1 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANDRÉ RICARDO MARTINS ANÁLISE DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Maringá 2011 2 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANDRÉ RICARDO MARTINS Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Prof. William Antonio Borges Maringá 2011 3 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANDRÉ RICARDO MARTINS ANÁLISE DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em 29/11/2011 Professor, William Antonio Borges (orientador). Assinatura Professor, Elflay Miranda. Assinatura Professora, Wânia Rezende Silva. Assinatura Maringá 2011 4 ANÁLISE DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA ANDRÉ RICARDO MARTINS1 RESUMO O Programa Saúde da Família (PSF) de 1994, desenvolvido a partir do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) de 1991, vem causando alterações significativas na alocação de recursos, forma de pagamento de serviços e modelo de assistência médica. O PACS e o PSF apresentam uma discriminação positiva em favor da população carente no país, vêm atuando na prevenção e promoção da saúde e estão provocando a antecipação da demanda e toda uma reorganização dos serviços de saúde. Este artigo trata de uma revisão bibliográfica que teve como objetivo mostrar como surgiu o PSF e como funciona o mesmo, trazendo alguns problemas que o programa ainda encontra para atender a população de acordo com suas diretrizes. Palavras-chave: PSF, SUS, População Brasileira, Atenção Básica * Pós-Graduando do Curso de Especialização em Gestão Pública da Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected] 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 06 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 07 2.1 POLÍTICAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ....................................... 07 2.2 O MICROLHAR PARA A FAMÍLIA .......................................................... 09 3. 10 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA .................................................... 3.1 OPERACIONALIZAÇÃO DO PSF ............................................................. 12 3.2 O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE DA FAMÍLIA ........................ 13 3.3 PROBLEMAS ENFRENTADOS PELO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA......................................................................................................... 14 4. CONCLUSÃO .............................................................................................. 15 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 16 6 1 INTRODUÇÃO O SUS, garantido pela Constituição Federal e leis orgânicas Lei N.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com seus princípios doutrinados e preceitos constitucionais de universalidade (acesso da população a qualquer serviço de saúde); eqüidade (acesso em igualdade de condições aos diferentes níveis de complexidade do sistema) e integralidade (ações integrais e não mais fragmentadas) representam um grande avanço no projeto de Reforma Sanitária Brasileira. Entretanto, não promove as transformações necessárias para a construção de um novo modelo de atenção à saúde integral e familiar (SOUZA, 2008). O Programa de Saúde da Família (PSF) de 1994, desenvolvido a partir do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) de 1991, vem causando alterações significativas na alocação de recursos, forma de pagamento de serviços e modelo de assistência médica (ROSA, 2005). A Saúde Pública passa por uma transformação a partir de 1994 tendo como base promoção e integralidade para continuidade das ações que visem à melhora na qualidade de vida do individuo (FIGUEIREDO et al 2007b). O Programa surge para implementar a atenção básica sendo considerada uma das principais estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas profissionais. Vem apresentar grandes desafios a serem superados para que haja sua consolidação. A estratégia da saúde da família vem em busca de um novo paradigma que orienta o modelo de atenção à saúde vigente a qual vinha sendo enfrentada, desde a década de 70, com um novo modelo com enfoque nas ações de promoção e proteção da saúde para que ocorra a prevenção das doenças e uma atenção integral a população (GIL, 2005). O PSF vem propor inovações no “cuidar da saúde”, havendo mudanças na atenção primaria e na organização do serviço e das ações prestadas onde o foco de atenção passa a ser o indivíduo e sua família, seu ambiente físico e social. Aqui a atenção à saúde orienta-se pelo princípio da vigilância à saúde, utilizando ações de promoção, prevenção e cura. (SANTOS, 2005). 