Volume 10 - número 2 - Ano 2014 ISSN 1808-9909 Volume 10, n. 2, 2014 PLANT CELL CULTURE & MICROPROPAGATION Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 10, n. 2, p. 21-46, 2014 A revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”, publicada semestralmente pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS (ABCTP), divulga artigos científicos da área de cultura de tecidos de plantas por membros da comunidade científica nacional e internacional. PERMUTA A revista “Plant Cell Culture & Micropropagation” deseja fazer permuta com revistas de áreas afins. ABCTP Universidade Federal de Lavras – Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal – Caixa Postal: 3037 – Lavras – MG – CEP 37200-000 www.abctp.ufla.br FICHA CATALOGRÁFICA Plant Cell Culture & Micropropagation = Cultura de Células & Micropropagação de Plantas. – v. 1, n. 1 (jan./jun. 2005)- .– Lavras : Ed. UFLA, 2005v. il. Semestral (junho e dezembro). Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas (ABCTP) ISSN 1808-9909 1. Cultura de Tecido de Plantas. I. Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas. II. Universidade Federal de Lavras. Departamento de Biologia. Setor de Fisiologia Vegetal. CDD (22a ed.) 580.72405 INDEXADO por: AGRIS AGROBASE Diretoria Presidente – Claudia Ulisses de Carvalho Silva – UFRPE Vice-Presidente – Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho – EMBRAPA Agroindústria Tropical Primeira Secretária – Terezinha de Jesus Rangel Camara – UFRPE Segunda Secretária – Cynthia Cavalcanti de Albuquerque – UERN Primeira Tesoureira – Lilia Gomes Willadino – UFRPE Segundo Tesoureiro – Antônio Carlos Torres – EMBRAPA Hortaliças Comissão Editorial Editor Chefe Renato Paiva – UFLA Conselho Editorial Antônio Carlos Torres – EMBRAPA Hortaliças Renato Paiva – UFLA Secretaria Luciano Coutinho Silva – UFPB Michele Valquíria dos Reis – UFLA Editoração Eletrônica Patrícia Carvalho de Morais – Editora UFLA Renata de Lima Rezende – Editora UFLA Simone de Souza Costa Simão – Editora UFLA Consultoria científica (v.10, n.2, 2014) Ana Silva Ledo – Embrapa Tabuleiros Costeiros Raírys Cravo Herrera – UFPA Paulo Augusto Alemida Santos – UFOPA José Eduardo Brasil Pereira Pinto – UFLA Diogo Pedrosa Correia da Silva – UFLA ISSN 1808-9909 Plant Cell Culture & Micropropagation 1. Enraizamento in vitro e aclimatização do porta-enxerto de ameixeira ‘MR. S. 2/5’. In vitro rooting and aclimatization of ‘MR. S. 2/5’ plum rootstock. Elizete Beatriz Radmann, Cibele Merched Gallo, Cristina Weiserritterbusch, Valmor João Bianchi, Juliana Aparecida Fernando, José Antonio Peters ............................................................................................................ 21 2. Protocolo para produção de plantas duplo-haplóides de genótipos de arroz da subespécie Indica pela cultura de anteras. Protocol for double haploid rice production of Indica subespecie by anther culture. Gilmar Roberto Zaffari, Klaus Konrad Scheuermann, Rubens Marschalek, Dilnei Souza Medeiros, Alexander de Andrade ............................................................................................................................................................ 32 3. Callus induction in leaf explants of Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis. Indução de calos em explantes foliares de Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis. Maurício Reginaldo Alves dos Santos, Josilene Félix da Rocha, Eloísa Santana Paz, Caroline Vivian Smozinski, Wanessa de Oliveira Nogueira, Milene de Castro Melo Guimarães .................................................................... 41 Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 10, n. 2, p. 21-46, 2014 Enraizamentoine aclimatização do porta enxerto... ENRAIZAMENTO vitro E ACLIMATIZAÇÃO DO PORTA-ENXERTO DE AMEIXEIRA ‘MR. S. 2/5’ 21 In vitro ROOTING AND ACLIMATIZATION OF ‘MR. S. 2/5’ PLUM ROOTSTOCK Elizete Beatriz Radmann1, Cibele Merched Gallo2, Cristina Weiser Ritterbusch3, Valmor João Bianchi4, Juliana Aparecida Fernando4, José Antonio Peters4 Prof. Adjunto, UNIPAMPA, Campus Itaqui, Rua Luiz Joaquim de Sá Britto, s/n, Bairro Promorar, Cep. 97650-000. E-mail: [email protected] 2 Doutoranda do curso de Fisiologia Vegetal da UFLA. E-mail: [email protected] 3 Mestranda do curso de Fisiologia Vegetal da UFPel. E-mail: [email protected] 4 Prof. Adjunto, Dep. de Botânica, Instituto de Biologia, UFPel. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected] 1 RESUMO: O porta-enxerto ‘Mr. S 2/5’ é propagado comercialmente na Europa apresentando importantes características agronômicas, porém, por ser um híbrido pentaplóide, não é produzido por meio de sementes, necessitando assim que a propagação seja feita via assexuada.Objetivou-seavaliar o efeito da concentração de AIB e do tempo de permanência de brotações no meio de cultura, sobre o enraizamento e a sobrevivência destas na fase de aclimatização. Brotações com 1,5 cm foram cultivadas em meio MS com metade da concentração dos sais, com diferentes concentrações de AIB (0,0; 0,8; 1,6; 3,2 e 6,4 mg L-1). Após ter estabelecido a melhor concentração de AIB, conduziu-se o segundo experimento, no qual foi avaliado o tempo de permanência (5, 6, 8, 12 e 14 dias) dos explantes no meio MS com metade da concentração de sais, suplementado com 1,6 mg L -1 de AIB. Brotações cultivadas em meio de cultura com 1,6 mg L-1 de AIB por 12 dias, apresentaram porcentagem de enraizamento superior a 85%, e maior porcentagem de plantas sobreviventes na fase de aclimatização foi de 95%. Termos para indexação: prunus cerasifera x Prunus spinosa, raiz, sobrevivência, AIB. ABSTRACT: The plum rootstock ‘Mr. S 2/5´ is propagated commercially in Europe presenting important agronomic traits, however, as a hybrid pentaploid, it is not produced by seed, thus requiring that the the propagation is mainly asexual.This work aimed to evaluate the effects of IBA concentration and the time shoots remain in the culture medium on rooting and their survival during the acclimatization stage. Firstly, shoots with 1.5 cm were cultivated in MS medium with half of salt concentration and different IBA concentration (0.0, 0.8, 1.6, 3.2 and 6.4 mg L-1). After establishing the best IBA concentration, the second trial was carried out by evaluating the time (5, 6, 8, 12 and 14 days) the explants remained in MS medium with half of the salt concentration, supplemented with 1.6 mg L-1 IBA. Shoots cultivated in a culture medium with 1.6 mg L-1 IBA for 12 days presented rooting percentage higher than 85%, and the highest percentage of plants that survived during acclimation was 95%. Index terms: prunus cerasifera x Prunus spinosa, root, survival, IBA. INTRODUÇÃO O enraizamento e a aclimatização do material cultivado in vitro muitas vezes é um fator limitante no processo da micropropagação de plantas lenhosas (BASTOS et al., 2007; BORGES et al., 2012), principalmente em Prunus spp. (DUVAL et al. 2013). A indução e a formação de raízes adventícias são importantes para a posterior transferência das plantas às condições ex vitro para aumentar a sobrevivência das plantas nessa fase (KRISAN, et al., 2007). Para promover a indução de raízes e melhorar o sistema radicular formado, geralmente os meios de cultura são acrescidos de auxina (LIU et al., 2013; SAINI et al., 2013). Neste processo as auxinas mais utilizadas são o ácido indolbutírico (AIB), o ácido naftaleno acético (ANA) e o ácido 3-indolacético (AIA) (SANTOS-SEREJO et al., 2006). Dentre elas, o AIB tem sido eficiente na indução de raízes adventícias em uma grande variedade de espécies frutíferas (RADMANN et al., 2003; ROGALSKI et al., 2003a; COSTA et al., 2008; SCHMILDT et al., 2010), porém uma concentração excessiva no meio de cultura pode ser tóxica, favorecendo a formação de calos na base das brotações, comprometendo a rizogênese, o crescimento da parte aérea, como também a sobrevivência das plantas na fase de aclimatização (RADMANN et al., 2002). (Recebido em 5 de setembro de 2014 e aprovado em 1 de novembro de 2014) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 22 RADMAN, E. B. et al. No Brasil, alguns trabalhos realizados com o gênero Prunus demonstraram que a adição do AIB no meio de enraizamento tem sido eficiente para promover acréscimo na porcentagem de enraizamento (COUTO et al., 2003; ROGALSKI et al., 2003a; VIAGANÓ et al., 2007), bem como o número de plantas sobreviventes após a transferência para as condições ex vitro (ROGALSKI et al., 2003b), porém, segundo estes autores a concentração ótima de AIB varia com a cultivar. Além da concentração de auxina adicionada ao meio de enraizamento, o tempo de exposição dos explantes no meio de cultura também pode ser decisivo para o desenvolvimento do sistema radicular (Negash et al., 2000). O aumento do tempo de permanência das brotações enraizadas em meio de cultivo pode torná-las menos funcionais, podendo levar ao envelhecimento das raízes, prejudicando a sobrevivência quando estas plantas copa e produção precoce, rápido crescimento e raízes profundas, induzindo boa atividade vegetativa ainda nos primeiros anos após a implantação, porém por ser um híbrido pentaplóide, não é produzido por meio de sementes (LORETI et al., 1998), necessitando assim que a propagação seja feita via assexuada. MATERIAL E MÉTODOS As brotações do porta-enxerto‘Mr.S. 2/5’ (Prunus cerasifera x Prunus spinosa) utilizadas para os experimentos de enraizamento foram incialmente estabelecidas in vitro a partir de segmentos nodais em meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) sem regulador de crescimento, e posteriormente multiplicadas em meio MS com 0,5 mg L-1 de BAP e 0,01 mg L-1 para a obtenção de material vegetal para a condução dos experimentos de enraizamento. são aclimatizadas (PEREIRA; FORTES, 2001). Além Experimento 1 - Efeito das concentrações do AIB disso, raízes mais longas também podem prejudicar a Com objetivo de identificar a melhor concentração de AIB no enraizamento in vitro e na aclimatização, brotações apicais com aproximadamente 1,5 cm, oriundos de multiplicações prévias, foram transferidos para meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), contendo mioinositol (100 mg L-1), sacarose (30 g L-1), ágar (7 g L-1), sem regulador de crescimento. Quinze dias após, estes explantes foram transferidos para meio de enraizamento, constituído pelo meio MS com metade da concentração de sais, mio-inositol (100 mg L-1), sacarose (30 g L-1), ágar (7 g L-1) e AIB nas seguintes concentrações (0,0; 0,8; 1,6; 3,2 e 6,4 mg L-1). Após a inoculação dos explantes, os frascos