 10 a 13mm no pósoperatório. O tempo de seguimento foi de 12 a 40 meses. Conclusão: o Objective: to present the results and the effectiveness of the method of treatment of cervical spondylotic myelopathy by laminoplasty with decompression and associated to arthrodesis of the lateral mass. Methods: five male and three female patients were operated on by posterior access with laminoplasty and decompression and arthrodesis with a system of fixation of the lateral mass of the compromised level. Results: in the early postoperative period the patients showed improvement of the radicular and axial pain with stabilization of the neurological status. Later on occurred progressive recovering of the motor deficit. There was not postoperative kyphosis or pseudoarthrosis. The average of the vertebral channel changed from 5 to 8 mm in the preoperative to 10 to 13 mm in the Objetivo: el objetivo del trabajo es de presentar los resultados y la eficacia del método de tratamiento de la MCE con laminoplastia asociada con artrodesis de fijación de masa lateral. Métodos: ocho pacientes, siendo cinco del sexo masculino y tres del sexo femenino fueron sometidos al tratamiento quirúrgico por vía posterior con laminoplastia (descompresión) de los niveles involucrados y artrodesis con sistema de fijación de masa lateral. Resultados: En el postoperatorio hubo una mejoría primero de los dolores radiculares y axiales con estabilidad neurológica, con una mejora posterior y progresiva del déficit motor. No hubo desarrollo de cifosis o pseudoartrosis. El diámetro promedio del canal vertebral pasó de 5 a 8 mm en el preoperatorio para 10 a 13mm en el postoperatorio. El tiempo de seguimiento Trabalho realizado no Hospital de Acidentados e no Serviço de Cirurgia da Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas de Goiás -0 Goiânia (GO), Brasil. 1 Neurocirurgião do Hospital de Acidentados, Serviço de Cirurgia da Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas de Goiás e Instituto de Neurologia de Goiânia - Goiânia (GO), Brasil. 2 Ortopedista do Hospital de Acidentados e Chefe do Serviço de Cirurgia da Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas de Goiás Goiânia (GO), Brasil. 3 Ortopedista do Hospital de Acidentados e Serviço de Cirurgia da Coluna Vertebral do Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas de Goiás - Goiânia (GO), Brasil. Recebido: 18/02/2007 - Aprovado: 14/01/2008 COLUNA/COLUMNA. 2008;7(1):17-22 27_col_7_1.pmd 17 14/3/2008, 16:38 18 Pimenta Junior WE, Daher S, Souza Junior ZA, Cardoso ALP, Moraes FB tratamento da mielopatia cervical espondilótica por laminoplastia, associada à artrodese com um sistema de fixação da massa lateral é método seguro e eficaz, promove a descompressão medular e radicular e previne o desenvolvimento de cifose no pósoperatório. postoperative period. The follow-up ranged from 12 to 40 months. Conclusion: the treatment of cervical spondylotic myelopathy by laminoplasty with decompression and associated to arthrodesis of the lateral mass is a safe and effective method promoting radicular and spinal cord decompression and preventing the development of postoperative kyphosis. fue de 12 a 40 meses. Conclusiones: El tratamiento de la MCE por laminoplastia asociada a artrodesis con sistema de fijación de masa lateral es un método seguro y eficaz. Promueve una descompresión medular y radicular adecuada, previniendo el desarrollo de cifosis en el postoperatorio. DESCRITORES: Doenças da medula espinal; Vértebras cervicais/ patologia; Vértebras cervicais/ cirurgia; Espondilose; Laminectomia/métodos KEYWORDS: Spinal cord diseases; Cervical vertebrae/pathology; Cervical vertebrae/surgery; Spondylolysis; Laminectomy/ methods DESCRIPTORES: Enfermedades de la médula espinal; Vértebras cervicales/patología; Vértebras