7 Para o Ministério da Saúde, (Brasil, 1998, p.8): A estratégia utilizada pelo Programa Saúde da Família (PSF) visa à reversão do modelo assistencial vigente. Por isso, sua compreensão só é possível através da mudança do objeto de atenção, forma de atuação e organização geral dos serviços, reorganizando a prática assistencial em novas bases e critérios. Atualmente, a principal estratégia do PSF é que ocorra uma transformação no sistema de saúde. Mas surge ai também um problema, as Unidades de Saúde da Família (USF) muitas vezes acabam se expandindo sem um controle adequado. Devido a essa expansão podemos observar uma inadequação na formação dos profissionais da equipe e uma desarmonia entre a política de saúde que o programa propõe e o dia-a-dia do profissional da equipe do PSF. Também podemos observar que a representação social que corresponde ao perfil e a prática do profissional de saúde e também o lugar na sociedade que ele ocupa, implica em grandes demandas que nem sempre são condizentes com aquilo que o PSF propõe (RONZANI & STRALEN, 2003). A fim de alterar o modelo de saúde vigente é necessária a construção de novas bases para o desenvolvimento de novas práticas sanitárias. Assim, este estudo se propõe a uma análise e compreensão do PSF como uma estratégia de política publica, buscando evidenciar sua eficácia enquanto estratégia. Realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva através de revisão minuciosa da literatura sobre o tema pesquisado. Foram utilizados artigos científicos publicados em português nas bases de dados de saúde, consultaram-se também as bases de dados de saúde pública de difusão nacional e internacional, entre elas Scientific Electronic Library (SCIELO), documentos e publicações do Ministério da Saúde. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 POLÍTICAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 8 No ano de 1988, a Constituição Brasileira estabeleceu o lema: “Saúde é direito de todos e dever do Estado”, assim todo brasileiro passa a ter garantido por lei acesso às ações garantidas a eles sendo elas a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Assim surge o Sistema Único de Saúde (SUS) que tem como doutrina os princípios da universalidade, eqüidade e integralidade (ROSA & LABATE, 2005). A implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sua definição através da elaboração e implementação de instrumentos legais e normativos, que tem como propósito principal racionalizar as formas de financiamento e gestão, tanto dos sistemas estaduais como dos sistemas municipais de saúde, onde esta se fundamenta na proposta de estender a autonomia política dos municípios, enquanto a estrutura político-administrativa se encontra baseada no Estado (TEIXEIRA et. al., 1998). Surgiram após a instauração do SUS varias iniciativas institucionais legais e comunitárias que viabilizavam condições dando direito à saúde conforme a Lei 8.080/90 – também conhecida como “Lei Orgânica da Saúde”, que foi promulgada pelo Ministério da Saúde regulamentando o SUS. Partindo dos princípios desta lei, a saúde não pode ser considerada como um estado de ausência de doenças, ela vai ser determinada por fatores que se fazem presentes no dia-a-dia de cada individuo,sendo esses fatores a alimentação, condições de moradia, condições de saneamento básico, meio ambiente em que vivem, trabalho, educação, lazer entre outros fatores. Também surge a Lei, a 8.142/90, a regulamentação da participação da comunidade na gestão do SUS, onde esta participação ocorre através das Conferências e dos Conselhos de Saúde, que são os conselhos municipais, regionais e federais de saúde. Juntamente com as leis foram criadas as Normas Operacionais Básicas (NOB), que são instrumentos jurídico-institucional que têm sua edição de maneira periódica, realizada pelo Ministério da Saúde