CAMPO VISUAL © 2012 antónio de campos Chama-se o campo visual, a superfície plana aonde se executa o trabalho visual. O campo visual é definido pelos limites do plano, pelas dimensões e formato da superfície. Existe uma variedade de formatos do campo visual: rectângulo horizontal, rectângulo vertical, quadrado, triângulo, círculo, irregular, etc. Mesmo a partir dum formato de superfície típico em rectângulo, é possível limitar o campo visual a outro tipo de formato. A nossa atenção deve ser não só sobre a forma a representar, mas também sobre a organização dentro do campo visual. As formas no campo visual têm um peso visual que depende dos seguintes fatores: • Situação - A colocação de uma forma no centro do campo visual expressa um equilíbrio. Quando a afastamos do centro, provocamos um desequilíbrio, damos maior peso visual e aumentamos o seu poder de atração. 1 • Dimensão – As formas têm maior peso visual conforme o seu tamanho aumenta. 2 • Cor – A cor tem um efeito decisivo no peso visual de uma composição. Uma forma com uma cor quente, luminosa, saturada ou iluminada, atrai mais a nossa atenção visual. 3 • Contraste – Os contrastes são uma forma de diferenciar os elementos visuais. Quando os contrastes aumentam e diferenciam a relação entre a forma e o fundo, fazem variar o peso visual das formas contrastadas. 4 •Textura – As texturas visuais valorizam a superfície da forma, aumentando o seu peso visual. 5 • Movimento – O sentido de direção do movimento acentua o peso visual das formas. 6 Existem várias maneiras como as formas se relacionam entre si no campo visual, como: • Sobreposição – Quando os objectos estão sobrepostos, com alguns elementos parcialmente escondidos. • Transparência – Corresponde a um efeito visual pela sobreposição com as diferentes formas visíveis ao mesmo tempo. • Interseção – Quando os objetos penetram uns nos outros. • Separação – As formas encontram-se separadas no campo visual. • Configuração – Quando mais que uma forma se junta numa única. A composição visual é a organização do campo visual e o agrupamento dos elementos visuais. A relação entre as formas e o fundo estabelece o caracter da composição visual. Vários elementos estruturadores na composição visual são os seguintes: • Balanço – Equilíbrio entre as diversas áreas do campo visual. • Centralismo – Chamar de atenção para o centro do campo visual. • Concentração – Juntar no centro do campo visual todas as formas. • Dispersão – Afastar e distribuir as formas no campo visual. • Simetria – Repetição de formas na mesma posição em áreas opostas do campo visual. • Assimetria – Formas diferentes ou em posições diferentes em áreas opostas do campo visual. • Saturação – Encher o campo visual com formas até a exaustão. Trabalho n.º 1 – Transparências Escolhe seis volumes, abstratos ou reais. Organiza uma composição em que os volumes se sobrepõem uns sobre outros, de uma forma transparente. Nas zonas de coincidência de volumes, as cores de ambos os volumes devem ser aplicadas. Utiliza as variações de dimensão, de cor e de claro-escuro ou as gradações de nitidez para alegrar a composição. Escolha e desenha uma margem que se enquadre com os volumes escolhidos, criando um campo visual diferente do típico rectângulo. Aplica cor nos volumes e no fundo. Materiais a utilizar: • Papel de desenho em tamanho A3; • Lápis de grafite: HB e 3B; • Borracha; • Régua de pelo menos 40 cm; • Lápis de cor. Trabalho n.º 2 – Interseções Utiliza os mesmos seis volumes, com a possibilidade de introdução de um novo objecto. Organiza uma composição em que os volumes se sobrepõem uns sobre outros, através de intersecções. Utiliza as variações de dimensão, de cor e de claro-escuro ou as gradações de nitidez para alegrar a composição. Escolhe e desenha uma margem que se enquadre com os volumes escolhidos, criando um campo visual diferente do típico rectângulo. Aplica cor nos volumes e no fundo. Materiais a utilizar: • Papel de desenho em tamanho A3; • Lápis de grafite: HB e 3B; • Borracha; • Régua de pelo menos 40 cm; • Lápis de cor. Trabalho n.º 3 – Composição Visual Faz um desenho representativo, explorando um dos conceitos de composição visual, mencinados anteriormente: balanço, centralismo, concentração, dispersão, simetria, assimetria, ou saturação. Na folha de papel, desenha uma margem de 2 centímetros, em esquadria. Utiliza como modelo vários instrumentos de trabalho de diferentes formas como: um lápis, uma caneta, um afinador, uma borracha ou um estojo. Organiza os elementos para demonstrares a ideia da composição escolhida. Materiais a utilizar: • Papel de desenho em tamanho A4; • Lápis de grafite: HB e 3B; • Borracha; • Régua de pelo menos 40 cm; Trabalho n.º 4 – Composição Visual com transparências Faz um desenho representativo, explorando outro dos conceitos de composição visual, mencinados anteriormente: balanço, centralismo, concentração, dispersão, simetria, assimetria, ou saturação. Desta vez, desenhando os objetos como sendo transparentes, num campo visual maior, um A3. Na folha de papel, desenha uma margem de 3 centímetros, em esquadria. Utiliza como modelo vários instrumentos de trabalho de diferentes formas como: um lápis, uma caneta, um afinador, uma borracha ou um estojo. Organiza os elementos para demonstrares a ideia da composição escolhida. Nesta composição, a cor deve ser utilizada, participando na construção da ideia da transparência. Materiais a utilizar: • Papel de desenho em tamanho A3; • Lápis de grafite: HB e 3B; • Borracha; • Régua de pelo menos 40 cm; NOTAS 1. Miró, Joan. «Maternidade», pintura. Serenidades (4 de maio de 2008). 2. Silva, Helena; Hugon, Inês (tradução) (1999). O Livro da Arte do Século XX, p.474.. 3. Coelho, António Quaresma (1999). Educação Visual 8, p.37. 4. Cezanne, Paul. «Auto-retrato», pintura. Monica Belleza a Literatura. 5. Walther, Ingo F.; Metzger, Rainer (1996). Van Gogh Obra Completa de Pintura, vol I, p.269. 6. Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.19. REFERÊNCIAS • Cezanne, Paul. «Auto-retrato», pintura. Monica Belleza a Literatura. http://www.monicabelleza.com.br/pintores/paulcezanne/autoretrato.htm, página visitada em 18 de outubro de 2012. • Coelho, António Quaresma (diretor) (1998). Educação Visual 7. Lisboa: Constância Editores, p.19. ISBN 972-8250-57-6. • Coelho, António Quaresma (diretor) (1999). Educação Visual 8. Lisboa: Constância Editores, p.37. ISBN 972-761-050-1. • Miró, Joan. «Maternidade», pintura. Serenidades (4 de maio de 2008). http://serenidades.blogs.sapo.pt/2422.html, página visitada em 18 de outubro de 2012. • Silva, Helena; Hugon, Inês (tradução) (1999). O Livro da Arte do Século XX. Lisboa: Texto Editora, p.474. ISBN 972-47-1495-0. Walther, Ingo F.; Metzger, Rainer (1996). Van Gogh Obra Completa de Pintura, vol I. Köln: Taschen, p. 269. Tradução de Cristina Guerra. ISBN 3-8228-9009-X. •