Relato de Caso Autonomização gástrica prévia a faringolaringoesofagectomia total minimamente invasiva com pull-up gástrico para tratamento de câncer de esôfago cervical Minimally invasive gastric autonomization before total pharyngolaryngoesophagectomy with gastric pull up for he treatment of cervical esophageal cancer RESUMO ABSTRACT O câncer de esôfago cervical é uma doença rara. O melhor tratamento é o cirúrgico, porém, com muitas complicações. Portanto, sugerimos, demonstrando dois casos operados, um acesso minimamente invasivo (laparoscópico e/ou toracoscópico) com faringolaringectomia total e autonomização do tubo gástrico previamente, com o intuito de diminuir a incidência de fístula. The cervical esophagus cancer is a rare disease. The best treatment is the surgical one. However, it can present many complications. Therefore, we suggest, demonstrating two operated cases, a minimally invasive access (laparoscopic and/or thorascopic) with total pharyngolaryngectomy and autonomization of the gastric tube previously in order to decrease the incidence of leak. Descritores: Câncer de esôfago cervical; pull-up gástrico; esofagectomia minimamente invasiva. INTRODUÇÃO O carcinoma espinocelular do esôfago cervical é uma patologia rara (menos de 6% dos tumores de esôfago)1. Normalmente se observa extensão direta de tumores da hipofaringe comprometendo a área retrocricóidea e o esôfago cervical. Os fatores etiológicos são semelhantes, principalmente, tabagismo e etilismo. O paciente geralmente tem idade maior que 60 anos, gênero masculino, com história prévia de câncer de cabeça e pescoço1, 2. A sintomatologia inespecífica na fase inicial da doença corrobora para um diagnóstico tardio (III ou IV), com emagrecimento ou disfagia intensa1. Além do comportamento agressivo das lesões aí localizadas, a drenagem linfática é abundante na região, culminando com a presença de linfonodos cervicais na apresentação inicial dos casos e alta taxa de metástases à distância5, 6. A maioria dos casos é constituída por carcinoma espinocelular6. O tratamento com uma única modalidade terapêutica é ineficaz na maioria dos casos. A radioterapia exclusiva controla exclusivamente as lesões T15. A cirurgia, quando possível, é o tratamento que oferece melhor chance de cura e melhor controle local de doença6, podendo ser seguida de radioterapia associada à quimioterapia. As opções de abordagem cirúrgica incluem: a) três campos em cirurgia aberta, isto é, laparotomia associado a toracotomia direita e cervicotomia, por onde é retirado o espécime e realizada a anastomose com tubo Terence Pires de Farias1,2 Jurandir de Almeida Dias 3 Fernando Luiz Dias1,4,5 André Leonardo de Castro Costa6 Flávio Henrique Faria e Silva7 Mario Rino Martins7 Klecius Leite Fernandes 6 Key words: neoplasm of cervical e sophagus, gastric pull up; mininmally invasive e sophagectomy gástrico; b) esofagectomia trans-hiatal com cervicotomia e laparotomia (sem toracotomia); c) esofagectomia minimamente invasiva (laparoscopia assoaciada à toracoscopia e cervicotomia)3-5. A única contra-indicação absoluta para cirurgia é a infiltração da artéria carótida e dos vasos mediastinais5. Outra opção terapêutica inclui a preservação de órgãos com quimioterapia e radioterapia concomitante, reservando a cirurgia para resgate na falência do controle local3. Desde 1960, quando Ong e Lee descreveram pela primeira vez a faringolaringoesofagectomia com interposição gástrica e anastomose faringo-gástrica em tempo único, esta vem sendo a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer do esôfago cervical e da porção inferior da hipofaringe5,6. A reconstrução com anastomose microcirúrgica de jejuno é contra-indicada quando existe extensão intratorácica dos tumores do esôfago cervical8. Apesar disso, mesmo nos casos passíveis de ressecção cirúrgica, a sobrevida em cinco anos é menor que 20% na maioria das séries, isto é, duas vezes menor que para os casos de hipofaringe6. O objetivo deste trabalho é apresentar dois casos de laringofaringoesofagectomia total minimamente invasiva de resgate (com esofagectomia total via toracoscopica e laparoscópica) e pull-up gástrico associado a uma inovação na técnica , com confecção do tubo gástrico, autonomizado previamente (21 dias antes da cirurgia principal). (1) Titular da Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ) (2) Professor associado do Curso de Pós-graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) (3) Chefe da Seção de Abdômino-Pélvica do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ) (4) Chefe da Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ) (5) Professor Coordenador do Curso de Pós-graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) (6) Médico Residente da Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ) (7) Médico Residente da Seção de Abdômino-Pélvica do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ) Instituição: Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço; Abdômino-Pélvica do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS-RJ); e Curso de Pós-Graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço-PUC-RJ Correspondência: Dr. Terence Farias, Rua Ministro Artur Ribeiro, 98/503 Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected] Recebido em: 28/10/2006; aceito para publicação em: 13/12/2006. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 36, nº 1, p. 49 - 52, janeiro / fevereiro / março 2007 49 RELATO DE CASOS Caso 1 Paciente de 63 anos, pardo, masculino, procurou o serviço de Cirurgia Abdominal do INCA com queixa de disfagia para sólidos há 6 meses. Negava disfagia para líqüidos, hemorragia digestiva alta e odinofagia. Referia perda de peso de 4 kg no período. Apresentava história de tabagismo por 25 anos (50 maços/ano), sem outras comorbidades. Realizou endoscopia digestiva alta (EDA), que evidenciou tumor avançado de esôfago cérvico-torácico superior, estenosante, distando 20cm dos lábios e estendendo-se por 4cm. Foi realizada biópsia da lesão, revelando carcinoma espinocelular. A tomografia computadorizada (TC) de abdome e tórax não demonstrou adenopatia ou doença metastática. O esofagograma evidenciou lesão estenosante em 1/3 superior esofagiano sem fístulas. Foram deliberadas inicialmente radioterapia e quimioterapia neo-adjuvantes. Fez 4500 cGy em 25 frações sobre mediastino e três aplicações de braquiterapia sobre sítio tumoral (500 cGy/cada fração) e quimioterapia com 5-FU e cisplatina em quatro ciclos. A EDA de controle evidenciou uma lesão tumoral residual e uma estenose actínica em terço superior do esôfago. A TC cervical demonstrou uma lesão expansiva sólida na transição esôfago-torácica, sem plano de clivagem com a traquéia. A TC de tórax não mostrou modificação em relação ao exame anterior. Fez traqueoscopia, que não evidenciou invasão da traquéia, sendo indicada esofagectomia. Cerca de 30 dias antes da esofagectomia, realizou autonomização do tubo gástrico. A cirurgia consistiu em fazer uma avaliação laparoscópica da cavidade abdominal, biópsias de eventuais linfonodos suspeitos, ligadura da artéria gástrica esquerda e ligadura dos vasos gástricos curtos, como objetivo do otimizar a vascularização gástrica pelos pedículos da artéria gástrica direita e gastroepiplóica direita e, conseqüentemente, tentar diminuir as chances de isquemia do tubo gástrico interposto após a esofagectomia. Todos os linfonodos avaliados foram negativos para malignidade. A esofagectomia foi realizada em três campos. O primeiro tempo cirúrgico foi torácico, por via toracoscopia. Com o paciente em decúbito lateral esquerdo, foram posicionados quatro trocateres. O primeiro de 5mm colocado inferiormente à escápula, o segundo de 10mm posicionado no oitavo espaço intercostal na linha axilar posterior. Esses dois primeiros portais são para o manuseio do cirurgião. O terceiro foi colocado no nono espaço intercostal, anteriormente e utilizado para introdução da câmera. O quarto trocater foi posicionado no quinto espaço intercostal, na linha axilar anterior, para uso auxiliar. Iniciou-se a dissecção esofágica com auxílio do bisturi ultra-sônico, o que permite uma menor chance de lesões térmicas, principalmente da traquéia, aorta e veia pulmonar. O ligamento pulmonar inferior foi seccionado, permitindo um plano de dissecção entre o pericárdio e a região peri-esofágica. Todos os linfonodos e gordura peri-esofágica foram ressecados em bloco com esôfago. O plano de dissecção continua entre o pericárdio, brônquios, pleura contra-lateral, aorta e veia ázigos. O ducto torácico não é ressecado. Um dreno de penrose foi passado em volta do esôfago para facilitar manobras de retração. A veia ázigos foi dividida com auxílio do Ligasure e clipada. A dissecção continuou em sentido cefálico até o hiato torácico. O esôfago foi retraído anteriormente e procedeu-se à dissecção posterior, com colocação de hemoclips nos vasos aorto-esofageanos. Terminada a dissecção até o hiato diafragmático, realizou-se uma inspeção ampla da cavidade, com revisão hemostática rigorosa e posicionamento de dreno torácico. Para o início do tempo abdominal, o