com o intuito de aprofundar e reorientar a implementação do SUS; implantar objetivos estratégicos, traçar prioridades, diretrizes e movimento tático-operacional; regulação das ligações existentes entre seus gestores e criar normas para o SUS (ROSA & LABATE, 2005). O Governo Brasileiro vem investindo na construção de um modelo de atenção à saúde com identidade institucional própria, denominando de atenção Básica, rompendo com a visão redutora que se tem da atenção primária na prestação de 9 cuidados de saúde a parcelas excluídas da população, apoiadas num padrão de assistência médica de limitado alcance, baixa densidade tecnológica e pouca efetividade na resolução dos problemas de saúde das populações. A atenção básica era definida como um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação, mostrando a necessidade de avanço nesta definição. O PSF é visto como estratégia prioritária para construção do modelo de atenção, como mecanismo de estruturação da lógica assistencial, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS. O Programa tem como base a idéia de porta de entrada ordenadora e racionalizadora do sistema, sintonizada com a realidade e cultura local, bem como a democratização da saúde (SANTOS, 2005). 2.2 O MICROLHAR PARA A FAMÍLIA Ao trabalhar com a família e “cair dentro dela” estar atento, pois a construção de conviver para família e buscar aproximar com autorização e estratégia de aproximação iniciando pelos Postos de Saúde ou por hospitais, na necessidade de acompanhá-los em casa. A criação de vínculos torna-se necessário por negociação, conversas, exposição de idéias entre ambas as partes. Ao visitar as famílias é fundamental analisar a moradia e ambiente, constar tudo que faz parte do ambiente físico e emocional; O profissional vira “caçador” de riscos para a saúde no ambiente local, de que forma é o ambiente emocional e a comunicação social, afetiva e econômica entre todos. Como levar saúde para família, tendo em vista que se fala o tempo todo em doença? O programa deve basear-se em bem estar e não apenas em situações de riscos. Baseia-se nas falas da política de saúde do SUS como: promover, prevenir, recuperar de forma geral e continua do PSF. O movimento da política do atendimento as famílias prevêem campos diferenciados uma política de mão dupla, pois requer em espaços diferenciados, com ação dentro do domicilio, ajuda-se na criação de vínculos. Confiando e aceitando orientações, que são atravessadas por ações diversas. Exemplo: ao visitar uma família e analisar que os 10 participantes são idosos, gestantes, alcoólatra, crianças com raquitismo, precisa-se mapear e intervir e acompanhar cada caso de “perto” integrando a cada programa em separado. As aplicações na prática possibilitam cuidar cada abordagem para atender o todo. A partir desses pressupostos, portanto as questões a apontar, dentre outras conferem a especificidade à saúde familiar. O atendimento a ser realizado por uma equipe multiprofissional, que considera o paciente sobre todos os aspectos (FIGUEIREDO et al 2007b). 3 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA A prática do médico da família surge na década de 1970, chamada de medicina familiar criada como parte do Currículo Medicina. Seu objetivo era “necessidade de humanizar a Medicina” pretendia-se combater “especialismos” estrategicamente estimular o programa de formação de médicos generalista e da família. Em 1979 optou-se em assembléia para atenção primaria à saúde da família. (...) é função central atender a partir do sistema de saúde, para o enfoque principal para o desenvolvimento econômico, levando à saúde o mais próximo do local aonde as pessoas vivem e trabalham (FIGUEIREDO et al 2007b). A família é o objeto de atenção, implica em atendê-la de acordo com a necessidade e demanda. Portanto procura-se por identificar o profissional capacitado a partir da área geográfica. No entanto a oferta do sistema de saúde é dar atendimento e estrutura para utilização deste para população (FIGUEIREDO et al 2007b). O Programa Saúde da Família tem sua origem através de uma decisão do Ministério da Saúde no ano de 1991na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde ou PACS, que veio enfrentar os graves índices de morbimortalidade materna e infantil situada na região nordeste do país. Sendo assim o PACS pode ser considerado como um antecessor do PSF, através de elementos que foram importantes na construção do novo programa (Ministério da Saúde, 2003). 