28. A trajetória do “pardo” Antonio Ferreira Cesarino (1808-1892) e o trânsito das mercês Autora: Daniela do Carmo Kabengele Data de defesa: 29/06/2012 Orientadora: Maria Suely Kofes Comissão Julgadora: Maria Suely Kofes Rita de Cássia Lahoz Morelli Maurides Batista Macêdo Filha Daniela Tonelli Manica Cristina Maria da Silva Resumo: Este trabalho é uma narrativa histórica em torno da trajetória de Antonio Ferreira Cesarino (1808-1892). O objetivo foi procurar entender porque Cesarino, negro, era classificado sob o designativo “pardo”. Numa visão dialética do contexto social, verificou-se que a classificação de Cesarino na categoria parda se deu devido a uma leitura de sua cor em relação à sua condição social e ações sociais. Além disso, argumento que o termo pardo, operando como modalidade oposicional, era um sinal diacrítico utilizado para enrijecer a diferença. O expressivo desempenho sócio-profissional e o prestígio que Cesarino alcançou ao longo da vida se fez possível também por força de sua condição social, de suas ações e pela prática de mercês e de troca de mercês. Para este trabalho, as mercês e a troca de mercês foram entendidas como préstimos, favores, dádivas, cordialidades, esforços e toda sorte de princípios e práticas úteis e proveitosas que se conectam com as capacidades de dar, receber e retribuir. O cenário escolhido para a análise é móvel, deslocando-se da Vila do Paracatu do Príncipe, noroeste mineiro, para a Vila de São Carlos, futura cidade de Campinas, interior paulista, entre a primeira década do século XIX e os primeiros anos do XX. A trajetória de Cesarino expõe alguns traços pertinentes de sua biografia, compreendendo, em especial, as relações desse homem com a sociedade em que vivia e as disposições presentes nesse campo. Palavras-chaves: Cesarino, Antonio Ferreira; Análise de trajetória; Cor da Pede; Doaçoes; Negros_Brasil – Condições Sociais – Séc. XIX; Äntropologia