cervicales/cirurgía; Espondilólise; Laminectomía/ metodos INTRODUÇÃO Mielopatia cervical espondilótica é a mielopatia adquirida não traumática mais freqüentemente observada na clínica diária. Este problema é causado devido à soma de alterações degenerativas da coluna vertebral cervical, tais como: hipertrofia facetaria, hipertrofia do ligamento amarelo, osteófitos nas margens posteriores dos corpos vertebrais direcionados para o canal vertebral e para os foramens, calcificação do ligamento longitudinal posterior e hérnias discais. Todas estas alterações degenerativas, associadas ou não, provocam a diminuição do diâmetro do canal vertebral e dos foramens intervertebrais1-2 resultando em compressão da medula e das raízes nervosas. Stookey3,em 1928, foi quem primeiro descreveu a mielopatia compressiva citando um nódulo comprimindo a medula. A seguir Clark e Robinson4, em 1956, definiram a mielopatia cervical espondilótica. A maioria das pessoas adultas e idosas apresenta certo grau de alterações degenerativas da coluna cervical, porém assintomáticos e sem alterações patológicas na medula. A espondiloartrose por si só não causa mielopatia. A mielopatia cervical espondilótica é uma patologia multifatorial, com componentes estáticos (mecânicos) e dinâmicos. Sendo o fator mecânico por compressão medular por meio das alterações degenerativas e o fator dinâmico por hipermobilidade da coluna vertebral cervical. O tratamento cirúrgico está indicado quando há sintomas neurológicos e alterações patológicas na medula cervical, tendo como os objetivos: a descompressão medular e radicular, a estabilização da hipermobilidade e a obteção do alinhamento sagital vertebral. O objetivo final deste trabalho é apresentar o potencial do método de tratamento por laminoplastia em “porta aberta” e artrodese com uso de placa nas massas laterais e analisar os resultados cirúrgicos em oito pacientes tratados por meio deste método. MÉTODOS No período de julho de 2001 a agosto de 2004 foram tratados oito pacientes com mielopatia cervical espondilótica por meio do método de laminoplastia, tipo em “porta aberta” (descompressão) e fixação com sistema de instrumental de massa lateral (artrodese), sendo cinco pacientes do sexo masculino e três femininos, com idade variando de 65 a 85 anos, média de 73,3 anos de idade (Tabela 1). TABELA 1: Pacientes com mielopatia cervical espondilótica Pacientes 1 2 3 4 5 6 7 8 85 anos 65 anos 75 anos 66 anos 70 anos 76 anos masculino masculino feminino masculino Idade 78 anos 72 anos Sexo feminino masculino masculino feminino Níveis C3-C4 C3-C4- C4-C5- C3-C4- C4-C5- C3-C4- C3-C4- C3-C4- C5-C6 C5-C6 C6 C5-C6 C6 C5-C6 C5-C6 C5-C6 Diâmetro Pré-op. 5mm 6mm 7mm 6mm 5mm 6mm 8mm 8mm Diâmetro Pós-op. 13mm 13mm 12mm 12mm 11mm 10mm 13mm 12mm 8mm 7mm 5 mm 6 mm 6 mm 4 mm 5 mm 4 mm Aumento COLUNA/COLUMNA. 2008;7(1):17-22 27_col_7_1.pmd 18 14/3/2008, 16:38 Mielopatia cervical espondilótica - tratamento com laminoplastia e artrodese com sistema de fixação de massa lateral Os pacientes apresentavam sintomatologia progressiva de cervicalgia, braquialgia, déficit motor nos membros superiores e inferiores com atrofia muscular dos seguimentos correspondentes, hiperreflexia nos membros inferiores, clônus e ataxia de marcha. O diagnóstico conclusivo, após avaliação neurológica, foi obtido através de ressonância magnética que mostrou alterações degenerativas avançadas da coluna cervical tais como: estreitamento da circunferência do canal vertebral e foramens. Também foram observados sinais de lesão medular por alteração do sinal em T2. Os diâmetros sagitais do canal vertebral nos níveis afetados nesta série de oito pacientes variaram de 5 a 8mm (Figuras 1 e 2). Os níveis envolvidos foram C3-C4-C5-C6 (três níveis) em seis pacientes e C4-C5-C6 (dois níveis) em dois pacientes. Na