11 Surgido na década de 90 o PSF que conta com o apoio do Ministério da Saúde passa a valorizar as famílias. Contando não com um atendimento simplificado, mas sim uma expansão da atenção primaria à saúde que vai em direção a busca de práticas preventivas, educativas e curativas chegando mais próximo ao cotidiano da população (ROSA & LABATE, 2005). Ao criar o Programa Saúde da Família em 1994, a Saúde Pública passa por uma transformação tendo como base promoção e integralidade para continuidade das ações que visem à melhora na qualidade de vida do indivíduo (FIGUEIREDO et al 2007b). A Organização das Nações Unidas (ONU) define em 1994 como sendo o “Ano Internacional da Família”, constituindo-se no marco brasileiro, pois oficializa a família como sendo o centro na atenção básica para os profissionais de saúde, que se desenvolve através da Estratégia de Saúde da Família. O programa tem como objetivo de ser o apoio nas organizações dos serviços públicos de saúde nacional. Inicialmente era considerado um programa, mas logo após passou a ser definido como estratégia logo após 1997 onde o Ministério da Saúde publica conceitos, diretrizes e objetivos do PSF (RIBEIRO, 2004). No PSF o profissional de saúde deixa de trabalhar isoladamente, tanto no seu trabalho/atuação, como no seu saber, e passa a desenvolver um trabalho em equipe que vem abrir novos caminhos do conhecimento e da vinculá-los socialmente. (ROSA & LABATE, 2005). O profissional que vai atuar na equipe de PSF tem que ser capaz de agir com criatividade e ter senso crítico, para desenvolver uma prática humanizada, que venha envolver ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação. Este profissional deve ter capacidade de planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que correspondam a aquilo que a comunidade necessite, e assim articular vários setores que estejam envolvidos na Promoção da Saúde (REIS, HORTALE, 2004). O PSF propõe nova dinâmica para a estruturação dos serviços de saúde, promovendo uma relação dos profissionais mais próximos das pessoas, famílias e comunidades, comprometendo-se a de prestar assistência integral e resolutiva a toda população, a qual tem acesso garantido através de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar que presta assistência de acordo com as reais necessidades dessa população, identificando os fatores de risco aos quais ela está 12 exposta e neles intervindo de forma apropriada, visando à qualidade de vida da comunidade (ROSA & LABATE, 2005). 3.1 OPERACIONALIZAÇÃO DO PSF O financiamento do Programa, de inicio era através de convênios que eram repassados com base na produção de serviços, com a instauração da NOB/SUS-98 este repasse passou a se realizar através de incentivos, que eram repassados fundo a fundo, para que houvesse a implantação e a manutenção das equipes de saúde da família já formadas, este valor varia de acordo com a cobertura da população no Programa. O Município deve elaborar uma proposta de implantação ou expansão do Programa, para que este seja qualificado e receba incentivos financeiros, e será submetida à avaliação da Secretaria Estadual de Saúde, da Comissão Intergestores Bipartite e também pelo Ministério da Saúde (SANTOS, 2005). O programa é estruturado em uma unidade de saúde, contando com uma equipe multiprofissional, onde estes assumem a responsabilidade de atender uma determinada população através de um território definido e onde vão desenvolver suas ações (RIBEIRO, 2004). O modelo preconizado para composição cada equipe saúde da família como é multiprofissional deve contar com um médico generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e também os agentes comunitários de saúde que vão realizar o cadastramento e acompanhamento da população daquela determinada área (ESCOREL et AL 2007). A equipe de PSF tem que conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, este reconhecimento se da através do cadastramento de cada família e do diagnóstico que será realizado através de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; deve-se