paciente foi posicionado em decúbito dorsal. Foi introduzido um trocater de 10mm em região umbilical e outros dois trocateres, sendo um em flanco direito e outro em flanco esquerdo. Foram observadas intensas aderências na pequena 50 curvatura gástrica secundárias à cirurgia anterior. Procedeu-se à lise de aderências, secção do ligamento hepatogástrico até o pilar diafragmático, dissecção do ligamento freno-gástrico, ligadura e secção dos vasos gástricos curtos remanescentes. Foram divididos os ramos gastro-epiplóicos para o omento. Realizou-se manobra de Kocher para possibilitar a mobilização do piloro até a altura dos pilares diafragmáticos. Foi abordada a pequena curvatura e realizada a dissecção linfonodal da artéria gástrica esquerda, esplênica e hepática comum. Com a utilização de grampeador linear, numa área 2-3cm superior às primeiras arcadas da artéria gástrica direita, foi disparada a primeira carga perpendicularmente à pequena curvatura. As demais cargas foram disparadas paralelamente à grande curvatura, com objetivo de terminar a tunelização gástrica. Confeccionou-se uma jejunostomia a Witzel a aproximadamente 30cm do ângulo de Treitz. O tempo cervical foi realizado com incisão cervical tipo apron flap e realização da hipofaringectomia total, com laringectomia total, tireoidectomia total e esvaziamento cervical do nível VI e do mediastino anterosuperior, visto o paciente já ter sido irradiado previamente (Figura 1). Figura 1 – Faringe, laringe, esôfago e tireóide em peça única. Foi realizada mobilização do tubo gástrico através do mediastino posterior até a região cervical. A viabilidade do tubo gástrico foi avaliada e, então, confeccionada uma anastomose faringo-gástrica em plano único com Vycril 3.0 (Figura 2). Figura 2 – Anastomose faringo-gástrica Foi confeccionado o traqueostoma e posicionados os drenos no pescoço e sutura da ferida cervical. O paciente permaneceu por 48h em UTI. Foi iniciada dieta enteral no 2º dia. Evoluiu sem intercorrências e recebeu alta hospitalar no sétimo dia pósoperatório. Caso 2 Paciente feminina, 59 anos, com diagnóstico de carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado de hipofaringe e esôfago cervical. Teve carcinoma espinocelular de corda vocal direita, tratado com laringectomia atípica e radioterapia, em 1979. O esofagograma mostrava área de estenose fixa em região de faringo-esofageana, em nível de C4 e C5, que se estendia por 4-5cm, apresentando trajeto fistuloso imediatamente abaixo da lesão (borda inferior).TC cervical e torácica mostrava lesão expansiva em região faringoesofageana, com provável acometimento da tireóide e da fascia pré-vertebral. Ao exame, o complexo laringo-traqueal estava móvel. Foi realizada autonomização do tubo gástrico, conforme já descrito no caso 1. A segunda cirurgia, Faringolaringoesofagectomia total com interposição gástrica foi realizada 21 dias depois. Para o tempo abdominal (vídeo laparoscópico), o paciente ficou em decúbito dorsal, com o braço esquerdo posicionado ao longo do corpo e o braço direito aberto a 90 graus. Realizaram-se incisão mediana supraumbilical, de aproximadamente 3cm, a cerca de 3cm acima da cicatriz umbilical, dissecção por planos até a cavidade abdominal, introdução do trocater de 10mm, insuflação do pneumoperitônio (pressão intra-abdominal de aproximadamente 12), introdução da ótica de 30 graus e abertura de mais três portais na parede abdominal, para introdução dos trocateres, sendo mais dois trocateres de 10 mm localizados no hipocôndrio direito e esquerdo em região subcostal e um de 5 mm localizado inferiormente ao apêndice xifóide. Seguiu-se com mobilização gástrica pela pequena curvatura, com identificação e dissecção dos pilares diafragmáticos, dissecção do esôfago, até o seu terço médio ao (nível da carina), através do hiato diafragmático, sob visão videolaparoscópica e utilização do Ligasure. Neste caso não houve o tempo toracoscópico (figura 3). A dissecção foi transhiatal. Figura 3 – Dissecção esofágica vídeo endoscópica transhiatal. Tempo cervical transcorreu simultaneamente ao tempo abdominal, semelhante ao descrito no caso 1. O tempo abdominal foi iniciado após liberação total do esôfago intratorácico, com manobra de Kocher ampla, confecção do tubo gástrico, já autonomizado previamente, secção e retirada da peça cirúrgica em monobloco – Figura 4. Seguiram: levantamento do tubo gástrico pelo mediastino posterior; confecção de anastomose gastro-faríngea; confecção de jejunostomia; revisão da hemostasia; e drenagem torácica bilateral (dreno tubular número 