análise sagital o diâmetro do canal vertebral no pré-operatório variou de 5 a 8mm nos pontos de menor diâmetro, correspondendo aos pontos de maior compressão medular. Para a cirurgia, os pacientes foram posicionados em decúbito ventral sob anestesia geral sobre um dispositivo de quatro apoios (dois apoios nas cristas ilíacas e dois na região do tórax). Para a fixação da cabeça usou-se fixador de crânio tipo Mayfield com a coluna cervical em posição neutra. A abordagem cirúrgica foi centrada na linha nucal da coluna cervical. A primeira etapa consistiu na fixação das vértebras dos níveis envolvidos com o sistema de fixação das massas laterais (Figura 3), seguido de abertura do arco posterior tipo em “porta aberta” e foraminotomia bilateral com drill (Figuras 4, 5 e 6). Por fim foi colocado enxerto ósseo autólogo bilateral sobre as massas laterais das vértebras. O período de internação variou de cinco a seis dias e todos os pacientes usaram imobilização cervical por três meses, tendo sido encaminhados para a fisioterapia de reabilitação após 15 dias da alta hospitalar. 19 Figura 3 Fixação das vértebras dos níveis envolvidos com o sistema de fixação das massas laterais Figuras 4, 5 e 6 Abertura do arco posterior tipo em “porta aberta” e foraminotomia bilateral com drill RESULTADOS Figuras 1 e 2 Ressonância magnética ilustrando a redução do diâmetro sagital da coluna cervical No pós-operatório o tempo médio de seguimento foi de 18 meses, variando de 5 a 40 meses. Nas radiografias de controle observouse o alinhamento vertebral e não houve pseudartrose, tendo sido realizadas com 2, 6 e 12 meses para avaliar a consolidação de artrodese e o alinhamento vertebral (Figuras 7 e 8). A avaliação neurológica no pós-operatório imediato mostrou melhora dos sintomas radiculares e axiais com estabilização clínica neurológica. Posteriormente, ocorreu melhora progressiva do déficit motor dos membros inferiores, da ataxia na marcha e do déficit motor e atrofia muscular dos membros superiores correspondentes ao nível da lesão medular. A melhora foi constatada durante a reabilitação fisioterápica. O exame de ressonância magnética realizado no pósoperatório (média de 2 meses) constatou o alargamento do canal vertebral e a descompressão medular. Os três pacientes com mielomalácia identificados no exame de RM, não mostraram mudança de padrão no sinal apesar da melhora clinica. O diâmetro sagital do canal vertebral ficou de 10 a 13 mm de diâmetro, com aumento variando de 4 a 8 mm ( Figuras 9 e 10). COLUNA/COLUMNA. 2008;7(1):17-22 27_col_7_1.pmd 19 14/3/2008, 16:38 20 Pimenta Junior WE, Daher S, Souza Junior ZA, Cardoso ALP, Moraes FB Figuras 7 e 8 Radiografias em perfil no pós-operatório com dois, seis e 12 meses para avaliar a consolidação de artrodese e o alinhamento vertebral Figura 9 e 10 Ressonância magnética ilustrando o aumento do diâmetro sagital do canal vertebral DISCUSSÃO Para ocorrer a mielopatia cervical espondilótica existem mecanismos estáticos e dinâmicos5. As alterações degenerativas que levam ao estreitamento da circunferência do canal vertebral, apesar de serem estáticas, sofrem mudanças lentas e progressivas com diminuição do canal vertebral. Os mecanismos dinâmicos estão relacionados com a movimentação de flexão e extensão da coluna vertebral que induzem à maior compressão já existente e à tração medular sobre os osteófitos. De uma forma geral os dois mecanismos atuam simultaneamente. O diâmetro normal do canal vertebral cervical de C3 a C7 é cerca de 17 a 18 mm6- 7 e o diâmetro da medula cervical é de 8,5 a 11,5 mm com uma média de 10 mm de diâmetro8. Arnold9 demonstrou correlação entre o diâmetro do canal vertebral com o desenvolvimento de mielopatia. O diâmetro sagital igual ou abaixo de 12 mm é um fator importante para produzir mielopatia. Adams