A LUZ E A COR
© 2012 antónio de campos
A PERCEÇÃO DA COR: LUZ, PIGMENTO
Para melhor entendermos como o fenómeno da
cor funciona, é útil compreender os três fatores
seguintes:
• A luz;
• A nossa visão;
• A matéria de que são os objetos constituídos.
O sol emite radiações de energia, e os
nossos olhos conseguem captar uma
pequeníssima parte das radiações a que
chamamos luz.
Quando se projeta uma luz
branca, através de um prisma de
vidro, tal como acontece num
arco-íris, o raio ao sair do prisma
vem em várias cores, porque a luz
branca é constituída por ondas de
comprimento diferentes.
As diferentes ondas são captadas
pelos nossos olhos que transmitem
essa sensação ao cérebro que as
interpreta como cores diferentes.
O fenómeno observado é
conhecido por dispersão da luz.
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Assim, as ondas que se movem mais lentamente são
percecionadas por nós como cor violeta e as que se
movem com maior velocidade como cor vermelha.
Entre estes dois extremos estão outras ondas que
podemos distinguir como laranja, amarelo, verde e
azul.
Ao conjunto de cores de que é composta a luz branca
chama-se espectro da luz.
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A visão permite reconhecer diferentes
sinais do exterior, importantes para a
nossa orientação.
A cor funciona como informação.
Existem nos nossos olhos três tipos de
recetores para cada terço da luz branca:
vermelho-laranja, verde e azul-violeta.
Quando os três são estimulados ao mesmo
tempo e com a mesmo intensidade, ficamos com
o registo da cor branca.
Se projetarmos três luzes parcialmente sobre uma
superfície branca, como na figura em baixo, com as
três cores vermelho-laranja, verde e azul-violeta,
vamos obter vários resultados. À estas somas de
ondas de luz de cumprimentos diferentes chamamos
mistura ou síntese aditiva da cor.
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Assim, a mistura da luz vermelha-alaranjada com
a luz azul-violeta dá uma cor viva, vermelha
rosada, chamada magenta.
A mistura da luz verde com a luz azul-violeta dá
uma cor azul-esverdeado, chamada azul-ciano.
A mistura da luz verde com a luz vermelhaalaranjada dá uma cor surpreendente, o
amarelo.
A mistura de as três cores dá o branco.
No caso da televisão, as cenas visíveis
são o resultado da síntese aditiva,
resultado das cores serem
apresentadas em tamanhos tão
pequenos que não conseguimos
distinguir individualmente, junto do
facto de as cores serem apresentadas
de maneira muito rápida.
À subtração de ondas de cor da luz branca
chamamos mistura ou síntese subtrativa da
cor. Quando colocamos filtros de cor a intercetar
o feixe de luz branca de um projetor, como na
figura em baixo, cada filtro absorve parte das
ondas, de tal maneira que a sobreposição de um
filtro amarelo, um azul-ciano e um magenta, resulta
numa projeção preta.
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O mundo é constituído por energia e
matéria. As diferentes propriedades dos
materiais, especialmente a capacidade de
absorver apenas determinados
comprimentos de ondas da luz, permite que
a nossa visão dê a sensação das cores.
A quantidade total de luz que um material
recebe, uma certa quantidade é absorvida,
enquanto que a restante é refletida, ou
transmitida (se o material for
transparente). O conjunto das cores que a
matéria reflete resulta na cor da nossa
visão.
Assim, uma folha de uma planta dá a sensação de
verde porque a folha absorve as componentes
vermelha-alaranjada e azul-violeta, e reflete a
componente verde.
Uma superfície que reflete todas as ondas de
luz, dá-nos a sensação de branco.
Uma superfície que absorve todas as ondas de
luz, dá-nos a sensação de preto.
Com os pigmentos de tintas, o resultado é
semelhante à síntese subtrativa da cor,
exceto pelo facto de que ao contrário
daquilo que acontece com a soma de luzes,
quanto maior for a variedade de pigmentos
misturados, mais escura se torna a mistura.
A COR
A cor é um elemento visual importante para a
representação e expressão visual.
Para melhor intender a cor, vejamos três
características fundamentais:
• Qualidade – Característica base das cores
agrupadas em quatro grupos:
• Cores primárias que são três:
amarelo, ciano(azul puro) e
magenta(vermelho puro).
• Cores secundárias, resultante
das misturas das cores primárias,
são três: verde, violeta e laranja.