28). O paciente evolui no 7º dia pós-operatório sem intercorrências. Iniciou dieta enteral no terceiro dia pós-operatório. Todavia, apresentou sangramento gástrico, sendo cauterizado via EDA. Houve leucocitose, (chegando a 21.000 leucócitos, porém, sem achado de foco infeccioso, regredindo paulatinamente). Evoluiu sem fístula salivar. Figura 4 – Faringe, laringe, esôfago e tireóide em peça única. DISCUSSÃO As principais razões para o comportamento clínico agressivo do câncer de esôfago cervical são a disseminação submucosa, mesmo em lesões de pequena dimensão e o envolvimento multifocal de mucosa, justificado pelo campo de cancerização, freqüente em neoplasias malignas do trato aerodigestivo superior5,6. Com relação à laringectomia, deve-se ter cuidado, pois a doença é multifocal podendo envolver a mucosa da área retrocricóidea e outros sítios da hipofaringe. Poder-se-ia pensar em realizar uma esofagectomia cervical, poupando a laringe, contudo, a anastomose próximo à cricóide está associada a uma alta incidência de aspiração pós-operatória. Além disso, paralisia do nervo laríngeo recorrente pode ser identificada no pós-operatório e até mesmo na apresentação incial6. O esvaziamento cervical bilateral dos níveis II, III, IV e VI e os linfonodos do mediastino ântero-superior também deve ser realizado durante o tempo cervical em casos não irradiados previamente. Devido à possibilidade de doença microscópica e/ou extensão direta do tumor, deve-se realizar tireoidectomia total e, sempre que possível, as paratireóides devem ser preservadas6. A utilização da técnica de esofagectomia minimamente invasiva apresenta como vantagens: controle das estruturas mediastinais, possibilidade de dissecção dos linfonodos mediastinais sob visão direta, possibilitando anastomose cervical. Sua principal desvantagem é a necessidade de mobilizar o paciente entre os tempos da toracoscopia (decúbito lateral esquerdo) e laparoscopia (posição supina)4, porém, pode ser realizada apenas com o tempo abdominal, trans-hiatal, dispensando o tempo toracoscópico, como no caso 2. As complicações pós-operatórias ocorrem em aproximadamente 50% dos pacientes e incluem pneumonia e derrrame pleural6, principalmente. Pode ocorrer também fístula quilosa, salivar e necrose do tubo gástrico6. A cirurgia radical com margens livres é o mais importante fator prognóstico5. As seqüelas e complicações associadas à transposição gástrica (extensa dissecção abdominal; estreitamento torácico e força da gravidade exercendo tensão sob a anastomose, que pode ter sido feita sob tecido previamente irradiado e saciedade precoce pós-operatória devido a perda da capacidade enchimento gástrico)7 não restringem seu uso. Por outro lado, a reconstrução com cólon deve ser reservada para os pacientes com ressecção gástrica prévia, pois a morbidade cirúrgica é maior principalmente na vigência de fístulas na anastomose quando coloca os compartimentos cervical, torácico e abdominal em contato com a flora bacteriana colônica 5, 6, 7. Como podemos observar, as complicações nesses dois casos foram baixas, em um procedimento onde só a esofagectomia total por si só, já traz taxas elevadas de morbidade e mortalidade. Era de se esperar um pós-operatório complicado 51 devido à associação da faringolaringectomia e, principalmente, pelo fato de os dois pacientes apresentarem radioterapia prévia. O procedimento endoscópico (toracoscopia e laparoscopia) foi realizado com maior destreza devido à experiência da equipe, com cerca de 25 casos já operados. A inovação de tubulização gástrica prévia pode ter melhorado a irrigação distal do tubo gástrico, o que pode ser corroborado para inexistência de fistula, no entanto, é cedo para garantir tal afirmação. É importante salientar que, no primeiro caso, já observamos aderências entre as vísceras abdominais decorrentes da autonomização prévia, o que dificultou o procedimento. REFERÊNCIAS 1. Lee DJ, Harris A, Gillette A, Munoz L, Kashima H. Carcinoma of the cervical esophagus: diagnosis, management, and results. South Med J. 1984;77(11):1365-7. 2. Layke JC, Lopez PP. Esophageal cancer: a review and update. Am Fam Physician. 2006;73(12):2187-94. 52 3. Mackay S, Stefanou G. Management of oesophageal carcinoma. Aust Fam Physician. 2006;35(4):202-6. 4. Nguyen NT, Gelfand D, Stevens CM, Chalifoux S, Chang K, Nguyen P, Luketich JD. Current status of minimally invasive esophagectomy. Minerva Chir. 2004;59(5):437-46. 5. Peracchia A, Bonavina L, Botturi M, Pagani M, Via A, Saino G. 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