e Logue10 identificaram nos pacientes com mielopatia o canal vertebral variando de 9 a 15mm (em média de 11,8mm). White e Panjabi11 verificaram que o diâmetro do canal vertebral pode ser reduzido a níveis críticos com a flexão e extensão do pescoço (diâmetro funcional do canal vertebral cervical). Em repouso, na posição neutra, o paciente que já tem um canal vertebral cervical estreito pode reduzir ainda mais o seu diâmetro com os movimentos de flexão e extensão, comprimindo ou agravando a compressão medular. Na flexão do pescoço, a medula sofre uma tensão axial e um deslocamento anterior para parte anterior do canal vertebral em direção aos osteófitos posteriores dos corpos vertebrais, podendo resultar em uma potencial indução à isquemia medular pela tensão axial aplicada sobre a medula12 e aumento da compressão anterior da medula pelos osteófitos13. No passado, o tratamento da mielopatia cervical espondilótica consistia na laminectomia de múltiplos níveis e os resultados não satisfatórios deviam-se à incidência de cifose progressiva e piora neurológica14-15. A primeira descrição de laminoplastia expansiva em porta aberta foi realizada por Hirabayahsi 16 em 1983. Posteriormente, surgiram várias outras técnicas entre elas a laminoplastia com abertura média sagital17-18. A laminoplastia preserva os elementos posteriores das vértebras em comparação com a laminectomia, diminuindo o risco de desenvolver cifose nos pós-operatório. São dois os mecanismos de descompressão: primeiro por descompressão posterior direta pela abertura do arco posterior e segundo por descompressão indireta por deslocamento da medula dentro do canal vertebral de anterior para posterior afastandose dos elementos compressivos19. A laminoplastia é um método eficaz para descompressão medular em múltiplos níveis, porém fornece pouca estabilidade imediata propiciando o desenvolvimento futuro de cifose cervical20-22. Com a laminoplastia em “porta aberta” associada à artrodese das massas laterais com instrumentação (placas) é produzida uma descompressão adequada e uma estabilidade imediata, prevenindo o desenvolvimento de cifose cervical e a instabilidade de modo a interferir na progressão do processo degenerativo nos níveis envolvidos23. Houten e Cooper23 relatam um estudo retrospectivo com 38 pacientes com mielopatia cervical espondilótica por espondiloartrose e por ossificação do ligamento longitudinal posterior, mais de dois níveis, tratados com laminectomia e instrumentação com placa das massas laterais, concluindo que este método tem mínima morbidade, excelente descompressão medular, estabilidade da coluna vertebral cervical imediata, prevenindo o desenvolvimento de cifose e retardando a progressão futura da espondilose dos níveis envolvidos. Nesta série de pacientes, não houve diferença na recuperação neurológica dos pacientes entre os que tinham e os que não tinham alteração de sinal medular vistos nos exames. A musculatura posterior da nuca tem um importante papel para estabilização em lordose da coluna cervical como banda de tensão. Para o acesso da coluna cervical posterior faz-se o descolamento da musculatura posterior provocando uma COLUNA/COLUMNA. 2008;7(1):17-22 27_col_7_1.pmd 20 14/3/2008, 16:38 Mielopatia cervical espondilótica - tratamento com laminoplastia e artrodese com sistema de fixação de massa lateral atrofia e frouxidão muscular24, que na laminoplastia e na laminectomia apenas pode propiciar o desenvolvimento de cifose25. Evitar a deformidade cifótica e manter o alinhamento sagital é um fator importante para se ter um excelente resultado cirúgico23. O desenvolvimento de cifose cervical no pósoperatório é um fator que piora o resultado cirúrgico26. Saruhashi et al27 relatam o desenvolvimento de cifose em 30% dos pacientes tratados com laminoplastia sem