contendo os meios foram transferidos para sala de crescimento, com temperatura de 23°C ± 2°C, permanecendo por cinco dias no escuro e sete dias em fotoperíodo de 16 horas e densidade de fluxo luminoso de 38μmol m-2s-1. Ao final dos 12 dias de cultivo em meio de enraizamento, avaliaram-se, porcentagem de enraizamento, número e comprimento de raízes. Posteriormente, todas as brotações foram transferidas para bandejas plásticas com tampa com capacidade de aclimatização das brotações pelo enovelamento destas. Segundo Mercier (2004), a formação de raízes adventícias ocorre de uma a três semanas, e o processo pode ser dividido em três fases, ou seja, indução, iniciação e alongamento das raízes, sendo cada fase influenciada pela concentração de auxina e o tempo de exposição a este regulador de crescimento. Considerando que no Brasil poucos foram os trabalhos conduzidos com porta-enxertos de Prunus visando estudar tais efeitos na fase de aclimatização, este trabalho teve como objetivo avaliar a influencia da concentração de AIB e do tempo de permanência das brotações no meio de cultura, sobre o enraizamento e a aclimatização de plantas do porta-enxerto de ‘Mr. S 2/5’.Este porta-enxerto foi selecionado na Itália e tem origem incerta, sendo um híbrido que possui características como resistência a asfixia radicular, ao calcárioe a Agrobacterium tumefaciens. Além disso, este porta-enxerto é propagado comercialmente na Europa apresentando importantes características agronômicas como à indução de baixo vigor na cultivar Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 Enraizamento e aclimatização do porta enxerto... um litro, contendo vermiculita de granulometria média, sendo estas mantidas por 30 dias em casa de vegetação com temperatura de 28°C e umidade relativa de 80%. Após trinta dias de aclimatização, foram avaliados o comprimento da maior raiz, comprimento da parte aérea e porcentagem de sobrevivência. O experimento foi conduzido em delineamento completamente casualizado, com cinco tratamentos (0,0; 0,8; 1,6; 3,2 e 6,4 mg L-1de AIB) e seis quatro repetições contendo cinco brotações cada. Os dados obtidos durante o cultivo in vitro foram analisados por regressão polinomial, utilizando o programa WinStat 2.0 (Machado; Conceição, 2003), e os dados da aclimatização analisados de forma descritiva. Experimento 2 - Influência do tempo de cultivo no meio de enraizamento Visando identificar o melhor tempo de cultivo in vitro em meio de enraizamento, na rizogênese e na aclimatização do porta-enxerto Mr. S. 2/5, brotações apicais com aproximadamente 1,5 cm, cultivadas nas mesmas condições do experimento anterior foram inoculadas no meio MS com metade da concentração de sais, suplementado com AIB (1,6mg L-1), mio-inositol (100 mg L-1), sacarose (30 g L-1) e ágar (7 g L-1). Após a inoculação, as brotações foram mantidas em sala de crescimento, com temperatura de 23±2°C, por diferentes tempos em fotoperíodo de 16 horas: [tratamento 1: 5 dias no escuro (5 dias); tratamento 2: 5dias de escuro + 1 dia com fotoperíodo (6 dias); tratamento 3: 5 dias de escuro + 3 dias com fotoperíodo (8 dias); tratamento 4: 5 dias de escuro + 7 dias com fotoperíodo (12 dias); tratamento 5: 5 dias de escuro + 9 dias com fotoperíodo (14 dias)]. Ao final de cada período de cultivo em meio de enraizamento foram avaliados a porcentagem de enraizamento, a porcentagem de indução de primórdios radiculares, número de raiz por brotação e comprimento de raiz, sendo a indução de primórdios radiculares caracterizada pela formação de protuberâncias esbranquiçadas na base dos explantes. Adicionalmente, 23 foram realizados cortes anatômicos da base das brotações com objetivo de avaliar o desenvolvimento do sistema radicular. Para as análises anatômicas, as brotações foram coletadas, fixadas em solução de Karnovsky (KARNOVSKY, 1965, modificado com a utilização de tampão fosfato pH 7,2), desidratadas em série etílica ascendente e infiltradas em resina plástica (Leica Historesin®). As amostras foram seccionadas em micrótomo rotativo manual (ANCAP) com navalha descatável (Feather). As secções com 5 µm de espessura foram coradas com azul de toluidina 0,05% (SAKAI, 1973) em tampão fosfato e citrato (McILVAINE, 1921) pH 4,5 e montadas em resina sintética “Entellan” (Merck®). O experimento foi conduzido da mesma forma que o anterior. Os dados obtidos durante o cultivo in vitro foram analisados por regressão polinomial, utilizando o programa WinStat 2.0 (Machado; Conceição, 2003). RESULTADOS E DISCUSSÃO O enraizamento foi afetado significativamente pelas concentrações de AIB. Quando não se utilizou AIB não houve formação de raízes (Gráfico 1), indicando a necessidade deste regulador para a formação do sistema radicular. Estes resultados corroboram com os obtidos por outros autores, que apontam a necessidade da utilização de auxina no meio de cultura para induzir a formação e a iniciação de raízes adventícias em porta-enxertos de Prunus (COUTO et al., 2003; FOTOPOULOS; SOTIROPOULOS, 2005; VIAGANÓ et al., 2005; MANSSERI-LAMRIOUI et al., 2011),estes autores observaram a não formação de raízes ou porcentagem de enraizamento muito baixa, aproximadamente 5%, em meio de cultura sem AIB.Entretanto, é necessário ajustar a melhor concentração de auxina para obtenção de um sistema radicular funcional e uniforme para que se alcance elevada porcentagem de sobrevivência na fase de aclimatização (SANTOS-SEREJO et al., 2006; COSTA et al., 2008; SCHMILDT et al., 2010). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 24 RADMAN, E. B. et al. GRÁFICO 1 – Porcentagem de enraizamento obtido com o porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, cultivado por 12 dias em meio de enraizamento com diferentes concentrações de AIB. As barras no gráfico indicam o erro padrão. Para a porcentagem de enraizamento, embora se obteve uma resposta quadrática, com o ponto de máxima estimado na concentração de 4,48 mg L-1 de AIB (91.46%), verificou-se um porcentual absoluto de enraizamento similar a este, na concentração de 1,6 mg L-1 de AIB (95%) (Gráfico 1). Apesar de não ter sido observado desenvolvimento de raízes em todas as brotações, para aquelas que não apresentaram raízes visíveis, pôde-se verificar a indução de primórdios radiculares em todos os tratamentos contendo auxina, sendo estes caracterizados como protuberâncias esbranquiçadas na base das brotações. Além disso, nas concentrações mais altas (3,2 e 6,4 mg L-1 de AIB) houve a formação de calo na base do explante. Segundo Pedrotti; Voltolini (2001) quando a concentração de auxina no meio é excessiva, esta pode ser tóxica, induzindo a formação de calo e comprometendo a formação de raízes. Este fato pode explicar a menor porcentagem de enraizamento obtidas nas concentrações mais altas em comparação a 0,8 mg L-1 de AIB. Quanto ao número de raízes, a resposta quadrática inferiu ponto de máxima em 3,8mg L-1 de AIB, ou seja, aproximadamente de 7,5 raízes por brotação (Gráfico 2). Já, raízes formadas a partir 3,2 mg L-1 de AIB, conforme relatado anteriormente apresentaram a formação de calo na base dos explantes e raízes fibrosas, sendo estas características não apropriadas para a fase de aclimatização (RADMANN et al., 2002). Portanto, entre as concentrações testadas, 1,6 mg L-1 de AIB apresentou as melhores respostas, pois além da formação de raízes sem presença de calo, o número de raízes formadas nesta concentração é apenas 0,5 raízes menor que nos explantes cultivados com 3,2 mg L-1 de AIB. Estes resultados estão condizentes com o efeito das auxinas durante a rizogênese, visto que, estas aumentam o enraizamento e melhoram a qualidade do sistema radicular para aquelas espécies que apresentam dificuldade durante este processo até uma determinada concentração. Omaior comprimento de raiz foi encontrado em brotações provenientes do meio contendo 0,8 mg L-1 de AIB, 0,75 cm (Gráfico 3). O maior comprimento de raiz observado na menor concentração de AIB testada pode ser explicado pela influencia da auxina na indução e no crescimento das raízes, pois a presença da auxina é necessária para a fase de indução, conforme se aumenta a concentração, diminui o comprimento das raízes, ou seja, segundo Mercier (2004) a concentração de auxina durante o enraizamento é diferente de acordo com a etapa organogenética, sendo esta necessária na fase de indução radicular, porém, a concentração incialmente favorável a indução pode reduzir ou inibir o crescimento da mesma. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 Enraizamento e aclimatização do porta enxerto... 25 GRÁFICO 2 – Número de raízes obtido por brotação com o porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, cultivado por 12 dias em meio de enraizamento com diferentes concentrações de AIB. As barras no gráfico indicam o erro padrão. GRÁFICO 3 – Comprimento de raiz obtido com o porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, cultivado por 12 dias em meio de enraizamento com diferentes concentrações de AIB. As barras no gráfico indicam o erro padrão. Quando se compara as concentrações de AIB durante o período de aclimatização pode-se observar, que brotações cultivadas em meio de enraizamento com 1,6 mg L-1 de AIB, apresentaram maior porcentagem de aclimatização (95%) (Tabela 1) e maior comprimento de parte aérea (média de 6,7 cm) (Gráfico 4), porém, o comprimento da maior raiz foi observado nas plantas oriundas de meio contendo 0,8 mg L-1 de AIB, média de 11 cm, ou seja acompanhando o resultado obtido in vitro (Gráfico 4). Estes resultados mostram a dependência da indução do enraizamento in vitro na fase de aclimatização do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, pois brotações oriundas de meio sem AIB não sobreviveram após o transplantio para as condições ex vitro. Segundo Campana et al. (1994), Rogalski et al. (2003b) e Bandeira et al. (2012) a adição de auxina no meio de enraizamento tem sido eficiente, promovendo acréscimo na sobrevivência de cultivares de Prunus na fase Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 26 RADMAN, E. B. et al. de aclimatização. No entanto, estes autores também verificaram que concentrações excessivas favorecem a formação de raízes fibrosas e de calo, prejudicando a sobrevivência das plantas nesta fase. De acordo com Santos-Serejo (2006), a formação de raízes fibrosas podem interferir na funcionalidade do sistema radicular, comprometendo assim a aclimatização das plantas, justificando desta forma a redução na porcentagem de sobrevivência, conforme observado naquelas brotações cultivadas em meio com 3,2 e 6,4 mg