identificar quais são os problemas de saúde que prevalecem e quais são as situações de risco que a população está exposta; elaborando com a participação da comunidade, um programa visando o enfrentamento de problemas envolvidos no processo saúde/doença; e assim conceder assistência integralmente a população, podendo desenvolver ações 13 educativas e conjuntas para que haja o enfrentamento dos problemas que foram identificados(SANTANA & CARMAGNANI, 2001). Para entendermos o Programa Saúde da Família (PSF) de uma forma precisamos de um processo de interação entre os membros e seu ambiente como fator significativo, inclusão do indivíduo no coletivo reunindo preceitos, saberes, práticas, crenças das instituições a qual são pertencentes. Devemos ter o cuidado como são estruturadas as famílias, pois ao procurar resolver um problema este implica em prevenção do modo de intervi-lo. Poderíamos perguntar como podemos resolver este problema? Do que adoece uma família mais pobre ou abaixo da linha da pobreza? (FIGUEIREDO et al 2007b). Figueiredo, 2007b apud Pupo, 2005 – A doença é uma realidade objetiva “para muitos, mas pode ser subjetiva para outros”; Além disso, fatores culturais e sociais presentes na sociedade e nas famílias modificam a percepção e a caracterização de doenças. Para melhor compreendermos tal situação podemos pegar duas pessoas com a mesma doença, com condições e residindo em locais diferentes. Um empresário e um trabalhador pobre, embora tendo situações que causem problemas diferentes, eles acabam tendo muitas vezes emoções e preocupações em comum. A partir disso podemos trabalhar a importância de estar intervindo, relacionando todos os fatores acima junto à família, que levem apoio e ajuda as famílias. A reação de cada membro da família é fator para estudar a influência da unidade sobre cada indivíduo incorporando o conhecimento ao plano de cuidados para entender a prática com os humanos do seio familiar (FIGUEIREDO et al2007b). 3.2 O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE DA FAMÍLIA Ao trabalhar com a saúde, os agentes devem privilegiar a prevenção, por missão de Estratégia de Saúde da Família (ESF), entre todos os responsáveis pela área médica e o agente busca-se uma união para traduzir o cientifico em popular na origem do programa de trabalho com (PSF) surgido em 1994, por iniciativa do ministério da saúde. A característica básica é promover saúde da família (ESF) com 14 a equipe de saúde local, promover atenção e aumentar o acesso da população ao serviço de saúde para transformar o modelo de atendimento, procurando a transformação do modelo de assistencialismo (COELHO, 2010). As equipes de agentes de saúde procuram trabalhar a interface, entre famílias e comunidade, procurando a liderança local para trabalhar e identificar prioridades do processo de trabalho nas áreas onde os indicadores de saúde mostram que são precárias. O processo de trabalho também envolve o conselho tutelar e o conselho do idoso no levantamento e na identificação das questões de violência. O maior desafio dos agentes é a sobrecarga de trabalho. Eles trabalham com cadastros, visitas, acompanhamento, desenvolvimento de ações de vigilância, mobilização comunitária, identificação de meios na comunidade e participam de todas as campanhas como parceiro da saúde (COELHO, 2010). No momento da visita o agente pode identificar as prioridades para elaborar as estratégias de trabalho. Desde a implantação dos trabalhos, verificou-se uma mudança quanto às causas de epidemias onde as equipes atuavam. Esse acompanhamento melhora com menor rotatividade dos membros agente. As equipes tendem a se consolidarem quando são realizados concursos, com a atenção para as áreas mais críticas (COELHO, 2010). 3.3 PROBLEMAS ENFRENTADOS PELO PROGRAMA SAUDE DA FAMILIA E SEUS PROFISSIONAIS Para programar as diretrizes do programa com relação a equipe ainda existem desafios, pois muitas vezes os profissionais que participantes do PSF não tem um curso de pós-graduação na área de saúde coletiva, muitos deles são recém formados e trabalham com saúde da família se torna uma alternativa para o mercado de trabalho , mas também por outro lado temos profissionais com uma longa trajetória profissional, como aposentados ou ate candidatos a aposentadoria que trabalham neste programa e não tem interesse em se profissionalizar (COSTA,2009). 