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JORNALA RUA
Sexta-feira, 20 de Novembro de 2015
Rinosseptoplastia: procedimento une a cirurgia de desvio de septo com a rinoplastia
O que é?
A rinosseptoplastia é a cirurgia que combina o tratamento
de desvio do septo com a correção de defeitos estéticos do
nariz. Quando existe a indicação dos dois procedimentos, o
ideal é que sejam realizados
numa mesma cirurgia. Os resultados do pós-operatório costumam ser muito melhores, tanto da parte estética quanto da
parte respiratória.
Quando é indicada?
A correção de desvio de septo
é indicada quando o desvio prejudica a respiração de uma das
narinas, ou dos dois lados no
caso de desvios mais acentuados e sinuosos. É raro encontrar uma pessoa que tenha o
septo totalmente reto, mas isso
não significa que qualquer desvio mereça correção - o grau
do desvio e a sua localização
que determinam a indicação.
Em geral, quanto mais anterior
for o desvio de septo, próximo
das narinas, mais obstrutivo ele
é, pois esta área é mais estreita
(dita área de “válvula nasal”).
Estes desvios mais anteriores,
principalmente quando localizados na ponta do nariz, podem
também causar a “ponta nasal
caída”. Nestes casos, a correção, além de melhorar a parte
funcional, deixa a ponta nasal
mais projetada ou arrebitada, o
que é um efeito esteticamente
desejado, principalmente nas
mulheres.
Toda mudança estética deve
ser avaliada individualmente, de
acordo com as expectativas da
pessoa e da possibilidade do resultado desejado. As maiores
queixas são relacionadas à ponta nasal, em geral caída e grande, o dorso ósseo, em geral elevado formando o que chamamos de giba ou calo ósseo, e o
nariz largo. Lembrando que
tudo deve ser discutido para que
o resultado seja harmonioso.
Quando não é indicada?
A cirurgia não deve ser
indicada quando o desvio de
septo não é obstrutivo ou quando a causa da obstrução nasal
é outra. A rinite é uma doença
muito comum e que pode dar a
sensação de nariz “entupido”
por causa do aumento dos
cornetos nasais, dita “carne esponjosa”. Nestes casos, é fundamental fazer um tratamento
adequado da rinite com medicamentos antes de se indicar
cirurgia. Se for recomendada
a cirurgia do septo, em geral
se associa um procedimento
para redução do volume dos
corne-tos, a turbinectomia.
Quanto à parte estética, ter
expectativas reais da cirurgia é
fundamental para o sucesso.
Cada pessoa é diferente e o planejamento da cirurgia deve levar em conta as características
do rosto e da pele da pessoa,
caso contrário o resultado fica
artificial. Não devemos comparar pessoas entre si, apenas o
momento atual da pessoa com
o que pode ser mudado. Se a
pessoa apresentar uma
distorção corporal, ou seja,
uma visão irreal da sua aparência física, o procedimento não
deve ser realizado até tudo estar esclarecido.
Além disso, existe uma preocupação com a parte funcional do nariz. Se houver risco
de a correção estética prejudicar a respiração, a programação precisa ser revista com o
paciente. Como exemplo temos
técnicas de estreitamento do dorso nasal nos casos de nariz largo
que podem produzir um nariz
esteticamente bonito, porém
com pouca passagem do ar.
Quem realiza a cirurgia?
Tanto o otorrinolaringologista
quanto o cirurgião plástico estão habilitados a fazer a cirurgia de rinosseptoplastia. De forma geral, quando o paciente se
queixa de dificuldade respiratória ou existe a preocupação de a
cirurgia piorar a parte funcional
do nariz, o otorrino-laringologista
deve ser procurado.
O pré-operatório
No pré-operatório, o médico
deve esclarecer todas as dúvidas do procedimento. São tiradas fotos para estudo das técnicas cirúrgicas e acompanhamento pós-operatório. Pode ser
necessário exame de tomografia da face para avaliar as
estruturas internas.
Como qualquer cirurgia, são
solicitados exames gerais de
sangue (incluindo testes de coagulação) e eletrocardiograma.
A avaliação com um clínico
geral ou cardiologista é importante, e conforme esta avaliação, podem ser necessários
exames adicionais.