L-1. Portanto, amaior sobrevivência de plantas e o maior crescimento da parte aérea observada naquelas provenientes do meio com 1,6 mg L-1, possivelmente esta associado a maior porcentagem de explantes enraizados e ao tipo de raiz formada. No entanto, a concentração ótima pode variar de acordo com a cultivar, resultados estes confirmados por Rogalskiet al. (2003b), os quais obtiveram maior sobrevivência com os porta-enxertos de Prunus ‘Capdeboscq’ (92%) e ‘VP411’ (84%), quando estes foram cultivados em meio de enraizamento com 1,0 mg L-1 e 0,1 mg L-1 de AIB, respectivamente. Já, o maior comprimento da raiz observado para aquelas plantas provenientes de meio com a menor concentração de AIB (0,8 mg L-1) possivelmente esta associado ao maior comprimento já observado durante o cultivo in vitro. Com relação ao desenvolvimento do sistema radicular in vitro, aos seis dias de cultivo houve o início na formação de raízes, com 30% dasbrotações com raízes visíveis e 25% com indução de primórdios radiculares (Tabela 2). As maiores respostas para a porcentagem de enraizamento foram observadas com 12 e 14 dias de cultivo in vitro, com 95 e 90% de brotações enraizadas, respectivamente, diferindo significativamente dos demais tratamentos. Embora não tenha ocorrido desenvolvimento de raízes visíveis em todas as brotações cultivadas em meio de enraizamento até 12 e 14 dias de cultivo, pode-se observar a indução de primórdios radiculares nas demais brotações destes tratamentos (Tabela 2). Tabela 1 – Porcentagem de sobrevivência de plantas do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, após 30 dias de aclimatização, provenientes de cultivo in vitro em diferentes concentrações de AIB. AIB (mg L-1) 0 0,8 1,6 3,2 6,4 Porcentagem de sobrevivência 0 40 95 10 20 Gráfico 4 – Comprimento da maior raiz e da parte aérea de plantas do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, após 30 dias de aclimatização, provenientes de cultivo in vitro com diferentes concentrações de AIB. As barras no gráfico indicam o erro padrão. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 Enraizamento e aclimatização do porta enxerto... 27 Tabela 2 – Porcentagem de protuberâncias esbranquiçadas, porcentagem de enraizamento, número de raízes por explante e comprimento de raiz, obtido com o porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, cultivado por diferentes períodos em meio de enraizamento com 1,6 mg L-1 de AIB. Cultivo in vitro (dias) 14 12 8 6 5 Visualização de protuberâncias esbranquiçadas (%) 0b 10 b 30 a 25 b 20 b Percentagem de enraizamento 95 a 90 a 60 b 30 c 0c Número de raízes por explante 11.25 a 7.50 a b 3.25 b c 2.50 c 0.00 c Comprimento de raiz (cm) 0.85 a 0.67 a 0.35 b 0.10 c 0.00 c *Médias seguidas por letras distintas na coluna, diferem entre si (Tukey p≤ 0,05). Com relação ao número e comprimento das raízes formadas, as respostas foram semelhantes às obtidas com a porcentagem de explantes enraizados, ou seja, explantes cultivados por mais tempo (12 e 14 dias) apresentaram os melhores resultados, com 7,5 e 11,25 raízes por explante, e 0,67 cm e 0,85 cm, de comprimento, respectivamente (Tabela 2). Os resultados obtidos no presente trabalho comprovam a influência do tempo de exposição das brotações em meio de enraizamento no desenvolvimento da rizogênese in vitro. De acordo com Mercier (2004), a formação de raízes adventícias ocorre de uma a três semanas, e pode ser dividida em indução, iniciação e alongamento das raízes, sendo que as duas primeiras etapas dependem de auxina no meio de cultura, enquanto que o alongamento pode ser inibido nestas condições in vitro. Porém, no presente trabalho 14 dias de cultivo in vitro não foram suficientes a ponto de inibir o alongamento das raízes, visto que brotações cultivadas em meio durante este período formaram raízes de maior comprimento. Durante o período de aclimatização, verificou-se que brotações cultivadas por 12 dias no meio de enraizamento apresentaram maior porcentagem de sobrevivência (95%). Entretanto, brotações cultivadas no meio de enraizamento por cinco dias não sobreviveram, e brotações cultivadas em meio por 6, 8 e 14 dias, apresentaram 45, 60 e 40% de sobrevivência, respectivamente. Cabe evidenciar que a origemdas raízes adventícias é endógenae direta, ocorrendo a partir de divisões das células cambiais e do parênquima do floema, sendo possível identificar o início de formação dos primórdios radiculares no sexto dia de cultivo in vitro (Figura 1A). No 12° dia observou-se o desenvolvimento do primórdio e o estabelecimento de conexão vascular com o explante (Figura 1B). Esta origem endógena das raízes adventícias e a conexão vascular adequada pode indicar o sucesso na aclimatização do porta-enxerto ‘MR. S. 2/5’, como observado para Gomphrenama crocephal, micropropagada na presença de AIB (MOREIRA et al., 2000). A baixa sobrevivência das plantas cultivadas por períodos inferiores a 12 dias, pode ser atribuída à baixa quantidade de reserva para o crescimento ex vitro (Costa et al., 2008). A avaliação de enraizamento sob diferentes concentrações de AIB emCalliandra brevipes mostrou o armazenamento degrânulos de amido na medula,fator considerado essencial para a formação de raízes adventícias (Mayeret al., 2008). Importante considerar que não se observou a presença deste carboidrato no parênquima medular dos explantes de ‘MR. S. 2/5’ e que, possivelmente, a conexão vascular entre raiz adventícia e explante ainda não era adequada nos períodos inferiores a 12 dias de cultivo in vitro ocasionando baixo índice de sobrevivência. Também é importante salientar que o sistema radicular pouco funcional, seja por baixo tempo de indução ou excesso de exposição ao regulador de crescimento, provoque uma baixa taxa de absorção de água e resultem na morte da planta. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 28 RADMAN, E. B. et al. Figura 1 – Seção transversal do porta-enxerto ‘Mr.S.2/5’ evidenciando o início de formação do primórdio de raiz (A, seta) (A) e a conexão vascular entre raiz adventícia e o explante (B), aos 6 e 12 dias de cultivo in vitro, respectivamente. M = medula; Barras: A = 100 µm; B = 200 µm. Por outro lado, a baixa sobrevivência observada no material cultivado com 14 dias pode ser devido apresença de raízes fibrosas e quebradiças, caraterísticas não apropriadas para a fase de aclimatização (Figura 2). Estes resultados corroboram com Santos-Serejo (2006), os quais suportam a hipótese de que a redução do cultivo em meio de enraizamento pode aumentar e melhorar a aclimatização de plantas na casa de vegetação. Estes autores relataram que a maior sobrevivência com a redução do período de cultivo in vitro esta associada a formação de raízes mais curtas, sendo estas mais adequadas para o transplante, pois além de facilitar o manuseio no momento do transplante, normalmente as raízes estão numa fase de crescimento ativo, o que facilita o pegamento e o posterior desenvolvimento ex vitro das plantas. Resultados positivos quanto a redução do período de permanência em meio de enraizamento foram também evidenciados por Pereira e Fortes (2001), os quais verificaram que o transplante das brotações de macieira mantidas por 12 dias in vitro possibilitou sobrevivência média superior a 90%. Após o período de aclimatização, o comprimento da maior raiz foi observado para as brotações que foram mantidas por 6 dias no cultivo in vitro, com 10,8 cm, enquanto que o maior comprimento da parte aérea foi observado em plantas cultivadas in vitro por 12 dias, com 6,7 cm (Gráfico 5). O maior comprimento dasraízes observado em plantas provenientes de cultivo in vitro por seis dias, devese possivelmente, por estas serem mais curtas, favorecendo o seu crescimento no substrato. Além disso, estas plantas por apresentarem o menor número de raízes formadas durante o cultivo in vitro, apresentaram menor competição entre elas, portanto beneficiando o seu crescimento. O maior comprimento da parte área das plantas provenientes de 12 dias de cultivo in vitro, provavelmente esta associado ao número de raízes formadas e ao tipo de sistema radicular, possibilitando desta forma uma maior absorção de água e de nutrientes pelas raízes, favorecendo o crescimento da parte aérea. A partir dos resultados obtidos no presente trabalho, verificou-se que a presença da auxina no meio de cultura para o enraizamento do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’ é fundamental para estabelecer um protocolo de indução do sistema radicular, visando otimizar o tempo de enraizamento in vitro, porém sem haver perdas significativas de plantas na fase de aclimatização. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 21-31, 2014 Enraizamento e aclimatização do porta enxerto... A B C D 29 E Figura 2 – Brotações enraizadas do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’ provenientes de diferentes períodos de cultivo in vitro, (A) 5 dias, (B) 6 dias, (C) 8 dias, (D) 12 dias e (E) 14 dias. GRÁFICO 5 – Comprimento da parte aérea e da maior raiz do porta-enxerto ‘Mr. S. 2/5’, obtidos a partir de plantas que sobreviveram após 30 dias de aclimatização, provenientes de diferentes períodos de cultivo in vitro. As barras no gráfico indicam o erro padrão. CONCLUSÃO De acordo com as condições em que foram conduzidos os experimentos, pode-se concluir que, o período de cultivo in vitro por 12 dias contendo 1,6 mg L-1 de AIB é recomendado para o enraizamento e aclimatização do porta-enxerto‘Mr.S 2/5’. REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS BANDEIRA, J. de M. et al. Rooting and aclimatization of the Japanese plum tree, cv. América. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.34, n.2, p.597-603, 2012. BASTOS, L. P. et al. Cultivo in vitro de Mangabeira (Hancorniaspeciosa). Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 1122-1124, 2007. Suplemento. BORGES, S.R. et al. Estabelecimento in vitro de clones híbridos de Eucalyptus globulus. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 3, p. 605-616, set., 2012. CAMPANA, B.M. et al. Enraizamento in vitro del porta injerto Damas GF 1869 (Prunus insititia x Prunus spinosa). Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v.16, n.3, p.85-94, 1994. Plant Cell Cult. 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Agrônomo, Dr. Melhoramento, EPAGRI/Estação Experimental de Itajaí, n. 6800, CP 277, CEP 88.318-112, Itajaí, SC, [email protected] 4 Téc. Química, EPAGRI/Estação Experimental de Itajaí, n. 6800, CP 277, CEP 88.318-112, Itajaí, SC E-mail: dilneimedeiros@ epagri.sc.gov.br. 5 Eng. Agrônomo, Dr. Genética, EPAGRI/Estação Experimental de Itajaí, n. 6800, CP 277, CEP 88.318-112, Itajaí, SC, [email protected]. 