15 No entanto apesar das várias tentativas o programa PSF não apresenta um quadro favorável, pois os números de profissionais como médicos e enfermeiros são pequenos para dar conta de tantos cuidados que envolvem a saúde da família e o número de agentes é de 04 a 06 pessoas proporcionalmente 01 agente para cada 575 pessoas dados de MS/DAB/SPS (FIGUEIREDO et. al2007b). Questiona-se o discurso da qualidade de assistência e quais os agentes que estão realmente próximos as famílias, estão preparados também para atender a clientela, tem formação, qualificação, tem poder de avaliar e acompanhar o ambiente do sujeito pois é essencial e especifico para realização do trabalho sendo a realização desta tarefa muito difícil à medida de aventurar-se Brasil adentro, as condições e os problemas se ampliam desde família, comunidade e ambiente, tornam-se difícil, porque não depende só de quem orienta, mas principalmente das pessoas que recebem orientações, pois muitas vezes rejeitam as sugestões dadas. Entende-se que os profissionais, por não viveram no local, ambiente não conhece os problemas, portanto não pode orientá-los, se os governantes não cumprirem, os profissionais da saúde também não as fará (FIGUEIREDO et. al2007b). No trabalho de equipe ainda há uma falta de responsabilidade coletiva do trabalho, pois existe ainda pouca interação entre os profissionais, pois se observa uma relação de hierarquia entre os profissionais e também não profissionais, pessoas de nível superior e médio de educação, e relação enfermeiro médico (COSTA, 2009). 4 CONCLUSÃO Os profissionais, ao trabalharem com as famílias precisam transformar o discurso, para o resgate de valores, enfrentando problemas com desejo de sanar e prevenir doenças para fortalecer a ideologia junto às famílias. O programa ainda prevê o enfrentamento em relação às diferenças regionais, culturais, como valores ritos e mitos. Torna-se fundamental a prática dialógica do trabalho, na atuação, no tratamento do controle. 16 Os profissionais precisam atuar como grupo de controle, que troque, ensine e aprenda com o meio de interesse das famílias, fazendo valer os estudos e informações nos espaços de decisões, reflexões e debates. A teoria e a prática precisam levar a sanar dificuldades propondo a proposta de intervenção. Contudo os profissionais da saúde não são os responsáveis nem solucionaram todos os problemas da comunidade, podem sim contribuir com o conhecimento e a prática par ajudá-los a despertar e buscar soluções com os mesmos. Portanto pode-se observar que mesmo com tantas diretrizes do PSF que vem em auxilio da população, e como sendo uma estratégia que visa o bem estar da população e também as diminuições dos gastos com atendimentos ambulatoriais existem muitas cidades onde tem implantados o programa que ainda se encontra falhas na atuação de profissionais da equipe. Estas falhas, porém iniciam desde a forma de contratação das ACS, onde essas não necessitam de formação nenhuma para assumirem o cargo, e após isso também não passam por nenhuma capacitação. Assim para que haja uma melhora no atendimento do PSF é necessário que haja uma fiscalização rigorosa não só do governo, mas também da população, onde esta deveria participar ativamente cobrando seus direitos como cidadão. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, A. A. O Agente Comunitário e a Saúde da Família. Revista Mundo Jovem, pag.21, ano 48, nº411,outubro 2010. COSTA, G. D.; COTTA, R. M. M. C.; FERREIRA, M. L. S. M. F., REIS, J. R. Saúde da família: desafios no processo de reorientação do modelo assistencial. Rev. Bras. Enferm, Brasília 2009 jan-fev; 62(1): 113-8. ESCOREL,S.;GIOVANELLA,L.;MENDONÇA,M.H.M.;SENNA,M.C.M. O Programa Saúde da Família e a construção de um novo modelo para atenção básica no Brasil. Rev.Panam.Salud Publica/Pan Am J Public Health 21(2),2007 17 FIGUEIREDO,N.M.A.;TONINI,T.- Organizadoras. SUS e PSF para enfermagem: praticas para o cuidado em saúde coletiva. A família – saberes e reflexões praticas de cuidar. Figueiredo, N.M.A.,et AL-Colaboradores. Pag.127-155. 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