•O que é ousadia?
•O que significa a palavra ousadia?
•Dê um sinônimo para o termo
ousadia.
•Sobre o que o texto vai falar?
•Invente uma possível história para esse
título.
•Você é uma pessoa ousada?
•O que é uma pessoas ousada para você?
A moça ia no ônibus muito contente da vida,
mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:
- A sua passagem já está paga, disse o
motorista.
- Paga por quem?
- Esse cavalheiro aí.
- Quem ia no ônibus?
- O que aconteceu quando ela foi descer?
- Quem recebeu a passagem?
- Quem pagou a passagem para a moça?
- Por que a contrariedade se anunciou?
- Quem era o cavalheiro?
- O que vai acontecer agora?
E apontou um mulato bem vestido que acabara de
deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto à
calçada.
- É algum engano, não conheço esse homem. Faça o
favor de receber.
- Mas já está paga...
- Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o
dinheiro e falando bem alto para que o homem
ouvisse: - Já disse que não conheço! Sujeito atrevido,
ainda fica ali me esperando, o senhor não está vendo?
Vamos, faço questão que o senhor receba minha
passagem.
•Quem pagou a passagem?
•A moça gostou ou não? Por quê?
•Por que a moça acha que o mulato é um “sujeito
atrevido”?
•Por que ele pagou a passagem para ela?
•Como é que a estória vai continuar?
•O motorista irá aceitar o dinheiro da moça?
O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo:
melhor para ele, ganhava duas vezes.
A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de
indignidade pelo homem.
Foi seguindo pela rua sem olhar para ele.
Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado,
a alguns passos.
•O motorista aceitou o dinheiro da moça? Por quê?
•Como foi que a moça saltou do ônibus?
•O moço a seguia? De que forma?
•O que é “fuzilando de indignação?
•Por que ela foi seguindo sem olhar para ele?
•Para que o moço a seguia?
•O que vai acontecer agora?
•O motorista fez bem em aceitar o dinheiro da
moça? Por quê?
Somente quando dobrou à direita para entrar no
edifício onde morava, arriscou uma espiada: lá
vinha ele! Correu para o apartamento , que era
no térreo, pôs-se a bater, aflita:
- Abre! Abre aí!
•Para onde foi a moça?
•O mulato continuava seguindo-a?
•Ela o viu?
•Ela conseguiu entrar no edifício onde morava?
•Ela vai entrar em seu apartamento? Onde é o térreo?
•Quem abrirá a porta?
A empregada veio abrir e ela irrompeu pela
sala,contando aos pais atônitos, em termos
confusos, a sua aventura.
- Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu
até aqui!
De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o
homem ainda estava lá fora, no saguão. Protegida
pela presença dos pais , ousou enfrentá-lo:
- Olha ele ali! É ele, venham ver! Ainda está ali, o
sem-vergonha. Mas que ousadia!
•Quem abriu a porta?
•Como a moça entrou em casa?
•A quem ele contou a estória?
•Como ela contou o que tinha acontecido a ela?
•Como os pais ficaram?
•Por que o moço a seguiu?
•Por que ela o chamou de “sem-vergonha” ?
•O que os pais vão fazer?
•Qual o significado da palavra “ousadia” nesse
contexto?
•O que o rapaz fez para ser chamado de “sem-vergonha”?
•Você concorda ou não com a moça ao considerar uma ousadia o
comportamento do rapaz?
Todos se precipitaram para porta. A empregada
levou as mãos à cabeça:
- Mas senhora, como é que pode! É o Marcelo.
- Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou
surpreendida.
•Qual era o nome do mulato bem
vestido?
•Quem o conhecia?
•Quem era o Marcelo?
- Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece
ele, foi quem pintou o apartamento.
A moça só faltou morrer de vergonha:
- É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu
não reconheci! Você me desculpe, Marcelo,
por favor.
•Quem era o Marcelo?
•Como a moça se sentiu?
•Qual a reação da moça?
•Por que a moça só faltou morrer de vergonha?
•O Marcelo irá desculpá-la? Por quê?
•Se você fosse o Marcelo você a desculparia?
Por quê?
•Como é que você acha que o Marcelo estava se
sentindo?
No saguão, Marcelo torcia as mãos,
encabulado:
- A senhora é que me desculpe , foi muita
ousadia...
(F.S.)
•O Marcelo a desculpou?
•Qual o sentido da palavra ousadia?
