FOSFOMINA: NOVO COMPÓSITO GERADO A PARTIR DE UM REJEITO INDUSTRIAL Dryele Dante Sasso1, Gilberto José Pereira2, Marcilei Aparecida Guazelli da Silveira 3 1,2,3 Centro Universitário da FundaçãoEducacional Inaciana (FEI) [email protected] / [email protected] Resumo: Este trabalho tem por objetivo elaborar e caracterizar um compósito produzido a partir de um rejeito industrial denominado fosfogesso, em matriz de alumina, reduzindo a radiação natural presente em sua composição e formando fases intermediárias oriundas de reações em estado sólido do fosfogesso com alumina, que possam apresentar propriedades intermediárias entre os dois compostos para utilização na indústria civil. Para isto, dados de caracterização de fases, medidas de radiação natural e observação microestrutural foram realizadas em compósitos de alumina + 10% fosfogesso, ao qual denominamos como fosfomina 10%. Serão apresentados neste estudo os resultados preliminares dos compósitos obtidos. 1. Introdução Fosfogesso é um resíduo proveniente da indústria de fertilizantes, estocado em aterros sanitários, e classificado como um material TENORM (Technologically Enhanced Naturally Occurring Radioactive Material) [1]. Segundo a International Fertilizer Industry Association (IFA) são produzidos cerca de 162 milhões de toneladas de fosfogesso por ano no mundo [2]. Nos últimos anos, diversos estudos têm sido conduzidos para encontrar uma alternativa de utilização deste rejeito, na indústria civil, em processos químicos e também na agricultura [1]. 2. Metodologia Com as amostras em pó, quantificamos a emissão de raios gama durante 8 horas, utilizando um espectrômetro de raios gama. Posteriormente, corpos a verde foram elaborados pelos processos de prensagem e gelcasting, e sinterizados em temperaturas de 900ºC e 1600ºC. Para a identificação das fases formadas após a sinterização, utilizamos difratômetro XRD-7000 da Shimadzu usando o tubo de cobre, com uma velocidade de 2º/min e passo de 0,05º. A análise de morfologia após sinterização foi realizada por microscopia de força atômica no modo contato. 3. Resultados O resultado de espectrometria de raios gama pode ser visto na figura 1. Observou-se uma redução de 80% da radiação natural. É possível notar na figura 2 que, tanto o processo de conformação dos corpos a verde quanto às temperaturas de sinterização, originaram fases intermediárias. Figura 2 – Difração de raios X da fosfomina 10% prensada e sinterizada a 900ºC (representada na cor vermelha); prensada e sinterizada a 1600ºC (cor preta); gelcasting e sinterizada a 900ºC(cor rosa); gelcasting e sinterizada a 1600ºC (cor azul) A morfologia obtida na figura 3(a) em comparação com a 3(b) indica que o fosfogesso impede a sinterização da alumina. 618.26 [nm] 1.67 [um] 5.00 um 10.00 x 10.00 um 0.00 2.00 um 5.00 x 5.00 um 0.00 Alumina fosfomina (a) (b) Figura 3 – Microscopia de força atômica:(a)Fosfomina 10% e (b)Alumina. Prensados e sinterizados até 1600ºC. 4. Conclusões A fosfomina 10% teve uma redução da atividade de radionuclideos em cerca de 80%. O fosfogesso dificulta a densificação da alumina, sendo assim o fosfogesso pode servir como inibidor de crescimento de grão. Não ocorre sinterização da alumina por fase líquida do fosfogesso. Tanto os métodos de prensagem e gelcasting, quanto as temperaturas de sinterização, originaram fases intermediárias oriundas de reações em estado sólido do fosfogesso com alumina. 5. Referências [1] CHANG, W.F.; MANTELL, M.I. Engineering properties and construction applications of phosphogypsum. Florida Institute of Phosphate Research, FIPR, Publication N° 01‐068‐070, 1990. [2] IFA. International Fertilizer Industry Association. Paris: França, 1999. Disponível em: <http://www.fertilizer.org>. Acesso em: 2013-01-17. Agradecimentos Figura 1 – Espectro de raios-gama para fosfomina 10% (representada na cor preta) e fosfogesso (cor vermelha) Ao CNPq pela bolsa concedida, Centro Universitário da FEI pelos recursos humanos e materiais, profª. Eliane Chinaglia pelas análises por AFM e profª. Daniela pelas imagens por MEV. 1 Bolsista do CNPq – Brasil (Programa PIBIC-FEI)