1 RESUMO A cultura de anteras pode ser utilizada no desenvolvimento de plantas duplo-haplóides em laboratório com a vantagem de obter plantas homozigotas em apenas uma geração. O trabalho teve como objetivo desenvolver um protocolo eficiente de cultura de anteras para a produção de plantas duplo-haplóides a partir de híbridos F1 de arroz da subespécie indica. Panículas de arroz no estádio R2, da cultivar Epagri 109 e dos genótipos SCH-09-1926, SCH-09-1930, SCH-09-2035, SCH-09-1949, SCH-09-1953, SCH-09-1954, SCH-09-1960, SCH-09-12000 e SCH-09-2013, foram utilizadas para avaliar o efeito do horário de coleta da panícula, a maturidade dos micrósporos da antera e a composição do meio de cultura sobre a formação de calos e regeneração de plantas. A maior resposta de formação de calos foi obtida quando a coleta das panículas ocorreu às 8 horas da manhã e a distância entre o colar da folha bandeira e a lígula da última folha era de 8 cm. A frequência de formação de calo variou de 1,33 a 6,67% para a cultivar epagri 109 e de 4 a 18% para os genótipos híbridos F1 e a de regeneração de plantas variou de 1 a 100%, porém ambas as respostas foram dependentes do genótipo e da composição do meio de cultura. O protocolo estabelecido, coleta da panícula às 8 horas no estádio de emborrachamento, com 8 cm entre a última folha e a folha bandeira, anteras cultivadas em meio de cultura N6 adicionado de 4 mg L-1 ANA e 1 mg L-1 CIN para indução de calo e no MS adicionado de 1 mg L-1 ANA e 1 mg L-1 CIN e 1 mg L-1 para regeneração de plantas férteis foi eficiente para obtenção de plantas duplo-haplóide de arroz da subespécie indica. using lab techniques. This study had the objective to establish an efficient protocol to raise double haploid rice plants from F1 indica hybrids using anther culture. Rice panicles at booting stage (R2) were taken from the rice cultivar Epagri 109 and the F1 genotypes SCH-09-1926, SCH-09-1930, SCH-09-2035, SCH-09-1949, SCH-09-1953, SCH-09-1954, SCH-09-1960, SCH-09-12000 e SCH-09-2013. These genotypes were used to evaluate the effect of timing for panicle selection, anther microspores maturity and culture medium composition on the calli formation and plant regeneration. The best response on calli formation was achieved when panicles were selected at 8 am and the distance between the flag leaf collar and ligule of the last leaf was 8 cm. The frequency of calli ranged from 1.33% to 6.67% for the cultivar Epagri 109, and between 4 to 18% for the F1 hybrids, while the plant regeneration ranged from 1 to 100%. Both results were genotype dependent and dependent of the composition of the culture medium. The established protocol collecting the booting stage panicle at 8 am, with 8 cm between the last leaf collar and the ligule of the flag leaf, which anthers were cultured in N6 medium added by 4 mg L-1 NAA and 1 mg L-1 KIN for calli induction and MS medium added by 1 mg L-1 NAA and 1 mg L-1 KIN e 1 mg L-1 BAP for regeneration of normal fertile plants, was efficient to raise double haploid rice plants of indica subspecie. Termos para indexação: Oryza sativa, melhoramento genético, micropropagação. INTRODUÇÃO ABSTRACT Anther culture is a useful tool in the development of homozygous doubled haploid plants in just one generation Index terms: Rice, breeding, micropropagation. A cultura de tecidos in vitro tem sido usada como uma tecnologia de apoio ao melhoramento genético convencional, podendo ser empregada em uma ou em diferentes etapas do desenvolvimento de novas cultivares. (Recebido em 2 de setembro de 2014 e aprovado em 15 de novembro de 2014) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 Protocolo para Produção de plantas... Dentre as técnicas de cultivo in vitro, a cultura de anteras é uma importante ferramenta biotecnológica, utilizada principalmente na obtenção de plantas duplo-haplóides (GERMANA, 2011). A vantagem mais evidente no sistema de duplo-haplóides é a diminuição do tempo necessário para obtenção de linhagens homozigotas em culturas anuais (MORAES-FERNANDES et al., 1999; TORRES et al., 1999). O interesse em trabalhar com a cultura de anteras de arroz é devido à necessidade de aumentar a eficiência da seleção nas primeiras gerações de autofecundação, que é muito baixa, devido principalmente, à ocorrência de alelos dominantes em heterozigose (BORÉM, 2009; BECKER, 2011). Ao eliminar o mascaramento causado pela heterozigose na planta duplo-haplóide, tem-se a vantagem de ampliar a eficiência de seleção, facilitando a identificação de genótipos fenotipicamente uniformes (KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002). 33 que, a interação de fatores bióticos e abióticos como o genótipo, o estádio de desenvolvimento do pólen, o tratamento de frio das anteras, a composição do meio de cultura e o momento em que é realizada a coleta de pólen, influenciam diretamente na resposta morfogenética in vitro (SILVA, 2010). Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um protocolo de cultura de anteras para ecotipos de arroz da subespécie indica, cultivados em região subtropical, que possibilite a obtenção rotineira de plantas duplo-haplóides a partir genótipos F1. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Epagri na Estação Experimental de Itajaí em Santa Catarina. Panículas de arroz da cultivar Epagri 109, safra 2009/2010, foram coletadas de plantas no estádio R2 (emborrachamento) quando apresentavam micrósporos no estádio uninucleado As plantas duplo-haplóides podem ser obtidas tardio ou binucleado precoce. Coletou-se panículas em por via ginogênica ou androgênica. A androgênese dois horários do dia (8 e 12 horas) e em duas fases de consiste na regeneração in vitro de uma planta a partir desenvolvimento de planta (6 e 8 cm de distância entre a de micrósporos imaturos – grãos de pólen presentes na aurícula da folha bandeira e a última folha). As panículas antera. A cultura de micrósporos pode reverter o programa foram mantidas com a base imersa em água a 10ºC de desenvolvimento gametofítico para esporofítico, por 7 dias, em frasco coberto com saco plástico. Em permitindo a geração de plantas duplo-haplóides (SILVA, seguida, em câmara de fluxo lâminar, as panículas foram 2010). Muitas das respostas morfogenéticas da formação lavadas em água destilada, posteriormente imersas em de calos (massas celulares indiferenciadas) e regeneração álcool 70% (v/v) por 1 minuto, e então mantidas por in vitro de plantas duplo-haplóides a partir de anteras 20 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 4% são dependentes do genótipo, sendo que normalmente (v/v). Após essa desinfestação, o material foi lavado três genótipos da subespécie japônica respondem melhor do vezes em água destilada esterilizada, permanecendo 60 que os da subespécie indica (RAINA, 1997; TALEBI et minutos imerso até a manipulação. As panículas foram al, 2007). A baixa resposta androgênica da subespécie divididas em três regiões: apical, mediana e basal. A indica de arroz na produção de plantas duplo-haploides extração das anteras de cada região foi realizada em (SENADHIRA et al, 2002) tem limitado a utilização desta câmara de fluxo laminar. As anteras foram mantidas em técnica como uma ferramenta auxiliar no melhoramento placas de petri contendo água estéril até a transferência genético, principalmente em ecotipos cultivados em para o meio de cultivo. Para a formação de calos, 75 anteras foram inoculadas em placas de petri contendo dois meios de cultura semi-sólidos N6 + 2,0 mg L-1 2,4-D + 2,0 mg L-1 ANA + 0,5 mg L-1 CIN (MC8) e N6 + 4,0 mg L-1 regiões tropicais e subtropicais. Ajustes das condições pré e pós-cultura das anteras são necessários para a obtenção de maiores porcentagens de indução de calo e de regeneração de plantas, uma vez Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 34 ZAFFARI, G. R. et al. ANA + 1,0 mg L-1 CIN (MC9). Esses meios de cultura foram constituídos pelos sais de CHU et al. (1978) (N6), adicionados de sacarose 50 g L-1, ágar-agar 0,7% e pH 5,8; além da adição de reguladores de crescimento (Tabela 1). Após o plaqueamento das anteras inteiras, as culturas foram mantidas em sala escura por 120 dias a 25 ± 1°C. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com 75 repetições. para vasos plásticos contendo casca de arroz calcinada, irrigadas uma vez por semana com solução nutritiva MS diluída 1:10, permanecendo por 15 dias na sala de crescimento, à temperatura de 25 ± 1ºC e fotoperíodo de 16 horas, cobertas com plástico. Posteriormente, as plantas foram transferidas para casa de vegetação, permanecendo até o final do ciclo da cultura. Em um segundo experimento, 50 anteras da panícula inteira, coletadas em nove híbridos F1 da Tabela 1 – Composição dos meios de cultura N6 (Chu et al, 1978) utilizados para o cultivo das anteras de arroz durante a formação de calos (MC). 2,4-D (ácido 2,4 diclorofenoxiacético); ANA (ácido naftaleno acético); CIN (cinetina). Tratamento MC1 MC2 MC3 MC4 MC5 MC6 MC7 MC8 MC9 Meio de cultura N6 N6 N6 N6 N6 N6 N6 N6 N6 Regulador de crescimento (mg L-1) 2,4-D ANA CIN 0,5 1 2 4 0,5 1 2 - 2 2 2 2 2 2 2 4 0,5 0,5 0,5 1 Para a regeneração de plantas, os calos com tamanho ≥ 2 mm de diâmetro foram transferidos para os meios semi-sólido MS + 1,0 mg L-1 ANA + 1,0 mg L-1 BAP + 1,0 mg L-1 CIN, sacarose 30 g L-1, ágar-agar (0,7%) e pH 5,8 (MR1) e MS 50% + 1,0 mg L-1 ANA + 1,0 mg L-1 BAP + 0,5 mg L-1 CIN, sacarose 20 g L -1, ágar-agar (0,7%) e pH 5,8 (MR2), constituídos pelos sais de Murashige & Skoog (1962) (MS) e mantidos em sala de crescimento à temperatura de 25 ± 1ºC e fotoperíodo de 16 horas, com luz branca fria fluorescente, de intensidade de 30 mmol.m2.s-1. As plantas regeneradas foram transferidas para meio semi-sólido MS, permanecendo 30 dias, para o desenvolvimento do sistema radicular. Em seguida foram transplantadas subespécie indica, SCH-09-1926, SCH-09-1930, SCH09-2035, SCH-09-1949, SCH-09-1953, SCH-09-1954, SCH-09-1960, SCH-09-12000 e SCH-09-2013, foram cultivadas em nove meios de cultura para a formação de calos (Tabela 1), com o objetivo de avaliar a melhor resposta dos genótipos. A coleta das panículas foi realizada às 8 e às 10 horas da manhã, quando a distância entre a aurícula da folha bandeira e a última folha era de 8 cm. Os procedimentos para a desinfestação, extração e cultivo das anteras foram os mesmos descritos anteriormente. Após sete dias do cultivo, os calos foram transferidos para os meios semi-sólidos de regeneração de planta MR1 e MR2. As culturas foram