Como funciona a cirurgia?
A cirurgia pode ser feita de
forma aberta ou fechada. Na
via aberta, é feita uma incisão
na pele e descolado o nariz. Esta
via é preferida quando são necessárias correções mais complexas, porque o cirurgião tem
melhor visualização das estruturas nasais. Em geral, o corte
é muito discreto, quase imperceptível com a cicatrização.
Na forma fechada, a incisão
é feita dentro do nariz, sem
pontos externos. Esta incisão é
preferida quando os problemas
são mais fáceis de corrigir ou
quando a pessoa tem histórico
de problemas de cicatrização da
pele. Das duas formas, a cirurgia em geral começa com a correção do desvio de septo. A cartilagem desviada removida é
usada como enxerto para remodelar a parte estética. Os passos realizados pelo médico variam conforme o que se pretende modificar. São feitas correções como retirada da giba
óssea, estreitamento ou alargamento do dorso nasal (no caso
de nariz estreito) e remodelamento da ponta nasal. A
ponta nasal, por ter estruturas
delicadas, requer mais cuidados
da parte do cirurgião.
Anestesia
A anestesia pode ser local
com sedação ou geral. Cada
método apresenta vantagens e
desvantagens. A anestesia local
com sedação é menos invasiva,
o paciente não sente dor, mas
permanece acordado, podendo
ouvir barulhos dos instrumentos e do médico realizando a
cirurgia, o que pode ser muito
incômodo para alguns pacientes. Na anestesia geral, o paciente fica desacordado e respira por aparelhos. É preferida
quando o procedimento demanda várias horas, sendo mais
confortável para o paciente. A
escolha precisa ser avaliada individualmente.
Riscos da cirurgia
Os principais riscos da cirurgia são relacionados a
anestesia, à parte estética e funcional e ao sangramentos nos
primeiros dias após a cirurgia.
Riscos envolvendo a anestesia incluem, por exemplo, reações alérgicas aos medicamentos usados, que hoje em dia,
com medicações mais modernas, são baixos. Também pode
haver algum risco cardíaco,
por isso é importante fazer exames pré-operatórios.
Quanto à parte estética, pode
ocorrer a permanência do problema. Por isso o diálogo entre
o médico o paciente sobre as
reais expectativas da cirurgia é
fundamental. Além disso, também pode ocorrer a piora da
respiração se a correção estética não for bem calculada ou
esclarecida.
O nariz é uma estrutura muito vascularizada. Sangramentos em pequena quantidade são muito comuns nos primeiros dias de pós-operatório,
por isso é indicado repouso por
uma a duas semanas. O uso
de tampões nasais pode ser
necessário se o risco de
sangramento for maior. Neste
caso, o cirurgião retira os tampões cerca de dois ou três dias
após a cirurgia.
Pós-operatório
O pós-operatório da rinosseptoplastia costuma ter dor
leve a moderada, que é resolvida com analgésicos. Uma queixa comum é a sensação de nariz entupido, devido ao inchaço
das estruturas nasais internas
pela manipulação durante a cirurgia. A dificuldade respiratória tende a melhorar na primeira até a segunda semana.
É importante fazer uma boa
limpeza nasal, várias vezes ao
dia, para evitar acúmulo de
secreções que possam infeccionar. Existe também inchaço
da parte externa e, dependendo
do caso, a presença de hematomas. O inchaço da face demora mais tempo para regredir.
Esperamos de seis meses até
um ano para completa regressão do inchaço, mas com 1 a 2
meses já podemos visualizar o
nariz bem delineado.
O cirurgião pode colocar um
curativo externo como molde
para garantir a estabilidade das
estruturas nasais e evitar algum
trauma, que poderia comprometer o resultado estético. Antigamente, colocava-se um gesso e, atualmente, usa-se uma
fita adesiva porosa, que se molda ao nariz.
Quanto à posição para dormir, a pessoa deve dormir com
a cabeça elevada na primeira
semana e evitar dormir de lado,
para não ter dor caso pressione o nariz contra o travesseiro.
Como cuidado adicional, é recomendado evitar exposição ao
sol e usar protetor solar mesmo em ambientes internos. Hematomas desaparecem em
duas ou três semanas, sendo
importante a proteção solar
para não manchar a pele.
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