•Por que a moça não reconheceu
Marcelo?
•Que outro título você daria à estória?
•O Marcelo devia ou não ter pagado a passagem
da moça? Por quê?
A GATA APAIXONADA
Conto de Ivan Jaf,
ilustrado por Andrea
Ebert
Pelo título e ilustração do conto, que história vocês imaginam
que Ivan Jaf escreveu?
Quando perguntam como é que eu consegui sair com a Carla, eu
respondo que foi por causa do Aldemir Martins. O pintor famoso.
Eu estava, tranquilo, estudando. Juro. Lá pelas 3 da tarde o telefone
tocou. Era ela, a vizinha da casa 3.
A mãe morreu há uns quatro anos. O pai é superciumento, não a deixa
sair de casa nunca.
O que vocês imaginam que Carla Perguntou a Rodrigo pelo telefone?
- Oi, Rodrigo... Você tem um gato grande, malhado?
- Tenho. O nome dele é Sorvete.
- Sorvete?
Porque o gato se chama sorvete?
-Quando a gente encosta a mão, ele se derrete todo.
- Ele briga com a minha gata, a Tati. Já aconteceu várias vezes. Acho que
é ciúme.
- De outro gato?
De quem vocês acham que sorvete tem ciúme?
- Não. De um quadro. Uma pintura. Do Aldemir Martins.
Dez minutos depois eu estava na sala da casa dela. Só nós dois.
-Você vai ver- ela disse.
- É sempre na mesma hora. Já ouviu falar do Aldemir Martins?
- Já. É um pintor famoso pra caramba. Mora aqui em São Paulo.
- Morava. Morreu há pouco tempo. Minha mãe era apaixonada pela pintura
dele.
Ele ilustrava livros, revistas, jornais... Pintava cangaceiros, galos,
passarinhos, peixes...
- Tô sabendo. Desenhava até rótulos de maionese, de vinho...
- Minha mãe comprava tudo que podia. A gente comia em pratos
desenhados por ele, tinha lençóis, tapetes, cortina de banheiro...
Carla me levou pra um canto da sala. Em cima de uma imitação de lareira,
havia uma tela do Aldemir Martins, pequena, com o desenho de.........
Que desenho era esse?
-... um gato.
Um gato gordo, vermelho e azul, um focinho enorme, mostrando as
garras, sedutor, os olhos verdes calmos, hipnóticos.
- Minha mãe adorava esse quadro.
Então ela me puxou por trás de uma cortina pesada, que cobria a vidraça
que dava pro jardim.
Tati entrou na sala. Pulou pro beiral da falsa lareira e parou em frente ao
quadro, olhando pro gato pintado. Ficamos assim uns 20 minutos,
escondidos, calados. Até que ele apareceu. O velho Sorvete.
O gato mais descolado do pedaço. Veio gingando, passou entre os
móveis, parou na frente da lareira, olhou pro alto, e não gostou nada do
que viu. Carla segurou no meu braço.
Sorvete pulou pro beiral. Briga de gato é mais rápido que videogame. Tati
pulou, atravessou uma janela aberta e fugiu pro jardim, com o Sorvete
atrás.
-Minha mãe dizia que um artista é capaz de recriar a vida. Se Deus existe,
com certeza é um artista. Mas acho que você vai ter de trancar o Sorvete
em casa, Rodrigo.
Será que Rodrigo gostou da idéia? Ele vai trancar Sorvete em casa? O
que ele deve ter falado para Carla?
Não gostei daquilo.
-Não, Carla. A gente encontra outro jeito. Pra mim as pessoas, os bichos, qualquer
coisa que se mexa... têm de ter liberdade. Têm de ter uma janela aberta.
- Mas o Sorvete é meio selvagem...
- Isso. É assim que eu gosto dele. Eu também sou meio selvagem. Sabe o que eu
faço? Eu como o tomate inteiro. Eu não fico esperando a minha mãe partir e
colocar na salada!
-Ela riu. Não sei de onde eu tirei essa historia do tomate. Aí me empolguei, e ia dar
mais exemplos de como eu era selvagem, mas a cortina abriu de repente e o pai
dela apareceu.
O que deve ter acontecido nesse momento?
O cara ficou nervoso, quase chamou a polícia, mas depois a gente
explicou, ele se arrependeu e acabou até deixando a filha sair comigo.
Eu e a Carla estamos namorando. Juro.
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Pausa protocolada