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• Cores terciárias, resultante das
misturas de cores primárias e
secundárias, que são um quase
infinito número de cores como:
castanho, azul-verde, vermelho
alaranjado e outras.
• Cores neutras, resultante da
inclusão de todas as cores ou da
ausência de todas as cores:
branco, preto e cinzentos. Com a
luz o processo é o oposto ao da
mistura de pigmentos. Ou seja a
ausência de todas as cores com a
luz dá o negro, com os pigmentos
dá o branco.
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• Tonalidade – Característica que determina a
cor em tom claro ou escuro;
• Saturação – Característica que determina o
grau de pureza de uma cor, quando obtida com
uma mistura de duas ou mais cores.
As cores podem também ser divididas em dois
grupos, resultantes da sensação psicológica:
• Cores quentes: vermelho e laranjas;
• Cores frias: azul e verdes.
A combinação de cores opostas no círculo
cromático da origem às cores complementares:
• Verde e vermelho;
• Azul e laranja;
• Amarelo e violeta.
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A cor também funciona na sociedade com
níveis simbólicos:
• Vermelho – Perigo, proibição, alegria;
• Amarelo – Aviso contra perigos,
precaução, irritação;
• Verde – Segurança, ausência de
perigo;
• Azul – Informação, tristeza;
• Branco – Utilizada em combinação com
o vermelho, verde e azul;
• Preto – Utilizada com o amarelo.
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objetos
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Henri Matisse, La Desserte, 1908, óleo sobre tela, 180x220 cm.
Robert Delaunay,
Formes Circulaires
Soleil n.º 3, 191213.
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António de
Campos, Floresta
f, 1996, acrílico
sobre tela, 30x30
cm.
Trabalho n.º 1 – Círculo Cromático
Como indicado no desenho em baixo, faz uma roda de cores com as cores primárias,
secundárias e as três principais terciárias.
A partir do centro desenha uma roda exterior de 15 centímetros e uma roda interior de 9
centímetros. A partir do centro divide a roda em doze partes iguais.
Coloca as cores primárias, secundárias e terciárias com os nomes por fora; amarelo, ciano e
magenta para as cores primárias; verde, violeta e laranja para as cores secundárias.
Dá o título de “Círculo Cromático” ao trabalho.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A4;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm.
Trabalho n.º 2 – Cores Quentes
Faz um desenho para demonstrar a combinação de cores quentes.
Na folha de papel, desenha uma margem de 5 centímetros, em esquadria.
Numa folha aparte, desenha uma forma, que irá ser reproduzida no campo visual, pelo
menos seis vezes. Organiza uma composição. Utiliza várias posições da forma.
Escolhe cores quentes. Organiza a forma para utilizares várias cores diferentes.
Utiliza a combinações diferentes para cada forma. Utiliza também a cor para o fundo,
entre a família de cores escolhida.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A3;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm.
Trabalho n.º 3 – Cores Frias
Faz um desenho para demonstrar a combinação de cores frias.
Na folha de papel, desenha uma margem de 5 centímetros, em esquadria.
Numa folha aparte, desenha uma forma, que irá ser reproduzida no campo visual, pelo
menos seis vezes. Organiza uma composição. Utiliza várias posições da forma.
Escolhe cores frias. Organiza a forma para utilizares várias cores diferentes. Utiliza a
combinações diferentes para cada forma. Utiliza também a cor para o fundo, entre a
família de cores escolhida.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A3;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm.
Trabalho n.º 4 – Cores Complementares
Faz um desenho para demonstrar a combinação de cores complementares.
Na folha de papel, desenha uma margem de 5 centímetros, em esquadria.
Numa folha aparte, desenha uma forma, que irá ser reproduzida no campo visual, pelo
menos seis vezes. Organiza uma composição. Utiliza várias posições da forma.
Escolhe duas cores complementares. Organiza a forma com variações das cores
complementares escolhidas. Utiliza a combinações diferentes para cada forma. Utiliza
também uma variação das cores escolhidas para o fundo.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A3;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm.
Trabalho n.º 5 – A Cor Expressiva
Faz um desenho para demonstrar como a cor influencia o estado de espírito de cada um.
Na folha de papel, desenha uma margem de 5 centímetros, em esquadria.
Escolhe um estado de espírito como: tristeza, alegria, surpresa, melancolia, inveja,
raiva, etc. Escolhe uma forma que mais identifique esse estado de espírto.