artrodese, com acompanhamento em média de cinco anos. Outros autores20-22 também referem alteração no alinhamento vertebral cervical no pós-operatório com laminoplastia e laminectomia. A maioria dos pacientes que desenvolvem mielopatia cervical espondilótica é idosa e uma das perguntas que fazemos é sobre a eficácia e os riscos e benefícios da cirurgia nestes pacientes. Shyou28 relata o tratamento de 195 pacientes idosos com mielopatia cervical espondilótica, referindo que não houve diferença significativa na recuperação entre os pacientes com menos de 65 anos do que os com mais de 65 anos de idade. A recuperação é mais lenta nos pacientes com mais de 65 anos de idade do que nos pacientes com menos de 50 anos de idade29. Takahashi e Inoue30 referem que não houve diferença nos resultados cirúrgicos entre os pacientes com mais ou menos de 75 anos de idade. Tanaka et al2 concluíram que o tratamento cirúrgico é indicado para pacientes acima de 80 anos de idade desde que tenham condições clínicas para serem submetidos ao tratamento cirúrgico. Reforçam que os sintomas neurológicos não tenham mais do que três anos e que a incapacidade para deambular seja menor do que três meses. Vários fatores afetam os resultados pós-operatórios da laminoplastia expansiva, entre eles: idade, duração dos 21 sintomas, gravidade da mielopatia (escore pré-operatório na escala JOA) (Sociedade Japonesa de Ortopedia), atrofia da medula espinhal (intensidade de mudança de sinal vista na ressonância magnética) e alinhamento sagital31-33. Porém, há dois fatores de risco que afetam os resultados cirúrgicos. São eles: a intensidade de alteração do sinal medular vista na ressonância magnética e o desenvolvimento de cifose cervical. O paciente que apresente cifose acima de 13 graus pode ter necessidade de descompressão anterior ou correção anterior da cifose como complemento da descompressão posterior19. Neste trabalho foi observado que os maiores aumentos do canal vertebral ocorreram nos casos em que o diâmetro inicial variava entre 5 a 6mm, e os menores aumentos nos casos em que o canal vertebral apresentava diâmetro acima de 8mm. Ou seja, os maiores ganhos no diâmetro do canal vertebral foram nos casos de menores diâmetros e os menores ganhos foram nos casos de maiores diâmetros. CONCLUSÃO O tratamento da mielopatia cervical espondilótica por laminoplastia, associado com artrodese por meio de sistema de fixação das massas laterais é um método seguro e eficaz. Promove descompressão medular e radicular adequada, oferece uma artrodese rígida e mantém o alinhamento da coluna vertebral. Previne o desenvolvimento de cifose no pósoperatório que é um fator de mau prognóstico. Pode ser indicado a todos pacientes com mielopatia cervical espondilótica sintomática independente da idade. A idade avançada do paciente não é contra-indicação para a cirurgia, desde que o paciente tenha condições clínicas para o procedimento. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. Bernhardt M, Hynes RA, Blume HW, White AA 3rd. Cervical spondylotic myelopathy. J Bone Joint Surg Am. 1993; 75(1):11928. Review. Tanaka J, Seki N, Tokimura F, Doi K, Inoue S. Operative results of canal-expansive laminoplasty for cervical spondylotic myelopathy in elderly patients. Spine. 1999; 24(22):2308-12. Stookey B. Compression of the spinal cord due to ventral extradural cervical chondromas. Arch Neurol Psychiatry. 1928; 20:275-91. Clarke E, Robinson PK. Cervical myelopathy: a complication of cervical spondylosis. Brain. 1956; 79(3):483-510. 5. 6. 7. 8. Fehlings MG, Skaf G. A review of the pathophysiology of cervical spondylotic myelopathy with insights for potential novel mechanisms drawn from traumatic spinal cord injury. Spine. 1998; 23(24):2730-7. Burrows EH. 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