incubadas durante 90 dias, e as plantas regeneradas foram enraizadas e aclimatizadas nas mesmas condições descritas anteriormente. O delineamento experimental foi o inteiramente causalizado com 50 repetições. Como fomação de calo foi considerada toda massa celular diferenciada na antera, independente do número de massas por anteras, visualizada em estereomicroscópio. A frequência de formação de calos, de calos viáveis e de regeneração de plantas foi calculada da seguinte maneira: Frequência de formação de calos (%) = número de anteras que formaram calos/número de anteras inoculadas x 100; Frequência de formação de calos viáveis (%) = número de calos viáveis/número de calos formados x 100; Frequência de regeneração de plantas verdes ou albinas (%) = número de plantas verdes ou albinas regeneradas/número de calos viáveis x 100. Para efeito de análise estatística, os dados de percentagem dos parâmetros avaliados foram transformados em arcoseno Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 Protocolo para Produção de plantas... raiz (x). Os dados foram submetidos á análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO A transformação dos dados percentuais e a comparação das médias pelo teste de Tukey não apresentou diferença significativa entre os tratmentos, para as variáveis analisadas. Entretanto, foi observado que anteras coletadas a 8 cm em relação ao colar da folha bandeira apresentavam o melhor estádio fisiológico, com anteras mais responsivas a formação de calos e o tempo em dias para a formação foi muito variável (Tabela 2). Em relação ao horário de coleta, os melhores resultados de formação de calo foram obtidos às 8 horas da manhã e principalmente nas regiões apical e mediana 35 da panícula de arroz, 6,67 e 5,33%, respectivamente. Entretanto, a região basal também apresentou formação de calo, porém em menor índice, 2,67 % (Tabela 3). Segundo Silva (2010) o estádio de desenvolvimento do micrósporo é crítico para a eficiência da indução haplóide ou duplo-haplóide. Possivelmente, a coleta as 8 horas da manhã, de paniculas a 8 cm entre o colar da folha bandeira e a lígula da última folha representa a melhor condição fisiológica dos micrósporos entre o estádio uninucleado tardio e o binucleado precoce (JAHNE & LORZ, 1995). Os resultados obtidos no presente trabalho corroboram com Reynolds (1997) que afirma que fatores abióticos tornam o micrósporo competente para a androgênese. A condição fisiológica da planta doadora das anteras parece ser determinante na resposta morfogenética in vitro do processo esporofítico. Tabela 2 – Frequência da formação de calos em anteras de Oryza sativa L., cultivar Epagri 109, safra 2009-2010, no cultivo in vitro, em meio N6 (Chu et al., 1978). Fase do Horário da desenvolvimento* coleta (hora) Região da panícula Frequência da formação de calo Tempo de formação do calo (%) (dias) Meio de cultura MC8 1,33 1,33 Meio de cultura MC9 MC8 107 107 84 08:00 Apical Mediana Basal MC9 1,33 12:00 Apical Mediana Basal - - - - 08:00 Apical Mediana Basal 6,67 5,33 2,67 - 99 108 112 - 12:00 Apical Mediana Basal 1,33 1,33 92 106 6 cm 8 cm * Distância da aurícula da folha bandeira à penúltima folha no estádio R2 (emborrachado); MC9= N6 + 4,0 mg L-1ANA + 1,0 mg L-1 CIN; MC8= N6 + 2,0 mg L-1ANA + 0,5 mg L-1 CIN + 2,0 mg L-1 2,4-D; 2,4-D (ácido 2,4 dicloofenoxiacético); ANA (ácido naftaleno acético); CIN (cinetina). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 36 ZAFFARI, G. R. et al. A resposta das anteras favorável a formação de calo, possivelmente pode ter sido influenciada pela nutrição, pela hora do dia, pelo comprimento do dia, pela radiação solar e pelas temperaturas noturnas que a planta foi submetida (RAINA, 1997). No presente trabalho, os melhores resultados para a formação de calos foram obtidos com a relação 2,4-D:ANA de 1:4, porém adicionada de 0,5 mg L-1 CIN e com 1:1:1 e 1:2:2 entre CIN:BAP:ANA para a regeneração de plantas. Estes resutlados corroboram com Rukmini et al. (2013) que obtiveram formação de calo com 1:4 entre os tipos de auxinas 2,4-D e ANA e regeneração de plantas com a proporção 1:3:1 das citocininas CIN, BAP e auxina ANA. Os calos obtidos a partir das anteras da cultivar Epagri 109 e dos Híbridos F1 apresentaram frequência média de regeneração de plantas de 100 a 1520% (Tabela 4). A maior capacidade morfogenética na regeneração de plantas foi obtida com o híbrido F1 SCH-09-2013 para plantas verdes e com o SCH-09-1954 para plantas albinas, 1520 e 917, respectivamente. Os resultados da frequência de regeneração de plantas evidenciam que a resposta morfogenética dos calos é do tipo genótipo-dependente. Os mesmos efeitos interativos do genótipo com o meio de cultura sobre a resposta para a indução de calo e a regeneração de plantas, também foram observados nas variedades de arroz da subespécie indica por Talebi et al. (2007) e Javed et al. (2007). Ao final do ciclo da cultura em casa de vegetação e a campo, as plantas duplo-haplóides apresentaram diferentes graus de fertilidade; plantas férteis, plantas parcialmente férteis e plantas completamente estéries. Entretanto, as plantas férteis cultivadas no campo produziram uma quantidade de sementes dentro do esperado (100 a 150 sementes/panícula) para os genótipos testados (Figura 1). Tabela 3 – Frequência da formação de calos a partir do cultivo in vitro de anteras de nove genótipos híbridos F1 de Oryza sativa L, safra 2010-2011, em meio semi-sólido N6 (Chu et al, 1978), acrescido de reguladores de crescimento, após 90 dias de cultivo. Meio de cultura N6 MC1 MC2 MC3 MC4 MC5 MC6 MC7 MC8 MC9 Regulador de crescimento (mg L-1 ) 2,4-D 0,5 1 2 4 0,5 1 2 - ANA 2 2 2 2 2 2 2 4 CIN 0,5 0,5 0,5 1 Genótipo com formação de calo (%) 8h 22,22 66,66 44,44 22,22 10 h 11,11 44,44 22,22 22,22 - Frequência de Tempo para formação formação de calo de calo (dia) (%) 8h 8 18 18 4 10 h 9 8 8 - 2,4-D (ácido 2,4 dicloofenoxiacético); ANA (ácido naftaleno acético); CIN (cinetina). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 8h 45 58 51 59 10 h 47 50 50 50 - Protocolo para Produção de plantas... 37 Tabela 4 – Frequência de regeneração de plantas de Oryza sativa L., a partir de calos de anteras da cultivar Epagri 109, safra 2009-2010 e de híbridos F1, safra 2010-2011, cultivados em meio de cultura Murashige e Skoog (1962) (MS) acrescido de reguladores de crecimento, após 30 dias de cultivo in vitro. Meio de cultura Número de calos inoculados Genótipo Calo com regeneração de planta (%) Frequência de regeneração de planta (%) Verde Albina Epagri 109 6 50 0 100 MR1 SCH-09-1960 1 100 200 0 SCH-09-2013 5 60 1520 500 SCH-09-2035 7 2 0 214 Epagri 109 5 40 450 0 SCH-09-1954 6 1 0 917 SCH-09-2035 7 50 171 MR2 0 MR1 = MS + 1,0 mg L ANA + 1,0 mg L BAP + 1,0 mg L CIN, sacarose 30 g L ; MR2 = MS 50% + 1,0 mg L ANA + 1,0 mg L-1 BAP + 0,5 mg L-1 CIN, sacarose 20 g L-1; ANA (ácido naftaleno acético); CIN (cinetina); BAP (benzilaminopurina). -1 -1 -1 -1 -1 Figura 1 – Etapas sequenciais do processo de cultura de anteras de arroz para a produção de plantas duplo-haplóides: (a) - Panícula no estádio R2; (b) - Formação de calo a partir dos micrósporos da antera; (c) - Planta regenerada a partir do calo; (d) - Crescimento da parte aérea e do sistema radicular da planta; (e) - Plantas duplo-haplóides aclimatizadas e cultivadas em vasos na casa de vegetação; (f) - Plantas duplo-haplóides férteis, com sementes, cultivadas a campo. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 32-40, 2014 38 ZAFFARI, G. R. et al. CONCLUSÕES A resposta androgênica dos genótipos híbridos F1 de arroz da subespécie indica para a formação de calos e a regeneração de plantas duplo-haplóides é influenciada pela hora da coleta da panícula, pelo estádio de maturação dos micrósporos na antera e pela composição do meio de cultura. As anteras de arroz coletadas às 8 horas da manhã, no estádio R2 com 8 cm de distância entre a aurícula da folha bandeira e a última folha possuem maior capacidade de resposta morfogenética na obtenção de plantas duplohaploides. A maior relação auxina:citocinina no meio de cultura promove a formação de calo e a menor relação a regeneração de plantas duplo-haplóides. O protocolo de cultura de anteras para a produção de plantas duplo-haplóides de ecotipos de arroz da subespécie indica, cultivados em região subtropical, é viável e pode ser utilizado para a obtenção de linhagens homozigotas em programa de melhoramento genético. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a FAPESC e o CNPq pelo financiamento da pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, H. Pflanzenzüchtung. Stuttgart, Eugen Ulmer KG, 2011. 368p. BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de Plantas. 5ª ed. ver. rev. e ampl.. Viçosa: Ed UFV, 2009. 529p. JAHNE, A.; LORZ, H. Cereal microspore culture. Plant Science, Sofia, v. 109, p. 1-12, 1995. JAVED, M.A.; ISHI, T.; KAMIJIMA, O.; et al. The role of alternating culture temperatures and maltose in enhancing anther culture efficiency of salt tolerant indica rice (Oryza sativa L.) cultivars, Pokkali and Nona Bokra. Plant Biotechnology Journal, Oxford, v. 24, p.283-287, 2007. KALTCHUK-SANTOS, E. ; BODANESE-ZANETTINI, M.H. 