Escolhe a cor mais indicada para expressar esse estado de espírito. Desenvolve o
desenho, pintado com variações da cor escolhida na totalidade, ou na maioria do
trabalho, incluindo o fundo.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A3;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm.
Trabalho n.º 6 – Pintura Abstrata com Colagem (1.ª parte)
Faz uma pintura abstrata com colagem, para para explorar a cor como elemento de
composição e de construção de formas.
Em folhas A4, aplica as cores com lápis de cor, numa forma abstrata, sem pensar muito,
em formas figurativas ou geométricas.
Noutras folhas A4, pinta com tintas de guache ou acrílicas, também numa forma
abstrata, sem pensar muito, em formas figurativas ou geométricas.
Recorta as folhas A4 em 4 partes iguais. Entrega quatro partes (duas coloridas a seco
e a outras duas a molhado) para um monte colectivo.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A4;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm;
•Tintas de guache ou acrílicas;
• Pinceis nºs 1, 5 e 10.
Trabalho n.º 7 – Pintura Abstrata com Colagem (2.ª parte)
Depois de receberes quatro partes do monte colectivo (duas coloridas a seco e a outras
duas a molhado), escolhe pelo menos três (pelo menos uma colorida a seco e uma a
molhado) para utilizares no trabalho final.
Numa A3, desenha uma margem de 3 centímetros, em esquadria. Recorta as partes
escolhidas consoante as formas definidas pelas cores. Cola as partes recortadas na
folha A3, para obteres uma composição interessante.
Desenha ou pinta elementos abstratos adicionais, nos espaços em branco ou sobre os
colados para obteres um resultado rico em termos visuais.
Materiais a utilizar:
• Papel de desenho em tamanho A3;
• Lápis de grafite: HB e 3B;
• Borracha;
• Lápis de cor;
• Régua de pelo menos 40 cm;
• Cola tipo baton ou em universal em tubo;
• Tintas de guache ou acrílicas;
• Pinceis nºs 1, 5 e 10.
NOTAS
1.
Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo, p.192.
2.
Ramos, Elza; Porfírio, Manuel (2006). Educação Visual 3.º Ciclo, p.126.
3.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.50.
4.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.50.
5.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.52.
6.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.52.
7.
Dias, Cármen; Sousa, Sandra (2006). Artes & Manhas, Educação Visual 3.º Ciclo, p.43.
8.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.52.
9.
Dias, Cármen; Sousa, Sandra (2006). Artes & Manhas, Educação Visual 3.º Ciclo, p.43.
10.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.53.
11.
Coelho, António Quaresma (1998). Educação Visual 7, p.53.
12.
Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo, p.198.
13.
Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo, p.199.
14.
Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo, p.188.
15.
Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo, p.188.
16.
Matisse, Henri (1908). «La Desserte», óleo sobre tela, 180 cm x220 cm. Ideia Elevator (2 de novembro
de 2012).
17.
Delaunay, Robert (1912-13). «Formes Circulaires Soleil n.º 3», pintura. Collège Guy de Maupassant Lezarpladoc. ( 2 de novembro de 2012).
REFERÊNCIAS
• Brito, Maria José; Miranda, Helena (2002). Dimensão Visual 3.º Ciclo. Lisboa: Texto
Editora, pp.187-203. ISBN 972-47-1860-3.
• Coelho, António Quaresma (diretor) (1998). Educação Visual 7. Lisboa: Constância
Editores, pp.48-55. ISBN 972-8250-57-6.
Delaunay, Robert (1912-13). «Formes Circulaires Soleil n.º 3», pintura. Collège Guy
de Maupassant - Lezarpladoc. http://blog.ac-rouen.fr/clg-maupassantlezarpladoc/contraste-de-couleurs-6eme/, página visitada em 2 de novembro de 2012.
•
• Dias, Cármen; Sousa, Sandra (2006). Artes & Manhas, Educação Visual 3.º Ciclo.
Carnaxide: Santillana Constância, pp.41-47. ISBN 972-761-630-5.
Matisse, Henri (1908). «La Desserte», óleo sobre tela, 180 cm x220 cm. Ideia
Elevator. http://ideaelevator.co/tag/henri-matisse/, página visitada em 2 de novembro
de 2012.
•
• Ramos, Elza; Porfírio, Manuel (2006). Educação Visual 3.º Ciclo. Porto: Asa Editores,
pp.125-138.
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