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JARVIS Maurício Reginaldo Alves dos Santos1, Josilene Félix da Rocha2, Eloísa Santana Paz3, Caroline Vivian Smozinski4, Wanessa de Oliveira Nogueira3, Milene de Castro Melo Guimarães3 Doutor – Embrapa Rondônia – Caixa Postal 127 – 76815-800 – Porto Velho, RO – [email protected] Bióloga, Doutoranda em Biotecnologia Vegetal – Universidade Federal de Lavras, UFLA – Caixa Postal 3037 – 37200-000 – Lavras, MG – [email protected] 3 Bióloga, Mestranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – Universidade Federal de Rondônia, UNIR – Porto Velho, RO – [email protected], [email protected], [email protected] 4 Graduanda em Ciências Biológicas, Bolsista PIBIC/CNPq – Embrapa Rondônia – Porto Velho, RO – [email protected] 1 2 ABSTRACT Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis is a perennial plant native to the Amazonian Rainforest. This species is used in Brazilian folk medicine for the treatment of diabetes, which has motivated several botanical, chemical and pharmacological studies. The objective of this research was to develop a protocol for callus induction in leaf explants of C. verticillata, aiming to provide support for further establishment of cell suspension systems for in vitro production of secondary metabolites. The leaves were cut into 1 cm2 explants, individually inoculated in test tubes on Murashige & Skoog culture medium supplemented with 3.0% sucrose, 0.6% agar, 2,4-D (0, 1, 2, and 4 mg L-1) and BA (0, 1, 2, and 4 mg L-1) in factorial combinations. On the 42nd day after inoculation, callus induction, percentage of the leaf area covered by callus cells (%LACC), and fresh weight of the explants were evaluated. No callus induction was observed without growth regulators. All the other treatments resulted in 100% induction. However, 2,4-D caused tissue necrosis in all the explants. In the media supplemented with BA and in the absence of 2,4-D, explants did not necrose and callus growth occurred. Highest percentages of LACC were observed in the media supplemented with 1.0 and 4.0 mg L-1 BA, in which all the explants presented 100% of the explant area covered by callus cells. The greatest fresh mass, 18.19 g, was achieved with 4.0 mg L-1 BA in the culture medium. Index terms: Callogenesis, medicinal plant, secondary metabolites. RESUMO Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis é uma planta perene nativa da Floresta Amazônica. Possui hábito herbáceo, escandente ou trepador. É utilizada na medicina popular brasileira para o tratamento de diabetes, o que tem motivado diversos estudos botânicos, químicos e farmacológicos. O objetivo desta pesquisa foi desenvolver um protocolo para indução de calos em explantes foliares de C. verticillata, visando subsidiar o futuro estabelecimento de sistemas de células em suspensão para a produção de metabólitos secundários in vitro. As folhas foram segmentadas em explantes de 1 cm2, os quais foram individualmente inoculados em tubos de ensaio contendo meio de cultura Murashige & Skoog suplementado com 3,0% de sacarose, 0,6% de ágar, 2,4-D (0, 1, 2 e 4 mg L-1) e BAP (0, 1, 2 e 4 mg L-1) em combinações fatoriais. No 42º dia após a inoculação, foi avaliada a indução de calos, a porcentagem da área foliar coberta por células de calo (%AFCC) e o peso fresco dos explantes. Não se observou indução de calos sem reguladores de crescimento. Os demais tratamentos resultaram em 100% de indução. Porém, 2,4-D causou necrose tecidual em todos os explantes. Nos meios suplementados com BAP e na ausência de 2,4-D, os explantes não necrosaram e os calos cresceram. As maiores porcentagens de AFCC foram observadas nos meios suplementados com 1,0 e 4,0 mg L-1 de BAP, nos quais todos os explantes apresentaram 100% da área do explante coberta por células de calo. A maior massa, 18,19 g, foi obtida com 4,0 mg L-1 de BAP no meio de cultura. Termos para indexação: Calogênese, planta medicinal, metabólitos secundários. INTRODUCTION Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis is a perennial plant native to the Amazonian Rainforest. Its habit is herbaceous, scandent or climbing (LORENZI & MATOS, 2008). In Brazil, it is colloquially known as “insulin” (BRAGA et al., 2011) due to its use in the Brazilian folk medicine for the treatment of diabetes, which has motivated several botanical, chemical and pharmacological studies (BELTRAME et al., 2001; PEPATO et al., 2003; BARBOSA-FILHO et al., 2005). Its hypoglycemic action was confirmed under laboratory (Recebido em 28 de maio de 2014 e aprovado em 10 de dezembro de 2014) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 41-46, 2014 42 SANTOS, M. R. A. dos et al. conditions by the administration of the tea made from by cutting the leaves into 1 cm2 pieces in sterile Petri its leaves to normoglycemic rats (BARBOSA et al., dishes. The leaf explants were individually inoculated 2002). It is also employed in cases of abscesses, muscle with the adaxial surface up in test tubes containing 10.0 inflammation, epilepsy, stroke, hypertension, and used to mL of MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) medium promote blood circulation (VASCONCELOS et al., 2007). supplemented with 3.0% (w/v) sucrose, 0.6% (w/v) In relation to its antifungal activity, studies have shown the agar, and factorial combinations of the growth regulators potential of the hydroalcoholic extract of C. verticillata 2,4-dichlorophenoxyacetic acid (2,4-D) (0.0, 1.0, 2.0, and leaves against four Candida species (BRAGA et al., 2011). 4.0 mg L-1) and benzylaminopurine (BA) (0.0, 1.0, 2.0, and The use of phytotherapy as an alternative to 4.0 mg L-1), totaling 16 treatments. The pH of the medium synthetic medicines and the increasing investment was adjusted to 5.8 before addition of agar followed by in research towards new active principles demand autoclaving at 121°C for 20 minutes. All the cultures studies on the establishment of in vitro cell suspension were incubated in a growth chamber at 24±1°C under cultures for the production of relevant substances from 50 µmol.m-2.s-1 photosynthetic photon flux density light a pharmacological standpoint (ARNALDOS et al., provided by cool white fluorescent tubes, with a 16 h.d-1 2001; LIMA, 2008; MORAIS et al., 2012). Secondary photoperiod. Treatments were arranged in a completely metabolites can be produced in significant amounts in cell randomized design, each one of the 16 treatments with suspension systems, often surpassing the levels achieved four replications, each replication represented by four by intact plants, without agricultural problems such as test tubes with one explant, totaling 256 explants. The seasonality and the need for pesticides, among others. evaluations of callus induction, percentage of the leaf Moreover, production in these systems can be maximized area covered by callus cells (%LACC), and fresh weight by genetic breeding and operational adjustments of the in of the explants were performed 42 days after inoculation. vitro conditions (MORAIS et al., 2012; OLIVEIRA et al., Each explant was carefully cleaned with tissue paper and 2009; CID, 1998). weighed in an analytical scale. Three evaluators attributed The objective of this research was to develop scores of 1, 2, 3, and 4 to explants whose leaf area was a protocol for callus induction in leaf explants of C. covered by callus cells in the proportions of 0-25%, 26- verticillata, aiming to provide support for the establishment 50%, 51-75%, and 76-100%, respectively (LAMEIRA et of cell suspension systems for in vitro production of al., 1997). All collected data were submitted to analysis of secondary metabolites. variance, and the means were compared by Tukey’s test MATERIAL AND METHODS The experiments were carried out at the Laboratory of Plant Tissue Culture of Embrapa, in Porto Velho, (P ≤ 0.05). Analyses were carried out by using the Biostat 5.0 statistical program. RESULTS AND DISCUSSION Rondonia, Brazil. Leaves were collected from 12 month Seven days after inoculation all concentrations of old plants cultivated under greenhouse conditions, 30% 2,4-D and BA caused tumescence in 100% of the explants, shading and watering three times a day. At the laboratory, which was not observed in the treatment without growth they were washed with running tap water and a detergent regulators. However, 2,4-D caused a toxic effect with agent for five minutes and then immersed in 70% (v/v) tissue necrosis in all the explants, which started at the ethanol for one minute and soaked in a 5.0% (w/v) calcium portion in contact with the media. In all the treatments hypochlorite solution for 30 minutes, and then rinsed where this growth regulator was not present no necrosis three times with sterile water. Explants were produced was observed, including the experimental control. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 41-46, 2014 Callus induction in leaf explants... At 14 days after inoculation no callus induction was observed in the control treatment. All the other treatments resulted in 100% induction. Necrosis in 2,4-D treatments increased considerably, impeding the growth of the callus. In the media supplemented with BA and in the absence of 2,4-D, explants did not necrose and the callus growth was noticeable. On the 42nd day after inoculation, no necrosis or callogenesis was observed on the experimental control. The explants were still green, without alterations. The explants and callus that had been grown in media supplemented with 2,4-D necrosed completely. The utilization of BA in all concentrations, in the absence of 2,4-D, resulted in induction and growth of friable white callus (Figure 1). Specifically in relation to callus induction, the treatments with growth regulators did not differ, for all of them caused 100% of callus induction (Table 1). In general, slightly similar concentrations of auxin and citocinin in the culture medium promote callus induction, but the responses to the interaction of these classes of growth regulators can vary according to the regulator, explant and genotype peculiarities (CORDEIRO et al., 2007). They can act together in synergistic interaction 43 or not, leading to the dedifferentiation (SANTOS, 2001). However, in this study the highest percentages of LACC were observed in the media supplemented with 1.0 and 4.0 mg L-1 BA, in which all the explants had 100% of the explant area covered by callus cells. Rodrigues & Almeida (2010) also observed a positive effect of BA alone on callus induction in leaf explants of Cissus sicyoides L. in MT (MURASHIGE & TUCKER, 1969) solid medium. The researchers supplemented the medium with 1.0 mg L-1 NAA and 2.0, 4.0, 6.0, and 12.0 mg L-1 BA. The concentration of 4.0 mg L-1 BA promoted the highest number of compact callus while the highest number of friable callus was achieved with 12.0 mg L-1 BA. Nevertheless, the concentration of 6.0 mg L-1 BA resulted in the highest number of explants with 100% of their area covered by callus cells. Lima et al. (2008) observed the opposite in a study on callus induction in leaf explants of Croton urucurana Baill. The authors studied the interaction of different concentrations and combinations of 2,4-D, TDZ, BA and NAA and observed that the use of BA without combination or with NAA did not promote callogenesis, while 2,4-D alone resulted in callus induction with the highest callus fresh mass. Figure 1 – Callus induced in leaf explant of C. verticillata on MS medium with 4.0 mg L-1 BA, 42 days after inoculation. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 41-46, 2014 44 SANTOS, M. R. A. dos et al. Table 1 – Percentages of callus induction and leaf area covered by callus cells (%LACC) in leaf explants of C. verticillata submitted to factorial combinations of 2,4-D and BA in MS medium, 42 days after inoculation. %LACC BA (mg L-1) 2,4-D (mg L-1) Callus induction (%)* 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 0 1 2 4 0 1 2 4 0 1 0b 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 0-25% 0e 0e 0e 0e 0e 0e 5.9 de 37.5 b 0e 1.7 c 26-50% 0h 58.8 bc 94.4 a 100.0 a 0h 11.8 f 58.8 bc 43.8 d 0h 66.7 b 51-75% 0g 41.2 c 5.5 gh 0f 0f 70.6 a 29.4 d 12.5 fg 18.8 ef 11.1 fg 76-100% 0d 0d 0d 0d 100.0 a 17.6 c 5.9 d 6.3 d 81.2 b 5.6 d 2 2 4 4 4 4 2 4 0 1 2 4 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 100.0 a 33.3 b 50.0 a 0e 0e 6.2 de 14.3 cd 40.0 d 50.0 cd 0h 0h 6.2 fg 28.6 e 26.7 de 0f 0f 23.5 de 62.6 ab 57.1 b 0d 0d 100.0 a 76.5 b 25.0 c 0d *Averages followed by the same letter within the same column do not differ by Tukey’s test at 5.0%. Santos et al. (2010) utilized factorial combinations of NAA and IBA to induce callus in leaf explants of Coffea canephora cv. Conilon. The authors observed a positive interaction between the two regulators and reported that the half strength MS medium supplemented with 2.0 mg L -1 NAA + 5.0 mg L -1 IBA resulted in callogenesis in all the explants and the highest LACC. Thomé et al. (2004) studied the micropropagation of Kalanchoe blossfeldiana Poelln. and observed 100% of callogenesis in leaf explants by using 1.0 mg L-1 BA + 0.03 mg L-1 NAA with subsequent organogenesis in two cultivars, Gold Trike and Klabat. Considering the convergence of certain data obtained in relation to the percentage of callus induction and the LACC, the fresh mass was studied in order to access information about the callus cell proliferation. The greatest fresh mass, 18.19 g, was achieved with 4.0 mg L-1 BA in the culture medium (Table 2). The supplementation with 1.0 and 2.0 mg L-1 BA resulted in 14.03 and 12.33 g of fresh mass, respectively. The highest fresh weight of callus induced in leaf explants and lateral buds of Ducrosia anethifolia, a medicinal plant native to Iran, was achieved by Kermanshahi et al. (2012) in MS medium supplemented with 2.0 mg L-1 NAA + 1.0 mg L-1 BA. The fresh mass of callus obtained from leaf explants of Cleome viscosa was evaluated by Anburaj et al. (2011). The authors achieved the highest fresh mass in MS medium supplemented with 2.0 mg L-1 IAA. Porto et al. (2014) evaluated the fresh mass of callus from cotyledon leaves of Sthyphnodendron adstringens (Mart.) Coville and observed the highest weights in MS medium with 0.5 mg L-1 TDZ and 2.0 mg L-1 KIN + 0.5 mg L-1 Picloram. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.10, n.2, p. 41-46, 2014 Callus induction in leaf explants... Table 2 – Total fresh mass of C. verticillata explants submitted to factorial combinations of 2,4-D (0.0, 1.0, 2.0 and 4.0 mg L-1) and BA (0.0, 1.0, 2.0 and 4.0 mg L-1), 42 days after inoculation. BA (mg L-1) 2,4-D (mg L-1) 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 4 4 4 4 0 1 2 4 0 1 2 4 0 1 2 4 0 1 2 4 TOTAL FRESH MASS (g)* 0.91 g 5.42 cdef 3.95 ef 2.78 fg 14.03 b 7.81 c 6.09 cde 5.51 cdef 12.33 b 5.22 cdef 4.63 def 3.39 efg 18.19 a 11.82 b 7.62 cd 5.73 cdef *Averages followed by the same letter within the same column do not differ by Tukey’s test at 5.0%. CONCLUSIONS BA and 2,4-D are effective for callus induction in leaf explants of Cissus verticillata, however, 2,4-D causes necrosis of the explants, which impedes the callus growth. The utilization of 4.0 mg L BA results in high -1 callus proliferation, covering 100% of the explant area, with an average of 18.19 grams of fresh mass in 42 days of cultivation. ACKNOWLEDGMENTS The authors wish to thank CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel) for providing scholarships to J.F. Rocha, W.O. Nogueira and M.C.M. Guimarães, and to CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 45 e Tecnológico – National Council for Scientific and Technological Development) for providing a scholarship to C.V. Smozinsky. Financial support was also provided by Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Brazilian Agricultural Research Corporation). REFERENCES ANBURAJ, J. et al. Effects of plant growth regulators on callus induction from leaf explants of Cleome viscosa. Research Journal of Pharmaceutical Biological and Chemical Sciences, Coimbatore, v. 2, n. 2, p. 576-583, 2011. ARNALDOS, T. L. et al. Changes in phenol content during strawberry (Fragaria x ananassa, cv. Chandler) callus culture. Physiologia Plantarum, Dublin, v. 113, n. 3, p. 315-322, 2001. 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Não é cobrada taxa para publicação de trabalhos, desde que um dos autores seja sócio e esteja em dia com a ABCTP (Associação de Cultura de Cultura de Tecidos de Plantas). É condição fundamental que os artigos/comunicações submetidos à apreciação da revista “Plant Cell Culture & Micropropagation” não foram e nem serão publicados simultaneamente em outro lugar. Com a aceitação do artigo para publicação, os editores adquirem amplos e exclusivos direitos sobre o artigo para todas as línguas e países. A publicação de artigos/comunicações dependerá da observância das Normas Editoriais, dos pareceres do Corpo Editorial e da Comissão ad hoc. Todos os pareceres têm caráter sigiloso e imparcial, e tanto os autores quanto os membros do Corpo Editorial e/ou Comissão ad hoc não obtêm informações identificadoras entre si. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos e comunicações serão de inteira responsabilidade do(s) autor(es). 1. SUBMISSÃO: Cada trabalho deverá ter no máximo 14 páginas e junto do mesmo deverá ser encaminhado ofício dirigido ao Editor Chefe da revista, solicitando a publicação do artigo. Esse ofício deverá conter o pedido de apreciação na revista ao editor chefe, a declaração de ser um trabalho original e não ter sido submetido a nenhuma outra revista, ser assinado por todos os autores, constar o endereço completo, telefone e e-mail de todos. Qualquer inclusão, exclusão ou alteração na ordem dos autores, deverá ser notificada mediante ofício assinado por todos os autores (inclusive do autor excluído). Originais: quatro vias impressas e uma via em CDR, com texto e ilustrações e gráficos. Das 4 vias impressas apenas 1 deve conter os nomes completos dos autores e rodapé na primeira página. Processador de texto: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Redigido em português, inglês ou espanhol Espaçamento do texto: Duplo. Margens: esquerda (3cm), direita (2cm), inferior e superiores (2,5cm). Cabeçalho e Rodapé (2,5cm). Papel: formato A4 Fonte: Times New Roman, tamanho 12 Número de páginas: até 14 páginas, numeradas consecutivamente, incluindo as ilustrações Tabelas: devem fazer parte do corpo do artigo e ser apresentadas no módulo tabela do Word. O título deve ficar acima. Gráficos, Figuras e Fotografias: devem ser apresentados em preto e branco, nítidos e com contraste, escaneados, inseridos no texto após a citação dos mesmos e também em um arquivo à parte, salvos em extensão “tif” ou “jpg”, com resolução de 300 dpi. Os gráficos devem vir também em excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito, sem caixa de textos e agrupados, em arquivo à parte. Símbolos e Fórmulas Químicas: deverão ser feitos em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker, sem perda de suas formas originais. 2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO 2.1. O artigo científico deve ser apresentado na seguinte seqüência: TÍTULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfulas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor está filiado – endereço da instituição – CEP – cidade, estado – endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. INTRODUÇÃO Deve apresentar uma visão concisa do estado atual do conhecimento sobre o assunto, que o manuscrito aborda e enfatizar a relevância do estudo, sem constituir-se em extensa revisão e, na parte final, os objetivos da pesquisa. Deve incluir a revisão de literatura. MATERIAL E MÉTODOS Esta seção pode ser dividida em subtítulos, indicados em negrito. RESULTADOS E DISCUSSÃO Podem ser divididas em subseções, com subtítulos concisos e descritivos, e conter tabelas e figuras. CONCLUSÕES Finalizar com os resultados de acordo com os objetivos do trabalho AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 2.2. A comunicação científica deve ser apresentada na seguinte seqüência: TÍTULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfluas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor está filiado – endereço da instituição – CEP – cidade, estado – endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista “Plant Cell Culture & Micropropagation” para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. Texto: sem subdivisão, porém com introdução, material e métodos, resultados e discussão (podendo conter tabelas e gráficos e conclusão subentendidas. AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 3. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GRÁFICOS, FIGURAS, SÍMBOLOS E FÓRMULAS, ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES NORMAS: 3.1. Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi. 3.2. Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi. As figuras deverão ser elaboradas com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.3. Gráficos deverão ser inseridos após citação dos mesmos, dentro do próprio texto, elaborado preferencialmente em Excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.4. Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker (ex: MathType, Equation), sem perda de suas formas originais. OBS: A formatação correta é parte imprescindível para que o trabalho seja devidamente protocolado. Caso este não esteja nas normas, o mesmo será recusado. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: as referências bibliográficas devem ser citadas conforme a NBR6023/2002 da ABNT. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo. 4.1. Orientações gerais: - Deve-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte); - O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado; - Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser descrito no lugar adequado para cada tipo de documento; - As referências devem ser ordenadas alfabeticamente. 4.2. Exemplificação (tipos mais comuns): ARTIGO DE PERIÓDICO: VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de ervilha em Patos de Minas, Uberaba e Janaúba, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, n. 1, p. 74-80, jan./mar. 2000. LIVRO: a) livro no todo: MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas mastíticas no rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000. Nota: “A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos, como teses e dissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f.” (ABNT, NBR6023/2002, p. 18). TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS: SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de madeira em floresta densa de terra firme da Amazônia brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão: SBS/SBEF, 1990. p. 39-45. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS: As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da expressão “Disponível em:” e da data de acesso ao documento, precedida da expressão “Acesso em:”. Nota: “Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes” (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/). STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics. New York: McGraw-Hill Book, l960. 481 p. Monografia (acesso online): b) Parte de livro com autoria específica: TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. 90 p. Disponível em: <http//www. socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos da automação sobre a organização da produção de trabalho. In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da empresa. Brasília: IPEA/IPLAN, 1980. p. 149-159. c) Parte de livro sem autoria específica: MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em confinamento. In: ______. Confinamento de bovino de corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-89. DISSERTAÇÃO E TESE: GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica de trigo (Triticum aestivum L.) e controle de Rhyzopertha dominica (F.) durante o armazenamento em atmosfera controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. a) livro no todo b) parte de livro TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24. Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. c) Parte de congresso, seminário, etc. GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In: CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza. Gestão de institutos de pesquisa tecnológica. Fortaleza: Nutec, 2000. Disponível em: <http:// www.abipti.org.br>. Acesso em: 01 dez. 2000. d) Tese SILVA, E. M. Arbitrariedade do signo: a língua brasileira de sinais (LIBRAS). 1997. 144 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.terra.com.br/ virtualbooks/ freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em: 28 nov. 2000. POSTERIORMENTE, O INFORMARÁ SOBRE SUA PUBLICAÇÃO. OS ARTIGOS QUE NECESSITAREM DE MODIFICAÇÕES SERÃO DEVOLVIDOS AO AUTOR PARA A DEVIDA REVISÃO. Artigo de periódico (acesso online): 7. OS ARTIGOS SERÃO PUBLICADOS EM ORDEM DE APROVAÇÃO. RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação e Sociedade, Recife, v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível em: <http://www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov. 2000. CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTORDATA) (conforme ABNT, NBR10520/2002) Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE, 1960). Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al., 1945). Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los pelo sinal & (comercial). 5. O EDITOR CHEFE NOTIFICARÁ O AUTOR DO RECEBIMENTO DO ORIGINAL E, 6. OS ARTIGOS NÃO APROVADOS SERÃO DEVOLVIDOS. 8. O NÃO-CUMPRIMENTO DESSAS NORMAS IMPLICARÁ NA DEVOLUÇÃO DO ARTIGO AO AUTOR. 9. OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELA COMISSÃO EDITORIAL. 10. O ARTIGO DEVERÁ SER ENVIADO PARA: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 CEP 37200-000 Lavras – MG INSTRUCTIONS FOR AUTHORS “Plant Cell Culture & Micropropagation”, a semestral journal edited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavras, publishes scientific articles and communications in the area of plant tissue culture, elaborated by researchers of the national and international scientific community. One of the authors must be associated and have paid all charges required by the ABCTP (Plant Tissue Culture Association) in order to be tax free for publication in Plant Cell Culture & Micropropagation. Submission of a manuscript implies that it is neither under consideration for publication elsewhere nor has appeared previously in part or in whole. On acceptance for publication, authors assign to the Editors full copyright of the manuscript in all languages and countries. Publications will depend on editorial rules and on the review of experts and ad hoc commission. Reviewer and editorial opinions will be anonymously communicated to authors. Concepts and affirmations included in articles and communications are of the entire responsibility of the authors. 1. SUBMISSION The manuscript must present a maximum of 14 pages. At the time of submission, a cover letter must be sent with the manuscript copies to the Editor requesting publication of the article. This cover letter must be signed by all authors and also contain the full address, telephone number and e-mail of the authors. Any inclusion, exclusion or alteration in the authors order must be notified and signed by all authors including the one excluded. Original: Four copies and CD with text and illustrations. Only one of the 4 printed copies must contain the full names of the authors and footnote in the first page. Format: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Spacing of the text: Double. Margin on the left hand side and 2.0 cm margin on the right hand side, 2.5 cm upper and lower margin, 2.5 cm for the heading and 2.,5 cm for the footnote Paper: A4 format Source: Times New Roman, size 12 Number of pages: up to 14 pages, including the illustrations Tables: Tables should be part of the body of the paper and they must be presented in Word or Excel. The title should be above and be presented in the language in which the article was written and in English. The vertical lines separating the columns should not appear. Graphs/Figures/Photographs: must be presented in black and white, clear and with contrast, scanned, inserted in the text after citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension “tif” or “jpg”, with resolution of 300 dpi. The title should be below and presented in the language in which the article was written and in English. Symbols and Chemical Formula: must be presented using a word processor that permits a format Page Maker. 2. STRUCTURE AND ORGANIZATION 2.1. The article should be presented in the following sequence: TITLE In English language, containing no more than 15 words in capital letters and bold. AUTHORS Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. : Footnote: titulation – name of the institution to which the authors belong – address of institution – ZIP CODE – city, state – mail address. ABSTRACT should be informative and condensed and should explain the objectives, material and methods, results and conclusion of the work in a maximum of 250 words all written in one paragraph. For articles written in English the abstract should also be presented in Portuguese. Key words: minimum of three and maximum of five. They should not repeat words that are already in the title. These may include phrases as well as individual words and should be separate by commas. For articles written in English the key-words should also be presented in Portuguese. INTRODUCTION Should present a concise vision of the current level of knowledge that has been achieved within the subject area that the paper will discuss. It should neither give an extensive review nor should it include details about the results and discussion. It should clearly indicate the objectives of the research that was carried out. MATERIAL AND METHODS This section can contain subdivisions, with subtitles in bold print. RESULTS AND DISCUSSION This section can have subsection which begins with concise, descriptive titles in bold print. CONCLUSIONS Finishing agree of objectives of work ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 2.2 The Communication should be presented in the following sequence TITLE Sufficiently clear, conspicuous and complete, without superfluous words. It is recommended to initiate with the term that represent the most important aspect, with other terms in decreasing of importance TITLE IN PORTUGUESE; FULL NAME(s) OF THE AUTHOR(s) Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. Footnote: titulation – name of the institution to which the authors belong – address of institution – ZIP CODE – city, state – mail address. ABSTRACT Written continuously without paragraph. It must not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after the abstract using terms different from those used in the title and separated by comma. Index terms: (3 to 5) must be described in capital and small letters, and express the content of the article ABSTRACT and INDEX TERMS in Portuguese Text: with no division but must include introduction, material and methods, results and discussion and conclusion (it may include tables and figures) ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 3. PHOTOGRAPHS, GRAPHS, FIGURES, SYMBOLS OR FORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULD OBEY THE FOLLOWING RULES: 3.1. Photographs must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension “tiff” or “JPEG” with resolution of 300 dpi. 3.2. Figures must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension “tiff” or “JPEG” with resolution of 300 dpi. They must be elaborated using Times New Roman font, size 10, without bold, without text box and arranged. 3.3. Graphs must be inserted in the text after their citation, elaborated preferentially in Excel, using Times New Roman font, size 10, without bold. 3.4. Symbols and Chemical Formula must be presented using a word processor that permits a format for Page Maker (ex: MathType, Equation) without loss of its original form. 4. REFERENCES: references must be cited according to NBR6023/2002 of ABNT. All references and their correct citation in the text are of the entire responsibility of the author(s). 5. THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF PLANT TISSUE CULTURE (ABCTP) WILL INFORM THE AUTHOR THE RECEIPT OF THE ORIGINAL MANUSCRIPT AND EVENTUALLY IT WILL ALSO SEND INFORMATION REGARDING ITS PUBLICATION. MANUSCRIPTS THAT REQUIRE MODIFICATIONS WILL BE RETURNED TO THE AUTHOR FOR THE RESPECTIVE REVISION ANDCORRECTIONS. 6. MANUSCRIPTS NOT APPROVED WON’T BE RETURNED TO THE AUTHOR. 7. ARTICLES WILL BE PUBLISHED ACCORDING TO THE ORDER OF RECEIPT AND APPROVAL. 8. IF ANY OF THESE RULES ARE NOT ATTENDED THE MANUSCRIPT WILL BE RETURNED TO THE AUTHOR. 9. THE NEGLECTFUL CASES WILL BE SOLVED BY THE EDITORIAL COMMITTEE. 10. MANUSCRIPTS SHOULD BE SENT TO THE FOLLOWING ADDRESS: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 37200-000 – Lavras – MG – BRAZIL